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Os encargos sociais são obrigações trabalhistas que as empresas precisam pagar mensal ou
anualmente, excluindo os salários.
Salário é a remuneração básica de um trabalhador, aquela que faz jus pelo trabalho
desempenhado para um terceiro, geralmente uma empresa ou uma organização, de acordo
com regras legais previamente combinadas ou contratadas.
Os encargos sociais básicos são custos da mão de obra que a empresa utiliza, compostos
pelas incidências sociais geradas. As principais incidências sociais básicas atuais são as
que devem ser pagas ao INSS, ao FGTS, e as que incidem sobre o pagamento mensal
(FGTS normal) e sobre a rescisão, conforme cada caso.
Temos ainda as incidências sociais trabalhistas: repouso semanal remunerado (RSR), 13º
salário pago anualmente e provisões de férias, que devem ser pagas por ocasião das férias
do trabalhador. Essas incidências serão explicadas junto com os cálculos variáveis da
folha de pagamento.
Lembramos que, assim como ocorre com muitos tipos de tributos, os encargos sociais, de
um modo geral, estão sujeitos a alterações.
Os que não dão direito a contar no tempo de cálculo da Aposentadoria por Tempo de
Contribuição:
Empresas não optantes pelo Simples Nacional = alíquota de 20% sobre o total das
remunerações pagas no mês aos segurados empregados
SESI/SESC = 1,5%;
SENAI/SENAC = 1%;
SEBRAE = 0,6%;
INCRA = 0,2%;
RAT (Risco de Acidente de Trabalho, variando conforme o grau de risco, 1%, 2%,
3%) = 2%.
Isso perfaz um percentual total de 35,80% de encargos sociais básicos (1ª parte).
ESTIMAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DA
FOLHA DE PAGAMENTO
Além desses encargos sociais básicos, ainda temos outros. Eles são decorrentes da
incidência dos encargos já vistos, aqueles básicos, sobre a folha de pagamento ou de
eventos trabalhistas, conforme os dias trabalhados ou produtivos (dias úteis). São eles
os encargos sociais da 2ª parte:
Repouso Semanal Remunerado (RSR): supondo que um ano que tenha 52 domingos e
12 feriados, e um trabalhador que tenha gozado 25 dias de férias no ano (365 - 52 - 12 - 25
= 276 dias trabalhados), calcula-se:
52 domingos + 12 feriados =
0,2319, ou seja,
23,19% (0,2319 x 100)
Férias: foram considerados 25 dias para compensar a existência de 5 domingos nos dias
de férias, já considerados no RSR:
Feriados (oficiais):
13º salário:
0,1086 = 10,86%
0,1086 = 10,86%
Levando-se em conta dados estatísticos divulgados pelo IBGE, em média, cada trabalhador
tem cinco faltas justificadas anuais, motivadas por algum tipo de doença; a provisão para
atender esse item corresponde a: (5/30)/12) x 100 =1,39%.
Essa atitude conservadora pode ser entendida quando vemos que não podemos ter
certezas, podendo apenas supor que em um ano possa ocorrer, por exemplo, essa média
tanto para casos de demissão quanto de licença-paternidade, bem como para auxílios-
doença e acidentes de trabalho.
Ainda temos que considerar uma 3ª parte, que diz respeito à multa rescisória de 40% sobre
o saldo de direito que a empresa já depositou ou tenha que depositar em conta do FGTS
correspondente ao período trabalhado na empresa, a que o trabalhador fará jus nos casos
previstos na legislação.
Um desses casos previstos pela legislação é o da demissão por iniciativa da empresa, por
exemplo. Deve ser acrescido um adicional de 10% nesses casos, conforme a Lei
Complementar n. 110/01.
Conforme o Supremo Tribunal Federal (2007, item 2.4.4), o cálculo sobre a provisão que
cabe a empresa é o seguinte:
Multa FGTS – Rescisão sem Justa Causa – A Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de
2001, determina multa de 50%, mas volta o depósito para 8,0%. Considerando que 10% dos
empregados pedem contas, essa penalidade recai sobre os 90% remanescentes. Dessa
forma, a provisão corresponde a: 8,0 x 0,5 x 0,9 = 3,6%.
Total dos encargos sociais das empresas não optantes pelo Simples Nacional:
Da mesma forma, no caso de pagamento e gozo de férias, mesmo que seja exercido em
um dado mês ou período de um ano, sua contabilização (apropriação) deve ser mensal,
uma vez que as férias correspondem ao período de um ano trabalho, mês a mês.
O mesmo critério (apropriação mensal) também deve ser adotado para contabilização,
mensal do 13º salário, bem como de descontos como Imposto sobre a Renda Retidos na
Fonte (IRRF), INSS, vale-transporte, se houver para aquele empregado, Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e outros descontos ou pagamentos semelhantes.
Se, excepcionalmente, uma empresa não fizer essas provisões (apropriações) referidas,
elas serão apropriadas como custo ou despesa, quando realizar seu efetivo pagamento.
Por ocasião do pagamento dos salários dessa folha de pagamento no 5º dia útil do mês
seguinte, teremos os seguintes lançamentos básicos:
Isso significa poder fazer mais e melhor. Quando não se acumula muita coisa, nada precisa
ser feito de forma atropelada e descontrolada.
Na gestão de tempo, isso significa não focar apenas no curto prazo, no mais urgente.
Embora seja crítico, não podemos substituir a necessidade de também focar no que seja
importante, no que exige ser feito em maior tempo e no que, geralmente, agrega e acumula
mais valor: o fluxo de médio e longo prazo. Essa abordagem nem sempre lembrada é
decisiva para a gestão patrimonial contábil das empresas.
Outra abordagem que também colabora para melhor planejamento e obtenção de
vantagens quanto ao uso do tempo como recurso e quanto a obter maior liquidez e
disponibilidade de curto prazo é o adiantamento de pagamento obtido de clientes, ou seja,
o pagamento antecipado que a empresa recebe do cliente antes de efetivar a entrega do
produto ou serviço.
Como vemos, temos dois tipos de adiantamentos nesse caso: um obtido de clientes, e
outro concedido a fornecedores, com tipos distintos de benefícios que podemos obter.
Os motivos que podem levar a isso podem ser de natureza comercial ou financeira,
geralmente com benefícios diferentes, mas de certa forma de mútuo interesse entre
clientes e fornecedores, ou seja, entre uma empresa e seu cliente ou fornecedor.
// Adiantamento de clientes
São adiantamentos pagos por cliente à empresa, geralmente antes da entrega das
mercadorias serem entregues pela empresa ou mesmo antes do vencimento fixado para
pagamento da venda feita pela empresa ao cliente.
Um cliente pode adiantar encomendas e seus pagamentos para a empresa, por produtos ou
serviços que ainda serão efetuados, visando revenda, prestações de serviços, parcerias
diversas, campanhas conjuntas etc.
No caso de venda de mercadoria a um cliente por R$ 100.000,00, que fez um
adiantamento à empresa fabricante pela encomenda da mesma no valor de R$ 20.000,00, a
contabilização de um adiantamento de cliente é efetuada da seguinte forma básica:
Contabilização do Adiantamento:
// Adiantamento a fornecedores