RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo rito ordiná rio, em face da empresa TOK'S & RETOK'S CABELEIREIROS- ME,
Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.816.731/0001-35,
situada na Rua Aldo Melo de Freire, 1892, Capim Macio, Natal/RN - CEP: 59082-
030, pelas razõ es de fato e de direito a seguir expostos:
I - PRELIMINARMENTE
1 - DA JUSTIÇA GRATUITA
1) A Reclamante pleiteia os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, §
3º da CLT, bem como art. 2º, pará grafo ú nico, da Lei 1060/50, tendo em vista que
nã o tem condiçõ es de arcar com as custas processuais sem prejuízo da pró pria
subsistência ou da sua família.
Diante do exposto, requer a concessã o dos benefícios previstos no art. 3º da lei
1060/50.
II - DOS FATOS
02 - DO CONTRATO DE TRABALHO
02) A Reclamante iniciou suas atividades laborais na Reclamada em 25/07/2010,
exercendo a funçã o de Cabelereira, percebendo salá rio mensal de R$ 2.000,00
(dois mil reais) a sua jornada de trabalho era das 09h00 à s 18h00 de segunda a
sá bado, sem usufruir do intervalo para refeiçã o e descanso.
03) Em 08/05/2015, a empregadora pediu para que a Reclamante abrisse uma
pessoa jurídica em seu nome, sob o argumento de que apenas dessa forma teria
direito ao seguro maternidade, pesando que estaria fazendo a coisa certa assim o
fez.
04) Lendo engano quando a empregada ganhou bebê procurou a autarquia com o
objetivo de obter o seguro maternidade entã o descobriu que nã o teria direito
tendo em vista que nã o cumpriu a carência exigida pela mesma, nos ú ltimos meses
apó s a abertura desse CNPJ, a Reclamada nã o dava mas condiçõ es para que a
Reclamante pudesse atender clientes, diminuindo de forma considerá vel o valor de
seu salá rio, logo se observa que estaria havendo uma quebra de contrato de
trabalho por parte do empregador.
05) Em todo esse tempo em que a Reclamante laborou para a Reclamada nunca
gozou férias nem tã o pouco recebeu décimo terceiro salá rio.
06) É oportuno lembrar que em todo esse período a reclamada nã o procedeu com
a assinatura de sua CTPS, descumprido preceito de Lei Federal, é oportuno relatar
que em sendo um contrato por tempo indeterminado o empregador deve proceder
com o pagamento do aviso prévio proporcional ao tempo trabalhado.
III - DO MÉRITO
03 - DO RECONHECIMENTO DO VINCULO DE EMPREGO
07) Como relatado pela Reclamante a empregadora em todo o seu período laboral
nunca procedeu com a assinatura de sua CTPS, ocorre que essa situaçã o está em
total desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro.
08. Ora Excelência a reclamante laborou por mais de cinco anos, e mesmo assim
nã o houve a assinatura de sua CTPS, mas é cristalino que no caso em tela há o
vinculo empregatício.
09. Pois existem requisitos que configuram o vinculo de emprego a subordinaçã o, a
onerosidade, nã o eventualidade, e a pessoalidade, todos estes requisitos estã o
encravados no Normativo especial que disciplina a matéria e preenchidos pela
Reclamante.
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza nã o eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salá rio.
10. Diante dos fatos e das provas contidas nos autos fica evidente que a
Reclamante faz jus ao reconhecimento do vinculo empregatício e a posterior
assinatura de sua CTPS.
04 - DA RESCISAÕ INDIRETA
11) Como relatado nos fatos acima a Empregadora por nã o ter assinado a, CTPS da
trabalhadora, solicitou que a mesma abrisse o CNPJ, em 08/07/2015, como se nã o
bastasse a partir de entã o a empregadora passou a de certa forma excluir a
Reclamante da agenda dos clientes, dessa forma o salá rio diminuiu de forma
considerá vel, na maioria das vezes nã o chegando a receber nem mesmo o salá rio
mínimo, situaçã o que evidencia a quebra do pacto laboral ensejando assim a
rescisã o indireta por parte do trabalhador. Nos termos do artigo 483, g, da CLT.
Diante de tudo que se evidência resta claro que a Reclamante faz jus ao
deferimento da rescisã o indireta.
06 - DO INTERVALO INTRAJORNADA
13) A Jornada de trabalho da Reclamante durante todo o período contratual foi, de
segunda a sá bado das 09h00min à s 18h00, sendo que a mesma nã o tinha direito ao
intervalo intrajornada de 1 (uma) hora para descanso e alimentaçã o em virtude do
grande fluxo de clientes nosalã o de beleza e sob o argumento do empregador de
que quanto mais trabalhasse mais seria maior o retorno financeiro.
14) Nos termos do art. 71, caput, da CLT, o empregado que trabalha mais do que 6
horas diá rias tem direito de usufruir de, no mínimo, 1 (uma) hora de intervalo
intrajornada para descanso e alimentaçã o, o qual nã o foi respeitado pela
reclamada.
15) Diante do exposto, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento da hora
cheia acrescida do adicional de 50%, durante todo o período contratual, ou seja,
de25/07/2010 a 20/02/2017, nos termos do artigo 7º, XVI da CF/88, § 4º do
artigo 71 da CLT e sú mula 437, I do TST, bem como, reflexos, por se tratar de verba
de natureza salarial (sú mula 437, III do TST), em verbas contratuais e rescisó rias,
13º salá rio integrais e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integrais e
proporcional e depó sito de FGTS.