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Logística de Suprimentos

Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
1 A Importância e Necessidade
da Lei de Licitações

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Obediência X Transgressão.............................................................................................. 5

4. O Que é Licitação?........................................................................................................... 6

5. Evolução Histórica........................................................................................................... 7

6. Obrigatoriedade, Finalidade e Importância...................................................................... 8

7. Ponto Polêmico do Módulo........................................................................................... 11

8. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 11
Módulo
1 A Importância e Necessidade
da Lei de Licitações

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• Conhecer o conceito de licitação pública.


• Apontar a evolução histórica, obrigatoriedade, finalidade e importância da licitação.
 

2. Introdução

O que é a lei?

No sentido jurídico, lei é o comando escrito elaborado, em regra, pelo Poder Legislativo e
imposto coercitivamente à obediência geral, tanto pelo cidadão quanto pelas instituições.

Conforme formulação de Montesquieu, os poderes constituídos do Estado são três: Legislativo,


Executivo e Judiciário, os quais convivem harmonicamente e são independentes entre si.

• O Legislativo tem como função principal elaborar as leis.


• O Executivo tem como atividade precípua executar as leis.
• O Judiciário tem como finalidade principal obrigar o cumprimento das leis.

3. Obediência X Transgressão

Uma lei deve ser cumprida em toda sua extensão e por todos os cidadãos, do mais simples
trabalhador ao Presidente da República.

Quando alguém transgride a lei é submetido à sanção1 previamente determinada, que varia,
conforme o caso, de uma simples advertência até a restrição da liberdade (prisão).

Nesse caso, não importa se o transgressor conhece ou não a ordem legal, uma vez que o
ordenamento jurídico determina que “a ninguém é dado desconhecer a lei”.

1. Sanção ou coercibilidade, embora sinônimos de obrigatoriedade, não são sinônimos de penalidade. Nas lições do saudoso
Geraldo Ataliba, encontramos importante explicação: “a sanção não é sempre e necessariamente um castigo. É mera
consequência jurídica que se desencadeia (incide) no caso de ser desobedecido o mandamento principal de uma norma. É um
preconceito que precisa ser dissipado - por flagrantemente anticientífico - a afirmação vulgar, infelizmente repetida por alguns
juristas, no sentido de que a sanção é castigo. Pode ser, algumas vezes. Não o é muitas vezes. Castigo, pena, penalidade é
espécie do gênero sanção jurídica. Nem toda sanção é castigo, embora todo castigo (espécie) seja sanção” (ATALIBA, Geraldo.
Hipótese de incidência tributária. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 1992. pp. 40-1).

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A norma que institui as regras para licitações e contratos da Administração Pública é a Lei nº
8.666, de 21.06.1993, e alterações posteriores.

Para conhecer todas as alterações da Lei nº 8.666/93, acesse o seguinte endereço no sítio da
Presidência da República: http://legislacao.planalto.gov.br

A modalidade Pregão é tratada pela Lei nº 10.520, de 17.07.2002 e por decretos de


regulamentações.

O Pregão será estudado detalhadamente no Módulo 13 deste Curso.

4. O Que é Licitação?

Conceito

No nosso dia a dia, quando estamos negociando algo do nosso interesse, como a com­­pra
de um veículo, de um imóvel, de material de consumo (alimentos, vestuário, combustível,
etc) ou contratação de um serviço (advocatício, médico, arquitetônico, etc) ou de uma obra,
sempre procuramos uma proposta que atenda melhor as nossas condições e expectativas para
o momento.

Definimos as nossas regras (valor máximo a ser pago e condições gerais) e seguimos em busca
de fornecedores (pessoa física ou jurídica ) que atendam a nossa necessidade.

É neste mesmo formato que também age a Administração Pública quando precisa contratar
terceiros. A diferença está em que a escolha da melhor proposta se realiza através de
um procedimento administrativo chamado de licitação, cujos termos são expostos em
um documento, chamado de instrumento convocatório (edital ou convite), que vincula
e obriga a todas as partes nele envolvidas, limitado as regras estabelecidas em lei.
“Licitação vem do latim licitationem, dos verbos liceri ou licitari (lançar em leilão, dar preço,
oferecer lance) e possui, em sentido literal, a significação do ato de licitar ou fazer preço sobre
a coisa posta em leilão ou a venda em almoeda.” 2

É o procedimento administrativo preliminar , mediante o qual a Administração, baseada em


critérios prévios, seleciona, entre várias propostas referentes a compras, obras ou serviços, a
que melhor atende ao interesse público , a fim de celebrar contrato com o responsável pela
proposta mais vantajosa, em observância ao princípio constitucional da isonomia.

O doutrinador Renato Geraldo Mendes, em sua obra O Processo de Contratação Pública afirma
que o “Processo de contratação pública é o conjunto de fases, etapas e atos estruturado
de forma lógica para permitir que a Administração, a partir da identificação precisa da sua
necessidade e demanda, possa definir com precisão o encargo desejado, minimizar seus riscos
e selecionar, isonomicamente, se possível, a pessoa capaz de satisfazer a sua necessidade
pela melhor relação benefício-custo.”( MENDES, Renato Geraldo. O Processo de Contratação
Pública – Fases, etapas e atos. Curitiba: Zênite, 2012, p. 25.)

2 BARROS, Wellington Pacheco. Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Altas, 2009.

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“Pode-se definir a licitação como uma invitatio ad offerendum, isto é, um convite do Poder Público
aos administrados para que façam suas propostas e tenham a chance de ser por ele contratados,
para executarem determinada prestação (de dar ou fazer).” MUKAI, Toshio. Licitações e contratos
administrativos. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 1.

5. Evolução Histórica

A noção de contratação pública surgiu com o advento do Código de Contabilidade Pública da


União, Decreto nº 4.536, de 19 de janeiro de 1922, posteriormente pela Lei nº 4.401/64, mas
ambos não possuíam o foco atual de observância ao princípio da isonomia e da igualdade de
todos perante a lei e com a seleção da proposta mais vantajosa. A então concorrência, como
era chamado o processo de contratação, visava atender ao interesse financeiro do Estado em
obter o preço mínimo.

Em 1967, com a Reforma Administrativa Federal através do Decreto-lei nº 200, o processo


de contratação perdeu seu caráter de discricionariedade administrativa para se constituir
em instituto vinculante e obrigatório, embora exclusivamente em âmbito federal. Tal
obrigatoriedade foi estendida aos Estados e Municípios através da Lei nº 5.456/68.

Posteriormente, o Decreto-lei nº 2.300, de 21/11/1986, e seu art. 85 determinou que se


aplicariam aos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios as normas gerais nele
estabelecidos, porém, somente com a Constituição Federal de 1988 foi que a licitação ganhou
foro constitucional de generalidade e de aplicação obrigatória a toda a Administração Pública,
incluindo ainda os fundos especiais e os entes privados controlados direta ou indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Na evolução do conceito e propósito do processo de licitação, verifica-se que esta deixou o


aspecto meramente econômico (menor preço) para se transformar em um instrumento que
possibilita a participação de todos os interessados, objetivando a seleção da proposta mais
vantajosa, isto é, aquela que atenda todas as regras impostas no instrumento convocatório
(em obediência à lei, à impessoalidade e ao julgamento objetivo) e, ainda, ofereça o melhor
preço para a Administração Pública.

Com a edição da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, restou revogado o Decreto-Lei


nº 2.300/86.

Alguns diplomas normativos posteriores objetivaram disciplinar pontos específicos e


complementares do Estatuto de Licitações.

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6. Obrigatoriedade, Finalidade e Importância

• Obrigatoriedade

Como já relatado, é a partir do advento da Constituição Federal de 1988 que a licitação passou
a ser obrigatória3 para toda a Administração Pública através dos arts. 37, XXI e 175, ressalvados
os casos especificados na legislação pertinente.

A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 estabelece normas para licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios e
condiciona, em seu parágrafo único do art. 1º, ao regime desta Lei, os órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Apesar de as empresas estatais possuírem personalidade jurídica de direito privado e terem


regulamento próprio, estas também ficaram sujeitas às normas gerais da Lei nº 8.666/93: “Art. 119.
As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão
regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta lei.”

• Finalidade

A instauração, de processo de licitação por parte da Administração Pública, conforme o art. 3º,
da Lei nº 8.666/93 destina-se a garantir:

• Observância ao princípio constitucional da isonomia: as regras e condições estipuladas


no instrumento convocatório (edital ou convite) deverão propiciar a participação dos
interessados do ramo pertinente ao objeto licitado. Tais condições não poderão estar
direcionadas a uma determinada especificação (marca) ou fornecedor (licitante),
nem tampouco frustrar o caráter competitivo do processo.

• Seleção da proposta mais vantajosa: a proposta selecionada deverá estar de acordo


(em 100%) com as especificações e demais condições estabelecidas no instrumento
convocatório e conjuntamente ofertar o melhor preço apresentado entre as
concorrentes. Tal requisito visa garantir que a Administração exerceu o direito
indisponível de guardiã da finalidade e interesse público manifestada naquela
contratação ao propiciar a melhor destinação possível dos recursos públicos.

• P
 romoção do desenvolvimento nacional sustentável (decorrente da Lei nº 12.349 de
dezembro de 2010).

No ano de 2010, a Lei nº 8.666/93 sofreu algumas valiosas alterações, entre elas, merecem
destaque as seguintes:

• Inserção da finalidade às licitações de busca do desenvolvimento nacional sustentável.

3 Hely Lopes Meirelles, em sua obra Direito Administrativo Brasileiro (São Paulo: Malheiros, 2001, p. 262) esclarece: "A expressão
‘obrigatoriedade de licitação’ tem duplo sentido, significando não só a compulsoriedade da licitação em geral como, também,
a da modalidade prevista na lei para a espécie, pois atenta contra os princípios da moralidade e eficiência da Administração o
uso da modalidade mais singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o
objeto do procedimento licitatório não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer autorizando a dispensa
de licitação, quando exigível, quer permitindo a substituição de uma modalidade por outra (art. 23, §§ 3º e 4º)."

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Contratações Públicas Sustentáveis são as que consideram critérios ambientais, econômicos e
sociais, em todos os estágios do processo de contratação, transformando o poder de compra do
Estado em um instrumento de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento econômico
e social.

O MPOG publicou a Instrução Normativa nº 1, de 19 de janeiro de 2010, que “dispõe sobre os


critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras
pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional”.

Mais informações em http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br.

• Inserção da possibilidade de margens de preferências que favorecem produtos


manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras, além
de novos critérios de desempate favoráveis às empresas brasileiras e aos bens
produzidos no Brasil.

• Possibilidade de restrição nas contratações destinadas à implantação, manutenção e


ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a bens e serviços com
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo
básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

Menor Preço ou Melhor Preço?

Com a clareza que lhe é peculiar, Helly Lopes Meirelles no livro Licitação e Contrato
Administrativo (São Paulo: Malheiros Editores ,15ª edição, 2010 afirma:

“Proposta mais vantajosa é a que melhor atende ao interesse do serviço público.


As vantagens da proposta serão aferidas em cada licitação segundo o fator ou fatores
preponderantes indicados no edital, de acordo com os fins almejados pela Administração
Pública. Isto porque, em cada obra, em cada serviço, em cada compra e em cada alienação, o
interesse público se diversifica diante das circunstâncias, das peculiaridades e das finalidades
da realização administrativa.

Proposta mais vantajosa - já o dissemos - não é sempre a do menor preço, mas sim a que
mais favorece o interesse do serviço público e melhor atende aos objetivos da Administração
expressos no edital ou no convite. Na licitação de menor preço este fator será o predominante
e decisivo no julgamento; na licitação de melhor técnica prevalecerão os fatores técnicos
indicados no edital e o preço que tenha sido negociado pela Administração; na licitação
de técnica e preço combinam-se esses dois fatores e decide-se pela média ponderada das
valorizações das propostas de técnica e preço, de acordo com os pesos estabelecidos no
instrumento convocatório; na licitação de maior lance ou oferta será esse, também, o fator
decisivo no julgamento, juntamente com as demais condições solicitadas no edital.”

Por ser ato administrativo formal, a manifestação de vontade da Administração Pública deverá
estar absolutamente vinculada aos ditames da lei, o que a impossibilita de criar requisitos

9
procedimentais próprios. O que estiver estabelecido na lei é o que deve ser cumprido pelo
Órgão ou Entidade Pública.
 
A legislação de licitações é ampla porque cada ente público (Estados, Distrito Federal e
Municípios) pode regulamentar o assunto, desde que não seja contrário ao disposto na
Constituição e na Lei nº 8.666/93.

Todas as demais leis devem estar em consonância com a Constituição Federal, ou seja, não
podem estabelecer regras que sejam contrárias a ela. Qualquer lei que contrarie a Constituição
é nula, pois, a Constituição, elaborada pelos representantes do povo, é a lei mais importante
de um país. Ela trata, precipuamente, da criação, organização e funcionamento do Estado.
Desta forma, todas as outras normas, para serem válidas, devem estar em conformidade com
a Constituição.

O artigo 22, inciso XXVII da Constituição Federal preceitua que compete privativamente
à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, observando o art. 37, inciso XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, observando o art. 173, §1º, inciso III, todos da CF.

Até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas estatais e
sociedades de economia mista, em atenção ao art. artigo 173, § 1º, inciso III da Constituição
Federal, devem estas observar os preceitos da Lei nº 8.666/1993 e os princípios e regras da
Administração Pública. Acórdão 1732/2009 Plenário (Sumário).

A professora Marinela esclarece que “(...), caberá à União a definição das normas gerais sobre
o assunto, tendo todos os entes competência para legislar sobre normas específicas. Todavia,
essas competências legislativas têm abrangências diferentes. Por exemplo, quando a União
cria norma geral, esta é de âmbito nacional, aplicável em todo o território e para todos os
entes da federação, o que não acontece na lei que define norma específica, porque só atinge
o próprio ente que legislou”. (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. Niterói: Impetus,
5ª ed. 2011, p.. 340).

Além disso, as Leis são divididas conforme a seguinte hierarquia:

• Constitucionais: referem-se à estrutura e ao funcionamento do Estado (organização


da estrutura, competência dos poderes e direitos fundamentais do Estado).
• Ordinárias: referem-se às leis comuns, emanadas do Poder Legislativo (exemplo: A
Lei de Licitações e Contratos).
• Regulamentares: referem-se às disposições da lei ordinária (decretos, resoluções,
etc) e que são desenvolvidas no plano administrativo do Estado.

• Importância

A licitação, por ser meio legal de se contratar bens, serviços e obras, é o instrumento de
acompanhamento e controle social sobre a gestão de recursos públicos.

Para a Administração Pública, é a ferramenta de seleção de melhor proposta (mais vantajosa)


para o ato ou contrato de seu interesse.
Como se trata de recursos públicos para o cidadão, é o exercício do direito de entender as
condições, valores e empresas contratadas direta ou indiretamente que possibilitam o
atendimento aos seus direitos sociais, tais como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer,
segurança, entre outros.

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A realização de procedimento licitatório para aquisição de bens e serviços é obrigatória se
ficar configurada a viabilidade de competição entre fornecedores. Acórdão 88/2008 Plenário
(Sumário).

Para os concorrentes da licitação (licitantes) é o exercício do direito de participação em


processo transparente, com julgamento objetivo e igualdade de condições, segundo as regras
estabelecidas no instrumento convocatório e na legislação própria.
É neste formato que o art. 4º, da Lei nº 8.666/93 estabelece o direito público subjetivo4
aos participantes e a qualquer cidadão para acompanhamento da fiel observância da lei no
procedimento licitatório.

7. Ponto Polêmico do Módulo

Princípio da Isonomia X Princípio da Máxima Competitividade O princípio que refuta a restrição


ao caráter competitivo não é absoluto, representando essencialmente a expressão sintetizada
de uma orientação vista em caráter de generalidade, a admitir, por óbvio, excepcionalidades
que sejam conduzidas por circunstancias ensejadoras de determinada feição fora do comum.

Não se admite a discriminação arbitrária na seleção do contratante, sendo insuprimível o


tratamento uniforme para situações uniformes, tendo em vistaque, nos termos do art. 3º,
caput, da Lei no 8.666/1993, a licitação destina-se a garantir não só a seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração Pública, mas também a observância do principio constitucional
da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumário).

8. Finalizando o Módulo

Terminamos o Módulo 1. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer a Lei de Licitações.

4. Segundo Wellington Pacheco Barros, em sua obra Licitações e Contratos Administrativos (São Paulo: Atlas, 2009, p..137), o
“direito subjetivo, no conceito substantivo, é a prerrogativa que alguém possui de exigir de outrem a prática ou abstenção de
certos atos, ou a respeito a situação que aproveitam. Direito público subjetivo, portanto, é quando essa prerrogativa assume
referendo estatal positivo ou negativo, devendo o Estado protegê-lo e não podendo atentar conta sua existência.”

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Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
2 A Lei de Licitações

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
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Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

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SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Princípios......................................................................................................................... 5

4. Planejamento.................................................................................................................. 8

5. Exceções.......................................................................................................................... 9

6. Definições de Termos da Lei............................................................................................. 9

7. Vedações aos Agentes Públicos...................................................................................... 11

8. Margem de Preferência ................................................................................................. 11

9. Ponto Polêmico............................................................................................................. 12

10. Finalizando o Módulo.................................................................................................. 13


Módulo
2 A Lei de Licitações

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• Apontar os princípios da Lei nº 8.666/93, seus conceitos e valores.


• Abordar sobre a importância do planejamento e das exceções à regra.
• Relacionar as definiçõe s da Lei nº 8.666/93.
• Arrolar as vedações aos agentes públicos, estipulados pela lei.

 
2. Introdução

A Administração Pública, em função de seus processos de trabalho, necessita adquirir bens


e contratar obras e serviços de terceiros. Porém, não pode fazê-lo de forma aleatória, muito
menos para atender interesses pessoais de agentes públicos.

3. Princípios

A Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º ao conceituar a licitação, define que o procedimento deve
ser julgado e processado em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.

Pela sua importância, a Constituição Federal, em seu art. 37 , caput, também arrola os princípios
inerentes à Administração Pública.

O que são princípios?

Os princípios são as diretrizes gerais, a sustentação, a base e apoio para o ordenamento jurídico
brasileiro, por isto seu âmbito de incidência é mais amplo que o das normas.

Estes não só orientam a interpretação de todo o ordenamento jurídico , mas também cumprem
o papel de suprir eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora). Quando
colidem eles não se excluem e poderão ter incidência concomitantemente em dois ou mais
casos concretos.

5
Qual a importância dos princípios?

Os princípios1 constitucionais contam com maior valor e eficácia e são vinculantes. Por este
motivo a sua observância é considerada obrigatória quando se tratar de Administração Pública.

A licitação, sendo um procedimento próprio desta lei, deverá se ater aos princípios constitucionais
e aos princípios infraconstitucionais que são os estabelecidos e complementados pelo art. 3º,
da Lei nº 8.666/93. Dessa forma, caso algum princípio seja infringido ou violado, o processo
será anulado por ilegalidade, conforme determina o art. 49 da Lei nº 8.666/93.

“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele,


disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito
e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a
lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido
harmônico.”. BONAVIDES, Paulo Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 7a
ed., 1998, p. 254
“Em sentido semelhante, a Corte Constitucional italiana assim definiu princípios: são aquelas
orientações e aquelas diretivas de caráter geral e fundamental que se possam deduzir da
conexão sistemática, da coordenação e da íntima racionalidade das normas que concorrem
para formar assim, num dado momento histórico, o tecido do ordenamento jurídico.”
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. São Paulo: Ed. RT,
1980, p. 230).

Os princípios, por fim, são considerados como os elementos de ataque e também de defesa
que a Administração Pública assim como os licitantes e cidadãos utilizam para contestarem
ou se defenderem das imputações alegadas quando das impugnações e recursos advindos do
processo de licitação.

Cabe ressaltar que, conforme preleciona o professor Novelino, “A Constituição é um sistema


normativo aberto de princípios e regras que, assim como os demais estatutos jurídicos,
necessita das duas espécies normativas para exteriorizar seus comandos. Isso porque um
sistema com base apenas em princípios poderia conduzir a um sistema falho em segurança
jurídica. Por seu turno, um sistema constituído exclusivamente por regras exigiria uma
disciplina legislativa exaustiva e completa (legalismo, “sistema de segurança”, não permitindo
a introdução dos conflitos, das concordâncias, do balanceamento de valores e interesses de
uma sociedade plural e aberta.” (NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional. Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 8. ed., 2013, p. 117/118)

1. Obviamente, os princípios são até mais genéricos do que a regra. Porém, a generalidade dos princípios tem uma vantagem
não achada na regra: a abertura. Na lição de Carmém Rocha, “ os princípios não pontuam, com especificidade e minudência,
hipóteses concretas de regulações jurídicas. O complexo principiológico que fundamenta o sistema constitucional estabelece a
gênese das regulações específicas e concretas, mas não as determina em si mesmas, senão dirigindo o seu conteúdo (que virá
em outras normas) e excluindo qualquer ditame jurídico que lhe contrarie a diretriz. São, pois, gerais, para serem geradores
de outros princípios e das regras constitucionais (...). A generalidade destes princípios possibilita que a Constituição cumpra o
seu papel de lei maior concreta e fundamental do Estado, sem amarrar a sociedade a modelos inflexíveis e definitivos, que a
vida não permitiria algemar-se em travas de lei. (...)”.
“A generalidade dos princípios permite que, sendo a sociedade plural e criativa, tenha seu sistema de Direito sempre atual,
sem se perder ou mascarar modelos contrários aos que na Lei magna se contêm como opção constituinte da sociedade
política” (ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Conceito de Princípios Constitucionais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 77).

6
Conceitos dos princípios básicos

a. LEGALIDADE - A atuação do gestor público e a realização da licitação devem ser


processadas na forma da Lei. A administração somente poderá conduzir o processo
conforme permitido pela legislação.

O art. 4º da Lei nº 8.666 /93 prevê de forma expressa o princípio da legalidade ao afirmar que

Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se
refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento
estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. (grifo nosso)

b. IMPESSOALIDADE - O interesse público está acima dos interesses pessoais. Por


este motivo o processo deverá ser conduzido em atendimento a sua finalidade e
interesse público.

a. MORALIDADE - A licitação deverá ser realizada em estrito cumprimento aos


padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. É a pauta dos valores morais a que
a Administração Pública deve submeter-se para a consecução do interesse coletivo,
ou seja, a conduta adotada pela Administração ou pelo particular (licitante/cidadão)
jamais poderá ferir valores fundamentais consagrados pelo ordenamento jurídico.

b. IGUALDADE - Previsto no art. 37, XXI da Constituição onde proíbe a discriminação


entre os participantes do processo. O gestor não pode incluir cláusulas que
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo, favorecendo uns em detrimento de
outros, que acabam por beneficiar, mesmo que involuntariamente, determinados
participantes.

Conforme ensina Marçal Justen Filho, “O direito proíbe a discriminação arbitrária, produto de
preferências pessoais e subjetivas do administrador. A licitação consiste em um instrumento
jurídico para afastar a arbitrariedade na seleção do contratante. Portanto, o ato convocatório
deverá definir, de modo objetivo, as diferenças que são reputadas relevantes para a Administração.
A isonomia significa o tratamento uniforme para situações uniformes, distinguindo-as na
medida em que exista diferença. Essa fórmula acarreta inúmeras consequências”. (FILHO,
Marçal Justen. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: Dialética,
15ª ed., 2012, p. 58/59)

c. PUBLICIDADE - Transparência do processo licitatório em todas as suas fases para que a


sociedade e os órgãos de controle possam tomar conhecimento de seus atos e impugná-los,
se viciados ou em desacordo com a legalidade e a moral administrativa. A Administração
só não é obrigada a dar publicidade àqueles atos cuja publicação possam pôr em risco a
segurança nacional.

A Lei nº 8.666/1993 estabelece, no seu art. 3º, os princípios que devem nortear os
procedimentos licitatórios, dentre eles o da publicidade e o da isonomia. O princípio
da publicidade consagra o “dever administrativo de manter plena transparência em
seus comportamentos”. O TCU, ao analisar esse princípio, assim o explicou: “Qualquer
interessado deve ter acesso às licitações e seu controle, mediante divulgação dos atos
praticados pelos administradores em todas as fases da licitação”. Acórdão 204/2008
Plenário (Relatório do Ministro Relator).

7
d. PROBIDADE ADMINISTRATIVA - O gestor deve ser honesto em cumprir todos os deveres
que lhes são atribuídos por força da legislação.

A probidade administrativa está, outrossim, extremamente conexa à observância dos


padrões éticos e morais, além da lealdade e boa-fé.

e. VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO (EDITAL OU CONVITE) - É o princípio


básico de toda licitação. O edital é a lei interna da licitação e por este motivo ficam obrigados
os seus termos, os licitantes, assim como a própria Administração que o expediu.

Tanto a Administração quanto o licitante deverão observar as regras determinadas no


ato de convocação, respeitando as normas e condições estabelecidas no instrumento
convocatório.

f. JULGAMENTO OBJETIVO - Deve-se basear pelo critério previamente estipulado no


instrumento convocatório, observadas todas as normas a respeito. Este princípio visa evitar
que o licitante seja surpreendido com critérios subjetivos desconhecidos até o momento
do julgamento.

Entedimento do TCU: Realiza o julgamento das propostas de forma totalmente objetiva, em


estrita vinculação com os critérios previamente estabelecidos no instrumento convocatório e
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, nos termos dos arts. 3º, 40, inciso VII,
41, 43, inciso V, 44 e 45 da Lei nº 8.666/1993.

Estabeleça de forma detalhada e inequívoca os atributos técnicos obrigatórios para a prestação


dos serviços a fim de não prejudicar o julgamento objetivo das propostas, levando em conta
ainda que tais atributos deverão não só guardar estrita correlação com o modelo de serviço
desejado, mas também estarem acompanhados da respectiva fundamentação, em atenção ao
disposto nos arts. 3º, § 1º, inciso I, e 44, § 1º, da Lei nº 8.666/1993. Acórdão 265/2010 Plenário.

4. Planejamento

As aquisições da Administração Pública devem estar em conformidade com prévio planejamento.


Assim, os bens, obras e serviços somente poderão ser adquiridos e/ou contratados se:

• Previstos recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações


assumidas.
• Executados no exercício financeiro em curso.
• Em consonância com o respectivo cronograma, previamente elaborado e aprovado
pela autoridade competente.

Adote o sistemático planejamento de suas compras, evitando o desnecessário fracionamento


na aquisição de produtos de uma mesma natureza e possibilitando a utilização da correta
modalidade de licitação, nos termos do art. 15, § 7º, II, da Lei nº 8.666/93.

8
Acórdão 79/2000 Plenário

As atividades executadas pela Administração Pública, embora previamente programadas, são


passíveis de se defrontar com eventos não esperados ao longo de um exercício financeiro.

Quando isso ocorre, desde que devidamente motivado e justificado, poderá a Administração
lançar mão dos casos previstos de dispensa e inexigilidade de licitação, ainda que não previstas
na programação. A própria Lei de Licitações prevê a possibilidade de aquisições emergenciais.

5. Exceções

É sempre necessário licitar?

A regra é a utilização do procedimento licitatório, entretanto, a Constituição Federal afirma


que nos casos previstos em lei, haverá permissão para contratação de forma direta.

Não. Há casos em que não é necessário licitar.

Você verá esses casos em detalhes no Módulo 5.

6. Definições de Termos da Lei

Conceitos - Art. 6° da Lei 8.666/93


Quadro Elaborado pelo Professor Walter Salomão Gouvêa
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação,
realizada por execução direta ou indireta;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de
interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto,
instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação,
manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou
trabalhos técnico-profissionais;
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só
vez ou parcelamento;
IV- Alienação - toda Transferência de domínio de bens a terceiros
V - Obras, serviços - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes
e compras de o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta lei;
grande vulto
VI - Seguro- Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas
por empresas em licitações e contratos;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos
próprios meios;

9
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer
dos
seguintes regimes;
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) vetado;
d) tarefa;
e) empreitada integral.
IX- Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar a obra;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra;
f) orçamento detalhado do custo global da obra.
X - Projeto Executivo - o conjuto dos elementos necessários e suficientes à execução
completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI - Administração - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Pública Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com
personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ela instituídas ou mantidas;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a
Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo
para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI - Comissão - comissão permanente ou especial criada pela Administração
com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos
e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de
licitantes.
XVII - Produtos - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de
manufaturados acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de
nacionais origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010);
XVIII - Serviços - serviços prestados no país, nas condições estabelecidas pelo
nacionais Poder Executivo Federal (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010);

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XIX - Sistemas - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja
de Tecnologia de descontinuidade provoque dano significativo à administração
informação pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
e comunicação requisitos relacionados às informações criticas; disponibilidade,
estratégicos confiabilidade, segurança e confidencialidade.
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010).

7. Vedações aos Agentes Públicos

O procedimento licitatório tem tramitação no âmbito da própria Administração Pública que o


realiza. Por este motivo, aos agentes da Administração que preparam e desenvolvem o conteúdo
do instrumento convocatório (fase interna) assim como os membros da Comissão licitante
(permanente ou especial) que processam e julgam a licitação (fase externa) submetem-se às
obrigações estabelecidas no art. 3º, § 1º, da Lei 8.666/93:

1. admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam
preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato.
2. estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive
no que se refere à moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando
envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no
parágrafo seguinte e no art. 3º, da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

8. Margem de Preferência

Desde 2010, a Lei nº 12.349/2010 permitiu que fosse assegurada preferência, como critério
de desempate, aos bens e serviços produzidos no país; produzidos ou prestados por
empresas brasileiras; e produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país.

A lei esclarece que poderá ser estabelecida margem de preferência, com base em estudos revistos
periodicamente, para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras. Tais margens de preferência deverão considerar: a geração de emprego e
renda; o efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; o desenvolvimento
e inovação tecnológica realizados no País; o custo adicional dos produtos e serviços; e em suas
revisões, análise retrospectiva de resultados.
 
Merece destaque que, para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecida margem
de preferência adicional à supracitada.

Segundo informações obtidas no sítio eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e


Comércio Exterior a aplicação da margem de preferência em compras públicas tem por objetivo
estimular a produção e a competitividade da empresa nacional, mediante a utilização do poder
de compra do governo federal, agregando ao perfil da demanda do setor público diretriz para a
promoção do desenvolvimento econômico sustentável.
Alguns Decretos já foram elaborados com essa finalidade, entre eles estão:

11
• Decreto nº 7.546/11 , que estabelece margem de preferência para produtos
manufaturados e serviços nacionais e de medidas de compensação comercial, industrial,
tecnológica ou de acesso a condições vantajosas de financiamento.
• Decreto nº 7.767/12, que estabelece a aplicação de margem de preferência em licitações
realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de produtos
médicos para fins do disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
• Decreto nº 7.903/13, que estabelece a aplicação de margem de preferência em
licitações realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de
equipamentos de tecnologia da informação e comunicação que menciona.
• Decreto nº 7.713/12, que estabelece a aplicação de margem de preferência nas
licitações realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de
fármacos e medicamentos descritos no Anexo I, para fins do disposto no art. 3º da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993.

9. Ponto Polêmico

Estatais exploradoras de Atividade Econômica e Observação da Lei nº 8.666/93 – Deverão as


estatais observar as regras e os princípios gerais nas contratações que envolvam a atividade-meio.

Informativo TCU nº 6:

É obrigatória a observância, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista


exploradoras de atividade econômica, das disposições contidas na Lei n.º 8.666/93 nas
contratações que envolvam sua atividade-meio, sendo, portanto, nessas situações, irregular
o acréscimo contratual superior aos limites legais estabelecidos, permitido apenas em casos
excepcionais, e desde que atendidos os requisitos elencados na Decisão n.º 215/99.

(...) Ressalta-se, ainda, o Acórdão n.º 1.125/2007 - Plenário, por meio do qual teria sido firmado
o “entendimento de que até a edição de lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas
estatais e sociedades de economia mista (a norma prevista no § 1º do art. 173 da CF/1988),
tais entidades devem observar os preceitos da Lei nº 8.666/1993 (art. 1º, parágrafo único) e
os princípios gerais e regras da Administração Pública”. Acerca do argumento recursal de que,
quando o Estado atua como empresa privada, não se aplicaria o limite de 25%, imposto aos
acréscimos de serviços na forma do art. 65, § 1º, da Lei n.º 8.666/93, enfatizou o relator que a
matéria já foi discutida quando da prolação do Acórdão n.º 121/98 - Plenário,, oportunidade
em que se decidiu não haver obrigatoriedade de a Petrobrás Distribuidora realizar licitação para
a contratação de transportes que guardem vínculo com a atividade-fim da empresa, como a de
transporte de produtos, permanecendo a obrigatoriedade de licitar em relação às atividades-
meio. Considerando que serviços de publicidade e propaganda “referem-se a atividades-meio
da empresa”, para o relator não restariam dúvidas de que “a contratação de tais serviços está
integralmente sujeita aos mandamentos da Lei nº 8.666/1993”. E arrematou: “[...] ainda que
se considerasse válido o Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobrás
(aprovado em 24/8/1998), ele não existia à época das sucessivas prorrogações contratuais.
Assim, não poderia a empresa socorrer-se de tal normativo, dado o impeditivo temporal
(tempus regitactum). Ademais, vale acrescentar que o próprio regulamento da Petrobrás veda
o acréscimo contratual acima de 25 % do valor atualizado da avença”. Diante desse cenário, não
haveria “justificativa plausível para acréscimos contratuais de tal monta, como também não há
que se falar em fato superveniente, defluindo dificuldade imprevista ou imprevisível, de modo
a autorizar a aplicação do entendimento consignado na Decisão nº 215/1999 - Plenário, que
faculta à Administração ultrapassar os limites do art. 65 da Lei de Licitações [...] nas hipóteses
de alterações contratuais consensuais, qualitativas e excepcionalíssimas de contratos de obras

12
e serviços”. Outros precedentes citados: Decisão n.º 663/2002 e Acórdãos n.º 29/2004 e
2.066/2004, todos do Plenário. Acórdão n.º 318/2010 - Plenário, TC-004.583/1998-1, rel. Min.
Augusto Nardes, 03.03.2010. (grifos nossos).

10. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 2. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer os Tipos de Licitação.

13
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
3 Tipos de Licitação

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Menor Preço.................................................................................................................... 6

4. Melhor Técnica................................................................................................................ 6

5. Técnica e Preço................................................................................................................ 6

6. Maior Lance ou Oferta..................................................................................................... 8

7. Considerações Finais........................................................................................................ 8

8. Ponto Polêmico............................................................................................................... 9

9. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 10
Módulo
3 Tipos de Licitação

1. Objetivos do módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• listar os tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93, apontando as situações nas


quais eles ocorrem.Abordar sobre a importância do planejamento e das exceções à
regra.

 
2. Introdução

Os tipos de Licitação previstos no Art. 45, § 1º, incisos I a IV são os seguintes:

• Menor Preço.
• Melhor Técnica.
• Técnica e Preço.
• Maior Lance ou Oferta.

O tipo licitatório é a forma como será julgada a licitação.

A utilização do tipo “menor preço” será a regra. Já os tipos de licitação “melhor técnica” e
“técnica e preço” serão, conforme art. 46 da Lei nº 8.666/93, utilizados exclusivamente para
serviços de natureza predominantemente intelectual ou no caso de fornecimento de bens e
execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, desde que autorizado expressamente
e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora
constante do ato convocatório.

Por fim, o tipo “maior lance ou oferta” será utilizado nos casos de alienação de bens ou
concessão do direito real de uso.

Como dito anteriormente, o tipo licitatório é a forma como será julgada a licitação. As
modalidades, que são o procedimento da licitação, deverão ser combinadas com tipos licitatórios.

Desde logo, cabe ressaltar que a modalidade concurso não será combinada com nenhum
desses tipos licitatórios, pois tal modalidade tem regramento específico detalhada no artigo
52 do Estatuto de Licitações.

“A adoção de critério de julgamento das propostas


não autorizado pela Lei 8.666/93 configura grave
infração à norma legal e ao princípio da isonomia,
importando na aplicação de multa aos responsáveis.”

AC-1035-21/08-P Sessão: 04/06/08 Grupo: I Classe: V


Relator: Ministro AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI -
Fiscalização - Auditoria de Conformidade.
5
3. Menor Preço

Conforme preceitua o Art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93, a Licitação pelo Menor Preço
ocorre quando o critério de seleção requerer apresentação de proposta de acordo com as
especificações do Edital ou Convite e ofertar o Menor Preço.

O Tribunal de Contas da União esclarece, em sua obra Licitações e Contratos - Orientações e


Jurisprudência do TCU, que “será a licitação do tipo “menor preço” quando o critério de seleção
da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor do certame
o licitante que apresentar proposta de acordo com as especificações do ato convocatório
e ofertar o “menor preço”. (BRASIL. Tribunal de Contas da União. Licitações e contratos :
orientações e jurisprudência do TCU. 4. ed. rev., atual. e ampl. Brasília: TCU, Secretaria - Geral
da Presidência. Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2010, p. 110.)

4. Melhor Técnica

Tipo de licitação cujo critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração tem
por base fatores de ordem técnica onde o órgão contratante estabelece, no ato convocatório,
o valor máximo que se propõe a pagar pelo bem ou serviço, assim como a exigência de critérios
técnicos mínimos, e negocia com os licitantes tecnicamente classificados, tendo por limite o
menor preço dentre os ofertados por estes.

O que a Administração busca neste caso são produtos de natureza intelectual (elaboração de
projetos, cálculos, fiscalização, supervisão, gerenciamento e consultoria), que demandam maior
eficiência, aperfeiçoamento, rapidez, tecnologia e adequação aos objetivos de determinado
empreendimento (art. 46 da Lei n° 8.666/1993).

Inportante destacar que nesse tipo licitatório, após a classificação da licitante melhor avaliada,
haverá negociação do preço ofertado, utilizando-se, em regra, como base, a proposta da
licitante que ofertou o menor preço e alcançou a técnica mínima desejada.

Acesse o quadro exemplificativo no anexo.

5. Técnica e Preço

O critério de seleção da melhor proposta se faz pela média ponderada das notas atribuídas
à proposta técnica (PT) e à proposta de preço (PP), o que implica dizer que nem sempre a
proposta vencedora é a de menor preço, visto que o critério preponderante recai sobre os
quesitos técnicos. Por exemplo: PT: peso 6,5; PP: peso 3,5.

É uma forma de a Administração avaliar dois critérios concomitantemente. O critério da


onerosidade e o critério da qualidade.

NOTA IMPORTANTE!!

Em 13 de maio de 2010 foi publicado o Decreto nº 7.174 que regulamenta a contratação de bens
e serviços de informática e automação pela administração pública federal, direta ou indireta,
pelas fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações sob o
controle direto ou indireto da União, destacando que:

6
• revogou o Decreto 1.070/94 que regulamentava o tipo de licitação tipo “técnica e
preço” para bens e serviços de informática (art. 14);
• revogou o Anexo II do Decreto nº 3.555/02 (regulamento do Pregão) que apresentava
uma relação de bens e serviços considerados comuns para fins de contratação por
meio do Pregão (art. 14);
• incluiu a licitação do tipo “menor preço” com a utilização do Pregão, preferencialmente
eletrônico, como modalidade para contratação de bens e serviços de informática (art.
9º);
• para as aquisições de bens e serviços que não sejam comuns em que o valor global
estimado for igual ou inferior ao da modalidade convite, não será obrigatória a
utilização da licitação do tipo “técnica e preço” (art. 9º).
• se o critério de julgamento for do tipo “técnica e preço”, não poderá ser adotado o
Convite como modalidade licitatória (art. 9º);
• implanta critérios para o exercício do direito de preferência para contratação,
inclusive para o Pregão (art. 8º).

Ainda sobre Tecnologia da Informação: novas normas e diretrizes

1) A Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 04/2010 de 12 novembro de 2010 dispõe sobre o


processo de contratação de Soluções de Tecnologia da Informação pelos órgãos integrantes
do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática (SISP) do Poder
Executivo Federal e REVOGA a Instrução Normativa SLTI/MP nº 4, de 19 de maio de 2008.

2) Complementando a Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 04/2010 temos o Manual de


Contratação de Soluções de Tecnologia da Informação (versão 2), que poderá ser acessado
no seguinte endereço: http://www.governoeletronico.gov.br/biblioteca/arquivos/manual-
de-contratacao-de-solucoes-de-tecnologia-da-informacao.

Acórdão 2391/2007 Plenário (Sumário)

É vedada a licitação do tipo “técnica e preço” quando não estiver caracterizada a natureza
predominantemente intelectual da maior parte do objeto que se pretende contratar, à vista
do disposto no art. 46, caput, da Lei nº 8.666/1993.

Acórdão 1453/2009 Plenário

Abstenha-se de exigir ou pontuar, em licitações do tipo “técnica e preço”, qualquer quesito


que não guarde correlação técnica, pertinência ou proporcionalidade com o objeto contratado
ou que não indique, necessariamente, maior capacidade para fornecer os serviços licitados,
em observância ao disposto na Lei n° 8.666/1993, art. 3°, § 1°, I, e à jurisprudência do TCU,
contida, por exemplo, nos Acórdãos 667/2005 Plenário e 2.561/2004 Segunda Câmara. Deixe
de prever como critério de pontuação técnica, em licitações do tipo “técnica e preço”, a adoção
de valores fixos de remuneração, limitando-se a pontuar por faixas salariais.

7
Adote a modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrônica, sempre que os serviços de
Tecnologia da Informação puderem ser definidos segundo protocolos, métodos e padrões de
desempenho e de qualidade objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado, nos termos do parágrafo único do art. 1° da Lei n° 10.520/2002, adotando
modalidade diversa somente quando não for viável utilizá-lo, o que deverá estar justificado no
processo licitatório, nos termos do Acórdão 2471/2008 Plenário.

6. Maior Lance ou Oferta

Quando utilizado o tipo de licitação maior lance ou oferta, o vencedor será, dentre os licitantes
qualificados, aquele que apresentar a proposta mais vantajosa para a Administração – o maior
lance ou a maior oferta.

Miranda, ao analisar o Art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93, conclui que a Licitação por Maior Lance
ou Oferta ocorre apenas nas hipóteses de:

• alienação de bens imóveis recebidos em pagamento;


• alienação de bens móveis inservíveis;
• alienação de bens móveis legalmente apreendidos;
• concessão de direito real de uso.

(MIRANDA, Henrique Savonitti. Licitações e contratos administrativos. 4.ed. Brasília: Senado


Federal, 2007. pp. 146- 51)

7. Considerações Finais

Os tipos de licitação Melhor Técnica ou Técnica e Preço devem ser utilizados exclusivamente
para serviços de natureza predominantemente intelectual, tais como:

• elaboração de projetos;
• cálculos;
• fiscalização;
• supervisão e gerenciamento;
• engenharia consultiva;

elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o


disposto no § 4º do art. 45 , que se refere a bens e serviços de informática.

Ainda, conforme art. 45, § 3º,excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo
poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior
autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes
de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas
e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade,
rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre
escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.

Licitação do tipo “técnica e preço”, para contratação de serviços advocatícios: 1 - Ausência de


definição da pontuação máxima no quesito de experiência profissional - Decisão monocrática no
TC-003.512/2010-0, rel. Min-Subst. André Luís de Carvalho, 05.05.2010.
8
O relator comunicou ao Plenário ter adotado medida cautelar determinando à INB - Indústrias
Nucleares do Brasil S/A que suspendesse a Concorrência n.º 1.011/2009, do tipo “técnica
e preço”, e todos os atos dela decorrentes, até que o Tribunal decida sobre o mérito das
irregularidades, levantadas em processo de representação. A licitação em tela tem por objeto
a contratação de escritório de advocacia para “execução de serviços técnicos profissionais
de natureza jurídica nas áreas trabalhista e cível, e procedimentos administrativos, junto às
Justiças Estadual, Federal e do Trabalho, incluindo todas as instâncias dos Tribunais sediados
nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e Tribunais Superiores”. Após examinar as respostas
encaminhadas pela INB em sede de oitiva prévia, a unidade técnica concluiu, em resumo,
que: a) “estaria equivocada a adoção, única e exclusivamente, de critérios de pontuação
técnica que medem a quantidade de vezes em que os advogados atuaram na representação
de pessoas jurídicas de direito público ou privado”; b) “apesar de esse quesito não se mostrar
desarrazoado, deveria vir acompanhado de outros que pudessem efetivamente demonstrar
a qualificação técnica dos profissionais”; c) “a eleição de critérios técnicos deve sujeitar-se
ao princípio da proporcionalidade, sendo imperioso que exista vínculo de adequação entre o
critério eleito e a necessidade pública a ser satisfeita”; d) “o não estabelecimento de pontuação
técnica máxima a ser obtida pelas licitantes contraria os princípios da motivação, razoabilidade
e proporcionalidade, insculpidos no art. 2º da Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e pode ter
restringido o caráter competitivo e a igualdade do certame, em desobediência ao caput e § 1º
do inciso I do art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993, vez que grandes escritórios atingirão melhores
pontuações técnicas, simplesmente por serem detentores de quadros de profissionais maiores”.
Para o relator, os critérios de pontuação técnica definidos no edital do certame podem, de fato,
ter “acarretado injustiças e contrariado o interesse público”, privilegiando “sociedades cujos
advogados atuaram em grande número de causas, embora de baixa complexidade”. Os critérios
adotados “não garantem necessariamente a qualificação técnica dos profissionais da sociedade
a ser contratada” e, se a INB decidiu realizar a concorrência do tipo “técnica e preço”, “é porque
a qualificação técnica da contratada é importante e determinante na condução da defesa dos
interesses da empresa junto ao Poder Judiciário”. Reconheceu o relator haver indícios de que,
“com a ausência de fixação de pontuação geral máxima a ser obtida pelas licitantes - com a
definição de pontuação máxima apenas para cada profissional -, a licitação em tela tende à
contratação de escritório de maior porte, simplesmente por ser detentor de quadro maior de
profissionais”. O Plenário, por unanimidade, referendou a cautelar.

8. Ponto Polêmico

Impossibilidade de criação de novos tipos licitatórios.

(...) O Edital da licitação em estudo prevê que o critério para julgamento das propostas é o
‘MENOR PREÇO ACEITÁVEL PARA A VIABILIDADE DA OBRA’. A Lei no 8.666/93 classifica, em seu
art. 45, § 1º, os tipos de licitação em‘menor preço’, ‘melhor técnica’, ‘técnica e preço’ e ‘maior
lance’. O parágrafo 5º do mesmo artigo da referida Lei veda a utilização de outros critérios.
No presente caso, o Edital ‘inventou’ um novo tipo de licitação. O termo ‘aceitável’ é subjetivo
o suficiente para impor ao julgamento a opinião pessoal de quem analisa as propostas,
especialmente por não ter estabelecido parâmetros de aceitabilidade. Foi o que ocorreu na
avaliação das propostas das empresas (...). A Comissão introduziu no julgamento, variáveis
não previstas no Edital e considerou inexequível o preço apresentado (...), baseando-se no
custo levantado por sua equipe. No entanto, a cotação daquela empresa representou 95,58%
dos valores apresentados (...), pouco representativa no contexto da obra. Se a construtora
apresentou toda a documentação nos termos exigidos, ofereceu proposta séria, conforme
prevista no Edital, cotou o menor preço, e foi desclassificada, parece-nos que foi prejudicada
pelos critérios de julgamento adotados sem que tivesse conhecimento prévio. Acórdão
21/2000 Plenário (Relatório do Ministro Relator).

9
9. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 3. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer as Modalidades Tradicionais de


Licitação.

10
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
4 Modalidades de Licitação

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Concorrência................................................................................................................... 6

4. Tomada de Preços............................................................................................................ 8

5. Convite.......................................................................................................................... 10

6. Concurso....................................................................................................................... 11

7. Leilão............................................................................................................................. 12

8. Ponto Polêmico............................................................................................................. 12

9. Finalizando o módulo.................................................................................................... 13
Módulo
4 Modalidades de Licitação

1. Objetivos do módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• conceituar as modalidades tradicionais de licitação1 (Concorrência, Tomada de Preços,


Convite, Concurso e Leilão) apontando seus principais aspectos legais.

2. Introdução

Como as licitações são realizadas?

De acordo com a Lei 8.666/93, as Licitações podem ser realizadas por meio das seguintes
modalidades:

• Concorrência.
• Tomada de Preços.
• Convite.
• Concurso.
• Leilão.

As modalidades são formas determinadas para a condução dos trabalhos de uma licitação.

As modalidades são o procedimento, o como fazer, já os tipos de licitação são o como julgar.

São modalidades licitatórias, segundo o artigo 22 da Lei nº 8.666/93 e Lei 10.520/2002:

• Concorrência.
• Tomada de preços.
• Convite.
• Concurso.
• Leilão.
• Pregão.

Como decidir a modalidade licitatória?

Dois são os critérios: o primeiro é qualitativo – a pergunta a ser feita é: O que eu quero? A
segunda pergunta é sobre o quantitativo, enquadrando conforme limites estabelecidos na lei.

Pergunte-se: O que a Administração Pública necessita?

Possíveis respostas:

1. A modalidade pregão, instituída pela Lei Federal nº 10.520/02, será analisada, especificamente, no Módulo 13, razão pela
qual não será abordada nesse módulo.
5
a) Desfazer ou Conceder: em regra, leilão, para bens móveis e concorrência para
bens imóveis. Sendo possível, leilão para bens imóveis quando estes tiverem sido
adquiridos pela Administração por intermédio de procedimentos judiciais ou de
dação em pagamento, conforme artigo 19 da Lei nº 8.666/93.
b) Trabalho técnico, científico ou artístico: em regra, concurso.
c) Adquirir: duas serão as possibilidades.

Primeira: É bem ou serviço comum? Pregão.

Segunda: Não é bem ou serviço comum? Escala de valores do artigo 22, da Lei nº 8.666/93
para escolha entre as modalidades da Lei nº 8.666/93. O sítio comprasnet nos fornece uma
tabela com esses valores, vejamos:

Artigo Inciso Alínea Valor R$ Modalidade de Licitação

Obras/Serviço Engenharia

I A 150.000,00 CONVITE
I B 1.500.000,00 TOMADA DE PREÇOS
I C 1.500.000,00 CONCORRÊNCIA
23
Compras/Outros Serviços

II A 80.000,00 CONVITE
II B 650.000,00 TOMADA DE PREÇOS
II C 650.000,00 CONCORRÊNCIA
I Dispensa Licitação
II
- 15.000,00 Obras/Serviço Engenharia
- 8.000,00 Compras/Outros Serviços
24
Dispensa Licitação

Único 30.000,00 Obras/Serviço Engenharia


16.000,00 Compras/Outros Seviços

Vejamos cada uma das modalidades de Licitação em detalhes.

3. Concorrência

Conforme o Art. 22, § 1º , da Lei 8.666 de 1993, concorrência é a modalidade de licitação entre
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação2 preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Vamos conhecer a partir de agora cada um dos aspectos relacionados à Concorrência.

• Chamamento.
• Alcance.
• Participantes.
• Limite de valores.
• Prazo.

2. habilitação jurídica, idoneidade e regularidade fiscal e trabalhista por meio de um conjunto de documentos exigidos pelo
licitante.

6
Chamamento

O chamamento3 da Concorrência é feito por meio de aviso resumido do edital de licitação.

Conforme o Art. 21, incs. de I a III , da Lei 8.666/93, esse aviso4 deverá ser publicado pelo
menos uma vez:

No Diário Oficial da União, quando se tratar de órgãos da Administração Pública Federal.

No Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal quando se tratar de órgãos da Administração


Pública Estadual ou Municipal ou do Distrito Federal, respectivamente.

Em jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no


Município ou região onde será realizada a licitação.

A Administração, sempre que possível, deverá utilizar-se de outros meios de divulgação para
ampliar o número de concorrentes.

Alcance

O alcance5 da Concorrência varia em função da esfera da Administração Pública.

Administração Pública Federal

Quando se tratar de Licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e,
ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou
garantidas por instituições federais.
Administração Pública Estadual, Municipal ou do Distrito Federal

O alcance é dentro das respectivas esferas, não vetada a participação de interessados em


âmbito nacional.

Participantes

Nessa modalidade de licitação, qualquer pessoa - física ou jurídica - pode participar, desde que:

• Preencha as condições estabelecidas no edital.


• Tenha sido habilitada na fase inicial.

Limite de Valor

De acordo com o Art. 23, caput, incs. I (c) e II (c) , da Lei 8.666/93, a modalidade Concorrência
é obrigatória para licitações com valores acima de:

3. Levar ao conhecimento público uma ação da Administração.


4. Resumo do edital de licitação levado à publicação. Esse aviso deverá ser publicado pelo menos uma vez: - No Diário Oficial
da União, quando se tratar de órgãos da Administração Pública Federal. - No Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal
quando se tratar de órgãos da Administração Pública Estadual ou Municipal ou do Distrito Federal, respectivamente. - Em
jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou região onde será
realizada a licitação. Art. 21, incs. de I a III
5. Até onde a lei vai; até onde a lei tem validade.

7
• R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), em caso de obras e serviços de
engenharia.
• R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), em caso de compras e outros
serviços.

A Concorrência não possui valor máximo para sua utilização.

Embora obrigatória para os casos previstos no art. 23 inc. I, alínea “c” e inc. II, alínea “c”, a
Concorrência também pode ser utilizada para as faixas de preços inferiores (Tomada de Preços
e Convite), conforme preceitua o Art. 23, § 4° da Lei 8.666/93.

Os valores dos limites de preço para as modalidades de Tomada de Preços e Convite também
são determinados pelo art. 23 da Lei 8.666/93 - veja abaixo a releitura do quadro demonstrado
no início deste módulo.

Obras e serviços Compras


de engenharia e outros serviços
Convite até R$ 150.000,00 até R$ 80.000,00
Tomada de Preços até R$ 1.500.000,00 até R$ 650.000,00
Concorrência acima de R$ 1.500.000,00 acima de R$ 650.000,00

Prazo

O prazo6 é determinado pelo Art. 21, § 2º, incs. I (b) e II (a), da Lei 8.666/93 e depende do Tipo
de Concorrência.

Quando se tratar de:

• “melhor técnica”, “técnica e preço” ou obras de engenharia em regime de execução


de “empreitada integral”, o prazo será de 45 dias;
• “compras” ou “outros serviços”, o prazo será de 30 dias.

4. Tomada de Preços

Conforme o Art. 22, § 2º , da Lei 8.666/93, a Tomada de Preços é a modalidade de licitação


entre interessados qualificados:

• Devidamente cadastrados ou
• Que atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas.

Vamos conhecer a partir de agora cada um dos aspectos relacionados à Tomada de Preços.

6. Tempo definido que a lei dá ao interessado em participar da licitação.

8
Chamamento e Alcance Da Tomada de Preços

Ao chamamento dos interessados na Tomada de Preços aplicam-se às mesmas regras da


Concorrência.

• Chamamento.
• Alcance.

O Art. 23, caput, incs. I (b) e II (b) , da Lei 8.666/93 prevê que a Tomada de Preços pode ser
realizada até o valor limite máximo de:

• R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), em caso de obras serviços de


engenharia.
• R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), em caso de compras e outros
serviços.

Segundo o Art. 21, § 2º, incs. II (b) e III , da Lei 8.666/93, o prazo7 será de:

• 30 dias: quando se tratar de “melhor técnica” ou “técnica e preço”.


• 15 dias: para outros tipos de tomada de preços ou leilão.

Quando se tratar de:

• “melhor técnica” ou “técnica e preço”, o prazo será de 30 dias.


• para outros tipos de tomada de preços ou leilão, o prazo será de 15 dias.

Acórdão n.º 335/2010, TC-004.418/2004-8, rel. Min. Raimundo Carreiro, 02.02.2010.

Prestação de serviços advocatícios: 1 - Parcelamento do objeto e definição da modalidade


licitatória.

É irregular o fracionamento de despesas sem a manutenção da modalidade licitatória cabível,


devendo o agente público atentar para que o objeto da compra, da obra ou do serviço seja
sempre definido em sua totalidade. Com base nesse entendimento, a Segunda Câmara negou
provimento a recurso de reconsideração interposto pelo Presidente do CREA/CE contra o
Acórdão n.º 2.744/2006, proferido em sede de tomada de contas especial e que as julgou
irregulares, sem prejuízo da cominação de multa ao responsável. Entre as irregularidades
perpetradas no âmbito do CREA/CE, identificou-se o fracionamento indevido de licitação. Isso
porque em 26/2/2003, a autarquia teria efetuado três contratações com um único escritório de
advocacia, vencedor dos três convites realizados em municípios diferentes, e todos envolvendo
o mesmo objeto (prestação de serviços de cobrança administrativa e judicial das anuidades de
pessoas físicas e jurídicas e de multas decorrentes de infrações). Para o relator, não havia como
descaracterizar a irregularidade, uma vez que somados os valores das contratações chegava-
se a um montante total de R$ 120.000,00 (R$ 20.000,00 + R$ 80.000,00 + R$ 20.000,00), o
qual justificaria a adoção da modalidade tomada de preços. E calcando-se no teor do § 2º do
art. 23 da Lei nº 8.666/93, afirmou: “mesmo que a entidade optasse por dividir a contratação,
teria que preservar a modalidade de licitação pertinente para o total das contratações do
exercício com o mesmo objeto”. Precedentes citados: Acórdãos nº 313/2000-2ª Câmara,

7. Tempo definido que a lei dá ao interessado em participar da licitação.

9
125/2000-Plenário, 88/2000-2ª Câmara, 93/99-1ª Câmara, 85/99-Plenário, 258/95-1ª Câmara
e 45/93-Plenário.

5. Convite

Convite é a modalidade de licitação entre os interessados do ramo pertinente ao seu objeto,


cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa.

A unidade administrativa afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório, nesse


caso a Carta-Convite, e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das
propostas, conforme preceitua o Art. 22, § 3º da Lei 8.666/93.

O Convite é uma modalidade de licitação muito utilizada pela Administração Pública, por causa
de suas particularidades:

1) É um procedimento simples.
2) Tem menor prazo de duração - cinco dias úteis para os convidados apresentarem
suas propostas, a partir do recebimento do instrumento convocatório. (Art. 21, § 2º,
inc. IV).
3) É utilizado tanto para obras e serviços de engenharia, como para compras e outros
serviços de menor valor. (Art. 23).

Vamos conhecer a partir de agora cada um dos aspectos relacionados ao Convite.

Chamamento

Diferentemente da Concorrência e da Tomada de Preços, no Convite a Administração Pública


escolhe e convida8, no mínimo, três interessados do ramo pertinente ao objeto que se pretende
licitar.

A regra é a necessidade de publicação, a modalidade convite estabelece a exceção.

Súmula/TCU n° 248

Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob
a modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis
interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no parágrafo 7°, do art. 22, da Lei n° 8.666/93.

Decisão 472/1999 Plenário

Não se deve adjudicar licitação na modalidade Convite com menos de três propostas
válidas por item licitado, para não ferir o disposto no art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666, de 1993.

Decisão 1102/2001 Plenário

Ao realizar licitação na modalidade convite, deve-se proceder à repetição do certame sempre


que não for atingido o número mínimo de três propostas válidas, consoante o disposto nos §§
3º e 7º do art. 22 da Lei nº 8.666, de 1993.

8. O instrumento convocatório dessa modalidade é a carta-convite. Art. 22, § 3º.

10
“O convite, ou melhor, a carta-convite é uma forma simplificada de edital sem a publicidade
deste, e só admitida nas licitações de pequeno valor. A ela se aplicam, no que for cabível, as
regras do edital, dentro da singeleza de que deve revestir-se a convocação de interessados
nessa modalidade de licitação. O essencial é que a carta-convite identifique a obra, o serviço
ou a compra a realizar e expresse com clareza as condições estabelecidas pela Administração.”
(MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 118-119).

Alcance

A modalidade Convite é endereçada à praça comercial onde a Administração Pública atua, sem
prejuízo da participação de outros interessados de qualquer parte do país.

A afixação do instrumento convocatório no mural do órgão possibilita um conhecimento


público que, embora limitado, se torna abrangente por meio da sua veiculação em jornais
especializados, ou mesmo pela divulgação através da Internet.

Outros interessados em participar do Convite podem fazê-lo desde que cadastrados na


correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de até 24
horas da apresentação das propostas.

Limite de Valor

Segundo o Art. 23, caput, incs. I (b) e II (b) , da Lei 8.666/93, o Convite pode ser realizado até
o valor limite máximo de:

• R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), em caso de obras e serviços de engenharia.


• R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), em caso de compras e outros serviços.

Prazo

A partir da data do recebimento da carta-convite, o interessado tem 5 dias úteis para apresentar
a sua proposta, em conformidade com as exigências apresentadas, segundo o Art. 21, § 2º, inc.
IV , da Lei 8.666/93.

6. Concurso

Conforme o Art. 22, § 4º , da Lei 8.666/93, concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores.

O Art. 21 , da Lei 8.666/93, determina que o Concurso deve ser divulgado por meio de Edital.
Além disso, conforme preceitua o Art. 52 § 1º, I, II, III , da mesma Lei, o Concurso deve ser
precedido de regulamento próprio no qual devem ser especificados:

11
• a qualificação dos participantes.
• as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho.
• as condições de realização do Concurso.
• os prêmios a serem concedidos.

O julgamento realizado no Concurso será feito por Comissão Especial integrada por pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou
não, segundo o Art. 51 § 5º , da Lei 8.666/93.

O Concurso deve ser precedido de regulamento próprio onde devem estar especificados:

® a qualificação dos participantes.


® as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho.
® as condições de sua realização.
® os prêmios que serão oferecidos.
® a convocação por edital9.

• julgamento por comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e


reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

7. Leilão

Segundo o Art. 22, § 5º. , da Lei 8.666/93, o Leilão é a modalidade de licitação, entre quaisquer
interessados, para a:

• venda de bens móveis inservíveis para a Administração Pública.


• venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados.
• alienação de bens imóveis prevista no artigo 19 a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação.

“Mesmo tendo penhor legal do bem e sua posse, não pode a Administração aliená-lo sem
prévia autorização judicial, no respectivo processo de execução da dívida.” FERNANDES, Jorge
Ulisses Jacoby. Contratação Direta sem Licitação. 2 ed. Brasília: Brasília Jurídica. 1997, p. 105.

8. Ponto Polêmico

Pré-qualificação X Modalidades

Abstenha-se de prever fase de pré-qualificação quando não estiver diante de licitações a serem
realizadas na modalidade concorrência, e, ainda assim, somente nos casos de o objeto licitado
recomendar uma análise mais detida da capacidade técnica dos potenciais interessados, em
face do disposto no art. 114 da Lei no 8.666/1993. Acórdão 2028/2006 Primeira Câmara.

9. Os critérios da licitação devem constar em edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

12
A pré-qualificação apenas poderá ser realizada quando a modalidade licitatória adotada for a
concorrência e for recomendável análise mais detida da capacidade técnica.

9. Finalizando o módulo

Terminamos o módulo 4. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer sobre Dispensa e Inexigibilidade de


Licitação.

13
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
5 Dispensa, Dispensabilidade
e Inexigibilidade de Licitação

Brasília 2015
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Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

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SUMÁRIO

1. Objetivos......................................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Licitação Dispensada........................................................................................................ 5

4. Dispensabilidade de Licitação.......................................................................................... 8

5. Inexigibilidade de Licitação............................................................................................ 15

6. Validade Jurídica............................................................................................................ 18

7. Estudo de Caso.............................................................................................................. 19

8. Finalizando o módulo.................................................................................................... 20
Módulo
5 Dispensa, Dispensabilidade
e Inexigibilidade de Licitação

1. Objetivos

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• apontar os casos em que a licitação será dispensada, quando se tratando de bens


imóveis ou móveis;
• citar os casos em que é possível haver dispensabilidade de licitação, conforme a
legislação;
• apontar as situações, quanto aos requisitos legais, em que será inexigível a licitação.

2. Introdução

Vimos que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a Licitação é obrigatória. No entanto,
existem algumas exceções autorizadas tanto pelo próprio diploma constitucional quanto pela
Lei n° 8.666/93.

Constituição da República Federativa Do Brasil

Art. 37, inc.XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes (...).

3. Licitação Dispensada

A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público


devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá a normas específicas para
bens móveis e imóveis.

A alienação de bens imóveis dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração


direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de Concorrência.

Alienação é sinônimo de transferência de titularidade. Portanto, em todas as hipóteses, a


alienação de bens implica na transferência do domínio (titularidade) ao adquirente.

5
- Bens Imóveis

A Licitação será dispensada, em se tratando de bens imóveis, nos seguintes casos:

a) dação: dação em pagamento.


b) doação: permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração
Pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i
do art. 17 da Lei nº 8.666/93;
c) permuta: por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do
art. 24 da Lei 8.666/93 ;
d) investidura: investidura é entendida das seguinte formas, para os fins da Lei
(Art.17, § 3º):

I) A alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente


ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse
não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea
“a” do inciso II do art. 23 desta Lei (ou seja, até R$ 80.000,00 – oitenta mil
reais).
II) A alienação aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder
Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos
anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integram a categoria de bens
reversíveis ao final da concessão.

e) venda: venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública de qualquer


esfera de governo;
f) alienação, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão
de uso de bens imóveis residenciais: alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito
de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública;
g) legitimação de posse: procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
29 da Lei n° 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação
dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal
atribuição;
h) alienação, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão
de uso de bens imóveis comerciais: alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
de uso comercial de âmbito local com área de até 250m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração
Pública (incluído pela Lei n° 11.491 de 2007);
i) alienação e concessão de direito real de uso de terras públicas rurais da União na
Amazônia Legal: alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa,
de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até
o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares),
para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais (Incluído pela
Lei nº 11.952 de 2009).

6
Vários dispositivos do art. 17 da Lei Federal de Licitações encontram-se com sua aplicabilidade
suspensa, até decisão final de mérito, por força de medida cautelar concedida na Ação Direta
de institucionalidade de nº 927-3, promovida pelo Governador do Estado do Rio Grande do
Sul à época.

Eis o acórdão que suspendeu a aplicabilidade desses dispositivos:

“Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam


os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão
Plenária, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, deferir, em parte, a medida cautelar,
para suspender, até a decisão final da ação, quanto aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a eficácia
da expressão ‘permitida exclusivamente para outro órgão
ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera
de governo’, contida na letra b, do inciso I do art. 17, da
Lei Federal nº 8.666 de 21.6.93, vencido o Ministro Paulo
Brossard, que a indeferia; para suspender os efeitos da
letra c, do mesmo inciso, até a decisão final da ação, votos,
deferir a medida cautelar, vencidos os Ministros Relator,
Ilmar Galvão, por maioria de Sepúlveda Pertence e Néri da
Silveira, que a indeferiam; no tocante à letra a do inciso II
do mesmo artigo, por maioria de votos, indeferir a medida
cautelar, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Celso de
Mello, Sydney Sanches e Moreira Alves, que a deferiam; com
relação à letra b do mesmo inciso, por unanimidade, deferir
a medida cautelar, para suspender, até a decisão final da
ação, a eficácia da expressão ‘permitida exclusivamente
entre órgãos ou entidades da Administração Pública’,
quanto aos Estados, Distrito Federal e os Municípios; e,
finalmente, por maioria de votos, deferir a medida cautelar,
para suspender, até a decisão final da ação, a eficácia de
todo o § 1º do art. 17, vencido o Ministro Relator, que a
indeferia. Votou o Presidente”.
Brasília, 3 de novembro de 1993.” DJ, 11.11.1993.
(MIRANDA, Henrique Savonitti. Licitações e contratos
administrativos. 4. ed. Brasília: Senado Federal, 2007. p. 65.)

- Bens Móveis

A Licitação será dispensada, em se tratando de bens móveis, nos seguintes casos:

a) doação: permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após


avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à
escolha de outra forma de alienação;
b) permuta: permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração
Pública;
c) venda de ações: venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada
a legislação específica;
d) venda de títulos: venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens: venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

7
f) venda de materiais e equipamentos: venda de materiais e equipamentos para
outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível
por quem deles dispõe.

Os casos de dispensabilidade de licitação são aqueles que se enquadram em situações


relevantes e, por essa razão, a lei autoriza a exceção ao certame. Esses casos constam do rol
do artigo 24, incs. de I a XXXIII da Lei Federal nº 8.666/93.

4. Dispensabilidade de Licitação

Os casos de dispensabilidade de licitação são aqueles que se enquadram em situações


relevantes e, por essa razão, a lei autoriza a exceção ao certame. Esses casos constam do rol
do artigo 24, incs. de I a XXXIII da Lei Federal nº 8.666/93.

Não podemos confundir licitação dispensada (art. 17 da Lei Federal nº 8.666/93. ) com licitação
dispensável (art. 24 da Lei Federal nº 8.666/93).

Na dispensa de licitação ou licitação dispensada (art. 17 da Lei Federal nº 8.666/93), a


Administração Pública não necessita tomar qualquer atitude para se ver desobrigada da
realização do certame licitatório. Basta ocorrência de uma das hipóteses previstas nos dois
incisos do art. 17 do Estatuto Federal Licitatório para desencadear um ato administrativo
vinculado de não licitar.

Nas hipóteses de dispensabilidade de licitação (art. 24 da Lei Federal nº 8.666/93), no


entanto, a contratação direta não se opera automaticamente, ainda que os fatos se ajustem
a uma das taxativas hipóteses arroladas nesse artigo. Tal dispositivo apenas prescreve que
a licitação é dispensável. Por conseguinte, cabe à Administração Pública avaliar caso a
caso, a conveniência e oportunidade da contratação sem licitação.

É dispensável a licitação:

Art. 24, inciso I, Para as obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na
alínea “a” do inciso I do art. 23 da Lei nº 8.666/93 (R$ 150.000,00), desde que não se refiram
a parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza
e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

Art. 24, inciso II, Para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea “a”
do inciso II do art. 23 da Lei nº 8.666/93 (R$ 80.000,00) e para alienações, nos casos previstos
na lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez1.

“A definição do valor da contratação levará em conta o período de vigência do contrato e as


possíveis prorrogações para: a) a realização de licitação exclusiva (microempresa, empresa de
pequeno porte e sociedade cooperativa); b) a escolha de uma das modalidades convencionais
(concorrência, tomada de preços e convite); e c) o enquadramento das contratações previstas
no art. 24, inc. I e II, da Lei nº 8.666, de 1993.”

Indexação: Serviço. Valor. Contratação. Prorrogações. Licitação exclusiva pequenas empresas.


Empresas de pequeno porte. Licitação convencional. Dispensa em razão do valor.

1. Orientação Normativa nº 10, de 1º de abril de 2009

8
Referência: Arts. 7º, § 2º, inc. II, 8°, 15, inc. V, 23, caput e incs., §§ 1º e 5º, 24, inc. I e II, e
57, inc. II, da Lei nº 8.666, de 1993. Arts. 44 e 48, da LC nº 123, de 2006; Arts. 5º, 6º e 7º do
Decreto n° 6.204, de 2007; Enunciado PF/IBGE/RJ 01. Parecer AGU/CGU/NAJMG 39/2007-
MRAK; Acórdãos TCU 177/1994-Primeira Câmara, 260/2002-Plenário, 696/2003-Primeira
Câmara, 1.560/2003-Plenário, 1.862/2003-Plenário, 740/2004-Plenário, 1.386/2005-Plenário,
186/2008-Plenário, 3.619/2008-Segunda Câmara, 943/2010-Plenário.

(*) alterada pela Portaria AGU Nº 572, de 13.12.2011 - publicada no DOU 1, de 14.12.2011

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189171

Atente para o fato de que, atingido o limite legalmente fixado para dispensa de licitação, as
demais contratações para serviços da mesma natureza deverão observar obrigatoriamente a
realização do certame licitatório, evitando a ocorrência de fracionamento de despesa.

Acórdão 73/2003 Segunda Câmara

Realize o planejamento prévio dos gastos anuais, de modo a evitar o fracionamento


de despesas de mesma natureza, observando que o valor limite para as modalidades
licitatórias é cumulativo ao longo do exercício financeiro, a fim de não extrapolar os limites
estabelecidos nos artigos 23, § 2°, e 24, inciso II, da Lei n° 8.666/1993. Adote a modalidade
adequada de acordo com os arts. 23 e 24 da Lei n° 8.666/1993, c/c o art. 57, inciso II, da Lei
n° 8.666/1993, de modo a evitar que a eventual prorrogação do contrato administrativo dela
decorrente resulte em valor total superior ao permitido para a modalidade utilizada, tendo
em vista a jurisprudência do Tribunal (Vide também Acórdãos 842/2002 e 1725/2003, da
Primeira Câmara e Acórdãos 260/2002, 1521/2003, 1808/2004 e 1878/2004, do Plenário).

Acórdão 1084/2007 Plenário

Fracionamento de Despesa

Fracionamento, à luz da Lei de Licitações, caracteriza-se quando se divide a despesa para


utilizar modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação para o total da
despesa ou para efetuar contratação direta.

A Lei n° 8.666/1993 veda, no art. 23, § 5°, o fracionamento de despesa. Impede, por exemplo,
a utilização da modalidade convite para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
para obras e serviços de idêntica natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente sempre que a soma dos valores caracterizar o caso de
tomada de preços. De igual forma, a utilização de várias tomadas de preços para se abster
de realizar concorrência.

Ressalvado o pregão, que pode ser adotado em qualquer caso, não é permitida utilização de
modalidade inferior quando o somatório do valor em licitação apontar outra superior. Ou
seja:

- Convite, quando o valor determinar tomada de preços ou concorrência; ou tomada de


preços, quando o valor for de concorrência.
Fonte: Licitações e Contratos, TCU, 4. ed., 2010, p. 105

9
Art. 24, inciso III, Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.

Art. 24, inciso IV, Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos2.

Contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 24 da lei nº 8.666 de 1993, exige que,
concomitantemente, seja apurado se a situação emergencial foi gerada por falta de planejamento,
desídia ou má gestão, hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma da lei.

Indexação: Dispensa de licitação. Emergência. Contratação direta. Falta de planejamento.


Desídia. Má gestão. Responsabilidade. Apuração.

Referência: art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666 de 1993. Acórdão TCU 1.876/2007-Plenário.

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189172

Segundo a Decisão 347/1994 Plenário, além das formalidades previstas no art. 26 e § único, são
requisitos necessários à caracterização dos casos de emergência ou de calamidade pública que:

1) a situação adversa, dada como de emergência ou de calamidade pública, não


se tenha originado, total ou parcialmente, da falta de planejamento, da desídia
administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis, ou seja, que ela não
possa, em alguma medida, ser atribuída à culpa ou dolo do agente público que
tinha o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação;
2) exista urgência concreta e efetiva do atendimento à situação decorrente do estado
emergencial ou calamitoso, visando afastar risco de danos a bens ou à saúde ou à
vida de pessoas;
3) o risco, além de concreto e efetivamente provável, se mostre iminente e
especialmente gravoso;
4) a imediata efetivação, por meio de contratação com terceiro, de determinadas
obras, serviços ou compras, segundo as especificações e quantitativos
tecnicamente apurados, seja o meio adequado, efetivo e eficiente para afastar o
risco iminente detectado.

Art. 24, inciso V Quando não acudirem interessados à licitação anterior, e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a administração, serão mantidas, neste caso, todas
as condições preestabelecidas3.

O professor Jacoby Fernandes ensina que:

“Essa hipótese de dispensa de licitação, também cognominada de “licitação deserta ou


fracassada”, (...) exige o atendimento de requisitos sem os quais não poderá ser legitimada a
contratação direta. São eles:

2. Orientação Normativa nº 11, de 1º de abril de 2009.


3. Orientação Normativa nº 12, de 1º de abril de 2009.

10
• ocorrência de licitação anterior;
• ausência de interessados;
• risco de prejuízo caracterizado ou demasiadamente aumentado pela demora
decorrente de processo licitatório;
• evitabilidade do prejuízo mediante contratação direta;
• manutenção das condições ofertadas no ato convocatório anterior.”

FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação: dispensa de licitação,
inexigibilidade de licitação, comentários às modalidades de licitação, inclusive pregão,
procedimentos exigidos para a regularidade da contratação direta. 9. ed. rev. atual. ampl. Belo
Horizonte: Fórum, 2012, p. 327.

Art. 24, inciso VII Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestadamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do artigo 48 da Lei
nº 8.666/93 e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços,
por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.

Art. 24, inciso VI Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços
ou normalizar o abastecimento.

Na mesma obra de Jacoby, é esclarecido que “Pode a administração utilizar licitamente essa
alternativa para a contratação direta quando for estabelecida a seguinte situação:

• ocorrência de licitação anterior;


• apresentação, por todos os licitantes habilitados ou convidados, de preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado ou, alternativamente, todos
terem ofertado preços incompatíveis com os fixados pelos órgãos fiscais competentes;
• solicitação, facultada à administração, de reapresentação das propostas com preços
compatíveis aos praticados no mercado;
• reapresentação das propostas com os mesmos vícios (preços abusivos);
• contratação direta por preços não superiores aos praticados no mercado ou constantes
dos registros de preços ou de serviços.”

Não se dispensa licitação, com fundamento nos incs. V e VII do art. 24 da lei no 8.666 de 1993,
caso a licitação fracassada ou deserta tenha sido realizada na modalidade convite.

Indexação: Contratação direta. Dispensa. Licitação fracassada. Licitação deserta. Convite.

Referência: arts. 22 e 24, inc. V e VII, da Lei nº 8.666 de 1993; Súmula TCU no 248; Decisões
TCU 274/94-Plenário, 56/2000-Segunda Câmara; Acórdãos TCU 1089/2003-Plenário e
819/2005-Plenário.

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189173

Art. 24, inciso VIII Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e
que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei nº 8.666/93,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado4.

4. Orientação Normativa nº 13, de 1º de abril de 2009.

11
Empresa pública ou sociedade de economia mista que exerça atividade econômica não
se enquadra como órgão ou entidade que integra a Administração Pública, para os fins de
dispensa de licitação com fundamento no inc. VIIi do art. 24 da lei no 8.666 de 1993.

Indexação: Empresa pública. Sociedade de economia mista. Atividade econômica. Dispensa


de licitação. Contratação direta.

Referência: art. 173, § 1º, inc. II, Constituição Federal; art. 2º e parágrafo único, art. 24, inc.
VIII, da Lei nº 8.666 de 1993; Acórdãos TCU 2203/2005-Primeira Câmara, 2063/2005-Plenário,
2399/2006-Plenário.

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189174

Art. 24, inciso IX Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional,


nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Nacional.

O Decreto nº 2.295, de 4 de agosto de 1997, regulamenta o disposto no art.24, inciso IX, da Lei
no 8.666 de 21 de junho de 1993 e dispõe sobre a dispensa de licitação nos casos que possam
comprometer a segurança nacional.

Art. 24, inciso X Para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.

Utilize, ao proceder a compra ou a locação de imóvel, o art. 24, inciso X, da Lei 8.666/93,
somente quando identificar um imóvel específico cujas instalações e localização evidenciem
que ele é o único que atende ao interesse da administração, fato que deverá estar devidamente
demonstrado no respectivo processo administrativo.

Acórdão 444/2008 Plenário

Art. 24, inciso XI Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em


consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação
anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
preço, devidamente corrigido.

Art. 24, inciso XII Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia.

Art. 24, inciso XIII Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou


estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição
dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos5.

Os contratos firmados com as fundações de apoio com base na dispensa de licitação prevista
no inc. XIII do art. 24 da lei nº 8.666 de 1993, devem estar diretamente vinculados a projetos
com definição clara do objeto e com prazo determinado, sendo vedadas a subcontratação, a
contratação de serviços contínuos ou de manutenção e a contratação de serviços destinados a
atender as necessidades permanentes da instituição.

5. Orientação Normativa nº 14, de 1º de abril de 2009.

12
Indexação: Fundação de apoio. Dispensa de licitação. Vedação. Subcontratação. Serviços
contínuos. Manutenção. Atividades permanentes.

Referência: Lei no 8.666 de 1993; Lei no 8.958 de 1994; Decreto no 5.205 de 2004; Acórdãos
TCU 1516/2005-Plenário, 248/2006-Plenário, 918/2008-Plenário.

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189175

Art. 24, inciso XIV Para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público.

Art. 24, inciso XV Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

Art. 24, inciso XVI Para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso
da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para a prestação de serviços de
informática à pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem
a Administração Pública, criados para esse fim específico.

Art. 24, inciso XVII Para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto
ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia.

Art. 24, inciso XVIII Nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento, quando em estada
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por
motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos
legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 da Lei nº 8.666/93.

Art. 24, inciso XIX Para as compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com exceção
de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto.

Art. 24, inciso XX Na contratação de associação de portadores de deficiência física sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública,
para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado.

Art. 24, inciso XXI Para a aquisição de bens destinados exclusivamente à pesquisa científica
e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de
fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.

Art. 24, inciso XXII Na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica.

Art. 24, inciso XXIII Na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista
com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção

13
de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

Art. 24, inciso XXIV Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas
no contrato de gestão.

Art. 24, inciso XXV Na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por
agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de
uso ou de exploração de criação protegida.
Art. 24, inciso XXVI Na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.

Art. 24, inciso XXVII Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos


sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de
baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com
o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

Art. 24, inciso XXVIII Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

Art. 24, inciso XXIX Na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes
militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificadas pelo Comandante da Força. ( Incluído pela Lei nº 11.783 de 2008 ).

Art. 24, inciso XXX Na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou
sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. ( Incluído pela Lei nº 12.188 de 2.010).

Art. 24, inciso XXXI Nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973 de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349 de 2010).

Art. 24, inciso XXXII Na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080 de 19 de setembro
de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº
12.715 de 2012).

Art. 24, inciso XXXIII Na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos para a implementação
de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção
de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular
de água. (Incluído pela Lei nº 12.873 de 2013).

§ 1º  Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput do artigo 24, da Lei nº 8.666/93
(dispensa por valor) neste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por

14
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela
Lei nº 12.715 de 2012).

§ 2º  O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a Administração Pública,
estabelecido no inciso VIII, do artigo 24, da Lei nº 8.666/93 não se aplica aos órgãos ou
entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080 de 19
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela
Lei nº 12.715 de 2012).

5. Inexigibilidade de Licitação

A Licitação é inexigível quando houver inviabilidade de competição.

“A inexigibilidade de licitação justifica-se nas hipóteses em que se verifica a impossibilidade


jurídica da realização do certame, quer pela natureza do negócio envolvido, quer pelos
objetivos sociais almejados pelo Poder Público”.

A inviabilidade de competição, a que se refere a lei, contempla tanto as hipóteses nas quais o
fornecedor é exclusivo (inciso I), quanto aquelas em que o contratado é o único que reúne as
condições necessárias à plena satisfação do objeto do contrato (incisos II e III).”6

Poderão ser contratados por inexigibilidade somente os serviços técnicos especializados de


natureza singular.

A singularidade é característica do objeto, que o diferencia dos demais. É o serviço pretendido


pela administração que é singular e não aquele que o executa. A caracterização da singularidade
deve visar ao atendimento do interesse público.

Acórdão 85/1997 Plenário

Contratação direta por inexigibilidade de licitação - Acórdão n.º 335/2010, TC-004.418/2004-8,


rel. Min. Raimundo Carreiro, 02.02.201?

No que concerne à contratação de advogado por notória especialização, sem a realização de


prévio procedimento licitatório, muito embora fosse “louvável a preocupação do gestor no
sentido de evitar prejuízos advindos de ação trabalhista movida pelo Sindicato da Categoria
- SINDSCOCE, concluiu o relator inexistir “razoabilidade na contratação com base no inciso
II do art. 25 da Lei nº 8.666/93”, defendendo, por isso, a manutenção do acórdão recorrido
em seus exatos termos. Ponderou que uma cidade do porte de Fortaleza teria, certamente,
grandes causídicos habilitados na área trabalhista interessados em participar da competição,
caso esta tivesse sido aberta pela administração do CREA/CE. Como o valor da contratação
foi de R$ 60.000,00, enfatizou o relator que a modalidade de licitação adotada poderia ter
sido o convite, à luz do art. 23, II, da Lei n.º 8.666/93, permitindo-se assim ampliar o universo
de candidatos e, por conseguinte, obter maior economicidade na contratação. Precedentes
citados: Acórdãos ns. 116/2002-Plenário, 740/2004-Plenário e 457/2002-1ª Câmara.

Vejamos as hipóteses de inexigibilidade de licitação relacionadas, exemplificativamente, no rol


dos incisos I a III do art. 25 da Lei Federal nº 8.666/93:

I) Para a aquisição7 de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser

6. (MIRANDA, Henrique Savonitti, Licitações e contratos administrativos . 4.ed. Brasília: Senado Federal, 2007.p.111.)
7. SÚMULA N.º 255/2010.

15
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado8 fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
ainda, pelas entidades equivalentes9.
II) Para a contratação de serviços técnicos (enumerados no art. 13 da
Lei nº 8.666/93) de natureza singular, com profissionais ou empresas
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação10.

Poderão ser contratados por inexigibilidade somente os serviços técnicos


especializados de natureza singular.

A singularidade é característica do objeto, que o diferencia dos demais. É o serviço


pretendido pela administração que é singular e não aquele que o executa. A
caracterização da singularidade deve visar ao atendimento do interesse público.

Acórdão 85/1997 Plenário

A compreensão do que dispõe o inc. II do art. 25, requer que se saiba quais são os
serviços técnicos de natureza singular enumerados no art. 13, bem como o conceito
de profissional ou empresa de notória especialização.
O artigo 13 da Lei de Licitações diz o seguinte:

Art. 13 - Para os fins desta lei, consideram-se serviços técnicos profissionais


especializados os trabalhos relativos a:

I) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;


II) pareceres, perícias e avaliações em geral;
III) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII) restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Esses são os serviços técnicos considerados pela Lei de Licitações que possibilitam
a inexigibilidade. Resta saber quais os profissionais que vão executar esses serviços.
Não basta ter a graduação e a autorização pertinente para atuar. Como, por exemplo,
um advogado é competente para dar parecer jurídico ou patrocinar causa judicial.
Mas a lei exige mais do que isso, ela exige notória especialização.

Daí, a necessidade de se saber o que é notória especialização11. Nesse sentido, o § 1º


do art. 25, elucida a questão:

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito


no campo de sua especialidade decorrente de desempenho anterior, estudos,
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros

8. Orientação Normativa nº 15, de 1º de abril de 2009.


9. Orientação Normativa nº 16, de 1º de abril de 2009.
10. SÚMULA Nº 252/2010.
11. Orientação Normativa nº 18, de 1º de abril de 2009.

16
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

• Para a contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou


através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada
ou pela opinião pública.

“Nas contratações em que o objeto só possa ser fornecido por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, é dever do agente público responsável pela contratação
a adoção das providências necessárias para confirmar a veracidade da documentação
comprobatória da condição de exclusividade.”

Fundamento Legal

- Constituição Federal, art. 37, inciso XXI.


- Lei n.º 8.666/1993, art. 25, inciso I.

A contratação direta com fundamento na inexigibilidade prevista no art. 25, inc. I, da lei nº
8.666 de 1993, é restrita aos casos de compras, não podendo abranger serviços.

Indexação: Inexigibilidade. Serviços. Aquisição. Compras.


Referência: Art. 25, inc. I, da Lei nº 8.666 de 1993. Despacho do Consultor-Geral da União nº
343/2007. Acórdão TCU 1.796/2007-Plenário.

Compete à administração averiguar a veracidade do atestado de exclusividade apresentado


nos termos do art. 25, inc. i, da lei nº 8.666 de 1993.

Indexação: Inexigibilidade. Fornecedor exclusivo. Atestado de exclusividade. Veracidade.


Averiguação.

Referência: Art. 25, inc. I, da Lei nº 8.666 de 1993. Despacho do Consultor-Geral da União
343/2007. Parecer AGU/CGU/NAJSE 54/2008-JANS. Acórdãos TCU 1.796/2007 - Plenário,
223/2005 - Plenário.

A inviabilidade de competição para a contratação de serviços técnicos, a que alude o inciso


II do art. 25 da Lei nº 8.666/1993, decorre da presença simultânea de três requisitos: serviço
técnico especializado, entre os mencionados no art. 13 da referida lei, natureza singular do
serviço e notória especialização do contratado.

Fundamento Legal

- Constituição Federal, art. 37, inciso XXI.


- Lei nº 8.666/1993, art. 25, inciso II. Fonte:
http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/jurisprudencia/sumulas

Contrata-se por inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, inc. II, da lei n° 8.666 de
1993, conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, ou
a inscrição em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do objeto e verificado
tratar-se de notório especialista.

Indexação: Contratação. Professor. Conferencista. Instrutor. Treinamento. Aperfeiçoamento.


Curso aberto. Inexigibilidade. Singularidade. Notório especialista.

Referência: art. 25, inc. II, da Lei 8.666 de 1993; Decisões TCU 535/1996-Plenário e
439/1998-Plenário.
17
6. Validade Jurídica

De acordo com o Art. 25, § 2º, da Lei 8.666/93 , tanto na inexigibilidade quanto na dispensabilidade
de licitação, se for comprovado superfaturamento, respondem solidariamente, pelo dano
causado à Fazenda Pública, o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Conforme disposto na lei , a validade jurídica da dispensa, da inexigibilidade e do retardamento


só se efetiva com a ratificação pela autoridade competente, devidamente publicada no Diário
Oficial e dentro do prazo12 previsto no Art. 26 da Lei 8.666/93 .

• As dispensas relativas à concessão de direito real de uso de imóvel e doação com


encargo (previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17).
• As dispensas previstas nos incisos III e seguintes do art. 24.
• As situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas.
• O retardamento - Art. 26, caput.

Ademais, o Art. 26, § único, prevê que o processo formado para a efetivação dessas três
situações deve estar instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I) Caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa


quando for o caso.
II) Razão da escolha do fornecedor ou executante.
III) Justificativa do preço.
IV) Documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados.

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 17, DE 1º DE ABRIL DE 2009 (*)

A RAZOABILIDADE DO VALOR DAS CONTRATAÇÕES DECORRENTES DE INEXIGIBILIDADE DE


LICITAÇÃO PODERÁ SER AFERIDA POR MEIO DA COMPARAÇÃO DA PROPOSTA APRESENTADA
COM OS PREÇOS PRATICADOS PELA FUTURA CONTRATADA JUNTO A OUTROS ENTES PÚBLICOS
E/OU PRIVADOS, OU OUTROS MEIOS IGUALMENTE IDÔNEOS.

INDEXAÇÃO: INEXIGIBILIDADE. CONTRATAÇÃO DIRETA. JUSTIFICATIVA DE PREÇO. PROPOSTA.


CONTRATADA.

REFERÊNCIA: Art. 26, parágrafo único, inc. III; art. 113, da Lei nº 8.666, de 1993; Despacho do
Consultor-Geral da União nº 343/2007; Informativo NAJ/RJ, ANO 1, Nº 1, jun/07, Orientação
05; Decisão TCU 439/2003-Plenário, Acórdãos TCU 540/2003-Plenário, 819/2005-Plenário,
1.357/2005-Plenário, 1.796/2007-Plenário, Despachos proferidos no PARECER nº 0467/2010/
RCDM/NAJSP/AGU; ARECER/AGU/NAJSP/ Nº 0969/2009 - SS; PARECER/AGU/NAJSP/ Nº
0957/2008 - CEM e PARECER/AGU/NAJSP/ Nº0645-2009-CAOP.

(*) alterada pela PORTARIA AGU Nº 572, DE 13.12.2011 - publicada no DOU I 14.12.2011

Fonte: http://www.agu.gov.br/atos/detalhe/189178

12. Os seguintes casos deverão ser comunicados, dentro de 3 dias à autoridade superior para ratificação e publicação na
imprensa oficial no prazo de 5 dias, como condição para eficácia dos atos.

18
Comprovação da regularidade fiscal por parte das contratadas por dispensa ou inexigibilidade
de licitação - Acórdão n.º 943/2010, TC-014.687/2007-4, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues,
05.05.2010.

É obrigatória a comprovação da regularidade fiscal das empresas contratadas pela


Administração Pública, seja em virtude de regular processo licitatório, seja em razão de
dispensa ou inexigibilidade de licitação. Com base nesse entendimento, o relator propôs e o
Plenário decidiu negar provimento a recurso de reconsideração interposto pelo Serviço Social
do Comércio – Administração Regional de Minas Gerais (SESC/MG) – contra o Acórdão n.º
1.234/2009-Plenário, por meio do qual o Tribunal retificou o Acórdão n.º 2.744/2008-Plenário,
por inexatidão material, para inserir determinação àquela entidade com o seguinte conteúdo:
“promova alteração no Regulamento de Licitações e Contratos do SESC/MG, de forma que a
apresentação da documentação relativa à regularidade com a Seguridade Social seja exigida, também,
nas situações de contratação com dispensa ou inexigibilidade de licitação [...];”. Em seu voto, o relator
destacou que, conquanto não estejam os serviços sociais autônomos sujeitos à estrita observância da
Lei n.º 8.666/93, “por não estarem incluídos na lista de entidades enumeradas no § único do art. 1º
dessa lei”, obrigam-se, como destinatários de recursos públicos, a regulamentos próprios pautados
nos princípios gerais que norteiam a execução da despesa pública, entre os quais o da isonomia, ínsito
no art. 37, XXI, da Constituição Federal de 1988. Para o relator, “não exigir documentação relativa à
regularidade com a Seguridade Social”, nas hipóteses de contratação por dispensa ou inexigibilidade,
implica “estabelecer distinção injustificada e desarrazoada entre contratados diretamente e
contratados por meio de licitação”, isso porque o contratado em situação de inadimplência “tem
sensível diminuição de custos, em comparação com o que está em dia com os encargos sociais e
tributários”. Precedentes citados: Acórdãos nº 3.016/2003 e 1.126/2003, ambos da 1ª Câmara.

7. Estudo de Caso

Configuração de inviabilidade de licitação é pressuposto para contratação direta por


inexigibilidade – vide acórdão.

[Prestação de Contas Anual. Irregularidades na gestão. Prestação de serviços de assessoria de


imprensa e de serviços gráficos e editoriais. Contratações diretas, sem licitação, de empresas
cujos dirigentes e endereços eram os mesmos.

Prática de favorecimento. Ilegalidade. Ofensa ao princípio da impessoalidade

[ACÓRDÃO]

9.9 dar ciência à Cobra Tecnologia S/A da ocorrência das seguintes irregularidades (itens
9.9.1 a 9.9.3 deste acórdão, que foram objeto de audiência nestes autos) e impropriedades
(itens 9.9.4 a 9.9.22 deste acórdão) na gestão da entidade do exercício de 2004;

[...]

9.9.3 contratações de empresas por inexigibilidade de licitação, sem a demonstração


prévia de inviabilidade de competição, em desacordo com o art. 25 da Lei 8.666/1993;

[...]

19
[VOTO]

Trata-se da prestação de contas relativa ao exercício de 2004 da Cobra Tecnologia S.A. (Cobra).

[...]

58. Assim como ocorreu com a contratação indevida da empresa (Consultoria e Serviços),
conforme análise que empreendi na seção anterior deste voto, os ajustes que beneficiaram
as empresas [Comunicação e Publicidade] e [Editora] não foram precedidos de licitação, que
é a regra, de acordo com o art. 37, inciso XXI, da CF, e com o art. 2º da Lei de Licitações. Os
responsáveis não conseguiram demonstrar os motivos que os levaram a assinar os contratos
com as referidas empresas sem a realização do devido processo licitatório e sem que se
fizesse presente a inviabilidade de competição, necessária para justificar a aplicação do
art. 25 da Lei de Licitações. O fato de ambas as empresas terem os mesmos dirigentes e
endereços reforça a suspeita de favorecimento.

[RELATÓRIO]

Sessão: 18/01/12    Grupo: II  Classe: IV  Relator: Ministro ANA ARRAES   - Tomada e Prestação


de Contas -  Iniciativa Própria.

8. Finalizando o módulo

Terminamos o módulo 5. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer sobre Regime de Execução Indireta.

20
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
6 Regime de Execução Indireta

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5

2. Propósito..................................................................................................... 5

3. Tipos de Regime.......................................................................................... 5

4. Empreitada por Preço Global....................................................................... 6

5. Empreitada por Preço Unitário.................................................................... 6

6. Tarefa.......................................................................................................... 7

7. Empreitada Integral..................................................................................... 8

8. Estudo de Caso............................................................................................ 8

9. Finalizando o Módulo.................................................................................. 9
Módulo
6 Regime de Execução Indireta

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• descrever a finalidade do Regime de Execução Indireta;


• citar os tipos de regimes de execução, elucidando em que situação cada um deles
deverá ser utilizado.

2. Propósito

O Art. 6º, inc. VIII, alíneas “a” a “e” , da Lei 8.666/93, estabelece que o Regime de Execução
Indireta é uma das exigências legais para a celebração dos contratos administrativos.

O Regime de Execução Indireta consiste na forma pela qual a Administração Pública contrata
com terceiros a realização de uma obra, serviço ou fornecimento.

A execução direta, por sua vez, é feita pelos órgãos e entidades da Administração, por seus
próprios meios. Por exemplo, quando se utiliza um eletricista do quadro de pessoal do órgão
para fazer reparos no quadro geral de energia.

Além de ser uma exigência da Lei nº 8.666/93 , o Regime de Execução Indireta tem propósitos
práticos.

Ele serve para:

• O interessado elaborar a sua proposta de preços.


• A administração promover o acompanhamento físico-financeiro da execução do
objeto que foi licitado.

3. Tipos de Regime

Sendo o regime de execução a forma pela qual o objeto do contrato será executado, a licitação
deve ser programada sempre na totalidade, com previsão dos custos iniciais e finais, levando
em conta o prazo total para sua realização, Quando adotada a forma de execução indireta,
temos os seguintes meios de contratação:

Tipos de Regime de Execução:

• Empreitada por Preço Global.


• Empreitada por Preço Unitário.
• Tarefa.
• Empreitada Integral.

5
4. Empreitada por Preço Global

A Empreitada por Preço Global ocorre quando se contrata execução de obra ou prestação de
serviço por preço certo e total.

Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de
execução de Empreitada por Preço Global, a administração deverá fornecer obrigatoriamente,
junto com o edital, todos os elementos e informações necessárias para que os licitantes possam
elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.

Vejamos um exemplo:

Exemplo 1 - Serviços de limpeza

A administração precisa contratar uma empresa especialista em serviços de higiene, limpeza e


conservação. Para tanto, lançou um Edital de Licitação dizendo que a empresa a ser contratada
deverá fazer o seguinte:

a. limpar as salas todos os dias;


b. encerar uma vez por semana;
c. limpar as vidraças de 15 em 15 dias;
d. lavar o prédio uma vez por mês.

Quantidade de pessoas: 10 (dez).

Os interessados devem apresentar suas propostas e seus preços.

Observa-se que pela natureza do serviço que se pretende, os interessados podem cotar
um preço certo pré-definido e correspondente ao valor total do serviço. Logo, o regime de
execução será o de Empreitada por Preço Global.

Nas licitações para contratação de obras, serviços e compras, e nas alienações, quando o
objeto for de natureza divisível, sem prejuízo do conjunto ou complexo, é obrigatório que a
adjudicação seja por itens e não pelo preço global, com vistas a propiciar a ampla participação
dos licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou
aquisição da totalidade do objeto, possam, contudo, fazê-lo com referência a itens ou unidades
autônomas, devendo as exigências de habilitação adequarem-se a essa divisibilidade.
Vide Decisão 393/1994 Plenário.

5. Empreitada por Preço Unitário

A Empreitada por Preço Unitário ocorre quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas.

Exemplo 2 - Construção de um prédio.

A Administração pretende contratar uma empresa para a construção de um prédio. A empresa


contratada deverá executar as seguintes atividades:

I. drenagem do solo;
II. escavações;

6
III. fundação;
IV. assentamento de tijolos;
V. assentamento de reboco, piso, cerâmica, pintura, etc.

Os interessados devem apresentar suas propostas e seus preços.

Observe que a natureza da obra deste exemplo é totalmente diferente do serviço do exemplo 1.

No primeiro, o interessado pôde dar o seu preço certo e total, porque sabia, antecipadamente,
o que iria gastar com o empreendimento.

No exemplo 2, não há como, porque os interessados, ao elaborarem suas propostas, sabem


que terão que fazer os serviços listados, mas não sabem de antemão o seu custo, mesmo que
estes tenham sido estimados no projeto básico.

Consequentemente, ao elaborarem as suas respectivas propostas, os interessados vão fazer


sua cotação com preço certo de unidades determinadas. Por exemplo, eles sabem que terão
que drenar água do solo, mas não sabem a quantidade. Por isso, na sua proposta, vão cotar o
preço por metro cúbico de água drenada, o mesmo será feita para os demais itens da proposta.
Assim, o regime de execução será o de Empreitada por Preço Unitário.

A obra O processo de contratação pública esclarece que “Se for possível, antecipadamente,
precisar a quantidade do objeto, o regime deve ser a empreitada por preço global. Se não
for possível, o regime deve ser a empreitada por preço unitário. O regime por preço unitário
é aplicável quando a quantidade do objeto somente é apurada, de forma precisa, na fase da
execução, e não na de planejamento.”

GERALDO, Mendes, Renato. O processo de Contratação Pública – Fases, etapas e atos. Curitiba:
Zênite, 2012, p. 213.

6. Tarefa

A Tarefa ocorre quando se contrata mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo.

A Tarefa decorre de obra ou serviço de pequena monta, e a Administração pode ou não


fornecer o material.

A Tarefa está sujeita às regras e às peculiaridades dos contratos administrativos em geral,


embora seja considerada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) como de regime precário
(Revista do Tribunal de Justiça, nº 40, p. 144).

Por ser de pequeno custo, não há necessidade de licitar nem de assinar um contrato formal.
Basta que o tarefeiro dê um recibo correspondente ao pagamento efetuado, o que será pago
com a verba denominada de “pronto pagamento”.

7
Vejamos um exemplo: Por meio deste regime de execução, a Administração Pública pode
contratar o conserto de estofados de cadeiras ou a confecção de bordados nos uniformes dos
servidores.

7. Empreitada Integral

A Empreitada Integral ocorre quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,


compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada.

Vejamos um exemplo: Por meio deste regime de execução, a Administração Pública pode
contratar a construção de um hospital, obrigando-se o contratado a fornecer todo o material
que será utilizado na realização da obra.

O objeto contratado deve ser entregue:

• em condições de entrada em operação;


• tendo sido atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em
condições de segurança estrutural e operacional;
• com as características adequadas às finalidades para que foi contratado.

Na Empreitada Integral, a administração delega à empresa contratada todas as obrigações


relativas ao objeto contratado, o qual deve ser entregue dentro do prazo e totalmente em
condições de iniciar sua operação.

A Administração Pública compra da empresa licitante vencedora um “pacote fechado”. Pode-


se fazer uma comparação com o que no meio rural se chama de “compra de porteira fechada”,
quando se compra uma fazenda em pleno funcionamento, transferindo-a apenas ao dono.
O doutrinador Marçal Justen Filho, leciona da seguinte maneira sobre empreitada integral:

A empreitada integral (também conhecida como turn-key) é uma variação da empreitada por
preço global. O que a peculiariza é a abrangência da prestação imposta ao contratado, que tem
o dever de executar e entregar um “empreendimento” em sua integralidade, pronto, acabado
e em condições de funcionamento. A expressão “empreendimento” indica uma obra ou um
serviço não consumível que serve de instrumento para produzir outras utilidades.

FILHO, Marçal Justen. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15.ed. São
Paulo : Dialética, 2012, p. 138

8. Estudo de Caso

3. A utilização da empreitada por preço global para objetos com imprecisão intrínseca de
quantitativos deve ser justificada no processo, em termos técnicos, econômicos ou outros
devidamente motivados.

Ao apreciar estudo sobre o regime de empreitada por preço global, desenvolvido por unidade
técnica especializada do TCU com vistas a uniformizar procedimentos de fiscalização e
apresentar diretrizes sobre o tema, o relator da matéria enfrentou várias questões pertinentes
e essenciais à aplicação do instituto, assim como à fiscalização exercida pelo Tribunal. Dentre
elas, destaca-se, em primeiro lugar, a necessária motivação para a escolha do regime de

8
execução indireta do objeto. Para o relator, uma vez assentado na legislação, na doutrina
e na jurisprudência que “em empreendimentos carregados de incertezas, as empreitadas
globais, em regra, não se fazem vantajosas” situações em que “é preferível a utilização de
empreitadas por preço unitário, pelas características próprias do sistema de medição”, faz-
se importante que as fiscalizações do TCU atentem para a devida motivação da escolha do
regime de execução contratual pelo gestor. Nesse sentido, o Tribunal expediu orientação às
suas unidades técnicas para, em fiscalizações de obras e serviços de engenharia executados
sob o regime de empreitada por preço global, observarem que “nas situações em que, mesmo
diante de objeto com imprecisão intrínseca de quantitativos, (...) se preferir a utilização da
empreitada por preço global, deve ser justificada, no bojo do processo licitatório, a vantagem
dessa transferência maior de riscos para o particular – e, consequentemente, maiores preços
ofertados – em termos técnicos, econômicos ou outro objetivamente motivado, bem assim
como os impactos decorrentes desses riscos na composição do orçamento da obra, em
especial a taxa de BDI – Bonificação e Despesas Indiretas”..Acórdão 1977/2013-Plenário, TC
044.312/2012-1, relator Ministro Valmir Campelo, 31.7.2013. Informativo de Jurisprudência
do TCU - Número 162 - Sessões: 30 e 31 de julho de 2013 – Grifos nossos

9. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 6. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer sobre o Edital.

9
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
7 O Edital

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5

2. Conceito...................................................................................................... 5

3. Características............................................................................................. 6

4. Elaboração do Edital.................................................................................... 6

5. Compras Públicas Sustentáveis.................................................................... 7

7. Ponto Polêmico......................................................................................... 11

8. Finalizando o Módulo................................................................................ 11
Módulo
7 O Edital

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• Definir edital, especificando suas características.


• Relacionar os itens que devem compor um edital e seu anexo, dispostos no art. 40
da Lei nº 8.666/93.

2. Conceito

O art. 41 da Lei de Licitações dispõe que “a administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, a qual se acha estritamente vinculada”. Por isso é possível afirmar que o
edital é lei entre as partes, porquanto também o licitante deverá obedecer aos termos do que
nele foi posto.

O instrumento convocatório é gênero do qual o edital e o convite são espécies. É o ato


administrativo externo de abertura do procedimento de licitação que tem requisitos essenciais
estipulados no art. 40, da Lei n° 8.666/93 que deverão ser respeitados, sob pena de nulidade. É
utilizado para as modalidades: concorrência, tomada de preços, concurso e leilão. Vide Art. 21.

No edital são indicadas todas as regras e prazos que devem pautar a tramitação da licitação e
o próprio conteúdo do futuro contrato.

“O Edital consiste no ato por meio do qual se convocam os interessados em participar do


certame licitatório, bem como se estabelecem as condições que irão regê-lo.” (MIRANDA,
Henrique Savonitti. Licitações e contratos administrativos. 4. ed. Brasília: Senado Federal
2007. p. 133).

“Divulgação do Edital é obrigatória pela imprensa oficial, nos casos de Concorrência


e Tomada de preços. Mas, é de toda conveniência que o Edital de qualquer modalidade
seja amplamente divulgado por todos os meios ao alcance da administração para ampliar
o número de competidores.” (MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26ª
edição. São Paulo: Malheiros, 2001. p.112).

5
3. Características

Analisando e complementando o conceito de edital, podemos observar que ele:

• É um ato administrativo que tem, dentre outras, a finalidade de levar ao


conhecimento público a realização de uma licitação.
• É um instrumento da administração que estabelece regras para a aquisição de
determinado bem, execução de uma obra ou a prestação de um serviço.
• Ao estabelecer as regras de participação, menciona os direitos e obrigações
dos interessados em participar do certame, regulando os atos e termos do
procedimento e fixando as cláusulas do futuro contrato.

4. Elaboração do Edital

Como fazer um edital bem elaborado?

O edital deve conter todas as exigências dispostas no art. 40 da Lei nº 8.666/93 , as quais
veremos a seguir.

O edital deve conter no seu preâmbulo:

• o número de ordem em série anual;


• o nome da repartição interessada e de seu setor;
• a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação;
• a menção de que será regida pela Lei nº 8.666/93;
• o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como
para início da abertura dos envelopes.

E ainda, o edital deve indicar, obrigatoriamente:

I. objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;


II. prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como
previsto no art. ? da Lei nº 8.666/93, para execução do contrato e para entrega do
objeto da licitação;
III. sanções para o caso de inadimplemento;
IV. local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V. se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o
local onde possa ser examinado e adquirido.

Deve ser observado o comando expresso no art. 40, § 2º, inciso II, da Lei n.º 8.666, de 1993,
fazendo constar dos editais de licitação ou de anexos, demonstrativo do orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários.

Vide Acórdão 1060/2003 Plenário.

I. condições para participação na licitação, em conformidade com os artigos 27 a 31


da Lei nº 8.666/93 , e forma de apresentação das propostas;
II. critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
III. locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão
fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições
para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

6
IV. condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais;
V. critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida
a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o
disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48 1.1

Fundamento Legal

Lei nº 8.666/1993, art. 40, inciso X.

O entendimento corrente do Tribunal de Contas da União é no sentido de que o demonstrativo


do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários tem que constar como
anexo dos instrumentos convocatórios de licitação em qualquer modalidade, como estabelece
o art. 40, § 2°, inciso II, da Lei de Licitações e Contratos. Ver Decisões ns. 300/02 e 322/02,
ambas do Plenário e Acórdão n° 1.577/04, Segunda Câmara.

I. critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,


admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a
data do adimplemento de cada parcela2.

I. limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou


serviços que serão obrigatoriamente previstas em separado das demais parcelas,
etapas ou tarefas;
II. condições de pagamento, prevendo:
a. prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final
do período de adimplemento de cada parcela;
b. cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a
responsabilidade de recursos financeiros;
c. critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final
do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;
d. compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,
por eventuais antecipações de pagamentos;
e. exigência de seguros, quando for o caso.

III. instruções e normas para os recursos previstos na Lei nº 8.666/93;


IV. condições de recebimento do objeto da licitação;
V. outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

5. Compras Públicas Sustentáveis

As compras públicas sustentáveis (CPS) são uma solução para integrar considerações ambientais
e sociais em todas as fases do processo de compra e contratação de governos, visando reduzir
impactos sobre a saúde humana, o meio ambiente e os direitos humanos.

1. SÚMULA Nº 259/2010
“Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global,
com fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor”.
2. Para os órgãos ou entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG, a Instrução Normativa nº 2, da Secretaria
de Logística e Tecnologia da Informação do MPOG, em seus artigos 37 a 41-A, dispõem sobre os critérios de reajustamento
de preços para contratação de serviços, continuados ou não. Acesse: www.comprasnet.gov.br >Legislação> Instrução
Normativa.

7
A Instrução Normativa nº1 de 19 de janeiro de 2010, que nos termos do artigo 3º da Lei nº
8666/93, define e estabelece critérios de sustentabilidade ambiental a serem adotados nas
compras realizadas pela administração direta, autárquica e fundacional do governo federal.

No momento em que um determinado órgão público, de qualquer esfera do governo, elabora


um edital, exigindo critérios de sustentabilidade nos seus editais, esta atitude impacta de duas
maneiras: (i) o Estado passa a comprar produtos sustentáveis, atuando como um consumidor
comum que faz compras e (ii) sinaliza para o mercado que o seu foco de compras mudou -
de produtos tradicionais para produtos menos agressivos ao meio ambiente, ou produtos que
levam em consideração os direitos humanos e sociais. Esta última consequência refletirá nos
setores produtivos3.(Fonte: Guia de Compras Públicas Sustentáveis para Administração Federal).

O artigo 4º da supracitada IN determina que nos termos do artigo 12 da Lei nº 8.666 de 1993,
as especificações e demais exigências do projeto básico ou executivo, para contratação de
obras e serviços de engenharia, devem ser elaborados visando à economia da manutenção
e operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem como a
utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como:

I – uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas tecnologias de


resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos ambientes aonde
for indispensável;
II – automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação
ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença;
III – uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto
rendimento e de luminárias eficientes; entre outros.

O § 4º do mesmo artigo dispõe que “No projeto básico ou executivo para contratação de obras e
serviços de engenharia, devem ser observadas as normas do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO e as normas ISO nº 14.000 da Organização
Internacional para a Padronização (International Organization for Standardization)”.

O artigo 6º traz, por fim, uma série de práticas de sustentabilidade que deverão estar previstas
nos instrumentos convocatórios, tais como: adote medidas para evitar o desperdício de água
tratada; realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, na fonte geradora, e a sua
destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, que será
procedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem, quando couber, entre outras.

O TRATAMENTO FAVORECIDO DE QUE TRATAM OS ARTS. 43 A 45 DA LEI COMPLEMENTAR


Nº 123, DE 2006, DEVERÁ SER CONCEDIDO ÀS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO
PORTE INDEPENDENTEMENTE DE PREVISÃO EDITALÍCIA.

Indexação: Microempresa. Empresa de pequeno porte. Tratamento favorecido. Lei


complementar nº 123 de 2006. Previsão. Edital.

Referência: arts. 43 a 49, da Lei Complementar nº 123 de 2006; Decreto nº 6.204 de 2007;
Acórdão TCU 2.144/2007-Plenário.

Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189168

3. ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 7, DE 1º DE ABRIL DE 2009.

8
Pregão para prestação de serviços de teleatendimento: 2 - Tratamento privilegiado às
microempresas e empresas de pequeno porte - Acórdão n.º 193/2010, TC-002.328/2010-0,
rel. Min. José Múcio Monteiro, 10.02.2010.

Outra possível irregularidade identificada no âmbito do Pregão Eletrônico n.º 13/2009,


promovido pela CGLC/INSS, seria o tratamento privilegiado dado à empresa declarada
vencedora do certame, benefício concedido pelo Decreto n.º 6.204/2007 somente às
microempresas ou empresas de pequeno porte. Isso possibilitou que ela lograsse êxito no
certame mediante lance de desempate, inferior apenas em um centavo à melhor oferta
válida, obtida durante a fase normal de lances. Para a unidade técnica que atuou no feito,
existiriam sérias dúvidas se a licitante vencedora poderia ser enquadrada como microempresa
por ocasião do pregão, principalmente em face da constatação de que a Receita Federal
excluiu-a do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples
Nacional) em outubro de 2008, o que poria em suspeita a validade de seu lance de desempate.
Entendeu o relator estarem presentes os fundamentos jurídicos e de urgência para adoção de
cautelar no sentido de determinar ao INSS que suspendesse todos os procedimentos relativos
à execução do contrato firmado com a empresa vencedora do aludido certame, até que o
Tribunal venha a deliberar sobre o mérito da matéria, sem prejuízo da realização de diligência
junto à Receita Federal do Brasil para que informe acerca da situação da empresa vencedora,
discorrendo especificamente sobre: a) modalidade (se via comunicação ou de oficio) e data de
eventual desenquadramento da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte,
à luz do disposto na Lei Complementar n.º 123/2006; e b) data a partir da qual a empresa
factualmente não poderia mais ter desfrutado do tratamento favorecido concedido pelo
Decreto n.º 6.204/2007. O Plenário acolheu a proposição do relator.

Quando a contratação for para registro de preços o edital possuirá características próprias que
serão tratadas neste curso, no Módulo 14.

O instrumento convocatório também deverá prever o atendimento diferenciado a microempresa


e empresa de pequeno porte com relação ao lance especial, referente ao empate legal e ao
prazo diferenciado para regularização de documento referente à regularidade fiscal, conforme
determina a Lei Complementar n° 123/2006 e o Decreto n° 6.204/20074.

EM TODO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO:

1) LANCE ESPECIAL - EMPATE LEGAL


5% para o pregão
10% demais modalidades
2) PRAZO ESPECIAL - REGULARIDADE FISCAL
02 dias úteis, prorrogáveis por igual período
3) DESNECESSIDADE DE EXIGIR BALANÇO PATRIMONIAL

Pronta entrega ou locação de materiais.

Sobre a possibilidade de ser alterado o edital no curso do procedimento licitatório, vide STJ. MS
n° 5.6-1/DF. Relator: Min. Demócrito Reinaldo. DJU, 14 dez. 1998, Seção 1:

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. INSTRUMENTO


CONVOCATÓRIO. VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E DOS PARTICIPANTES. PRESSUPOSTOS DE
SUA MUTABILIDADE. INOBSERVÂNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA CONCEDIDO.

4. TRATAMENTO DIFERENCIADO - Lei Complementar n° 123/2006 e Decreto n° 6.204/2007.

9
Vinculada, que está, a Administração ao Edital - que constitui lei entre as partes - não poderá
dele desbordar-se para em pleno curso do procedimento licitatório, instituir novas exigências
aos licitantes e que não constaram originariamente da convocação...”

Elaboração: Anexos

O edital de licitação possui anexos, os quais são parte integrante dele. Esses anexos são:

I - O projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos.

O projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão


adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem
a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e
que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução5.

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o


orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, e devem constar nos
anexos do edital de licitação e nas propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante
uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

Fundamento Legal

- Lei 8.666/1993, arts. 3º; 6º, IX; e 7º, § 2º, II.

SÚMULA Nº 261

Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração de projeto básico


adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os elementos descritos
no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo prática ilegal a
revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo que transfigurem o objeto
originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos.

Fundamento Legal

Lei nº 8.666/1993, artigos 3º; 6º, IX; 7º e 12.

O projeto executivo é o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa


da obra de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

II - Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários.

Esse orçamento é feito quando da montagem do processo de licitação através de estimativa


de preços, onde o setor próprio da Administração Pública consulta fornecedores, visando
conhecer o preço de mercado do bem que se deseja licitar6.

Art. 127. O custo global de obras e serviços de engenharia contratados e executados com
recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de composições de custos unitários,

5. SÚMULA Nº 258.
6. LEI Nº 12.309, DE 9 DE AGOSTO DE 2010 . - Lei Orçamentária de 2011.

10
previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado,
na internet, pela Caixa Econômica Federal, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela
do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO, excetuados os itens caracterizados como
montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.

Deve ser observado o comando expresso no art. 40, § 2º, inciso II, da Lei n.º 8.666 de 1993,
fazendo constar dos editais de licitação ou de anexos, demonstrativo do orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários.

Vide Acórdão 1060/2003 Plenário

III - A minuta do contrato a ser firmado entre a Administração Pública e o licitante vencedor.
Se houver contrato, em razão do objeto a ser licitado, torna-se obrigatória a existência do
contrato toda vez que houver, do bem licitado, obrigações futuras ou assistência técnica.

7. Ponto Polêmico

Exigências Editalícias: Somente as necessárias para a execução da contratação

Acórdão 110/2007 Plenário – TCU: Envide esforços de modo a limitar as exigências editalícias
ao mínimo necessário para o cumprimento do objeto licitado e a definir de maneira clara os
critérios para avaliação dos documentos habilitatórios e das propostas apresentadas pelas
licitantes, evitando restrição ao caráter competitivo do certame e julgamento subjetivo na
elaboração de seus editais de licitação em cumprimento ao art. 37, inciso XX I, da Constituição
Federal e aos arts. 3º,27 a 31, 40, inciso VII, 44, caput e § 1º, e 45 da Lei no 8.666/1993.

Exigências Editalícias: Claras


Acórdão 1237/2007 Primeira Câmara– TCU: Faça constar no instrumento convocatório todas
as especificações do objeto a ser licitado, de forma clara, concisa e objetiva, abstendo-se de
incluir exigência que não esteja suficientemente especificada, nos exatos termos definidos
peloart. 9º, § 2º, do Decreto no 5.450/2005, e pelo art. 14 da Lei no 8.666/1993.

8. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 7. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer o Registro Cadastral.

11
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
8 Registro Cadastral

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Considerações Gerais....................................................................................................... 5

3. Sicaf - Sistema de Cadastro de Fornecedores.................................................................... 5

3.1. Histórico....................................................................................................................... 5

3.2. Características do novo SICAF....................................................................................... 6

3.3 Regras de Cadastramento.............................................................................................. 7

4. Ponto Polêmico............................................................................................................. 10

5. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 10
Módulo
8 Registro Cadastral

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• descrever a função do registro cadastral na fase de habilitação em uma licitação;


• apontar a finalidade do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores da
Administração Federal;
• descrever as principais regras de cadastramento do Sistema de Cadastramento
Unificado de Fornecedores da Administração Federal.

2. Considerações Gerais

A Lei de Licitações, em seu art. 34 diz que a Administração Pública deve manter registros
cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válido por, no máximo, um ano.

Segundo o Art. 36, os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, conforme a sua qualificação técnica e econômica comprovadas por documentos.
Além disso, todos os cadastrados receberão um Certificado de Registro Cadastral (CRC),
renovável sempre que atualizarem o seu registro.

As anotações no registro cadastral têm a finalidade de produzir uma folha corrida da vida
do fornecedor perante as administrações a quem prestou serviços, identificando os bons
e os maus fornecedores, caso em que, segundo o Art. 37, poderá ser feita a suspensão ou
cancelamento do registro por parte da Administração.

3. Sicaf - Sistema de Cadastro de Fornecedores

3.1. Histórico

A Instrução Normativa nº 5, de 21 de julho de 1995 (IN/05), do então Ministério da Administração


Federal e Reforma do Estado (MARE), implantou e operacionalizou o Sistema de Cadastramento
Unificado de Fornecedores (SICAF) nos órgãos da Presidência da República, nos Ministérios, nas
Autarquias e nas Fundações que integram o Sistema de Serviços Gerais (SISG).

Em 2010, foi revogada pela Instrução Normativa nº 02 de 11 de outubro, estabelecendo novas


determinações para o SICAF.

Por que uma nova Instrução Normativa?

O Guia Prático para Fornecedores e Unidades Cadastradoras do Ministério do Planejamento esclarece


(https://www3.comprasnet.gov.br/SICAFWeb/public/pages/publicacoes/manuais.jsf)

5
A IN n° 05/1995, que até então regia as operações no sistema, estava desatualizada, tendo em
vista a edição da Lei n° 10.520/2002, do Decreto n° 5.450/2005, do Decreto n° 4.485/2002,
entre outros.

Foi desenvolvido um novo sistema informatizado, fundamentado em serviços web, ampliando


a participação do próprio fornecedor.

Sendo assim, foram editadas a Instrução Normativa n° 2/2010, que estabelece normas para o
funcionamento do SICAF no âmbito de órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços
Gerais - SISG, e a Portaria Normativa n° 27/2010, que dispõe sobre os procedimentos a serem
observados pelos inscritos no SICAF e os órgãos integrantes do SISG, quando da utilização do
SICAF, após sua reestruturação.

O SICAF é um sistema desenvolvido em plataforma web. Por meio do endereço www.


comprasnet.gov.br , viabiliza o cadastramento de fornecedores de materiais e serviços para
órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, no
âmbito do SISG.

Uma vez inscrito no SICAF, o fornecedor estará cadastrado perante qualquer órgão ou entidade
integrante do SISG, em todo o território nacional, independente do local onde tenha ocorrido
o cadastramento.

O cadastramento no SICAF é realizado sem ônus, em qualquer Unidade Cadastradora - UASG


localizada nas diversas unidades da federação e compreende os seguintes níveis:

• Credenciamento.
• Habilitação jurídica.
• Regularidade fiscal federal.
• Regularidade fiscal estadual e/ou municipal.
• Qualificação técnica.
• Qualificação econômico-financeira.

3.2. Características do novo SICAF


Cadastramento obrigatório?

O Capítulo I, em seu art. 3°, e em consonância com o Decreto n° 4.485/2002, esclarece que a
habilitação dos fornecedores poderá ser comprovada por meio de prévia e regular inscrição
cadastral no SICAF. Nesse sentido, a comprovação da habilitação por meio do SICAF é opcional.

Porém, para fornecedores a serem contratados o cadastramento é obrigatório, devendo ele


estar credenciado e com a documentação validada por uma unidade cadastradora a fim de
que possa participar dos certames eletrônicos (pregão e cotação):
Art. 1º § 1º, II, Decreto nº 3.722/2001: Nos casos em que houver necessidade de assinatura
do instrumento de contrato, e o proponente homologado não estiver inscrito no SICAF,
o seu cadastramento deverá ser feito pela Administração, sem ônus para o proponente,
antes da contratação, com base no reexame da documentação apresentada para habilitação
devidamente atualizada.

6
Níveis De Cadastramento

Conforme o art. 8º da Instrução Normativa nº 02/2010: O cadastro no SICAF poderá ser iniciado
no Portal de Compras do Governo Federal - Comprasnet, no sítio www.comprasnet.gov.br e
abrange os seguintes níveis:

• credenciamento;
• habilitação jurídica;
• regularidade fiscal federal;
• regularidade fiscal estadual/municipal;
• qualificação técnica; e
• qualificação econômico-financeira;

O credenciamento constituirá o primeiro nível do cadastro, na nova organização, e busca


atender ao previsto no art. 3° do Decreto n° 5.450/2005. Anteriormente, o credenciamento
dos participantes do Pregão Eletrônico e da Cotação Eletrônica era realizado apenas no
Comprasnet, porém fora do SICAF. Com a reestruturação do SICAF o credenciamento também
tem por objetivo atender às demandas dos órgãos de controle, que solicitaram maior
detalhamento dos dados dos licitantes, para possibilitar a verificação de possíveis fraudes ou
conluios no decorrer dos procedimentos licitatórios. Este será o único nível obrigatório para
o cadastro, no SICAF, e não se constitui em etapa de habilitação.

Os demais níveis são independentes, ou seja, o interessado poderá se habilitar em qualquer


nível ou níveis, conforme seu interesse ou necessidade. Dessa forma, foi abolida a tradicional
divisão em Cadastro e Habilitação Parcial, disposta pela Instrução Normativa anterior. Esta
nova organização tem por objetivo flexibilizar o cadastramento, tendo em vista que as licitações
e contratações nem sempre exigem todos os níveis de habilitação. É o caso, por exemplo, da
dispensa por pequeno valor (incisos I e II do art. 24 da Lei n° 8.666/1993), do fornecimento de
bens para pronta entrega, do convite, do concurso e do leilão (§ 1° do art. 32 da Lei n° 8.666/1993).

3.3 Regras de Cadastramento

O Capítulo III prevê, no art. 20 da Instrução Normativa nº 02/2010, que o interessado deverá
preencher as telas do Sistema SICAF, através do sítio www.comprasnet.gov.br para registrar
as informações constantes dos documentos que serão enviados, posteriormente, à Unidade
Cadastradora, a fim de validá-las. O objetivo é agilizar o processo de avaliação documental,
realizado pelas Unidades Cadastradoras, que não mais transcreverão para o Sistema os dados
que eram entregues em papel por meio dos formulários de cadastramento.
Todas as UASGS tornaram-se Unidades Cadastradoras

O Capítulo IV, da supracitada Instrução Normativa, estabeleceu, no art. 31, que as Unidades
de Administração e Serviços Gerais - UASGs, que realizam regulamente licitações e
contratações públicas, deverão manter Unidades Cadastradoras. Buscou-se, em consonância
com o estabelecido no artigo 34 da Lei nº 8.666/1993, estabelecer critério para a abertura
e manutenção de Unidades Cadastradoras, tendo como parâmetro a realização regular de
licitações e contratos.

Registro de Sanção

O Capítulo VI, da Instrução Normativa, no art. 40, esclarece o âmbito das penalidades
estabelecidas, na Lei nº 8.666/1993, na Lei nº 10.520/2002, e o entendimento do Tribunal de
Contas da União, na Decisão nº 352 de 1998, publicada no DOU de 22 de junho de 1998, p.
18-19.

7
Suspensão temporária - âmbito: órgão ou entidade responsável pela aplicação da sanção.

Declaração de inidoneidade - âmbito: toda a Administração Pública.

Impedimento de licitar e contratar - âmbito: União, Estado, Distrito Federal ou Município.

TIPOS DE OCORRÊNCIAS:

- Advertência - Lei nº 8.666/1993, art. 87, inc. I


Opções de motivos: Não há.
Âmbito/Abrangência da sanção: Não há.
- Multa - Lei nº 8.666/1993, art. 87, inc. II
Opções de motivos:
Inabilitação ou desclassificação por irregularidade ou inexequibilidade da proposta.
Inexecução total ou parcial do contrato.
Recusa em celebrar contrato.
Outros.
Âmbito/Abrangência da sanção: Não há.
- Suspensão temporária - Lei nº 8.666/1993, art. 87, inc. III
Opções de motivos:
Condenação definitiva por fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos e encargos
sociais, por meios dolosos.
Prática de atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação ou contratação, tais como
conluio, fraude, adulteração de documentos, documentação ou declaração falsa, dentre
outros.
Demonstração de inidoneidade para contratar com a administração, em virtude de atos
ilícitos praticados.
Inexecução total ou parcial do contrato.
Em razão de decisão judicial.

8
Âmbito/Abrangência da sanção: Administração. Conforme a Decisão do Plenário do Tribunal
de Contas da União nº 352/ 1998, o âmbito/abrangência da sanção refere-se ao órgão ou
entidade que aplicou a penalidade.

- Declaração de inidoneidade - Lei nº 8.666/1993, art. 87, inc. IV


Opções de motivos:

Condenação definitiva por fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos e encargos


sociais por meios dolosos.

Prática de atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação ou contratação, tais como
conluio, fraude, adulteração de documentos, documentação ou declaração falsa, dentre
outros.

Demonstração de inidoneidade para contratar com a administração, em virtude de atos


ilícitos praticados.
Inexecução total ou parcial do contrato.

Ato ou conduta prevista no instrumento convocatório, passível da aplicação da sanção de


declaração de inidoneidade.

Em razão de decisão judicial.


Outros.

Âmbito/Abrangência da sanção: Administração Pública.

- Impedimento de licitar e contratar - Lei nº 10.520/2002, art. 7º


Opções de motivos:

Recusa em celebrar contrato.


Não apresentação de documentação exigida no certame ou apresentação de documentação
falsa.

Retardamento na execução do objeto ou não manutenção da proposta.


Falha ou fraude na execução do contrato.

Comportamento inidôneo ou fraude fiscal.

Em razão de decisão judicial.

Âmbito/Abrangência da sanção: “União, Estado, Município ou Distrito Federal”.

9
4. Ponto Polêmico

Vedada a inclusão do SICAF como condição de participação do certame.

Acórdão 1070/2005 Primeira Câmara - Abstenha-se de incluir, em editais de licitação,


dispositivo condicionando à participação de licitantes ao prévio cadastro no Sicaf, por falta
de amparo legal, conforme entendimento deste Tribunal - Acórdãos 36/2005 Plenário e
1070/2005 Primeira Câmara.

Acórdão 1623/2006 Plenário - Abstenha-se de incluir cláusulas nos editais que possam vir a
restringir a competitividade, a exemplo de registro cadastral no Sicaf como requisito único
para o credenciamento e a habilitação do licitante.

Acórdão 106/2009 Plenário - Abstenha-se de exigir cadastro prévio no SICAF para participação
nas licitações promovidas pelo órgão, por falta de previsão legal.

Acórdão 3963/2009 Segunda Câmara (Relação) - Deixe de incluir, em editais de licitação,


dispositivo que somente possibilite a habilitação de licitantes previamente cadastrados no
Sistema Integrado de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, por falta de amparo
legal para tal exigência.

5. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 8. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer a Comissão de Licitação.

10
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
9 Comissão de Licitação

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Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
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Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

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2
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5

2. Comissão Permanente e Especial - Distinção................................................ 5

3. Atribuições.................................................................................................. 6

4. Composição................................................................................................. 7

5. Caso de Licitação sem Comissão.................................................................. 7

6. Responsabilidade dos Membros.................................................................. 7

7. Duração da Comissão Permanente............................................................... 8

8. Ponto Polêmico ........................................................................................... 9

9.Finalizando o Módulo................................................................................... 9

3
Módulo
9 Comissão de Licitação

1. Objetivos do Módulo

• Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:


• conceituar Comissão de Licitação, diferenciando Comissão Permanente de
Comissão Especial;
• descrever as atribuições da Comissão de Licitação, ressaltando suas limitações e
o seu tempo de duração;
• descrever como é composta a Comissão de Licitação, apontando a responsabilidade
dos seus membros.

2. Comissão Permanente e Especial - Distinção

O Art. 6º, inc. XVI da Lei 8.666/93 determina a criação da Comissão de Licitação, aquela
criada pela administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

Tanto a Comissão Permanente quanto a Comissão Especial de Licitação possuem a mesma


competência.

A distinção reside no fato de que, quando se trata de Comissão Permanente, ao se concluir os


trabalhos licitatórios com a adjudicação e homologação do bem licitado, o objeto se extingue,
mas a comissão permanece. Essa comissão pode promover outras licitações de interesse da
Administração Pública. No entanto, a Comissão Especial de licitação tem natureza temporária,
extinguindo-se, automaticamente, com a conclusão dos trabalhos licitatórios, isto é, quando
aos atos de homologação e adjudicação, revogação ou anulação não couber qualquer recurso
na esfera administrativa. Não há nesses casos que ser editado qualquer ato extintivo.

Tratando-se de certame licitatório de cunho específico, deve-se ter para cada um a devida
Comissão Especial de licitação, atuando independente e simultaneamente. Assim, é a
especificidade dos objetos licitados que vai determinar ou não a multiplicidade desses
colegiados. (...) A criação dessa espécie de comissão licitatória não se constituiu numa
faculdade para a Administração Pública. Sua constituição é obrigatória sempre que o objeto
do certame apresentar certa especificidade que o torna incompatível com a finalidade da
Comissão Permanente de licitação.

GASPARINI, Diógenes -Comissões de Licitação. 2 ed. rev. e atual. - São Paulo : Editora NDJ,
2002, p. 63,)

5
3. Atribuições

Cabe à Comissão de Licitação, tanto Permanente quanto Especial:

1. receber todos os documentos pertinentes ao objeto que está sendo licitado, sejam
aqueles referentes à habilitação dos interessados, sejam aqueles referentes às
suas propostas;
2. examinar os referidos documentos à luz da Lei e das exigências contidas no
edital, habilitando e classificando os que estiverem condizentes e inabilitando ou
desclassificando aqueles que não atenderem às regras ou exigências previamente
estabelecidas;
3. julgar todos os documentos pertinentes às propostas apresentadas, em
conformidade com o conteúdo do edital, classificando-os em conformidade com
o que foi ali estabelecido.

É obrigatório que a Comissão Permanente de Licitação não delegue competências exclusivas


de sua alçada, tais como habilitação e julgamento das propostas para outras unidades da
empresa, conforme preconiza o art. 6º, inciso XVI, c/c o art. 45, todos da Lei 8.666/1993,
ressalvada a possibilidade de solicitar parecer técnico ou jurídico relativo à matéria submetida
à sua apreciação. Acórdão 1182/2004 Plenário.
Vejamos agora o que não é atribuição da Comissão de Licitação.

Não compete à Comissão de Licitação:

1. Anular ou revogar uma licitação


Essa decisão cabe à autoridade competente à luz de fatos justificadores.
2. Promover o ato de adjudicação e homologação
Esses atos são de competência da autoridade competente, geralmente, o ordenador
de despesas do órgão. Assim, quem delibera quanto à adjudicação e homologação é
a autoridade competente.

Homologação é o ato administrativo por meio do qual a autoridade competente confirma o


resultado final proferido pela Comissão de Licitação.

Desta forma, após o julgamento e a classificação das propostas, realizados pela Comissão
de Licitação na fase de julgamento, o processo segue para a homologação da autoridade
competente e posterior adjudicação.

A adjudicação, por seu turno, é o ato pelo qual a autoridade administrativa entrega
formalmente o objeto ao vencedor da licitação e o convoca para a assinatura do contrato.
Atualmente, a doutrina é praticamente unânime em afirmar que a homologação é ato
administrativo que antecede a adjudicação.

6
Hely Lopes Meirelles ensina que “não há homologação da adjudicação, como antes se dizia;
a homologação se faz do julgamento e de todo o procedimento licitatório. Estando ele de
acordo com a lei e o edital, a autoridade superior determinará a adjudicação do objeto
licitado ao proponente classificado em primeiro lugar”.

MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros,
1999. p. 151.

Esse também é o entendimento de Marçal Justen Filho ao lembrar que “a Lei n° 8.666
determina que a autoridade superior realize, primeiramente, a homologação do resultado
da licitação. Em momento logicamente posterior, promoverá a adjudicação”.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 7. ed. São
Paulo: Dialética, 2000. p. 440.

4. Composição

A Comissão, Permanente ou Especial, é composta de, no mínimo, 3 membros.

Pelo menos dois deles devem ser servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

O terceiro membro pode ser recrutado em outros órgãos, de qualquer esfera da Administração
Pública, no caso de órgãos que passem por carência de recursos humanos.

Fernanda Marinela ensina que “A designação dos membros da comissão é feita pela
autoridade competente do órgão ou entidade. O ato de designação é um ato jurídico que pode
ser formalizado por decreto, resolução, portaria ou ato da superintendência ou da diretoria,
conforme a natureza da entidade”.

5. Caso de Licitação sem Comissão

O Art. 51 , § 1º, da Lei n° 8.666/93 prevê que, nos casos de convite, a comissão pode ser
substituída, excepcionalmente, por servidor formalmente designado pela autoridade
competente.

Convém ressaltar que essa substituição só pode ocorrer em casos excepcionais, ou seja, em
órgãos que tenham comprovadamente carência de recursos humanos.

6. Responsabilidade dos Membros

É comum se observar, nas portarias de criação das Comissões de Licitação, a autoridade


competente designar um dos membros como presidente da referida comissão.
Embora o presidente tenha certa prevalência sobre os demais membros, sua responsabilidade
não é maior com relação aos atos da comissão.

7
Por quê?

Ao escolher um dos membros para presidir a Comissão de Licitação, a autoridade competente


apenas elegeu um deles para, administrativamente, ser o elo entre a autoridade e a comissão.

No que diz respeito às competências, todos os membros possuem as mesmas responsabilidades


jurídicas e funcionais de tudo o que vier a acontecer no curso da licitação.
Assim, de acordo com a Lei de Licitações, não existe a figura do presidente. No entanto, essa
figura é necessária para promover a ordem e a organização dos trabalhos, sem que o mesmo
queira ter mais autoridade que os demais.

Todos os documentos de responsabilidade da Comissão de Licitação devem ser assinados por


todos os membros que a compõem.

Se um dos membros não aceitar a decisão dos demais para um determinado caso, a sua
não aceitação só tem valor jurídico e ele só se isenta de responsabilidade futura se a sua
divergência for registrada na ata de reunião com a devida fundamentação, conforme o Art.
51, § 3º, da Lei 8.666/931.

Marinela explica que “Os membros da comissão respondem solidariamente por todos os atos
a ela imputados, ressalvado o caso de quem houver manifestado, fundamentadamente, sua
posição divergente, registrada na respectiva ata de decisão”.

Marçal comenta que: “A responsabilidade solidária dos membros da comissão depende de


culpa. O sujeito apenas pode ser responsabilizado na medida em que tenha atuado pessoal
e culposamente para concretização do ato danoso ou desde que tenha omitido (ainda que
culposamente) os atos necessários a evitá-lo. Se o sujeito, por negligência, manifesta sua
concordância com ato viciado, torna-se responsável pelas consequências. Se, porém, adotou
as precauções necessárias e o vício era imperceptível, não obstante à diligência empregada,
não há responsabilidade pessoal.”

Todos os trabalhos realizados pela Comissão de Licitação, incluindo-se as informações sobre


o conteúdo das sessões de Habilitação e Julgamento, bem como a decisão final contendo a
classificação dos proponentes, deverão constar em Ata.

7. Duração da Comissão Permanente

O tempo de duração de uma Comissão Permanente de Licitação é de um ano.


Isto está estabelecido no § 4º do art. 51 da Lei nº 8.666/93:

“A investidura dos membros das Comissões Permanentes não excederá a um ano, vedada a
recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente”.
Para que essa comissão continue tendo validade, por exemplo, basta que se tire um dos
membros e coloque outro servidor qualificado e estará atendida a exigência legal.

1. JUSTEN, Marçal. Comentários `a Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13ª ed. São Paulo: Editora Dialética,– 2009.
p. 666.

8
8. Ponto Polêmico

Competências da Comissão de Licitações

• não há óbice para que a Comissão de Licitação, no decorrer do procedimento, caso


possua delegação de competência da autoridade superior, anule parcialmente o
certame e o refaça, aproveitando os atos regularmente praticados. Inexistindo
delegação de competência, caberá à Comissão de Licitação declarar a invalidade
dos atos eivados de vício e submeter à prévia decisão da autoridade superior
proposta quanto à invalidade parcial do certame e ao refazimento dos pertinentes
procedimentos. Acórdão 1904/2008 Plenário.

Não pode a Administração descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha


estritamente vinculada, nos termos do art. 41 da Lei no 8.666/1993. No julgamento
das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no
edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos, conforme o art. 44 da Lei no
8.666/1993. Julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação
ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle, em atendimento ao disposto no art. 45 da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 2345/2009 Plenário (Sumário).

9.Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 9. A seguir, faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer a Habilitação dos Interessados.

9
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
10 Habilitação dos Interessados

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SUMÁRIO

1. Objetivos Do Módulo....................................................................................................... 5

2. Conceito.......................................................................................................................... 5

3. Exigências........................................................................................................................ 6

4. Habilitação Jurídica.......................................................................................................... 6

5. Qualificação Técnica........................................................................................................ 6

6. Qualificação Econômico-Financeira................................................................................ 10

7. Regularidade Fiscal e Trabalhista................................................................................... 11

8. Documentação de Habilitação....................................................................................... 12

9. Dispensa de Documentação........................................................................................... 12

10. O Certificado de Registro Cadastral.............................................................................. 13

11. Os Custos .................................................................................................................... 14

12. Habilitação de Consórcio De Empresas......................................................................... 14

13. Ponto Polêmico ........................................................................................................... 16

14. Finalizando o Módulo.................................................................................................. 16


Módulo
10 Habilitação dos Interessados

1. Objetivos Do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• definir Habilitação relacionando os documentos referentes à habilitação jurídica,


qualificação técnica e regularidade fiscal e trabalhista exigidos nessa fase;
• apresentar o objetivo da qualificação econômico-financeira e os documentos
exigidos pra sua habilitação;
• destacar as situações em que a documentação exigida poderá ser dispensada no
todo em parte;
• citar as normas a serem observadas na participação de empresas em consórcio,
de microempresa e empresa de pequeno porte na licitação.

2. Conceito

A Habilitação, também chamada de Qualificação, é o ato pelo qual a Comissão de Licitação recebe
e examina a documentação dos licitantes e manifesta-se sobre a sua regularidade, habilitando
aqueles que estiverem em conformidade com as exigências requeridas e inabilitando os que não
atenderem essas exigências.

O ato de habilitação refere-se à aceitação ou não dos interessados em participar da licitação pela
Comissão, em razão da conformidade de suas propostas às exigências estabelecidas no edital. Essa
é uma fase em que há um elevado grau de expectativa dos participantes em relação à aprovação
de suas propostas, bem como frente à possibilidade de saírem vencedores do certame. Por isso, é
requerido da Comissão, além do conhecimento e domínio da Lei, o exercício de muita cordialidade
e bom senso, para evitar desgastes desnecessários decorrentes da falta de habilidade no trato com
os participantes.

Segundo Marçal Justen Filho, “na acepção de fase procedimental, a habilitação consiste no
conjunto de atos orientados a apurar a idoneidade e a capacidade de sujeito para contratar
com a Administração Pública. Na acepção do ato administrativo decisório, indica o ato pelo qual
a administração finaliza essa fase procedimental, decidindo estarem presentes as condições do
direito de licitar”.

JUSTEN, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos.12 ed., São Paulo :
Dialética, 2008, p. 374

5
3. Exigências

Introdução

Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação


relativa a:

I - Habilitação Jurídica.
II - Qualificação Técnica.
III - Qualificação Econômico-Financeira.
IV - Regularidade Fiscal e Trabalhista.
V – Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7° da Constituição Federal.
(Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999).

Art. 27, inc. I a V

4. Habilitação Jurídica

Acerca da habilitação jurídica (art. 28), não são suscitadas grandes dúvidas ou dificuldades práticas.
A apresentação dos documentos relativos à habilitação jurídica serve para demonstrar que o futuro
contratado pela administração é sujeito de direito e de obrigações, possuindo, em consequência,
capacidade de fato e de direito para a prática dos atos para os quais será contratado.

I - cédula de identidade (quando se tratar de pessoa física, ou para comprovar a


titularidade do representante da pessoa jurídica que vai participar da licitação);
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se
tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedade por ações, acompanhado
de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de
prova de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no país, e ato de registro ou autorização para funcionamento
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

5. Qualificação Técnica

Para a realização de obras ou serviços de grande complexidade, não podem ser dispensados o
conhecimento técnico especializado nem a comprovação da experiência e de capacitação operativa
para cumprir o objeto do contrato.

A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á:

I - ao registro ou inscrição na entidade profissional competente;


II - à comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis
para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

6
III - à comprovação, fornecida pelo órgão licitante de que recebeu os documentos,
e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações, objeto da licitação.
IV - Prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

Art. 30

SÚMULA Nº 263/2011

Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada,


simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado,
é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços
com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a
complexidade do objeto a ser executado.

Fundamento Legal

Constituição Federal, art. 37, inciso XXI


Lei nº 8.666/1993, art. 30.

A licitação pública, mais do que princípio para garantir qualidade e preço na aquisição de bens e
serviços, pode servir também para a defesa e conservação do meio ambiente.
A proteção ao meio ambiente não deve se restringir a ações repressivas, mas, principalmente,
deve ser de caráter preventivo, presente em licenciamentos, incentivos fiscais e de crédito, além
das próprias contratações públicas.

A Instrução Normativa n° 01, de 19 de janeiro de 2010, dispõe sobre os critérios de


sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela
Administração Pública Federal.

Como é realizada a comprovação de aptidão?

A comprovação de aptidão, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por
atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados
nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências à capacitação1 técnico-profissional.

1. Capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista
para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente,
detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas
estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de
quantidades mínimas ou prazos máximos. Art. 30, § 1º, inc.I.

7
Art. 30, § 1º

Acórdão 512/2009 Plenário (Sumário) A exigência de certificações técnicas não pode


ser empregada como critério de habilitação em licitação. A exigência de registro no
INPI (processo produtivo básico) para participação em licitação de produtos comuns
de informática ofende o princípio da ampla concorrência.

Exigências de certificação ISO e de registro no INPI (processo produtivo básico), quando


necessárias, somente devem ser estipuladas como critério classificatório.

Acórdão 168/2009 Plenário (Sumário) Inexiste obrigatoriedade legal de inscrição de


empresas ou registro de profissionais perante o Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (CREA) cujas atividades estejam relacionadas à
comercialização e à manutenção, inclusive assistência técnica, de bens e serviços de
informática.

É indevida a inabilitação de empresa licitante por ausência de apresentação de certidão expedida


pelo CREA, para fins de comprovação de qualificação técnica, quando o objeto da licitação tratar de
mera aquisição de bens e serviços de informática.

No caso de obras, serviços e compras de grande vulto2, de alta complexidade técnica3, poderá a
administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua
aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por
critérios objetivos.

Art. 30, § 8º

Ainda quanto à comprovação de aptidão:

Será sempre admitida a comprovação de aptidão por meio de certidões ou atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.

Art. 30, § 3º

Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita
através de atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado.

Art. 30, § 4º

É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de


época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas na Lei nº 8.666/93 que
inibam a participação na licitação.

2. Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite
estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23, que corresponde atualmente a R$ 37.500.000,00 (trinta e sete milhões e
quinhentos mil reais - art. 6º inc. V da Lei nº 8.666/93).
3. Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema
relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de
serviços públicos essenciais. Art. 30, § 9º.

8
Art. 30, § 5º

Deve-se atentar para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei n.º 8.666 de
1993, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos instrumentos
convocatórios de licitações, requisitos de capital social mínimo e garantias para
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes.

Decisão 1521/2002 Plenário

Outras considerações

As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico


especializado, consideradas essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas
mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedades e de localização prévia.

Art. 30, § 6º

Exigência da apresentação de atestado de capacidade técnica fornecido por pessoa


jurídica com sede na cidade onde os serviços serão realizados - Acórdão n.º 842/2010,
TC-009.465/2010-3, rel. Min. José Múcio Monteiro, 28.04.2010.

Representação formulada ao TCU apontou possíveis irregularidades no Pregão


Eletrônico n.º 38/2010, promovido pela Eletrobrás Termonuclear S.A. (Eletronuclear),
destinado à contratação de empresa especializada na prestação de serviços de gestão
de cartões-refeição e alimentação, em cumprimento ao Programa de Alimentação
do Trabalhador, por um prazo de 36 meses, conforme condições e especificações
constantes do edital e seus anexos. A representante alegou que o edital do certame
trazia “exigência ilegal”, referente à apresentação de atestado de capacidade técnica
fornecido por pessoa jurídica, de direito público ou privado, com sede na cidade
do Rio de Janeiro, “contrária ao art. 30, § 5º, da Lei nº 8.666/93 que, ao tratar da
documentação relativa à qualificação técnica, veda expressamente exigência de
comprovação de atividade por local específico”. Ante as alegações apresentadas
pela Eletronuclear, no sentido de que a preocupação da entidade foi “assegurar o
conforto e a liberdade de escolha de seus funcionários”, oferecendo acesso a um
número minimamente razoável de estabelecimentos credenciados no local em que se
concentram as suas atividades, no caso a cidade do Rio de Janeiro, com um padrão
de qualidade aceitável, a unidade técnica que atuou no feito concluiu que a exigência
“não se configura demasiada ou desarrazoada, não se constituindo em quebra de
isonomia no certame”. Dissentindo da unidade instrutiva, o relator entendeu que a
exigência editalícia viola tanto o art. 30, § 5º, da Lei nº 8.666/93 quanto o art. 37, XXI,
da Constituição Federal, segundo o qual o processo de licitação pública deve assegurar
igualdade de condições a todos os concorrentes, somente admitindo-se as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. Em seu voto, considerou legítima a preocupação da Eletronuclear, que, em
suma, diz respeito à garantia da efetividade dos serviços a serem prestados. Ocorre que,
em verdade, a exigência contestada “não oferece tal garantia, atuando, ao contrário,
como limitante à participação de empresas aptas ao bom cumprimento do contrato”.
Para assegurar a qualidade e a variedade dos serviços, “bastaria à Eletronuclear
exigir, no edital e/ou no contrato, que a licitante disponha de uma rede credenciada,
em número e qualidade considerados razoáveis ao atendimento das necessidades de

9
seus funcionários, na região em que se concentram as suas atividades, fazendo-se
perfeitamente dispensável a prestação de serviços à pessoa jurídica localizada nessa
mesma região”. Para o relator, no caso concreto, “a questão está bem resolvida”, já que
a minuta do contrato constante do edital prevê, entre as obrigações da contratada,
a comprovação, em até 30 dias da assinatura da avença, de que ela possua no
mínimo 80% dos estabelecimentos comerciais, listados em relação anexa ao edital,
credenciados a operar em sua rede. Ressaltou, ainda, que quatro empresas acorreram
ao certame oferecendo lances, e os preços da proposta vencedora “não fogem aos
praticados no mercado, não se havendo falar em consequências à economicidade do
certame decorrente de uma possível restrição à sua competitividade. Tampouco há
falar, no caso, em inibição premeditada da participação de licitantes com vistas ao
direcionamento da competição”. Ao final, o relator propôs e o Plenário decidiu expedir
determinação corretiva à Eletronuclear, para futuras licitações.

6. Qualificação Econômico-Financeira

A qualificação econômico-financeira tem como objetivo verificar a capacidade econômico-financeira


do licitante, a fim de que, aquele que sair vencedor do certame, possa executar satisfatoriamente
o objeto do pedido.

A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á:

I – ao balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já


exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrados há mais de 3
(três) meses da data da apresentação da proposta;
II – à certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da
pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III – à garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e § 1º do
art. 56 desta lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
contratação.

A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas


aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de
valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.

Art. 31 § 1º

A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá
estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio
líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta lei, como dado objetivo
de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao
adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

Art. 31 § 2º

O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita
relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data por meio de índices oficiais.

10
Art. 31 § 3º

Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem
diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em
função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

Art. 31 § 4º

Deve-se atentar para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei n.º 8.666 de
1993, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos instrumentos
convocatórios de licitações, requisitos de capital social mínimo e garantias para
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes.

Decisão 1521/2002 Plenário

A comprovação da boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através de cálculo
de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da
licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para a correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento
das obrigações decorrentes da licitação.

Art. 31 § 5º

7. Regularidade Fiscal e Trabalhista

A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso consistirá em:

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de


Contribuintes (CGC), hoje Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver,
relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e
compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cum­primento
dos encargos sociais instituídos por lei.

Art. 29

Convém atentar para o fato de que a lei fala de regularidade fiscal, e não de quitação de débito.

É possível que uma empresa esteja devedora de suas contribuições fiscais, mas o débito esteja sob
controle do órgão fiscal. Nesse caso, a empresa encontra-se regular.

11
Deverá ser evitada a inabilitação de participantes de processos licitatórios em razão
somente de diferenças entre números de registro de CGC das respectivas matriz e
filiais nos comprovantes pertinentes ao CND, ao FGTS, INSS e Relação de Empregados
quando a empresa interessada comprovar a centralização do recolhimento de
contribuições, tendo em vista a legalidade desse procedimento.

Decisão 679/1997 Plenário

Quanto a este tópico, merece destaque ainda que a Lei nº 12.440 de 2011, inseriu, como condição
para a habilitação, a regularidade trabalhista. Posteriormente, houve regulamentação para a
expedição pela Justiça do Trabalho da Certidão de Débitos Trabalhistas, com base no artigo 642-A
da CLT, acrescentado pela Lei 12.440/2011 e pela Resolução Administrativa nº 1470/2011 do TST
de 24/08/2011.

Impende ressaltar que tal requisito habitlitatório deverá ser verificado não só nas contratações
que objetivem a contratação para prestação de serviços de mão de obra, como também nas
contratações para fornecimento de bens ou para prestação de outros serviços.

8. Documentação de Habilitação

Como são apresentados os documentos da habilitação?

Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer


processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou
publicação em órgão da imprensa oficial.

9. Dispensa de Documentação

A documentação exigida para Habilitação dos Interessados (artigos 28 a 31) poderá ser dispensada,
em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

Como se observa, a lei faculta à administração dispensar ou não, em parte, a documentação


pertinente à habilitação jurídica, à regularidade fiscal e trabalhista, à qualificação técnica e à
qualificação econômico-financeira.

Essa faculdade, no entanto, não deve ser usada aleatoriamente, mas somente nos casos em que
realmente for irrelevante exigir tais documentos – como, por exemplo, na compra de um bem para
pronta-entrega e pagamento à vista. Neste caso, vê-se que não se justifica exigir do fornecedor
uma série de documentos que seriam inócuos e sem qualquer utilidade para a administração.
Art. 32, § 1º

Mesmo assim, convém fazermos uma observação crítica ao estabelecido nesse parágrafo do artigo
32. Vejamos.

A nossa observação crítica ao teor do § 1º do art. 32 diz respeito à:

• Habilitação Jurídica.
• Qualificação Econômico-Financeira.

12
A ligação entre a administração e o fornecedor, em qualquer circunstância, é a comprovação de que
o bem adquirido tem procedência legítima, ou seja, que foi adquirido de um ente juridicamente
existente e funcionando regularmente nos termos da lei. E para comprovar essa regularidade,
necessariamente a administração tem que exigir a Habilitação Jurídica.

Da mesma forma, não se pode deixar de exigir que o fornecedor comprove a sua regularidade
perante a seguridade social, a fim de atender o que dispõe o § 3º, do art. 195, da Constituição
Federal, que proíbe a Administração Pública licitar ou contratar com pessoa jurídica em débito com
a Previdência Social.

“A prova de habilitação jurídica nunca poderá ser dispensada. Logo, no mínimo, esse requisito
nunca poderá ser dispensado, mesmo porque se não estiver presente sequer será válida a
proposta apresentada.”

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos Administrativos, São Paulo:
Aide Editora, p. 18.

Deve-se atentar para o fato de que a habilitação jurídica, a regularidade fiscal e trabalhista, a
qualificação técnica e a qualificação econômico-financeira são exigências específicas que
requerem, consequentemente, conhecimento específico de cada uma dessas áreas. Essas
exigências específicas devem ser feitas por profissionais de cada área, o que significa que o edital
será elaborado por mais de uma pessoa, evitando, assim, a ocorrência de erros grosseiros os
quais maculam a idoneidade da administração.

10. O Certificado de Registro Cadastral

O Certificado de Registro Cadastral (CRC) é um documento emitido pela Administração às


pessoas que fazem o seu cadastro, nos termos do art. 34 da Lei de Licitações (vide Módulo 8).
O CRC substitui os documentos de habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificação técnica e
qualificação econômico-financeira quanto a informações disponibilizadas em sistema informatizado
de consulta direta indicado no edital.

Para evitar possíveis distorções nas informações, a Lei obriga aos licitantes declarar, no momento
da entrega de suas propostas, à comissão de licitação, sob as penas da lei, de que não existe fato
impeditivo para a sua habilitação.

Art. 32, §§ 1º a 3º

Atualmente o CRC é emitido pelos órgãos da Administração Estadual, Municipal e do Distrito Federal,
enquanto que no âmbito da Administração Federal, o documento emitido é o SICAF (vide Módulo 8).

13
11. Os Custos

Custos da habilitação

Não se exigirá, para a Habilitação, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos.

Art. 32

CUSTOS DO EDITAL

Quanto ao Edital, pode-se cobrar apenas o valor do custo efetivo de reprodução gráfica ou, quando
for o caso, os custos de utilização dos recursos de tecnologia da informação. Art. 32

12. Habilitação de Consórcio De Empresas

Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, as seguintes normas


devem ser observadas:

I - comprovação do compromisso4 público ou particular de constituição de consórcio,


subscrito pelos consorciados (Qualificação Econômico-Financeira);
II - indicação da empresa responsável5 pelo consórcio que deverá atender às condições
de liderança, obrigatoriamente fixada no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos nos artigos 28 a 31 da Lei nº 8.666/93
por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica,
o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação
econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção
de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o
consórcio, um acréscimo de até 30% dos valores exigidos para licitante individual,
inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por
micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, por
meio de mais de um consórcio ou isoladamente;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio,
tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

4. O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos
termos desse compromisso. Art. 33, § 2º.
5. No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira. Art. 33, § 1º.

14
Acórdão 1240/2008 Plenário (Sumário):

A regra, no procedimento licitatório, é a participação de empresas individualmente em


disputa umas com as outras, permitindo-se a união de esforços quando questões de
alta complexidade e de relevante vulto impeçam a participação isolada de empresas
com condições de, sozinhas, atenderem todos os requisitos de habilitação exigidos no
edital, casos em que a participação em consórcio ampliaria o leque de concorrentes.
A Lei deixa à discricionariedade administrativa a decisão de permitir a participação
no certame de empresas em consórcio, porém ao permiti-la a administração deverá
observar as disposições contidas no art. 33, da Lei nº 8.666/1993, não podendo
estabelecer condições não previstas expressamente na Lei, mormente quando
restritivas ao caráter competitivo da licitação.

Art. 33.

Tratamento Diferenciado na Habilitação

O processo de contratação das microempresas e empresas de pequeno porte está regulamentado


pela Lei Complementar n° 123/2006 e pelo Decreto n° 6.204/2007.

De acordo com a legislação desta categoria de empresas, a comprovação de regularidade somente


será exigida para efeito de contratação, e não como condição para participação na licitação. Ou
seja, na fase de habilitação, deverá ser apresentada e conferida toda a documentação e, havendo
alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de dois dias
úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado
vencedor do certame, prorrogável por igual período, para a regularização da documentação,
pagamento ou parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas
com efeito de certidão negativa (art. 4º e §1º do Decreto 6.204/07).

Por outro lado, o Decreto n° 6.204/2007 em seu art. 3° isenta na habilitação em licitações para o
fornecimento de bens de pronta entrega ou para a locação de materiais a apresentação do balanço
patrimonial do último exercício social pela microempresa e empresa de pequeno porte.

Merece destaque ainda o posicionamento adotado pela Advocacia Geral da União, que esclarece que,
em relação ao tratamento legal diferenciado regulamentado pela Lei Complementar nº 123/2006,
dado o alto número de fraudes na participação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(ME/EPP) nas licitações públicas, e considerando a fragilidade da principal forma de comprovação de
tal enquadramento (declaração unilateral da própria empresa), o TCU vem adotando meio alternativo
para verificar a condição da ME/EPP: a consulta ao Portal da Transparência do Governo Federal, que
indica os valores recebidos por cada empresa em decorrência de contratos firmados com os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal que executam suas despesas pelo SIAFI.

Tal consulta revela se a empresa recebeu pagamentos do Governo Federal em montante superior
ao limite legal de receita bruta anual para enquadramento como ME ou EPP. Nessa hipótese,
mesmo sem considerar os demais valores recebidos de outras fontes, já é possível constatar que
a empresa perdeu legalmente a condição de ME ou EPP, para fins de aplicação do tratamento
favorecido conferido pela Lei Complementar n° 123/2006.

Como exemplo, o TCU seguiu tal metodologia nos Acórdãos n° 298/2011, n° 2.259/2011 e n°
3.256/2011 todos do Plenário, tratando de casos concretos.

15
13. Ponto Polêmico

Objetivo da exigência da certidão negativa de débitos trabalhistas

Com efeito, vê-se que a exigência da certidão negativa de débitos trabalhista (CNDT) ao longo
da execução contratual deve contribuir para reduzir ou mesmo afastar eventuais condenações
subsidiárias da Administração Pública Federal com base nesse novo Enunciado nº 331, haja vista
que, com o efetivo cumprimento dessa nova exigência legal, pode-se afastar possível alegação
em reclamações trabalhistas acerca de uma suposta culpa in vigilando da Administração Pública
por uma possível omissão culposa na fiscalização do cumprimento dos encargos trabalhistas
pela empresa contratante. GRUPO II – CLASSE VII – PLENÁRIO TC 002.741/2012 – 1- Natureza:
Solicitação. Interessado: Presidente do Tribunal Superior do Trabalho – TST. Órgão: Tribunal Superior
do Trabalho – TST (grifo nosso).

Ainda, conforme parecer da PGFN, merece destaque que a CNDT será exigida para todas as contratações
“Assim, assentada a finalidade principal da norma, no sentido de propiciar maior efetivação ao
fundamento constitucional da valorização do trabalho humano, conclui-se que, em regra, a CNDT
deverá SEMPRE ser exigida, em quaisquer tipos de contratações da Administração Pública (mesmo
em não se tratando de terceirização de serviços com alocação de mão de obra), tal como ocorre
com a necessidade de comprovação de regularidade com a seguridade social. PARECER - PGFN/CJU/
COJLC Nº 731/2012 - Disponível em http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0Ct-
SazmkE8J:dados.pgfn.fazenda.gov.br/storage/f/2013-05-05T003215/7312012_2370_arquivo.
doc+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-a

14. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 10. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer os Autos do Processo de Licitação.

16
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
11 Os Autos do Processo de Licitação

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Abertura de Processo Administrativo............................................................................... 5

3. Autuar, protocolar e numerar o processo......................................................................... 6

4. Autorização e Recursos Orçamentários............................................................................ 6

5. Documentos Juntados ao Processo.................................................................................. 7

6. Documentos Previamente Examinados.......................................................................... 10

7. Ponto Polêmico............................................................................................................. 10

8. Finalizando o Módulo ................................................................................................... 11


Módulo
11 Os Autos do Processo de Licitação

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• identificar os procedimentos para uma licitação, mencionando os documentos que


devem ser juntados ao processo.

2. Abertura de Processo Administrativo

O procedimento da licitação será iniciado com abertura de processo administrativo1, devidamente


autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu
objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente os documentos
enumerados nos incisos de I a XII do art. 38.
Art. 38, caput

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 1º DE ABRIL DE 2009

OS INSTRUMENTOS DOS CONTRATOS, CONVÊNIOS E DEMAIS AJUSTES, BEM COMO OS RESPECTIVOS


ADITIVOS, DEVEM INTEGRAR UM ÚNICO PROCESSO ADMINISTRATIVO, DEVIDAMENTE AUTUADO
EM SEQUÊNCIA CRONOLÓGICA, NUMERADO, RUBRICADO, CONTENDO CADA VOLUME OS
RESPECTIVOS TERMOS DE ABERTURA E ENCERRAMENTO.

INDEXAÇÃO: Processo Administrativo. Instrução. Autuação. Sequência Cronológica. Numeração.


Rubrica. Termo de abertura. Termo de encerramento.

REFERÊNCIA: art. 38, caput, e 60 da Lei no 8.666 de 1993; art. 22 da Lei 9.784 de 1999;
Portarias Normativas SLTI/MP no 05, de 2002 e 03 de 2003; Orientações Básicas sobre Processo
Administrativo do NAJ/PR; Decisão TCU 955/2002-Plenário e Acórdãos TCU 1300/2003-Primeira
Câmara, 216/2007-Plenário, 338/2008-Plenário. Fonte: http://www.agu.gov.br/sistemas/site/
PaginasInternas/NormasInternas/ListarAtos.aspx?TIPO_FILTRO=Orientacao

1. Isso significa que não existe licitação se não for por intermédio de um processo administrativo específico para aquele objeto
que se pretende licitar.
A hipótese de uma licitação feita sem processo, qualquer que seja a sua modalidade, caracteriza nulidade total do
procedimento, respondendo a autoridade que deu causa por crime de responsabilidade.

5
3. Autuar, protocolar e numerar o processo

Quem autua, protocoliza e enumera?

Autuar, protocolizar e numerar é atividade específica de um setor próprio da administração,


comumente chamado de “Setor de Protocolo”, que é uma unidade da administração encarregada
do recebimento, registro e tramitação de documentos.

Art. 38

O Setor de Protocolo dá forma processual2 aos documentos recebidos. Esses documentos podem
ter origem em setores internos da Administração Pública ou ser encaminhados por particulares
que tenham interesses públicos junto às organizações públicas.

Como é autuado um processo? Com quantas páginas se abre um novo volume? Como
se numeram as páginas de um processo? O que é juntada ou apensação ou anexação de
documentos e processos? Como deve ser um carimbo de recebimento ou de remetente
ou de “confere com o original”? Essas e outras orientações encontram-se na Portaria
Normativa 05 de 19 de dezembro de 2002 (alterada pela PORTARIA INTERMINISTERIAL
Nº 12 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009) que dispõe sobre os procedimentos gerais para
utilização dos serviços de protocolo, no âmbito da Administração Pública Federal, para os
órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG. Endereço: http://www.
comprasgovernamentais.gov.br/ > Legislação > Portarias .

4. Autorização e Recursos Orçamentários

Na autorização, a indicação sucinta do objeto e o recurso próprio para despesa são pressupostos
indispensáveis para a validade de um processo de licitação, qualquer que seja a modalidade.

A inexistência de recursos orçamentários disponíveis para fazer face às obrigações assumidas


na licitação, bem como a falta da autorização expressa da autoridade competente criam vícios
insanáveis, levando a licitação à nulidade total.

Ademais, o Decreto nº 7.689, de 02 de março de 2012, determinou no âmbito do Poder Executivo


Federal, limites e instâncias de governança para a contratação de bens e serviços e para a realização
de gastos com diárias e passagens, determinando a competência em razão dos valores contratados.

2. Dar forma processual ao documentos significa dar os seguintes passos:


• colocar uma capa nos documentos recebidos;
• preencher os espaços dessa capa que identificam o histórico dos documentos encaminhados (Exemplo:
Interessado: Escola Nacional de Administração Pública ; Objeto: Licitação Pública por meio da modalidade
convite);
• numerar e rubricar todos os documentos encaminhados;
• fazer constar a assinatura do servidor do protocolo, historiando e se responsabilizando pelo processo
autuado.

6
5. Documentos Juntados ao Processo

Quais documentos serão juntados ao processo de licitação?

I - Edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso.

Pode-se dizer que o edital (ou a carta-convite) é a peça mais importante do processo
de licitação. Conforme já vimos no seu conceito, o edital é a lei entre os licitantes e a
administração e nada pode alterá-lo. É a garantia de ambas as partes de que ele será
fielmente cumprido.

Em algumas licitações, principalmente de obras e serviços, há a necessidade de se juntar


ao edital o projeto básico, as planilhas estimadas de custo e a minuta de contrato. Esses
documentos constituem os anexos do edital.

II - Comprovantes das publicações do edital resumido ou da entrega do convite

Quando a licitação for executada nas modalidades concorrência ou tomada de preços,


necessário se torna que o edital seja publicado na imprensa oficial em forma de aviso
resumido, nos termos do art. 21 da Lei de Licitações.

Uma cópia desse aviso, comprovando a sua publicação, deverá ser juntada ao processo.
Se a modalidade for convite, o que se deve juntar é o comprovante de que a carta-convite
foi entregue para um mínimo de três fornecedores escolhidos pela Administração.

Art. 21

III - Ato de designação da Comissão de Licitação, do leiloeiro administrativo ou


oficial, ou do responsável pelo convite

A licitação, qualquer que seja a modalidade, estará sendo conduzida por um representante
da administração.

Se concorrência ou tomada de preços, por uma comissão de licitação; se convite, ou por


uma comissão ou por servidor devidamente designado.
Essas designações são feitas por portaria da autoridade competente. Cópia dessa portaria
deverá constar dos autos do processo, dando legitimidade aos atos do representante.

IV - Original das propostas e dos documentos que as instruírem

Deverão ser juntados no processo todos os documentos de habilitação (inclusive dos


inabilitados), bem como as propostas originais dos participantes que foram habilitados
(as propostas dos inabilitados serão devolvidas).

Convém ressalvar que os incisos do art. 38 não correspondem à lógica sequencial das atividades
da administração. Indicam apenas a necessidade da juntada dos documentos que mencionam.

7
Deve ser observado o fiel cumprimento do art. 38, caput e seus incisos, e art. 40, § 1º, da Lei
n.º 8.666 de 1993, relativos à regular autuação e constituição dos processos licitatórios, em
especial quanto à numeração das folhas e aposição da rubrica imediatamente após a juntada dos
documentos da licitação ao processo.

Decisão 955/2002 Plenário

V - Atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora

Todas as manifestações e decisões relevantes feitas pela Comissão de Licitação devem ser
juntadas por cópia no processo.

VI - Pareceres técnico ou jurídico emitidos sobre a licitação, dispensa ou


inexigibilidade

Um processo de licitação deve conter, necessariamente, a manifestação técnica (quando


a natureza do objeto o exigir) e a jurídica, sendo esta última a segurança de que dispõe a
instituição de estar procedendo em conformidade com o que determina a Lei.

Assim, um processo pode até não ter manifestação técnica em função de seu objeto, mas
se não tiver manifestação jurídica cria vícios que podem levar à sua nulidade.

VII - Atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação

Adjudicação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação, para subsequente
efetivação do contrato administrativo.

Homologação é o ato pelo qual a autoridade superior confirma o julgamento das propostas
e, consequentemente confere eficácia à adjudicação.

(Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo Brasileiro, pág. 278 e 279).

Dessa forma, após a homologação, o licitante vencedor já pode firmar contrato com a
administração do objeto em que saiu vencedor.
Esses dois atos, tanto de adjudicação quanto o de homologação, devem ser juntados por
cópia nos autos do processo de licitação.

VIII - Recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas


manifestações e decisões

Somente após concluído o exame dos recursos administrativos se dará ou não razão para
o recorrente.

8
Os recursos administrativos e as peças decorrentes do recurso deverão ser juntadas ao processo
de licitação. Para um melhor entendimento sobre os recursos administrativos, faça o curso Gestão
de Contratos que também integra o Programa de Capacitação em Gestão da Logística Pública.

IX - Despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,


fundamentado circunstanciadamente

Os atos de anulação ou de revogação da licitação decorrem de fatos devidamente


justificados que determinam essa tomada de decisão.

A anulação de uma licitação ocorre quando houver em seu bojo um vício insanável,
caracterizando um ato de ilegalidade. A anulação pode ser feita em qualquer fase da
licitação e deve ficar bem demonstrada. Se não houver justa causa, qualquer interessado
pode buscar a sua invalidação no Judiciário.

A revogação, diferentemente da anulação, não depende de ilegalidade no procedimento.


A sua justificativa decorre da oportunidade e conveniência da administração, a qual deve
estar bem evidenciada sob pena de se tornar inválida.

Tomemos como exemplo o caso de corte de orçamento feito pelo Governo Federal. Tal
corte obriga as administrações a refazerem as suas programações. Muitas licitações,
porventura, em pleno desenvolvimento, tem que ser revogadas em função da oportunidade
e conveniência claramente demonstrada (inexistência de verba no orçamento).

Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.

X - Termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso

O termo de contrato (se houver) deverá também constar no seu original nos autos do
processo de licitação.

XI - Outros comprovantes de publicações

O comprovante de toda e qualquer publicação que, durante o curso da licitação, houve


necessidade de se efetivar, deverá ser juntado por cópia no processo de licitação.

Ensina Marçal que “As publicidades e intimações constituirão condição de validade ou de


eficácia dos atos integrantes da licitação. Por isso, todas as publicações e todos os atos
de comunicação deverão ser comprovados por meio de documentos trazidos aos autos.”

9
XII - Demais documentos relativos à licitação

Outros documentos que não são elencados no art. 38 e que, a juízo da Comissão de
Licitação, merecem relevância, deverão ser juntados nos autos do processo de licitação.

6. Documentos Previamente Examinados

As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem
ser previamente examinadas3 e aprovadas por assessoria jurídica4 da administração.

Art. 38, § único

Decisão do TCU: Submeta as minutas de editais de licitação, de instrumentos contratuais e de seus


aditivos ao prévio exame e aprovação da assessoria jurídica, conforme preceitua o art. 38, § único,
da Lei no 8.666/1993, incluindo o parecer devidamente assinado no processo correspondente.
Decisão 955/2002 Plenário

7. Ponto Polêmico

[Levantamento. Petrobras. obra de construção de terminal e base de distribuição segregada no


Complexo Industrial e Portuário do Pecém/CE. Numeração e rubrica em todas as páginas que
compõem os processos.]

[ACÓRDÃO]

9.3. [...], determinar à Presidência da Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras - que, para o caso de
processos ainda em papel, e visando ao resguardo dos princípios da transparência e da
moralidade, expeça orientação aos setores competentes da empresa, a fim de que todos passem
a observar a necessidade de numeração sequencial e de rubrica das folhas dos processos;

[VOTO]

26. Terceiro: ausências parciais de rubrica em algumas páginas e total de numeração no processo
relativo ao Convite nº 0.375.780.07-8, contrariando, respectivamente, o estatuído nos arts. 40, inciso
X, 23, § 1º, e 38 do referido diploma, bem como no disposto no art. 22, § 4º, da Lei nº 9.784/99:

[...]

29. Essa matéria mereceu análise do Ministro Ubiratan Aguiar, no voto que fundamentou o Acórdão
nº 1.261/2004 - TCU - Plenário, nos seguintes termos:

“5. Em relação ao mérito da falha em tela, apesar de sua aparente singeleza, há que se ressaltar
que a organização dos documentos em processos numerados sequencialmente é uma medida
básica de controle, com o objetivo de proporcionar que se saiba exatamente quais foram os atos
praticados no processo, na ordem em que eles ocorreram, evitando também que documentos
sejam retirados ou incluídos nos processos extemporaneamente.”

3. Esse exame e aprovação devem estar bastante evidentes nos autos do processo de licitação, a fim de não dar margens para
vícios processuais.
4. O assessor jurídico que proceder o exame deverá datar e assinar a sua manifestação, submetendo-a à autoridade
imediatamente superior para fins de aprovação.

10
30. Destaco que a numeração das folhas de um processo e a sua rubrica não configura medida de
burocrata, mas sim medida de prudência necessária à concretização e à proteção dos princípios da
transparência e da moralidade, porquanto dificultam a fraude.

31. E nesse particular, ainda que a Lei nº 9.784/1999, invocada pelo Tribunal como fundamento das
suas decisões não trouxesse a previsão contida no art. 22, §4º, quanto à necessidade de numeração
e de rubrica, não estaria a Petrobras dispensada dessa providência como forma de resguardar a
lisura dos seus processos, cujos interesses são múltiplos, tanto por parte do Poder Público, seja
na perspectiva do interesse público primário, seja na do interesse público secundário, quanto por
parte dos particulares que contratam ou pretendem contratar com a Petrobras.

32. Nesse sentido, entendo, assim como entendeu o Ministro Augusto Nardes, a impertinência
de se buscar a responsabilidade dos empregados da Petrobras, quando da inobservância desse
procedimento. Isso porque compete à alta administração da Companhia adotar as devidas
providências para regulamentar a questão internamente, promovendo a devida divulgação da
mudança de rotina.

33. Por essa razão, entendo que o TCU deve, nesta oportunidade, reiterar a determinação para
que se adote as devidas providências para o resguardo dos princípios da transparência e da
moralidade, consistente na expedição de orientação aos setores competentes da empresa, a
fim de que todos passem a observar a necessidade de numeração e de rubrica das folhas dos
processos, para, naturalmente, os casos de processos que ainda utilizarem papel, uma vez
que os processos eletrônicos fazem tal numeração de forma automática. AC-1394-21/12-P
Sessão: 06/06/12 Grupo: II Classe: V Relator: Ministro RAIMUNDO CARREIRO - Fiscalização
– Levantamento (grifos nossos).

8. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 11. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer Julgamento e Encerramento da Licitação.

11
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
12 Julgamento e Encerramento
da Licitação

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

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Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Abertura Envelopes Habilitação....................................................................................... 5

4. Análise na Habilitação..................................................................................................... 6

5. Abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados................. 7

6. Abertura dos Envelopes De Proposta............................................................................... 7

7. Análise das Propostas...................................................................................................... 7

8. Deliberação quanto à Homologação e Adjudicação........................................................ 11

9. Disposições Finais.......................................................................................................... 12

10. Ponto Polêmico ........................................................................................................... 13

11. Finalizando o Módulo.................................................................................................. 13


Módulo
12 Julgamento e Encerramento
da Licitação

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• descrever as etapas de processamento e julgamento de propostas numa licitação,


observando os procedimentos necessários.

2. Introdução

Conheceremos neste módulo os procedimentos para o processamento e julgamento.


Poderíamos dizer que eles constituem o ponto culminante da licitação.

Esses procedimentos estão dispostos no art. 43 da Lei nº 8.666/93.

Nesse momento os interessados em participar do certame comparecem perante a Comissão


de Licitação para apresentar a documentação requerida, tanto de habilitação (se for o caso),
como de proposta técnica e de preços1.

Por sua vez, a Comissão de Licitação preparou-se para, no dia e hora definidos no edital,
receber as propostas dos interessados, a fim de examiná-las e julgá-las de acordo com as
regras estabelecidas no edital.

Assim é realizada a reunião pública de recebimento e abertura dos envelopes, com a análise
dos documentos neles inseridos.

A seguir, veremos todos os procedimentos que devem ser observados para processar e julgar
a licitação.

3. Abertura Envelopes Habilitação

Abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes,


e sua apreciação.

O preâmbulo do edital de licitação (art. 40), dentre outras exigências, menciona o local, dia e
hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes2.

1. Todos os interessados em participar da licitação prepararam as suas propostas com base no edital que foi publicado (no
caso de concorrência ou tomada de preços), ou na carta-convite que foi entregue (no caso de convite).
2. No dia, hora e local convencionados, os interessados vão entregar os seus respectivos envelopes:
- O envelope de n° 1, devidamente identificado, deverá conter os documentos relativos à habilitação do licitante,

5
A Comissão de Licitação irá receber os envelopes dos interessados dentro do horário previsto3,
credenciando4 aqueles que quiserem participar desse ato público. Nos termos do art. 41 da Lei
de Licitações, a administração deve seguir à risca todas as exigências constantes do Edital, o que
inclui a proibição de realizar novas exigências, bem como a vedação à prorrogação de prazos.

Ao submeter a administração ao princípio da vinculação do ato convocatório, a Lei nº 8.666


impõe o dever de exaustão da discricionariedade por ocasião de sua elaboração. Não teria
cabimento determinar a estrita vinculação ao edital e, simultaneamente, autorizar a atribuição
de competência discricionária para a comissão indicar, por ocasião do julgamento de alguma
das fases, os critérios de julgamento. Todos os critérios e todas as exigências deverão constar,
de modo expresso e exaustivo, no corpo do edital. (JUSTEN, p. 528)

Jurisprudência do STJ:

“Em resumo, o poder discricionário da administração esgota-se com a elaboração do edital de


licitação. A partir daí, nos termos do vocábulo constante da própria lei, a Administração Pública
vincula-se ‘estritamente’ a ele” (RESP º 421.946/DF, 1ª T., rel. Ministro Franscisco Falcão, j. em
07.02.2006, DJ de 06.03.2006, p. 163)

4. Análise na Habilitação

Devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas


propostas, desde que não tenha havido recurso ou após a sua denegação.

Recebidos os envelopes pela Comissão de Licitação, esta dará início aos trabalhos, abrindo os
envelopes que contém os documentos de habilitação, sempre em conformidade com o edital.

Ato contínuo, dará vista desses envelopes a todos os credenciados, os quais farão seus exames
e suas anotações de possíveis irregularidades dos demais participantes.

Após ouvir possíveis denúncias de irregularidades dos credenciados e de examinar a


documentação de cada participante, a comissão se manifestará, habilitando os que atenderem
ao edital e inabilitando os que não atenderem.

Aos inabilitados será aberto prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso, se assim o
desejarem.

Só após o julgamento final dos recursos é que se devolverá aos inabilitados os respectivos
envelopes contendo a sua proposta, devidamente fechados.

lembrando-se que parte desta documentação poderá ser substituída pelo CRC (no âmbito dos Estados, Municípios e do
Distrito Federal), ou pelo SICAF (na esfera da Administração Federal).
- O envelope de n° 2, igualmente identificado, deverá trazer o preço ofertado.
- Na hipótese de licitações do tipo “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”, o envelope nº 2 deverá conter
a proposta técnica, situação na qual haverá um terceiro envelope (de nº 3), contendo as propostas de preços. Apenas os
licitantes que tiverem suas propostas técnicas aprovadas terão seus envelopes de nº 3 abertos.
- Assim, a licitação do tipo “menor preço” será processada por meio de entrega, pelos licitantes, de dois envelopes
(habilitação e preço). As licitações do tipo “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”, por sua vez, terão três envelopes
(habilitação, proposta técnica e preço).
3. Após o horário, não cabe receber mais nenhuma documentação, sob pena de nulidade do procedimento.
4. Só pode credenciar o representante legal da empresa (proprietário, diretor, etc) ou alguém que tenha procuração pública
ou particular devidamente especificado para tal fim.

6
Caso o inabilitado manifeste o desejo de não recorrer, a comissão providenciará que ele assine
um documento escrito de desistência. Só após essa desistência expressa é que a comissão
tem condições de passar para a fase seguinte, que é a abertura dos envelopes contendo as
propostas dos habilitados.

Caso não haja desistência expressa do inabilitado, a comissão será obrigada a suspender a
reunião e, se possível, já marcará data para reinício dos trabalhos, calculado o prazo que durará
o trâmite do recurso até o julgamento final.

5. Abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados

• Desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso.


• Desde que tenha havido desistência expressa.
• Após o julgamento dos recursos interpostos.

Resolvido o problema da habilitação, a Comissão dará prosseguimento aos trabalhos de


abertura dos envelopes contendo as respectivas propostas dos habilitados.

Abertos todos os envelopes contendo as propostas, a Comissão dará vista aos credenciados
presentes para exame e anotação de possíveis irregularidades de seus concorrentes, em
conformidade com as exigências do edital.

As possíveis manifestações denunciando irregularidades nas propostas dos concorrentes


serão anotadas pela comissão, passando, então, a examinar cada proposta de forma rigorosa
em conformidade com o edital. Esse exame a ser feito pela comissão pode não ser ato público,
ou seja, o exame das propostas poderá ser ato privado da comissão, podendo, no entanto,
fazê-lo publicamente. Ficará a cargo da comissão decidir sobre a forma que fará o julgamento.

6. Abertura dos Envelopes De Proposta

Verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital, conforme o caso,


com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com
os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados
na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou
incompatíveis.

- Esse é o momento do exame de cada proposta, conforme o edital, no qual serão


analisados todos os itens exigidos e, principalmente, os preços que deverão
guardar consonância com os de mercado, sob pena de serem caracterizados como
exorbitantes e, consequentemente, promover a desclassificação da proposta.
- Todas essas ocorrências deverão ser registradas na ata de julgamento. As propostas
que não atenderem ao edital serão desclassificadas.

7. Análise das Propostas

Julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes


do edital.

• A Comissão de Licitação pode optar por fazer o exame e julgamento das propostas em

7
caráter privativo, motivado pela complexidade do julgamento. Hipótese em que
deverá buscar o auxílio de técnicos das respectivas áreas de conhecimento.
• Esse auxílio deverá ocorrer de forma escrita e conter a opinião conclusiva do técnico
sobre as propostas, em conformidade com o edital.
• Com base nessa manifestação técnica, a comissão fará o seu julgamento, classificando
as propostas em ordem crescente, a fim de submetê-las à autoridade competente.
Convém ressaltar que a Comissão não tem competência de declarar ninguém vencedor.
Sua atribuição é julgar e classificar.

A Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006, estabelece critérios de desempate em


benefícios de microempresas, empresa de pequeno porte e cooperativas.

O art. 44 da Lei Complementar nº 123/2006, considera como empate, para fins de licitação,
“aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de
pequeno porte sejam iguais ou até dez por cento superiores à proposta mais bem classificada”
(grifos nossos).

Ocorrendo o empate, nos termos supramencionados, a microempresa ou empresa de pequeno


porte poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame,
situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Ocorrendo empate entre
estes tipos e empresas, será realizado sorteio.

A matéria vem regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.204/2007.

8
Critério de 10% acima da melhor proposta de acordo com a LC 123/07

Art. 44 - § 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas


pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.

Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:

I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar


proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será
adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma


do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura
se enquadrem na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem
classificatória, para o exercício do mesmo direito;

CRITÉRIO DE DESEMPATE
Quadro elaborado por: Prof º Walter Salomão Gouvêa
Licitantes Melhor Proposta Classificação
Empresa Ltda. 10.000,00 *-*-* 5ª colocada Se desclassificadas as demais
Faixa
Empresa ME A 11.000,00 4ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa ME B 10.520,00 1ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa EPP A 10.980,00 3ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa EPP B 10.755,00 2ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%

O mesmo benefício foi estendido para as sociedades cooperativas que tenham auferido,
no ano-calendário anterior, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$
2.400.000,00, as consideradas empresas de pequeno porte.

Além disso, a Lei Complementar nº 123/2006 traz outros benefícios às microempresas ou


empresas de pequeno porte, (estendidos às cooperativas por força do que dispõe a Lei Federal nº
11.488/2007), a saber: a) exigência de comprovação da regularidade fiscal somente para efeito
de assinatura do contrato, com possibilidade de correção de irregularidades; b) possibilidade de
emissão de cédula de crédito microempresarial quando forem titulares de direitos creditórios
decorrentes de empenhos liquidados por órgãos ou entidades da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, não pagos em até 30 dias contatos da data da liquidação; c) possibilidade de
desfrutarem de tratamento diferenciado e simplificado nas contratações públicas, objetivando a
promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação
da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica, desde que previsto e
regulamentado na legislação do respectivo ente político.

9
Recursos Administrativos

Dispõe o art. 109, acerca dos recursos cabíveis contra os diversos atos praticados ao longo da
licitação, nos seguintes termos:

I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata,
nos casos de:

a. habilitação ou inabilitação do licitante;


b. julgamento das propostas;
c. anulação ou revogação da licitação;
d. indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
cancelamento;
e. rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
f. aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.

Este recurso terá efeito suspensivo nas hipóteses indicadas no item “a” e “b” deste artigo,
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público,
atribuir eficácia suspensiva aos demais recursos.

REPRESENTAÇÃO: 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da


licitação ou do contrato de que não caiba recurso hierárquico.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO: 10 (dez) dias úteis de intimação do ato, de decisão de Ministro


de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese de aplicação de
Declaração de Idoneidade.

A partir dessas regras recursais, procura o legislador evitar que sejam cometidas injustiças
contra licitantes. A existência de dupla instância permite que o licitante possa atacar ato que,
no seu entendimento, esteja ferindo seus direitos.

A professora Fernanda Marinela ensina que: “Para o Direito Administrativo, a denominação


“recurso administrativo”, entendida em sentido amplo, é a expressão que designa todos os meios
postos à disposição dos administrados para provocar o reexame dos atos da administração. A
possibilidade de interposição de recurso representa exercício da garantia constitucional do
direito de petição (art. 5º, XXXIV, da CF), além dos princípios do contraditório e da ampla
defesa (art. 5º, LV, da CF), o que é possível independentemente de previsão expressa. A Lei
de Licitações também estabelece, no art. 109, alguns recursos específicos que podem ser
interpostos durante o procedimento e, quando da execução do contrato, dividindo-se em:
recurso, representação e pedido de reconsideração, não afastando outras possibilidades que
decorrem do direito constitucional de recorrer.” (p.416/417)

Representação Ao Tribunal de Contas

Além da possibilidade de serem interpostos os recursos acima indicados, a lei prevê


possibilidade de representação, disciplinada no art. 113, § 1°, junto ao Tribunal de Contas ou
aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da
legislação de licitações. A representação poderá ser feita por qualquer licitante, contratado ou
pessoa física ou jurídica.

10
8. Deliberação quanto à Homologação e Adjudicação

Deliberação da autoridade competente5 quanto à homologação e adjudicação do objeto da


licitação.

Conforme se observou, a licitação se encerra com a classificação dos interessados submetidos


à autoridade competente que promove a homologação do objeto da licitação e a adjudicação,
quando então, o licitante vencedor será chamado para celebrar contrato com a administração,
nos termos como ficou definido no Edital de licitação. Nessa mesma linha, segue o entendimento
do Ilustre Desembargador do TJ-RJ,Jessé Torres(6):

“O julgamento e a classificação das propostas é o ato final da comissão. Isto feito,


estará o processo em condições de subir à apreciação da autoridade que, superior à
comissão, será competente para firmar o contrato da administração (ordenador da
despesa) que terá diante de si quatro possibilidades:

a) determinar a emenda de irregularidade sanável, se houver;


b) homologar o certame e adjudicar o seu objeto ao primeiro classificado (vencedor
do torneio licitatório);
c) revogar a licitação, por razão de conveniência ou oportunidade;
d) anular a licitação, se se deparar com vício irremediável, comprometedor da
legalidade do procedimento.”

Em vista do nível de decisório que envolve a deliberação pela autoridade competente,


antes de proceder a homologação da licitação, normalmente solicita-se parecer do setor ao
assessoramento jurídico no que concerne ao atendimento das formalidades dos procedimentos
e rito licitatório.

5. “Excluir a Nota de Rodapé que diz: “A autoridade competente para adjudicar e homologar é o ordenador de despesas” OU
deixar mais claro e correto: “ Geralmente, a autoridade competente para homologar e adjudicar é o Ordenador de Despesas.
6. Jessé Torres Pereira Junior in “Comentários á Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública”pg. 518. 8ª edição,
2009 - Editora Renovar - São Paulo.

11
Acórdão 1820/2008 Plenário. Atente-se para as fases do processo licitatório especialmente
no que tange à adjudicação e homologação do objeto da licitação, abstendo-se de realizar,
na mesma licitação, diversas adjudicações e homologações parceladas, em observância ao
art. art. 43, inciso VI, da Lei nº 8.666/1993.

Acórdão 1899/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator). Nesse particular, é importante


mencionar que a faculdade para realização da diligência preconizada pelo art. 43, § 3º,
da Lei nº 8.666/1993, assiste à autoridade julgadora em momentos de dúvidas. Ou seja,
caso haja dúvida, a autoridade competente pode diligenciar. Entretanto, na dúvida, não é
lícito ao agente público decidir em prejuízo do interesse coletivo, ainda mais nesse caso que
inabilitou a proposta mais vantajosa para a administração.

9. Disposições Finais

A abertura dos envelopes contendo a documentação para a habilitação e propostas será


realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada,
assinada pelos licitantes presentes e pela comissão.

Como já se disse, a abertura dos envelopes contendo a documentação e as propostas dos


interessados, será feita em ato público, o que significa dizer que, em qualquer que seja a sala
da repartição onde se realizará a reunião, deverá estar com as portas abertas.

Nos termos dos art. 81 da Lei Federal de Licitações, a recusa injustificada do vencedor da
licitação em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo
estabelecido pela administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida,
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. É o que a doutrina denomina de
hipótese de responsabilidade prévia ao contrato.

No ato de abertura dos documentos de habilitação e proposta, todos esses documentos


deverão ser rubricados pelos licitantes presentes e pela comissão. É claro que os licitantes
presentes não são obrigados, mas a comissão será obrigada a registrar o fato de algum licitante
se recusar a assinar.

Existe um hábito de se eleger uma “comissão de credenciados” para representar os demais


participantes na rubrica dos documentos. Esse ato é ilegal e transgride a regra impositiva da
lei que determina que “serão rubricados pelos licitantes presentes”. Quando houver proposta
nesse sentido por parte dos credenciados, a comissão não deve aceitar, pois tal fato caracteriza
vício, o que pode levar à nulidade do procedimento licitatório.

12
10. Ponto Polêmico

Recurso

Acórdão 2143/2013 Plenário - Sessões: 13 e 14 de agosto de 2013 - Processual. Pedido de


Reexame. Efeito suspensivo dos recursos.

A interposição de recursos com efeito suspensivo susta provisoriamente os efeitos das


decisões do Tribunal, mas não autoriza o recorrente a, antes do julgamento do mérito do
recurso, praticar qualquer ato ou adotar qualquer providência que direta ou indiretamente
contrarie qualquer dos itens da decisão recorrida, sujeitando-se o infrator à multa prevista no
art. 58, inciso II, da Lei 8.443/92.

11. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 12. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer o Pregão.

13
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
13 O Pregão

Brasília 2015
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Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

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Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
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SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. O Pregoeiro e Equipe de Apoio........................................................................................ 8

4. Fases do Pregão............................................................................................................... 9

5. Pregão Presencial.......................................................................................................... 10

6. O Pregão Eletrônico....................................................................................................... 13

7. Ponto Polêmico............................................................................................................. 19

8. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 19
Módulo
13 O Pregão

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• definir pregão, apontando suas principais características;


• resumir o processo de realização do pregão presencial e do eletrônico, citando atividades
previstas para cada uma das fases (preparatória e externa);
• apontar as principais atribuições do pregoeiro e dos interessados em participar do
pregão.

2. Introdução

A modalidade pregão foi instituída pela Medida Provisória nº 2.026, de 4 de maio de 2000.
Essa Medida Provisória foi regulamentada1 pelos Decretos Federais nº 3.555, de 8 de agosto
de 2000, nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000 que tratavam do pregão na forma presencial e
eletrônica, respectivamente.

Após vinte e oito reedições a Medida Provisória que tratava do Pregão foi convertida na Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002. O Decreto nº 3.697/2000 foi revogado pelo Decreto nº 5.450,
de 31 de maio de 2005, permanecendo vigente o Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000.

A legislação vigente e aplicável ao Pregão é a Lei nº 10.520/02 e os Decretos Federais nº


3.555/00 (pregão presencial) e 5.450/05 (pregão eletrônico). Além da Lei Complementar nº
123/2006 que se refere ao tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno
porte, regulamentada pelo Decreto nº 6.204, de 05 setembro de 2007.

Legislação suplementar:

• O Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005, trata da obrigatoriedade do uso do


Pregão para os convênios que possuem transferência voluntária com recursos da
União.
• Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui normas para licitações e
contratos.

O que é o pregão?

O Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, assim


considerados aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.

1. Regulamentação: Meio usado, por decreto, para explicar ou detalhar a lei.

5
Lei nº 10.520/2002, art.1º e § único

As obras, bem como as locações imobiliárias e alienação em geral, continuam sendo regidas
pela Lei nº 8.666/93.

É importante enfatizar o equívoco cometido pelo legislador ao conceituar “bens ou


serviços comuns” como aqueles “cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital”.

Ora, em homenagem ao princípio do julgamento objetivo, mesmo quando se esteja diante de


um bem de grande complexidade tecnológica, com requisitos de qualidade e especificidade
bastante peculiares, faz-se indispensável a definição do objeto licitado a partir de parâmetros
precisos e objetivos.

Assim, a locução sob exame não é utilizada normativamente com a finalidade de eliminar os
objetos sofisticados da possibilidade de aquisição pela adoção do pregão, mas de proporcionar
a aquisição de bens cujo padrão de desempenho e qualidade possa ser aferido sem a
necessidade de investigações pormenorizadas, possibilitando ao pregoeiro decidir com
relativa facilidade acerca da aceitabilidade da proposta.
MIRANDA, Henrique Savonitti, Licitações e contratos administrativos. 4. ed. Brasília: Senado
Federal, 2007. p. 165.)

SÚMULA Nº 257/2010

O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na


Lei nº 10.520/2002.

FUNDAMENTOS LEGAIS:

- Constituição Federal, art. 37, inciso XXI.


- Lei nº 10.520/2002, art. 1º.
- Decreto n º 5.450/2005, art. 6º.

Em 12 de maio de 2010, com a publicação do Decreto Nº 7.174 que regulamenta a contratação


de bens e serviços de informática e automação pela Administração Pública Federal, direta
ou indireta, pelas fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais
organizações sob o controle direto ou indireto da União, o Anexo II do Decreto nº 3.555/00
foi revogado juntamente com o Decreto nº 1.070/94 que regulamentava a contratação de
bens e serviços de informática. Entretanto, cabe a observação de que o Anexo II (revogado)
do Decreto nº 3555/00 era apenas exemplificativo e não taxativo, com farta jurisprudência a
esse respeito.

6
Atualmente o entendimento dominante é que os bens e serviços comuns são aqueles
encontrados facilmente no mercado, os chamados bens de prateleira. As regras com relação a
especificação do objeto, de forma clara, precisa e suficiente são válidas para o pregão, sendo
vedada a inclusão de marcas ou especificações direcionadas que limitem ou frustrem o caráter
competitivo da licitação.

Pregão para aquisição de equipamentos de informática: 2 - Exigências restritivas ao caráter


competitivo da licitação - Decisão monocrática no TC-001.187/2010-4, rel. Min. Walton
Alencar Rodrigues, 03.02.2010

Outra suposta irregularidade identificada no Pregão Presencial SRP n.º 029/2009, da Secretaria
de Educação e Cultura do Município de João Pessoa/PB, foi a exigência do padrão BTX para
a placa-mãe, gabinete e fonte, a qual, em cognição sumária, se revelou desarrazoada sob o
ponto de vista técnico, por não trazer nenhuma vantagem relevante para o atendimento do
interesse público, tendo sido suscitada, ainda, contratação mais onerosa para a administração
municipal. O relator chamou a atenção para o fato de que o valor da oferta vencedora foi
de R$ 1.895.950,00 para 750 máquinas, o que implicaria custo médio de R$ 2.527,93 por
microcomputador. A corroborar a onerosidade excessiva da aquisição, considerou oportuno
destacar licitação realizada recentemente pela administração do TCU (Pregão n.º 65/2009),
em que foram aceitos equipamentos com qualquer uma das arquiteturas, ATX ou BTX, tendo
sido de R$ 2.323.500,00 o preço total ofertado pela vencedora para o fornecimento de 2.000
microcomputadores, importando custo unitário de R$ 1.549,00 por equipamento. Além disso,
a própria quantidade de licitantes que acorreu ao certame oferecia indícios de que a decisão da
municipalidade poderia ter ensejado restrição à competitividade. Não obstante doze empresas
terem adquirido o edital, somente quatro apresentaram proposta, o que revela, para o relator,
“indícios de alijamento de potenciais interessados em participar da licitação”.

Princípios

O pregão é uma modalidade de licitação pública, por isto está condicionada aos princípios
gerais da Administração Pública relacionados no art. 37 da Constituição Federal, sendo a
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Além destes, o parágrafo
único, do art. 5º do Decreto nº 5.450/05 acrescenta o princípio da probidade administrativa,
vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo das propostas, razoabilidade,
competitividade e proporcionalidade.

Em todos os casos, as normas e orientação do processo de pregão deverão ser sempre


interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não
comprometa o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança
da contratação.

Sobre princípios, vide Módulo II, deste curso.

7
Formas de Realização

O pregão possui duas formas de realização, a eletrônica e a presencial. Por força do art. 4º do
Decreto nº 5.450/05, a Administração Pública Federal deverá utilizar, preferencialmente, a
forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificado pela autoridade
competente.

Esta então é a regra, quando se tratar de contratação de bens e serviços comuns é obrigatório
o uso da modalidade pregão e preferencialmente na forma eletrônica. Quando comprovada
a inviabilidade, devidamente justificada pela autoridade competente do órgão promotor da
licitação, o pregão na forma presencial poderá ser utilizado.

Acompanhando a legislação, este curso dará mais enfoque ao pregão na forma eletrônica, por
sua obrigatoriedade.

Qual o objetivo do pregão?

O processo licitatório pela modalidade pregão deverá ter o objetivo único de selecionar a
proposta mais vantajosa para o ato ou contrato de interesse da administração.

Vale lembrar que proposta mais vantajosa é aquela selecionada que atenda a 100% do
disposto no edital do certame (prazo de entrega, condições de fornecimento, habilitação,
especificações, forma, entre outros) e conjuntamente ofereça o melhor preço, isto é, o preço
mais barato.

Mesmo na inversão de fases do pregão, primeiro disputa-se o preço e depois se procede a


habilitação. A seleção de proposta mais vantajosa é uma premissa que deverá ser respeitada
para que não incorra em erro de se preocupar somente com o preço (valor mais baixo) e se
esquecer da obrigatoriedade de atendimento a 100% do disposto no edital.

Se não houver seleção de proposta mais vantajosa no pregão, não houve licitação pública,
pois estaria em desacordo com o art. 3º da Lei Geral de Licitação - Lei nº 8.666/93, que
no caso do pregão é utilizada subsidiariamente.

3. O Pregoeiro e Equipe de Apoio

Vamos conhecer os requisitos necessários para a escolha do pregoeiro e da sua equipe de


apoio.

O pregoeiro deve ser um servidor ou militar da administração promotora da licitação, ou de


órgão ou entidade integrante do SISG. Deve reunir qualificação profissional e perfil adequado,
aferidos pela autoridade competente. Ele pode ficar à frente desse trabalho pelo período de um
ano, admitindo-se reconduções, ou para licitação específica.

A equipe de apoio deve ser composta por servidores da administração promotora da licitação
ou de órgão ou entidade integrante do SISG.

Essa equipe deve ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou
emprego da Administração Pública, pertencentes, preferencialmente, ao quadro permanente
da aAdministração promotora da licitação.

8
Ressalve-se que no âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da
equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.

O pregoeiro, auxiliado pela equipe de apoio, possui as seguintes atribuições:

• Coordenar o processo licitatório.


• Receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao edital, apoiado pelo setor
responsável pela sua elaboração.
• Conduzir a sessão pública na internet.
• Verificar a conformidade da proposta com os requisitos estabelecidos no instrumento
convocatório.
• Dirigir a etapa de lances.
• Verificar e julgar as condições de habilitação.
• Receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando à autoridade competente
quando mantiver sua decisão.
• Indicar o vencedor do certame.
• Adjudicar o objeto do pregão, quando não houver recurso.
• Conduzir os trabalhos da equipe de apoio.
• Encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e propor a
homologação.

4. Fases do Pregão

O processo de pregão é dividido em duas fases distintas, a fase interna ou preparatória e a fase
externa.

Fase preparatória

A fase interna ou preparatória é aquela própria da administração na qual esta tem a oportunidade
de conhecer e delimitar a sua necessidade de contratação, definição do objeto, estabelecer os
parâmetros de qualidade e desempenho, verificar as opções do mercado fornecedor e seus
valores (preço de referência), enfim, desenvolver um estudo, um planejamento geral sobre a
contratação.

É nesta fase que se desenvolvem os documentos internos como a solicitação de compra, o termo
de referência, providências de dotação orçamentária e disponibilidade financeira, autorização
para abertura do certame, designação do pregoeiro e equipe de apoio, elaboração da minuta do
edital e seus anexos e apreciação jurídica sobre o edital.

Por ser fase própria da administração, esta poderá modificá-la, alterá-la ou extingui-la de
ofício sem necessidade de divulgação aos interessados no processo, porque ainda não houve
a publicação do aviso de licitação.

Tanto no pregão na forma eletrônica quanto na presencial, a administração atenderá às


seguintes etapas:

◊ Elaboração de termo de referência pelo órgão requisitante, com indicação do


objeto de forma precisa, suficiente e clara. São vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou
sua realização.
◊ Aprovação do termo de referência pela autoridade competente.
◊ Apresentação de justificativa da necessidade da contratação.

9
◊ Elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das propostas.
◊ Definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclusive no
que se refere aos prazos e às condições que, pelas suas particularidades, sejam
consideradas relevantes para a celebração e execução do contrato e o atendimento
das necessidades da administração.
◊ Designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.

Termo de Referência

O Termo de Referência é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar


avaliação do curso pela administração diante de orçamento detalhado, definição dos métodos,
estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto, deveres do contratado
e do contratante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato, prazo de execução
e sanções de forma clara, concisa e objetiva.

Este documento é de suma importância, pois fará com que os servidores envolvidos no
processo de contratação façam um detalhado planejamento da compra (entrega imediata ou
pronta entrega) ou serviço, levando em consideração todas as nuances do objeto e a finalidade
pública da contratação.

Quando se tratar de serviços contínuos ou não, o operador da contratação deverá se ater


também ao disposto na Instrução Normativa nº 02, de 30 de abril de 2008 e suas alterações.
Confira pelos links a seguir: www.comprasgovernamentais.gov.br/paginas/instrucoes-
normativas/instrucao-normativa-no-02-de-30-de-abril-de-2008-1 e http://www.comprasnet.
gov.br/legislacao/legislacaoDetalhe.asp?ctdCod=400 .

Fase Externa

A fase externa é a fase operacional da contratação. Inicia-se com a publicação do aviso


de licitação e disponibilização do edital aos interessados. Nesta fase a forma eletrônica se
diferencia da forma presencial e obriga a administração, no caso de qualquer alteração do
edital, publicá-lo novamente pelos mesmos meios de divulgação da primeira publicação,
reabrindo a contagem do prazo para realização da sessão pública. A não ser que tal alteração
no edital não exija do participante a elaboração de nova proposta.

5. Pregão Presencial

O Pregão Presencial é realizado em sessão pública, com a presença dos representantes das
empresas.

Antes do Certame

Essa fase caracteriza-se por:

- Convocação dos interessados por meio de aviso de edital, publicado na Imprensa


Oficial e em jornal de grande circulação, atendendo ao princípio da publicidade.
A publicação se dará na seguinte forma, conforme o art. 11, do Decreto nº
3.555/2001:

10
Valores estimados para contratação Meios de divulgação do edital
Até R$ 160.000,00 - Diário Oficial da União
(cento e sessenta mil reais) - Meio eletrônico, na internet
Acima de R$ 160.000,00 - Diário Oficial da União
Cento e sessenta mil reais - Meio eletrônico, na internet
até R$ 650.000,00 - Jornal de grande circulação local
(seiscentos e cinquenta mil reais) - Diário Oficial da União
- Meio eletrônico, na internet
Superiores a R$ 650.000,00
- Jornal de grande circulação regional ou
(seiscentos e cinquenta mil reais)
nacional

- Apresentação dos interessados, com respectivas propostas, ao pregoeiro e sua


equipe de apoio num prazo mínimo de 8 dias úteis, em sessão pública, no dia,
hora e local definidos.
- Identificação dos interessados ou seus representantes legais, para que possam
participar da sessão, de lances e outros atos inerentes ao certame.
- Os interessados deverão apresentar declaração escrita dando ciência de que
cumprem plenamente os requisitos de habilitação.

Lei nº 10.520/2002, art. 4º, incs. I a XXIII

Iniciado o certame pelo pregoeiro

1 - Far-se-á a imediata abertura dos envelopes contendo os preços do objeto em


licitação.

2 - Serão classificadas:

• A proposta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
superiores.
• Não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas no item anterior,
poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três). Serão essas
propostas que irão participar da fase de oferecimento de lances2 verbais, sucessivos
e decrescentes. As demais propostas estarão parcialmente desclassificadas.

3 - Classificadas as propostas nos parâmetros do item 2, inicia-se a fase de ofertas


de lances.A cada rodada de lances o pregoeiro pedirá ao último colocado que
supere (cubra) para menos o menor preço cotado e assim, sucessivamente, até a
proclamação do vencedor.
4 - Não havendo quem suplante o último lance de menor valor, tal proposta será
classificada em primeiro lugar e examinada quanto ao objeto e valor, cabendo ao
pregoeiro decidir motivadamente a respeito de sua aceitabilidade.
5 - Se o valor ainda não estiver dentro dos padrões de aceitabilidade da administração,
o pregoeiro poderá negociar com o licitante3 diretamente visando obter preço
melhor, dentro da estimativa de preço já previamente conhecida pelo pregoeiro.

A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, estabelece critérios de desempate em


benefícios de microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas.

2. Ofertas dos interessados na disputa do pregão.


3. Discutir com o vencedor um melhor preço no interesse da administração.

11
O parágrafo 2º do art. 44 da Lei Complementar nº 123/2006, considera como empate, para
fins de licitação na modalidade de pregão, as situações em que as propostas apresentadas
pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 5% (cinco por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.”

Ocorrendo o empate, nos termos supramencionados, a microempresa ou empresa de pequeno


porte poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame,
situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Ocorrendo empate entre
estes tipos de empresas, será realizado sorteio.

A matéria vem regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.204/2007.

Critério de 5% acima da melhor proposta de acordo com a LC 123/07

Art. 44 - § 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas


pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.

Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:

I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar


proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será
adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma


do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura
se enquadrem na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem
classificatória, para o exercício do mesmo direito;

CRITÉRIO DE DESEMPATE
Quadro elaborado por: Prof º Walter Salomão Gouvêa
Licitantes Melhor Proposta Classificação
Empresa Ltda. 10.000,00 *-*-* 5ª colocada Se desclassificadas as demais
Faixa
Empresa ME A 10.500,00 4ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa ME B 10.020,00 1ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa EPP A 10.356,00 3ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa EPP B 10.250,00 2ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%

12
Após a etapa competitiva

1 - O pregoeiro abrirá o envelope com os documentos de habilitação do licitante que


apresentou a melhor proposta de preço para verificar as condições fixadas no
edital (habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificações técnica e econômico-
financeira).
2 - Caso o licitante atenda todas as exigências fixadas no edital, será declarado
vencedor.
3 - Encerrada a fase de lances, admitida a proposta, aprovada a habilitação e declarado
o vencedor, no final da sessão abre-se a oportunidade para que qualquer licitante
manifeste, imediata e motivadamente, a intenção de recorrer.
• O prazo para apresentação das razões do recurso4 são 3 dias úteis.
• A não manifestação motivada5 e imediata do licitante de recorrer importará
decadência6 do direito de recurso.

4 - A partir desse momento os demais licitantes ficam intimados para apresentar


suas contrarrazões7, em igual número de dias, que começarão a correr do término
do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos.
5 - Caso não haja manifestação de recurso, o pregoeiro adjudicará o objeto da
licitação ao vencedor, promovendo a autoridade competente, ato contínuo à sua
homologação.
6 - O vencedor será convocado para assinar contrato no prazo definido no edital.
Para a modalidade pregão, além de se aplicar a Lei nº 10.520/2002, que o instituiu,
aplicam-se subsidiariamente as normas da Lei nº 8.666/93.

Lei nº 10.520/2002, art. 9º

6. O Pregão Eletrônico

A modalidade de licitação denominada Pregão Eletrônico está prevista no § 1º do art. 2º da Lei


nº 10.520, de 17 de julho de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.450, de 31 de maio de
2005, com vigência a partir de 1º de julho de 2005.

O Pregão Eletrônico é destinado a todos os órgãos da Administração Pública Federal direta, aos
fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.

Dá-se preferência à forma eletrônica de pregão, exceto nos casos de comprovada inviabilidade8,
a ser justificada pela autoridade competente.

4. Recurso propriamente dito.


5. Com argumento convincente.
6. Impedimento de exercer determinado direito.
7. Equivale à impugnação ao recurso.
8. Não há como executar, seja por questões técnicas, seja por questões de conhecimento ou outros impedimentos.

13
Nos termos em que dispõe o Decreto Federal n°5.504, de 5 de agosto de 2005, o pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, é obrigatório para entes públicos ou privados, nas
contratações de bens ou serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências
voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos
congêneres, ou consórcios públicos.

O Pregão Eletrônico é feito via internet, através de um sistema próprio. A condução do pregão,
na forma eletrônica, é feita pela administração promotora da licitação.

A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI, do Ministério do Planejamento,


Orçamento e Gestão, atuará como provedor do sistema eletrônico para os órgãos integrantes
do Sistema de Serviços Gerais - SISG, fornecendo apoio técnico e operacional.

A Secretaria poderá ceder o uso do seu sistema eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios mediante celebração de termo de adesão.

O sistema eletrônico disponibilizado pela SLTI do Ministério do Planejamento, Orçamento e


Gestão é o portal Comprasnet (http://www.comprasnet.gov.br).

No menu PUBLICAÇÕES/MANUAIS/PREGÃO, você encontrará manuais para operacionalização


do portal COMPRASNET para o módulo pregão presencial e pregão eletrônico.

Também está disponível a versão para os fornecedores e módulo treinamento.

Vale a pena conferir!

Como utilizar o sistema eletrônico?

A autoridade competente da administração promotora da licitação, o pregoeiro e sua equipe


de apoio e os licitantes que participam do pregão eletrônico deverão ser previamente
credenciados perante o provedor do sistema eletrônico. Após o credenciamento, cada um
deles receberá a sua chave de identificação9 e a senha, pessoal e intransferível10.

Essa chave de identificação, bem como a senha, permite a participação em qualquer pregão na
forma eletrônica, salvo quando canceladas por solicitação do credenciado ou em virtude de seu
descadastramento perante o Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF.

Aos credenciados é acometida responsabilidade exclusiva de seus atos quando da utilização


do sistema eletrônico.

9. Código de acesso necessário para as pessoas entrarem no sistema.


10. Não se pode transferir, mesmo contra a vontade da parte.

14
Fase Preparatória

Agora, vamos conhecer as atribuições dos interessados em participar do pregão eletrônico,


tanto na Administração Federal quanto nos Estados, DF e Municípios que tenham celebrado
termo de adesão.

• Credenciar-se no SICAF.
• Solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de acesso por interesse
próprio.
• Responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu nome, assumindo
como firmes e verdadeiras suas propostas e lances, inclusive os atos praticados
diretamente ou por seu representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao
órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes de
uso indevido da senha, ainda que por terceiros.
• Utilizar-se da chave de identificação e da senha de acesso para participar do pregão
na forma eletrônica.
• Acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo licitatório,
responsabilizando-se pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da
inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua desconexão.
• Comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento que
possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio
de acesso.
• Remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meio eletrônico, via internet, a
proposta e, quando for o caso, seus anexos.

Os documentos de habilitação no pregão eletrônico são os mesmos exigidos no pregão


presencial.

Fase Externa

Veja os meios de divulgação do edital de acordo com os valores estimados para contratação
para o pregão eletrônico:

Valores estimados para contratação Meios de divulgação do edital


Até R$ 650.000,00 - Diário Oficial da União
(seiscentos e cinquenta mil reais) - Meio eletrônico, na internet
Acima de R$ 650.000,00 - Diário Oficial da União
(seiscentos e cinquenta mil reais) - Meio eletrônico, na internet
até R$1.300.000,00 - Jornal de grande circulação local
(um milhão e trezentos mil reais)
Superiores a R$1.300.000,00 - Diário Oficial da União
(um milhão e trezentos mil reais) - Meio eletrônico, na internet
- Jornal de grande circulação regional ou nacional

A publicação do aviso de edital poderá ser feita em sítios oficiais da administração, na Internet,
desde que certificado digitalmente por autoridade certificadora credenciada no âmbito da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

A íntegra do edital será disponibilizada em meio eletrônico, no Portal de Compras do Governo


Federal – COMPRASNET.

15
Quando se tratar de divulgação de pregão realizado para o sistema de registro de preços,
independentemente do valor estimado, a divulgação será feita:

• No Diário Oficial da União.


• Por meio eletrônico, na internet.
• Em jornal de grande circulação regional ou nacional.

Decreto nº 5.450/2005, art. 17, inc. III

Veja os procedimentos a serem seguidos após a divulgação do edital no endereço eletrônico.

• Os licitantes deverão encaminhar proposta com a descrição do objeto ofertado e o


preço e, se for o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura
da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico, quando, então, encerrar-
se-á, automaticamente, a fase de recebimento de propostas.
• Para participação no pregão eletrônico, o licitante deverá manifestar, em campo
próprio do sistema eletrônico, que cumpre plenamente os requisitos de habilitação e
que sua proposta está em conformidade com as exigências do edital, sujeitando-se às
sanções previstas em lei se fizer declaração falsa.

A sessão pública na internet será aberta por comando do pregoeiro, com a utilização da sua
chave de acesso e senha, na hora prevista no edital. Dela podem participar os licitantes que
apresentaram propostas - o acesso desses licitantes à sessão pública se dará por meio das suas
chaves de acesso e senhas.

Veja os procedimentos para participação no pregão eletrônico após a abertura da sessão


pública na internet.

• O pregoeiro verificará as propostas apresentadas e desclassificará aquelas que não


estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital, fundamentando
a sua decisão e registrando no sistema, com acompanhamento em tempo real por
todos os participantes. O sistema eletrônico disponibilizará campo próprio para troca
de mensagens entre o pregoeiro e os licitantes.
• As propostas classificadas participarão da fase de lance. Essas propostas serão
ordenadas automaticamente no sistema. Agora, veja os procedimentos da fase
competitiva da licitação, quando já foi feita a classificação das propostas pelo
pregoeiro.
• Os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema
eletrônico, sendo imediatamente informados do seu recebimento e do valor
consignado no registro.
• Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, sempre inferior ao último por ele
ofertado e registrado pelo sistema. Todos eles serão informados, em tempo real, do
valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante correspondente.
• Após o horário designado para o término da sessão, transcorrerá um tempo aleatório
(“randômico”) de até 30 minutos, findo qual a sessão será automaticamente
encerrada.

16
Se durante a etapa de lances houver desconexão do pregoeiro e se o sistema permanecer
acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.

Se a desconexão persistir por tempo superior a dez minutos, a sessão será suspensa e
reiniciada somente após comunicação aos participantes, no endereço eletrônico utilizado para
divulgação.

Após o encerramento da etapa competitiva

O pregoeiro poderá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que


tenha apresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida melhor proposta, observado o
critério de julgamento, não se admitindo negociar condições diferentes daquelas previstas no
edital. Essa negociação pode ser acompanhada pelos demais licitantes no sistema.

Constatado o atendimento às exigências fixadas no edital, inclusive o de habilitação, o licitante


será declarado vencedor.

17
• A partir desse momento, qualquer licitante poderá, de forma imediata e motivada11,
em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer12.

A partir daí, os demais licitantes estarão intimados, caso queiram, apresentarem contrarrazões
em igual prazo - três dias, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-
lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.

A falta de manifestação de recurso autoriza o pregoeiro a adjudicar o objeto do pregão ao


licitante declarado vencedor.

Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos praticados, a autoridade competente


adjudicará o objeto e homologará o procedimento licitatório, convocando o licitante vencedor
para assinar o contrato.

A recusa do vencedor em assinar o contrato autoriza a administração a convocar outro licitante


para assinar o contrato, obedecida a ordem de classificação e comprovação de habilitação,
sem prejuízo de negociação de interesse da administração, bem como das sanções previstas
em edital para o licitante

O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, salvo disposição específica do edital.

Pregão a serviço comum na área de TI - Acórdão n.º 188/2010, TC-029.558/2009-0, rel.


Min. Raimundo Carreiro, 10.02.2010

Representação oferecida ao Tribunal indicou irregularidades supostamente existentes no


âmbito do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n.º 57/2009 sob a condução do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, objetivando a “contratação de empresas para
reestruturação da rede local do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
nas suas unidades regionais, de modo a adequar as redes às novas tecnologias, com base
em levantamentos e projetos elaborados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados
– Serpro, durante período de 12 meses, a partir da data de assinatura da ata no Sistema de
Registro de Preço, conforme especificações e estimativas de consumo, condições e exigências
para fornecimentos constantes nos anexos do termo de referência”. Quanto à alegação de
que a modalidade licitatória escolhida – pregão – mostrava-se incompatível com a natureza
do serviço a ser executado, entendeu o relator, com a anuência do Plenário, que “ainda que
os serviços objeto da licitação possam sugerir, a priori, certa complexidade, não há óbices
para que sejam enquadrados como serviços comuns, eis que pautados em especificações
usuais de mercado e detentores de padrões objetivamente definidos no edital”.

11. Com argumento convincente.


12. Aos licitantes será concedido o prazo de três dias para apresentação das razões de recurso.

18
7. Ponto Polêmico

Parte da doutrina e da jurisprudência aponta que o pregão traz algumas desvantagens, quais sejam:
necessidade de conhecimento específico sobre o objeto; risco de decisões errôneas; modalidade
(presencial) imprópria para diversos objetos e tendência de morosidade na fase interna.

8. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 13. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.

No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer o Sistema de Registro de Preços.

19
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços

Módulo
14 O Sistema de Registro de Preços

Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota

Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).

Diagramação realizada no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB/CDT/Laboratório Latitude e Enap.

© Enap, 2014

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Comunicação e Pesquisa
SAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DF
Telefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178
SUMÁRIO

1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5

2. Introdução....................................................................................................................... 5

3. Conceito.......................................................................................................................... 5

4. O SRP............................................................................................................................... 6

5. Da Intenção de Registro de Preços................................................................................... 8

6. Fase do Planejamento no Sistema de Registro de Preços


– Atribuições do Órgão Gerenciador e do(s) Órgão(s) Participante(s)................................... 9

7. O Edital para SRP........................................................................................................... 11

8. A Ata de Registro de Preços........................................................................................... 13

9. Formação de Cadastro de Reserva................................................................................. 15

10. Cancelamento do Registro do Fornecedor.................................................................... 16

11. Quadro-Resumo.......................................................................................................... 17

12. Ponto Polêmico............................................................................................................ 17

13. Finalizando o Módulo.................................................................................................. 18


Módulo
14 O Sistema de Registro de Preços

1. Objetivos do Módulo

Ao final desse módulo, espera-se que você seja capaz de:

• Definir o sistema de registro de preços, apontando seu conceito e características.


• Apontar a sistemática e peculiaridades do sistema de registro de preços.

2. Introdução

O Sistema de Registro de Preços – SRP foi instituído pela Lei n° 8.666/93, art. 15, inciso II,
que permitia o seu uso apenas por meio da modalidade Concorrência. Após o advento da
modalidade Pregão, foi expedido o Decreto n° 3.931, de 19 de setembro de 2001 (alterado
pelo Decreto n° 4.342, de 23 de agosto de 2002) que possibilitou em seu art. 3° o uso
desta ferramenta por meio da nova modalidade Pregão representando um avanço para as
contratações públicas.

Em 23 de janeiro de 2013, foi editado o Decreto nº 7.892/13 que trouxe diversas mudanças
ao Sistema de Registro de Preços e revogou o anterior normativo, tema sobre o qual também
trabalharemos ao longo deste Módulo.

3. Conceito

O que é o srp?

O Sistema de Registro de Preços é uma ferramenta ao processo de licitação pública na qual


a administração mantém registrado, em ata própria (Ata de Registro de Preços), os produtos
ou serviços com suas especificações, os valores e fornecedores devidamente habilitados, para
contratações futuras.

Segundo o Decreto nº 7.682/13, é o conjunto de procedimentos para registro formal de preços


relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras (art. 2º, inc. I).

Funciona como um almoxarifado virtual, no qual ficam registrados produtos, preços e


fornecedores; sendo que, na medida em que a administração necessitar, providenciará a
autorização de fornecimento/nota de empenho ou contrato, sob uma demanda específica,
direcionada ao atendimento exclusivo daquela necessidade pontual.

Outros conceitos?

• Ata de Registro de Preços: documento vinculativo, obrigacional, com característica de


compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedores,
órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas
no instrumento convocatório e propostas apresentadas.

5
• Órgão Gerenciador: órgão ou entidade da Administração Pública Federal responsável
pela condução do conjunto de procedimentos do certame para registro de preços e
gerenciamento da Ata de Registro de Preços dele concorrente.
• Órgão Participante: órgão ou entidade da Administração Pública Federal que participa
dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro
de preços.
• Órgão Não Participante (conhecido como “Carona”): órgão ou entidade que não é
órgão gerenciador ou participante, mas que, durante a vigência da Ata de Registro de
Preços, manifesta o interesse de aproveitar o processo realizado por outro órgão ou
entidade e atendidos os requisitos do Decreto, faz adesão à ata de registro de preços.

Artigo 22, parágrafo 8º do Decreto nº 7.892/2013.

É vedada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal a adesão à ata de


registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual.

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 21, DE 1º DE ABRIL DE 2009

É VEDADA AOS ÓRGÃOS PÚBLICOS FEDERAIS A ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS,


QUANDO A LICITAÇÃO TIVER SIDO REALIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL,
MUNICIPAL OU DO DISTRITO FEDERAL.

INDEXAÇÃO: Ata de registro de preços. Adesão. Vedação. Administração Pública Federal.


Estado. Município. Distrito federal.

REFERÊNCIA: arts. 1°, 15, inc. II e § 3º, Lei nº 8.666, de 1993; art. 1º, Decreto nº 3.931, de
2001. Acórdão TCU 1.487/2007-Plenário.

Somente será possível o ato do “carona” se estiver devidamente comprovada a vantagem de


deixar de fazer um processo licitatório próprio mediante às condições estabelecidas na Ata de
Registro de Preços, pois esta não poderá ser alterada em valores ou ordem de classificação de
fornecedores.

4. O SRP

Quando adotar?

O Sistema de Registro de Preços por ser uma ferramenta que facilita o processo de contratação
pública poderá ser utilizado de forma preferencial, nas seguintes hipóteses:

a) Quando houver necessidade de contratações frequentes, pelas características do


bem ou serviço.
Ex: material de expediente (papel, caneta, tonner, cartucho, lápis, borracha, etc).
b) Quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas
parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou
em regime de tarefa.

6
Ex: aquisição de medicamentos, gêneros alimentícios (merenda escolar), ou no caso
de serviços, o exemplo típico seria o de “limpeza e conservação”.
c) Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo.
Ex: o Ministério da Educação que procede a um SRP de aquisição de equipamentos
de laboratório a ser utilizado por todos os Institutos Federais que fazem parte da
rede.
d) Quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo
a ser demandado pela administração.

Ex: vacinas (H1N1) para uma campanha de vacinação, na qual não se sabe, por certo e
determinado, a quantidade total de pessoas a serem vacinadas. Esta vacina poderia ser
adquirida por registro de preço e ser solicitada a sua quantidade, de acordo com a procura de
interessados na vacinação, por não ser esta obrigatória e sim facultativa ao cidadão.

Sistema de Registro de Preços – deve ser regra: sempre que presente uma das hipóteses
permissivas, processar, preferencialmente, as aquisições de bens por intermédio do Sistema
de Registro de Preços.

TCU. Processo nº TC-575.423/96-0. Acórdão nº 56/1999- Plenário. Relator: Ministro Marcos


Vilaça. Brasília, DF, 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF 27 de maio de 1999.

CARACTERÍSTICAS

a) A administração não está obrigada a comprar.


b) O licitante tem o dever de garantir o preço, salvo supervenientes e comprovadas
alterações.
c) A administração não pode comprar de outro licitante que não seja aquele que
ofereceu a melhor proposta, salvo se instaurar paralelamente outro processo de
licitação e for verificado que há preço melhor no mercado.
d) O licitante tem a possibilidade de exonerar-se do compromisso assumido na
ocorrência de caso fortuito ou força maior, na forma preconizada no inciso II, art.
21 do Decreto nº 7.892/13.

A existência de preços registrados não obriga a administração a firmar as contratações


que deles poderão advir, facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição
pretendida, sendo assegurado ao beneficiário do registro a preferência de fornecimento em
igualdade de condições.

(Art. 16, Dec. n° 7.892/2013)

7
Usar qual modalidade?

A legislação permite somente que a licitação para registro de preços seja realizada na
modalidade concorrência ou pregão, do tipo menor preço, mediante ampla pesquisa de
mercado.

Inclusive, o edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço aferido pela
oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no mercado, desde que tecnicamente
justificável.

Quando ocorrer uma situação excepcional, constatada mediante análise e despacho da


autoridade máxima do órgão gerenciador, o §1°, do art. 7°, do Decreto nº 7.892/13, será
permitida a utilização do sistema de registro de preço pelo tipo técnica e preço, a ser processado
exclusivamente na modalidade Concorrência.

O que não permite dizer que poderá ser adotado para a modalidade pregão, o tipo técnica e
preço, pois este apenas coexiste com o tipo menor preço.

5. Da Intenção de Registro de Preços

A regra, para as licitações que objetivem o registro de preços, será a utilização da Intenção de
Registro de Preços - IRP, conforme artigo 4º do Decreto nº 7.892/13 que determina o seguinte:

Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de Registro de Preços - IRP, a ser


operacionalizado por módulo do Sistema de Administração e Serviços Gerais - SIASG,
que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços
Gerais - SISG, para registro e divulgação dos itens a serem licitados e para a realização
dos atos previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso II
e caput do art. 6º.

A exceção à utilização da IRP está estampada no §1º do supracitado artigo, que dispõe:

§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá ser dispensada nos casos


de sua inviabilidade, de forma justificada. (g.n.)

O objetivo do registro da Intenção de Registro de Preços é centralizar as compras governamentais,


ganhando por consequência em economia de escala, pois ao planejar de forma antecipada
quantos órgãos realmente necessitam daquele mesmo item, o mercado poderá responder
propondo um valor menor, ganhando menos em cada item, mas sabendo que a quantidade
trará a ele lucro. Merece destaque o art. 4º do Decreto nº 7.892/13 que torna obrigatória a
utilização aos órgãos integrantes do Sistema de Serviços Gerais – SISG.

8
6. Fase do Planejamento no Sistema de Registro de Preços – Atribuições do
Órgão Gerenciador e do(s) Órgão(s) Participante(s)

A fase do planejamento da licitação que objetiva o registro dos preços será um pouco mais
complexa do que o certame que objetiva contratação imediata, haja vista que haverá mais de
um agente envolvido durante os procedimentos.

O passo a passo será, conforme interpretação sistêmica dos artigos 5º e 6º, o seguinte:

1. Inicialmente o Órgão Gerenciador registra a sua intenção de registro de preços no


portal de compras do governo, conforme art. 5º, inciso I, do Decreto nº 7.892/13.
2. Será possível então, que os Órgãos Participantes executem as seguintes ações
constantes do caput do art. 6º, do Decreto 7.892/13:
i. Manifestação de interesse de participar do registro de preços.
ii. Execução das medidas adequadas para o encaminhamento ao órgão
gerenciador de seu Projeto Básico ou Termo de Referência, em
conformidade com o as leis gerais – conforme visto no decorrer deste
curso – que deverá conter, inclusive:
a. A estimativa de consumo.
b. O local de entrega.
c. O cronograma de contratação, quando cabível.

Ou seja, tanto o órgão gerenciador quanto os órgãos participantes deverão elaborar Termo de
Referência ou Projeto Básico, antes da licitação objetivando o registro de preços.

iii. É imprescindível que, internamente, o órgão participante garanta que os


atos relativos a sua inclusão no registro de preços estejam formalizados
e aprovados pela autoridade competente.

3. Feito isto, caberá ao Órgão Gerenciador consolidar informações relativas à estimativa


individual e total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos Termos
de Referência ou Projetos Básicos encaminhados para atender aos requisitos
de padronização e racionalização, conforme artigo 5º, inciso II, do Decreto nº
7.892/13, e ainda:

i. Promover os atos necessários à instrução processual para a realização


do procedimento licitatório, conforme artigo 5º, inciso III, do Decreto nº
7.892/13.
ii. Realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado da
licitação e consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas
pelos órgãos e entidades participantes, conforme artigo 5º, inciso IV, do
Decreto nº 7.892/13.
iii. Confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o objeto
a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou
projeto básico, conforme artigo 5º, inciso V, do Decreto nº 7.892/13.

4. Diante dessas ações do Órgão Gerenciador, caberá aos Órgãos Participantes,


conforme artigo 6º, inciso II, do Decreto nº 7.892/13, manifestar, junto ao
Órgão Gerenciador, mediante a utilização da Intenção de Registro de Preços, sua
concordância com o objeto a ser licitado antes da realização do procedimento
licitatório.

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5. Caberá então, ao Órgão Gerenciador, a realização do procedimento licitatório e o
Gerenciamento da ata de registro de preços, conforme artigo 5º, incisos VI e VII,
do Decreto nº 7.892/13. O gerenciamento da ata de registro de preços incluirá:

a. A condução de eventuais negociações dos preços registrados


(artigo 5º, inciso VII, do Decreto nº 7.892/13).
b. A aplicação de eventuais penalidades decorrentes do
descumprimento do pactuado na ata de registro de preços,
garantida a ampla defesa e o contraditório (artigo 5º, inciso X, do
Decreto nº 7.892/13).

6. Por fim, os Órgãos Participantes deverão tomar conhecimento da ata de registro


de preços, inclusive de eventuais alterações, para o correto cumprimento de
suas disposições (art. 6º, inc. III, do Decreto nº 7.892/13). Ademais, caberá ao
órgão participante aplicar as penalidades decorrentes do descumprimento das
obrigações contratuais em relação às suas próprias contratações, informando
as ocorrências ao órgão gerenciador, sempre garantida a ampla defesa e o
contraditório, afinal, estamos falando em possibilidade de mitigação de direitos
(art. 6º, § único, do Decreto nº 7.892/13).

Pontos importantes sobre o Termo de Referência e o Projeto Básico no Sistema de


Registro de Preços:

* O Termo de Referência ou Projeto Básico, nestes casos, servirá não só para


concretizar a necessidade do órgão como, também, para justificar a adequação
dessa compra por meio do Sistema de Registro de Preços.

* Consoante já estudado no decorrer do curso, o Termo de Referência ou o Projeto


Básico deverá conter os elementos necessários e suficientes para a contratação,
observados o art. 9º do Decreto nº 5.450/05 quanto ao Termo de Referência e o art.
6º, inc. IX, da Lei nº 8.666/93 quanto ao Projeto Básico.

* As contratações feitas por órgão não participante também obrigam a elaboração


de termo de referência ou de projeto básico, haja vista que será necessário não só
a demonstração de que a necessidade do órgão é satisfeita por aquele objeto como
também a demonstração de que é mais interessante fazer a contratação por adesão
do que por procedimento licitatório próprio.

* O Decreto nº 7.892/13 faculta ao Órgão Gerenciador a divisão da quantidade total


do item em lotes, quando técnica e economicamente viável para possibilitar maior
competitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou
de prestação dos serviços.

* No caso de serviços, a divisão se dará em função da unidade de medida adotada


para aferição dos produtos e resultados, e será observada a demanda específica de
cada órgão ou entidade participante do certame. Deverá ser evitada, nesses casos,
a contratação em um mesmo órgão ou entidade, de mais de uma empresa para
a execução de um mesmo serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a
responsabilidade contratual e o princípio da padronização.

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7. O Edital para SRP

O Edital com as suas características e obrigatoriedades de cláusulas foi tratado largamente no


MÓDULO 7 deste curso.

Assunto este que trazemos ao conhecimento neste Módulo por se estudar o registro de preços.

As características aqui demonstradas deverão ser atendidas tanto para o edital de concorrência
quanto para o edital de pregão, seja ele presencial ou eletrônico.

Para a elaboração do edital, caberá ao órgão gerenciador a realização da pesquisa de mercado para
identificação do valor estimado da licitação, além da consolidação dos dados das pesquisas de
mercado realizadas pelos órgãos e pelas entidades participantes.
Cabe ressaltar que, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União, os valores obtidos
por meio da pesquisa de preços serão os valores utilizados como parâmetro para análise dos
valores ofertados durante o certame, o que reforça a importância da Pesquisa de Preços.

Diferentemente de TODAS as outras licitações, quando do procedimento licitatório para


aquisição de bens ou contratação de serviços por Sistema de Registro de Preços é dispensável
a prévia indicação de recursos orçamentários.

Conforme vimos neste curso, a regra é a indicação prévia da dotação orçamentária como
condição da licitação (art. 7º, §2º, II; art. 14 e art. 38, caput, da Lei nº 8.666/93). Não obstante
essa determinação geral, nos casos de certame para Sistema de Registro de Preços a previsão
orçamentária será exigível apenas antes da assinatura do Contrato, tendo em vista que o preço
registrado não obriga a administração a adquirir o objeto licitado.

Orientações da AGU

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 20, DE 1º DE ABRIL DE 2009

NA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS, A INDICAÇÃO DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA É


EXIGÍVEL APENAS ANTES DA ASSINATURA DO CONTRATO.

INDEXAÇÃO: Registro de preços. Dotação orçamentária. Contrato.


REFERÊNCIA: arts. 15 e 38, caput, da Lei no 8.666, de 1993; art. 3° do Decreto no 3.931, de
2001; Acórdãos TCU 3.146/2004-Primeira Câmara e 1.279/2008-Plenário.

O art. 9º, do Decreto 7.689/13 está para o Edital de Sistema de Registro de Preços como o art.
40, da Lei nº 8.666/93 está para o Edital Geral, ou seja, como verdadeiro manual de elaboração.

Conforme o supracitado art. 9º, os editais para Registro de Preços deverão conter:

1. Como todos os outros editais, a especificação ou descrição do objeto, que explicitará


o conjunto de elementos necessários e suficientes com nível de precisão adequado
para a caracterização do bem ou serviço, inclusive definindo as respectivas unidades
de medida usualmente adotadas.

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2. A quantidade:

IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens;


V - condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de pagamento, e
nos casos de serviços, quando cabível, frequência, periodicidade,
características do pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados,
procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem
adotados.
3. Órgãos e entidades participantes do registro de preços.
4. Estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão gerenciador e pelos
órgãos participantes:

II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão gerenciador e


órgãos participantes;
III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos não
participantes, observado o disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão
gerenciador admitir adesões.

5. Caso admita a adesão de carona, deverá o edital prever de forma expressa essa
possibilidade.
6. Deverá, inclusive, prever a estimativa dessa quantidade que estará limitada, na
totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro
de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente
do número de caronas que aderirem. (Art. 22, §4º, Decreto nº 7.892/13)
7. Cada órgão ou entidade não participante (carona), que quiser fazer aquisições ou
contratações adicionais, não poderá exceder a cem por cento dos quantitativos dos
itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para
o órgão gerenciador e órgãos participantes. (Art. 22, § 3º, Decreto nº 7.892/13).
Art. 22. § 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços,
observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do
fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações
presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e
órgãos participantes.
8. Prazo de validade do registro de preços: lembrando que o prazo de validade da
ata de registro de preços não poderá ser superior a 12 (doze) meses, incluídas as
eventuais prorrogações, conforme art. 15, §3º, inc. III, da Lei nº 8.666/93. (Art. 12,
§1º, do Decreto nº 7.892/13).

VI - prazo de validade do registro de preço, observado o disposto no caput do


art. 12 (Ou seja, prazo máximo de 12 meses).

9. Constará também no Instrumento Convocatório:

VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando cabível;


IX - penalidades por descumprimento das condições;
X - minuta da ata de registro de preços como anexo;
XI - realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da
vantajosidade.

Ainda, cabe destacar que quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de
serviços em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta diferenciada
por região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos variáveis por região.

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Após elaboração do Instrumento Convocatório, conforme interpretação extensiva do art. 38, §
único, da Lei nº 8.666/93, a Assessoria Jurídica do órgão gerenciador e a do órgão participante
deverão atuar na análise dos atos da fase de planejamento e aprovação do Edital, exigindo-se
aprovação da Assessoria Jurídica tanto do órgão gerenciador quanto do órgão participante na
confecção das minutas editalícias, atas de registro de preço e, também, no contrato fruto do
registro do preço.

8. A Ata de Registro de Preços

A Ata de Registro de Preços não é um contrato administrativo propriamente dito, com as suas
cláusulas obrigatórias estabelecidas pela Lei nº 8.666/93, mas possui força de contrato, pois
estabelece direitos e obrigações para as partes.

É direito da Administração Pública exigir do fornecedor a entrega do objeto, no prazo, marca,


especificação e valor registrado na Ata, imputando ao mesmo, em caso de desatendimento, as
sanções previstas no art. 81 e seguintes da Lei nº 8.666/93, c/c o art. 7º da Lei nº 10.520/02
(Lei do Pregão).

Por outro lado, enquanto o fornecedor não for liberado formalmente da Ata de Registro de
Preços pela Administração, permanece o compromisso de efetuar a entrega do objeto nas
condições oferecidas por ele e aceitas pelo Órgão ou Entidade Pública.

Este documento de compromisso – Ata de Registro de Preços – deverá ser assinado por todos
os fornecedores classificados e pela Comissão de Licitação ou pregoeiro, no caso do uso da
modalidade Pregão.

ALTERAÇÕES NA ATA DE REGISTRO DE PREÇO

O art. 12, do Decreto nº 7.892/13 afirma que é vedado efetuar acréscimos nos quantitativos
fixados pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o §1º do art. 65 da
Lei nº 8.666/93.

Merece destaque, entretanto, que os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços


poderão ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666/93.

No caso da Ata de Registro de Preço possuir valor superior ao de mercado, decorrente de


pesquisa de preços (vide art. 15 da Lei nº 8.666/93), o órgão gerenciador deverá convocar o
fornecedor visando à negociação para redução de preços e sua adequação ao praticado pelo
mercado. Frustrada a negociação, o fornecedor será liberado do compromisso assumido,
devendo ser convocado os demais fornecedores visando igual oportunidade de negociação.

Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da Ata de
Registro de Preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.

13
[TCE. Reajustamento de registro de preço.]

[SUMÁRIO]

1. A revisão de preço registrado, prevista no art. 12, § 1º, do Decreto 3.931/2001, decorrente
da elevação anormal no custo de insumos, exige a apresentação de planilhas de composição
do preço do produto, com todos os seus insumos, assim como dos critérios de apropriação dos
custos indiretos, que comprovem o desequilíbrio da equação econômico-financeira da proposta.

[VOTO]

A comprovação da necessidade de reajustamento do preço, decorrente da suposta elevação


anormal no custo dos insumos, exige a apresentação das planilhas de composição do preço
do modelo, com todos os seus insumos, assim como dos critérios de apropriação dos custos
indiretos.
Os documentos apresentados pela montadora não se prestam a demonstrar o acréscimo
de custos alegado. Ao revés, deixam assente que os preços de automóveis, no período
compreendido entre a apresentação da proposta (maio de 2005) e a concessão da revisão
(dezembro de 2005), tiveram crescimento muito inferior ao alegado.

[...]

Ainda que o gestor acreditasse que a revisão de preços fosse devida, caberia a ele abrir
negociação com os demais fornecedores (art. 12, § 1º, do Decreto 3.931/2001).

[ACÓRDÃO]

9.1 julgar irregulares [...] as contas de [omissis], condenando-os ao pagamento solidário das
importâncias a seguir indicadas [...];
AC-2861-17/09-1 Sessão: 02/06/09 Grupo: I Classe: II Relator: Ministro WALTON ALENCAR
RODRIGUES - Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria.

PRAZO DE VALIDADE

O prazo de validade da Ata de Registro de Preços não poderá ser superior a um ano, isto é, 12
(doze) meses consecutivos, computadas neste as eventuais prorrogações necessárias.

O prazo máximo da ata de registro de preços será de 12 meses, entretanto, os contratos


decorrentes do Sistema de Registro de Preços observarão o art. 57 da Lei nº 8.666/93.

Ademais, o contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser assinado no


prazo de validade da ata de registro de preços.

14
Orientação Normativa da AGU

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 19, DE 1º DE ABRIL DE 2009

O PRAZO DE VALIDADE DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS É DE NO MÁXIMO UM ANO, NOS


TERMOS DO ART. 15, §3º, INC.III, DA LEI Nº 8.666, DE 1993, RAZÃO PORQUE EVENTUAL
PRORROGAÇÃO DA SUA VIGÊNCIA, COM FUNDAMENTO NO § 2º DO ART. 4º DO DECRETO
Nº 3.931, DE 2001, SOMENTE SERÁ ADMITIDA ATÉ O REFERIDO LIMITE, E DESDE QUE
DEVIDAMENTE JUSTIFICADA, MEDIANTE AUTORIZAÇÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR E QUE
A PROPOSTA CONTINUE SE MOSTRANDO MAIS VANTAJOSA.

INDEXAÇÃO: Ata de registro de preços. Prorrogação. Vigência. Prazo. Validade.

REFERÊNCIA: art. 15, § 3º, inc. III, da Lei nº 8.666, de 1993; art. 4º, caput, § 2º, do Decreto
nº 3.931, de 2001.

9. Formação de Cadastro de Reserva

O Decreto nº 7.892/13 prevê a criação de um cadastro de reserva de fornecedores que tem por
finalidade especial atender a superveniente exclusão do primeiro fornecedor classificado, nas
hipóteses previstas nos arts. 20 e 21 do Decreto regulamentador.

Conforme artigos 10 e 11 do Decreto nº 7.892/13, para cadastrar o procedimento será o


seguinte:

Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor
da proposta do licitante mais bem classificado, deixando claro desde logo que a apresentação
de novas propostas com a redução de preços não prejudicará o resultado do certame em
relação ao licitante mais bem classificado, objetivando a formação de cadastro de reserva,
para o caso de exclusão do primeiro colocado da ata nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.

Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus
preços ao valor da proposta do licitante mais bem classificado.

Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na forma do caput não


prejudicará o resultado do certame em relação ao licitante mais bem classificado.

CAPÍTULO VI
DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA ATA

Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de preços observará, entre outras,
as seguintes condições:

I - será incluído, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou
serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequência da classificação do certame;

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II - o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de
Compras do Governo federal e ficará disponibilizado durante a vigência da ata de
registro de preços;
III - a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada
nas contratações.

§ 1º O registro a que se refere o caput tem por objetivo a formação de cadastro de


reserva, no caso de exclusão do primeiro colocado da ata, nas hipóteses previstas nos
arts. 20 e 21.
§ 2º Serão registrados na ata de registro de preços, nesta ordem:

I - os preços e quantitativos do licitante mais bem classificado durante a etapa


competitiva;
II - os preços e quantitativos dos licitantes que tiverem aceito cotar seus bens ou
serviços em valor igual ao do licitante mais bem classificado.

§ 3º Se houver mais de um licitante na situação de que trata o inciso II do § 2º,


serão classificados segundo a ordem da última proposta apresentada durante a fase
competitiva.

Após a homologação da licitação, o registro de preços observará, entre outras, as seguintes


condições:

• Será incluído, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens
ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequência da classificação
do certame.
• O preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de
Compras do Governo Federal e ficará disponibilizado durante a vigência da ata de
registro de preços.
• A ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada nas
contratações.

10. Cancelamento do Registro do Fornecedor

A Ata de Registro de Preço gera obrigações ao fornecedor ali registrado, de forma que o
descumprimento do estipulado ensejará em sanção administrativa, resguardado de toda
forma seu direito ao contraditório e ampla defesa e ao devido processo, mediante despacho
da autoridade competente do órgão gerenciador.

O art. 20, do Decreto nº 7.892/2013 trata do cancelamento do registro do fornecedor na Ata,


sendo possível quando:

a) O fornecedor descumprir as condições da ata de registro de preços.


b) Não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido
pela administração, sem justificativa aceitável.
c) Sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666/93
ou no art. 7º da Lei nº 10.520/2002.
d) Não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior
àqueles praticados no mercado.

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O cancelamento de registros nas três primeiras hipóteses será formalizado por despacho do
órgão gerenciador, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Já o art. 21 esclarece que o cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato
superveniente, decorrente de caso fortuito ou força maior, que prejudique o cumprimento
da ata, devidamente comprovados e justificados, tanto por razão de interesse público como a
pedido do fornecedor.

11. Quadro-Resumo

• A atual regulamentação referente ao Sistema de Registro de Preços é o Decreto nº


7.892/13
• O Sistema de Registro de Preços é a ferramenta que mantém registrado os produtos
ou serviços com suas especificações, os valores e fornecedores devidamente
habilitados, para contratações futuras, em ata de registro próprio.
• O SRP será utilizado especialmente:

a) Quando houver necessidade de contratações frequentes, pelas


características do bem ou serviço.
b) Quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de
entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por
unidade de medida ou em regime de tarefa.
c) Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços
para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de
governo.
d) Quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela administração.

• O Registro de Preços poderá ser executado nas modalidades pregão e concorrência.


• É obrigatória a utilização da ferramenta “Intenção de Registro de Preços” para os
órgãos do SISG. O objetivo é o máximo planejamento das aquisições do governo.
• O órgão gerenciador e o órgão participante terão papéis fundamentais na fase do
planejamento, devendo seguir os artigos 5º e 6º do Decreto nº 7.892/93.
• Para a participação do órgão não participante, é fundamental que se observe o art. 22
do Decreto nº 7.892/93.
• A Ata de Registro de Preços é um instrumento que estabelece direitos e obrigações
futuras para as partes.
• O Decreto nº 7.892/13 prevê a criação de um cadastro de reserva de fornecedores
que tem por finalidade especial atender a superveniente exclusão do primeiro
fornecedor classificado.

12. Ponto Polêmico

Limite aos quantitativos licitados e registrados na Ata de Registro de Preços.


O Decreto nº 7.892/2013 limita, doravante, a quantidade que o órgão não participante (carona)
poderá adquirir, qual seja:

• Individualmente, cada órgão não participante (carona) poderá: adquirir o quantitativo


somado dos órgãos gerenciador e participante. (22, §3º)
• A soma de todos os órgãos não participantes (carona): não poderá exceder ao
quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o

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órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente do número de órgãos
não participantes que aderirem. (22, §4º)

13. Finalizando o Módulo

Terminamos o módulo 14.

Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.

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