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Repercussão Geral – STF - 2021

TRIBUTÁRIO

RE 611510

EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL


RECONHECIDA. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “c”, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ENTIDADES SINDICAIS, PARTIDOS
POLÍTICOS, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SEM FINS LUCRATIVOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS -
IOF. 1. Segundo a pacífica jurisprudência desta Suprema Corte, a imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, “c”, da Constituição da República alcança o
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF. 2. Os objetivos e valores
perseguidos pela imunidade em foco sustentam o afastamento da incidência do
IOF, pois a tributação das operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas
a títulos ou valores mobiliários das entidades ali referidas, terminaria por atingir
seu patrimônio ou sua renda. 3. A exigência de vinculação do patrimônio, da
renda e dos serviços com as finalidades essenciais da entidade imune, prevista
no § 4º do artigo 150 da Constituição da República, não se confunde com
afetação direta e exclusiva a tais finalidades. Entendimento subjacente à
Súmula Vinculante 52. 4. Presume-se a vinculação, tendo em vista que
impedidas, as entidades arroladas no art. 150, VI, “c”, da Carta Política, de
distribuir qualquer parcela do seu patrimônio ou de suas rendas, sob pena de
suspensão ou cancelamento do direito à imunidade (artigo 14, I, e § 1º, do
Código Tributário Nacional). Para o reconhecimento da imunidade, basta que
não seja provado desvio de finalidade, ônus que incumbe ao sujeito ativo da
obrigação tributária. 5. Recurso extraordinário da União desprovido, com a
fixação da seguinte tese: A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da
Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas fundações, às
entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei,
alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações financeiras.

RE 1187264

EMENTA. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE


DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A RECEITA
BRUTA. POSSIBILIDADE. DESPROVIMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. 1. A Emenda Constitucional 42/2003 inaugurando nova
ordem previdenciária, ao inserir o parágrafo 13 ao artigo 195 da Constituição
da República, permitiu a instituição de contribuição previdenciária substitutiva
daquela incidente sobre a folha de salários e pagamentos. 3. Diante da
autorização constitucional, foi editada a Lei 12.546/2011 (objeto de conversão
da Medida Provisória 540/2011), instituindo contribuição substitutiva (CPRB),
com o escopo de desonerar a folha de salários/pagamentos e reduzir a carga
tributária. Quando de sua instituição, era obrigatória às empresas listadas nos
artigos 7º e 8º da Lei 12.546/2011; todavia, após alterações promovidas pela
Lei 13.161/2015, o novo regime passou a ser facultativo. 4. As empresas
listadas nos artigos 7º e 8º da Lei 12.546/2011 têm a faculdade de aderir ao
novo sistema, caso concluam que a sistemática da CPRB é, no seu contexto,
mais benéfica do que a contribuição sobre a folha de pagamentos. 5.
Impossibilidade da empresa optar pelo novo regime de contribuição por livre
vontade e, ao mesmo tempo, se beneficiar de regras que não lhe sejam
aplicáveis. 5. Impossibilidade de a empresa aderir ao novo regime, abatendo
do cálculo da CPRB o ICMS sobre ela incidente, pois ampliaria
demasiadamente o benefício fiscal, pautado em amplo debate de políticas
públicas tributárias, em grave violação ao artigo 155, § 6º, da CF/1988, que
determina a edição de lei específica para tratar sobre redução de base de
cálculo de tributo. 6. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. Tema
1.048, fixada a seguinte tese de repercussão geral: “É constitucional a inclusão
do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS na base de
cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB".
RE 1287019

EMENTA Recurso extraordinário. Repercussão geral. Direito tributário. Emenda


Constitucional nº 87/2015. ICMS. Operações e prestações em que haja a
destinação de bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS
localizado em estado distinto daquele do remetente. Inovação constitucional.
Matéria reservada a lei complementar (art. 146, I e III, a e b; e art. 155, § 2º,
XII, a, b, c, d e i, da CF/88). Cláusulas primeira, segunda, terceira e sexta do
Convênio ICMS nº 93/15. Inconstitucionalidade. Tratamento tributário
diferenciado e favorecido destinado a microempresas e empresas de pequeno
porte. Simples Nacional. Matéria reservada a lei complementar (art. 146, III, d,
e parágrafo único, da CF/88). Cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/15.
Inconstitucionalidade. 1. A EC nº 87/15 criou nova relação jurídico-tributária
entre o remetente do bem ou serviço (contribuinte) e o estado de destino nas
operações com bens e serviços destinados a consumidor final não contribuinte
do ICMS. O imposto incidente nessas operações e prestações, que antes era
devido totalmente ao estado de origem, passou a ser dividido entre dois
sujeitos ativos, cabendo ao estado de origem o ICMS calculado com base na
alíquota interestadual e ao estado de destino, o diferencial entre a alíquota
interestadual e sua alíquota interna. 2. Convênio interestadual não pode suprir
a ausência de lei complementar dispondo sobre obrigação tributária,
contribuintes, bases de cálculo/alíquotas e créditos de ICMS nas operações ou
prestações interestaduais com consumidor final não contribuinte do imposto,
como fizeram as cláusulas primeira, segunda, terceira e sexta do Convênio
ICMS nº 93/15. 3. A cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/15, ao determinar
a extensão da sistemática da EC nº 87/2015 aos optantes do Simples Nacional,
adentra no campo material de incidência da LC nº 123/06, que estabelece
normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, à luz do art.
146, inciso III, d, e parágrafo único, da Constituição Federal. 4. Tese fixada
para o Tema nº 1.093: “A cobrança do diferencial de alíquota alusivo ao ICMS,
conforme introduzido pela Emenda Constitucional nº 87/2015, pressupõe
edição de lei complementar veiculando normas gerais”.

PREVIDÊNCIÁRIO

É constitucional o cômputo, para fins de carência, do período no qual o


segurado esteve em gozo do benefício de auxílio-doença, desde que
intercalado com atividade laborativa.

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