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1 INTRODUÇÃO
Este estudo tem como objetivo analisar a Estratégia Saúde da Família como
efetivação da Integralidade nos serviços do SUS, construída a partir de material já
elaborado, desenvolvido principalmente de livros e artigos científicos.
Deste modo, para melhor compreensão acerca do problema, o estudo foi dividido em
duas partes: 1) tem-se como objetivo a abordagem da Integralidade enquanto princípio do
SUS e, 2) refere-se ao estudo da Atenção Básica de Saúde como nível primário na saúde,
considerada a porta de entrada dos serviços do SUS e, dentro da mesma, o
desenvolvimento da Estratégia Saúde da Família, sua implementação, seus avanços e
desafios para efetivação do direito à saúde no Brasil.
O SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário, cuidar e promover a saúde
de toda a população. O sistema constitui um projeto social único que se materializa
por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros
(BRASIL, 2000, p.6).
Dessa forma, o SUS tem como meta tornar-se um sistema de promoção da equidade
no atendimento às necessidades de saúde da população, oferecendo serviços com
qualidade, adequando-se às necessidades, independentemente da renda econômica do
cidadão. Para tal, prioriza as ações preventivas e populariza as informações, para que a
população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde, o controle da ocorrência de
doenças, seu aumento e propagação.
Nesse sentido, o SUS tem como princípios doutrinários: universalidade, equidade e
integralidade da atenção à saúde da população brasileira, garantidos como direitos de forma
igualitária e integral pelo Estado. Sendo assim, faz-se necessário o entendimento de cada
princípio, para uma melhor compreensão de que um depende do outro para sua efetivação.
Desta forma:
Os serviços devem, ainda, estar organizados para realizar uma apreensão ampliada
das necessidades da população sob sua responsabilidade. Nesse sentido, a
Integralidade pressupõe um modo de organizar o processo de trabalho no serviço de
saúde, que se caracteriza pela busca contínua da ampliação do horizonte de
percepção das necessidades de saúde de um grupo populacional para além daquilo
que é expresso nas demandas ao serviço de saúde. Nesses termos, integralidade
pressupõe conceito de cuidado em saúde, que considera a relação assimétrica entre
sujeitos, em que o profissional deve praticar o reconhecimento do outro como
alguém diferente de si e com necessidades não redutíveis ao conhecimento que
instrumentaliza o profissional de saúde. (2004, p.10)
Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e
centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é
fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade,
do vínculo, da continuidade, do cuidado, da integralidade, da atenção, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL,
2012, p.9).
Tendo em vista o que foi citado, percebe-se a magnitude que envolve a Estratégia
Saúde da Família e, consequentemente, sua enorme contribuição para a população
por ela coberta, tornando-se, assim, uma proposta que só tem a trazer aspectos
positivos para o município que a tenha implementado. Porém, a partir do momento
que o município decida pela sua implantação, esse deve estar ciente de suas
obrigações como gestor da saúde e, provavelmente, estar disposto a cumpri-las.
(PAULINO,2008,p.17)
Analisando o percurso feito para a efetivação do direito no âmbito da saúde, uns dos
avanços significantes a ser avaliado, tanto no que tange à efetividade de suas ações quanto
à verdadeira contribuição no contexto social, é a Estratégia Saúde da Família que, como foi
dito anteriormente, visa a ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com o
propósito de levar a saúde para mais perto da população.
Nesse sentido, a ESF vem para reorientar o modelo assistencial da Atenção Básica,
no intuito de prestar às famílias assistência integral, contínua e resolutiva, a fim de atender
as necessidades de saúde da população, intervindo sobre os fatores de risco aos quais a
população está exposta (COSTA; CARBONE, 2004).
Diante do papel assumido pela ESF em possibilitar o acesso de todos ao serviço de
saúde, sabe-se que isso não acontece de forma fácil; entretanto, a estratégia vem efetivar
os princípios do SUS, de forma a oferecer ações acessíveis e humanizadas, sendo de
responsabilidade da gestão do SUS investir em melhorias nos serviços, para promover
saúde, diminuindo riscos de doenças, morbidade, mortalidade, para garantir maior
efetividade e eficiência, sendo essa sua maior contribuição para a população que usufrui
desses serviços. Sousa destaca que:
A estratégia de trabalho do ESF propõe uma nova dinâmica para a estruturação dos
serviços de saúde, bem como para sua relação com a comunidade e entre os
diversos níveis de complexidade assistencial. Assume o compromisso de prestar
assistência universal, integral, equânime, contínua e, acima de tudo, resolutiva à
população na unidade de saúde e no domicilio, sempre de acordo com suas reais
necessidades, identificando os fatores de riscos aos quais ela está exposta, e nele
intervindo de forma apropriada. (2008, p.50)
De acordo com o autor, analisa-se que a estratégia visa a um conceito mais amplo
de atenção Básica, dirigindo-se para um sistema de saúde integrado, que se volta para a
qualidade de vida das pessoas e do seu ambiente, propondo uma prática ética, humana e
ligada à efetivação da cidadania.
Desta forma, é necessário que a ESF tenha sua base firmada no fortalecimento da
atenção à saúde, trazendo uma visão de que não somente quem está doente é que
necessita de tratamento, mas vê a família como um todo, tanto no seu domicílio como na
comunidade em geral.
Entretanto, o maior desafio da ESF consiste em manter um equilíbrio no cotidiano do
funcionamento da Unidade Básica de Saúde, a fim de assegurar a integralidade da
assistência. Deve-se, também, rever como está se desenvolvendo o processo de trabalho
das equipes, no intuito de promover e garantir o aumento do acesso da população a esses
serviços.
Pois dentro da ESF, as ações devem estar interligadas, o que implica que sejam
compatíveis com a realização de atividades programadas com os grupos específicos, como
os hipertensos, diabéticos, crianças, idosos, entre outros; e não somente ações das
demandas espontâneas, sendo mais um desafio à estratégia, já que as ações no modelo
antigo eram baseadas na demanda espontânea (BRASIL, 2005).
4 CONCLUSÃO
A Estratégia Saúde da Família é uma ação preventiva, mostra para a população que
a prática de serviços humanizados em seus territórios traz mais resultado em relação às
condições de saúde da família, desde os recém-nascidos aos idosos, dos sadios aos
doentes, de forma contínua e integral.
Deste modo, a Integralidade, enquanto princípio do SUS tem papel fundamental nas
práticas realizadas pela Estratégia, pois a mesma vai contribuir para que os serviços de
saúde aconteçam na sua forma mais integral, dando resolutividade aos anseios da
população.
Diante disso, conclui-se que a Integralidade, considerada um indicador do que se
deseja dos sistemas de saúde, junto com a Estratégia Saúde da Família, proporciona um
“leque de possibilidades” do cuidado nas práticas de saúde, apresentando duas vertentes
importantes dentro do SUS, no que tange à qualidade dos serviços e satisfação dos
usuários, e no que objetiva a ESF, no sentido de atender as famílias de forma integral em
suas necessidades como um todo.
5 REFERENCIAS