Você está na página 1de 7

FALCULDADE DE INHUMAS FACMAIS

CURSO DE AGRONOMIA
FITOPATOLOGIA AGRÍCOLA

JOSÉ MATHEUS ARAÚJO SILVA

EFEITO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA

INHUMAS
2021
JOSÉ MATHEUS ARAÚJO SILVA

Trabalho apresentada por meio da


disciplina Fitopatologia Agrícola, do
curso de Agronomia da Faculdade de
Inhumas Facmais, para fins de
obtenção da nota parcial de N2.

Orientado pela Prof. Renata Brandão

INHUMAS
2021
Efeito de Fungicidas
no controle da
Ferrugem da Soja

Jose Matheus Araujo Silva¹

Resumo
Estudos objetivando uma análise comparativa dos fungicidas têm permitido sua
classificação de acordo com a eficiência no controle de doenças na soja. No entanto,
são escassos os trabalhos sobre o efeito da aplicação de fungicidas na composição
mineral foliar e de grãos nessa cultura. Os fungicidas protetores formam uma
camada protetora tóxica na superfície da planta, que pode evitar a penetração do
fungo. O presente estudo avaliou o efeito do fungicida Ciproconazol e o aumento de
sua doze associado ao Mancozebe para o controle de Ferrugem (Phakopsora
pachyrhizi) na cultura de soja. Todos os tratamentos químicos aplicados foram
extremamente eficientes no controle da doença e proporcionaram níveis
semelhantes de produtividade de grãos. Foi avaliada a severidade da doença,
concentrações de clorofilas e carotenoides e trocas gasosas. A partir desses dados
analisados foi possível concluir que a adição de mancozebe eleva a curva de
progresso de controle da doença em relação a concentração de pigmentos
fotossintetizantes. Em virtude do método utilizado, houve eficácia no combate da
doença na planta dando crédito em relação ao aumento da doze do fungicida
ciproconazol associado ao mancozebe.

Palavras chave: fungicidas, Phakopsora pachyrhizi, controle químico.


Introdução
A ferrugem-asiática-da-soja (Phakopsora pachyrhizi) foi detectada no Brasil em 2001
(YORINORI et al., 2002) e desde a safra agrícola de 2003/2004 tem sido constatada
em quase todas as regiões produtoras de soja do Brasil (CONSÓRCIO., 2010;
YORINORI et al., 2004). Até o momento não estão disponíveis cultivares de soja
imunes a essa doença. Dessa forma, a aplicação de fungicidas tem sido a única
opção viável e segura para o controle da doença, após sua instalação na lavoura.

O uso de fungicidas para controle de doenças em soja no Brasil iniciou-se após a


ocorrência de surtos epidêmicos de oídio (Erysiphe diffusa) na safra 1996/1997
(GODOY et al., 2007; SILVA, 2002); todavia, grande parte dos sojicultores
brasileiros só passou a usar fungicidas em suas lavouras após o surgimento da
ferrugem-asiática-da-soja, na safra 2001/2002. Logo que essa doença surgiu no
Brasil, não haviam fungicidas registrados para seu controle. No entanto, atualmente,
existem mais de 70 marcas comerciais de fungicidas registrados no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para controle da ferrugem-asiática-da-
soja (BRASIL, 2003).

Sabe-se que fungicidas pertencentes aos grupos estrobilurinas e triazóis, sozinhos


ou em misturas, são mais eficientes no controle de P. pachyrhizi do que fungicidas
do grupo dos benzimidazóis (GODOY; CANTERI, 2004; SOARES et al., 2004). Além
disso, Venâncio et al. (2004), numa revisão sobre os efeitos fisiológicos de
piraclostrobina sobre plantas, destacam trabalhos que evidenciam os efeitos desta
estrobilurina no incremento da absorção de nitrogênio na forma de nitrato, inibição
da biossíntese de etileno, retardo na senescência foliar e até mesmo na indução da
resistência a vírus.

A assistência técnica, porém, carece de informações atualizadas sobre a eficiência


dos fungicidas, principalmente pelo fato de o patógeno causador da ferrugem da
soja, assim como todo microrganismo, ter a capacidade de adaptar-se ao ambiente,
podendo gerar novas populações menos sensíveis a determinadas moléculas
químicas (REIS et al., 2007).
Estudos visando uma análise comparativa dos fungicidas têm permitido a
classificação de acordo com a eficiência de controle, facilitando a assistência técnica
na tomada de decisão para a escolha do produto, objetivando o controle da
ferrugem (GODOY et al., 2007). No entanto, o efeito da aplicação de fungicidas nos
teores nutricionais das plantas praticamente não foi estudado até o momento, de
modo que poucas informações a este respeito se encontram disponíveis na
literatura.

Metodologia
Os resultados das análises de variância individuais para a ferrugem na soja são
demarcados entre as porcentagens dos possíveis danos na lavoura e as
porcentagens de danos reais na lavoura. Em um quadrante já analisado no Brasil, a
porcentagem de possíveis danos na planta foram de 90% em relação ao dano real
chegando na marca de 50% de infecção na cultura. A potência de um fungicida mais
potente comparada com a de outro com menor índice de potencialização funciona
da mesma maneira, sendo assim, o de menor dose (CIPROCONAZOL 30mg/há) é
mais potente, mas ambos têm a mesma eficácia na planta (Russell, 2004). Nesse
mesmo caso a ação fungistática paralisa o crescimento do fungo e inibe a
germinação dos esporos. Após esse procedimento, na ação genistática a molécula
inibe a esporulação dos fungos sem alterar o crescimento vegetativo da planta.

Resultados e Discussão
As classificações presentes no fungicida são diretamente relacionadas na
mobilidade e/ou posicionamento na planta, categorizando os tópicos imóveis,
mesostêmicos e sistêmicos. Não somente na mobilidade, mas também é analisado o
momento de aplicação do fungicida e as suas subfases do processo infeccioso,
sendo observados como fases preventivas, curativas e erradicantes. Cada uma
delas possuindo uma análise crítica para se definir qual a melhor opção de aplicação
e comparando a eficácia de um fungicida para o outro. O triazol ciproconazol por
exemplo, no combate á doença do OÍDIO (Microsphaera diffusa) da soja é
considerado uma boa escolha preventiva para a doença, sendo que, para a
ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) o fungicida associado com mancozeb é considerado
uma ótima escolha preventiva e curativa na cultura de soja. Somente no combate
contra as Manchas Alvo (Corynespora cassiicola) o ciproconazol não é uma boa
alternativa para o combate da doença sendo mais recomendável o triazol
Difenoconazol. Nos demais exemplos de triazois utilizados para o combate da
ferrugem na soja mostraram que, o triazol Tebuconazol também é considerado uma
ótima escolha preventiva e curativa no combate da doença, sendo que no combate do
OÍDIO, o fungicida é uma boa escolha apenas preventiva da doença. Na análise de
demais triazois utilizados no combate da ferrugem, três exemplos não são uma boa
escolha para serem utilizados tais como os triazois Tetraconazol, Epoxiconazol e o
Difenoconazol. De outro modo, analisando todos os fungicidas mencionados, todos
possuem boas recomendações para o controle e combate do OÍDIO, tendo neste caso
uma grande variedade de escolha no mercado.

Conclusão
A alta relevância relacionado entre o processo e o produto analisada no presente
trabalho indica que no cenário atual existe uma maior variedade de processos de
aplicação do produto em relação aos produtos oferecidos no mercado. Levando em
consideração a preferencia do produtor rural na aplicação do produto, os aspectos
analisados nos últimos anos desde 2019 até 2020 nos mostram a necessidade de
procurar formas preventivas e curativas da doença. Neste cenário agrícola a
quantidade de sacas de soja por hectare segundo análises da Embrapa teve uma
grande queda no mercado. De um modo geral, a visão que se cria da situação atual
é de que a diferença entre aplicar um processo preventivo ou curativo em uma
cultura é maior do que a diferença entre os produtos disponíveis no mercado atual.
Referências
BERGMANN, W. (Ed.). Nutritional disorders of plants: development, visual and
analytical diagnosis. 3 ed. Jena: G. Fischer, 1992. 741 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. AGROFIT: Sistema de


Agrotóxicos Fitossanitários. [Brasília, DF], 2003. Disponível em:
<http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 4
nov. 2008.

CONSÓRCIO Antiferrugem: monitorando a dispersão da ferrugem asiática da soja


no Brasil. [Londrina]: Embrapa Soja, [2010?]. Disponível em:
<http://www.consorcioantiferrugem.net/alerta/numeros.php>. Acesso em: 9 abr.
2010.

FITOPATOLOGIA. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL


DO BRASIL, 28., 2006, Uberaba. Ata... Londrina: Embrapa Soja, 2006. p. 140-160.
(Embrapa Soja. Documentos, 275). GODOY, C. V.; CANTERI, M. G. Efeitos protetor,
curativo, e erradicante de fungicidas no controle da ferrugem da soja causada por
Phakopsora pachyrhizi, em casa de vegetação. Fitopatologia Brasileira, Brasília,
DF, v. 29, n. 1, p. 97-101, jan./fev. 2004.

INAGAKI, M. N.; MORI, M.; NACHIT, M. M. Effect of a strobilurin-class fungicide on


water use in synthetic bread wheat genotypes grown under increasing water deficit
conditions. Cereal Research Communications, Budapest, v. 37, n. 4, p. 513-519,
Dec. 2009.

NASSON, N. A.; FARRAR, J.; BARTLETT, D. Strobilurin fungicides induce changes


in photosynthetic gas exchange that do not improve water use efficiency of plants
grown under conditions of water stress. Pest Management Science, Chichester, v.
63, n. 12, p. 1191-1200, Dec. 2007.

REIS, E. M.; REIS, A. C.; FORCELINI, C. A. Manual de fungicidas: guia para o


controle químico de doenças de plantas. 5. ed. rev. ampl. Passo Fundo: UPF
Editora, 2007. 153 p.

SILVA, F. de A. S. e. ASSISTAT versão 7.5 beta (2010). Campina Grande: UFCG,


CTRN, DEAG, 2010. Disponível em: <http://www.assistat.com>. Acesso em: 13 ago.
2010.

Você também pode gostar