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Mellitus
Estudar as complicações agudas da diabetes mellitus (cetoacidose metabólica; coma
hiperosmolar).
Compreender sinais e sintomas da hiper e hipoglicemia.
Conhecer a conduta ideal de estudante de medicina frente a situação apresentada.
Associada ao DM1.
Mas também ocorre no DM2 em condições de estresse extremo, como:
Infecção grave;
Trauma;
Emergências cardiovasculares;
Mais comum em pacientes jovens (<65 anos).
É uma complicação aguda do diabetes caracterizada por hiperglicemia, hipercetonemia e
acidose metabólica.
A hiperglicemia causa diurese osmótica com perda significativa de líquidos e eletrólitos.
Ocorre quando as concentrações de insulina são insuficientes para suprir as necessidades
metabólicas básicas do organismo.
A deficiência de insulina pode ser absoluta (durante lapsos de administração de insulina
exógena) ou relativa (quando as doses usuais de insulina não suprem as necessidades
metabólicas durante estresse fisiológico).
Estresses fisiológicos comuns que pode desencadear CAD:
Infecção aguda (pneumonia e infecções do trato urinário)
Infarto do miocárdio
AVC
Pancreatite
Gestação
Trauma
Alguns fármacos implicados como causa de cetoacidose diabética são:
Corticoides
DIU tiazídicos
Simpaticomiméticos
Inibidores do cotransportador de sódio-glicose (SGLT2)
É menos comum na DM2, mas pode ocorrer em situações de estresse fisiológico excepcional.
O DM2 propenso á cetose é uma variante do DM2, que as vezes ocorre em pacientes obesos,
geralmente de descendência africana.
Os diabéticos com propensão á cetose, podem apresentar comprometimento significativo da
função das células beta das ilhotas pancreáticas com hiperglicemia e, portanto, tem maior
probabilidade de CAP no caso de hiperglicemia importante.
Os inibidores de SGLT2 forma implicados na causa da cetoacidose diabética no DM1 e 2.
Em gestantes e pacientes que tomam inibidores de SGLT2, a cetoacidose diabética pode
ocorrer em níveis séricos mais baixos de glicose do que em outras causas de cetoacidose
diabética.
É uma complicação aguda do Diabetes Mellitus (DM) caracterizada por hiperglicemia, acidose
metabólica, desidratação e cetose, na vigência de uma insulinopenia e do excesso de
hormônios contrarreguladores, como glucagon, cortisol e catecolaminas. Acomete
principalmente pacientes com DM tipo 1 e geralmente é precipitada por quadros infecciosos,
principalmente pulmonares, omissão da insulinoterapia, desconhecimento do diagnóstico de
diabetes e situações de estresse agudo, como acidente vascular encefálico (AVE), infarto
agudo do miocárdio (IAM), pancreatite aguda, traumas, choque, queimaduras,
tromboembolismo pulmonar e isquemia mesentérica, entre outras.
Como a insulina é um hormônio anabólico, sua deficiência favorece processos catabólicos,
como lipólise, proteólise e glicogenólise. Consequentemente, há uma elevação dos níveis de
ácidos graxos livres (AGL). Através da oxidação, os AGL são convertidos em acetil-CoA.
Quando a produção de acetilCoA ultrapassa a capacidade de utilização hepática, essa
substância passa a ser convertida em corpos cetônicos (CC): acetoacetato, acetona e beta-
hidroxibutirato (principal CC da CAD). A retenção plasmática dos CC provoca acidose
metabólica com ânion gap (AG) elevado.
A hiperglicemia é causada por diminuição da utilização periférica de insulina, aumento da
secreção hepática de glicose (glicogenólise e gliconeogênese) e diminuição de sua excreção.
Consequentemente, há um leve aumento da osmolaridade plasmática, e posteriormente,
desidratação celular. Além disso, observa-se a glicosúria e a diurese osmótica que induzem
perda de volume extracelular. Estima-se uma perda de aproximadamente 5 a 10% do peso
corporal durante um episódio de CAD.
O quadro clínico que antecede a CAD é caracterizado por poliúria, polidpsia, polifagia e
astenia. Após a instalação da CAD, são observados anorexia, náuseas e vômitos que
agravam a desidratação, podendo chegar a choque hipovolêmico. Cefaleia, mal-estar,
parestesias e dor abdominal também são comuns. Com a progressão da CAD, pode haver
alteração do nível de consciência, e menos comumente, coma. O exame físico revela
mucosas desidratadas e turgor cutâneo diminuído. Há taquicardia, hálito cetônico e alterações
do ritmo respiratório. Inicialmente ocorre taquipnéia, seguida por ritmo de Kussmaul, podendo
evoluir para respiração superficial em casos mais graves e hipotensão arterial.
O diagnóstico definitivo de CAD consiste em demonstrar a presença de hiperglicemia
(geralmente acima de 250 mg/dl), acidose metabólica com ânion gap elevado (pH < 7,2,
bicarbonato < 15 mEq/L e AG > 14 mEq/L), cetonemia e cetonúria.
Com relação aos outros achados laboratoriais, a ureia e a creatinina podem estar elevadas
pela desidratação e pelo aumento da proteólise. No hemograma, o hematócrito pode se elevar
por hemoconcentração. Geralmente há leucocitose, mas apenas contagem leucocitária acima
de 25.000 - 30.000/mm3 sugere um quadro infeccioso. A amilase e a CPK podem estar
elevados.
O sódio corporal total está diminuído por perda urinária. Entretanto, a concentração plasmática
pode estar elevada, normal ou diminuída. Se a concentração estiver elevada, significa perda
de água superior à perda de sódio. Se a concentração estiver diminuída, pode ser por diluição
ou por hiperglicemia e seu efeito osmótico.
O potássio corporal total é sempre diminuído (em cerca de 5 mEq/kg), mas a concentração
sérica do íon pode ser normal, alta ou baixa.O tratamento da CAD se baseia em três pontos-
chaves, que incluem correção hidroeletrolítica, insulinoterapia e tratamento das condições
médicas associadas.
A condução dos casos de CAD deve ser realizada conjuntamente a cuidados intensivos,
como: análise dos sinais vitais e obtenção de glicemia capilar a cada 1 hora e de gasometria e
eletrólitos a cada 4 horas.
O passo inicial do tratamento consiste na hidratação. Deve-se avaliar a existência de
hipotensão e os níveis de sódio plasmático, para assim julgar se o soro utilizado será o soro
fisiológico (SF) 0,9% ou 0,45% e se a infusão será de 15 a 20 mL/Kg, em casos de choque, ou
4 a 14 mL/Kg/hora. Quando a glicemia cair para níveis inferiores a 250 mg/dL, acrescenta-se o
soro glicosado 5% para compor uma proporção de 1:1 com o SF, mantendo uma infusão de
150 a 250 mL/h.
A insulina deve ser aplicada imediatamente após a hidratação, porém apenas iniciada se o
potássio for maior 3,3 mEq/L. Administra-se insulina regular, em bolus endovenoso (EV), 015
UI/Kg, seguida de infusão em bomba de 0,1 UI/Kg/h, objetivando uma velocidade de queda
dos níveis glicêmicos de 50 a 75 mg/dL/h. Caso haja dificuldade com o manuseio da bomba
de infusão, a insulina pode ser utilizada por via intramuscular ou subcutânea. Se não for
alcançado o nível citado, ajustes na dose de insulina devem ser realizados a cada hora.
Quando a glicemia chegar ao nível de 250 mg/dL, a taxa de infusão deve ser reduzida pela
metade, mantendo a glicemia idealmente entre 150 a 200 mg/dL. Quando isto se associar a
um nível de bicarbonato sérico> 15 mEq/L e o pH> 7,3, a insulina regular SC 0,1 UI/Kg deve
ser aplicada, interrompendo após uma hora a administração da insulina venosa. Nesse
momento, a dieta oral pode ser iniciada.
Além do tratamento básico da hidratação e correção da glicemia, pode ser necessário a
reposição de potássio, bicarbonato de sódio (apenas com pH <7), fosfato e magnésio. Deve-
se ficar atento a uma complicação do tratamento da CAD, o edema cerebral. Ocasionado por
uma rápida redução da glicemia e infusão excessiva de soros hipotônicos. Porém, o edema
cerebral também pode ser uma consequência do quadro e não somente resposta de um
tratamento inadequado. A cetoacidose diabética é uma condição perfeitamente tratável e
mantém uma taxa de mortalidade em cerca de 4%.
FISIOPATOLOGIA
CAD é uma complicação da diabetes, considerada uma emergência médica e caracterizada
por cetonemia, acidose metabólica (pH acima de 7,3 e bicarbonato menor de 15mEq/L) e
hiperglicemia.
Na maioria dos casos, a cetoacidose é precipitada por uso inadequado de insulina. Além
disso, o abuso de álcool, jejum ou uso de medicações (glicocorticoides e betabloqueadores) e
eventos como infecções, infarto agudo do miocárdio, AVC, pancreatite também estão
associados.
A deficiência de insulina, faz com que o organismo metabolize triglicerídeos e aminoácidos em
vez de glicose, para produzir energia.
As concentrações plasmáticas de glicerol e ácido graxos livres se elevam em decorrência da
lipólise não controlada, assim como alanina do catabolismo muscular.
Glicerol e alanina fornecem substrato para a gliconeogênese hepática, a qual é estimulada
pelo excesso de glucagon que acompanha a insuficiência de insulina.
O glucagon também estimula a conversão mitocondrial de ácidos graxos livres em cetonas.
A insulina normalmente bloqueia a cetogênese pela inibição do transporte de derivados de
ácidos graxos livres na matriz mitocondrial, mas a cetogênese prossegue na ausência de
insulina.
Os principais cetoácidos produzidos, os ácidos acetoacético e beta-hidroxibutírico, são ácidos
orgânicos fortes que causam acidose metabólica.
A cetona derivada do ácido acetoacético acumula-se no sangue e é eliminada lentamente pela
respiração.
A hiperglicemia causada pela deficiência de insulina causa diurese osmótica que provoca
perda significativa de água e eletrólitos na urina. A excreção urinária de cetonas causa
necessariamente perdas adicionais de sódio e potássio. O sódio sérico pode cair em razão da
natriurese ou aumentar em virtude da excreção de grandes volumes de água livre.
Ocorre também perda de potássio em grandes quantidades, algumas vezes > 300 mEq/24h.
Apesar do déficit significativo de potássio corporal total, inicialmente o potássio sérico inicial
está normal ou elevado, devido a migração extracelular do potássio em resposta á acidose.
As concentrações de potássio geralmente caem mais durante o tratamento, a medida que o
tratamento com insulina leva o potássio para o interior das células. Se o potássio sérico não
for monitorado e reposto quando necessário, pode ocorrer hipopotassemia potencialmente
fatal.
Quando não há insulina suficiente, a maioria das células não pode utilizar a glicose existente
no sangue. Uma vez que ainda precisam de energia para sobreviver, elas passam a usar um
mecanismo de emergência para obter energia. As células adiposas começam a se decompor
e a produzir compostos denominados cetonas. As cetonas fornecem alguma energia para as
células, mas também tornam o sangue muito ácido (cetoacidose).
a cetoacidose ocorre como consequência da lipólise (quebra de gordura) aumentada,
processo que é utilizado como uma alternativa para a obtenção de energia, resultando em
produção de cetonas e outros cetoácidos, alterando o pH do sangue. O glucagon, ao contrário
da insulina, aumenta os níveis de glicose no sangue, e seu excesso contribui para o
desenvolvimento de cetoacidose.
SINTOMAS
Aumento da diurese e desidratação. Cetonemia, como náuseas e vômitos.