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Terapia Nutricional Nas Doenças Cardiovasculares

A doença cardiovascular apresenta uma etiologia multifatorial, estando relacionada com


diversos fatores de risco, que podem ser classificados como não modificáveis, particularmente o
sexo, a idade, a raça e a genética, e em modificáveis, nomeadamente o tabagismo, a diabetes
mellitus, a hipertensão arterial, o sedentarismo, o stresse, as dislipidemias, a obesidade e a
alimentação inadequada, que parecem ser de maior impacto. A sua etiologia parece assim dever-se
essencialmente a um estilo de vida inadequado, pelo que uma alimentação saudável, isto é variada,
equilibrada e completa, é fundamental para a prevenção primária e secundária das doenças
cardiovasculares.
O controle e tratamento das DCV e seus fatores de risco envolvem, além da prescrição
medicamentosa, mudanças no estilo de vida, como a prática de atividade física e a adoção de uma
alimentação adequada e saudável.
Ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais geralmente são eventos agudos causados
principalmente por um bloqueio que impede que o sangue flua para o coração ou para o cérebro. A
razão mais comum para isso é o acúmulo de depósitos de gordura nas paredes internas dos vasos
sanguíneos que irrigam o coração ou o cérebro. Os acidentes vasculares cerebrais também podem
ser causados por uma hemorragia em vasos sanguíneos do cérebro ou a partir de coágulos de
sangue. A causa de ataques cardíacos e AVCs geralmente são uma combinação de fatores de risco,
como o uso de tabaco, dietas inadequadas e obesidade, sedentarismo e o uso nocivo do álcool,
hipertensão, diabetes e hiperlipidemia.
A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida por meio da abordagem de
fatores comportamentais de risco – como o uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de
atividade física e uso nocivo do álcool –, utilizando estratégias para a população em geral.

Tipos de doenças cardiovasculares


As doenças cardiovasculares são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos e incluem:
 Doença coronariana – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco;
 Doença cerebrovascular – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro;
 Doença arterial periférica – doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores
e inferiores;
 Doença cardíaca reumática – danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre
reumática, causada por bactérias estreptocócicas;
 Cardiopatia congênita – malformações na estrutura do coração existentes desde o momento
do nascimento;
 Trombose venosa profunda e embolia pulmonar – coágulos sanguíneos nas veias das pernas,
que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões.

As Principais Doenças Do Coração


 Aterosclerose
 Dislipidemias
 Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
 Doença arterial coronariana (DAC)
 Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
 TxCardíaco
Quais são os fatores de risco para doenças cardiovasculares
Os mais importantes fatores de risco comportamentais, tanto para doenças cardíacas quanto
para AVCs, são dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e uso nocivo do álcool. Os efeitos
dos fatores comportamentais de risco podem se manifestar em indivíduos por meio de pressão
arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade. Esses “fatores de risco
intermediários” podem ser mensurados em unidades básicas de saúde e indicam um maior risco de
desenvolvimento de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e outras
complicações.
A cessação do tabagismo, redução do sal na dieta, consumo de frutas e vegetais, atividades
físicas regulares e evitar o uso nocivo do álcool têm se mostrado eficazes para reduzir o risco de
doenças cardiovasculares. Além disso, o tratamento medicamentoso da diabetes, hipertensão e
hiperlipidemia pode ser necessário para reduzir os riscos cardiovasculares e prevenir ataques
cardíacos e AVCs. Políticas de saúde que criam ambientes propícios para escolhas saudáveis
acessíveis são essenciais para motivar as pessoas a adotarem e manterem comportamentos
saudáveis.
Há também um número de determinantes subjacentes das doenças cardiovasculares. Elas são
um reflexo das principais forças que regem mudanças sociais, econômicas e culturais – globalização,
urbanização e envelhecimento da população. Outras determinantes dessas enfermidades incluem
pobreza, estresse e fatores hereditários.
Quais são os principais sintomas das doenças cardiovasculares
Sintomas de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais
Muitas vezes não há sintomas da doença subjacente dos vasos sanguíneos. Um ataque cardíaco
ou acidente vascular cerebral pode ser o primeiro aviso da doença subjacente. Os sintomas do
ataque cardíaco incluem:
 Dor ou desconforto no centro do peito;
 Dor ou desconforto nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas.
Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar; sensação de enjoo ou
vômito; sensação de desmaio ou tontura; suor frio; e palidez. Mulheres são mais propensas a
apresentar falta de ar, náuseas, vômitos e dores nas costas ou mandíbula.

O sintoma mais comum de um acidente vascular cerebral é uma súbita fraqueza da face e dos
membros superiores e inferiores, mais frequentes em um lado do corpo. Entre os sintomas, estão:

 Dormência na face, braços ou pernas, especialmente em um lado do corpo;


 Confusão, dificuldade para falar ou para entender;
 Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos;
 Dificuldade para andar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação;
 Dor de cabeça intensa sem causa aparente; e
 Desmaio ou inconsciência.

⓿Doenças

Aterosclerose
A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso
(ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande
porte, levando a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado. A aterosclerose pode afetar as artérias
de médio e grande porte do cérebro, coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Trata-se do tipo
mais importante e mais comum de arteriosclerose.
Ela é a principal causa de doença cardiovascular (DCV), como infarto agudo do miocárdio
(IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), que são as duas principais causas de morte no mundo
ocidental. O processo aterosclerótico é identificado geralmente a partir da meia ou após algum
evento cardiovascular (IAM ou AVC), no entanto, estudos atuais indicam que o processo
aterosclerótico começa a se desenvolver na infância, progride durante a adolescência e a idade
adulta e acarreta doença cardiovascular em adultos ou idosos.
aterosclerose é uma doença silenciosa, que vai sendo desenvolvida durante anos para que o
paciente possa notar algum tipo de problema, muitas vezes, as pessoas só descobrem a formação de
placas de gordura quando uma artéria é obstruída completamente e necessitam de atendimento
imediato, sendo o caso de infartos, derrames e mesmo a morte súbita.
Quando apresenta sintomas, estes vão depender principalmente da localização da obstrução.
Quando afeta o coração, os mais frequentes são: Dores no peito (peso, aperto, queimação ou até
pontadas), Falta de ar, Sudorese. Quando afeta o cérebro, pode ocorrer: Cefaleias, Sudorese,
Náusea, Síncope (desmaio ou perda dos sentidos).
O Infarto do miocárdio, infarto cerebral e aneurisma aórtico são as maiores consequências
dessa doença. Além disso, a diminuição na irrigação pode levar à gangrena dos membros inferiores
ou à oclusão mesentérica.
Nos pacientes com aterosclerose, é importante calcular o risco cardiovascular, que se faz
principalmente por meio de escores. Esta ação ajuda orientar esforços preventivos, não pelos riscos
atribuíveis à elevação de fatores isolados, como a pressão arterial ou o colesterol, mas pelo
somatório de riscos decorrentes de múltiplos fatores, estimado em cada indivíduo com aterosclerose.
O principal utilizado no Brasil é o Escore de Framingham, que demonstra o risco do indivíduo
desenvolver um evento cardiovascular maior, definido por IAM, AVC ou morte por causa
cardiovascular, em 10 anos.
O tratamento para aterosclerose consiste na prevenção de eventos cardiovasculares maiores,
instituindo-se estilo de vida saudável. As mudanças no estilo de vida, que comprovadamente
diminuem o risco de doenças cardiovasculares, inclui rotina com exercícios físicos regulares,
alimentação balanceada, cessação do tabagismo e com baixo consumo de gorduras e sal, além do
controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol. Para
os pacientes com evento cardiovascular maior prévio, além da estatina, recomenda-se terapia com
aspirina dose protetora (100-300mg) em longo prazo.
Dislipidemias
A Dislipidemia é elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos níveis
de HDL que contribuem para a aterosclerose.
Terapia nutricional na hipercolesterolemia: É preconizada dieta com isenção de ácidos graxos
trans (por aumentarem a concentração de LDL-c e induzirem a intensa lesão aterosclerótica) e ainda,
consumo menor que 10% do calórico total de ácidos graxos saturados para indivíduos saudáveis, e
menor que 7% naqueles com maior risco cardiovascular (RCV). Lembrando que também é importante
a substituição dos saturados para os poli-insaturados, medida que ameniza o RCV, visto que reduz
colesterol total (CT) e LDL-c.
Terapia nutricional na hipertrigliceridemia: Devido à sensibilidade a variações de peso e
composição da dieta, nesse caso é fundamental a redução da gordura, que deve ser no máximo 10%
do valor calórico, além de eliminação de ácidos graxos trans, controle do consumo de saturados,
priorizando poli-insaturados, diminuição do consumo de açúcar e inclusão de carnes magras, grãos,
hortaliças e frutas na dieta.
A substituição parcial de ácidos graxos saturados é um importante aliado também nos casos
de hipertrigliceridemia porque eles aumentam a lipogênese hepática e o colesterol com lipoproteínas
de muito baixa densidade (VLDL-c). E, em casos de TG muito alto, a American Heart Association (AHA)
recomenda redução acentuada no consumo para evitar desenvolvimento de pancreatite.
Outra medida importante é a redução de carboidratos e açúcares. O consumo máximo
indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5% deKcal da dieta através de sacarose e
xarope de milho. Importante destacar que a frutose também entra como consumo controlado visto
que gera ácidos graxos de forma ainda mais rápida que a glicose, levando ao aumento de depósito de
gordura hepática e produção de VLDL-c, além de que o consumo maior que 50 gramas de frutose ao
dia eleva o TG pós-prandial.
Além disso, estudos com ômega 3, poli-insaturado e derivados de origem animal, mostram
que o fornecimento de eicosapentaenoico (EPA), docosahexaenoico (DHA), alfa-linolênico (ALA) são
associados com proteção cardiovascular graças a redução de marcadores inflamatórios e da
agregação plaquetária, redução de TG e da pressão arterial e melhora da função endotelial.
Recomenda-se a inclusão de pelo menos duas porções de alimentos ricos em ômega 3 por semana.
O uso de fitoesteróis são indicados para pacientes com colesterol alto e RCV baixo ou moderado, que
não se enquadram notratamento farmacológico. Podem ser ingeridos através da alimentação ou sob
a forma de cápsulas.
Controle de peso corporal: A perda de peso pode contribuir com redução de cerca de 20% da
concentração plasmática de triglicerídeos (TG). Além do controle do valor plasmático, também está
relacionado com controle de obesidade através de fatores influentes na saciedade, lipogênese
hepática, resposta insulínica, gasto energético, adipogênese e microbiota.
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
A hipertensão, também chamada de hipertensão arterial sistêmica ou pressão alta, é uma
doença caracterizada por uma pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg, que se mantém em várias
medições, feitas em dias diferentes. Esse aumento da pressão arterial ocorre quando os vasos
sanguíneos ficam mais estreitos ou perdem a elasticidade, o que faz com que o coração precise fazer
mais força para bombear o sangue por todo o corpo.
Os sintomas de hipertensão, apesar de pouco frequentes, podem surgir quando a pressão é
muito superior à normal, incluindo enjoos, tonturas, cansaço excessivo, visão embaçada, dificuldade
para respirar ou dor no peito, por exemplo.
Principais sintomas: Os sintomas de hipertensão são raros e, por isso, essa doença é
considerada silenciosa. No entanto, existem alguns sintomas que podem aparecer durante uma crise
hipertensiva, que é quando a pressão sobe rapidamente de uma hora para outra, caracterizando-se
por: Enjoo; Tontura; Dor de cabeça forte; Sangramento pelo nariz; Zumbido nos ouvidos; Dificuldade
para respirar; Cansaço excessivo; Visão embaçada; Dor no peito; Perda de consciência; Ansiedade
excessiva.
A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) foi elaborada com o objetivo de
investigar se um padrão alimentar “saudável” é capaz de reduzir os níveis de PA, independentemente
de alguns fatores dietéticos que afetam a PA (ex.: ingestão de sódio, peso corporal e consumo de
álcool). O padrão alimentar da dieta DASH é rico em frutas e hortaliças (4 a 5 porções/dia) e laticínios
com baixo teor de gordura (2 a 3 porções/ dia), cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; e
pobre em doces, bebidas adoçadas e carne vermelha. Portanto, esta dieta é rica em potássio,
magnésio, cálcio e fibras dietéticas, além de apresentar baixo teor de gordura (total e saturada) e
colesterol.29 Já foi demonstrado que a dieta DASH é capaz de reduzir significativamente a PA, sendo
recomendada a adoção desse padrão alimentar por indivíduos hipertensos e para a prevenção da
hipertensão.1,2,10 Os benefícios sobre a PA têm sido atribuídos ao alto consumo de potássio,
magnésio e cálcio. Estima-se que a adoção da dieta DASH pode reduzir a PA sistólica em 8–14
mmHg.1

Doença arterial coronariana (DAC)


A doença arterial coronariana (DAC) é o resultado da obstrução das artérias coronárias - os
vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. O conjunto de artérias coronárias constitui a
circulação coronária.
As artérias coronárias podem ser obstruídas por placas de gordura que vão se depositando em
seu interior. Esse processo é denominado aterosclerose.
Denomina-se isquemia miocárdica a má irrigação do músculo cardíaco decorrente de
obstrução da circulação coronária. A isquemia miocárdica que ocorre durante um episódio de angina
é temporária: um estado em que a irrigação do músculo cardíaco não é suficiente para suprir suas
necessidades para a intensidade de trabalho que realiza. 
A isquemia cessa com a suspensão da atividade física que desencadeou a angina e retorna a
um patamar de atividade cardíaca mais baixa ou com uso de nitroglicerina sublingual, que dilata as
artérias coronárias e diminui o trabalho cardíaco.
Principais sintomas: Os sintomas da doença arterial coronariana estão relacionados à angina, que é
uma sensação de dor em forma de aperto no peito, que dura de 10 a 20 minutos e que pode irradiar
para o queixo, pescoço e braços. Mas a pessoa pode também apresentar outros sinais e sintomas,
como: Cansaço ao realizar pequenos esforços físicos, Sensação de falta de ar; Tonturas; Suor frio;
Náusea e/ou vômitos. Muitas vezes estes sinais são difíceis de identificar porque têm tendência a
surgir gradualmente, sendo mais difíceis de ser notados.
Dietoterapia:

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)


A insuficiência cardíaca congestiva, também chamada de ICC, é uma condição caracterizada
pela perda da capacidade do coração bombear sangue corretamente, o que diminui o transporte de
oxigênio para os tecidos, resultando em sintomas como cansaço, falta de ar e aumento dos
batimentos cardíacos. Entenda o que é insuficiência cardíaca.
A ICC é mais comum em idosos e pessoas com hipertensão, mas sua ocorrência também pode
ser influenciada pelos hábitos de vida, como consumir frequentemente bebidas alcoólicas e fumar,
por exemplo.
Sintomas da ICC: O principal sintoma da ICC é a falta de ar. Esta tende a piorar com o passar do
tempo, passando a ser sentida mesmo quando o paciente encontra-se em repouso. Geralmente, o
cansaço piora quando se deita e pode levar à tosse noturna. Outros sintomas que podem ser
indicativos de ICC são: Inchaço dos membros inferiores e da região abdominal; Cansaço excessivo;
Fraqueza; Falta de ar; Dificuldade para dormir; Tosse grave e com sangue; Falta de apetite e aumento
de peso; Confusão mental; Vontade de urinar mais vezes, principalmente à noite.
Além disso, devido à dificuldade no transporte de oxigênio pode haver falência de outros
órgãos, como por exemplo os pulmões e os rins.
Dietoterapia :
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), também conhecido como infarto ou ataque cardíaco,
corresponde à interrupção da passagem de sangue para o coração, o que provoca a morte das células
cardíacas e causa sintomas como dor no peito que pode irradiar para o braço.
A principal causa do infarto é o acúmulo de gordura no interior dos vasos, sendo muitas vezes
decorrentes de hábitos não saudáveis, com dieta rica em gordura e colesterol e pobre em frutas e
vegetais, além de sedentarismo e fatores genéticos.
Principais sintomas: O sintoma mais característico do infarto agudo do miocárdio é a dor em forma
de aperto no coração, no lado esquerdo do peito, que pode ou não estar associada a outros
sintomas, como: Tontura; Mal-estar; Enjoo; Suor frio; Palidez; Sensação de peso ou queimor no
estômago; Sensação de aperto na garganta; Dor na axila ou no braço esquerdo.
Dietoterapia:
TxCardíaco

O transplante de coração consiste na substituição do coração por outro, vindo de um


indivíduo que esteja com morte cerebral e, que seja compatível com o do paciente que tem um
problema cardíaco potencialmente fatal.
Desta forma, a cirurgia só é feita em casos de doenças cardíacas graves e, que ponham em
risco a vida do paciente e, é realizada no hospital, sendo necessário internamento durante 1 mês e
cuidados depois da alta para que não ocorra a rejeição do órgão.
Indicações para o transplante : Há indicação para um transplante de coração em caso de doenças
cardíacas graves em estágios avançados, que não podem ser solucionadas com a ingestão de
medicamentos nem com outras cirurgias, e que põem em causa a vida do individuo, como:
 Doença coronária grave;
 Miocardiopatia;
 Doença cardíaca congênita
 Válvulas cardíacas com alterações graves.
Dietoterapia:

Como prevenir as doenças cardiovasculares


Algumas dicas que ajudam a prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares são:
 Deixar de fumar;
 Controlar a pressão arterial, o nível de açúcar e a quantidade de gordura no sangue;
 Ter uma alimentação saudável, evitando gorduras e comendo mais verduras, frutas e cereais;
 Praticar exercício físico regular, pelo menos 30-60 minutos, 3-5 vezes por semana;
 Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
⓿Terapia Nutricional
Diversos estudos têm evidenciado a relação entre características qualitativas e quantitativas da dieta
e ocorrência de enfermidades crônicas, entre elas, as doenças cardiovasculares. Os hábitos
alimentares apresentam-se como marcadores de risco para doenças cardiovasculares, na medida em
que o consumo elevado de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados somados ao baixo consumo
de fibras, participam na etiologia das dislipidemias, obesidade, diabetes e hiper-tensão.
Foi demonstrado, em estudos científicos, que pessoas que consomem grandes quantidades de
gordura têm níveis elevados de colesterol e maior incidência de doença aterosclerótica em relação
àqueles que consomem pouca gordura. A gordura saturada, presente nos produtos de origem
animal: leite integral e derivados, carnes gordurosas, manteiga, pele de aves e embutidos, gorduras
sólidas e semi-sólidas em temperatura ambiente, gorduras visíveis, óleo de coco, azeite de dendê; e
as gorduras do tipo trans: óleos e gorduras hidrogenadas principalmente as margarinas, sorvetes,
cookies, chocolates, pães, cremes e sobremesas aeradas, óleos para fritura industrial, molhos para
salada do tipo maionese, biscoitos amanteigados, croissant; são considerados determinantes
dietéticos na elevação do colesterol total e LDL-c quando ingeridos acima do recomendado. A
gordura trans além de elevar o LDL-c reduz o HDL-c, componente protetor cardiovascular.
O colesterol dietético também influencia no aumento do colesterol sanguíneo, ainda que em
menor grau que a gordura saturada e trans. Existem variações individuais a essa resposta. O
colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal: carnes, vísceras (fígado, miolo,
miúdo e coração), leite integral e seus derivados (queijos, manteiga, creme de leite), embutidos
(salsicha, lingüiça, bacon) torresmo, frutos do mar (lagosta, camarão, ostra, marisco, polvo) e gema
de ovo (Id. Ibid.).
De acordo com pesquisas existe evidências fortes de que dietas ricas em frutas, vegetais,
peixes, azeite e castanhas são associadas com menor risco de doenças cardiovasculares quando
comparadas àquelas ricas em alimentos com alto índice glicêmico ou rica em gorduras trans
(presentes principalmente em alimentos industrializados).
Alimentos com alto índice glicêmico incluem arroz, macarrão e outros cereais refinados como
pão branco, bolos, biscoitos e farinhas. Os resultados da revisão sistemática de artigos dos últimos 50
anos mostrou também que a dieta mediterrânea reduz o risco de doenças cardiovasculares, porém
ainda não existem evidências suficientes de que o uso de suplementos de vitamina E e vitamina C são
eficientes na proteção do coração.
Embora as evidências epidemiológicas demonstrem que um baixo consumo de gordura está
associado a níveis mais baixos de colesterol e menor incidência de cardiopatias coronarianas, parece
que o tipo de gordura presente numa dieta moderada neste nutriente (25% a 30% da energia total
ingerida diariamente), é mais importante que a quantidade de gordura ingerida. Substituindo-se a
gordura saturada por insaturada, verifica-se que os níveis séricos de lipídios e colesterol são
substancial e consistentemente reduzidos na maioria dos casos.
Entretanto, a remoção da gordura saturada da dieta é duas vezes mais eficaz que o acréscimo
da mesma quantidade de lipídios insaturados para reduzir o colesterol do sangue. Santos 39 enfatiza
que "a ingestão de ácidos graxos saturados está fortemente correlacionada com o nível de colesterol,
e este com a incidência de infarto do miocárdio fatal e não fatal".
Sedentarismo: O sedentarismo é outro fator de risco para se desenvolver uma DCCV. A
prática de exercícios físicos e atividades de forma regular contribuem para a redução da obesidade e
para a prevenção de doenças coronárias e na melhora da qualidade de vida do indivíduo. “A atividade
física atua favorecendo a redução dos níveis de triglicerídeos, no aumento das lipoproteínas de alta
densidade (HDL), diminui a resistência à insulina além de atuar na prevenção da obesidade, o que é
benéfico, pois ocorre a diminuição de risco de DCCV” (9).
Frutas: Em contrapartida, o consumo de frutas e vegetais é considerado um fator importante
na prevenção e controle das doenças cardiovasculares, pois estes grupos de alimentos apresentam
baixa densidade energética, fibras solúveis e insolúveis e são boas fontes de micronutrientes³. Além
disto, as frutas, quando consumidas na quantidade adequada (3 porções/dia)7, estão relacionadas à
proteção para a obesidade abdominal e hipertrigliceridemia.
A terapia clínica nutricional, que inclui atividade física, é a primeira intervenção para pacientes
com índice elevado de colesterol. Estes pacientes geralmente são encaminhados ao suporte
nutricional com a finalidade de receberem ajuda e conhecer as metas da terapia. Com dieta, exercício
e redução do peso, os pacientes podem frequentemente atingir os níveis normais de lipídios séricos.
De igual maneira a Associação Americana do Coração recomenda alterações dietéticas e no estilo de
vida para reduzir o risco de DCV em todos os indivíduos com mais de dois anos de idade (American
Heart Association,2006).

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS
 Ingestão balanceada de calorias e atividade física para atingir ou manter o peso corporal
saudável.
 Consumir dieta rica em vegetais e frutas.
 Escolher grãos integrais e alimentos ricos em fibras.
 Consumir peixe pelo menos duas vezes por semana.
 Limitar a ingestão de gordura saturada para <7% da energia, gordura trans para <1% da
energia e colesterol para <300 mg/dia:
 Escolhendo alternativas de carnes magras e vegetais.
 Selecionando produtos sem gordura (desnatado), 1% de gordura e
 laticínios com baixo teor de gordura.
 Minimizando a ingestão de gorduras parcialmente hidrogenadas.
 Minimizar a ingestão de bebidas e alimentos com adição de açúcar.
 Escolher e preparar alimentos com pouca ou nenhuma quantidade de sal.
 Quando consumir álcool, fazê-lo com moderação.
 Quando consumir alimentos preparados fora de casa, seguir as recomendações de dieta de
vida da American Hert Association (AHA)

⓿Dietas
Os padrões alimentares associados à redução do risco cardiovascular são denominados de
cardioprotetores. Dentre eles, a dieta mediterrânea ganha destaque, não apenas na redução do risco
cardiovascular, mas na prevenção e tratamento de outras doenças e agravos crônicos não transmissíveis
(DCNT), como a DCV. É caracterizada pelo consumo elevado de frutas, vegetais, nozes, cereais integrais e
azeite de oliva (> 20% do VET na forma de ácidos graxos monoinsaturados); pela ingestão moderada/alta de
peixes; pela ingestão moderada/baixa de frango e laticínios (principalmente queijo e iogurte); pela baixa
ingestão de ácidos graxos saturados, carne vermelha e embutidos; e pela ingestão regular, mas moderada, de
álcool (vinho) durante as refeições. A maior adesão a esse padrão alimentar foi associada à prevenção
cardiovascular.
Outro padrão alimentar considerado cardioprotetor é o baseado na dieta tipo DASH (Dietary
Approaches to Stop Hypertension), que recomenda um plano alimentar com baixo teor de gordura total,
gordura saturada, colesterol dietético e sódio, enfatizando o consumo de frutas, verduras, legumes, leite e
derivados desnatados, assim como o de alimentos fontes de magnésio e potássio. Tanto o padrão alimentar
DASH quanto o mediterrâneo são adotados como referência pelas Diretrizes Brasileiras para controle dos
fatores de risco cardiovascular, porém apresentam características alimentares diferentes dos hábitos e
costumes brasileiros, o que pode limitar a adesão a esses padrões dietéticos no Brasil.
A Alimentação Cardioprotetora Brasileira, apresentada no capítulo a seguir, tem como característica
principal o desdobramento das recomendações nutricionais das diretrizes em práticas alimentares condizentes
com a realidade da população brasileira. Para tanto, prioriza-se o fácil acesso aos alimentos, além da
valorização da cultura alimentar regional brasileira.
Não existe na literatura uma única diretriz que oriente de modo global a recomendação dietética para
indivíduos com DCV ou múltiplos fatores de risco. Integrar todas as recomendações em um único padrão
alimentar que respeite os hábitos alimentares e ainda contribua para o tratamento da DCV e promova o
controle dos fatores de risco relacionados à alimentação torna-se um grande desafio. Há diversas diretrizes
que estabelecem recomendações isoladas para o tratamento de cada fator de risco, como dislipidemia,
diabetes, hipertensão arterial sistêmica e excesso de peso, cabendo ao profissional de saúde unificar estas
recomendações numa única orientação.
A Alimentação Cardioprotetora Brasileira procura incorporar todas as recomendações nutricionais
para garantir que o indivíduo, em seu cuidado com a saúde cardiovascular, tenha a melhor composição de
alimentos e distribuição de nutrientes.
A Dieta Cardioprotetora foi idealizada a partir de recomendações das diretrizes brasileiras, por meio
do Ministério da Saúde. Os alimentos são separados por três grupos: verde, A dieta é composta por nutrientes
cardioprotetores distribuídos de forma equilibrada e de acordo com as necessidades de cada indivíduo,
priorizando os alimentos mais comuns e acessíveis aos brasileiros. Entre eles, o consumo de frutas, verduras e
legumes. As refeições privilegiam o alto teor de fibras, a baixa densidade de energia e o equilíbrio entre as
gorduras poli, monoinsaturadas, saturadas e o colesterol.amarelo e azul, de acordo com a densidade dos
nutrientes e o grau de processamento de cada alimento.
Os alimentos do grupo verde devem ser a base da alimentação diária e devem ser ingeridos em
proporção maior em relação aos outros grupos. São eles: verduras, frutas, legumes, feijões, leite e iogurtes
desnatados. Os alimentos do grupo amarelo devem ser consumidos de forma moderada. São eles: pães,
cereais, macarrão, tubérculos cozidos, farinhas, castanhas e óleos vegetais. Já o grupo azul é composto pelos
seguintes alimentos: carnes, queijos, ovos e manteiga – os quais devem ser consumidos em menor
quantidade.
Além destes, também existe o grupo vermelho, que é composto por alimentos que devem ser
evitados, pois são ultraprocessados, com baixa qualidade nutricional, alto valor calórico, rico em gordura trans
e elevada quantidade de sal. "São aqueles produtos prontos e congelados, embutidos, bolachas e salgadinhos
de pacote, doces industrializados, macarrão e sopas instantâneos e refrigerantes.
A situação socioeconômica e outros fatores de risco, como tabagismo e sedentarismo, são aspectos
importantes a examinar no cuidado de indivíduos com doenças crônicas, especialmente com problemas
cardiovasculares.
Dessa forma, o cuidado de indivíduos com enfermidades crônicas deve ser realizado por equipe
multiprofissional, a fim de garantir abordagens efetivas para prevenção e tratamento das DCNTs. Tendo em
vista que a alimentação é um importante fator envolvido na prevenção e tratamento das DCVs e seus fatores
de risco, é de responsabilidade dos diferentes profissionais atuantes, especialmente na Atenção Básica, seguir
as orientações nesse sentido.
A Alimentação Cardioprotetora Brasileira foi elaborada para pessoas com DCV que já sofreram um
evento cardiovascular (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica). Esta
orientação não inclui as demais doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca e as arritmias.
Pode também ser indicada para indivíduos com fatores de risco cardiovascular relacionados à
alimentação, como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes tipo 2, sobrepeso e obesidade. Para
os portadores de diabetes tipo 1, a orientação também pode ser utilizada, porém com algumas adaptações,
conforme terapia medicamentosa, contagem de carboidrato, horário e dose de insulina.
Por exemplo, no caso do paciente portador de hipertrigliceridemia, deve-se salientar a importância do
consumo dos carboidratos integrais e adequar os alimentos do grupo amarelo. No caso de hipertensos,
atentar ao controle do consumo de sal.
A alimentação Cardioprotetora é recomendada para pessoas com: • Sobrepeso; • Obesidade; •
Hipertensão arterial sistêmica controlada; • Diabetes mellitus tipo 2 compensada; • Dislipidemias; • Doenças
Cardiovasculares.
⓿Fatores Dietéticos Importantes Nas DCV

Lipídios – Embora ainda existam controvérsias, a redução de lipídios para no máximo 30% do valor
calórico total já resulta em benefícios no controle dos FR das DCV. Os lipídios que mais contribuem para o
aumento da LDL-c são os ácidos graxos saturados, os ácidos graxos transisômeros, e, em menor extensão, o
colesterol dietético8 .
Gorduras saturadas – A gordura saturada é a principal causa alimentar de elevação de colesterol
plasmático8, pois reduz os receptores celulares B-E, inibindo a remoção plasmática das partículas de LDL-c,
permitindo, além disso, maior entrada de colesterol nas partículas de LDL-c4 . Os ácidos graxos saturados
estão presentes principalmente na gordura animal (carnes gordurosas, leite integral e derivados), polpa de
coco e alguns óleos vegetais (dendê e coco). Os peixes, pobres em gorduras saturadas11, vêm sendo uma boa
opção na diminuição do consumo destas.
Ácidos graxos transisômeros – Estão presentes naturalmente em baixas quantidades em algumas
carnes e laticínios gordurosos, como um resultado da fermentação bacteriana em animais ruminantes. Mas
ocorrem principalmente nos alimentos industrializados, (margarinas, biscoitos, bolos, pães, pastéis, batatas
chips e sorvetes cremosos)12.
Colesterol dietético – Encontrado somente em alimentos de origem animal, o colesterol dietético,
embora eleve as concentrações sanguíneas de LDL-c13, possui menor efeito sobre a colesterolemia, quando
comparado com a gordura saturada. Para reduzir sua ingestão, deve-se restringir o consumo de vísceras,
frutos do mar, gema de ovo (225mg/ unidade), pele de aves, embutidos e frios4.
Ácidos graxos monoinsaturados – Encontrados no azeite, óleo de canola, azeitonas, avelã, amêndoa e
abacate14, as gorduras monoinsaturadas são mais resistentes ao estresse oxidativo e uma dieta rica nestes
ácidos graxos faz com que as partículas de LDL-c fiquem enriquecidas com eles, tornando-as menos suscetíveis
à oxidação3. Na substituição de gorduras saturadas por monoinsaturadas, as concentrações de colesterol total
são reduzidas e as de HDLc possivelmente aumentadas14. Por outro lado, resultados do estudo multicêntrico
DELTA (Dietary Effects on Lipoproteins and Thrombogenic Activities) mostraram que a redução da gordura
saturada e da gordura total quando substituída por carboidratos promoveu diminuição nas concentrações da
HDL-c15, além de aumento nas taxas de triglicerídeos séricos. Portanto, a dieta deveria ser prescrita
analisando-se o perfil lipídico do paciente, assim como seu histórico pessoal e familiar de DCV e a presença de
outros FR3.
Ômega-6 e ômega-3 – As gorduras poliinsaturadas subdividem-se em ácidos graxos ômega-6 e ômega-
3. Os ômega-6 são encontrados em óleos vegetais como o de milho e soja, e, embora não prejudiciais, são
mais suscetíveis à oxidação3 e talvez reduzam as concentrações da HDL-c14, tornando os cientistas mais
prudentes em relação a eles. Contudo, os ômega-3 vêm sendo alvo de diversos estudos epidemiológicos, pois
reduzem os triglicerídeos séricos, melhoram a função plaquetária e promovem ligeira redução na pressão
arterial (PA) em pacientes hipertensos10, sendo encontrados principalmente nos óleos de peixes de águas
frias e profundas como o salmão, arenque, atum e sardinhas3.
Frutos oleaginosos – As castanhas, amêndoas, avelãs, pistácios, nozes, talvez por seu alto teor de
gordura, não são freqüentes na dieta ocidental. Diversos estudos16,17 vêm indicando que seu consumo
freqüente está associado a risco reduzido de doenças coronarianas. Ainda que 73 a 95% de suas calorias sejam
provenientes dos lipídios, eles são pobres em gorduras saturadas, sendo 60% das calorias compostas por
ácidos graxos monoinsaturados, o que auxilia a redução do colesterol total e da LDL-c, sem, no entanto,
reduzir a HDL-c18. Sabaté et al.19 mostraram num estudo clínico que a adição de uma quantidade moderada
de nozes, numa dieta com teor reduzido de gordura e manutenção das calorias, poderia modificar
favoravelmente o perfil lipídico de homens saudáveis. No entanto, Kris-Etherton et al.20 observaram que a
redução de colesterol sérico promovida pelas dietas-teste que incluíram castanhas era maior do que a prevista
pelas equações, sugerindo com isso que, possivelmente, existem compostos não lipídicos possivelmente
benéficos no controle do colesterol.
Fitosteróis – Desempenham nos vegetais funções análogas ao colesterol nos tecidos animais4.
Acredita-se que competem com o colesterol no momento da absorção intestinal, reduzindo, portanto, a
concentração plasmática deste21. O beta-sitosterol é o principal fitosterol encontrado nos alimentos; é
extraído dos óleos vegetais e sua esterificação melhorou sua solubilidade, possibilitando que fosse adicionado
aos alimentos. A saturação do beta-sitosterol forma o sitostanol-éster e acredita-se que ambos reduzam a
colesterolemia. Uma dieta balanceada com quantidades adequadas de vegetais fornece 200 a 400mg de
fitosteróis, mas a ingestão de 3 a 4g/dia destes promove a redução da LDL-c ao redor de 10% a 15% em média,
ainda que não influencie as concentrações séricas de HDL-c e de triglicerídeos4.
Sal – A influência do cloreto de sódio (NaCl) na pressão arterial aumenta com a idade, e, no caso de
indivíduos normotensos, com o histórico familiar de HAS23. Embora presente naturalmente em diversos
alimentos, em quantidades que atendem às recomendações humanas, a maior parte do sódio da dieta é
proveniente dos compostos sódicos adicionados no processamento dos alimentos ou, em menor escala, do sal
de mesa25. Além do excesso de sódio, a carência de certos minerais como potássio, cálcio e possivelmente
magnésio vem sendo associada a níveis mais altos de PA, o que reforça a necessidade de dietas que
contenham quantidades adequadas de frutas, vegetais e laticínios desnatados ou com baixo teor de
gordura26. Apesar de não terem sido especificadas, a American Heart Association recomenda que os
indivíduos não consumam mais que 2.400mg de sódio por dia, que equivaleria a 6g ou a 1 ½ colher de chá de
sal de mesa. No entanto, deve-se levar em consideração o alto teor de sódio adicionado aos alimentos
industrializados, assim como aos diversos medicamentos8.
Álcool – O consumo moderado de álcool vem-se mostrando benéfico na redução de risco para doenças
cardíacas e, segundo Pearson27, no estudo de Framingham, indivíduos com ingestão moderada (um a dois
drinks diários) tinham menor taxa de mortalidade do que abstêmios e do que os que bebiam maior
quantidade27.
Antioxidantes – A lesão oxidativa dos lipídios nas paredes dos vasos sanguíneos parece ser um fator
decisivo no desenvolvimento da aterosclerose37, já que a oxidação da LDL-c a transforma numa partícula
reativa potencialmente letal para as artérias25. Populações com dietas ricas em substâncias antioxidantes
apresentam baixa incidência de aterosclerose coronária25, já que os antioxidantes aumentam a resistência da
LDL-c à oxidação e vêm sendo associados com a redução de risco para coronariopatias5. Acredita-se que os
antioxidantes são os principais responsáveis pelos efeitos benéficos do consumo diário das frutas e
verduras25,37. Os principais antioxidantes são a vitamina E, pigmentos carotenóides, a vitamina C, flavonóides
e outros compostos fenólicos37.
Soja e outros grãos integrais – A substituição das proteínas animais pelas vegetais vem sendo
correlacionada com redução no risco de coronariopatias, implicando diminuição natural no consumo de
gorduras saturadas. Dentre as proteínas vegetais, a da soja vem sendo a mais estudada3 e alguns resultados
apontam seu efeito redutor do colesterol, especialmente em indivíduos hipercolesterolêmicos52. Na proteína
de soja, as isoflavonas são as substâncias que vêm atraindo maior atenção dos cientistas, por seus efeitos
benéficos nos lipídios séricos53, assim como por seus efeitos estrogênicos54. Acredita-se, ainda, que o efeito
redutor dos lipídios séricos já citado talvez esteja relacionado a essa ação estrogênica, visto que estudos com
animais indicaram que, na remoção dos estrogênios da proteína de soja, a redução de lipídios séricos era
minimizada3.
Ácido fólico e homocisteína – Inúmeros pesquisadores já evidenciaram a implicação das concentrações
aumentadas de homocisteína no sangue dos indivíduos com as DCV5,14,57, mas os mecanismos patogênicos
dessa associação ainda não foram definidos com total clareza14,58, ainda que vários estudos sugiram como
causa dessa associação os efeitos pró-coagulantes ou de lesão endotelial da hiperhomocisteinemia5,58.

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