Você está na página 1de 33

NOVO URBANISMO

TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA V

ALUNAS: AMANDA OLIVEIRA E ROBERTA COLBEK


AS TEORIAS DO NOVO URBANISMO

O novo urbanismo surgiu em 1990 nos EUA, com o objetivo de buscar


inovação e desenvolvimento;

Se caracteriza pela cidade inteligente, sendo um ambiente projetado para as


pessoas;

O QUE SERIA UMA CIDADE INTELIGENTE?

A cidade inteligente tem sempre a informação e a tecnologia como sua aliada,


e através dessas ferramentas facilita o cotidiano do cidadão, com espaços para
ciclistas, transporte público, acessibilidade, dentre outros inúmeros exemplos
que trazem funcionalidade para todos os sistemas de uma sociedade,
resultando sempre no aumento da qualidade de vida;
AS TEORIAS DO NOVO URBANISMO
AS TEORIAS DO NOVO URBANISMO
A CARTA DO NOVO URBANISMO

A carta surgiu em 1996, após o I Congresso do Novo


Urbanismo, com a mesma, tornou-se possível uma melhor
compreensão sobre o movimento e seus objetivos, e
através desse entendimento, buscar possibilidades e
soluções para as cidades;

No início da carta ocorre a descrição dos inúmeros


desafios que o novo movimento enfrentaria, como a
degradação ambiental;

São 27 princípios que norteiam o novo urbanismo;


PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

A região: metropóle, cidade grande e média, cidade pequena.

Princípio 01

A região metropolitana é uma unidade econômica fundamental no mundo contemporâneo.


Cooperação do governo, política pública, planejamento físico, e estratégias econômicas devem
refletir esta nova realidade.

Princípio 02

Regiões metropolitanas são lugares finitos, limitados por divisas geográficas derivadas da
topografia, nascentes (watersheds), faixas costeiras, fazendas, parques regionais, e bacias de
rios. A metrópole é feita de múltiplos centros que são as cidades grandes, pequenas e vilas, com
seu centro bem identificado e seus limites.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 03

A metrópole tem uma necessária e frágil relação com a área rural e a paisagem natural. A relação
é ambiental, econômica, e cultural. As terras agrícolas e a natureza estão para a metrópole assim
como o jardim esta para a casa.

Princípio 04

Os padrões (patterns) de desenvolvimento não devem tornar imprecisos os limites da região


metropolitana. O desenvolvimento localizado dentro de áreas existentes conserva os recursos
ambientais, investimentos econômicos e a trama social, na medida em que façam uso de áreas
marginais ou abandonadas. As regiões metropolitanas poderão estabelecer estratégias para
encorajar este tipo de desenvolvimento nas expansões periféricas.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 05

Quando apropriado, a ocupação nova contígua aos limites urbanos, poderá ser organizada como
vizinhanças e distritos (bairros), e ficar integrada com o tecido urbano existente. O crescimento
não contíguo poderá ser organizado através de pequenas cidades (towns) e vilas com seu
próprio perímetro urbano, e e planejado para ter um equilíbrio entre residências e empregos e
não ser apenas um subúrbio de dormir.

Princípio 06

O desenvolvimento e re-desenvolvimento das pequenas e grandes cidades deve respeitar o


legado histórico (padrões históricos), precedentes e limites (da urbanização).
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 07

As cidades (cities) grandes e as médias (towns) devem oferecer um uma larga oferta de serviços
públicos e privados como apoio a economia regional, que beneficie pessoas de todas as faixas
de renda. Habitação de interesse social deve ser distribuída na região para se mesclar com as
oportunidades de emprego e e evitar a concentração da pobreza.

Princípio 08

A organização física da região deve se basear na infra-estrutura de alternativas para o sistema de


transportes. Transportes coletivos, pedestres e bicicletas poderiam melhorar o acesso e a
mobilidade na região com a redução da dependência do automóvel.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 09

Impostos e demais recursos podem ser divididos mais equitativamente entre os governos locais
para evitar uma competição negativa no lançamento de impostos e promover a coordenação
racional do sistema de transportes, recreação, serviços públicos, habitação, e instituições
comunitárias.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Bairro, setor, e corredor.

Princípio 10

O bairro, o setor urbano (1) e o corredor são os elementos essenciais para o desenvolvimento
ou o re-desenvolvimento da metrópole. Eles formam áreas identificadas que encorajam as
pessoas a ter responsabilidade sobre sua manutenção e sua transformação.

Princípio 11

Os bairros devem ser compactos, acolhedores para estar ou caminhar das pessoas, e ter uso do
solo do tipo misto. Os setores em geral dão ênfase a um tipo de uso principal, mas devem seguir
os princípios de projeto dos bairros sempre que possível. Os corredores são os conectores
regionais dos bairros e dos setores; eles variam desde as vias do tipo “boulevard” e linhas
férreas, até os cursos de água e estradas-parque.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 12

Muitas atividades do cotidiano podem acontecer a uma distancia possível de se percorrer à pé,
possibilitando independência àqueles que não dirigem veículos, especialmente o idoso e o
jovem. Uma rede interligada de vias pode ser projetada para encorajar o caminhar, reduzir o
número e a distancia das viagens de automóvel, e conservar energia.

Princípio 13

Nos bairros, uma grande variedade de tipos de moradia e preços, pode facilitar a interação no
dia a dia de pessoas de diversas idades, raças, e níveis de renda, reforçando os vínculos pessoais
e cívicos, essenciais para o crescimento de uma autêntica comunidade.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 14

Corredores de transito quando bem planejados e coordenados, ajudam a organizar a estrutura


metropolitana e revitalizam os centros urbanos. Por sua vez, os corredores das vias expressas
não devem desalojar os investimentos dos centros existentes.

Princípio 15

Densidades adequadas de edificações e do uso do solo podem estar a uma distancia possível de
ser percorrida a pé desde os pontos de parada do sistema de transportes, permitindo que o
transporte público seja uma alternativa para o uso do automóvel
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 16

A concentração de atividades de interesse público, institucionais, e comerciais, devem ocorrer nos


bairros e nos distritos, e não em um conjunto específico isolado e mono-funcional. As escolas
devem ser dimensionadas e implantadas de modo que as crianças possam chegar a elas a pé ou de
bicicleta.

Princípio 17

A vitalidade econômica e a evolução harmoniosa de um bairro, distrito ou corredor pode ser


melhorado através de esquemas gráficos de desenho urbano que definam diretrizes para as
transformações.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 18

Uma diversidade de parques, desde as áreas para crianças e os pequenos espaços verdes das vilas
residenciais até os campos de jogos e os jardins comunitários, podem ser distribuídos nos bairros.
Áreas de preservação e áreas abertas podem ser usadas para definir e conectar diferentes bairros
e distritos.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO
Quadra, rua e edifício.
Princípio 19

A primeira tarefa de toda a arquitetura urbana e do paisagismo é a definição física das ruas e
dos espaços públicos como lugares de uso comum.

Princípio 20

Projetos de edificações isoladas podem ser perfeitamente ligados a seus vizinhos. Esta questão
transcende as razões de estilo.

Princípio 21

A revitalização de espaços urbanos depende de segurança (safety) e de proteção (security). O


desenho das ruas e dos edifícios pode reforçar lugares seguros, mas não em prejuízo da
acessibilidade e sentido de abertura.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO

Princípio 22

Na metrópole contemporânea o desenvolvimento deve acomodar os automóveis de forma


adequada. Isto deve ser feito de modo a respeitar os pedestres e a forma do espaço público.

Princípio 23

Ruas e praças podem ser seguras, confortáveis, e interessantes para o pedestre. Bem
configuradas elas encorajam o passeio, permitem os moradores se conhecerem e com isto
protegerem sua comunidade.

Princípio 24

O projeto de arquitetura e paisagismo deve desenvolver-se considerando o clima, a topografia, a


história e a prática de construir.
PRINCÍPIOS DA CARTA DO NOVO URBANISMO
Princípio 25

Edifícios institucionais e lugares públicos de reunião requerem sítios significativos para reforçar sua
identidade e a cultura da democracia. Eles merecem formas distintas, porque seu papel é diferente
dos outros edifícios e lugares que constituem o tecido urbano da cidade.

Princípio 26

Todos os edifícios devem proporcionar a seu ocupante um claro senso de localização, clima, e
tempo. Processos naturais de calefação e ventilação podem ser mais eficientes como economia de
recursos que os sistemas mecânicos.

Princípio 27

A preservação e renovação de edifícios históricos, áreas urbanas significativas (distritos), e de


espaços verdes (landscapes) garantem a continuidade e evolução da sociedade urbana.

Fonte: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/262.
CASO MEDELLIN

Nos anos 1990, Medellín figurava nas primeiras posições dos índices de
cidades mais violentas do mundo. À época, os números elevados de
homicídios a colocavam no mesmo grupo de cidades em guerra civil. Eram
em média quase sete mil homicídios por ano em função de conflito armado,
com guerrilhas, grupos paramilitares e narcotráfico no país por cinquenta
anos;

Impulsionados pelo exemplo de Bogotá, que passou por processo de


requalificação urbana entre 1995 e 2005, gestores públicos, sociedade civil,
grupos empresariais e academia juntaram-se para formular um projeto de
cidade. O início do processo se deu na administração de Sergio Fajardo
Valderrama (2004-2007), e ao longo de quinze anos subsequentes a cidade
experimentou diversas políticas, planos e novos projetos utilizando o espaço
público como principal enfoque;
CASO MEDELLIN

Medellín vem construindo uma cidade resiliente, onde a redução de riscos deve
constar do projeto urbano e de estratégias visando ao desenvolvimento
sustentável, melhorando progressivamente o direito de seus habitantes à cidade.
As políticas públicas são pautadas pela função social e ecológica da propriedade;
englobando habitação de interesse social, meio ambiente, espaço público e
mobilidade;

Procuram articular as ações municipais adequando e promovendo espaços


públicos, equipamentos educativos e culturais, programas habitacionais de
melhoramento e construção de novas unidades estruturando-as a partir da
mobilidade e do meio ambiente – dimensão física – reduzindo seus impactos
nocivos;
CASO MEDELLIN

Em Medellín temas como integração, mobilidade, administração, redução da pobreza e


violência são trabalhados em um mesmo projeto espacial. O conceito de Projeto
Urbano Integral (PUI) leva em consideração ferramentas de desenvolvimento social,
físico e a coordenação interinstitucional para transformar os setores da cidade que
possuem maiores necessidades. É assim que o projeto do Metrocable estende a
setores menos favorecidos: não só proporciona acessibilidade a estes lugares, como
também as próprias estações se convertem em zonas intermodais que demandam
projetos de espaços culturais para os bairros em questão;

Sua população quadruplicou em um curto período, em um território conformado em


meio aos desdobramentos da cordilheira andina. Por conta dos conflitos armados que
seguem expulsando camponeses, a Colômbia é um dos países com maior número de
desalojamentos internos, e Medellín, uma das cidades que mais recebem famílias
vítimas desses conflitos;
CASO MEDELLIN

Conforme tais obras eram realizadas, os planejadores tomaram o cuidado de criar


bons espaços públicos nesses bairros, qualificar o sistema viário existente e
implantar equipamentos públicos que estivessem faltando, tais como escolas e
postos de saúde. Tiveram destaque as bibliotecas-parques, construções e espaços
feitos para abrigar atividades e serviços diversos, especialmente de educação,
cultura e convivência. A destacada qualidade arquitetônica das construções e a
recuperação dos espaços urbanos de seu entorno, assim como a criação de
excelentes parques, comunicam de forma clara a intenção de reverter as grandes
disparidades existentes entre os investimentos feitos até então nos bairros ricos e
nos bairros pobres;

CASO MEDELLIN

Sabemos que a produção de bairros segregados social e espacialmente faz com que
uma parcela considerável da população esteja distante não só de ter acesso a serviços
básicos vitais como de representar a cidade mais inovadora e inclusiva reconhecida
por mídias. Além de não chegar a todos, para que estas transformações fossem
construídas, muitas famílias foram desalojadas e símbolos socialmente construídos
foram demolidos, reafirmando o desejo de apagamento do passado. No entanto, algo
que parece ser de comum acordo e reconhecível é que houve uma decisão de política
pública de recuperar espaços físicos e cívicos que tinham sido perdidos. Neste sentido,
a arquitetura pública é compreendida como um elemento simbólico de possível
resgate de valorização cidadã, localizados em áreas estratégicas conectadas por
transporte público, atuando como centros de desenvolvimento social e cultural;
CASO MEDELLIN

METROCABLE ESCADAS ROLANTES

O metrocable faz parte da integração do Fazem uma conexão e maior interação entre
metrô e é usado diariamente como meio de periferias e o centro;
transporte para moradores de comunas
que ficam nas montanhas mais afastadas do
centro. Lá de cima você consegue ver a
cidade inteira;
CASO MEDELLIN

PARQUE BIBLIOTECA

Localizados nas áreas mais carentes da cidade, que constituem hoje novas
centralidades de transformação e desenvolvimento social e cultural;
CASO CURITIBA

A cidade inteligente é administrada por


pessoas que buscam resultados excelentes e
que evitam desperdícios de recursos, é o caso
de Curitiba, onde pode-se observar
nitidamente a qualidade de vida dos
moradores e o acelerado desenvolvimento
socioeconômico da cidade;

O QUE TORNA CURTITIBA UMA CIDADE INTELIGENTE?

Curitiba nem sempre foi uma cidade inteligente, ela tornou-se com o passar do tempo,
através de esforços de reestruturação, por exemplo, estudando a mobilidade urbana foi
possível concluir onde a maior parte da população vive e para onde se deslocam com
frequência, dessa forma, o planejamento das linhas de ônibus, metrô, rodovias, etc, fica
muito mais simples;

A cidade é repleta de áreas verdes e a vegetação é muito bem distribuída, sendo um dos
fatores que aumentam a qualidade de vida e longevidade dos moradores;

Gestores e empresas que estimulam os cuidados no tratamento do lixo, priorizando sempre


a utilização de materiais recicláveis, resultando assim em uma cidade mais sustentável
para todos;
O QUE TORNA CURTITIBA UMA CIDADE INTELIGENTE?
Curitiba utiliza a tecnologia para melhorar os processos de gestão e organização, pois
quanto maior for o número de necessidades atendidas, melhor será o funcionamento da
cidade;

A tecnologia tem auxiliado em inúmeros setores, por exemplo, na mobilidade pública,


distribuição de energia e no atendimento de saúde;

A busca constante por inovação, ou seja, por novas soluções, faz Curitiba se destacar, e
nesse setor, o Vale do Pinhão está sempre presente auxiliando em melhorias, como nos
novos sistemas de transporte, o Vale é um ecossistema de inovação, composto por
movimentos culturais e criativos, universidades, aceleradoras, startups, incubadoras, fundos
de investimento, prefeitura, centros de pesquisa & desenvolvimento, etc;
CASO CURITIBA

ESTAÇÃO TUBO

Embarque em nível;
Pagamento antecipado da tarifa;
Integração tarifária - ocorre nos tubos onde passam mais de um ônibus, o cidadão
desembarca de um e embarca no outro sem pagar a passagem novamente;
CASO CURITIBA

ÓPERA DE ARAME

Lagos;
Vegetação;
Cascata;
CASO CURITIBA

MOBILIDADE URBANA

Vias;
Calçadas;
Planejamento;
DEBATE

Com a análise das teorias do Novo


Urbanismo e depois de compreender
o mesmo, na sua opinião, a cidade
que você reside possui tais
características? Se sim, quais?
REFERÊNCIAS

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/262
https://www.archdaily.com.br/br/955574/o-que-e-o-novo-urbanismo
https://fgvprojetos.fgv.br/noticias/smart-cities-alem-da-tecnologia-planejamento-gerenciamento-e-
financiamento-para-cidades
https://www2.faac.unesp.br/lecotec/projetos/oicriativas/index.php/2017/08/15/cidades-inteligentes-
um-espaco-sustentavel/
https://richtergruppe.com.br/cidade-inteligente-o-que-podemos-aprender-com-curitiba/
https://www.assespropr.org.br/vale-do-pinhao/
https://saopaulosao.com.br/exemplos/1762-como-medell%C3%ADn-se-tornou-exemplo-mundial-de-
urbanismo.html
https://www.archdaily.com.br/br/01-122788/como-fazer-cidades-o-modelo-de-medellin
https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.166/5177
https://www.cnu.org/sites/default/files/cnucharter_portuguese.pdf

Você também pode gostar