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PETIÇÃO INICIAL
O procedimento processual tem início com denominada: Petição Inicial. Uma petição inicial
bem redigida e estruturada é um grande passo em direção ao êxito. Mas, em regra, não
aprendemos a redigir bem na faculdade. Pelo contrário, nos adaptamos à forma que cada
professor prefere: mais longa, mais objetiva, mais rebuscada, etc. Porém, no mundo real, não
conseguimos adaptar o texto para cada leitor. Por isso, além de atender aos requisitos legais,
precisamos desenvolver o nosso próprio estilo de escrita, de um modo que seja compreensível a
todos.
A petição inicial é o meio que o advogado vai utilizar para levar a história do cliente ao
juízo. Dessa forma, consiste em um pedido escrito que compõem o primeiro ato para a
elaboração do processo judicial. é o momento mais importante do processo. Como ato inicial, ela
define o rumo de tudo que vai ocorrer dali para frente: a narrativa, as próximas provas, os
principais documentos, etc.
O importante é que para uma boa e aceitável Petição Inicial deve-se escrever um texto
bem redigido, objetivo e que contenha todas as informações necessárias para o andamento do
processo. Os principais requisitos para uma Petição Inicial constam no Art. 319 do novo CPC:
Outro requisito muito importante é a prévia demonstração das provas que o autor utilizará
para demonstrar as verdades dos fatos alegados, que podem ser das seguintes naturezas:
Documental;
Testemunhal;
Depoimento pessoal;
Perícia;
Entre outros
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
“Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar
de pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos (vinte) dias de antecedência”.
Nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco, em seu livro “Instituições de Direito Processual Civil
III”:
A implantação da audiência de conciliação ou de mediação logo no início do procedimento
Outro ponto relevante no que tange à audiência de conciliação são as consequências pelo não
comparecimento das partes O art. 334, §8º, dispõe que:
Para a realização da audiência de conciliação, as partes deverão estar acompanhadas por seus
advogados ou defensores públicos. É possível também constituir representante, por meio de
procuração específica, com poderes para negociar e transigir (art. 334, §º 9 e 10).
Alcançada a autocomposição, ou seja, caso seja frutífera a audiência de conciliação, será
reduzida a termo e homologada por sentença.
Por outro lado, não sendo obtida a conciliação entre as partes, será iniciado o prazo para
apresentação de contestação pelo réu, e o processo seguirá para saneamento (procedimento
adotado pelo juiz para sanar vícios, irregularidades ou nulidade processuais e preparar o
processo para ser proferida a sentença).
Saneado o processo, caso seja necessário, o juiz irá designar data para a realização da
audiência de instrução e julgamento (conforme art. 357, inciso Vl).
Não obtida a conciliação, as provas orais serão produzidas, na ordem estabelecida pelo art. 361:
No entanto, como já dito neste artigo, o Novo CPC trouxe à tona a importância da conciliação
como forma de resolução dos conflitos. Assim, embora não haja previsão no diploma
processualista quanto à designação da audiência de conciliação em processos executivos, não
há qualquer vedação à utilização desse instrumento para tentar colocar fim à demanda,
atendendo aos interesses das partes.
Além dos referidos artigos de lei, existem lei específicas, tais como, a Lei de Alimentos (Lei nº.
5.478/68), Lei da Guarda compartilhada (Lei nº. 13.058/2014), dentre outros diplomas.
A despeito das relações familiares serem, em princípio, indisponíveis, a inovação trazida pelo
Novo CPC, Cultura da Paz, também é aplicada às ações relacionadas ao Direito de família.
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas
de conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo
enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.”
Nas ações de família, diferentemente do que ocorre em outras ações, o réu é citado para
comparecer à audiência sem receber a cópia da petição inicial, como ocorre nas demais ações
cíveis:
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à
tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e
conciliação, observado o disposto no art. 694.
§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar
desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu
conteúdo a qualquer tempo.”
Isso porque acredita-se que sem a cópia da petição inicial, o réu possa comparecer à audiência
menos “armado”, aumentando a possibilidade de composição entre as partes.
Por fim, na hipótese de as partes não celebrarem acordo, o processo seguirá seu curso sob as
normas do procedimento comum.
Conclusão
Como pudemos notar, o Novo CPC trouxe ao Direito Processual Civil Brasileiro uma nova
cultura para a solução dos conflitos, pautada na autocomposição e, como consequência,
maior celeridade processual.
Acórdão Nº 1174714
EMENTA
ACÓRDÃO
RELATÓRIO
Por ocasião do julgamento, o douto juízo a quo julgou improcedentes os pedidos formulados
na inicial e condenou a autora a arcar com o pagamento das despesas processuais.
Ademais condenou a demandante ao pagamento dos honorários advocatícios – fixados em
R$ 3.000,00 (três mil reais); com espeque no art. 85, § 8º, do Código de Processo Civil,
dado o elevado valor da causa.
Em suas razões (fls. 200/214), a autora/apelante requer seja o presente recurso julgado
procedente, reformando-se a sentença para que seja concedida, inaudita altera pars,
tutela de urgência para determinar que se suspenda imediatamente os descontos da
contribuição para a Ceres, inclusive com suspensão dos descontos na folha.
É o relatório.
VOTOS
DA APELAÇÃO PRINCIPAL
Consta da inicial que a autora/apelante foi contratada pela Embrapa em 02.10.1989 e continua
trabalhando desde então na empresa e que não pretende aposentar-se de forma espontânea.
Narra a demandante que, em 01.11.1989, aderiu ao plano de previdência privada fechada
administrado pela ré e, pelas regras vigentes no momento da contratação, passaria a receber o
benefício em 21.10.2014. Conta que a Resolução nº. 30 do Conselho de Curadores e da
Diretoria da Ceres, de 14.12.1996, introduziu uma nova regra para a concessão do
benefício, consistente no prévio desligamento da empresa patrocinadora.
Defende a recorrente que a dita Resolução não exige que os participantes continuem
contribuindo e que as contribuições pagas indevidamente não farão parte do cálculo do
benefício, uma vez que o fundo de reserva matemática já foi constituído em setembro de
2010; de modo que a ré estaria se “locupletando indevidamente”.
Sustenta a apelante que o regulamento do plano impede qualquer alteração que importe
“supressão de direitos”. Além disso, argumenta que a determinação fere o direito
constitucional ao livre exercício do trabalho ou profissão. Fala ainda que a lei exige que se
observe o “direito acumulado” do participante; e que a regra do art. 3º, inciso I, da Lei
Complementar nº. 108/2001 é inconstitucional.
Inicialmente, vale abrir um parêntese para esclarecer que não é possível a aplicação das
disposições da Lei nº 8.078/1990 (CDC) às entidades fechadas de previdência privada ,
como é a CERES, pois, na
esteira da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, “o patrimônio da entidade e
respectivos rendimentos revertem-se integralmente na concessão e manutenção do
pagamento de benefícios, prevalecendo o associativismo e o mutualismo, o que afasta o
intuito lucrativo.” (REsp 1.421.951/SE, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe de 19/12/2014).
Dito isso, cumpre analisar que a recorrente requereu em sede de incidente de controle
difuso de norma constitucional a declaração da inconstitucionalidade do inciso I, do Art. 3º,
da Lei Complementar nº 108/2001, pela suposta violação ao art. 202, § 2º da CF/88.
Cumpre esclarecer que a relação contratual mantida entre a entidade de previdência privada
administradora do plano de benefícios e o participante não se confunde com a relação
trabalhista, mantida entre o participante obreiro e a patrocinadora.
Com efeito, o art. 202, § 2º, da Constituição Federal estabelece que as contribuições do
empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos
e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de
trabalho. Confira-se:
Diante disso, não se verifica a alegada inconstitucionalidade do inciso I, do Art. 3º, da Lei
Complementar nº 108/2001, face ao art. 202, § 2º, da Constituição Federal
Consigna-se que os arts. 1º e 3º, I, da Lei Complementar n. 108/2001 dispõem:
Art. 1º A relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, inclusive suas
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente, enquanto patrocinadores de entidades fechadas de previdência complementar,
e suas respectivas entidades fechadas, a que se referem os §§ 3o, 4o, 5o e 6o do art. 202 da
Constituição Federal, será disciplinada pelo disposto nesta Lei Complementar.
Art. 3º Observado o disposto no artigo anterior, os planos de benefícios das entidades de que
trata esta Lei Complementar atenderão às seguintes regras:
Tal entendimento está em observância com o que foi decidido pelo Superior Tribunal de
Justiça, ao apreciar o Recurso Especial Nº 1.433.544 – SE, de relatoria do Ministro Luís
Felipe Salomão, sob a sistemática dos recursos repetitivos, no qual firmou-se a seguinte
tese no acórdão paradigma:
5. Recurso improvido.
Ademais, é bom lembrar que o Supremo Tribunal Federal de há muito firmou o entendimento de
que
"não há direito adquirido a regime jurídico " (RE 227755 AgR / CE e outros), sendo incabível,
pois, que a apelante queira tornar imutável o regime jurídico da previdência complementar a
que aderiu, sob cuja vigência não atingiu os requisitos para a incorporação do direito ao
benefício postulado.
Sendo assim, não há se falar em qualquer lesão a ato jurídico perfeito, pois todo plano de
previdência privada deve ser estruturado com o objetivo de constituir reservas que possam,
efetivamente, assegurar os benefícios contratados em um período de longo prazo.
Dessarte, "[o]s regulamentos dos planos de benefícios evidentemente podem ser revistos, em
caso de apuração de déficit ou superávit, decorrentes de projeção atuarial que no decorrer da
relação contratual não se confirme, pois, no regime fechado de previdência privada, há um
mutualismo, com explícita submissão ao regime de capitalização". (REsp 1184621/MS, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/4/2014, DJe 9/5/2014).
Entende ainda a apelante que a Lei Complementar nº. 109/2001 não exige o prévio
desligamento do participante para se tornar elegível ao benefício complementar.
Art. 17. As alterações processadas nos regulamentos dos planos aplicam-se a todos os
participantes das entidades fechadas, a partir de sua aprovação pelo órgão regulador e
fiscalizador, observado o direito acumulado de cada participante.
“Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.
(...)
(...)”
Não obstante a decisão de id 8303112 que designou a data da audiência conste a advertência
de que o não comparecimento resultaria na aplicação de multa, considera-se que a punição
legal não pode ser interpretada sem cotejo com os princípios da lealdade e boa-fé processual.
DA APELAÇÃO ADESIVA
Nada obstante, ainda que referido dispositivo estipule que os honorários sejam fixados entre o
mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da condenação ou valor atualizado da
causa, deve ele ser conjugado com o previsto no §8º do mesmo artigo, segundo o qual “Nas
causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da
causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2º”.
No caso, considerando tratar-se de causa de elevado valor (R$ 380.000,00), com apenas 99
(noventa e nove páginas), com o julgamento antecipado da lide, sem maiores delongas, e
que há outras lides propostas por outros segurados contra a mesma ré, de teor similar, tem-
se que a fixação dos honorários advocatícios no percentual de R$ 3.000,00 (três mil reais)
se mostrou adequado. Não cabe, assim, o argumento de que o valor é ínfimo por
representar 0,79% do valor da causa.
Assim sendo, a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) bem remunera o trabalho
realizado pelos advogados e o tempo exigido para seu serviço, considerado o grau de
zelo profissional por eles apresentado, o lugar de prestação do serviço, bem como a
natureza e a importância da causa.
Mantenho íntegra a sentença em seus demais termos. Deixo de fixar honorários recursais
visto que não houve apresentação de contrarrazões ao recurso adesivo.
É como voto.
A Senhora Desembargadora VERA ANDRIGHI - 1º Vogal
Com o relator
O Senhor Desembargador ESDRAS NEVES - 2º Vogal
Com o relator
DECISÃO
há 6 anos
82,4K visualizações
Não sendo possível resolver o processo com ou sem julgamento do mérito, julgamento parcial
do processo ou julgamento antecipado, passa-se à fase de saneamento e organização do
processo, previsto no art. 357 do NCPC (artigo correlato no Código de 1973 é o art. 331).
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os
meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
Todas as medidas que o juiz deve tomar para a continuidade do processo. A expressão
"organização do processo" é terminologia nova, e refere-se às providencias necessárias para a
ocorrência da audiência de instrução e julgamento.
A decisão de sanear não se trata de mero despacho saneador, mas decisão que visa o
saneamento e organização do processo.
A primeira das providências é resolver alguma questão incidente. Há várias questões
processuais que merecem atenção do magistrado, principalmente naquelas não peremptórias.
Neste momento é que o juiz deverá resolver todas essas questões.
Após, deverá o juiz delimitar as questões de fato sobre as quais dependerá de prova,
especificando os meios de prova que serão utilizados. O juiz deve definir o que são fatos
controvertidos e quais os meios de prova que o juiz precisaria para formar seu convencimento.
Também cabe ao magistrado, neste momento, definir a distribuição do ônus da prova sobre os
fatos controvertidos; observado o art. 373 do NCPC; podendo, inverter dependendo de cada
caso. Essa prerrogativa é direito novo, não existindo no CPC de 1973.
Vejamos o que diz o art. 373, em cuja referencia foi feita no art. 357, III do NCPC:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Cumpre destacar que essa inversão do ônus da prova trazida pela nova legislação foi a
concretização de muitas preocupações da doutrina e da jurisprudência sobre as normas
relativas a este tópico.
Por fim, depois de tomadas todas essas providências, se for preciso, deverá o magistrado
designar a data da audiência de instrução e julgamento.
O saneamento pode ser realizado pelas próprias partes, em delimitação consensual das
questões de fato e de direito, devendo tal decisão ser levada à apreciação e homologação do
juiz. A partir do momento em que for homologada, vincula as partes e o juiz. É o que diz o
artigo 357, § 2º do NCPC.
Art. 357 (...)
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das
questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula
as partes e o juiz.
Em se tratando de causa complexa (seja por matéria de fato e direito), pode o juiz designar
audiência para que o saneamento seja realizado com a cooperação das partes; que deverão
integrar e esclarecer suas alegações; é o que prevê o art. 357, § 3º do NCPC:
Art. 357 (...)
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas
alegações.
Em relação ao número de testemunhas, estipula a nova legislação que não pode ser superior a
10 (dez), sendo no máximo três para comprovar cada fato, conforme determina o § 6º do
art. 357 do NCPC.
Essa é uma alteração em relação a legislação do CPC de 1973, pois o parágrafo único do
art. 407 do CPC de 1973 falava-se no máximo de 10 testemunhas, mas se a parte
apresentasse mais de três testemunhas para a comprovação de um fato, o juiz poderia
dispensar as demais. Na legislação de 2015 há limite de três testemunhas para a comprovação
de um determinado fato:
Art. 357 (...)
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato.
Em caso de prova pericial, o juiz deverá observar perito especializado no objeto da perícia e
fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. Se possível, estabelecerá desde logo a data
de sua realização, nos termos do § 8º do art. 357 do NCPC:
Art. 357 (...)
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto
no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
Estipula ainda a nova legislação que as audiências deverão ser marcadas com intervalo de 1
hora entre elas. Norma de organização dos trabalhos.
Obra Consultada:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
Fonte .
http://www.ribeirooliveiraadvogados.jur.adv.br/saneamento-do-processo-no-novo-código-de-
processo-civ...
há 5 anos
17,5K visualizações
Contextualização das audiências no processo civil
O Processo Civil brasileiro prevê uma série de audiências, tanto no Código Processo Civil como
em leis extravagantes.
Há dois grandes grupos de audiências:
Além dessa audiência, é possível que ocorra outra, anterior à instrução, com objetivos distintos
conforme o procedimento (desde tentativa de conciliação até a apresentação de defesa). Essa
espécie de audiência não recebe um nome específico na legislação – assim, é usualmente
denominada na doutrina como audiência preliminar.
Em relação ao primeiro conceito, vale esclarecer que os atos orais são, basicamente, os
realizados em audiência. Como princípio processual, a oralidade estimula a realização dos atos
processuais de forma verbal, de modo a aproximar o juiz das partes e das provas (princípio da
imediatividade), dentre outros aspectos.
A audiência existe para atender ao princípio da oralidade que, em tese, leva a uma maior
aproximação do juiz para com as partes e para com as provas. Essa aproximação leva a uma
visão melhor da causa e, consequentemente, a uma melhor decisão.
Importante ressaltar que nem sempre deve haver audiência de instrução, pois pode ser que não
haja necessidade de produção de prova na audiência (julgamento antecipado do mérito). Não
obstante, os meios de prova que devem ser realizados em audiência são; prova oral (que se
dividem em depoimento pessoal e prova testemunhal) e esclarecimentos periciais. Outra
hipótese que dispensa a realização de audiência é a extinção do processo sem resolução do
mérito.
3) contestação
4) réplica
5) saneamento
6) audiência de instrução
Nos termos do artigo 362 do Código de Processo Civil , a audiência pode ser adiada: 1) por
acordo entre as partes 2) se qualquer pessoa que deva participar da audiência não puder
comparecer por motivo justificado 3) por atraso injustificado superior a 30 minutos.
Portanto, a formação de convicção do julgador em audiência (objetivo da instrução e,
especificamente, desta audiência) se dará especialmente em virtude da produção de prova oral
(depoimento pessoal das partes e oitiva de testemunhas), mas também pode ocorrer por meio
de esclarecimentos do perito e pelos debates (além das provas documentais já juntadas aos
autos).
I – procedimento comum
1) inicial
3) contestação
4) réplica
5) saneamento
6) audiência de instrução
Assim, com a sentença o Estado-juiz se manifesta, aplicando a lei ao caso concreto, seja
decidindo o litígio (sentença de mérito / definitiva, resolução do mérito, CPC/15, art. 487), seja
reconhecendo uma falha processual que impede a análise do mérito (sentença terminativa, sem
resolução do mérito, CPC/15, art. 485).
Nos termos do artigo 12 do NCPC, alterado pela lei 13256/16, os juízes e os tribunais
atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão. A palavra “preferencialmente”, na realidade, exime o juiz de julgar os processos em
ordem cronológica. Há controvérsia doutrinária em relação à obrigatoriedade de lista prevista
no § 1º desse artigo.
Conceito de sentença
O conceito de sentença original do CPC/73 era claro (e criticado por parte da doutrina, que o
entendia insuficiente): sentença era o “ato que extinguia o processo”. Era criticada porque, na
verdade, a sentença não põe fim ao processo, visto que ainda é possível a interposição de
recurso. Tendo em vista tal conceito pretérito de sentença, a exposição de motivos do CPC/73
afirma: “Se o juiz põe termo ao processo, cabe apelação. Não importa indagar se decidiu ou
não o mérito. A condição do recurso é que tenha havido julgamento final do processo”.
Contudo, com a Lei 11.232/05, houve alteração no conceito de sentença. A última redação do §
1º do art. 162 do CPC afirmava que sentença é “o ato do juiz que implica alguma das situações
previstas no art. 267 ou no art. 269”. Nesse momento, o art. 267 (sentença terminativa) fazia
menção à extinção do processo sem resolução do mérito, sendo que o art. 269 (sentença
definitiva) apenas mencionava a resolução do mérito.
No CPC/15, tem-se o seguinte:
- art. 203, § 1º destaca que sentença (i) salvo as disposições dos procedimentos especiais, (i) é
o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, (iii) põe fim à
fase cognitiva do procedimento comum, e extingue a execução.
- tanto o artigo 485, quanto o artigo 487 não fazem menção a sentença ou extinção.
Elementos da sentença
A sentença é dividida em (CPC/15, art. 489):
- relatório
- fundamentação
- dispositivo
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:(inclui decisão monocrática)
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e
as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
O dispositivo (ou conclusão) compreende à síntese com as palavras chaves; “julgo procedente”,
“julgo improcedente”, “extingo o processo”, etc. “PRIC” (publique-se, registre-se, intime-se,
cumpra-se)
Vícios da sentença
A sentença deve ser dada conforme o pedido da parte (CPC/15, art. 492), pena de vício (i) se o
juiz conceder além do que foi pedido: julgamento ultra petita; (ii) se o juiz conceder diferente do
que foi pedido: julgamento extra petita; (iii) se o juiz apreciar aquém do que foi pedido,
julgamento infra petita (ou citra).
Modificações da sentença
Momento de prolação
O juiz pode prolatar sua sentença (i) na própria audiência de instrução e julgamento, após os
debates (isso é incomum e é evitado pelos juízes em função da reação das partes); (ii) após a
audiência, se os debates (alegações orais) nela aconteceram (pelo NCPC, art. 366, no prazo de
30 dias); (iii) após os memoriais apresentados (NCPC, arts. 364, § 2º e 366, 30 dias).
Esse prazo é impróprio (não gera consequência para o processo ou para o juiz em caso de
descumprimento, logo dificilmente é cumprido), diferente dos prazos próprios (aqueles
aplicados às partes, que em caso de descumprimento acarreta preclusão que é a perda do
direito de realizar o ato). Prazo contado a partir do termino da audiência ou após a
apresentação dos memoriais por escrito.
Vale salientar, ainda que existe a possibilidade de o juiz prolatar a sentença sem audiência,
esse é o caso do julgamento antecipado do mérito.
As inexatidões materiais compreendem em erro de nome ou grafia das partes; indicação errada
no número do processo; inserção de trechos / parágrafos estranhos à sentença; soma
equivocada de valores mencionados na decisão; dispositivo que não reflete a fundamentação,
etc.
Juiz só pode reconsiderar a sua sentença até a prolação e antes da publicação (em cartório ou
no sistema digital). Após a publicação, a sentença só pode ser alterada, de oficio, em razão de
erro material. Sem ser de ofício (caso dos erros materiais), a sentença poderá ser alterada em
resposta à provocação das partes nos termos dos artigos 330, 331, 332 e 485, § 7º do CPC/15.
Renato Estevam da Silva contribuiu para este artigo.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 5ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS
ESPECIAIS
Recurso: 0003311-04.2021.8.16.0014
Classe Processual: Recurso Inominado
Cível Assunto Principal: Empréstimo
consignado Recorrente(s):
WALTER SECCI
“Art. 1º Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e
irretratável, o desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponível dos valores
referentes ao pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de
arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento
mercantil, quando previsto nos respectivos contratos.
§ 1º O desconto mencionado neste artigo também poderá incidir sobre verbas rescisórias
devidas pelo empregador, se assim previsto no respectivo contrato de empréstimo,
financiamento, cartão de crédito ou arrendamento mercantil, até o limite de 35% (trinta e cinco
por cento), sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para:
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou II
Juíza relatora