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DIABETES MELLITUS TIPO 1

 Estudar a etiologia e fisiologia da DM1.


 Conhecer os órgão e hormônios envolvidos.
 Compreender o mecanismo imunológico da DM1.
 Entender o diagnóstico, monitoramento e tratamento da DM1.
 Listar tipos de diabetes.

DIABETES

 Diabetes é uma síndrome, conjunto de distúrbios metabólicos que contêm em comum a hiperglicemia.
 No modelo atual, a classificação do diabetes é realizada basicamente através da identificação do
mecanismo fisiopatológico subjacente.
 “Diabetes melito” significa “excreção excessiva de urina doce”.

1 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias

 Diabetes do tipo 1: destruição das células beta, normalmente levando a deficiência insulínica absoluta.
 Diabetes do tipo 2: combinação entre a resistência insulínica e a disfunção das células beta.
 Defeitos genéticos da função das células beta: diabetes da maturidade no jovem provoca mutações em
genes – MODY
DIABETES MELLITUS TIPO 1

 É uma doença autoimune; poligênica; decorrente de destruição das células beta pancreáticas,
ocasionando deficiência completa na produção de insulina. (Diretriz)
 Se caracteriza pela deficiência absoluta de secreção de insulina provocada pela destruição das células
beta pancreáticas, geralmente resultante de ataque autoimune. (Robbins).
 É responsável por, aproximadamente, 5-10% de todos os casos.
2 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias
 88 mil brasileiros tenham DM1 e que o Brasil ocupa o terceiro lugar em prevalência de DM1 no mundo,
segundo o International Diabetes Federation.
 Mais frequentemente diagnosticado em crianças, adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens,
afetando igualmente mulheres e homens.
 Na maioria dos casos, a hiperglicemia é acentuada, evoluindo rapidamente para cetoacidose,
especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse.
 Se subdivide em DM tipo 1 A e DM tipo 1 B, a depender da presença ou da ausência laboratorial de
autoanticorpos circulantes, respectivamente.
FISIOPATOLOGIA

 O diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune na qual a destruição das ilhotas é provocada
primariamente por células efetoras imunes reagindo contra antígeno endógenos das células beta.
 O diabetes do tipo 1 mais comumente se desenvolve na infância, torna-se manifesto na puberdade e
progride com a idade.
 A maior parte dos pacientes com diabetes tipo 1 depende de insulina exógena para a sua sobrevivência;
sem a insulina, eles desenvolvem graves complicações, como a cetoacidose e o coma.
 Embora o início clínico do diabetes tipo 1seja abrupto, essa doença, na verdade, resulta de um ataque
autoimune às células beta que geralmente começa muitos anos antes que a doença se torne evidente.
 As manifestações clássicas da doença (hiperglicemia e cetose) ocorrem posteriormente no seu curso,
depois que mais de 90% das células beta foram destruídas.
 A anomalia imunológica fundamental no DM1 é a perda da autotolerância nas células T.
 Essa perda de tolerância pode ser o resultado de algumas combinações entre deleção clonal defeituosa de
células T autorreativas, no timo, assim como de defeitos na função de células T regulatórias, ou da
resistência de células T efetoras a supressão por células regulatórias.
 Desse modo, as células T autorreativas não somente sobrevivem como estão preparadas para responder
aos autoanticorpos.
 Não surpreendentemente, autoanticorpos contra uma variedade de antígenos da célula beta, incluindo a
insulina e a enzima descarboxilase do ácido glutâmico da célula beta, são detectados no sangue de 70-
80% dos pacientes.
 Nos raros casos em que as lesões pancreáticas foram examinadas precocemente no curso da doença, as
ilhotas exibem necrose das células beta e infiltração linfocítica (na chamada insulinite).
3 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias
 Como a maioria das doenças autoimunes, a patogenia do DM1 envolve a interação da suscetibilidade
genética.

DIABETES MELLITUS TIPO 1 A

 Forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos.


 Em diferentes populações, descreve-se forte associação com antígeno leucocitário humano DR3 e DR4.
 Embora sua fisiopatologia não seja totalmente conhecida, envolve, além da predisposição genética,
fatores ambientais que desencadeiam a resposta autoimune.
 Entre as principais exposições ambientais associadas ao DM1 estão infecções virais, componentes
dietéticos e certas composições da microbiota intestinal.
 Os marcadores conhecidos de autoimunidade são: anticorpo anti-ilhota, autoanticorpo anti-insulina,
anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico, anticorpo antitirosina-fosfatase Ia-2 e IA-1B e
anticorpo antitransportador de zinco.
 Geralmente, esses autoanticorpos precedem a hiperglicemia por meses a anos durante um estágio pré-
diabético.
 Quanto maior o número de autoanticorpos presente e mais elevados seus títulos, maior a chance de o
individuo desenvolver a doença.
 Na fase clinicamente manifesta o DM1, o início é em geral abrupto, podendo ser a cetoacidose diabética
a primeira manifestação da doença em um terço dos casos.
 Embora a maioria dos pacientes com DM1 tenha peso normal, a presença de sobrepeso e obesidade não
exclui o diagnostico da doença.
 DM1 e mais frequente na infância, mas pode acometer adultos, que desenvolvem uma forma lentamente
progressiva da doença, denominada LADA (latente autoimmune diabetes in adults).
DIABETES MELLITUS TIPO 1B

 A denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são
detectáveis na circulação.
 O diagnostico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da
negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de
insulinoterapia plena.
 As recomendações terapêuticas são as mesmas do DM tipo 1 A e não há evidências de risco distintos
para as complicações crônicas entre os subtipos.

EPIDEMIOLOGIA

 A DM1 é uma doença metabólica autoimune caudada pela destruição das células beta das ilhotas de
Langherans, o que provoca uma deficiência na produção de insulina por essas células, gerando um
excesso de glicose no sangue.
 No Brasil, o DM atinge cerca de 13 milhões de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Diabetes, sendo que a do tipo 1 ocorre entre 5% e 10% dessa população.
 A sua prevalência é maior em crianças e adolescentes, atingindo cerca de 95mil pessoas com idade entre
0 a 19 anos,
 O processo de destruição das células beta pode ser desencadeado tanto por fatores genéticos, quanto por
fatores ambientais, como infecções virais.
 Ele ocorre devido a falhas na autotolerância das células T, causadas por problemas nas deleções clonais
das células T autorreativas no timo, ou pela resistência destas a sua eliminação pelas células reguladoras.
4  Desse modo, as células T autorreativas são ativadas nos linfonodos peripancreáticos,
Diabetes Mellituschegando ao Dias
– Hemilly Costa
pâncreas em resposta aos antígenos liberados pelas ilhotas defeituosas, atacando a insulina, a enzima
descarboxilase do ácido glutâmico (GAB) das células beta e o autoantígeno das ilhotas pancreáticas 512.
 No pâncreas, as células beta são lesionadas devido a ação de citocinas, principalmente INF-y e TNF-
beta, secretadas pelas células T do tipo Th1 e pela ação direta das células T do tipo CTL5 CD8+, que
causam a sua morte.
 Esse mecanismo de destruição das células beta causam uma deficiência progressiva de insulina, que
chega a níveis muito baixos, afetando tecidos como fígado, músculos e tecido adiposo.

DIAGNÓSTICO

 O diagnóstico laboratorial da DM pode ser realizado por meio da glicemia de jejum, glicemia 2 horas
após teste oral de tolerância a glicose (TOTG) e hemoglobina glicada (HbA1c).
 Não existem outros testes validados e recomendados.

 Outros exames podem ser usados no acompanhamento do DM, alguns deles de forma análoga á HbA1c,
ou seja, como estimativas da glicemia média por determinado período de tempo.
 Nenhum deles é validado para diagnostico de DM.
 Glicemia pós-prandinal
 Frutosamina: nome genérico dado a todas proteinas glicadas,
 1,2-anidroglucitol
 Albumina glicada

TRATAMENTO

 O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características únicas dessa faixa
etária, como mudanças na sensibilidade à insulina relacionadas à maturidade sexual e ao crescimento
físico, capacidades de iniciar o autocuidado, supervisão na assistência a infância e escola, além de uma
vulnerabilidade neurológica a hipoglicemia e, possivelmente, hiperglicemia, bem como a cetoacidose
diabética. A atenção à dinâmica familiar também é essencial no desenvolvimento e na implementação de
um esquema de tratamento para a doença.
 A terapêutica do DM1, historicamente, segue a tríade composta por insulina, alimentação e atividade
física. Contudo, com os avanços tecnológicos e terapêuticos e os novos conhecimentos dos fatores
psicológicos e sociais que envolvem o DM, poder-se-ia dizer que a tríade deveria mudar para insulina,
monitorização e educação, incluindo-se nesta última a alimentação, a atividade física e a orientação para
os pacientes e suas famílias.
 O principal tratamento da DM1 é feito por meio da insulinoterapia, com uma dose padrão de 0,5 a 1U
por kg ao dia, que pode ser feita através de um tratamento intensivo.

IMUNOLOGIA DA DIABETES

5 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias

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