Especial Jurídico
Edição Nº 10 - Abril de 2011 - www.sindigru.com.br
Laudo pericial é favorável
aos trabalhadores da TAM
Henrique Lessa/APN
A perícia judicial foi favorável à
demanda dos trabalhadores da TAM,
na ação movida pelo Sindicato visando
o adicional de periculosidade ou
insalubridade aos funcionários que atuam
no pátio e pista do aeroporto.
A audiência para a apresentação do
laudo acontece em 20 de setembro, na 3ª
Vara da Justiça do Trabalho. A ação foi
protocolada em abril de 2010.
A norma regulamentadora nº 16
do Ministério do Trabalho e Emprego
regulamenta o adicional de periculosidade.
Pela norma, “o exercício de trabalho em
condições de periculosidade assegura ao
trabalhador a percepção de adicional de
30%, incidente sobre o salário, sem os
Sindicato dos
a e r o vd ei áG ura riu ol h oss
acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participação nos lucros da
empresa”. Os sindicatos de trabalhadores
podem requerer ao Ministério do Trabalho,
através das Delegacias Regionais do
Trabalho (atuais superintendências), a
realização de perícia nas empresas para
caracterizar, classificar ou determinar
atividades perigosas que darão direito
ao adicional de periculosidade ou
insalubridade.
O Sindigru também ingressou com ação
contra a Gol/VRG visando o adicional
para os funcionários da companhia. O
Sindicato aguarda a data da perícia e das
audiências que será determinada pela 5ª
Vara da Justiça do Trabalho.
EDITORIAL
Uma luta constante
por direitos
É com um trabalho constante, focado
na defesa dos interesses dos aeroviários
de Guarulhos, que o Sindigru vem
conseguindo, com o apoio do Ministério
Público do Trabalho, da Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego e
do Judiciário, garantir os direitos dos
trabalhadores.
Para apoiar essas lutas, o Sindicato
conta com a assessoria de dois escritórios
jurídicos especializados no setor aéreo:
Dias e Rotbande e Advocacia Martins.
Nesta edição especial do jornal Conexão
Cumbica, destacamos os processos que vêm
sendo gestionados pela entidade em prol
do cumprimento da Convenção Coletiva de
Trabalho, da regulamentação profissional
e dos direitos garantidos na Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT.
As vitórias ou avanços nesses processos
são fruto da dedicação do Sindicato, mas
também do apoio dos trabalhadores e de
sua consciência e coragem em buscar
na Justiça os seus direitos. É a partir
de ações como estas e do enfrentamento
das irregularidades nas empresas que
o Sindicato e a categoria vão mudando
aos poucos as práticas opressoras que
colocam o capital acima dos direitos dos
trabalhadores. Boa leitura a todos(as)!
 ABRIL 2011 02

Na luta por melhores condições Acesso via esteiras no check-in

de trabalho na Gol/VRG é pauta de audiência no MPT
O Sindicato denunciou a

Henrique Lessa/APN
O Sindigru firmou Acordo

Henrique Lessa/APN
precariedade das condições
Coletivo de Trabalho (ACT) com
de trabalho na área de check-
a Gol/VRG no Tribunal Regional
in do aeroporto de Cumbica
do Trabalho da 2ª Região (TRT-
ao Ministério Público do
2) para dar fim ao dissídio
Trabalho de Guarulhos. A
coletivo de greve.
audiência de mediação reuniu
Para a direção do Sindicato, o
representantes do Sindigru e da
acordo representou uma grande
Infraero no dia 29 de março.
vitória na defesa dos direitos
O Sindicato relatou os
dos trabalhadores. A entidade
problemas de segurança com de deslocamento dos
ressalta que irá fiscalizar o seu
o ingresso dos trabalhadores trabalhadores, confirmando os
cumprimento.
atravessando a esteira-balança, riscos existentes.
O acordo é fruto do trabalho
Dra. Alzira (advogada do Sindigru) e o ou a esteira coletora, ou ainda A Infraero sugeriu,
desenvolvido por uma comissão presidente do Sindicato, Orisson Melo, saltando sobre um anteparo. inclusive, que os trabalhadores
paritária constituída por sugestão durante audiência no TRT-2
A Infraero afirmou que há sejam proibidos pelas
da juíza para atender à pauta de
alguns anos trocou a correia da companhias de cruzar esse
reivindicações dos trabalhadores. de fazer constar nos contratos
esteira-balança, acabando com equipamento. A orientação
Sua vigência é a mesma da com as empresas terceirizadas
o espaço entre o equipamento mais uma vez confirma a
Convenção Coletiva de Trabalho cláusula que obrigue o
e a parte metálica e que, nessa denúncia do Sindigru de que
(CCT) e vai até 30 de novembro cumprimento da regulamentação
configuração, não há risco os trabalhadores são obrigados
de 2012. Ele estabelece que a e da CCT.
de acidentes de trabalho. O a passar pela esteira-balança
companhia publique as escalas A companhia comprometeu-
Sindigru está levantando para chegar aos seus postos no
de trabalho dos aeroviários se ainda a adequar os salários
as CATs (Comunicações check-in.
respeitando a cláusula 20 diferenciados. A demanda do
de Acidente de Trabalho) A procuradora Dra. Lorena
da CCT, com antecedência plano de saúde foi atendida
dos últimos dois anos para Vasconcelos Porto irá analisar
mínima de cinco dias e somente com a contratação da Medial
comprovar os riscos sofridos os documentos e, confirmando
alterada por motivo de força Saúde. A empresa admitiu
pelos trabalhadores. as denúncias, convocará nova
maior (causas meteorológicas, necessidade de melhorias na
Sobre a esteira coletora, audiência com a presença do
voos alternados por questão sala dos despachantes técnicos e
a estatal disse estar Sindigru, Infraero, Gol/VRG,
de segurança operacional, ou comprometeu-se a negociar com
discutindo com as empresas TAM e comitê das empresas
dispensas não programadas). a Infraero uma nova sala.
a solução para o problema aéreas internacionais.
A empresa irá redimensionar o Suas lideranças estão
horário de trabalho, adequando-o realizando palestras a fim de
ao volume de voos em Cumbica. coibir o assédio moral, e alguns
Desde março, a companhia gerentes e supervisores foram
1º de Maio da CUT
deixou de trabalhar com turnos demitidos por praticarem assédio
Vale do Anhangabaú
e passou a atuar com frações de contra funcionários. Shows de Mart´nália, banda Ilê Ayê, Rappin´Hood,
turnos, adequando as equipes à Em fevereiro, o Sindigru Dog Murras, Chico César e Martinho da Vila
quantidade de trabalho. solicitou a homologação do Atividades de 25/4 a 1º/5 - Veja a programação
A Gol/VRG também teve acordo firmado junto ao TRT-2. completa no site: http://1demaiocut2011.com.br/

é uma publicação do Sindicato dos Presidente: Orisson de Souza Melo

Aeroviários de Guarulhos (Sindigru) E-mail da Redação: comunica@sindigru.com.br
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03 ABRIL 2011
Fazenda Piratininga é vendida por R$ 310 milhões
A e procuradores do Ministério
Fazenda
Piratininga,
de Wagner Canhedo (dono da
Vasp), foi vendida em dezembro
por R$ 310 milhões. Os recursos
adquiridos com o leilão serão
revertidos para o pagamento de
parte da dívida trabalhista da
companhia aérea, cuja falência
foi decretada em 2008.
A venda ocorreu em reunião
de interessados na propriedade
com a juíza Elisa Maria
Secco Andreoni, da 14ª Vara
do Trabalho de São Paulo,
representantes dos sindicatos
Sindigru denuncia cinco
empresas ao MPT
As empresas SAO, Topline,
GTA, Apsa e Beta Cargo
estão sendo denunciadas pelo
Sindicato ao Ministério Público
do Trabalho de Guarulhos por
descumprirem a legislação
trabalhista e a Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT).
A SAO e a Topline já
foram denunciadas ao órgão.
O Sindicato aguarda o
agendamento das audiências de
mediação.
A denúncia contra a GTA e
a TAM, corresponsável pelas
irregularidades trabalhistas de
sua terceirizada – que atua na
pista do aeroporto – será
encaminhada nos próximos
dias. A empresa não
reajustou os salários na
data-base. Também pratica
excesso de jornada e vem
pagando incorretamente a
cesta básica, o vale-refeição
e os domingos e feriados
trabalhados. O Sindicato está
Público do Trabalho.
Três grupos interessados
fizeram propostas de compra,
em valores a partir de R$ 200
milhões. Após mais de quatro
horas de discussão, foi escolhida
a proposta de compra por R$
310 milhões. Deste valor, R$
60 milhões foram dados como
sinal, já depositado em conta
judicial. O restante foi dividido
em parcelas semestrais ao longo
de quatro anos.
Os sindicatos de
trabalhadores, incluindo o
Sindigru, participam, no
solicitando os comprovantes
de recolhimento do FGTS para
fiscalizar os depósitos a favor
dos trabalhadores.
A Apsa e a Beta Cargo
já foram denunciadas por
descumprir a legislação
trabalhista e a CCT. Ambas
encerraram operações sem
pagar salários, dar baixa nas
carteiras de trabalho, depositar o
FGTS ou encaminhar rescisões
trabalhistas.
“A APSA simplesmente
fechou as portas sem informar
nada aos trabalhadores”, relatam
os dirigentes sindicais. A Beta
deu férias
coletivas aos
funcionários.
O Sindicato
está à disposição
dos trabalhadores
interessados em
ingressar com
ação individual para reivindicar
seus direitos.
www.panoramio.com
Fazenda Piratininga foi vendida para pagar dívidas trabalhistas da Vasp
próximo dia 27, de audiência recursos obtidos com a venda
com a juíza do processo para da propriedade e outros bens da
discutir os critérios do rateio dos companhia e do grupo Canhedo.
Martel falta à audiência de conciliação
O Sindigru ingressou com ação contra a Martel Serviços
Aeroportuários visando o pagamento das verbas rescisórias de cerca
de setenta funcionários.
A empresa prestava serviços à Infraero e demitiu os trabalhadores
após a rescisão do seu contrato com a estatal, que é corresponsável
no processo.
A audiência de conciliação foi realizada em 18 de abril. A
empresa não compareceu, mas a Infraero sim e comprometeu-se a
informar o novo endereço da Martel para que a mesma possa ser
citada no processo. A expectativa é de que a empresa seja citada em
breve. Uma nova audiência já está agendada para 27 de junho, na 2ª
Vara da Justiça do Trabalho.
Avança ação contra a Aerosuporte
A ação movida pelo Sindigru contra
Stock.xchng
a Aerosuporte está em fase de execução.
A empresa parou de operar no aeroporto
de Cumbica, deixando os funcionários
sem o pagamento de verbas rescisórias,
e deve um reajuste conquistado na CCT.
A sentença no processo foi favorável
aos trabalhadores.
A assessoria jurídica do Sindicato
busca o endereço dos responsáveis e
sua lista de bens, para encaminhar a
execução.
 ABRIL 2011 04

Sindigru vence ação contra a VitSolo e

garante cumprimento da Conveção Coletiva
O Sindigru venceu, em 25
de março, a ação movida na
Justiça contra a VitSolo, visando
o cumprimento da Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT) dos
aeroviários.
A decisão judicial proferida
pelo juiz Dr. Luis Fernando
Feóla, da 7ª Vara do Trabalho de
Guarulhos, sentenciou a VitSolo
a cumprir a CCT firmada entre o
Sindigru e o Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias
(SNEA).
O Sinteata (Sindicato dos
Trabalhadores em Empresas
Prestadoras de Serviços
Auxiliares de Transportes
Aéreos do Estado de São Paulo),
que entrou no processo como
assistente e é ligado ao sindicato
patronal Sineata, também não irá
mais representar os trabalhadores
da VitSolo, que tiveram sua
condição profissional confirmada
em juízo como aeroviários,
conquistando assim todos os
direitos da CCT.
Pela sentença, a VitSolo deve
compensar os trabalhadores
com reajuste, benefícios
como vale-refeição, diárias,
vale-alimentação, seguro,
cesta básica, incluindo juros e VarigLog compromete-se a
correção monetária. O Sindigru
considera a decisão judicial rever demissão de estáveis
uma vitória extraordinária,
Em audiência no Ministério Público do Trabalho de S. Paulo
que reafirma a condição
(MPT-SP), em 28 de março, solicitada pelos sindicatos de
profissional dos aeroviários,
trabalhadores e a Fentac/CUT, a VarigLog comprometeu-se a
garante os direitos da categoria
paralisar as demissões dos empregados estáveis.
e fortalece os sindicatos sérios
Dirigentes sindicais, gestantes, trabalhadores às vésperas da
para enfrentarem entidades
aposentadoria ou retornando de licença-saúde devido à doença
fantasmas, constituídas a favor
ou acidente de trabalho e cipeiros têm direito à estabilidade por
dos interesses patronais.
lei. Além de paralisar as demissões, a empresa aceitou rever as
A assessoria jurídica do
dispensas de estáveis realizadas desde 28 de fevereiro e a chamar,
Sindigru irá acompanhar o
em quinze dias, todos os trabalhadores estáveis demitidos para
cumprimento da sentença.
consultá-los sobre a intenção de manter a demissão ou serem
O Sindicato alerta às
reintegrados. Nas bases com número reduzido de funcionários,
companhias sobre a importância
entidades sindicais e empresas deverão discutir uma solução
de contratarem empresas
negociada.
que respeitam a CCT dos
A VarigLog está em recuperação judicial e vendeu cerca de
aeroviários. “A VitSolo
30% de suas ações da Gol para repassar os recursos aos credores.
afirmava que seus funcionários
As demissões fazem parte de uma reestruturação na empresa, que
não eram aeroviários, mas o
levou ao fechamento de bases com poucas operações.
Sindicato nunca abriu mão de
Os sindicatos cutistas lutam para que a VarigLog cumpra
representar os trabalhadores
suas obrigações trabalhistas, pagando integralmente as verbas
e conseguiu provar na Justiça
rescisórias devidas aos funcionários demitidos e reintegrando
que os argumentos da empresa
os funcionários estáveis, assim como o Plano de Recuperação
eram falsos e que o Sinteata foi
Judicial e o acordo formalizado no MPT-SP.
constituído para atender aos
O Sindigru está à disposição dos sócios demitidos que se
interesses dos patrões”, ressaltam
sentirem prejudicados para ingressar com ações na Justiça.
os diretores do Sindigru.

Aerovip regulariza jornadas Sindicato fará homologações para

A mediação do Ministério
Público do Trabalho de S. Paulo,
após denúncia do Sindigru
contra a Aerovip, resultou na
regularização da jornada de
trabalho dos funcionários da
empresa em Guarulhos. A audiência
de conciliação foi realizada em 2010.
O Sindicato segue fiscalizando a
empresa, visando o cumprimento dos
direitos trabalhistas.
liberar seguro-desemprego na Sata
Em audiência no Ministério Público do Trabalho de
Guarulhos, em fevereiro, o Sindigru foi autorizado a realizar a
homologação das rescisões de trabalho da Sata, com o objetivo
de liberar o seguro-desemprego. Em contrapartida, a Sata
comprometeu-se a apresentar um plano de pagamento dos valores
devidos aos trabalhadores, incluindo verbas rescisórias e salários
de fevereiro e março. A empresa deverá também depositar um
valor a título de FGTS. Desde 2006, com a crise da Varig, a
situação financeira da Sata ficou complicada. Em dezembro, ela
agravou-se ainda mais com a perda do contrato com a TAP.