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MUROS DE ARRIMO

Tatiana Oliveira
GEOTECNIA
Muros de Arrimo

Definição: estruturas corridas de contenção, através de parede


vertical ou quase vertical, apoiadas em fundação rasa ou profunda.
- Serve de contenção ou arrimo a uma determinada
massa de solo “instável”, ou seja, que tem a possibilidade de se
movimentar para baixo, à partir da sua ruptura por cisalhamento.

Materiais: alvenaria (tijolos ou pedras), concreto (simples ou


armado), ou elementos especiais.

Tipos:
- Gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou
pneus);
- Flexão (com ou sem contraforte);
- Com ou sem tirantes.
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Figura: Terminologia
Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro
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TIPOS DE MUROS

1. Muros de Flexão: estruturas mais esbeltas com seção


transversal em forma de “L” que resistem aos empuxos por flexão,
utilizando parte do peso próprio do maciço, que se apóia sobre a base do
“L”, para manter-se em equilíbrio.

- Materiais: concreto armado (anti-econômicos para h>5 a 7m).

- Laje de base: largura entre 50 e 70% da altura do muro.

- Vigas enrijecimento (alturas maiores).


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Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de


Janeiro
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- Alturas superiores a 5 m: utilização de contrafortes (ou


nervuras) – aumento da estabilidade contra o tombamento.

Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de


Janeiro
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CARACTERÍSTICAS

- Mais leves que os muros de arrimo por gravidade.

- A geometria compensa seu menor peso: o “T” ou “L” invertido ajuda o


peso próprio a auxiliar na força de atrito (combate ao deslizamento e tombamento).

- Para combater os esforços de flexão no “T”, exige pesadas armaduras


de aço e a execução de contraforte para alturas maiores.

- Laje de base interna (abaixo do reaterro): contrafortes armados para


resistir a tração.

- Laje de base externa ao reaterro: contrafortes trabalham à compressão,


sendo espaçados entre 30 a 60% da altura do muro.

- Podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores


(rocha) para a estabilidade: quando na fundação do muro existe rocha sã ou
alterada e quando não há espaço suficiente para a base do muro.
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2. Muros de Gravidade: estruturas corridas que se opõem aos


empuxos horizontais pelo peso próprio.

- Utilização: desníveis pequenos ou médios, inferiores a 5m (custo


elevado para alturas maiores).

- Vantagem: simplicidade de execução sem mão-de-obra


especializada.

- Materiais: concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda,


pneus usados.
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- Podem ser subdivididas em:

• Estruturas rígidas: construídas com materiais que não aceitam


qualquer tipo de deformação (ex.: concreto ciclópico, pedras argamassadas,
etc.).
Muito utilizadas com limitações técnicas e de aplicação que são:
exigem bom terreno de fundação (não aceitam recalques ou
assentamentos); necessitam de um eficiente sistema de drenagem; em geral
o aterro não pode ser feito antes da total conclusão da estrutura.

• Estruturas flexíveis: formadas por materiais deformáveis e que


podem, adaptar-se a acomodações e movimentos do terreno, sem perder a
estabilidade e eficiência (ex.: gabiões, blocos articulados, etc.).
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Fatores determinantes para a escolha da contenção:

• Físicos: altura da estrutura, espaço disponível para sua


implantação, dificuldade de acesso, sobrecargas etc.

• Geotécnicos: tipo de solo a conter, presença de lençol freático,


capacidade de suporte do solo de apoio etc.

• Econômicos: disponibilidade de materiais e de mão-de-obra


qualificada para a construção da estrutura, tempo de execução, clima local,
custo final da estrutura etc.
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a) Muros de alvenaria de pedra: os mais antigos e numerosos.

- Dias atuais: custo elevado – menos frequente, especialmente


em muros com maior altura.

- Vantagens: simplicidade de construção e dispensa de


dispositivos de drenagem; custo reduzido (material no local).

- Muros sem argamassa: taludes com alturas de até 2m.

- Dimensões: largura mínima de 0,5 a 1,0m e apoiada em uma


cota inferior à da superfície do terreno (redução do risco de ruptura).

- Maiores alturas: argamassa de cimento e areia (vazios) –


elimina sua capacidade drenante.
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Figura: Muros de alvenaria


Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro
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b) Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade:


economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a cerca
de 4 metros.
- Método: preenchimento de uma fôrma com concreto e
blocos de rocha de dimensões variadas.
- Características: impermeabilidade - sistema de
drenagem.
- Sessão transversal: trapezoidal - largura da base de
50% da altura do muro.
- Faces inclinadas ou em degraus: economia de material.
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Figura: Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade


Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro
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c) Parede Diafragma moldada “in loco”

- Realiza no subsolo um muro vertical de concreto armado com


espessura entre 30 e 120 cm e profundidade de até 50 m.

- Pode absorver empuxos, cargas axiais e momentos fletores e


pode atuar como fundação absorvendo cargas normais, executado com a
presença ou não de lençol freático.

- Tem a vantagem de se moldar a geometria do terreno, não causa


vibrações nem grandes descompressões no terreno podendo ser realizada
próximo às estruturas vizinhas existentes (não ocasiona danos).

- Utilizações: construção de garagens subterrâneas, obras de


canalização do leito de rios, cortinas impermeáveis, paredes de trincheiras
enterradas, estações do metrô, execução de túneis, construção de poços
ou silos subterrâneos, dentre outras aplicações.
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Vantagens do Emprego

a) Elemento de contenção de água e terra em escavações


provisórias ou permanentes.

b) Elementos impermeabilizantes (diafragma plástico), visando o


controle da percolação em escavações, diques, barragens, reservatórios,
etc.

c) As paredes podem ainda receber cargas verticais.

d) Execução sem as vibrações e o barulho inerente à cravação de


estacas.

e) Possibilidade de atravessar camadas do solo de grande


resistência;
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- Tem como elemento de suporte de escavações, grande


resistência e pequena deformabilidade - solução mais indicada para
suporte de escavações próximas a prédios existentes;

- Redução do rebaixamento do lençol d’água atrás do


escoramento (e conseqüentemente dos recalques de prédios próximos)
através da colocação da instalação de rebaixamento no interior da
escavação;

- Execução rápida;

- Mais econômico devido a incorporação das paredes à estrutura


permanente.
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- Na incorporação das paredes com as lajes e vigas da estrutura


podemos usar duas formas distintas.

a) Executar um corte na parede até expor a armadura existente.


Executar uma viga especial de ligação, com algumas barras horizontais
passando por trás (e eventualmente soldadas) das barras verticais
existentes na parede.

b) Instalando-se chumbadores com argamassa expansiva em furos


abertos na parede.
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Método executivo

- Executada em painéis ou lamelas, consecutivos ou alternados,


empregando-se chapas-junta tipo macho e fêmea como elementos de
ligação entre os painéis. Podemos destacar as seguintes fases bem
definidas, a saber:

a) Execução da mureta guia;


b) Fabricação da lama bentonítica;
c) Escavação;
d) Troca da lama;
e) Colocação da armadura;
f) Concretagem.
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Escavação

- Clam Shell: executa paredes com espessura entre 30 cm e 1,2


metros.
- Largura padrão da lamela é de 2,5 metros.
- O Clam Shell hidráulico é guiado nos 6,0 m iniciais por haste
Kelly.
Clam Shell - Mecânico Clam Shell - Hidráulico
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- Inicia-se a escavação por uma lamela primária de acordo com o


projeto. Quando a escavação atingir de 1,0 a 1,5 metros de profundidade
inicia-se o bombeamento de lama bentonítica para dentro da escavação
a fim de estabilizar as paredes da cava.

- Durante a escavação faz-se necessário a constante verificação


dos instrumentos que regulam a verticalidade da torre do equipamento
para evitar desvios do ”Clam Shell”.

- A velocidade de escavação é determinada pela resistência do


solo e comprimento da parede.
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As principais funções da lama durante a escavação são:

a) suportar a face da escavação;

b) formação de um selo para impedir a perda da lama no solo;

c) deixar em suspensão partículas sólidas do solo escavado,


evitando que elas se depositem no fundo da escavação.
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d) Solo Grampeado: técnica de reforço de solos, com inclusões


semi-rígidas denominadas grampos.

APLICAÇÃO: em São Paulo desde a década de 70.

VANTAGENS: - Custo reduzido tanto no escoramento de


escavação quanto na estabilização de taludes;
- Adaptação à face do terreno.
- Rapidez na contrução.

PROCESSO: através de aplicação de grampos, executa-se um


reforço resistente à flexão composta.

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MATERIAIS: barras de aço, barras sintéticas de seção cilíndrica


ou retangular, microestacas ou estacas.

INSTALAÇÕES: instalação suborizontalmente, de forma a


introduzir esforços resistentes de tração e cisalhamento.

Escavação Manual
Fonte: www.sologrampeado.com.br
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Escavação Mecânica
Fonte: www.sologrampeado.com.br
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APLICAÇÃO: taludes naturais ou previamente escavados que


não apresentem condições de estabilidade satisfatória.

- Solo sem estabilidade: o grampeamento é feito na massa de


solo junto com a escavação (etapas entre 1 e 2m de profundidade) -
zona de solo reforçado que funcionará como suporte.

- Tipo de solo utilizado: qualquer um que apresente resistência


aparente não drenada ao cisalhamento mínima de 10kPa.

- Insucesso: areias secas e sem cimentação entre grãos, ou


solos argilosos muito mole.
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TIPOS DE GRAMPOS

1. Injetados:

- Executa-se o pré-furo.
- Insere-se a barra (monobarra ou múltiplas).
- Injeção da calda.
- Re-injeção.

Injetado
Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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a) Cabeça do grampo com dobra

Injetado
Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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b) Cabeça do Grampo com rosca, placa e porca

Barras Ø> 22mm

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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c) Cabeça do Grampo em Nichos

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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2. Cravados à Percussão

– Cravação feita com martelo, sem calda (obras temporárias).

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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c) Cravados por Rotação

- Grampo - Parafuso

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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Características:

- Instalação rápida
- Carga imediata
- Reuso possível

Grampo parafuso
Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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Novos Materiais:

1. Grampos: FRP - barras plásticas

Características: Resistência à tração e à corrosão

Grampo parafuso
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2. Face com geogrelha

Geogrelha
Fonte: Google Imagens.
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3. Concreto projetado com fibras

4. Face / tela de bambu

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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EXECUÇÃO
2. Escavação
1. Escação

Usual: Ø = 75 a 100 mm
Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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3. Instalação

-Inclinação do grampo: 15º


- Influência da inclinação:
>10º - facilita a concretagem
<15º - descolamentos do solo e dos
grampos é constante

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4. Injeção

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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5. Fixação da cabeça 6. Concretagem

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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RESTRIÇÕES:

- Solos que não suportam bancadas de 1 m

. Argilas moles
. Solos sem coesão (c < 4kPa)
. Solos submerso

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EXEMPLOS DE SOLOS GRAMPEADOS:

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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San Diego, EUA : Beckman Center


H = 18m, espaç = 1,8m, t = 10 semanas

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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Grampeamento com face verde - Malásia

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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RECOMENDAÇÕES PARA A EXECUÇÃO:

a) Face regular:
- facilita ajuste da tela;
- minimiza volume de
concreto.

b) Proteção Anticorrosiva
- Redução da seção útil da barra (DR =
2mm);
- Recobrimento com calda de cimento;
- Revestimento: tinta epoxy ou metálica
(zinco – galvanizado);
- Tubo plástico corrugado.

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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c) Espaçadores
- Centralização da barra no furo
- Recobrimento do aço: mín 2cm de
calda
- Distância 2 a 3 m

d) Instalação do grampo
- Injeção: do fundo para boca do furo
- Limpeza prévia do furo com água
- Calda com fator A / C ≈ 0,5

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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e) Drenagem na face e no maciço:

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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ENSAIO DE ARRANCAMENTO:

Fonte: www.projetos.unijui.edu.br
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e) Muros de sacos de solo-cimento: constituídos por camadas


formadas por sacos de poliéster ou similares, preenchidos por uma
mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15.
- Processo: peneira-se o solo (retirada de pedregulhos);
espalha-se o cimento e mistura-se, adicionando-se água em quantidade
1% acima da correspondente à umidade ótima de compactação proctor
normal. Coloca-se a mistura em sacos, fechando-os com costura manual
(transporte). Arruma-se os sacos em camadas horizontais e compacta-se
manualmente com soquetes.
- Faces externas: proteção superficial de argamassa de
concreto magro (ação erosiva de ventos e águas superficiais).
- Vantagens: baixo custo e não necessita mão de obra ou
equipamentos especializados; facilidade de execução com forma curva
(adaptada à topografia local) e adequabilidade do uso de solos residuais.
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Figura: Muros de solocimento


Fonte: Google Imagens e Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro
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Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro


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f) Muros de pneus: construídos com camadas horizontais de pneus,


amarrados com corda ou arame e preenchidos com solo compactado.

- Vantagens: reuso do pneu e flexibilidade – elevada resistência


mecânica com baixo custo.

- Desvantagens: altura máxima de 5m e disponibilidade de espaço


para a construção de uma base com largura da ordem de 40 a 60% da altura
do muro; não recomendáveis para contenção de terrenos suporte para obras
civis pouco deformáveis (estruturas de fundações ou ferrovias).

- Amarração: cordas de polipropileno com 6mm de diâmetro.

- Posição: camadas horizontais descasadas (redução vazios).


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- Face externa: revestida (evitar erosão do solo, vandalismo ou


incêndios).

- Revestimento do muro: alvenaria em blocos de concreto, concreto


projetado sobre tela metálica, placas pré-moldadas ou vegetação.
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Figura: Muros de pneus


Fonte: Google Imagens
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g) Muros em fogueira (“crib wall”): estruturas formadas por


elementos pré-moldados de concreto armado, madeira ou aço, montados
no local em forma de “fogueiras” justapostas e interligadas
longitudinalmente, o espaço interno é preenchido com material granular
graúdo.

- Características: se acomodam a recalques das fundações e


funcionam como muros de gravidade.

Figura: Muros de gabião


Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro e Google Imagens
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h) Muros de gabião: constituídos por gaiolas metálicas


preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construídas com fios
de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção.

- Dimensões: comprimento de 2m e seção transversal quadrada


com 1m de aresta.

- Muros de grande altura: gabiões mais baixos (altura = 0,5m) –


rigidez e resistência (tensões de compressão)

- Muros longos: comprimento de até 4m.

- Rede metálica: resistência mecânica elevada – rompimento:


preservação da forma e flexibilidade da malha)
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- Proteção dos fios: galvanização dupla e até PVC – proteção


contra intempéries e de águas e solos agressivos.

- Características: flexibilidade (recalques diferenciais) e


permeabilidade.

Figura: Muros de gabião


Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro
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Tipos de gabião

a) Tipo caixa: possuem uma estrutura metálica em forma de


paralelepípedo, de uma única malha hexagonal de dupla torção, formando
a base, a tampa e as paredes frontal e traseira.
Malha da base: unida com painéis formando os diafragmas e as
paredes.
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b) Gabiões tipo colchão: estrutura metálica em forma de


paralelepípedo (grande área e pequena espessura), em malha hexagonal
de dupla torção e com base e tampa, de forma separada.
Malha da base: dobrada de 1 em 1 m formando diafragmas, que
dividem o colchão em fragmentos de 2 m².
O colchão é desdobrado, posicionado, costurado e preenchido.
Utilização: canais e margens de córregos e rios como
revestimento, e protegendo a base de muros, canaletas de drenagem e
revestimento de taludes.
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c) Gabiões tipo saco: estrutura metálica cilíndrica, de única


malha hexagonal de dupla torção e arames de aço para fechar, colocados
de forma alternada entre as penúltimas malhas das bordas livres.
Montagem realizada no canteiro.
Utilização: obras hidráulicas ou quando deve ser instalado em
grandes profundidades (instalações subaquáticas), e locais com baixa
capacidade de suporte de solo.
Recomenda-se proteção com camada plástica (presença de
água).
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Vantagens

- Flexibilidade: pode sofrer recalques e deformações sem romper.


- Alta resistência à tração
- Permeabilidade: não precisa de barbacãs por ser autodrenante.
- Agilidade e facilidade para a execução do muro: não precisa de
mão-de-obra especializada.
- Baixo impacto ambiental: a vegetação se integra com o muro.
- Baixo custo

Desvantagens

- Avantajada largura da base para dar estabilidade ao muro,


apresenta grandes dimensões, comprometendo faixas de terreno.
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Outros tipos de contenção

Estacas Prancha:

- Geralmente metálico;

- Recuperáveis ou não (provisório ou


definitivo);

- Elementos pouco rígidos no seu plano;

- Para solos com níveis freáticos altos,


garantindo boa estanqueidade;

- Em situações definitivas, são: usualmente


escoradas / ancoradas no topo ou em vários níveis.
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Características

- Aplicável em praticamente todo tipo


de terreno;

- Dificuldade para “vencer” solos duros


e não aplicável em blocos rochosos;

- Trabalho dentro da água;

- Orçamento realizado por m²;

- Velocidade de cravação de até 600


m/dia;

- Provoca bastante ruído (bate-estaca);


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- Logística apropriada;

- Corrosão a longo prazo;

- Perfis recuperáveis;

- Maior estanqueidade nas juntas;

- Solução cara.
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Tipos

- Cortina de Contenção:

a) Concreto

b) Madeira

c) Aço
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a) Concreto: estacas pré-moldadas de seção variada e com


encaixes do tipo “macho-fêmea”. Geralmente a justaposição das estacas
é precária, resultando em juntas abertas que permitem a passagem de
água e de areia fina, causando danos às construções vizinhas.
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Vantagens X Desvantagens

- Controle de qualidade do - Difícil adaptação às variações


concreto; do terreno

- Agentes agressivos sem ação - Danos às edificações vizinhas


na pega e cura do concreto (vibração)

- Segurança na passagem de - A peça sofre danos durante a


camadas muito moles cravação

- Maior durabilidade - Estanqueidade prejudicada


pelas juntas
- Alta resistência.
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b) Madeira: pranchões de madeira de grande espessura, com a


extremidade inferior cortada em forma de cunha para facilitar a cravação, e
com encaixes laterais para justaposição.
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- As pranchas são cravadas até um


nível inferior ao fundo da escavação;

- Quando as pranchas não forem


capazes de suportar as paredes da
escavação devido a esforços de flexão, são
dispostas as longarinas e estroncas.

Vantagens X Desvantagens
Leveza Baixa durabilidade

Baixa resistência
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c) Metálicas: Perfis de aço laminado com encaixes longitudinais


para justaposição.
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Estacas-prancha TIPO AU

- Apresentam boa relação entre o módulo de elasticidade e o peso/m².


- Economia na quantidade de aço com bom desempenho de instalação.
- Larguras úteis que podem chegar a 750 mm.
- Apresentam melhor relação Módulo Elástico x Peso (kg/m²).
- Economia na quantidade de aço com excelente performance de
instalação.
- A maior largura útil e menor número de conectores por metro linear de
parede (influencia diretamente na redução do consumo de aço e na
permeabilidade do sistema).
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Estacas-prancha TIPO Z

- A principal característica é a mudança de posição das ranhuras


de intertravamento.

- A tensão máxima não passa pelas ranhuras, o que contribui


para aumentar sua capacidade de estrutura favorecendo seu uso em
obras estruturais expostas a altas pressões e/ou executadas em solos de
baixa resistência.
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Estacas-prancha H/Z

- A combinação das estacas/vigas H com os perfis AZ


possibilitam atingir maiores profundidades de contenção.

Estacas-prancha planas
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Execução

- Cravadas com bate-estacas ou martelos de vibração com


auxílio de guindastes;

- Quando provisória, devem ser dotadas de um furo para facilitar


o içamento.
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Cravação com bate-estaca

Cravação com martelo de vibração


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Cravação com martelo de vibração


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d) Estacas Pranchas em balanço: a estabilidade depende apenas


dos empuxos passivos (viga em balanço).

- Maiores deslocamentos

- Alturas limitadas
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e) Estacas Pranchas ancoradas: a estabilidade depende, dos


empuxos passivos e de um ou mais sistemas de ancoragem instalados
próximos ao topo da cortina;

- Menores deslocamentos;

- Estruturas mais profundas;

- As câmaras estanque
temporárias normalmente usam
pontaletes para escorar a parte interna
da escavação.
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- Cravamento na ordem inversa, para evitar empenamento.


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e) “Panel Driving” (cravação por painéis)


2- Crave o 1º par –
1- Posicione, alinhe e posicione com cuidado e
coloque no prumo o 1º precisão o restante do
par. painel.

3- Garanta que o último 4- Crave o restante do


par esteja painel, executando em
precisamente ordem inversa, em
posicionado e no direção ao 1º par.
prumo, e crave o último
par. 6- Com a 2º painel
posicionado, o último
5- Parte do 1º painel par do 1º painel
cravada. torna-se o 1º par do
2º painel.

7- O 1º painel é cravado 8- 1º painel completo;


até o nível final em Parte do 2º painel
estágios. O último par cravado; 3º painel
do 2º painel é posicionado; Último par
aprumado e cravado do 2º painel torna-se o
com precisão. 1º par do 3º painel.
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f) “Staggered driving” (cravação escalonada)

Somente os elementos reforçados 1, 3, 5 são pré-cravados; os demais 2, 4... seguem.


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- Os guias de condução mantem as


estacas-pranchas com alinhamentos vertical
e horizontal corretos.
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Métodos de vedação

- Produtos betuminosos;

- Water-swelling (expansão com água);

- Soldagem;

- Reparação;

- Vedação horizontal combinada com vedação vertical.


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Soldagem Produtos betuminosos

Reparação
Water-swelling
(expansão com água)
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Vedação horizontal combinada com vedação vertical

1) Estaca-prancha
2) Chapa de aço (fixada por
1 soldagem)

3) Concreto sub-base (abaixo


do 5)
7
4) Parafusos

5) Membrana de vedação fixado


mecanicamente ou com adesivo

6) Proteção de concreto

6 7) Laje de concreto
5
2 4
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Exemplo de vedação mal executada


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Muros de Arrimo

Aplicações

- De caráter provisório ou definitivo;

- Construção de passagem de nível;

- Construção de túneis;

- Obras de contenção dentro e fora d’água;

- Estacionamentos subterrâneos.
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- Subsolos de edifícios
residenciais/comerciais;

- Construção e expansão de
cais;

- Recuperação de cais com


problemas de fuga de material de
contenção.
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Vantagens Desvantagens

- Processo rápido - Rochas, matacões ou


qualquer interferência impedem a
- Não é costume usar penetração da estaca no solo.
lama betonítica (paredes de
confinamento ou separação em - A cabeça das estacas é
locais poluídos) danificada durante a cravação.
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Estacas – prancha Metálicas


Vantagens Desvantagens
- Manipulação e transporte; - Corrosão (neste caso, pode
ser usado de PRFV – Poliéster
- Capacidade de carga alta; Reforçado com Fibra de Vidro);

- Rapidez de execução; -- O transporte, estoque e


proteção de perfis muito
- Econômica pela diversidade dos compridos exige logística;
produtos que se adequam ao
caso; - Custo

- Versatilidade facilita o ajuste de


comprimento, reparações,
expansões ou mudanças no
projeto.
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Estacas Prancha
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Sistemas de Drenagem

- Sistemas de drenagem: superficiais ou internos.

a) Superficial: captar e conduzir as águas que incidem na


superfície do talude, considerando-se a área da região estudada e a bacia
de captação.

- Diversos dispositivos: canaletas transversais, canaletas


longitudinais de descida (escada), dissipadores de energia, caixas
coletoras etc.
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Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro


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b) Sistemas de proteção de talude: tem objetivo de reduzir a infiltração


e a erosão.

- Grupos: proteção com vegetação e proteção com impermeabilização.

Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro


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- Infiltração de chuva: podem alterar as condições hidrológicas do


talude, reduzindo as sucções e/ou aumentando a magnitude das
poropressões.

- Podem causar redução na tensão efetiva e, conseqüentemente,


uma diminuição da resistência ao cisalhamento do material =
instabilidade.

- Observação: essas mudanças podem ocorrer tanto pela ação


das águas de chuva como por vazamentos em tubulações de água e/ou
esgoto.
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Redes de fluxo em muros


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c) Sistemas de drenagem subsuperficiais: drenos horizontais,


trincheiras drenantes longitudinais, drenos internos de estruturas de
contenção, filtros granulares e geodrenos.

- Objetivo: controlar as magnitudes de pressões de água e/ou


captar fluxos que ocorrem no interior dos taludes.

- Tendem a causar rebaixamento do nível piezométrico, e o


volume de água que flui nos drenos é diretamente proporcional ao
coeficiente de permeabilidade e ao gradiente hidráulico.

- Com o rebaixamento do nível piezométrico, reduz-se o gradiente


hidráulico e o fluxo, até que exista uma condição de regime permanente.

- Deve existir a monitoração contínua, através da instalação de


piezômetros, comparando-se registros antes, durante e após a construção.
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Fonte: Faculdade de Engenharia do Rio de Janeiro


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- Podem ser usados furos drenantes ou barbacãs para drenar a água para
a parte de frente do muro.

Sistemas de Drenagem – dreno inclinado


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Sistemas de Drenagem – dreno vertical


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OBSERVAÇÃO:

- Muros drenantes (crib walls e gabiões): requerem instalação de


filtro vertical na face interna do muro, a menos que o material de
preenchimento atue como filtro, impedindo o carreamento da fração fina
do retroaterro.

- Gabiões: recomenda-se a instalação de uma camada drenante


na base para proteção da fundação contra processos erosivos.

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