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PSICOLOGIA

MARCOS MELO MARQUES CARNEIRO

FICHAMENTO DO LIVRO: “PSICOLOGIA DA


APRENDIZAGEM”

Feira de Santana

2020
MARCOS MELO MARQUES CARNEIRO

FICHAMENTO DO LIVRO: “PSICOLOGIA DA


APRENDIZAGEM”

Trabalho apresentado à professora Larissa Melo na


disciplina de Psicologia da Aprendizagem como
atividade avaliativa do curso de Graduação em
Psicologia da Faculdade Nobre (FAN).

Feira de Santana

2020
FICHAMENTO DO LIVRO: “PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM”

1. APRESENTAÇÃO

O objetivo deste trabalho se dá pelo desenvolvimento de um fichamento dos


capítulos V, VI e VII do livro Psicologia da Aprendizagem, escrito por Dinah Martins
de Souza Campos. Segue no material as ideias principais em resumo e comentários por
ordem de cada capítulo, conforme solicitado pela professora Larissa Melo como
atividade avaliativa.

2. FICHAMENTO DOS CAPÍTULOS V, VI E VII DO LIVRO “PSICOLOGIA


DA APRENDIZAGEM”

2.1. CAPÍTULO V – “Produtos da aprendizagem: Aprendizagem cognitiva”

Conforme CAMPOS (2002), a aprendizagem cognitiva depende do uso dos


processos intelectuais, sendo constituídos pela percepção, raciocínio, memória etc. O
desenvolvimento da aprendizagem se dá por um produto que é a mudança no
comportamento do indivíduo, bem como o agir, fazer, pensar ou gostar, considerando-o
como um ser que pensa, sente e atua, esses produtos podem ser agrupados em
automatismos, cognitivos ou afetivos/apreciativos.

A percepção terá impacto na aprendizagem a partir do momento em que o


indivíduo sente o mundo e o interpreta de acordo com suas experiências particulares, ou
seja, os significados que o indivíduo adota para fenômenos que o estimularam
sensoriamente, tendo sensação e a percepção como processos interdependentes.
Segundo Campos (2002, p. 54) “A percepção é a consciência da sensação, incluindo o
significado e interpretação que acompanha a experiência associada ao processo iniciado
pelo estímulo”. Mesmo sendo um dos processo mais importantes e que se faz necessário
para a identificação dos elementos de uma problemática, assim como sua resolução, é
dependente, de acordo com CAMPOS (2002), de fatores motivacionais, experiências
anteriores e do estado emocional do indivíduo, entregando uma predisposição ao
interesse pelo estímulo ou não, impactando no desempenho do mesmo. Deve-se atentar
não só para o bloqueio de interesse pelo indivíduo, mas também pelo fenômeno que o
estimula. Dependendo do grau de complexidade do fenômeno, poderá ocorrer um
bloqueio perceptivo, fazendo com que o estímulo, sendo extremamente complexo, não
seja captado pelo indivíduo e consequentemente não haja a compreensão e solução.

Tem-se a atenção como o processo em que o indivíduo priorizará estímulos


específicos, ou seja, atribuirá importância a um determinado fenômeno. CAMPOS
(2002) destaca fatores que compõem e contribuem para o processo da atenção:
Intensidade do estímulo, mudança súbita, novidade, relevância para o indivíduo etc.

A formação de conceitos generalizados, basicamente define-se como uma


nomenclatura dada a fenômenos que em sua ausência podem ser reproduzidos
imaginariamente. Segundo CAMPOS (2006, p. 56) “A primeira etapa na formação de
um conceito é a percepção de um objeto. Mais tarde, na ausência do objeto, sua imagem
é evocada”. É necessária a percepção e abstração das características do fenômeno para
que assim possa ser realizada uma fiel projeção do mesmo. CAMPOS (2002)
exemplifica com o uso da linguagem, sendo um meio de expressão de conceitos, porém
é necessária um conhecimento prévio do significado de cada palavra para que assim
entenda-se a ideia geral.

A compreensão de um fenômeno dependerá da memória, tendo em vista que a


memória é o processo responsável por capturar aquilo que é aprendido e acessá-lo
quando for necessário, num ciclo, conforme CAMPOS (2002), definido por: fixação,
retenção, evocação e reconhecimento.

A variação da natureza dos fenômenos implicará na variação da natureza da


aprendizagem, apresentadas por CAMPOS (2002) como processo de insight e ensaio-e-
erro, ambas, no âmbito da aprendizagem cognitiva, aplicadas a aprendizagem mental. O
processo do insight busca ser inteligente, interpretativo e integrativo. Ocorrerá o insight
pela compreensão em consequência do indivíduo situar-se de todas as relações em uma
problemática. O ensaio-e-erro é um processo dependente da observação. Segundo
CAMPOS (2002, p. 59) “Este processo é conhecido como aprendizagem pela seleção de
repostas bem sucedidas”, dessa forma, obedece a objetivos que mesmo não alcançados,
se tornam parte do processo, sendo planejados. Esse processo também pode ser prévio
do insight, considerando que diante de uma situação problemática complexa em que o
indivíduo produza diferentes respostas, a compreensão dessa estrutura, entregará uma
resposta correta para o indivíduo.
2.2. CAPÍTULO VI – “Produtos da aprendizagem: Aprendizagem de
automatismos”

O processo da aprendizagem de automatismos consiste na liberação das


atividades mentais mais complexas vindas do indivíduo para a realização de tarefas
rotineiras ou tomadas de atitudes, com agilidade e rapidez. Essas tarefas, até serem
automatizadas, necessitam de prática e repetição, sendo corrigida até alcançar a
eficiência. Conforme CAMPOS (2002, p.61) “O homem necessita saber vestir-se,
pentear-se, cortar alimentos, dirigir automóveis, escrever as palavras, operar
matematicamente e de uma série de atos usados a todo momento em sua vida”, essas
ações são tomadas pelos automatismos que podem ser classificados, conforme
CAMPOS (2002), em primários e secundários: Os primários são destinados aos
movimentos do corpo de saltar, correr, andar, nadar etc.; Os secundários integram o
controle e coordenação de músculos menores para escrever ou trocar instrumentos.

CAMPOS (2002) apresenta a ideia de que existem alguns fatores que podem
auxiliar na aprendizagem de automativos: A compreensão do fenômeno, bem como a
percepção da sua estrutura é fundamental para prever, de acordo com os conhecimentos
de mundo, movimentos adequados e que venham a ser bem sucedidos; Coordenação de
movimentos, tendo em vista ser necessária para a execução de movimentos seletos e
precisos; Automatização da aprendizagem, sendo essa desenvolvida pelo indivíduo para
que haja a ação sem que seja necessário o trabalho consciente, somente quando
necessário, conforme a intenção do indivíduo. Segundo CAMPOS (2002, p.62) “A
aprendizagem de hábitos e habilidades é realizada da mesma maneira que as outras,
porém inclui reações de tipo automático e, portanto, necessita da prática para ser
atingida”. É imprescindível que seja desenvolvida a compreensão e percepção para que
assim tenha-se o processo realizado de forma rápida, eficaz e correta.

Existem processos para a aquisição do automatismo. Diferente da condição


ideativa, onde pode-se adquirir um conhecimento apenas numa experiência vivenciada,
o automatismo necessita de prática e repetição. Atenta-se para fatores que tornam a
prática mais eficiente, conforme CAMPOS (2002) sobre fatores pedagógicos, a
existência de um objetivo e a distribuição intervalar dos treinos; Tem-se a imitação
como processo complexo que contribui com a aprendizagem de automatismos, sendo
essa realizada envolvendo a compreensão e uma finalidade.

“Não com muita precisão técnica, a imitação é definida como a tendência para
repetir as ações observadas em outros. A tendência é geralmente inibida, a
menos que a pessoa a ser imitada seja superior, ou a própria ação digna de
imitação, para o aprendiz (CAMPOS, 2002, p. 62).”

Assim, pode-se ser a imitação consciente ou inconsciente; O ensaio-e-erro é


fundamental, tendo em vista que o aprendiz não tem noção da habilidade a ser
aprendida. São consideradas todas as ações, inclusas as falhas. Após sucessivas ações,
são selecionadas as que conduzem ao êxito, desenvolvendo assim uma rota mais
econômica e eficiente para o aprendiz.

2.3. CAPÍTULO VII – “Produtos da aprendizagem: Aprendizagem apreciativa


ou afetiva”

Entende-se que o ser humano apreende-se a condutas e valores sociais, nesses


processos, segundo CAMPOS (2002), estão envolvidos: gostos, preferências, simpatias,
costumes, crenças, hábitos e ideias de ação. A aprendizagem apreciativa/afetiva vem
integrada a esses processos, adequando os sentimentos, atitudes e ideais, buscando a
formação da personalidade do indivíduo, assim como sua integração ao ambiente sócio-
cultural, conforme CAMPOS (2002, p. 69) “A aprendizagem apreciativa influi,
modifica e aperfeiçoa a personalidade do educando, que se estrutura sob as bases
hereditárias, em constante interação com o meio ambiente”. Tem-se o conhecimento
sendo adquirido de forma pluralizada, não sendo uma única coisa aprendida por vez,
mas sim várias. Essas modificações podem ser positivas ou não e impactam diretamente
na formação do caráter do indivíduo.

CAMPOS (2002) lista alguns princípios para aquisição da aprendizagem


apreciativa/afetiva, tendo o professor como o educador que utilizará desses métodos no
processo: O preparo prévio do aluno para o ensino facilitará a absorção dos conteúdos,
tendo em vista o envolvimento emocional por parte do mesmo; O educador deve
corresponder aos mesmos ideais pregados, considerando essa recomendação para
crianças; Deve-se oferecer e preparar o aluno para que se obtenha uma resposta afetiva
com mais facilidade, visando o desenvolvimento e o envolvimento do mesmos nas
atividades; Valorizar a simplicidade e adotar a discussão natural para uma melhor forma
de interação; Respeitar a individualidade do próximo; Tomar como forma de avaliação a
observação e se seus consequentes resultados correspondem aos ideais, valores e
atitudes. Para o processo em si, ocorre-se em duas etapas, sendo: O de condicionamento
de reações. Busca obter uma resposta agradável do aluno, através de uma situação
agradável que é associada a uma outra situação agradável, ou seja, elementos afetivos
sendo entregues com novos elementos que serão associados ao mesmo sentimento; O de
imitação. Como já descrito, a imitação será o processo de observação e repetição,
segundo CAMPOS (2002, p. 69) “As ações alheias podem chamar a atenção de outrem
para situações ou objetos, aos quais então reage de modo apropriado as suas
necessidades”. A imitação é uma forma utilizada frequentemente e que pode ser
ocasionada tanto pelo condicionamento, como pelo ensaio-e-erro.
REFERÊNCIAS

CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. 32 ed. Petrópolis:


Vozes, 2002.

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