Você está na página 1de 7

AULA DE CONTRATO 27/10

Extinção dos Contratos

1. Causas Anteriores à Celebração.

a) Plano da Existência

Sujeito + objeto + forma + vontade = pressupostos de existência do negócio jurídico

Portanto, a FALTA de um pressuposto de existência justifica a extinção do contrato por um


causa anterior

Ação declaratória de INEXISTÊNCIA de negócio jurídico


ante a falta de um pressuposto (vontade)

b) Plano da Validade
exemplo: artigos 104, 171, 166 e 167 do CC
Ação declaratória de nulidade do contrato
ou uma ação anulatória
Imagine um contrato com vício de consentimento erro, dolo, coação...
Contrato simulado
Contrato simulado é contrato nulo
Ação declaratória de nulidade contratual
2. Causas Posteriores (supervenientes) à Celebração do Contrato.
ou seja, eu celebro o contrato. O contrato existe e é valido. Porém, uma causa posterior
justifica a sua extinção
Invalidade (nulidade absoluta ou nulidade relativa/anulabilidade) sempre será causa
anterior

que justificarão a extinção do contrato


Pressuposto: eu pressuponho que o contrato existe e é válido
E eu pressuponho também que, apesar de existir e de ser válido, surgiu depois disto, um
causa posterior, superveniente, bastante que justifica a extinção do contrato
a) adimplemento, cumprimento ou exaustão.
b) Morte (para os contratos personalíssimos)
exemplo: contrato de emprego em relação ao empregado
morte é uma causa posterior à celebração do contrato que, em certos contratos
(personalíssimos) geram a sua extinção

Atenção!!!
Existem contratos que são IMPESSOAIS
ou seja: não levam em consideração as qualidades do contratado
Nos contratos impessoais, a morte do contratante gera qual consequência jurídica?
Transmissão da posição contratual à outra pessoa

AULA DIA 03/11

Resilição

É forma de extinção IMOTIVADA do contrato

Principio da autonomia privada- Liberdade de contratar

resilição = exercício regular de um direito - tem natureza de ato jurídico

resilição gera dever de reparar o dano? Depende, em regra não, em regra o exercício
regular de um direito não causa dano injusto, pressupostos da reparação civil: ato + dano
injusto + nexo causal + dolo ou culpa
exemplo de ato lícito que causa dano e, portanto, dever de reparar (responsabilidade civil)
Resumindo- Resilição. 1. Conceito: É forma de extinção imotivada do contrato que, em
regra, não gera responsabilidade civil.

Atenção! Não confundir resilição com inadimplemento


resilição = abuso de direito

2. Modalidades ou espécies de resilição


a) Distrato- artigo 472, CC, O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
O que é um distrato? É a resilição bilateral
resilição bilateral: forma imotivada de extinção do contrato manifestada por consenso, pelo
encontro da vontade de extinguir o ajuste tanto pelo contratante, quanto pelo contratado
Se ligue!!
Princípio do paralelismo das formas ou da homologia das formas

Ou seja: se o contrato foi celebrado por escritura pública, o distrato deve ser feito por
escritura pública

Se o contrato foi celebrado por instrumento particular, o distrato deve ser celebrado por
instrumento particular

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir.
Enunciado 584 do CJF: "desde que não haja forma exigida para a substância do contrato,
admite-se que o distrato seja pactuado de forma livre".
Distrato = resilição bilateral

b) resilição unilateral- Artigo 473 do CC, A resilição unilateral, nos casos em que a lei
expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
“Opera”= se faz, acontece, atua

“Denuncia”= notificação/correspondência/comunicado
A denúncia é imotivada!

Conhecida como denúncia vazia porque lhe falta elemento da motivação, vazia de motivo

O que é uma denúncia vazia? Qual a natureza jurídica da denúncia vazia? Resilição
unilateral.

Parágrafo único. Art. 473 cc. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes
houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só
produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos
investimentos.
"só produzirá efeitos" = plano da eficácia
restrição à eficácia da denúncia vazia, não produzirá efeito enquanto a pessoa não
recuperar os investimentos feitos
STJ, REsp. 1.555.202/SP = abuso de direito- A resilição unilateral não pode ser realizada
de forma abusiva sob pena de configurar ato ilícito (CC, art. 187)
O Parag único se refere a boa-fé contratual- equilíbrio contratual

RESOLUÇÃO
Conceito. É forma MOTIVADA e UNILATERAL de extinção do contrato. Tem natureza de
ato jurídico.
Tem motivação no inadimplemento do contrato
Denuncia cheia! Cheia de fundamentos, motivos.
Art. 474 cc. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de
interpelação judicial
2. Modalidades ou espécies de resolução
a) Resolução expressa - é uma cláusula contratual pela qual os contratantes se liberam do
vínculo contratual em caso de inadimplemento e SEM A NECESSIDADE DE notificação
recíproca
O que significa a expressão: "opera de pleno direito" no art 474, acontece, se dá, se faz,
se implementa AUTOMATICAMENTE!

Resolução expressa: exige cláusula contratual expressa (não se presume) e se


implementa automaticamente.
obs: pelo princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Judiciário poderá avaliar se
efetivamente houve o inadimplemento a justificar a resolução expressa
ação declaratória de inexistência de inadimplemento contratual cumulada com...
o magistrado iria verificar se o sinalagma contratual foi rompido pelo inadimplemento

b) cláusula resolutiva tácita


Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a TÁCITA DEPENDE DE
interpelação judicial
O QUE É A CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁTICA? não está prevista. direito assegurado ao
contratante de romper (extinguir) o contrato em caso de inadimplemento contratual grave
da outra parte.

Possa ser que encontre em manuais que é clausula presumida de direito romano, mas é
na verdade um direito potestativo.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos.

É a assegurado, o contratante lesado tem uma alternativa jurídica, OU de pedir a


resolução do contrato OU de pedir o cumprimento do contrato. Seja em um caso, seja em
outro (em ambos os casos) PODERÁ também pedir perdas e danos

3. Exceção do Contrato Não Cumprido (artigos 476 a 477 do CC).

A exceção do contrato não cumprido é um MEIO DE DEFESA que pode ser invocado em
contratos bilaterais contra a exigência de cumprimento fundamentada no não cumprimento
prévio da parte contratante, ou seja, na ordem sucessiva de inadimplemento (enquanto
você não cumprir a sua parte do contrato, eu não sou obrigado a cumprir a minha).

processualmente falando se trata de uma DEFESA INDIRETA DILATÓRIA, Suspende a


exigibilidade da obrigação

CC, Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

"nenhum dos contratantes, ANTES...""- ordem de adimplemento.

3.1. Cláusula "solve et repete" (pague e depois reclame): é uma cláusula contratual pela
qual os contratantes expressamente afastam a incidência da exceção do contrato não
cumprido, ou seja, afastam expressamente a incidência do artigo 476 do CC, de modo que
ajustam não ser possível alegar a exceção do contrato não cumprido, vale dizer, de modo
a vedar a alegação da ordem sucessiva de adimplemento.
o artigo 476 do CC é uma norma regra disponível (passível de disposição pela vontade
das partes
Cláusula "solve et repete"- caso alguem seja compelido à pagar um tributo ou multa, terá
que pagar e depois recorrer.
Os contratantes ajustam que não se aplicará no presente contrato a regra a que se refere
o artigo 476 do CC, de modo que não é permitido neste contrato alegar a exceção do
contrato não cumprido.

3.2. Exceção de inseguridade:

artigo 477 do CC. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes
contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a
prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até
que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

situação jurídica após a assinatura do contrato de abalo patrimonial de um dos


contratantes

esta norma assegura o retardamento do cumprimento do contrato até que o contratante se


restabeleça financeiramente

exceção de inseguridade

Gera uma garantia de retardamento no cumprimento do contrato.

mecanismo de tutela do sinalagma contratual

AULA 17/11

Exceção de inseguridade

"Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes DIMINUIÇÃO
em seu PATRIMÔNIO capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se
obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, ATÉ QUE AQUELA
SATISFAÇA a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la" (CC, art. 477)

Direito ao retardamento da própria prestação

"DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA"


CC, Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma
das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em
virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Ligada a rebus sic stantibus e a teoria da imprevisão

Requisitos extraídos da aplicação do artigo 478 do CC

a) a existência de um contrato de execução continuada ou diferida

Contrato deferido no tempo

contrato de execução instantânea

Se ligue!

A resolução por onerosidade excessiva NÃO se aplica aos contratos de execução


instantânea.

É dizer: A resolução por onerosidade excessiva SOMENTE se aplica aos contratos de


execução continuada ou diferida
b) a excessiva onerosidade para uma das partes

Desequilíbrio

desequilíbrio contratual vertical ou relacional x desequilíbrio contratual horizontal ou


temporal

sacrifício desproporcional sofrido pelo contratante em relação à prestação que recebe =


desequilíbrio contratual vertical ou relacional. Já o desequilíbrio contratual sofrido pelo
contratante em face da obrigação assumida ao tempo da conclusão do contrato é =
desequilíbrio contratual horizontal ou temporal

c) Extrema vantagem da outra parte.

“A extrema vantagem do artigo 478 deve ser interpretado como um elemento acidental da
alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio
por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena”.

então para a parte da doutrina que resolve ignorar, esse requisito não é aplicado, e, em
vista do entendimento da antiga doutrina, esse requisito ainda é visto como
enriquecimento sem causa.

d) ocorrência de um acontecimento extraordinário e imprevisível.

Principio do equilibro contratual

CC Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar


eqüitativamente as condições do contrato.

Se eu tenho réu é porque eu tenho processo judicial

contestação com reconvenção

o réu irá pedir para que o contrato seja mantido!

CC, Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá
ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de
evitar a onerosidade excessiva.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

1. A importância do assunto

artigos 392, 441 e 447 cc

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o
contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos,
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios
ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

2. Quanto à tipicidade

Existem contratos típicos


e existem contratos atípicos
nominados
inominados

3. Quanto à forma

CC, art. 107

Contratos com forma livre


exemplo: compra e venda e da união estável
Contratos formais
exemplo: doação
artigo 541 do CC- Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento
particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e
de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Atenção!
Existem contratos formais E SOLENES
E contratos formais e NÃO SOLENES
solenidade = escritura pública

4. Quanto à remuneração
Contratos onerosos x contratos gratuitos
Contrato bifronte= É um contrato que pode ser tanto gratuito, quanto oneroso, a depender
do caso concreto

5. Quando à instantaneidade
Deferido
6. Quanto à pessoalidade
Contratos personalíssimos (ex. medico especialista, contrato de emprego em relação ao
empregado, é importante porque a morte extingue o contrato e o inadimplento para ter
penas e danos) x contratos impessoais

7. Quanto às existências ou não de prestações recíprocas (quanto à reciprocidade).


Unilateral (ex. testamento) x bilateral

8. Quanto à comutatividade
Saber previamente quais suas obrigações
Contratos comutativos (ex. locação) e contratos aleatórios (alea= sorte ou azar, ex.
seguro)

AULA 24/11
REVISÃO
a onerosidade excessiva, uma vez presente, pode gerar a resolução do contrato.
demais elementos do artigo 478 do CC NÃO estejam presentes
contrato diferido no tempo (continuado) + extrema vantagem para a outra para a outra
parte + imprevisível e extraordinário.

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de


salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não
pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
"assume uma obrigação EXCESSIVAMENTE ONEROSA"
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
CAUSA O QUÊ?
Anulação
QUAL A CONSEQUÊNCIA JURÍDICA NESTE CASO?
Nulidade relativa
artigo 171, II do CC
onerosidade excessiva PODE gerar OU a extinção OU a anulação de um contrato
contrato oneroso x contrato gratuito
estanosos SACRIFÍCIO experimentado pelos contratantes
No contrato gratuito somente UM dos contratantes experimenta sacrifício patrimonial
no contrato oneroso AMBOS experimentam sacrifício patrimonial
Gratuito= porque o sacrifício patrimonial é exclusivo apenas de um dos contratantes.
contrato de prestação de serviços é oneroso porque o sacrifício patrimonial agora é
experimentado por ambos os contratantes.

O que é um contrato BIFRONTE? Pode ser um contrato gratuito ou oneroso, a depender


do caso concreto.

RESILIÇÃO (artigos 472 e 473 do CC)


1. Conceito
É causa IMOTIVADA da extinção do contrato
2. Fundamento
Princípio da liberdade de contratar (art. 421 do CC)
3. Espécies
a) Resilição BILATERAL: art. 472 do CC
Chamado de Distrato
Caracteriza quando contratante e contratado decidem, juntos, que não mais permanecerão
contratados isto se dá por meio do DISTRATO e na forma do art. 472 do CC
"O distrato faz-se pela MESMA FORMA exigida para o contrato"
princípio do paralelismo das formas
b) Resilição UNILATERAL: art. 473 do CC
denúncia VAZIA
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
"opera mediante denúncia notificada à outra parte"- opera= funciona, acontece, se dá, se
realiza.
"notificada à outra parte"- manifestação de vontade de um contratante dirigida ao outro, é
preciso existir um ato jurídico de um contratante dirigido ao outro, e precisa provar isso,
uma mensagem, um email, uma correspondia com aviso de recebimento, comprovante de
recebimento do ato jurídico de comunicação.
parágrafo único do artigo 473 do CC
“Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de
transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos” (p.u.).
"só produzirá efeitos"- restrição legal à eficácia, aos efeitos do ato jurídico de
comunicação, "prazo compatível". Esse parag. Único defende o equilíbrio contratual, o
sinalagma, troca justas e uteis, Princípio da equivalência material. O que este parágrafo
único combate? A onerosidade excessiva.

Você também pode gostar