Você está na página 1de 3

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DF

COORDENAÇÃO REGIONAL DE CEILÂNDIA


Centro de Ensino Médio 10 de Ceilândia
1º ANO
Componente curricular: ARTE Professora: Miriam Pires 1º e 2º Bimestre - Vesp. Data: 16.03.21

ARTE: Esse é nome da disciplina onde trabalhamos as três áreas:


- CÊNICA: teatro, ópera, mimica, circo e dança.
- VISUAL: desenho, pintura, escultura e arquitetura.
- MÚSICA: som, canto e instrumentos.
CONCEITO DE ARTE

Também conhecida como “Artes da Representação”, este termo agrupa as artes que se baseiam na representação.
Existe necessariamente uma imagem/representação que desempenha um papel para um resultado, a finalidade e a conclusão
da representação.
O teatro falado, musical ou gestual, a dança, a ópera e a opereta, as marionetes, e também as artes midiáticas ou mecanizadas
como o cinema, a televisão, o rádio, são artes da representação. Caracterizam-se por um nível duplo: o representante – o quadro, a
cena etc. – e o representado – a realidade figurada ou simbolizada.
A representação é sempre a reconstituição de alguma outra coisa: acontecimento passado, personagem histórica, objeto real.

FUNÇÕES:
• Entretenimento;
• Social;
• Terapêutica;
• Cultural;
• Didática;
A arte é uma realidade social. A sociedade precisa do artista, uma vez que ela capacita o homem a compreender a reali-
dade, e mais ainda, a suportá-la e, ainda melhor, a transformá-la, tornando-a mais humana e hospitaleira para a humanidade.
Configurando-se como a atividade que exprime cultura, sensibilidade e tradição, condicionada pelo seu tempo e represen
tando a humanidade segundo ideias e aspirações, necessidades e esperanças, a Arte permite às comunidades explodirem seu poder
criativo em várias manifestações.

TEXTO TEATRAL:
O texto teatral é escrito para ser representado, por isso apresenta duas características básicas. A primeira é que ele quase
sempre não tem narrador. A outra é que ele combina a linguagem verbal com o não verbal (gestos, expressões fisionômicas, etc.).
O texto teatral – ou dramático, como também é chamado - é constituído por um texto principal, o qual compreende as
falas dos atores que são ouvidas pelos espectadores, e um texto secundário, o qual se destina ao leitor ou aos profissionais que vão
encenar a peça – ator, diretor, iluminador, cenógrafo, figurinista, sonoplasta ou maquiador.
O texto principal apresenta três tipos de falas, que podem ser em prosa ou poesia:
• monólogo – em que uma personagem fala consigo mesma, expondo os seus pensamentos e sentimentos.
• diálogo – são as falas de duas ou mais personagens que conversam, discutem, etc.
• apartes – são os comentários de uma personagem que não são ouvidos pelos seus interlocutores. É comum que o
aparte seja dito para o público, a quem o personagem confidencia seus pensamentos.

Elementos da Linguagem Teatral

DRAMATURGO: (Do grego dramaturgos, autor dramático).


O dramaturgo é o autor de dramas (comédia o tragédia). Atualmente, o costume francês prefere o termo autor dramático. É
encarregado de:
* Escolher as peças do programa em função de uma atualidade ou de uma utilidade qualquer; combinar os textos escolhidos
para uma mesma encenação.
* Efetuar as pesquisas de documentação sobre e em torno da obra.
* Adaptar ou modificar o texto (montagem, colagem, supressões, repetições de passagens); eventualmente, traduzir o texto,
sozinho ou em colaboração com o encenador.
* Destacar as articulações de sentido a inserir a interpretação num projeto global (social, político, etc.)
* Intervir de tempos em tempos, durante os ensaios, como um observador crítico cujo olhar é mais “fresco” do que aquele do
encenador, confrontado cotidianamente com o trabalho cênico. O dramaturgo é então o primeiro crítico interno do espetáculo em
elaboração.
* Assegurar a ligação com um público potencial.
Literato: trabalha com a visualização.
Dramaturgo: trabalha com a ação.

DIRETOR:
A figura do diretor de teatro contribui grandemente não só para a gestão, mas também para a estética dos espetáculos.
O diretor está ali para nos lembrar de que a administração é parte integrante da criação: não apenas em relação ao orçamento
de funcionamento, porém, mais ainda, quanto à programação: o diretor tenderá naturalmente a propor assinaturas que assegurem uma
temporada tranquila; recomendará exigências para peças ou estilos já comprovados; só assumirá compromisso com coproduções
rentáveis – são vários os imperativos econômicos que se imporão às jovens companhias ou aos encenadores.

ENCENADOR:
Pessoa encarregada de montar uma peça, assumindo a responsabilidade estética e organizacional do espetáculo, escolhendo
os atores, interpretando o texto, utilizando as possibilidades cênicas à sua disposição.
O surgimento da função e do termo geralmente é situado na primeira metade do século XIX. Se a palavra e a prática
sistemática da encenação datam desta época, não faltam ancestrais mais ou menos legítimos do encenador na história do teatro, como
no teatro grego, o didascalo (de didaskalos, instrutor) e cumpria a função de organizador. Já na Idade Média, o meneur de jeu
“condutor do jogo” tinha a responsabilidade ao mesmo tempo ideológica e estética dos mistérios. Na época do Renascimento e do
barroco, muitas vezes é o arquiteto ou o cenógrafo que organiza o espetáculo de acordo com sua própria perspectiva. No século
XVIII, passa-se o bastão a grandes atores. Mas será preciso esperar o naturalismo para que a função se torne uma disciplina e uma arte
em si.

ATOR:
O ator, desempenhando um papel ou encarnando uma personagem, situa-se no próprio cerne do acontecimento teatral. Ele é o
vínculo vivo entre o texto do autor, as diretivas de atuação do encenador e o olhar e a audição do espectador. Compreende-se que este
papel esmagador tenha feito dele, na história do teatro, ora uma personagem adulada e mitificada, um “monstro sagrado”, ora um ser
desprezado do qual a sociedade desconfia quase por um medo instintivo.
O ator é sempre um intérprete e um enunciador do texto ou da ação; é ao mesmo tempo, aquele que é significado pelo texto
(cujo papel é uma construção metódica a partir de uma leitura) e aquele que faz significar o texto de uma maneira nova a cada
interpretação.
Até o início do século VII, o termo ator designava a personagem de uma peça; ele passou a ser, em seguida, aquele que tem
um papel, o artesão da cena e o comediante. Na tradição ocidental, na qual o ator encarna sua personagem, fazendo-se passar por ela,
ele é, antes de tudo, uma presença física em cena, mantendo verdadeiras relações de “corpo a corpo” com o público, o qual é
convidado a sentir o lado imediatamente palpável e carnal, mas também efêmero e impalpável de sua aparição. Não é mais ele
mesmo, e sim uma força que o leva a agir sob os traços de um outro: fantoche maravilhoso cujos fios o poeta puxa e ao qual ele indica
a cada linha a verdadeira forma que ele deve assumir.
Durante muito tempo inexistente ou abandonada ao aprendizado de técnicas próprias de uma certa tradição, a formação do
ator acompanhou o movimento de sistematização do trabalho de encenação; ela visa desenvolver o indivíduo global: voz, corpo,
intelecto, sensibilidade, reflexão sobre a dramaturgia e o papel social do teatro. O ator contemporâneo deixou definitivamente para
trás os dilemas e mitos do ator-senhor ou do ator-escravo; ele aspira a representar um papel modesto, porém exaltante de um
intérprete, não mais de uma simples personagem, mas do texto e de sua encenação.

FIGURINO:
Na encenação contemporânea, o figurino tem papel cada vez mais importante e variado, tornando-se verdadeiramente a
“segunda pele do ator”. O fato é que o figurino, sempre presente no ato teatral como signo da personagem e do disfarce, contentou-se
por muito tempo com o simples papel de caracterizador encarregado de vestir o ator de acordo com a verossimilhança de uma
condição ou de uma situação. Hoje, na representação, o figurino conquista um lugar muito mais ambicioso; multiplica suas funções e
se integra ao trabalho de conjunto em cima dos significantes cênicos. Desde que aparece em cena, a vestimenta converte-se em
figurino de teatro: põe-se a serviço de efeitos de amplificação, de simplificação, de abstração e de legibilidade.
O figurino serve primeiro para vestir, pois a nudez, se não é mais, em nossos palcos, um problema estético ou ético, não é
assumida com facilidade. O corpo sempre é associado pelos ornamentos ou pelos efeitos de disfarce ou ocultação, sempre
caracterizado por um conjunto de índices sobre a idade, o sexo, a profissão ou classe social.
A dificuldade está no fato de tornar dinâmico o figurino: fazer com que ele se transforme, que não se esgote após um exame
inicial de alguns minutos, mas que “emita” signos por um bom tempo, em função da ação teatral. Os figurinistas, hoje em dia, cuidam
para que o figurino seja ao mesmo tempo matéria sensual para o ator e signo sensível para o espectador.

MAQUIAGEM:
No teatro, a maquiagem assume um relevo particular, visto ser o último toque dos preparativos do rosto do ator e porque
contém uma série de informações.
Figurino vivo do ator, a maquiagem faz o rosto passar do animado ao inanimado, flerta com a máscara, quando se torna uma
máscara mais ou menos opaca e flexível que às vezes utiliza a mobilidade do rosto. O ator às vezes produz caretas que ela mantém.
Na arte do semblante, a maquiagem pode, ao mesmo tempo, acentuar a teatralidade e dar novamente impressão de vida, renaturalizar
e “interiorizar” a expressão mímica. Ela joga com a ambiguidade constitutiva da representação teatral: mescla de natural e artificial,
de coisa e de signo. Ela não mais se limita ao rosto, corpo inteiro pode ser pintado. A maquiagem passa a ser um cenário ambulante
estranhamente simbólico; ela não mais caracteriza de maneira psicológica e, sim, contribui para a elaboração de formas teatrais do
mesmo modo que outros objetos da representação. Ao renunciar a seus efeitos psicológicos, assume a qualidade de um sistema
significante, que faz dela um elemento estético total da encenação.

CENÁRIO:
Aquilo que, no palco, figura o quadro ou moldura da ação através de meios pictóricos, plásticos e arquitetônicos.
Na consciência ingênua, o cenário é um telão de fundo, em geral, em perspectiva e ilusionista, que insere o espaço cênico
num determinado meio. Ora, isto é apenas uma opção artística muito estreita. Hoje, ele ocupa a totalidade do espaço, tanto por sua
tridimensionalidade quanto pelos vazios significantes que sabe criar no espaço cênico.
O cenário como o concebemos hoje, deve ser útil, eficaz, funcional. É mais uma ferramenta do que uma imagem, um
instrumento e não um ornamento.
Funções dramatúrgicas do cenário:
 Ilustração e figuração de elementos que supõem existentes no universo dramático: o cenógrafo escolhe alguns objetos e
lugares sugeridos pelo texto: ele atualiza ou dá a ilusão de mostrar mimeticamente o quadro do universo dramático.
 Construção e modificação sem restrições do palco, considerado como máquina de representar: o cenário não mais
pretende transmitir uma representação mimética; ele é apenas um conjunto de planos, passarelas, construções que dão
aos atores uma plataforma para suas evoluções. Os atores constroem os lugares e os momentos da ação a partir de seu
espaço gestual.
 Subjetivação do palco, que é decomposto não mais em função de linhas e massas, mas sim, de cores, luzes, impressões
de realidade que jogam com a sugestão de uma atmosfera fantasiosa do palco e de sua relação com o público.
O cenário também pode ser sonoro e dessa forma sugerir, por meio de sons, o âmbito da peça. O cenário sonoro recorre à
técnica da peça radiofônica, substituindo o cenário realista e figurativo.
Há também o não cenário como cenário, onde o cenário é perceptível apenas no verbo ou na gestualidade dos atores, na sua
forma de mimar ou simplesmente indicar o elemento decorativo invisível.
Objeto de cena: São adereços colocados no espaço cênico para serem utilizados durante a ação de um ou mais personagens.

ILUMINAÇÃO:
O termo iluminação vem sendo substituído, na prática atual, pelo termo luz, provavelmente para indicar que o trabalho da
iluminação não é iluminar um espaço escuro, mas sim, criar a partir da luz. “A luz é de uma flexibilidade quase milagrosa, ela possui
todos os graus da claridade, todas as possibilidades de cores, como uma paleta, todas as mobilidades; pode criar sombras, irradiar no
espaço a harmonia de suas vibrações exatamente como faria a música. Possuímos nela todo o poder expressivo do espaço, se este
espaço é colocado a serviço do ator”, afirma Appia.
A luz intervém no espetáculo; ela não é simplesmente decorativa, mas participa da produção do sentido do espetáculo. Suas
funções dramatúrgicas ou semiológicas são infinitas: iluminar ou comentar uma ação, isolar um ator ou um elemento da cena, criar
uma atmosfera, dar ritmo à representação, fazer com que a encenação seja lida, principalmente a evolução dos argumentos e dos
sentimentos, etc. Situada na articulação do espaço e do tempo, a luz é um dos principais enunciadores da encenação, pois comenta
toda a representação e até mesmo constitui, marcando o seu percurso. A luz é o único recurso exterior que pode agir sobre a
imaginação do espectador sem distrair sua atenção; a luz tem uma espécie de poder semelhante ao da música; toca outros sentidos,
mas age como ela: a luz é um elemento vivo, um dos fluidos da imaginação.

SONOPLASTIA:
A sonoplastia é uma reconstituição artificial de ruídos, sejam eles naturais ou não. Deve ser distinta, ainda que nem sempre
seja tarefa fácil. Trata-se do conjunto dos acontecimentos sonoros que entra na composição musical.
Raramente é produzida em cena pelo ator, é executada nos bastidores pelos técnicos usando todo o tipo de máquina: hoje,
com frequência ela é gravada previamente de acordo com as necessidades específicas do encenador e é transmitida por caixas de som
distribuídas pelo espaço do público.
Funções dramatúrgicas:
 Efeito de real: Graças a seu grande realismo, a sonoplastia executada nos bastidores imita um som (telefone, campainha,
gravador etc.) e interfere no desenvolvimento da ação.
 Ambiência ou atmosfera: A trilha sonora reconstitui um cenário sonoro ao evocar ruídos característicos de um
determinado ambiente.
 Plano sonoro: Num palco vazio, um ruído cria um lugar, uma profundidade de campo, uma atmosfera por toda a duração
de um plano sonoro, como na peça radiofônica.
 Contraponto sonoro: A sonoplastia age como efeito paralelo à ação cênica, como um som off no cinema, o que impõe à
ação cênica uma coloração e um sentido muito ricos. A disposição variável das caixas de som nos bastidores ou na
plateia faz circular o som, instaura um percurso e desorienta o espectador.

Referência bibliográfica:
Pavis, Patrice. Dicionário de Teatro. Ed. Perspectiva, 1999, 2º edição, São Paulo-SP.

TRÍADE CÊNICA:

• É a conjunção de três elementos teatrais: Texto, ator/atriz e público;


• O fenômeno teatral só existe no momento em que o público assiste a um texto executado pelo ator/atriz;
• Sem o público, e somente com o ator/atriz e o texto, temos o ensaio teatral;
• Sem o ator/atriz, teremos somente o texto e o público, o que não haverá o que assistir;
• Se retirarmos o texto, teremos somente ator/atriz e público, e este sem ter o que informar, deixará de existir sua função.

Você também pode gostar