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CONTRATOS
EXTREMA – MG
2009
FAEX
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE
EXTREMA
CONTRATOS
EXTREMA – MG
2009
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................4
CONTINUADA OU IFERIDA.......................................................................................................................................8
MUDANÇA CIRCUNSTANCIAL...............................................................................................................................26
CONTRATOS.........................................................................................................................................................................31
3 CONCLUSÃO........................................................................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................................40
ANEXOS
1. INTRODUÇÃO
Portanto, somente com a análise de cada caso particular, diante dos vários
que se apresentam, atualmente, é que o magistrado poderá decidir pela aplicação ou não da
teoria da onerosidade excessiva.
Posto isto, o art. 478, na sua parte inicial, limitou a aplicação da teoria da
imprevisão, aos contratos de execução continuada ou diferida. É certo, no entanto, que a
aplicação não se mostra tão simples como aparenta ser, ao contrário, há uma
complexidade maior.
Por
conseguinte, mais polêmica ainda é a questão dos contratos
aleatórios. De forma breve, pode-se conceituá-la como o contrato em que “há a assunção de
um risco (álea) por uma ou ambas as partes, pois a prestação pecuniária é incerta,
inexistindo a equivalência das prestações entre as partes. Umas delas poderá, destarte, vir a
.
ter vantagem sobre a outra, por fatores não imputáveis a quaisquer delas”
Aleatórios, por natureza, são convenções em que uma das partes tem sua
prestação determinada no momento da celebração e a contraprestação da outra parte
condicionada a evento que, embora identificado na vinculação, é incerto quanto à efetiva
ocorrência e ao quando ela se dará, com riscos implícitos de ganho ou perda para os
contratantes.
Por exemplo, tratando-se de fato originário pode-se constatar a hipótese de erro (arts.
138 a144), lesão (art. 157 e parágrafos), estado de necessidade (art. 156), ou abuso de
direito (art.187), sendo cada um desses institutos tratados por regras próprias.
Não obstante, ficou nítida que a intenção do Legislador Civil foi optar,
unicamente, pela resolução do contrato, ou seja, pelo seu desfazimento com base na idéia
de que, se o contrato é celebrado de acordo com a vontade das partes, evidentemente, que
qualquer modificação ou revisão no seu conteúdo deve ser feito levando-se em
consideração também essa autonomia de vontade, de modo que não existindo esta, não
se pode impor ao credor a permanência do contrato.
3 CONCLUSÃO
Isso não significa, contudo, que tal modelo era injusto por impor o
cumprimento da obrigação contratual, ao contrário, foi, deveras, necessário à economia e à
sociedade dos séculos XVIII e XIX, caracterizada, principalmente, pela estabilidade e pelo
liberalismo econômico (capitalismo em sua era inicial).
A teoria da imprevisão, por sua vez, exprimiu que, nos contratos a prazo,
ou seja, naqueles em que há um lapso temporal entre o momento de celebração do contrato
e o de sua execução, sobrevindo um acontecimento imprevisível e extraordinário, que
provoque o desequilíbrio da equação econômico-financeira e jurídico-contratual, pode a
parte prejudicada requerer, judicial ou extrajudicialmente, o reequilíbrio das prestações
contratuais, através da revisão, ou o desfazimento do negócio, através da resolução.
Por fim, o que se deve ressaltar é que o conflito aparente existente entre
os princípios da força obrigatória dos contratos e da flexibilização dos contratos, deveras,
não possui razão de existir, ao contrário, podem, perfeitamente, conviver em
complementação um ao outro, cada um dentro de seu espaço de aplicabilidade. Quer isto
dizer que a formação do contrato continua a ser regida pelos princípios da autonomia da
vontade e da força obrigatória dos contratos, contudo, sobrevindo acontecimentos que
provoque alteração das prestações contratuais das partes, passa-se a incidir, como regra
legal, a possibilidade de revisão e/ou resolução do contrato.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. 14. ed. São
Paulo: Saraiva, 2001.
TARTUCE, Flávio. A revisão do contrato pelo novo Código Civil. Crítica e proposta
de alteração do art. 317 da Lei 10.406/02. In: DELGADO, Mario Luiz; ALVES, Jones
Figueirêdo (Coords.). Questões controvertidas no novo Código Civil. São Paulo:
Editora Método, 2003, p. 125-148.