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DIABETES
Diabetes é uma síndrome, conjunto de distúrbios metabólicos que contêm em comum a hiperglicemia.
No modelo atual, a classificação do diabetes é realizada basicamente através da identificação do
mecanismo fisiopatológico subjacente.
“Diabetes melito” significa “excreção excessiva de urina doce”.
Diabetes do tipo 1: destruição das células beta, normalmente levando a deficiência insulínica absoluta.
Diabetes do tipo 2: combinação entre a resistência insulínica e a disfunção das células beta.
Defeitos genéticos da função das células beta: diabetes da maturidade no jovem provoca mutações em
genes – MODY
DIABETES MELLITUS TIPO 1
É uma doença autoimune; poligênica; decorrente de destruição das células beta pancreáticas,
ocasionando deficiência completa na produção de insulina. (Diretriz)
Se caracteriza pela deficiência absoluta de secreção de insulina provocada pela destruição das células
beta pancreáticas, geralmente resultante de ataque autoimune. (Robbins).
É responsável por, aproximadamente, 5-10% de todos os casos.
2 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias
88 mil brasileiros tenham DM1 e que o Brasil ocupa o terceiro lugar em prevalência de DM1 no mundo,
segundo o International Diabetes Federation.
Mais frequentemente diagnosticado em crianças, adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens,
afetando igualmente mulheres e homens.
Na maioria dos casos, a hiperglicemia é acentuada, evoluindo rapidamente para cetoacidose,
especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse.
Se subdivide em DM tipo 1 A e DM tipo 1 B, a depender da presença ou da ausência laboratorial de
autoanticorpos circulantes, respectivamente.
FISIOPATOLOGIA
O diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune na qual a destruição das ilhotas é provocada
primariamente por células efetoras imunes reagindo contra antígeno endógenos das células beta.
O diabetes do tipo 1 mais comumente se desenvolve na infância, torna-se manifesto na puberdade e
progride com a idade.
A maior parte dos pacientes com diabetes tipo 1 depende de insulina exógena para a sua sobrevivência;
sem a insulina, eles desenvolvem graves complicações, como a cetoacidose e o coma.
Embora o início clínico do diabetes tipo 1seja abrupto, essa doença, na verdade, resulta de um ataque
autoimune às células beta que geralmente começa muitos anos antes que a doença se torne evidente.
As manifestações clássicas da doença (hiperglicemia e cetose) ocorrem posteriormente no seu curso,
depois que mais de 90% das células beta foram destruídas.
A anomalia imunológica fundamental no DM1 é a perda da autotolerância nas células T.
Essa perda de tolerância pode ser o resultado de algumas combinações entre deleção clonal defeituosa de
células T autorreativas, no timo, assim como de defeitos na função de células T regulatórias, ou da
resistência de células T efetoras a supressão por células regulatórias.
Desse modo, as células T autorreativas não somente sobrevivem como estão preparadas para responder
aos autoanticorpos.
Não surpreendentemente, autoanticorpos contra uma variedade de antígenos da célula beta, incluindo a
insulina e a enzima descarboxilase do ácido glutâmico da célula beta, são detectados no sangue de 70-
80% dos pacientes.
Nos raros casos em que as lesões pancreáticas foram examinadas precocemente no curso da doença, as
ilhotas exibem necrose das células beta e infiltração linfocítica (na chamada insulinite).
3 Diabetes Mellitus – Hemilly Costa Dias
Como a maioria das doenças autoimunes, a patogenia do DM1 envolve a interação da suscetibilidade
genética.
A denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são
detectáveis na circulação.
O diagnostico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da
negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de
insulinoterapia plena.
As recomendações terapêuticas são as mesmas do DM tipo 1 A e não há evidências de risco distintos
para as complicações crônicas entre os subtipos.
EPIDEMIOLOGIA
A DM1 é uma doença metabólica autoimune caudada pela destruição das células beta das ilhotas de
Langherans, o que provoca uma deficiência na produção de insulina por essas células, gerando um
excesso de glicose no sangue.
No Brasil, o DM atinge cerca de 13 milhões de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Diabetes, sendo que a do tipo 1 ocorre entre 5% e 10% dessa população.
A sua prevalência é maior em crianças e adolescentes, atingindo cerca de 95mil pessoas com idade entre
0 a 19 anos,
O processo de destruição das células beta pode ser desencadeado tanto por fatores genéticos, quanto por
fatores ambientais, como infecções virais.
Ele ocorre devido a falhas na autotolerância das células T, causadas por problemas nas deleções clonais
das células T autorreativas no timo, ou pela resistência destas a sua eliminação pelas células reguladoras.
4 Desse modo, as células T autorreativas são ativadas nos linfonodos peripancreáticos,
Diabetes Mellituschegando ao Dias
– Hemilly Costa
pâncreas em resposta aos antígenos liberados pelas ilhotas defeituosas, atacando a insulina, a enzima
descarboxilase do ácido glutâmico (GAB) das células beta e o autoantígeno das ilhotas pancreáticas 512.
No pâncreas, as células beta são lesionadas devido a ação de citocinas, principalmente INF-y e TNF-
beta, secretadas pelas células T do tipo Th1 e pela ação direta das células T do tipo CTL5 CD8+, que
causam a sua morte.
Esse mecanismo de destruição das células beta causam uma deficiência progressiva de insulina, que
chega a níveis muito baixos, afetando tecidos como fígado, músculos e tecido adiposo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico laboratorial da DM pode ser realizado por meio da glicemia de jejum, glicemia 2 horas
após teste oral de tolerância a glicose (TOTG) e hemoglobina glicada (HbA1c).
Não existem outros testes validados e recomendados.
Outros exames podem ser usados no acompanhamento do DM, alguns deles de forma análoga á HbA1c,
ou seja, como estimativas da glicemia média por determinado período de tempo.
Nenhum deles é validado para diagnostico de DM.
Glicemia pós-prandinal
Frutosamina: nome genérico dado a todas proteinas glicadas,
1,2-anidroglucitol
Albumina glicada
TRATAMENTO
O tratamento de crianças e adolescentes com DM1 deve considerar características únicas dessa faixa
etária, como mudanças na sensibilidade à insulina relacionadas à maturidade sexual e ao crescimento
físico, capacidades de iniciar o autocuidado, supervisão na assistência a infância e escola, além de uma
vulnerabilidade neurológica a hipoglicemia e, possivelmente, hiperglicemia, bem como a cetoacidose
diabética. A atenção à dinâmica familiar também é essencial no desenvolvimento e na implementação de
um esquema de tratamento para a doença.
A terapêutica do DM1, historicamente, segue a tríade composta por insulina, alimentação e atividade
física. Contudo, com os avanços tecnológicos e terapêuticos e os novos conhecimentos dos fatores
psicológicos e sociais que envolvem o DM, poder-se-ia dizer que a tríade deveria mudar para insulina,
monitorização e educação, incluindo-se nesta última a alimentação, a atividade física e a orientação para
os pacientes e suas famílias.
O principal tratamento da DM1 é feito por meio da insulinoterapia, com uma dose padrão de 0,5 a 1U
por kg ao dia, que pode ser feita através de um tratamento intensivo.
IMUNOLOGIA DA DIABETES