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Trabalho de Investigação
Curso: Direito
Discentes
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................2
CONCLUSÃO.................................................................................................................................6
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................7
ii
INTRODUÇÃO
O presente trabalho vai abordar acerca dos Contratos equiparados ao contrato de trabalho, de
acordo com o plasmado no artigo 1152° do Código Civil, o Contrato de trabalho é aquele pelo
qual uma pessoa se obriga, mediante a retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou
manual a outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta.
1
DESENVOLVIMENTO
Entende-se por contrato de trabalho o acordo pelo qual uma pessoa, trabalhador, se obriga a
prestar a sua actividade a outra pessoa, empregador, sob a autoridade e direcção desta, mediante
remuneração1.
O empregador pode ter, fora dos seus quadros, trabalhadores em regime livre e de avença.
Trabalho em regime livre é a actividade ou tarefa que não preenche operíodo normal de
trabalho, mas é realizada dentro dele4.
Trabalho em regime de avença é a prestação de tarefas ou actividades que não integram
o normal processo produtivo ou de serviço, nem preencham o período normal de
trabalho5.
Assim, com o objectivo de proteger o trabalhador, o legislador moçambicano optou por sujeitar à
aplicação do regime do contrato de trabalho, os contratos de prestação de serviços que colocam o
prestador numa situação de subordinação económica perante o empregador, equiparando os dois
contratos.
1
Lei do trabalho, Artigo 18
2
Lei do trabalho, Artigo 2
3
Lei do trabalho do artigo 20 nº 1 da Lei n°23/2007, de 1 de Agosto.
4
Lei do trabalho do artigo 21 n° 1
5
Lei do trabalho do artigo 21 n° 2
2
diferenças, muitas vezes torna-se difícil identificar a fronteira entre os mesmos sendo comum a
aplicação indiscriminada dos mesmos.
O contrato de prestação de serviços, como aquele em que uma das partes se obriga a
proporcionar à outro certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual com ou sem
retribuição, é uma figura afim ao contrato de trabalho e tem constituído um meio de escapar da
rigidez da relação que o contrato de trabalho pressupõe6.
Esse contrato nada mais é do que um documento que estabelece e firma um acordo entre a
contratante e a prestadora de serviço, e é por meio dele que a contratada irá assumir o
compromisso de realizar a tarefa desejada em troca de uma remuneração pré-estabelecida. Ele é
imprescindível para a contratação de uma prestadora, não só por trazer segurança para as partes,
mas também como forma de controlar a qualidade do serviço, já que quando for finalizado, é
possível analisar o resultado com o que foi estabelecido inicialmente nesse documento.
Um bom contrato de prestação de serviços deve conter cláusulas básicas que regulam as
situações desejadas, a exemplo da qualificação completa das partes, o objeto contratual, as
obrigações de cada um, o preço e as condições de pagamento, o prazo de duração do contrato,
despesas, possibilidade de reajuste do contrato, hipóteses de extinção contratual, multas e outras
questões eventualmente aplicáveis.
Entretanto, a figura do Contrato de Prestação de Serviços tem sido de uma maneira abusiva
utilizada pelo empregador como um meio para abster-se da aplicação de normas imperativas, em
prejuízo do trabalhador, ou seja, como uma saída perante a (considerada) excessiva burocracia
6
CC ARTIGO 1154
3
que a contratação de um trabalhador acarreta e como uma fuga às obrigações fiscais e á
segurança social, e outros direitos adquiridos em função da antiguidade do trabalhador.
O contrato de prestação de serviços não deve ser aplicado aleatoriamente para todas as situações
ou, simplesmente nos casos em que um contrato de trabalho não convenha às partes.
Um dos aspectos a ter em conta no momento de eleição do tipo de contrato a aplicar é o objecto
do contrato.
O contrato de prestação de serviços é aplicado para a prestação de actividades que não se
relacionam directamente com o objecto da empresa. Trata-se de uma necessidade específica e
superveniente da empresa, que não faz parte da estrutura da mesma e cuja natureza não justifica
a criação de um cargo nos quadros da empresa para a sua execução.
Existem profissões cujo exercício exige uma determinada autonomia e que podem ser realizadas
directamente no domicílio do prestador e sem subordinação ou seja, sem a direcção do
empregador. Por exemplo, a contratação de um contabilista para o fecho das contas de um
determinado ano civil pode ser por via de um contrato de prestação de serviços, diferentemente
da contratação de um contabilista para trabalhar permanentemente na empresa, para o
preenchimento de uma vaga na empresa.
O outro aspecto distintivo a ter em conta é o objectivo da actividade. No contrato de prestação de
serviços, o resultado é o objecto e o prestador deverá, por sua conta e com recursos próprios,
alcançá-lo enquanto que, no contrato de trabalho, existe uma indeterminabilidade do resultado,
ou seja, o trabalhador é contratado para a prestação de uma determinada actividade, mas o
resultado não é certo.
Assim, entendemos que o contrato de prestação de serviços não deve ser usado aleatoriamente e
de forma abusiva, sendo um instrumento legal apropriado em casos específicos, como por
exemplo quando a actividade a prestar não corresponda a vagas do quadro da empresa, e possa
ser prestada fora do domicílio do empregador, com o uso de meios próprios do prestador e sem
subordinação nem necessidade de vinculação aos horários de trabalho do empregador.
4
Na dúvida sobre o instrumento contratual apropriado ou sobre o conteúdo que deve incluir o
contrato, para cada caso concreto, é recomendável a busca de aconselhamento jurídico junto de
profissionais na matéria.
O mandato;
O depósito;
A empreitada.
O Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais actos jurídicos
por conta da outra8.
Sendo actos jurídicos aquelas ações humanas que criam, modificam, transferem-se ou extinguem
direitos e dividem-se, ainda, em lícitos e ilícitos. Os lícitos são aqueles a que a lei defere e
confere os efeitos desejados pelo agente.
O Depósito é o contrato pelo qual uma das partes entrega a outra uma coisa móvel ou imóvel,
para que a guarde, e a restitua quando for exigida9.
A Empreitada é o contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa
obra, mediante um preço10.
CONCLUSÃO
Procurou-se ao longo do texto frisar alguns pontos no que concerne aos contratos equiparados ao
contrato de trabalho e o contrato de prestação de serviço.
7
CC artigo 1155
8
Ibdem 1157
9
Ibdem 1185
10
Ibdem 1207
5
Assim sendo, a equiparação entre o contrato de trabalho e o contrato de prestação de
serviços é feita quando haja elementos comuns que justifiquem um tratamento semelhante em
situações semelhantes. Porque estes dois contratos têm mais semelhanças do que diferenças,
muitas vezes torna-se difícil identificar a fronteira entre os mesmos sendo comum a aplicação
indiscriminada dos mesmos.
A prestação de serviço consiste em uma atividade de natureza econômica, mas que não ostenta,
de fato, um resultado tangível por um produto. É uma espécie de aluguel da mão de obra de um
profissional capacitado no nível físico ou intelectual, para que execute uma determinada tarefa
que a ele foi incumbida.
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BIBLIOGRAFIA
Lei do trabalho, lei n.° 23/2007 de 1 de Agosto
DELGADO, Maurício Godinho (2006) - Curso de direito do trabalho, 5ª Ed., LTR, São Paulo;
RAMALHO, Maria do Rosário Palma (2012) – Tratado do Direito do Trabalho: Parte II,
situações laborais individuais, 4ª edição, Almedina, Coimbra;
RAMALHO, Maria do Rosário Palma (2012) – Direito do Trabalho: Parte III, situações
laborais colectivas, 2ª edição, Almedina, Coimbra