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Hipóteses:
1.ineficácia absoluta do meio (Delito impossível por ineficácia absoluta do meio) – o
meio empregado ou instrumento utilizado jamais levariam a prática de uma conduta
criminosa. Exemplo: água com açúcar para matar alguém, falsificação grosseira de nota.
OBS: a ineficácia relativa leva a tentativa. Exemplo: água com açúcar para diabéticos.
OBS: A relativa impropriedade do objeto leva a tentativa. Exemplo: Ladrão tenta enfiar a
mão no bolso direito de alguém para furtar, mas o dinheiro está no bolso esquerdo.
OBS2: O código penal adotou a teoria temperada para crime impossível, que é aquela que
somente haverá crime impossível se as causas forem absolutas.
OBS3: O crime putativo por obra de agente provocador. Nesta situação, alguém, vítima
ou terceiro, provoca o sujeito a cometer um crime, mas ao mesmo tempo toma providências
para que este não seja consumado. Este tipo também é bastante conhecido pelo nome de
“flagrante preparado”, pois, como o nome já sugere, é o caso clássico de preparação de
flagrante por parte de agente (detetive, policial, etc.)
Para solucionar esse aparente conflito temos que estudar quatro princípios. Vejamos:
OBS: Ante facto impunível – ocorre quando o agente para realizar uma conduta
posterior em regra mais grave realiza uma primeira conduta como meio necessário e
frequente para realização do crime mais grave. Exemplo: Porte ilegal de arma para
prática do homicídio.
OBS2: Post facto impunível – ocorre quando um ato posterior menos grave é
praticado contra o mesmo bem jurídico, mas sem causar nova ofensa. Exemplo:
Furto de um celular e posterior destruição.
3.3 Crime Complexo – é aquele que o tipo penal protege mais de um bem jurídico.
Exemplo: Latrocínio (vida e patrimônio). Extorsão mediante sequestro (liberdade e
patrimônio).
4 Princípio da Alternatividade – é o que ocorre nos denominados crimes mistos
alternativos, de conteúdo variado que são aqueles em que a realização de mais de uma
conduta, no mesmo contexto fático, configura crime único. Exemplo: Induzimento ao
suicídio.
Art. 18, CP
Diz-se o crime:
Crime doloso
Tipo Doloso
Espécies de dolo
B.2 Dolo eventual – ocorre quando o agente prevê o resultado e assume o risco em
produzi-lo
“Diz-se crime:
Crime culposo
II - Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Agravação pelo resultado.”
1. A conduta
2. A inobservância do dever de cuidado objetivo
3. O resultado lesivo involuntário;
4. A previsibilidade;
5. A tipicidade.
OBS1: A culpa não está descrita nem especificada, mas apenas prevista genericamente no
tipo penal. Isso se deve a absoluta impossibilidade de o legislador antever todas as formas
culposas. Assim pode se dizer que os crimes culposos têm um tipo aberto, uma vez que a
conduta não é descrita em lei, mas sim o seu resultado.
A culpa se manifesta pela inobservância de um dever objetivo de cuidado que se traduz em:
A. Imprudência: é um fazer, um agir, é uma prática de uma atividade perigosa.
B. Negligência: é um não fazer, um não agir, é a ausência de precaução.
C. Imperícia: é a falta de aptidão para exercício de arte, ofício ou profissão. Pressupõe
a uma qualidade ou habilitação legal.
Espécies de Culpa
Espécies de Dolo
Direto é quando o agente quer, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo penal.
Nesta espécie, o agente pratica sua conduta dirigido à produção do resultado pretendido
inicialmente.
Exemplo: Eu quero matar minha sogra, saco minha arma, disparo contra ela que morre.
Minha conduta, foi direta, dirigida a causar a morte da minha sogra.
O Dolo Direto pode ser classificado em Dolo Direto de Primeiro Grau e Dolo Direto de
Segundo Grau
De acordo com o Cezar Roberto Bittencourt (Criminalista e Prof. de DP) “o dolo direto em
relação ao fim proposto e aos meios escolhidos é classificado como de primeiro grau, e em
relação aos efeitos colaterais, representado como necessários, é classificado como de
segundo grau”.
Exemplo1: Eu quero matar minha cunhada, adquiro uma arma, meio tido como necessário
e suficiente para obter sucesso no meu plano criminoso. Espero por ela na garagem do
prédio no horário que ela costuma chegar do trabalho, efetuo disparo, causando sua morte.
Meu dolo é direto, dirigido a produzir o resultado morte, previsto no Art. 121, CP “Matar
alguém:” Além disso pode ser entendido como primeiro grau, não havia possibilidade de
ocorrência de qualquer efeito colateral ou concomitante.
Exemplo2: Eu quero matar minha sogra e minha cunhada. Elas compraram um pacote para
a Disney. Sei o dia e a hora que vão viajar, sei o voo e a cia aérea. Eu coloco uma bomba
no avião a fim de que ele exploda e elas morram. O dolo referente a minha sogra e cunhada
é considerado de primeiro grau pois minha conduta tinha como finalidade a morte delas.
Com relação as demais pessoas, eu nem conhecia e nem mesmo sabia o número exato de
passageiros. Mas o meio utilizado por mim teria como resultado a morte de todos como
certa. Havia certeza com relação aos efeitos concomitantes, faz com que o dolo seja tido
como direto. Contudo, será classificado como de segundo grau, pois a primeira finalidade
não era causar a morte de todos os passageiros. A morte foi querida por mim e foi
consequência necessária do meio que escolhi.
Dolo Indireto Eventual: Quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a
infração penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado
que por ele já havia sido previsto e aceito. Muñoz Conde, autor espanhol, ainda neste
sentido tem o seguinte entendimento: “No dolo eventual, o sujeito representa o resultado
como de produção provável e, embora não queira produzi-lo, continua agindo e admitindo a
sua eventual produção. O sujeito não quer o resultado, mas conta com ele, admite sua
produção, assume o risco etc.”
Fala-se de dolo geral, quando o autor acredita haver consumado o delito quando na
realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior, com a qual buscava
encobrir o fato.
Exemplo: Após deferir golpes de facas na minha sogra, acreditando que ela está morta,
jogo seu corpo num rio para me “desfazer” do corpo, só que na verdade ela veio a falecer
com o afogamento.
Existe uma discussão que entende que o agente deveria responder apenas pela tentativa,
mas rejeitando esta conclusão, o autor alemão Welzel, se posiciona no sentido que o
agente atuava com dolo geral, que acompanhava sua ação em todos os instantes, até a
efetivação do resultado desejado desde o início. Desta forma, se o agente atuou com dolo
de matar ao efetuar os golpes na vítima, deverá responder por homicídio doloso, mesmo
que o resultado morte venha de outro modo.
Exemplo1: No Art. 121, CP “Matar alguém:”, não há, segundo adeptos desta distinção,
indicação alguma da finalidade do agente, razão pela qual, se identificava ali o Dolo
Genérico.
Exemplo2: No Art. 159, CP “Sequestrar pessoa, para obter para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:”, na sua redação encontramos
expressões que indicam a finalidade da conduta, logo, existia um dolo específico.
Contudo, adotada a Teoria Finalista da ação, podemos dizer que todo tipo penal há uma
finalidade que difere um do outro, embora não seja tão evidente, trazendo expressões delas
indicativas. Na referida teoria, a ação é o exercício de uma atividade final, ou seja, toda
conduta é finalisticamente dirigida à produção de um resultado qualquer, não importando se
a intenção do agente é mais ou menos evidenciada no tipo penal.
Exemplo: Convidei minha sogra para caçar na Floresta Amazônica. Em um certo momento
ela se perde de mim. Ambas estamos armadas. Chamo por ela que não responde, meus
gritos fazem com que os animais comecem a se movimentar, começo a ouvir um animal
correndo, me escondo atrás de uma árvore e aponto a arma para a direção do barulho, de
repente vejo uma sombra atrás de uma outra árvore, com medo disparo e na verdade era
minha sogra que também ouvia o animal e estava escondida em silêncio com medo do
animal vir na nossa direção.
A minha vontade não era dirigida a matar minha sogra e sim me defender de um suposto
animal que pudesse me atacar. Não existia consciência de que estava atingindo minha
sogra. Desta forma, a consequência natural do erro de tipo é de, sempre, afastar o dolo do
agente, permitindo, contudo, a sua punição pela prática de um crime culposo, se houver
previsão legal, conforme determina o caput do Art. 20 do CP. “O erro, sobre elemento
constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo,
se previsto em lei”.