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A

HISTÓRIA
Nos períodos que
antecederam sua
expansão à grande
massa o Yoga passou
por diferentes DO YOGA
NO
situações mostrando
como em tudo ocorre
a interferência do
homem, colocando
sua ação política e
seus interesses
BRASIL
pessoais acima dos
princípios que o
próprio Yoga
promulga. Portanto,
adiantamos que
mesmo diferenças de
visão e
posicionamentos
políticos que
ocorreram no
Quem inventou o Yoga?
estabelecimento do
Yoga no Brasil teve,
O Yoga pode assumir vários
além dos resquícios
caminhos diferentes desde que
de ego de alguns cheguem à iluminação e
líderes e mestres de transcendência do ser - não é
Yoga, forte uma tradição estática; é uma
influência das arte viva, decorrente da
condições experiência de grandes mestres
Institucionais e das percepções e adaptações
presentes na inerentes à evolução humana.
sociedade brasileira
nos períodos de
ditadura militar.
Nesta época, o
espírito ditatorial da política brasileira acabou por
influenciar o desenvolvimento do Yoga no Brasil, em
certo período. Pedimos aos leitores, desse modo, não
considerar as implicações morais e éticas que faltaram em
alguns momentos da História do Yoga no Brasil, mas
analisar os valores reais e imprescindíveis que o Yoga traz
a todos nós. Em outras palavras, é possível aplicar Yoga
na política, mas não é favorável fazer política com o Yoga.
A história do Yoga na América do Sul, começou em 1920,
na Argentina e de lá veio ao Brasil.

A CHEGADA NO BRASIL

O Yoga no Brasil oficialmente se iniciou em 1.936, com a


vinda do francês Swami Asuri Kapila (1.901-1955) a
Porto Alegre.
Em 1947, seu discípulo e amigo Sevananda Swami (Leo
Alvarez Costet de Mascheville), do Suddha Dharma
Mandalam, também francês e criador do Sarva-yoga
(Yoga Integral), apresentou seus ensinamentos em um
Congresso no Rio de Janeiro, diante de mais de 5.000
pessoas, entre eles o General Caio Miranda.
Swami Asuri Kapila era um líder natural que detinha
conhecimentos da sabedoria ocidental e procurava uni-la
ao método milenar hindu, globalizando o sistema de Sri
Aurobindo.Valendo-se de seu carisma, viajou por várias
cidades dando palestras. Em 1.953 Swami Sevananda
recebe de doação um terreno de 12 hectares em Rezende
(RJ). Neste local funda, em 19 de novembro de 1.953,
Amo-Pax (Associação Mística Ocidental), um centro
esotérico com um Ashram de Sarva-yoga e um Mosteiro
Essênio, no mesmo espaço. Para isto contou com auxílio
de sua esposa, Sadhana, de seu discípulo Swami
Sarvananda e de Vayuananda, que também era discípulo
direto de Swami Asuri Kapila.
Porém, a AMO-PAX começa a fugir do sistema
tradicional do Yoga entrando em um complexo sistema
místico-religioso que mais tarde se converte em Igreja
Expectante: http://www.igrejaexpectante.org/

Com isso, Swami Vayuananda se retira da Ordem e no ano


de 1952 começa a lecionar Yoga no Rio de Janeiro, na
cidade de Copacabana ajudando o Professor Hermógenes
em sua própria escola.
Até o ano de 1963, formaram-se os primeiros professores
de yoga do Brasil, tendo sido constituída a Associação

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Brasileira de Professores de Yoga e da Federação de Yoga
do Brasil.
Em 1986, Vayuananda e Swami Maitreyananda, então
presidente da Associação Uruguaia de Yoga, levaram a
cabo a reestruturação da Escola no Uruguai e na
Argentina, assim como a estrutura da União Latino
Americana de Yoga e da futura Federação Argentina de
Yoga, conjuntamente com Gerard Blitz, líder
representante da União Europeia de Yoga.
Em 1987, pouco antes de presidir ao primeiro Congresso
Latino-Americano de Yoga, no Uruguai, Sri Vayuananda
deixou o seu corpo físico.
No mesmo ano, em 1987, Swami Maitreyananda tornou-
se, assim, o sucessor da linhagem de Swami Asuri Kapila,
ficando à frente da escola, coadjuvado
por Swamini Dayananda.

AS PRIMEIRAS ESCOLAS DE YOGA

Em 1.956, o reconhecido professor paulista Shotaro


Shimada, de maneira simples, mas com muita seriedade e
competência, oferecia aulas a cerca de 30 alunos em São
Paulo. Shimada era praticante de judô e praticava Yoga
visando desenvolver a autodeterminação e o aumento da
concentração. Em 1.957, o professor Jean Pierre Bastiou
inicia suas aulas de yoga numa academia no Rio de
Janeiro fundada oficialmente em dezembro de 1.958, com
a autorização e bênção de Swami Sivananda.
Neste mesmo ano, 1.958, Shotaro Shimada, abre o
Instituto de Cultura Yoga Shimada em São Paulo:
“Naquele tempo, o Yoga era visto como faquirismo e não
como uma ciência, um sistema, porque realmente o Yoga
desenvolve certos poderes, porque tudo é fruto do poder
da mente”, recorda Shimada. Prof. Hermógenes, Dr.
Gharote, Prof. Shimada e Marcos Rojo, valorizavam os
livros de Swami Kuvalayananda, representado no Brasil
pelo professor Manohar Laxman Gharote, por sua tradição
e princípios.
Swami Kuvalayananda é conhecido como pioneiro do
Yoga científico, fundador do Kaivalyadhama Yoga
Institute, e Dr. Gharote especializou-se em pesquisas
científicas, treinamento em Yoga e yogaterapia, sendo
colaborador, autor e co-autor de muitos trabalhos
científicos sobre esse tema. A partir da década de 1960, os

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professores brasileiros foram formados por Mestres da
Índia, tais como Swami Vishnudevananda, Dattatreya,
Dayananda, Yogendra, Swami Sivananda, B.K.S. Iyengar,
Sri Krishinamacharya, Sri Desikachararya, Maharishi
Mahesh Yogi, Dhirendra Bramachari, Gerard Blitz dentre
outros.

No Rio de Janeiro, Alberto Lohman foi o pioneiro a levar


a prática de Yoga para os hospitais psiquiátricos. Seu
trabalho foi desenvolvido a partir dos ensinamentos
recebidos enquanto participante das atividades
desenvolvidas pelo Amo-Pax. Alberto Lohman, que
também era médico psiquiatra, em parceria com prof.
Hermógenes, estendeu esse trabalho aos hospitais não
psiquiátricos. Isto tornou o exemplar Professor
Hermógenes como o pioneiro em medicina holística no
Brasil.

Somente na década de 1.960, Caio Miranda escreveu o


primeiro livro brasileiro sobre Yoga, fundou academias
em diversas cidades e começou a formar instrutores de
Yoga, seguindo em direção contrária a mística e monástica
de Swami Sevananda. Assim, crescia o Yoga no Brasil,
dividido entre a espiritualidade e o desenvolvimento do
corpo, através de Vayuananda, de Caio Miranda, de Svami
Dattatreya Maharaj, Profa. Neusa Veríssimo, Prof.
Hermógenes e sua esposa Maria Bicalho.

Em 1.962, é fundada no Rio de Janeiro a Academia


Hermógenes de Yoga. Neste período, a academia teve a
colaboração de Vayuananda, deixando a experiência da
Amo-Pax em Rezende. Durante anos de trabalho,
professor Hermógenes não promoveu nenhum curso de
formação de professores, mas preparou pessoalmente
muitos professores, ao longo de anos de prática e
convívio. Hermógenes inicia seus escritos também nesta
década, e se desponta como uma autoridade do Yoga no
Brasil, devido a sua competência e seriedade. Assim,
Hermógenes e General Caio Miranda, foram os pioneiros
na literatura do Yoga no Brasil.

Quem foram os Pioneiros do


Yoga no Brasil?

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Acesse:http://www.sociedadebrasileiradeyoga.com/#!histri
a-do-yoga-no-brasil/c1j6c

Período de Ditadura e Política do Yoga


no Brasil
O Yoga no Brasil seguiu uma forte tendência coronealista
já que chegou ao Brasil praticamente em meio à ditadura
militar.
Professor Hermógenes e Caio Miranda eram coronéis e o
Yoga no Brasil ainda continuava seguindo por uma
trajetória extremamente corporal, influenciados pela moda
da ginástica e do fisiculturismo na Europa e Estados
Unidos, sem linhagem de sucessão discipular, nem do
professor Hermógenes, nem de Caio Miranda, ambos
auto-didatas e militares. À medida que o clima político do
Brasil ganhava contornos sombrios, crescia também uma
névoa pelos corredores políticos do Yoga brasileiro.
Delineavam-se os rumos políticos que o ensino e a
propagação do Yoga ganhariam no país e no mundo
ocidental. A tensão do espírito político acabou invadindo a
serenidade do Yoga, mostrando que ainda havia muita
maturidade a ser desenvolvida por alguns líderes do Yoga.
De certa forma, a questão institucional do ensino do Yoga
no país também passou por este momento de divergências.
Em 1.964, o professor De Rose funda, aos 20 anos de
idade, e até então sem ter ido à Índia, o Instituto Brasileiro
de Yoga. Em 1.965, Maria José Marinho, funcionária da
Justiça Federal em Belo Horizonte, inaugura um Curso de
Yoga numa pequena sala alugada. Em 1.966, o Centro de
Estudos Yoga Narayana, é aberto em São Paulo, por Maria
Helena de Bastos Freire. Assim, nas décadas de 50 e 60, o
desenvolvimento do Yoga se deu através de academias
independentes, com os ensinamentos sendo repassados
isentos de transmissão discipular dentro das linhagens que
remontam a tradição do yoga.

Em dezembro de 1.967, Neusa Veríssimo convive por 15


dias com o professor Caio Miranda, recebendo
ensinamentos diretamente dele, e retorna com uma
autorização para abrir, em Fortaleza, uma sucursal do
Instituto de Yoga Caio Miranda. Também no fim da

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década de 1.960, começa a lecionar em Fortaleza o Major
Dentista do Exército Milton Bezerra da Cunha, amigo
pessoal do General Caio Miranda, que exerceu grande
influência como professor de Yoga em Fortaleza. Com a
morte do Professor Caio Miranda (em 1.969) e de
Sevananda Svami (em 1.970), a liderança do Yoga no
Brasil se fragmentou. A filha de Caio Miranda, Leda
Miranda, não teve interesse em manter as sucursais
espalhadas pelo país e Neusa mudou o nome de seu
instituto para `Instituto Neusa Veríssimo’, em julho de
1.970.

Em 1.973 um grupo de professores de Yoga brasileiros,


liderados pelo professor Jean Pierre Bastiou, foram fazer
um curso no Yoga Institute, em Bombaim, com Sri
Yogendra. Esses professores expuseram ao Mestre suas
preocupações com o rumo que a prática e o ensino do
Yoga estavam tomando no Brasil e foram aconselhados a,
ao voltarem ao seu país, organizar um grupo de
professores e fundar uma associação que visasse a
divulgar o Yoga tradicional. Os professores que lá se
encontravam na ocasião se reuniram no hotel onde
estavam hospedados e fizeram a primeira reunião da
denominada Associação Brasileira de Professores de Yoga
(ABPY), em fevereiro de 1.973.

Faziam parte deste grupo os professores: Jean Pierre


Bastiou, sua esposa Zilá, Maria Augusta Figueira
Cavalcanti, Orlando Cani e Nara Cani, Dagmar Krebs e
Jacy Pontes Vaz. Ao voltar ao Brasil, este grupo se reuniu
pela segunda vez, agora na casa do prof. No Rio de
Janeiro, Orlando Cani para traçar os planos para a
fundação da associação e a contatar outros professores que
tivessem interesse em participar deste trabalho. Foram,
assim, convidados os professores Vitor Binot,
Vayuananda, Eneida de Oliveira Santos, Nilda Fernandes
Mesquita, Marly Rafael Mayer.
Em 10 de outubro de 1.973 oficializou-se a Associação
Brasileira de Professores de Yoga. Todos aqueles que
participaram do curso no Yoga Institute naquele ano, e
mais os professores convidados pelo grupo original, foram
os sócios fundadores e constam no Estatuto da ABPY.
Posteriormente, a ABPY associou-se à União Européia de

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Associações Nacionais de Yoga (UEANY), liderada por
Gérard Blitz.[i] (nota final do texto)

Oficializando a Formação de
Instrutores de Yoga
Em 1.972, a paulista Maria Helena de Bastos Freire funda,
o 1º Curso em nível Universitário de Formação de
Professores de Yoga, com duração de três anos e meio
(2.200 horas), perdurando até os dias de hoje. Em 1.975,
ela cria a Associação Internacional de Professores de Yoga
do Brasil (AIPYB), filiada à International Yoga Teachers
Association, da Austrália. No mesmo ano surgiu a União
Nacional de Yôga (Uni-Yôga), liderada por De Rose, que
revive o Yoga Tântrico e recodifica o Yoga antigo, sendo
em sua obra muito polêmico e controverso.
Posteriormente, os grupos da Associação Brasileira de
Professores de Yoga (ABPY) e da Associação
Internacional de Professores de Yoga do Brasil (AIPYB),
uniram-se e criaram a Federação de Yoga do Brasil (um
erro legal, pois deveria ter sido fundada uma
Confederação, pois as Federações são estaduais),
fomentando uma união entre os grupos do Rio de Janeiro e
de São Paulo. A professora Maria Helena de Bastos Freire,
então, presidiu a Federação e representava o Yoga no
Brasil, juntamente com De Rose. Após certos
desencontros entre Vayuananda e a ABPY, e entre esta
última e a AIPYB, os grupos do Rio de Janeiro e São
Paulo terminaram por se separar, cancelando sua aliança
anterior. Além disso, as políticas completamente
divergentes da International Yoga Teachers Association (a
quem a AIPYB era filiada) e da União Européia de
Federações Nacionais de Yoga (a quem a ABPY era
filiada), impossibilitaram um acordo final. Assim, a
Federação de Yoga do Brasil (FYB) passou a ser
comandada apenas pelos membros da AIPYB de São
Paulo, que passaram a nomear representantes criando
associações estaduais.

Em dezembro de 1973 circulam pelo Brasil os primeiros


representantes de Bhakti-yoga em solo brasileiro. Vinham

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com a mensagem de Bhaktivedanta Swami Prabhupada,
um mestre espiritual indiano, que chegara ao Ocidente
com 70 anos de idade.
Valendo-se do simples e imediato processo de Mantra-
yoga, muitas pessoas tiveram uma experiência mística
fundamentada em grande obra literária e filosófica
produzida ao longo dos séculos por teólogos e bhakti-
yogis, e que comprovavam documentadamente as
experiências vividas pelos bhakti-yogis. Vinda da região
West-Bengal, Índia, a escola de Bhakti-yoga de
Bhaktivedanta Swami Prabhupada foi sendo estabelecida
numa trajetória paralela à conturbada política do Yoga no
Brasil.

Divergências no Caminho da Unidade

Em 1.978, De Rose liderou a campanha pela criação e


divulgação do Primeiro Projeto de Lei visando à
Regulamentação da Profissão de Professor de Yoga. Sob
sua influência, surgiram diversos Cursos de Extensão
Universitária para a Formação de Instrutores de Yoga em
inúmeras Universidades pelo país. Em 1.981, Svami
Sarvananda, Pierre Weil, Vasudev, Maria Luiza S. Keddy,
Caio Miranda e o casal Neyda e Octávio Melchyades
Ulysséa, fundaram um Curso Regular de Formação em
Yoga, na atual Faculdades Integradas Espírita, na época
chamada de Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do
Paraná. Inaugura-se, nas décadas de 80 e 90, o surgimento
de Federações e Associações por todo o país, com cursos
de formação e abertura de academias.

Com o falecimento de Vayuananda em 1.987, a ABPY


passou a ser comandada indiretamente pelo professor
Hermógenes, presidida sempre por pessoas próximas dele,
e isso formou uma divisão infranqueável entre os
conceitos de Yoga de Maria Helena de Bastos Freire e os
do professor Hermógenes. Se os pontos de vista de Maria
Helena e Hermógenes eram evidentemente discordantes,
não menos o era a destes com De Rose. Então, grupos
simpáticos ao Professor Hermógenes junto com outras
associações estaduais constituíram a Confederação
Brasileira de Professores e Praticantes de Yoga

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(COBAPEPY), cuja primeira presidência recaiu na ABPY,
na pessoa da professora Marilda Velloso.
O Brasil tinha, então, a Federação de Yoga do Brasil
(comandada por Maria Helena de Bastos Freire), nove
Federações estaduais (comandadas por De Rose) e duas
Confederações Brasileiras, uma administrada pela ABPY
e outra por De Rose. Na prática continuavam existindo
apenas três entidades nacionais: a Federação de Yoga do
Brasil (FYB), a Uni-Yôga e a ABPY.

Em 1.985 com Gerrad Blitz (Escola Krishnamacharya),


Vayuananda e Swami Miatreyananda (Escola Swami
Asuri Kapila) é fundada a CULFNY. No mesmo ano é
fundada a “Confederación y Unión Latinoamericana de
Federaciones Nacionales de Yoga” pelo Swami
Maitreyananda da linha de Swami Asuri Kapila, Mataji
Indra Devi da linha de Kirshnamacharya, Swamini
Dayananda e Vayuananda da linha de Swami Asuri Kapila
e Gerad Blitz da União Européia de Associações
Nacionais de Yoga (UEANY), que, posteriormente, muda
seu nome para Unión Latino Américana de Yoga (ULY).
Presidida por Swami Maitreyananda (Dr. Estevez-Griego)
e tendo como presidente de honra Mataji Indra Devi (até a
data de sua morte, em 2.003), sua missão era agrupar as
associações nacionais da América Latina (Argentina,
Brasil, México, Chile, Colombia, Uruguay, Cuba,
Quebec), estabelecer intercâmbios e formar um Conselho
Latinoamericano de Yoga. Na época, a FYB era presidida
por Cyrenia Carvalho (pessoa de confiança de Maria
Helena de Bastos Freire) e De Rose se alternava entre Rio
e São Paulo disseminando o Swásthya Yôga. Em São
Paulo ocorreu o surgimento de um quarto nome trazendo
outro ponto de vista: Cláudio Duarte, representante do que
ele denominou “Yóga Clássico”.

Em Dezembro de 1986, no Rio Janeiro e em São Paulo, no


Brasil, reuniram-se o Dr. Fernando Estévez Griego
(Swami Maitreyananda) e Vayuananda (Carlos Ovideo
Trotta), ambos da escola de Swami Asuri Kapila, com os
membros da Federação de Yoga do Brasil, da Associação
Brasileira de Professores de Yoga e da União Nacional de
Yoga.

Em 1.987, a Uni-Yôga, a FYB e a ABPY se filiam à ULY


e a Federação Internacional de Professores e Profissionais

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de Yoga, porém as divergências destas eram tão fortes que
obrigaram que a vice-presidência do organismo fosse dada
a alguém neutro e independente. Foi assim que Claudio
Duarte assumiu a vice-presidência da ULY e começou a
fazer-se conhecer no campo do Yoga. Porém, valendo-se
desta estratégia, longe de unir o Yoga do Brasil, a
iniciativa da ULY só fomentou um quarto poder que
passou a disputar seu espaço, com um Claudio Duarte
desafiando ostensivamente a De Rose, Hermógenes e
Maria Helena.

Em 1987, Dr. Fernando Estevez Griego (Swami


Maitreyananda) funda a Federação Internacional de
Professores Profissionais de Yoga (primeiro nome da
Federação Internacional de Yoga) em Montevideu,
Uruguai. A primeira comissão diretiva da Federação
Internacional de Yoga em 1987-1989 teve como
presidente honorário Mataji Indra Devi (Letonia/Rússia);
presidente, Luiz Alvares De Rose (Brasil); e como
secretário-geral, Fernando Estevez Griego (Swami
Maitreyananda) (Uruguai).

Mataji Indra Devi e Luiz Alvares De Rose e


Yogacharya Fernando Yogacharya Fernando
Estevez - Griego Ph.D. Estevez - Griego Ph.D.
(Swami Maitreyananda) (Swami Maitreyananda)

Nesse mesmo ano, Swami Maitreyananda (linha Swami


Asuri Kapila), Mataji Indra Devi (linha Kirshnamacharya,

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Swamini Dayananda) e Vayuananda (linha Swami Asuri
Kapila) e De Rose (linha Swasthya), Claudio Duarte (linha
Yoga Classico), Fernando Pintos ABPY e Gerad Blitz da
União Européia de Associações Nacionais de Yoga
(UEANY) fundam a Federação Internacional de
Professores e Profissionais de Yoga (Federação
Internacional de Yoga) com sede em Montevidéu,
contando com apoio do próprio Vayuananda e de Indra
Devi.

A presidência transitou pelos seguintes nomes:

Entre 1987-1989, De Rose é eleito presidente;


1989-1991 Swami Maitreyananda;
1992-1996 Yogavatar Kirshna Kisores Das;
1997-2001 – Yogacharya T Valle;
2002-2005 Swami Maitreyananda
2006-2010 – Swami Dayananda

Primeiro Congresso Mundial de Yoga (1988, Cidade de Montevideu, Uruguai)


Gucha Miño, da Federação de Yoga da Argentina, Larry Payne, presidente da
Associação Internacional de Yoga, Terapeutas e delegado pela Unidade Internacional
no Yoga (Aliança de Yoga dos EUA), Auri Moya, presidente da Associação Internacional
de Professores de Yoga de Porto Rico e da IYTA Austrália, Yogacharya Dr. Fernando
Estevez Griego, presidente da União Latina-Americana de Yoga, Carlos Fiel da União
Europeia de Yoga, Sw. Dayananda, da Associação Uruguaia de Yoga, Luiz Alvares De
Rose, da Federação Internacional de Yoga, e Goldemberg, da Associação Argentina de
Professores de Yoga.

No Brasil, Cláudio Duarte funda a “Escola Nacional de


Yoga”. Taunai Valle funda a “União Brasileira de
Professores Profissionais de Yoga” (com apoio da ULY e
FIY o), Taunai é eleito presidente da Confederação

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Brasileira de Yoga e Comissões Brasileiras de Yoga.
Todos participavam dos mesmos eventos da ULY, mas,
em vez de uma união, havia uma desunião e competição
egoísta velada nos bastidores. Firme mesmo, só a intenção
da ULY de criar um Conselho Latino-americano de Yoga.

Yoga e Ego no Brasil

No Congresso de Yoga realizado no Rio de Janeiro em


1.997, discutiu-se, em clima tenso, a fundação de uma
Confederação que unificasse as entidades no país. Todos,
em tese, apoiavam a iniciativa, mas alguns obstáculos
jurídicos foram encontrados pelas professoras Hilda
Castelo de Lacerda e Neusa Veríssimo. A reunião foi
pouco produtiva, com a saída do Professor Hermógenes
logo no início da reunião. Meses depois ocorre uma nova
reunião no Rio de Janeiro, na residência da Professora
Norma Pinheiro Alves, para estudar assuntos relativos à
futura Confederação, sem a presença de De Rose, mas a
idéia não consegue se materializar.

Em 2.000 surge a polêmica CONFEF, onde, na proposta


de regulamentação da profissão de Educador Físico,
atividades com as artes marciais, danças e yoga ficariam
incluídas como exclusivas da profissão de Educador
Físico. Começa uma briga jurídica e nos bastidores do
mundo do Yoga que finda em um contrato assinado de
cooperação entre a CONYB e a CONFEF e CBY com
CONFEF.

No ano 2000 existiam três confederações: CBY de T


Valle, a CNFEY de De Rose e a CONYB de Maria Helena
Schmidt. É fundada, também neste ano, a Aliança do Yoga
de Pedro Kupfer.
Swami Maitreyananda abandona seu título de presidente
de honra da Confederação Brasileira de Yoga (CBY), em
dezembro 2.001, decepcionado com o apoio do presidente
da CBY (Taunai Valle) à submissão ao Conselho Federal
de Educação Física (CONFEF). Do outro lado, o professor
Hermógenes também abandona a presidência de honra da
Confederação Nacional de Yoga do Brasil (CONYB).

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Como resultado, Swami Maitreyananda declara que
“Yoga é Educação Espiritual e não Educação Física”.
Em 2.002, a Federação Internacional de Professores e
Profissionais de Yoga se transforma na Federação
Internacional de Yoga “International Yoga Federation”,
após fusão com o Conselho Mundial de Yoga (World
Yoga Council), World Union of Yoga, instituição fundada
por Bhagavan Krishna Kisore Das (New Delhi – India) e
Swami Miatreyananda, em 1.980.

Novos Rumos Éticos no Yoga do Brasil


Em 2.003-2004, a professora Neusa Veríssimo coordena o
1º Curso de Especialização em Yoga, a nível de Pós-
graduação lato-sensu, em parceria com a Universidade de
Fortaleza (UNIFOR), contando com professores locais e
nacionais, como uma forma de iniciar uma
profissionalização do Yoga: uma das estratégias para se
desvincular o Yoga da Educação Física.
Paralelamente ao que ocorria nas questões administrativas
e políticas do Yoga no Brasil, alguns novos instrutores
foram desenvolvendo seus trabalhos mais focados na
experiência que o Yoga traz. Dentre eles Marco Shultz,
que inicia o projeto Simplesmente Yoga e Edson Charles
que em 2003, com Paula Saboya, funda o Shiva Shankara.

A partir de 2005, o Yoga se propaga imensamente por


todas as capitais do pais. A mídia passa a divulgar cada
vez mais uma ótima imagem do Yoga.
Diferentes estilos surgem apenas para popularizar a prática
do yoga em academias de ginástica e grandes
condomínios. Ao mesmo tempo, alguns praticantes
procuram se aprofundar nos conceitos filosóficos e
teóricos. Os meios acadêmicos abrem novas disciplinas

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que aproximam o Yoga dos estudos científicos numa visão
moderna.
Saúde, bem estar e espiritualidade passam a ser os mais
buscados propósitos da prática de yoga em 90% dos atuais
praticantes. Como é descrito no Bhagavad-Gita, Yoga é
equanimidade. E pela História do Yoga no Brasil, vemos
que o melhor caminho para uma prática é aquele que nos
conduz à equanimidade diante das situações adversas.
Estamos ainda neste processo infinito de amadurecimento
espiritual e maturidade prática. Estamos fazendo parte de
pelo menos a história de nossa trajetória por esta breve
vida. E devemos fazer por merecer.

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