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UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

Esta pequena obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, muito


pelo contrário, reconhecemos que o estudo da História Antiga é mais
amplo do que o exposto abaixo; todavia o nosso alvo são aqueles que
ainda não tiveram a oportunidade de se aprofundarem no assunto, mas
querem ter alguma base; e para os que já foram mais adiante uma
oportunidade para relembrar ou atualizar-se.

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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

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INDICE

I. INTRODUÇÃO . . . . . 04
II. O ORIENTE E A GRÉCIA ANTIGA.
ANTIGA . . 05
III. ROMA REPUBLICANA.. . . . 14
IV. HISTÓRIA MEDIEVAL: O PERÍODO BIZÂNCIO . 22
V. O SÉCULO DE JUSTINIANO . . . 24
VI. OS HEBREUS . . . . . 27
VII. CONFLITO ISRAEL – PALESTINA . . 33
VIII. ILUSTRAÇÃO E LIÇÕES DE VIDA . . 41
IX. BIBLIOGRAFIA . . . . 42
3 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

I. INTRODUÇÃO
Este estudo irá nos mostrar o início da história das
civilizações, quanto ao seu fundo místico e lendário, sem que
tenhamos a pretensão a uma única verdade histórica.
Vamos abordar a história do Oriente e da Grécia Antiga
com uma riqueza de detalhes, enfocando os povos sumerianos,
egípcios, Mesopotâmia, babilônia, entre outras civilizações.
Em seguida veremos Roma Republicana em sua origem
lendária, sua dominação imperial, bem como a sua República
Senatorial com seus princípios norteadores das práticas
institucionais, implantando os baluartes do direito romano.
A era Justiniana, tão importante no cenário mundial, tendo
seu objetivo de reconquistar o Ocidente e reconstruir o Império
Romano, esfacelado por um processo contínuo de degradação
político-administrativa, implantou também reformas marcantes
para o progresso cultural romano.
Mostraremos, ainda, a história de Abraão, cognominado "o
pai da fé", incluindo a sua chamada, peregrinação e a fé inabalável
em um Deus que aprendeu a amar através do conhecimento
transmitido por Noé a seus descendentes.
A chamada de Abraão deve ser vista cercada de inúmeras
circunstâncias, como: local em que vivia, saída de sua terra (trecho
percorrido) e sua odisséia.
Por último, uma visão rara e panorâmica do conflito Israel-
Palestina, demonstrando o fundo histórico religioso, bem como os
erros de Abraão que geraram um grande conflito que chega até
nossos dias no Oriente Médio. Vamos ver que Abraão também é
considerado o pai dos árabes, por esse motivo eles reclamam a
Terra Santa como herança de seu pai Abraão.
A seguir dividiremos este estudo em tópicos para melhor
compreensão:
4 JORGE LEIBE
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II. O ORIENTE E A GRÉCIA ANTIGA


HISTÓRIA ANTIGA

1. Os fatores de êxito no Egito e na Mesopotâmia


1.1 Localizados em regiões de planícies ou de vales, com
pluviosidade abundante para fornecer água e húmus
fertilizante.
1.2 Desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas agrícolas e de
controle da natureza, como repelir pântanos e desertos.
1.3 A coletivização do trabalho e submissão total a uma autoridade
– os guias, baseada em crenças religiosas.

2. O mistério destes êxitos


2.1 As civilizações egípcia e mesopotâmica surgem por volta de
3.200 a.C., separadamente, não sendo possível distinguir qual
delas precedeu a outra.

3. A vocação imperial do Oriente Próximo


3.1 O Egito e a Mesopotâmia possuíam uma esmagadora
superioridade sobre seus vizinhos baseada na produção agrícola
e seu estoque, pela organização interna coesa e pelo esforço
coletivo da população.
3.2 Todos esses fatores favoreceram essas civilizações no processo
de imperialismo regional (mundial), consequentemente seu
poderio bélico muito superior aos demais povos da época.
3.3 Essas civilizações são as mais desenvolvidas cientificamente e
politicamente.
3.4 Governos teocráticos e ditatoriais.

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4. A Civilização Egípcia.

A ORIGEM DO POVO EGÍPCIO

Por volta de 4.000 a.C., formaram-se as primeiras tribos


junto às margens do fértil Nilo, estas tribos formavam nomos,
cidades estados governadas por nomarcas.
Disputas entre estes nomos causaram guerras. Ao norte os
reis de Buto conquistaram os nomos vizinhos, fundando o chamado
reino do Baixo Egito, detentores da coroa vermelha. Ao sul, os reis
de Hiracômpolis, conquistaram os nomos vizinhos, fundando o
reino do Alto Egito, coroa branca.
Narmer, governante do Alto Egito, venceu o reino do Norte
(3200 a.C.), unificando as coras vermelha e branca. Narmer
tornou-se o primeiro faraó e fundou a primeira dinastia do Antigo
Egito.
O Egito unificado adotou a forma de governo teocrata, ou
seja, seu governante, o faraó, era aclamado como um deus.

4.1 Duração e permanência ideal da civilização egípcia


4.1.1 A civilização egípcia permaneceu viva por
aproximadamente três mil e quinhentos anos, tendo a sua
antiga religião desaparecido somente após a vitória do
cristianismo.
4.1.2 Não teve constantemente a mesma vitalidade, oscilando
entre o esplendor e a expansão das III e IV dinastias (época
das grandes pirâmides) e sua decadência, após o término da
XIX dinastia (Ramsés II).
4.1.3 Sua base religiosa levou-os a crer que os períodos de
decadência eram causados pela desobediência às regras
religiosas, impiedade ou ignorância, causando a punição
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por meio da privação das graças concedidas pelos deuses.


Tal crença criou um sentimento nostálgico, uma busca pelo
passado glorioso (Idade do Ouro).

4.2 Unidade e anarquia


4.2.1 O Nilo é o coração do Egito, a base para sua existência e o
único meio de comunicação com as terras ribeirinhas.
4.2.2 A unidade é necessária para o aproveitamento das cheias do
Nilo. Porém, a distância entre o Alto e o Baixo Egito
dificulta a concentração administrativa.
4.2.3 A ruptura da unidade impediu o aproveitamento racional
dos recursos da região, prejudicando a vida da população e
reduzindo os recursos exigidos pela prática da religião
tradicional.
4.3 Isolamento e originalidade
4.3.1 O Egito possuía fronteiras naturais que o protegia da cobiça
estrangeira: cataratas do Nilo, ao sul; desertos e altas
falésias pelo estreito corredor do vale; frente marítima
limitada, além de não existirem povos vizinhos aos seus
limites.
4.3.2 Isolamento geográfico.
4.3.3 Graças ao seu isolamento, sua cultura permanece original,
valorizando o apego às tradições nacionais.
4.3.4 Isolamento político: até o Império Romano teve dificuldade
para dominá-lo.

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5. A Civilização Mesopotâmica

MESOPOTÂMIA

5.1 Egito e Mesopotâmia – analogia do destino de suas


civilizações: são quase contemporâneas, tendo suas cronologias
muito semelhantes, como a perda da autonomia para os persas,
com um intervalo de quinze anos.

5.2 Egito e Mesopotâmia – civilizações diferentemente unas e


fechadas: ao contrário do Egito, a Mesopotâmia possui
fronteiras naturais menos hostis, permitindo sua ligação a
outras regiões; não há necessidade de unidade da população,
nem seus chefes são freados de seus ideais expansionistas.

5.3 A região é fracionada em vários Estados, aberta às influências


exteriores, infiltrações e invasões, permitindo sua diluição e
dispersão frente aos outros povos.

5.4 Unidade da civilização mesopotâmica – nasceu na região de


Sumer, na baixa Mesopotâmia. A influência sumeriana foi
fundamental na escrita e na religião, marcando-a
profundamente por milênios, mesmo após sua dominação por
outras etnias.

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6. Sumerianos

SUMÉRIOS

Originários da Ásia Central, os sumérios fixaram-se na


baixa mesopotâmia --3500a.C.--, localizada ao sul, próximo ao
Golfo Pérsico. Os sumérios são tidos como o povo mais antigo a
ocupar esta região. Estabeleceram-se a principio em aldeias,
dedicando-se a agricultura e a criação de gado e outros animais.

Os sumérios ao contrário dos outros povos da mesopotâmia,


não descendem em sua escrita aos povos Semitas. A origem deste
povo é remota e desconhecida, apesar das especulações e teorias.
Existe a probabilidade da linguagem ser anterior a da Torre de
Babel, quando os povos eram ainda unificados em sua linguagem.

Os sumérios não formavam exatamente uma civilização


unificada, pois dividiam-se, a exemplo dos gregos antigos, em
Cidades-Estados, não possuindo um poder central. Estas Cidades-
Estados lutavam entre si, o que causou seu enfraquecimento. Não
se sabe exatamente como ocorreu seu desaparecimento, porém se
crê que os Semitas aproveitando destas lutas internas tomou estas
cidades, o que reforça a crença em sua existência anterior a Torre
de Babel.

As Cidades-Estados Sumérias possuíam a mesma escrita,


arte, religião, técnicas agrícolas e de construção, que, por sua vez,
foram aproveitados pelos povos que os subjugaram.

As principais Cidades-Estados Sumérias foram Lagash,


Nippur, Umma e Ur (cidade natal de Abraão).

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7. Os Babilônicos

A CIDADE DE BABILÔNIA

Com o enfraquecimento das Cidades-Estados Sumérias


foram criadas condições para a ascenção do Império Babilônico ou
Acadiano.
Um povo semita, os Amoritas, instalaram-se na
Mesopotâmia e construiu a cidade de Babilônia (II milênio a.C.).

A Babilônia tornou-se importante no II milênio a.C. com o


imperador Hamurabi (1793-1750a.C.). Este imperador, famoso
pelas leis do código de Hamurabi, fez dela a capital de seu império.

Destruída pelos Hitítas (1595), a Babilônia foi governada


pelos soberanos Cassitas durante 4 séculos, tendo um papel
político bastante apagado. Os Cassitas aproveitaram a fragilidade
do Império Babilônico pós-invasão Hitita para conquistá-la.

No século XII a.C., reencontrou, com Nabucodonossor I


(1127-1105a.C.), um lugar preponderante. Seguiu-se um período
tumultuado, onde a predominância na Mesopotâmia passou da
Babilônia para a Assíria.

A ruína do Império Assírio (612a.C.) trouxe de volta para a


Babilônia seu prestígio com o Império Caldeu, destacando-se os
imperadores Nobopolassar (626-605a.C.) e seu filho
Nabucodonossor II (605-562a.C.), que tomou Jerusalém e levou
em cativeiro um grande número de seus habitantes (ver II Reis 25 e
Daniel 1). Nabucodossor II derrotou os egípcios em Kakemish
(605a.C.) e em Hamat (Hama) reunindo a Síria ao reino da
Babilônia. Bloqueou Tiro durante 13 anos (585-572a.C.).
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Restabeleceu o sistema de irrigação, restaurou os templos da


Babilônia e protegeu sua capital com linhas de muralhas e um
muro entre os rios Tigre e Eufrates ao Norte da cidade de
Babilônia. Foi sucedido pelo filho Baltazar (Belsazar).

É bom lembra que a Babilônia foi um dos impérios mais


fascinantes entre aqueles que dominaram o mundo. Os famosos
jardins suspensos da Babilônia foram imortalizados pelos
historiadores e admiradores do império babilônico.

Mas seu vasto domínio tornou-se estéril e seu poder


desapareceu quando o Império foi conquistado por Ciro (539a.C.).
A Babilônia, daí por diante, seguiu o destino dos impérios aos
quais foi submetida (Aquemenidas, Alexandre Magno, Selêucidas
e Partas) para mergulhar pouco a pouco na obscuridade.

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Convites para Pregação e Estudos: (021) 2290-0147 ou 3902-0592.

Outras Obras do Autor:


Doutrinas, Costumes e Tradições – 1998/RJ.
Teologia do Casamento - 1997/RJ.
Teologia da Oração - 1996/RJ.
Vencendo a Depressão - 1995/RJ.
Cura Interior – Sarando as Feridas – 2003/RJ.

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8. A Grécia

A GRÉCIA

Formação do povo Grego

Numa data remota, um povo provavelmente de orígem


ariana, chegou a ilha de Creta ao sul da Grécia, provavelmente
vindos da Ásia Menor (muitos historiadores acreditam seriam
refugiados egípcios). Fundaram Cnossos, que viria a se tornar sua
capital, onde os minos (denominação de seus reis) viriam a morar
juntamente com sua poderosa classe nobre. Formaram o primeiro
grande império marítimo conhecido.

Os Cretenses viviam mas planícies mais férteis da região,


onde cultivavam vinhas, cereais e oliveiras. Hábeis artesãos,
trabalhavam com cerâmicas e metais. Construíram navios e
grandes palácios. Exerceram grande influência por todo Egeu.

Aqueus, pastores de orígem indo-européia, chegaram a


Grécia Central por volta de 2000 a.C. em busca de melhores
pastagens. Ali se estabeleceram tornando-se sedentários, vivendo
do pastoreio e da agricultura. Formaram pequenos centros urbanos,
cujo mais importante foi Micenas.

Por volta de 1400 a.C., os Aqueus, dominaram por


completo seus vizinhos cretenses, tomaram Cnossos assimilando
seu povo e cultura.

Junto com os Jônios, Eólios e Dórios, povos que chegaram


a região em períodos desconhecidos, formaram a base do povo
Grego.
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A Grécia até hoje é admirada pelo berço da cultura mundial


que foi e que continua a ser. É dentro da cultura ocidental que os
gregos tiveram maior influência, a partir da difusão proporcionada
pelo Império Romano, que conquistou a Grécia, porém não sua
cultura. Esta se sobrepujou a romana e manteve-se viva ao longo
dos séculos, perdurando-se até os dias atuais.

A Grécia e a Filosofia são irmãs gêmeas. É quase


impossível pensar na Grécia e não pensar em filosofia. A filosofia
grega é ponto de partida para a compreensão de vários temas
modernos, uma vez que o teórico já foi abordado, quase sempre,
por um filósofo grego.

 AYMARD, André e AUBOYER, Jeannine – O Oriente e a


Grécia Antiga: vol. I, Civilizações Imperiais do Oriente (Col.
“História Geral das Civilizações”). 6ª ed., Rio de Janeiro – São
Paulo: DIFEL, 1977.

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HISTÓRIA ANTIGA

III. ROMA REPUBLICANA

ORÍGEM LENDÁRIA DE ROMA

A lenda de Enéias e o surgimento do povo Latino


Enéias, herói troiano, segundo a lenda filho do mortal
Anquises e da deusa grega Afrodite, ou Vênus seu nome latino.
Após a queda de Tróia, Enéias reuniu seus sobreviventes e
fugiu em uma jornada de muitas adversidades, até que por fim
chegaram ao rio Tigre. Latino, rei dos habitantes desta região, os
recebeu cordialmente. Alguns anos antes Latino recebera uma
profecia que dizia que sua filha, Lavínia, seria desposada por um
estrangeiro, que viria de muito longe, este daria a Latino
descendência e elevaria seu nome como nome de uma nação.
Lavínia, porém, era noiva de Turno, rei dos rútulos, que ao
saber da chegada de Enéias, prontamente lhe prestou combate.
Enéias e os troianos, receberam apoio dos súditos de Latino,
venceram em batalha os Rútulos. Enéias matou Turno, casou-se
com Lavínia e sucedeu ao rei Latino, morto em combate, e
conforme a profecia governou o povo que veio a se chamar Latino.
Quem não conhece a história de Helena de Tróia? Em 2004,
foi lançado no Brasil um filme épico chamado “Helena de Tróia”,
que conta um pouco da história desse tempo de forma romantica,
porém que assistir poderá ter uma idéia de como era a vida, os
conflitos e a fé das pessoas (religiosidade).

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A lenda de Rômulo e Remo, a fundação de Roma


Segunda a lenda, Rômulo e Remo, irmãos gêmeos eram
filhos do deus grego Ares, ou Marte seu nome latino, e da mortal
Réia Sílvia filha de Numitor, rei de Alba Longa.
Amúlio, irmão do rei Numitor, deu um golpe de estado,
apoderou-se da coroa e fez de Numitor seu prisioneiro. Réia Sílvia
foi confinada à castidade, para que Numitor não viesse a ter
descendência.
Entretanto Marte desposou Réia que deu a luz aos gêmeos
Rômulo e Remo. Amúlio, rei usurpador, ao saber do nascimento
das crianças as jogou no rio Tigre. A correnteza jogou à margem os
irmãos que foram encontrados por uma loba, que teria amamentado
e cuidado dos dois até que estes foram achados pelo pastor
Fáustulo, que junto com sua esposa os criou como filhos.
Quando adulto Remo se indispôs com pastores vizinhos,
estes o tomaram e levaram a presença do rei Amúlio que o
encarcerou. Fáustulo revelou a Rômulo as circunstâncias de seu
nascimento, este foi ao palácio e libertou ao irmão, matou Amúlio
e libertou seu avô Numitor. Numitor recompensou os netos dando-
lhes direito de fundar uma cidade junto ao rio Tigre.
Os dois consultaram os presságios e seguiram até a região
destinada a construção da cidade. Remo dirigiu-se ao Aventino e
viu seis abutres sobrevoando o monte. Rômulo indo ao Palatino,
avistou doze aves, fez então um sulco por volta da colina,
demarcando o Pomerium, recinto sagrado da nova cidade. Remo,
enciumado por não ser o escolhido, escarneceu do irmão e, num

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salto, atravessou o sulco sendo morto por Rômulo, que o enterrou


no Aventino.
Rômulo, após a fundação da cidade, preocupou-se em
povoá-la. Criou o Capitólio um refugio para todos os banidos
(vem trazendo em direito internacional o que é conceituado como
asilo político), devedores e assassinos da redondeza. A notícia da
nova cidade se espalhou e os primeiros habitantes foram chegando,
principalmente Latinos e Sabinos. Rômulo, após longa batalha com
os Sabinos, firmou acordo com Tito Tácio, seu rei e com este
reinou sob uma só nação na grande cidade de Roma.
Atribui-se também a Rômulo a instituição do Senado e das
Cúrias.

Obs.: Quando uma pessoa, vivendo ou não em seu país, se sente


perseguida, coagida, impedida de exercer seus direitos
políticos e seu direito de ir e vir, em função de suas
convicções políticas, religiosas e sócio-econônicas, essa
pessoa pode então de acordo com as leis internacionais
pedir asilo político em outro país.

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A REPÚBLICA SENATORIAL

1. Princípios norteadores das práticas institucionais


 Base da mentalidade sócio-política dos romanos: respeito à
tradição e costumes dos ancestrais e na ação.
 História da República Romana concentrada no aspecto interno
(sociedade camponesa) e externo (expansão militar).
 S.P.Q.R. (Senatus Populusque Romanus) : a soberania era a
ação conjunta das Assembléia (povo – poder legislativo,
teoricamente), dos Magistrados (judiciário) e do Senado
(executivo), não havendo separação entre os poderes, com
mecanismos que impediam o abuso de autoridade por qualquer
um deles.
 O povo não participava diretamente do governo, pois era
preciso possuir dignitas (dignidade – prestígio político) e
auctoritas (autoridade – baseada na conduta moral, militar e
ação pública), “qualidades” da aristocracia romana.
 Novi nomines (homens novos) : membros de grandes famílias
e indivíduos que se destacaram socialmente, com acesso ao
Senado, exploradores da agricultura ou pecuária.
 O povo romano constituía-se do conjunto de cidadãos divididos
em grupos em função das necessidades do Estado, levantadas
através do censo, sendo divididos em recrutáveis (adsidui) , os
que tinham recursos suficientes e qualificação moral e cívica
para participar das legiões (cavaleiros e infantes), e não-
recrutáveis, sem recursos próprios, sendo convocados em
último caso.
 O exército republicano apresentava o caráter cívico.

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2. Os entraves à participação política do povo romano


 A participação política do povo romano foi restringida pelo
controle do Senado e pelas Assembléias romanas.
 Assembléia Curiata: tratava de assuntos religiosos,
testamentos e adoção, formada por trinta cúrias
 Assembléia Centuriata : era composta pelos militares,
tendo os votos contados por centúrias, iniciando a
contagem pelas mais ricas
 Assembléia Tributa ou Conselho dos Plebeus : formada
pelos cidadãos agrupados segundo o local de residência;
tinha por objetivo proteger o povo contra as ações de
senadores e magistrados, sem lograr êxito.
 Distância; ausência de debate; impedimento de propor
candidatos aos cargos públicos, leis ou sugestões; inexistência
de datas fixas para as reuniões; imposição da vontade da
aristocracia eram alguns entraves à participação popular.
 Políbio de Queronéia, historiador grego, considerou o sistema
de governo romano como ideal por ser a combinação dos três
poderes soberanos; na prática, o Senado exercia enorme
controle sobre a vida pública e a política.

3. O domínio do mar Mediterrâneo


 Ao transformar, através das conquistas militares, a Liga Latina
numa federação de cidades sob sua hegemonia, Roma deixou
de ser uma república continental e agrícola para tornar-se dona
do Mediterrâneo Ocidental, engajando-se na economia
helenística.
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 A vitória sobre os samnitas fortaleceu o domínio romano em


toda Itália Central, alargou sua área de influência na costa
adriática, para proteger seus comerciantes da ação de piratas
ilírios (229), e abriu caminho para a Magna Grécia.
 As Guerras Púnicas marcaram a expansão romana no
Mediterrâneo, sendo que conquistaram o território da atual
Espanha na Segunda Guerra Púnica.
 A conquista era determinada pela necessidade de adquirir terras
para os cidadãos pobres, principalmente sob o tribunato de C.
Flamínio (232).

4. Natureza do império do povo romano


 Defesa nacional, obtenção de terras, manutenção de pontos
comerciais e estratégicos importantes, interesses da aristocracia
pelos recursos provinciais; mecanismos ideológicos
(patriotismo e necessidade de glória militar, fundamentais para
conseguir dignidade e autoridade), além de conquistar e unir os
territórios.

5. Formas de organização das regiões conquistadas


 Roma organizou dois sistemas distintos para organizar as áreas
conquistadas : anexação e federação.

 Anexação:
 Ager romanus – parte do território anexado que formava
as 35 tribos, e seus habitantes eram cidadãos romanos com
plenos direitos.

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 Município - cidades preservadas por Roma no território


anexado, autônomas com suas próprias leis, costumes,
magistrados e Assembléias; seus habitantes possuem
cidadania incompleta (civitas sine suffragio – sem direito
político), devendo pagar impostos e ser recrutado para as
legiões.

 Federação:
 As cidades federadas eram ligadas a Roma por tratados de
aliança, revogáveis de acordo com a vontade romana.
 Colônias: poderiam ser militares ou agrícolas; possuíam
autonomia interna total, mas forneciam homens para os
corpos auxiliares; no século II foram usadas para afastar os
proletários de Roma.
 Províncias: territórios anexados sem autonomia,
governados por um representante de Roma (procônsul ou
propretor); eram de três tipos:
 Federados: eram ligados a Roma por tratados de
aliança;
 Imunes: cidades preservadas por Roma no território
anexado, autônomas com suas próprias leis, costumes;
e
 estipendiárias – sendo esta última totalmente
submetida à autoridade do governador, devendo pagar
a totalidade dos impostos direitos e permanentes.
 As finanças públicas ficavam sob a responsabilidade
dos magistrados, mas o Senado tinha o total controle.

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 Até meados do II século o direito internacional e a


diplomacia romana fundamentavam-se em um princípio de
fundo religioso e moral, semelhante à clientela.
 Roma achava-se predestinada a formar o império
universal. Daí não admitir outro reino que pudesse ameaçá-
lo, eliminando através de guerras preventivas, além de crer
que todos os povos, independentes e amigos de Roma,
estavam em tal situação graças à vontade do povo romano.
 A Roma republicana conseguiu realizar a transformação
da Cidade-Estado clássica (pólis) numa cidade universal
(cosmópolis).
 Roma conservou, dos impérios que a precederam, apenas
as regiões gregas e helenizadas, pois não conseguiu
apoderar-se de todo o antigo Oriente Próximo.

 MENDES, Norma M. – Roma Republicana. São Paulo: Ed.


Ática, 1988, pág. 30-50

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História Medieval

IV. PERÍODO BIZÂNCIO

De Constantino a Justiniano – A luta contra os hereges e contra os


bárbaros (337 – 518).
Este período foi muito turbulento, tendo em vista o
aparecimento de muitas heresias em função do crescimento
desordenado do Cristianismo e as invasões bárbaras que abalaram
o Ocidente.

- CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Defender o cristianismo contra as heresias
 Combater as invasões bárbaras ao Oriente

- CARACTERÍSTICAS DOMINANTES DESTE


PERÍODO
 Agravamento da oposição entre Ocidente e Oriente pelos
seguintes motivos:
 Desenvolvimento prodigioso de Constantinopla: segurança,
criação de uma universidade – capital intelectual do Império.
 Desenvolvimento heterogêneo do cristianismo: no Ocidente,
Igreja e Estado são independentes; no Oriente, torna-se religião
de Estado.
 Invasões bárbaras: o Oriente resistiu, por ser mais hábil e
forte, enquanto que o Ocidente foi dominado.

22 JORGE LEIBE
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 O enfraquecimento político do Ocidente foi outro fator


determinante para sofrer essa dominação.
- DEFESA DO CRISTIANISMO CONTRA AS
HERESIAS
 O cristianismo teve sua força moral e social aumentada com o
desenvolvimento do monarquismo (séculos IV e V);
 Constâncio limitou a atividade religiosa dos pagãos; Juliano
aplicou a liberdade de culto para cristãos e pagãos; Teodósio I
proclama a não tolerância religiosa, proibindo o culto pagão,
tornando o cristianismo a religião do Estado, obrigatória, cujos
dogmas são fixados pelo imperador, imposto a seus súditos
(césaro-papismo);
 Concílios, heresias e interesses políticos: doutrina nestoriana
(natureza humana e divina de Cristo eram distintas, sendo a
humana a mais importante); monofisista (não há distinção –
Concílio de Éfeso, em 449); Concílio da Calcedônia (451)
cassou a monofisia; definiu Cristo como único em duas
naturezas. Os debates teológicos possuíam fundo político,
como a disputa entre a primazia no Oriente, o reconhecimento
da autoridade do papa e as lutas pelas independência.
 Cisma de 482 : Zenão proclama um edito de união que resultou
na divisão da Igreja até 518.

- COMBATE ÀS INVASÕES BÁRBARAS AO


ORIENTE
 Inicialmente, invasão pacífica, objetivando participar dos
benefícios e riquezas do império; medida de povoamento;
 Os movimentos étnicos que agitavam as massas bárbaras foram
utilizados como força de ataque por chefes ambiciosos;

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 Relacionamento instável entre Roma e as comunidades


bárbaras, ora aliados, ora em guerra; a paz é negociada com
pesados tributos, concessão de títulos aos chefes bárbaros e o
avanço destes para o Ocidente (Alarico e os visigodos; Átila e
os hunos; Teodorico e os ostrogodos)

V. O SÉCULO DE JUSTINIANO

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Objetivos de Justiniano :
1. Reconquistar o Ocidente e reconstruir o Império Romano;
2. Impor a todos uma ortodoxia e decidir sobre os dogmas e a
organização da Igreja.

2. POLÍTICA EXTERNA
 Conquistas no Ocidente: não consegue atingir as antigas
fronteiras (faltavam: ¾ da Espanha, Gália e a parte superior da
Itália); os territórios reconquistados estavam arrasados
economicamente e as forças militares que os ocupavam eram
insuficientes;
 Ameaças no Oriente : enfraquecido, não consegue expulsar os
invasores, sendo obrigado a pagar tributos pesados e não fazer
propaganda cristã (Pérsia); cobriu todo o império com
fortificações, para exigir menos de seu exército (pouco
numeroso, não homogêneo, indisciplinado) ; por fim, distribuía
títulos ou comandos aos chefes bárbaros, além de subsídios e
tributos.
24 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

3. OBRA INTERNA
 A obra legislativa: corpus juris civilis
- Código Justiniano (constituições imperiais até 534)
- Novelas (constituições publicadas por Justiniano após 534)
- Digesto ou pandectas (jurisprudência romana)
- Institutos (manual para estudantes)
- Direito Justiniano continua a ser a base do direito civil
moderno.

 A reforma administrativa:
 Descontentamento geral (revolta de Nika): implantação de
medidas moralizadoras do funcionalismo; tentativa de conter os
abusos dos grandes proprietários de terras;
 O fracasso: as guerras e as grandes obras causaram a demanda
por mais ouro, massacrando ainda mais os contribuintes.

 A política religiosa:
 Tolerância: Justiniano consegue unir as igrejas de Roma e de
Constantinopla, até o momento em que permitiu a tolerância
aos monofisistas, apoiados por sua esposa Teodora.

 A vida econômica:
 Ascensão do monaquismo (monges), através do acúmulo de
bens e de terras, mediante doação, conquistando seu espaço na
política e na corte;

25 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

 Grande quantidade de obras, paralisadas com a miséria


financeira do império; neste período o Império se acha falido
no campo econômico, social e político.
 Ficando fragilizado para deter as invasões bárbaras.
(Precisamos entender que o fator econômico não foi o único
motivo para o ruína do Império e sim a administração
equivocada por parte de alguns Imperadores que literalmente
sucatearam Roma.
 Tentou livrar-se da intermediação comercial da Pérsia,
buscando rotas alternativas, sem sucesso;
 Nas artes, destacam-se os mosaicos das igrejas de S. Vicente e
de Santo Apolinário; a basílica de Santa Sofia (Grande Igreja).

4. OS SUCESSORES DE JUSTINIANO
- (Justino II [565-578];
- Tibério [578-582];
- Maurício [582-602]; e
- Focas [602-610])
 Abandono da política ocidental, criando o exarcado para cuidar
do que sobrou da Itália (Ravena) e na África (Cartago);
 Retorno da guerra com a Pérsia e das invasões bárbaras
(eslavos):
 Crise financeira comprometendo a administração interna;
 Nova oposição entre Roma e Constantinopla.

BIBLIOGRAFIA:
26 JORGE LEIBE
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 LEMERLE, Paul. História de Bizâncio, Ed. Martins Fontes,


pág. 27-58.

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VI. OS HEBREUS - ISRAEL


O povo Hebreu, também conhecido por judeus ou israelitas,
é o povo da antigüidade que possui o maior e mais fiel número de
registros históricos, sendo a Bíblia Sagrada sua fonte de
informações mais precisa, e auxiliadora no encontro de vários
achados arqueológicos. O princípio deste povo esta em Sem, pai
dos povos Semitas. Conforme a Bíblia, Sem teve por filhos: Elam,
orígem dos elamitas, Assur, orígem dos assírios, Arfaxade, orígem
dos caldeus, Lude e Arã. Arfaxade gerou a Heber, orígem da
nomenclatura "hebreu" e também seu fundador, da descendência
de Heber veio Tera, pai de Abraão, que nasceu na cidade de Ur dos
caldeus.
Inicialmente os hebreus viviam na Mesopotâmia. Abraão,
porém, recebeu um chamado de Deus e partiu com sua esposa,
Sara e seus servos, Ló, sobrinho de Abraão encorporou-se a sua
tribo.
Abraão chegou a região da Palestina, terra de ocupação
cananéia, por volta de 2000 a.C., nesta região viveram como semi-
nômades. Esta região, porém, foi assolada por grande fome.
Abraão, rico e próspero pastor, tomou sua tribo e retirou-se para o
Egito, onde permaneceram por um breve período. Ao sair do Egito,
Ló e Abraão separaram-se. Ló instalou-se na região de pastagens
do rio Jordão, mais tarde fixou-se na região de Sodoma. Abraão
27 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

mudou-se para Canaã, nesta ocasião recebeu uma revelação de


Deus: "Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o
sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda essa terra que vês,
eu tá darei, a ti e à tua descendência, para sempre." (Gênesis 13.14-
15)
Abraão mudou-se para a região de Hebrom, onde levantou
um altar a Deus.
Quedorlaomer, rei do Elam, formou acordo com Anrafael
(nome que identifica Hamurabi), rei de Sinear (região que
posteriormente veio a ser conhecida como Babilônia), Arioque, rei
de Elasar e Tibal, rei de Goim, e subjugou os cananeus por doze
anos. Quedorlaomer conquistou os Refains, os Zuzins e os Emins.
Derrotou também os Amalequitas e os Amorreus.
Os reis Bera de Sodoma, Birsa de Gomorra, Sinabe de
Admá, Semeber de Zeboim e o rei de Zoar, colocaram-se contra
Quedorlaomer e seu aliados. O rei do Elam os venceu na batalha
do vale de Sidim, os reis vencidos fugiram para as montanhas, os
vencedores tomaram em cativeiros os povos vencidos e levaram as
riquezas destes, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado juntamente em
cativeiro.
Abraão, já muito próspero, comandou 318 guerreiros de sua
tribo, venceu Quedorlaomer e resgatou os despojos de guerra e os
cativos, incluindo seu sobrinho Ló.
Abraão não possuía descendente, Sara , estéril, deu a
Abraão sua escrava egípcia, Agar, para que com esta Abraão viesse
a ter descendentes. Deste ajuntamento nasceu Ismael.
Abraão, já com idade bastante avançada, gera com sua
esposa Sara, conforme promessa de Deus, um filho ao qual chama
de Isaac. Isaac casa-se com Rebeca, sobrinha de Sara, e tem dois
filhos, os gêmeos Esaú e Jacó, este último tem mudado seu nome

28 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

para Israel, nome ao qual seus descendentes até o dia de hoje são
conhecidos.

A Chamada de Abraão
Vamos dividir este estudo em dois tópicos para melhor
compreensão do assunto: a História e a Chamada

1 - A HISTÓRIA

A chamada de Abraão deve ser vista cercada de inúmeras


circunstâncias, como: local em que vivia, saída de sua terra (trecho
percorrido) e sua odisséia.

1.1 - Local de seu nascimento

Ur dos caldeus (fogo, luz e estabelecimento), também


chamada Uri ou Uru, ou Mugher ou Ungemiru ou Mugayyar.
Distava de Harã 965 km, e a 1.000 km de Siquém. Esta cidade fora
porto do mar, no Golfo Pérsico, na foz do Rio Eufrates, há 19 km
de Eridu, local tradicional do Jardim do Éden. Era uma cidade
antediluviana e depois foi reconstruída.
a) A cidade antes de Abraão
Era a mais magnificente do mundo de então, centro
manufatureiro, fazendeiro e exportador, numa região de fertilidade
e riqueza fabulosas, donde partiam caravanas em todas as direções
para terras distantes, e embarcações de suas docas, que desciam
pelo Golfo Pérsico carregadas de cobre e duras pedras.
No tempo de Abraão, o Golfo Pérsico havia recuado e o
Eufrates mudara seu curso, correndo 16 km para o leste. Ur foi
29 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

eclipsada pela cidade de Babilônia e manteve sua importância até


ao período pérsico (700/600 AC), sendo abandonada, sepultada na
areia das tempestades do deserto.

b) O nascimento
Abraão nasceu em 1920 AC. Sua cidade Natal tinha 2.000
anos de civilização. Seu tempo foi de grande atividade literária:
escolas, dicionários, enciclopédias, etc.

1.2 - Idolatria no tempo de Abraão

Não era Abraão idólatra, mas viveu rodeado de idolatria.


Muitas famílias guardaram as tradições dos antigos e as lições do
dilúvio. Existiam capelas familiares. Na cidade tinha o "Ziggurat",
torre-templo para adoração do deus-lua. Terá era idólatra,
fabricante de ídolos (Js 24.2). Ver Gn 3.19 (Raquel furtou).
Chamá (era o deus-sol), Sin (deus-lua), Ningal (deusa-lua),
mulher de Sin. Também não podemos descrer que sua confiança
estava em Jeová. Abraão poderia ter recebido de Sem a narrativa
do dilúvio, feita por Noé, e a narrativa de Adão e do Jardim do
Éden feita por Matusalém. Adão viveu 930 anos e conviveu com
Matusalém 243 anos, e Noé conviveu com Matusalém 600 anos.

1.3 - Abraão e sua Família

Abraão é a nona geração depois de Sem. Seu nome = AB


(pai) + RAM (grande) = Abram (pai grande). Em português ficou
Abrão. O Senhor Deus lhe fez uma promessa e disse: não te
chamarás mais Pai Grande, mas Pai de Grande Nação. Então ficou:
AB (pai) + RAM (grande) + AM (povo) = Abram + am. Em
português ficou Abraão. A família era influente na cidade.

30 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

2 - A CHAMADA

2.1 - Abraão e a saída de Ur dos Caldeus - Gn 11.31,32; At 7.2-4

Aqui tem início a obra da redenção que fora insinuada no


Jardim do Éden (Gn 3.15).
Caps 1 a 11 de Gn - Deus se relaciona com a humanidade
em geral sem fazer distinção das raças (fracasso do homem). Até
aqui a "semente da mulher" é conservada, através de homens
apropriados; e também o conhecimento de Deus é mantido.
Caps 12 a 50 de Gn - Deus muda seus métodos. Chama um
homem para fundar a raça escolhida mediante a qual ele realizaria
a restauração da humanidade. São 39 capítulos dedicados à família
escolhida.
Abraão é pai espiritual de todos os crentes (Rm 4.16; Gl
3.7). Somente ele se chama "amigo de Deus" (2 Cr 20.7; Is 41.8;
Tg 2.23)

a) Havia dito Deus (At 7.2)

Estevão fala sobre o Deus da Glória à multidão dos


circunstantes, ouvintes, espectadores. Fazia ele referência ao
caráter essencial de Deus em contraste com os chamados "deuses
de Ur", os quais não possuem vida, poder e majestade reais. Pode
ser também uma referência à glória divina, externa e visível, que
assinalava a presença de Deus aos homens:
 Ex 25.22 - aparecia a Moisés;
 Ex 40.34 - a glória do Senhor encheu o tabernáculo;
 Lv 9.6 - a glória do Senhor vos aparecerá;
 Ex 33.9 - descia a coluna de nuvem;

31 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

 Ex 33.18 - me mostres a tua glória;


 Dt 4.11,12; Ex 34.5 - o Senhor desceu... e se pôs ali junto a ele.

b) Sai de tua terra e dentre a tua parentela (At 7.3; Gn 12.1)


Deus se manifestou a Abraão em meio da idolatria
universal, chamando-o para uma vida de fé e de separação.
Muitos pensam, que foram duas chamadas, mas não. Foi
uma só, com a admoestação posterior de continuar a viagem.
Se pudéssemos pensar por Moisés e ter presente o seu
propósito ao escrever este livro (Gn), facilmente poderíamos
resolver o problema.
Gn 12.1 deveria estar em Gn 11.27, mas Moisés está
escrevendo a genealogia da família eleita e para não interromper a
seqüência do pensamento, depois de ter mencionado todos os
ancestrais de Terá, dá a seguir sua genealogia, visto ser ele o pai do
personagem com quem começou a realizar-se o plano divino.
Depois que Moisés dá a linhagem de Terá, dá a sua saída
sem mencionar os motivos (v. 31), até que a morte pôs ponto final
na vida do homem cuja genealogia ele descreve (v. 32). Feito isto,
Moisés como que retrocede e diz que Terá saiu, ainda que o nome
não é mencionado em conexão com a chamada divina, mas é claro
que não mencionando Terá, menciona Abraão por cuja causa Terá
saiu de Ur. Noutras palavras, pode-se dizer que Moisés contou a
saída e a viagem para depois dar os motivos.
Em Gn 12.4 diz: "Assim...". O advérbio "assim" pode
referir-se tanto à continuação da viagem em Harã como à saída de
Babilônia. (ver Gn 11.2 e 15.7)
Gn 12.4 poderia ser assim parafraseado: "de modo que
depois de ter estado por algum tempo em Harã por causa da idade
de Terá, ou por causa da doença que o vitimou ou porque as
32 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

condições fossem tentadoras, Abraão continuou a viagem encetada


em Ur, tomando consigo seu sobrinho Ló, deixando o resto da
família que o não quis acompanhar."
Abraão participou ao pai essa chamada e Terá assumiu a
liderança da viagem. Alguns teólogos conjecturam que foi uma
mudança de negócios ou a morte do filho mais velho (Arã).
A chamada foi feita em Ur e é descrita em At 7.2,3 e a
resposta dada em Hb 11.8.

VII. CONFLITO ISRAEL - PALESTINA

1. Abraão e a orígem do conflito


Abraão é chamado de pai de todos os que crêem. Mas
apenas através de Isaque, de Jacó e de seus descendentes é que
Deus prometeu cumprir a Sua intenção de estabelecer o Reino de
Deus na terra e oferecer salvação à humanidade. A seguir, veremos
como os erros de Abraão geraram um grande conflito que chega
até nossos dias no Oriente Médio. Abraão também é considerado o
pai dos árabes.
O século XX será conhecido como o mais turbulento da
história humana. Durante seus primeiros 45 anos, houve duas
guerras mundiais que dizimaram milhões e milhões de pessoas.
Esse foi o século em que o comunismo começou a florescer na
Rússia e se espalhou pelo mundo. Contudo, vimos também o
colapso interno do comunismo, vividamente demonstrado na queda
do Muro de Berlim.
Foi no século XX que vimos também a ascensão de um
espírito sinistro que enganou o povo através da tentativa de
solucionar o chamado problema mundial judaico. O mesmo
33 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

espírito foi responsável pelo surgimento da estrutura de poder anti-


semita mais temida que o mundo já conheceu. Mais de 6 milhões
de judeus pereceram nas mãos do assassino regime nazista alemão,
sob a liderança de Adolf Hitler.

2. O Regresso dos Judeus


No século XX também experimentamos algo absolutamente
singular: o retorno dos judeus à terra de seus pais. Ao final do
século XIX, os primeiros colonizadores judeus começaram a
chegar à terra de Israel. Eles se uniram com aqueles que já estavam
ali e começaram a cultivar as partes do território chamado de
Palestina. Seu objetivo era restaurar a terra, trazê-la de volta à vida
e produzir comida para o povo que ainda haveria de chegar.
Naqueles primeiros dias, a terra parecia sem qualquer
esperança. Mas os judeus persistiram, e o fruto do seu trabalho foi
a fundação do Estado de Israel no dia 14 de maio de 1948. Desde
aquela época, o foco das atenções transferiu-se dramaticamente do
novo mundo, os Estados Unidos, para o velho mundo, o Oriente
Médio, como sendo o centro do futuro.
Paralelamente ao desenvolvimento do moderno sionismo,
com seu alvo de fazer os judeus voltarem à terra de Sião, surgiu
também a fenomenal explosão da importância das nações árabes.
De repente e sem que se pudesse esperar, o mundo industrializado
viu-se à mercê do mundo árabe que controlava as vastas reservas
de petróleo. Enquanto centenas de livros são escritos acerca do
34 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

conflito do Oriente Médio e um volume de documentos quase


inesgotável está à nossa disposição, queremos salientar que o
conflito todo não é simplesmente algo político, religioso, militar ou
econômico, mas, na realidade, é um conflito familiar. Assim como
dois filhos de uma família brigam por um brinquedo, judeus e
árabes continuam a brigar pela herança: a terra de Israel.

3. Abraão: o Início de Israel e dos Árabes


Abraão é o homem com quem esse conflito árabe/judeu
começou. Ele foi uma pessoa singular porque recebeu uma
promessa muito especial de Deus, o Criador.
No capítulo 11 de Gênesis lemos a respeito da tentativa
malograda de conseguir uma unidade mundial através da Torre de
Babel, que supostamente deveria atingir os céus. Em Gênesis 12
lemos, então: "Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da
tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o
nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as
famílias da terra" (vv. 1-3).
Não se trata de uma bênção pronunciada por um sacerdote,
um profeta ou algum grande dignitário. Esta bênção foi confirmada
pela promessa quádrupla dada a Abraão por ninguém menos do
que o próprio Criador do céu e da terra, o Deus eterno que sempre
foi, que é e que sempre será!
Esse homem, Abraão, foi instruído por Deus a deixar tudo
para trás e fazer uma jornada à Terra Santa. Ele teve de deixar seu
país, sua parentela, até mesmo a casa de seu pai, e viajar para um
lugar que lhe era desconhecido. E esse homem confiou no Deus
vivo que lhe havia falado e partiu.
Uma das características singulares de Abraão foi que ele
obedeceu naquilo que foi instruído a fazer. Ele creu em Deus e
imediatamente agiu. Por esse motivo, lemos no Novo Testamento:
35 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

"...para vir [Abraão] a ser o pai de todos os que crêem..."


(Romanos 4.11).
Abraão era um admirável e fiel servo do Senhor. Ele creu
em Deus mais do que em qualquer outra coisa. Todavia, em
algumas ocasiões, Abraão permitiu que a sua carne corresse em
paralelo à sua vida de fé.
Por isso o conflito que vemos hoje no Oriente Médio pode
ser remontado às origens desse grande patriarca do povo de Israel e
dos árabes.

4. Abraão e os Árabes
A paciência de Sarai, esposa de Abraão, esgotou-se
primeiro: "Disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem
impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me
edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de
Sarai" (Gênesis 16.2).
Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de
fraqueza. Ele se esqueceu de Deus e logicamente chegou ao ponto
onde também deve ter pensado: "Nós temos de fazer alguma
coisa!"
Pode bem ser que ele tenha concordado com Sarai, julgado
ser essa a solução do Senhor, e deste modo seguido o conselho de
sua esposa.
"Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia
concebido, foi sua senhora por ela desprezada" (v. 4).
Obviamente, esse não era o caminho que Deus planejara
para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente
começaram os problemas. Sarai, a legítima esposa, passou a ser
desprezada aos olhos de sua serva Hagar, que deu a Abraão um
filho, o seu primogênito, chamado Ismael.
Se Abraão e Sara reconheceram que aquilo que fizeram
estava errado, não há evidência disso nas Escrituras.
36 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

Treze anos mais tarde, entretanto, Deus falou a Abrão,


agora com 99 anos de idade, repetindo novamente a promessa que
Ele lhe fizera anos atrás.
Mas então Deus mudou o nome de Abrão para Abraão.
Abrão significa "pai das alturas" ou "pai exaltado", e Abraão
significa "pai de multidão".

5. A Oração de Abraão pelos Árabes


Depois de receber outras instruções, Abraão aparentemente
começou a pensar que Deus estava confirmando Ismael como Sua
semente escolhida. Ele orou: "...Tomara que viva Ismael diante de
ti!" (Gênesis 17.18).
Mas Deus rapidamente o corrigiu: "De fato, Sara, tua
mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei
com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua
descendência" (v. 19).
Apesar disso, Deus afirmou muito especificamente que
havia ouvido as orações de Abraão a favor de Ismael: "Quanto a
Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei
extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande
nação" (v. 20). Mas o Senhor enfatizou que Ismael não era o
portador da aliança, mas sim Isaque: "A minha aliança, porém,
estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo
tempo, daqui a um ano" (v. 21).

6. Bênçãos para Ismael


A escolha de Isaque, entretanto, não diminuiu a tremenda
bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero,
multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas
"extraordinariamente". Ele seria pai de 12 príncipes e não se
tornaria apenas uma nação, mas "uma grande nação".

37 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

O cumprimento dessa profecia encontra-se em Gênesis 25.


Lemos na genealogia de Ismael que dele realmente descenderam
12 príncipes.
Ismael, portanto, não deve ser menosprezado ou rejeitado,
pois Deus deu a ele e a seus descendentes grandiosas bênçãos e as
promessas que acabamos de citar.
Entretanto, os descendentes de Ismael tornaram-se inimigos
ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (veja Salmo 83). E
permanecem assim até o dia de hoje.

7. Outros Descendentes de Abraão


Sara, a amada esposa de Abraão, deu à luz ao filho da
promessa com 90 anos de idade e acabou morrendo aos 127 anos.
Após Abraão ter enviado o seu servo para procurar uma esposa
para Isaque, o que, incidentalmente, fornece-nos um quadro
profético da Noiva de Cristo, achou obviamente que o seu
chamado estava completado, que o seu ministério estava concluído.
Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz:
"Desposou Abraão outra mulher; chamava-se
Quetura. Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã,
Isbaque e Suá. Jocsã gerou a Seba e a Dedã; os filhos de
Dedã foram: Assurim, Letusim e Leumim. Os filhos de
Midiã foram: Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda. Todos estes
foram filhos de Quetura. Abraão deu tudo o que possuía a
Isaque. Porém, aos filhos das concubinas que tinha, deu ele
presentes e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque,
enviando-os para a terra oriental" (vv. 1-6).
Abraão, já em idade avançada, criou outra família!

38 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

Pesquisando sobre a genealogia dessa família, descobrimos


que os filhos de Abraão com Quetura também se tornaram
inimigos ferrenhos de Israel. Portanto, vemos claramente que os
árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente
pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.
Nesse contexto, é extremamente interessante observar o que
mostrou uma pesquisa recente:
Estudo de DNA comprova que judeus e árabes são parentes
próximos, como diz a Bíblia
(...) Com uma nova técnica baseada no estudo da
descendência masculina, biólogos concluíram que as várias
populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das
outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta
significa que todos são originários de uma mesma comunidade
ancestral, que viveu no Oriente Médio há 4000 anos. Em termos
genéticos significa parentesco bem próximo, maior que o existente
entre os judeus e a maioria das outras populações. Quatro milênios
representam apenas 200 gerações, tempo muito curto para
mudanças genéticas significativas. Impressiona como o resultado
da pesquisa é coerente com a versão expressa da Bíblia de que os
árabes e judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca
Abraão.
(...) Os pesquisadores perceberam também que,
apesar da longa diáspora, as populações judaicas
mantiveram intacta a identidade biológica (...)
O resultado não apenas está de acordo com a tradição
bíblica como refuta as teses de que as comunidades judaicas atuais

39 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

consistem principalmente de descendentes de convertidos de outras


crenças... (Revista Veja, 17/5/2000, p. 86, ênfase acrescentada).

8. Unidade Final
O conflito familiar no Oriente Médio não pode ser
resolvido por diplomatas, nem pelos Estados Unidos, nem pela
Europa e nem pelas Nações Unidas.
Apenas o próprio Senhor, o Príncipe da Paz, haverá de
consegui-lo, pois Ele pagou o preço pela paz. Ele sozinho é capaz
de promover a reconciliação; não a que é elaborada por hábeis
políticos, num pedaço de papel, mas Ele ordenará a paz com base
em Suas palavras: "...Está consumado!" Essas palavras estão
seladas com Seu sangue eternamente eficaz. O verdadeiro preço
pela paz já foi pago por completo!
Quando Israel finalmente O enxergar como Aquele a quem
eles traspassaram e reconhecerem a Ele, o Salvador do mundo, o
Messias de Israel, isto não mais ficará em segredo, mas também
atingirá todas as nações ao redor de Israel. Deus, então, fará
cumprir todas as promessas que deu a todos os filhos de Abraão.
O profeta Isaías previu o poder unificador do Senhor há
mais de 2.700 anos:
"Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria,
os assírios irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os
40 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

egípcios adorarão com os assírios. Naquele dia, Israel será


o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no
meio da terra; porque o SENHOR dos Exércitos os
abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a
Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança"
(Isaías 19.23-25).
- Fonte: Arno Froese.
VIII. ILUSTRAÇÕES E LIÇÕES DE VIDA

Sempre se lembre daqueles que te


serviram.
Numa época em que um sorvete custava muito menos
do que hoje, um menino de 10 anos entrou num coffee shop de
um hotel e sentou a uma mesa.
Uma garçonete colocou um copo de água na frente
dele. "Quanto custa um sundae?" ele perguntou. "50 centavos" -
respondeu a garçonete. O menino puxou as moedas do bolso e
começou a contá-las. "Bem, quanto custa o sorvete simples?"
ele perguntou. A essa altura, mais pessoas estavam esperando
por uma mesa e a garçonete perdendo a paciência. "35
centavos" - respondeu ela, de maneira brusca. O menino, mais
uma vez, contou as moedas e disse: "eu vou querer, então, o
sorvete simples". A garçonete trouxe o sorvete simples, a
conta, colocou na mesa e saiu. O menino acabou o sorvete,
pagou no caixa a conta e saiu.
Quando a garçonete voltou, ela começou a chorar a
medida que ia limpando a mesa pois ali, do lado do prato, tinham
duas moedas de 5 centavos e cinco moedas de 1 centavo - ou

41 JORGE LEIBE
UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

seja, veja bem, o menino não pode pedir o sundae porque ele
queria que sobrasse a gorjeta da garçonete.

(Autor desconhecido)

“ORA AO REI DOS SÉCULOS, IMORTAL, INVISÍVEL, AO ÚNICO


DEUS SEJA A HONRA E GLÓRIA PARA SEMPRE AMÉM”
( I Tm 1.17)

IX. BIBLIOGRAFIA
1. PEREIRA, Jorge Leibe de Souza. Introdução à Bibliologia –
IBVEC, RJ, 1997.
2. AYMARD, André e AUBOYER, Jeannine – O Oriente e a
Grécia Antiga: vol. I, Civilizações Imperiais do Oriente (Col.
“História Geral das Civilizações”). 6ª ed., Rio de Janeiro –
São Paulo: DIFEL, 1977.
3. PETTRY, W. Ernest. Ministrando a Palavra de Deus – ICI,
RJ, 1989.
4. NIDA, E. A., Costumes e Culturas, Sociedade Religiosa – Ed.
Vida Nova, SP, 1985.
5. MENDES, Norma M. – Roma Republicana. São Paulo: Ed.
Ática, 1988, pág. 30-50
6. OLSON, N. Lawrence – Plano Divino Através dos Séculos.
7. LEMERLE, Paul. História de Bizâncio, Ed. Martins Fontes,
pág. 27-58.

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UNIVERSAL CURSOS INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ANTIGA

Outras Obras do Autor:


Doutrinas, Costumes e Tradições – 1998/RJ.
Teologia do Casamento - 1997/RJ.
Cerimonial e Liturgias – 1998/RJ.
Mini-Dicionário Contextualizado - 1999/RJ.
Teologia da Oração - 1996/RJ.
Vencendo a Depressão - 1995/RJ.
Cura Interior – Sarando as Feridas – 2003/RJ.

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