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Interpretação ECG

Professora Msc. Ridenia


Conceitos

 Algumas células desencadeiam o


Potencial de Ação sem a necessidade de
receberem estímulos em razão a uma
alta excitabilidade que as mesmas
apresentam.
Fases

 Um típico potencial de ação em uma típica


célula excitável dura apenas alguns poucos
milésimos de segundo e pode ser dividido nas
seguintes fases: despolarização e
repolarização.
Despolarização

 É a primeira fase do potencial de ação. Durante


essa fase, ocorre um significativo aumento na
permeabilidade aos íons sódio na membrana celular.
Isso propicia um grande fluxo de íons sódio de fora
para dentro da célula por meio de sua membrana
por um processo de difusão simples.
Repolarização

 A repolarização é a segunda fase do


potencial de ação e ocorre logo em
seguida à despolarização.
Repolarização

 Durante este curtíssimo período, a


permeabilidade na membrana celular
aos íons sódio retorna ao normal e,
simultaneamente, ocorre agora um
significativo aumento na permeabilidade
aos íons potássio.
Condução elétrica
Objetivo

 Realizar a avaliação elétrica da atividade


cardíaca (potenciais elétricos) e da sua
condução, registrada em gráficos que são
comparados com gráficos padrão e que o
estado de normalidade ou de alteração
dos músculos e nervos do coração.
Eixo X representa o tempo

Eixo X representa o tempo

Eixo X representa o tempo


Eixo Y representação de voltagem
Traçado normal
Onda P despolarização atrial.
O intervalo PR o impulso elétrico do átrio
até os ventrículos.
Complexo QRS despolarização ventricular
Segmento ST, repolarização de natureza
isoelétrica.
Onda T repolarização ventricular
Intervalo QT se estende do início da
despolarização até a conclusão da
repolarização.
Diagnóstico

 O exame pode detectar arritmias, aumento de


cavidades cardíacas, patologias
coronarianas, infarto agudo do miocárdio,
entre outros diagnósticos.
Alterações no ritmo cardíaco

 Bradicardia sinusal: ritmo lento,


originário do nó sinusal, com frequência
cardíaca menor do que 60
batimentos/minuto. Comum em atletas e
durante o sono.
Bradicardia sinusal
Taquicardia sinusal

 Ritmo originado nas células do nó sinusal,


caracterizada por ser um ritmo rápido,
normalmente com frequência cardíaca acima
de 100 batimentos/minuto. Pode ocorrer após
atividade física ou em casos de febre, por
exemplo.
Taquicardia sinusal
Arritimias

 Arritmias supraventriculares: se originam


nos átrios, ou seja, acima da bifurcação do
feixe de His, apresentando alguma alteração
da onda P. As principais são: fibrilação atrial e
flutter atrial, taquicardia supraventricular.
Arritmias supraventriculares
Arritmias de condução

 São caracterizadas por alterações no


intervalo PR, ou seja, o batimento
iniciado no nó sinusal é retardado ou
totalmente impedido de ativar os
ventrículos. As principais são os
bloqueios atrioventriculares.
Arritmias ventriculares:

 Caracterizadas por alterações do


complexo QRS e se originam abaixo da
bifurcação do feixe de His. As mais
encontradas são: extrassístole
ventricular e taquicardia ventricular.
Fibrilação atrial (FA)

 Taquiarritmia supraventricular caracterizada por uma ativação atrial


descoordenada, tendo como consequência uma perda no enchimento do
ventrículo de até 30 %
 Redução do débito cardíaco = sintomas como palpitações, dispneia, tontura,
cansaço e dor torácica
 Tratamento com anticoagulantes – redução de risco de AVE, importância do
monitoramento do TP/RNI
 Cardioversão elétrica sincronizada se instabilidade (pode ser química –
propafenona, sotalol e outras) e como reestabelecimento de ritmo em
pacientes sem cardiopatia estrutural
 Tratamento farmacológico (controle de FC = beta-bloqueador, bloqueador de
canal de cálcio, em cardiopatas o uso de digitálico está indicado)
Fibrilação atrial (FA)
Flutter atrial

 Taquiarritmia supraventrivular organizada e habitualmente se expressa no ECG


por ondas “f ” (ondas com aparência “serrilhada”), com frequência atrial
normalmente em torno de 300bpm
 O padrão mais comum de resposta ventricular à condução é de 2:1, resultando em
uma FC de 150bpm, com ondas “f” mascaradas pelos QRS frequentes
 Os sintomas mais comuns são sintomas mais comuns palpitações, dispneia aos
esforços, cansaço e precordialgia. Geralmente associado a doenças valvares ou
coronarianas
 Cardioversão se instável e farmacológico se estável (escolha é bloqueador de
canal de cálcio – verapamil, diltiazem)
Taquicardia supraventricular

 (Não FA, flutter ou sinusal) QRS estreito regular, geralmente a onda P não é
visível
 Os sinais e sintomas são: palpitações, ansiedade, dor precordial, sensação de
peso no pescoço ou no tórax, fadiga e dispneia
 Manobra vagal (massagem carotídea, manobra de valsalva), Adenosina (bloqueio
cardíaco transitório no nó atrioventricular)
 Em casos recorrentes, Bloqueador do canal de cálcio (verapamil, diltiazem) ou
Betabloqueador. Cardioversão elétrica sincronizada se instável
Bloqueios atrioventriculares (BAV)

 BAV 1º grau: a condução atrioventricular é prolongada, com o intervalo PR constante em


todos os ciclos cardíacos, porém excedendo o limite de duração de 0,20 segundo. Pode ser
causado por medicamentos (digitálicos, beta-bloqueadores, bloqueadores do canal de
cálcio)
 BAV 2º grau: aumento progressivo do intervalo PR, até ocorrer bloqueio atrioventricular,
representado por uma onda P sem um complexo QRS, mostrando que aquele estímulo
elétrico específico não foi conduzido para os ventrículos. Pode ser causado por digitálicos
ou miocardites por exemplo
 BAV 3º grau: forma mais grave desses bloqueios, havendo uma dissociação entre átrios e
ventrículos. O nó sinusal continua a despolarizar com frequência normal, mas todos os
impulsos são bloqueados. Dessa forma, os ventrículos também são estimulados a iniciar
um impulso elétrico, para que ocorra a contração ventricular. É caracterizado pela presença
da onda P em diversos pontos do ECG, podendo preceder ou não o complexo QRS. O
tratamento se dá com a implantação de marcapasso
Extrassístole ventricular

 O impulso da extrassístole ventricular não segue o sistema de condução habitual


dos ramos de feixe de His e, por essa razão, sua condução é lenta (QRS
alargado). Representam um sinal de irritabilidade miocárdica ventricular e, em
alguns casos, pode levar a taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular.
Taquicardia ventricular

 Caracterizada pela presença de complexos QRS alargados (maior do que 0,12


segundo), com frequência cardíaca alta (superior a 100 batimentos/minuto) e, em
geral, com ondas P ausentes.
 É considerada sustentada quando ultrapassa 30 segundos de duração.
 Principal causa é cardiopatia isquêmica (IAM prévio), mas também pode ser
causada por outros tipos de cardiopatias
 Quando estável é indicada a cardioversão química (amiodarona, lidocaína) ou a
elétrica sincronizada
 No longo prazo, o manejo depende da presença de cardiopatia estrutural e de
disfunção sistólica do VE, da repercussão hemodinâmica da arritmia e das
condições clínicas associadas
Ritmos de Parada Cardiorrespiratória
 Assistolia: Ausência total de atividade elétrica.
Prognóstico ruim, indicação de RCP e drogas (atropina e
adrenalina)
 AESP (atividade elétrica sem pulso): presença de um
ritmo organizado, geralmente lento e com alteração no
complexo QRS, porém sem contração ventricular. O
tratamento deve ser baseado no motivo da PCR
(hipovolemia, hiper/hipocalemia, hipóxia, IAM, etc)
 Taquicardia ventricular (TV): pode evoluir para a PCR
quando sustentada. Indicada a desfibrilação quando
houver presença de instabilidade hemodinâmica ou
ausência de pulso.
 Fibrilação ventricular (FV): atividade elétrica caótica,
impedindo que os ventrículos se contraiam, impossível
identificar ondas no ECG. Indicada a desfibrilação.
Bradiarritmias

Treinamento de Emergências Cardiovasculares Avançado : TECA / editores Manoel Fernandes


Canesin, Sergio Timerman ; coordenador Willyan Nazima . – Barueri, SP : Manole, 2013.
Taquiarritmias

Treinamento de Emergências Cardiovasculares Avançado : TECA / editores Manoel Fernandes


Canesin, Sergio Timerman ; coordenador Willyan Nazima . – Barueri, SP : Manole, 2013.
Leituras complementares

 Pesaro AE, Fernandes JL, Soeiro AM, Serrano Jr. CV. Arritmias cardíacas – principais
apresentações clínicas e mecanismos fisiopatológicos. Rev Med (São Paulo). 2008 jan.-
mar.;87(1):16-22.
 Capítulo 18 – “Avaliação do eletrocardiograma: principais ritmos cardíacos”, do livro
“Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto”, disponível
online em nossa biblioteca:
 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536321608/cfi/159!/4/4@0.00:0.00
 Vanheusden LMS et al. Assistência de Enfermagem a paciente com fibrilação atrial. Esc
Anna Nery R Enferm 2006 abr; 10 (1): 47 - 53.
 CRÉDITOS: Imagens de eletrocardiogramas retiradas de:
 http://www.ineti.med.br/aulas_pdf/arritmias_elaine.pdf
 http://saladeenfermagem.com/index.php/2017/03/14/ecg-descomplicado/

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