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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DE UMA

DAS VARAS DO TRABALHO DA COMARCA DE NATAL/RN


FULANO DE TAL, brasileira, solteira, Cabelereira, portadora do RG nº 002.563
SSP/RN, e CPF nº 094.919.384-44, residente e domiciliada na Rua José Vicente de
Moura, nº 26, Emaú s, Parnamirim/RN, CEP: 59140-000, Vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (procuraçã o
anexa), com escritó rio profissional na Rua Aeroporto dos Navegantes, nº 254,
Jardim Aeroporto, Parnamirim-RN, CEP: 59149-356, onde recebe intimaçõ es ou
notificaçõ es, com fulcro nos artigos 840, pará grafo 1º da Consolidaçã o das Leis do
Trabalho c/c 319 e ss do Có digo de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao
Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo rito ordiná rio, em face da empresa TOK'S & RETOK'S CABELEIREIROS- ME,
Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.816.731/0001-35,
situada na Rua Aldo Melo de Freire, 1892, Capim Macio, Natal/RN - CEP: 59082-
030, pelas razõ es de fato e de direito a seguir expostos:

I - PRELIMINARMENTE
1 - DA JUSTIÇA GRATUITA
1) A Reclamante pleiteia os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, §
3º da CLT, bem como art. 2º, pará grafo ú nico, da Lei 1060/50, tendo em vista que
nã o tem condiçõ es de arcar com as custas processuais sem prejuízo da pró pria
subsistência ou da sua família.
Diante do exposto, requer a concessã o dos benefícios previstos no art. 3º da lei
1060/50.

II - DOS FATOS
02 - DO CONTRATO DE TRABALHO
02) A Reclamante iniciou suas atividades laborais na Reclamada em 25/07/2010,
exercendo a funçã o de Cabelereira, percebendo salá rio mensal de R$ 2.000,00
(dois mil reais) a sua jornada de trabalho era das 09h00 à s 18h00 de segunda a
sá bado, sem usufruir do intervalo para refeiçã o e descanso.
03) Em 08/05/2015, a empregadora pediu para que a Reclamante abrisse uma
pessoa jurídica em seu nome, sob o argumento de que apenas dessa forma teria
direito ao seguro maternidade, pesando que estaria fazendo a coisa certa assim o
fez.
04) Lendo engano quando a empregada ganhou bebê procurou a autarquia com o
objetivo de obter o seguro maternidade entã o descobriu que nã o teria direito
tendo em vista que nã o cumpriu a carência exigida pela mesma, nos ú ltimos meses
apó s a abertura desse CNPJ, a Reclamada nã o dava mas condiçõ es para que a
Reclamante pudesse atender clientes, diminuindo de forma considerá vel o valor de
seu salá rio, logo se observa que estaria havendo uma quebra de contrato de
trabalho por parte do empregador.
05) Em todo esse tempo em que a Reclamante laborou para a Reclamada nunca
gozou férias nem tã o pouco recebeu décimo terceiro salá rio.
06) É oportuno lembrar que em todo esse período a reclamada nã o procedeu com
a assinatura de sua CTPS, descumprido preceito de Lei Federal, é oportuno relatar
que em sendo um contrato por tempo indeterminado o empregador deve proceder
com o pagamento do aviso prévio proporcional ao tempo trabalhado.

III - DO MÉRITO
03 - DO RECONHECIMENTO DO VINCULO DE EMPREGO
07) Como relatado pela Reclamante a empregadora em todo o seu período laboral
nunca procedeu com a assinatura de sua CTPS, ocorre que essa situaçã o está em
total desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro.
08. Ora Excelência a reclamante laborou por mais de cinco anos, e mesmo assim
nã o houve a assinatura de sua CTPS, mas é cristalino que no caso em tela há o
vinculo empregatício.
09. Pois existem requisitos que configuram o vinculo de emprego a subordinaçã o, a
onerosidade, nã o eventualidade, e a pessoalidade, todos estes requisitos estã o
encravados no Normativo especial que disciplina a matéria e preenchidos pela
Reclamante.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza nã o eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salá rio.
10. Diante dos fatos e das provas contidas nos autos fica evidente que a
Reclamante faz jus ao reconhecimento do vinculo empregatício e a posterior
assinatura de sua CTPS.

04 - DA RESCISAÕ INDIRETA
11) Como relatado nos fatos acima a Empregadora por nã o ter assinado a, CTPS da
trabalhadora, solicitou que a mesma abrisse o CNPJ, em 08/07/2015, como se nã o
bastasse a partir de entã o a empregadora passou a de certa forma excluir a
Reclamante da agenda dos clientes, dessa forma o salá rio diminuiu de forma
considerá vel, na maioria das vezes nã o chegando a receber nem mesmo o salá rio
mínimo, situaçã o que evidencia a quebra do pacto laboral ensejando assim a
rescisã o indireta por parte do trabalhador. Nos termos do artigo 483, g, da CLT.
Diante de tudo que se evidência resta claro que a Reclamante faz jus ao
deferimento da rescisã o indireta.

05) DO AVISO PRÉVIO


12) Ora Excelência, tendo em vista que o trabalhador exercia suas atividades desde
2010, resta cristalino que é devido o Aviso Prévio proporcional ao tempo de
serviço do empregado acordo com a Lei 12.506/2011, combinada com a Sú mula
441 do TST, contudo mesmo tratando-se de uma rescisã o indireta o empregado
terá direito ao Aviso Prévio de acordo com o entendimento do artigo 487, § 4º, da
CLT.
Nã o resta dú vida que o trabalhador faz jus ao aviso prévio de forma proporcional.

06 - DO INTERVALO INTRAJORNADA
13) A Jornada de trabalho da Reclamante durante todo o período contratual foi, de
segunda a sá bado das 09h00min à s 18h00, sendo que a mesma nã o tinha direito ao
intervalo intrajornada de 1 (uma) hora para descanso e alimentaçã o em virtude do
grande fluxo de clientes nosalã o de beleza e sob o argumento do empregador de
que quanto mais trabalhasse mais seria maior o retorno financeiro.
14) Nos termos do art. 71, caput, da CLT, o empregado que trabalha mais do que 6
horas diá rias tem direito de usufruir de, no mínimo, 1 (uma) hora de intervalo
intrajornada para descanso e alimentaçã o, o qual nã o foi respeitado pela
reclamada.
15) Diante do exposto, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento da hora
cheia acrescida do adicional de 50%, durante todo o período contratual, ou seja,
de25/07/2010 a 20/02/2017, nos termos do artigo 7º, XVI da CF/88, § 4º do
artigo 71 da CLT e sú mula 437, I do TST, bem como, reflexos, por se tratar de verba
de natureza salarial (sú mula 437, III do TST), em verbas contratuais e rescisó rias,
13º salá rio integrais e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integrais e
proporcional e depó sito de FGTS.

07 – DAS HORAS EXTRAS


16) Como relatado, o contrato de trabalho do Reclamante se deua partir 25 de
julho de 2010 a 20 de fevereiro de 2017, cuja jornada de trabalho era de segunda a
sá bado das 09h00 à s 18h00, perfazendo assim um total de nove horas trabalhadas
o que mostra perfeitamente que a jornada está em desacordo com o que determina
a legislaçã o hora vigente.
17) A Carta magna determina que a duraçã o do trabalho normal nã o será superior
a oito horas diá rias e quarenta e quatro semanais nos termos do art. 7º, inciso XIII,
com mesmo entendimento normativo a Legislaçã o especializada em seu artigo 58
caput, informa que a duraçã o normal do trabalho, para os empregados em
qualquer atividade privada, nã o excederá de 8 (oito) horas diá rias desde que nã o
seja fixado expressamente outro limite, o que nã o ocorria no caso em tela.
18) Com efeito a Carta magna em seu artigo 7º, inciso XVI determina que a
remuneraçã o do serviço extraordiná rio superior, no mínimo em cinquenta por
cento à do normal.
19) Diante do exposto o Reclamante requer o pagamento de 1 (uma) hora extra
cheia nã o paga com um adicional de 50%, nos termos do artigo 7º XVI da
Constituiçã o Federal, bem como, reflexos, por se tratar de verba de natureza
salarial (sú mula 437, III do TST), em verbas contratuais e rescisó rias, 13º salá rio
integrais e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integrais e proporcional e
depó sito de FGTS.
08– DO DEPÓSITO DO FGTS
20) É oportuno lembrar que desde dezembro de 2010 os depó sitos do FGTS nã o
eram efetuados, tendo emvista que o empregador nã o procedeu com a assinatura
da CTPS do empregado.
21) Ocorre que todos os empregadores ficam obrigados a depositar, em conta
bancá ria vinculada, a importâ ncia correspondente a 8% da remuneraçã o paga ou
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneraçã o as parcelas
de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT (comissõ es, gorjetas, gratificaçõ es, etc.)
e a gratificaçã o de Natal a que se refere a Lei 4.090/1962, com as modificaçõ es da
Lei 4.749/1965.
22) Por trata-se de um direito pessoal e intransferível garantido
constitucionalmente, o sistema do FGTS prevê que o trabalhador terá direito ao
saque quando algumas condiçõ es decorrerem do contrato de trabalho, de saú de do
trabalhador, de aposentadoria entre outras. Em nã o havendo o depó sito este
direito do trabalhador se mostra prejudicado o que é o caso em riste.
23) Tendo em vista que a empresa desde o início do contrato de trabalho nã o
recolheu o FGTS, caso um empregado seja demitido sem justa causa, a empresa
estará sujeita a recolher o FGTS de todos os meses, com a devida correçã o
monetá ria, além do pagamento da multa (GRF) sobre o total recolhido
normalmente mais o recolhido em atraso.
24) Diante do exposto o Reclamante requer o depó sito do FGTS de todo período
contratual mais a multa de 40% com todos os acréscimos legais lembrando que
nã o há que se falar em prescriçã o em razã o do que dispõ e a Sú mula 362 do TST.

09- DAS FÉRIAS EM DOBRO


25) Como relatado a Reclamante em momento algum recebeu férias anuais, ocorre
que a CLT, prevê que todo trabalhador deve gozar de trinta dias de férias sempre
apó s doze meses de trabalho.
26) Ocorre que as férias devem ser concedidas pelo empregador em um só período
a cada 12 (doze) meses, período em que o trabalhado adquire o direito ao gozo da
mesma, nos termos do artigo 134 da CLT, o que nunca foi concedido a ora
Reclamante.
Proporcional
27) Como evidenciado na tabela acima, nã o resta dú vida que a Reclamante nã o
procedeu com os pagamentos das férias em todo período contratual, tendo a
mesma perdido o prazo de concessã o em dois períodos de férias, devendo pagar as
mesmas em dobro, nos termos do artigo 51, II, da Lei Complementar 123/2006,
sendo as mesmas acrescidasdo terço constitucional, nos termos do artigo 7º, inciso
XVII, da Constituiçã o Federal.
28) Diante de tudo exposto, a Reclamante faz jus ao recebimento de duas férias em
dobro uma simples sendo outra proporcional e tudo acrescido do terço
constitucional.
10 - DO DEPÓSITO DO INSS
29) É oportuno lembrar que desde dezembro de 2010 os depó sitos do INSS nã o
eram efetuados, tendo em vista que o empregador nã o procedeucom a assinatura
da CTPS do trabalhador.
30) Ocorre que todo trabalhador que possui carteira assinada tem de 8% a 11% do
salá rio recolhidos e destinados à Previdência Social. Essa prá tica deve ser feita
pelo empregador, que desconta a contribuiçã o do rendimento do funcioná rio e a
comprova por meio da folha de pagamento. Como já relatado pelo Reclamante os
referidos depó sito nã o eram efetivados.
31) Diante do exposto e das provas contidas nos autos o Reclamante Requer que a
mesma proceda com o pagamento das devidas parcelas previdenciá ria.

11 – DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT.


32) Quanto as verbas hora em questã o, se verificando as que sã o incontroversas
devem ser pagas no ato da audiência sob pena do acréscimo de 50 % nos termos
do artigo 467 da CLT.
Art. 467. Em caso de rescisã o de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre
o montante das verbas rescisó rias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de paga-las acrescidas de cinquenta por
cento.
33) Diante de todo o exposto e das provas contidas nos autos, fica evidente que a
Reclamante faz jus a Multa do artigo 467 da CLT.

12 – DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT


34) Tendo em vista que o contrato de trabalho foi firmado por prazo
indeterminado e o empregado nã o deu causa ao rompimento contratual deve ser
assegurado ao Reclamante a Multa do artigo 477 da CLT.
35) Com efeito, o empregador nã o respeitou o prazo determinado no § 6º do
mesmo dispositivo legal, pois o mesmo determina que o aviso prévio sendo
indenizado o empregador tem um prazo de dez dias para proceder com o
pagamento das verbas rescisó rias, o que nã o ocorreu no caso em tela.
Art. 477 - É assegurado a todo empregado, nã o existindo prazo estipulado para a
terminaçã o do respectivo contrato, e quando nã o haja ele dado motivo para
cessaçã o das relaçõ es de trabalho, o direito de haver do empregador uma
indenizaçã o, paga na base da maior remuneraçã o que tenha percebido na mesma
empresa
§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisã o ou recibo
de quitaçã o deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
a) até o primeiro dia ú til imediato ao término do contrato; ou
b) até o décimo dia, contado da data da notificaçã o da demissã o, quando da
ausência do aviso prévio, indenizaçã o do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
36) Diante de todo o exposto e das provas contidas nos autos e tendo em vista o
preenchimento dos requisitos da legislaçã o hora vigente, fica evidente que a
Reclamante faz jus a respectiva multa.
IV – PEDIDOS EREQUERIMENTOS
Pelo exposto e por tudo mais que certamente será suprido pelo elevado saber
jurídico de Vossa Excelência, requer-se:
a) A concessã o do beneficio da gratuidade da justiça nos termos da Lei 1060/50
combinada com o art. 98 do NCPC
b) O reconhecimento do vinculo de emprego nos termos do artigo 3º da CLT, com
assinatura da CTPS
c) A concessã o da rescisã o indireta nos termos do artigo 483, g da CLT
d) Ointervalo intrajornada de 1 (uma) hora acrescida de 50%, com todos os
reflexos legai
e) O deferimento de 01 (uma) hora extra acrescida de 50% e todos os efeitos legai
f) O deferimento do depó sito do FGTS, mais a multa de 40% e a liberaçã o das guias
para sua liberaçã o
g) A concessã o de 02 (duas) férias em dobro acrescida do terço Constitucional
h) A concessã o de um período de férias na modalidade simples, mais o terço
Constitucional
i) A concessã o de férias proporcionais de 06/12 avos, mais o terço constitucional
j) Que a Reclamada proceda com os pagamentos do INSS, a que faz ju
l) O deferimento da multa do artigo 467, e 477, § 8º, da CLT
m) Termo de Rescisã o Contratual com a liberaçã o das guias para o saque do
Seguro Desemprego, a nã o liberaçã o importará em indenizaçã o substitutiva;
n) A procedência de todos os pedidos com a condenaçã o da Reclamada ao
pagamento de todas as verbas rescisó rias e todos os seus reflexos.
o) Anotificaçã o da Reclamada para querendo apresentar defesa em audiência, o
nã o comparecimento importará em revelia e confissã o quanto a matéria de fato
p) Intenciona-se comprovar o alegado por todos os meios de provas admitidos em
lei, essencialmente documentos e testemunhas e depoimentos pessoai
Apenas para efeito do teto processual, dá -se à causa o valor de R$ 55.000.45
(cinquenta e cinco mil reais e quarenta e cinco centavos).
Nesses termos,
Pede deferimento.
Natal-RN, xx de fevereiro de 2017.

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