Você está na página 1de 4

Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil

Faculdade STBNB
Bacharelado em Teologia
Disciplina: Teologia Sistemática 1
Prof.(a) Ronaldo Robson
Aluno(a): Cláudio Henrique Caldas Mattos

EXERCÍCIO - 1
Elaborar um texto dissertativo sobre o tópico abaixo:
Capítulo I - IDEIA DE TEOLOGIA
I. Definição de Teologia
Teologia é a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo. Embora
a palavra “teologia” seja empregada as vezes em escritos dogmáticos para designar
um simples departamento da ciência que trata da natureza e atributos divinos, o termo
fala também sobre todo o acervo da doutrina crista. Por isso, a teologia trata, não só
de Deus, mas das relações entre Deus e o universo, motivo por que falamos da
Criação, da Providencia e da Redenção. Os Pais, por exemplo, chamam o Evangelista
João de “o teólogo”, porque ele trata mais plenamente do relacionamento interno das
pessoas da Trindade.
Teologia". Mas teologia não e somente “a ciência de Deus”, nem mesmo “a
ciência de Deus e do homem”. Ela também da conta das relações entre Deus e o
universo. Se o universo fosse Deus, a teologia seria a única ciência. Visto que o
universo e apenas uma manifestação de Deus e distingue-se dele, há ciências da
natureza e da mente. A teologia e a “ciência das ciências”, não no sentido de incluir
todas estas, mas no de empregar os seus resultados e mostrar a sua base subjacente.
Só quando consideramos as relações das coisas finitas com Deus e que o
estudo delas fornece material para a teologia. A antropologia e uma parte da teologia
porque a natureza do homem e obra de Deus e porque a forma de Deus tratar o
homem lança luz sobre o caráter de Deus. Deus e conhecido através das suas obras
e das suas atividades. Por isso a teologia da conta destas obras e atividades na
medida que elas acompanham o nosso conhecimento.

II. Alvo da Teologia


O alvo da teologia é a certificação dos fatos que dizem respeito a Deus e às
relações entre Deus e o universo, e a apresentação de tais fatos em sua unidade
racional como partes conexas de um formulado e orgânico sistema de verdade.
Ao definirmos a teologia como ciência, indicamos o seu alvo. A ciência não cria;
descobre. A teologia responde a esta descrição da ciência. Descobre fatos e relações,
mas não a cria. Tanto os fatos como as relações de que a teologia trata tem uma
existência independente dos processos mentais subjetivos do teólogo. Ciência não e
apenas observação, registro, verificação e formulação de fatos objetivos; e também o
reconhecimento e explicação das relações entre estes fatos e a síntese tanto dos fatos
como dos princípios racionais que os unem em um sistema abrangente, corretamente
proporcional e orgânico.

III. Possibilidade da Teologia

A possibilidade da Teologia tem uma tríplice base: 1. Na existência de um Deus


que se relaciona com o universo; 2. Na capacidade da m ente humana de conhecer
Deus e algumas de tais relações; 3. Na provisão de meios pelos quais Deus se põe
em real contato com a mente ou, em outras palavras, na provisão de uma revelação.
Qualquer ciência em particular só se torna possível quando combina três
condições, a saber, a verdadeira existência do objeto de que ela trata, a capacidade
subjetiva da mente humana conhecer tal objeto, e a provisão de meios definidos pelos
quais os objetos entram em contato com a mente.

1. Na existência de um Deus que se relaciona com o universo

Tem-se objetado, na verdade, que desde que Deus e estas relações são
objetos apreendidos só pela fé, não são objetos próprios do conhecimento ou
assuntos próprios da ciência.
A Fé é conhecimento e o mais elevado tipo de conhecimento. - A ciência física
também se apoia na fé - fé na nossa existência, na existência de um mundo objetivo
e exterior a nós e na existência de outras pessoas além de nós mesmos; fé nas nossas
convicções primitivas, tais como espaço, tempo, causa, substância, desígnio, certeza;
fé na confiabilidade das nossas faculdades e no testemunho dos nossos semelhantes
A fé é um conhecimento condicionado pelo sentimento santo. - A fé que
apreende o ser divino e sua obra não é opinião ou imaginação
Portanto, a fé, e só a fé pode fornecer o material adequado e suficiente para
uma teologia científica. - Como uma operação da mais elevada natureza racional do
homem, embora distinta da visão ocular ou do raciocínio, a fé é o mais elevado tipo
de conhecimento. Ela nos dá o entendimento que só pelos sentidos seria inacessível,
a saber, a existência de Deus e ao menos algumas das relações entre Deus e a sua
criatura.

2. Na capacidade humana de conhecer Deus

Porém tem-se argumentado que tal conhecimento é impossível pelas seguintes


razões: Podemos conhecer apenas os fenômenos. Porque só podemos conhecer o
que tem analogia com a nossa natureza ou experiência. Para o conhecimento não é
essencial que haja semelhança de natureza entre conhecedor e conhecido.
Conhecemos tanto pela diferença como pela semelhança.

3. Na revelação do próprio Deus

Como neste lugar não tentamos apresentar uma prova positiva da existência
de Deus ou da capacidade que o homem tem de conhecer a Deus, assim não
tentamos, por ora, provar que Deus entrou em contato com a mente humana através
da revelação. Daqui para frente consideraremos as bases desta crença. Por ora,
nosso alvo é simplesmente mostrar que, admitindo o fato da revelação, é possível
uma teologia científica. Isto tem sido negado nas seguintes bases:
Que a revelação, como um processo de tomar conhecido, é necessariamente
interior e subjetiva - quer seja um modo de inteligência, quer um despertar das forças
cognitivas - e, por isso, não pode fornecer nenhum fato objetivo que constitua material
próprio para ciência.
Admitimos que a revelação, para ser eficaz, deve ser o meio de induzir a um
novo modo de inteligência, ou, em outras palavras, deve ser entendida. Admitimos
que este entendimento das coisas divinas é impossível sem um despertar das forças
cognitivas do homem. Além disso, admitimos que a revelação, quando originariamente
transmitida, via de regra era interior e subjetiva.
Mas negamos que a revelação exterior é, por isso, inútil e impossível. Mesmo
que as ideias religiosas surgissem totalmente de dentro, uma revelação externa podia
despertar os poderes dormentes da mente. Contudo, as ideias não surgem totalmente
de dentro. A revelação exterior pode transmiti-las. O homem pode revelar-se através
de comunicação exterior e, se Deus tem poder igual ao do homem, pode revelar-se
de igual maneira.
Por isso a revelação de Deus pode ser e, como veremos daqui em diante, é.
em grande parte, uma revelação exterior em obras e palavras. O universo é uma
revelação de Deus; as obras de Deus na natureza precedem as suas palavras na
história. Contudo, reivindicamos que, em muitos casos em que se comunicou a
verdade originariamente de forma interior, o mesmo Espírito que a comunicou efetuou
seu registro exterior, de modo que a revelação interior pôde ser transmitida a outros
além dos que primeiro a receberam.
A teologia tem que ver com os sentimentos subjetivos só naquilo em que rodem
ser definidos e apresentados como efeitos da verdade objetiva na mente. Elas não
são mais obscuras que os fatos da moral e da psicologia e a mesma objeção que
excluiria tais sentimentos da teologia tornaria impossíveis estas ciências.

Você também pode gostar