Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
1 A Importância e Necessidade
da Lei de Licitações
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Obediência X Transgressão.............................................................................................. 5
4. O Que é Licitação?........................................................................................................... 6
5. Evolução Histórica........................................................................................................... 7
8. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 11
Módulo
1 A Importância e Necessidade
da Lei de Licitações
1. Objetivos do Módulo
2. Introdução
O que é a lei?
No sentido jurídico, lei é o comando escrito elaborado, em regra, pelo Poder Legislativo e
imposto coercitivamente à obediência geral, tanto pelo cidadão quanto pelas instituições.
3. Obediência X Transgressão
Uma lei deve ser cumprida em toda sua extensão e por todos os cidadãos, do mais simples
trabalhador ao Presidente da República.
Quando alguém transgride a lei é submetido à sanção1 previamente determinada, que varia,
conforme o caso, de uma simples advertência até a restrição da liberdade (prisão).
Nesse caso, não importa se o transgressor conhece ou não a ordem legal, uma vez que o
ordenamento jurídico determina que “a ninguém é dado desconhecer a lei”.
1. Sanção ou coercibilidade, embora sinônimos de obrigatoriedade, não são sinônimos de penalidade. Nas lições do saudoso
Geraldo Ataliba, encontramos importante explicação: “a sanção não é sempre e necessariamente um castigo. É mera
consequência jurídica que se desencadeia (incide) no caso de ser desobedecido o mandamento principal de uma norma. É um
preconceito que precisa ser dissipado - por flagrantemente anticientífico - a afirmação vulgar, infelizmente repetida por alguns
juristas, no sentido de que a sanção é castigo. Pode ser, algumas vezes. Não o é muitas vezes. Castigo, pena, penalidade é
espécie do gênero sanção jurídica. Nem toda sanção é castigo, embora todo castigo (espécie) seja sanção” (ATALIBA, Geraldo.
Hipótese de incidência tributária. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 1992. pp. 40-1).
5
A norma que institui as regras para licitações e contratos da Administração Pública é a Lei nº
8.666, de 21.06.1993, e alterações posteriores.
Para conhecer todas as alterações da Lei nº 8.666/93, acesse o seguinte endereço no sítio da
Presidência da República: http://legislacao.planalto.gov.br
4. O Que é Licitação?
Conceito
No nosso dia a dia, quando estamos negociando algo do nosso interesse, como a compra
de um veículo, de um imóvel, de material de consumo (alimentos, vestuário, combustível,
etc) ou contratação de um serviço (advocatício, médico, arquitetônico, etc) ou de uma obra,
sempre procuramos uma proposta que atenda melhor as nossas condições e expectativas para
o momento.
Definimos as nossas regras (valor máximo a ser pago e condições gerais) e seguimos em busca
de fornecedores (pessoa física ou jurídica ) que atendam a nossa necessidade.
É neste mesmo formato que também age a Administração Pública quando precisa contratar
terceiros. A diferença está em que a escolha da melhor proposta se realiza através de
um procedimento administrativo chamado de licitação, cujos termos são expostos em
um documento, chamado de instrumento convocatório (edital ou convite), que vincula
e obriga a todas as partes nele envolvidas, limitado as regras estabelecidas em lei.
“Licitação vem do latim licitationem, dos verbos liceri ou licitari (lançar em leilão, dar preço,
oferecer lance) e possui, em sentido literal, a significação do ato de licitar ou fazer preço sobre
a coisa posta em leilão ou a venda em almoeda.” 2
O doutrinador Renato Geraldo Mendes, em sua obra O Processo de Contratação Pública afirma
que o “Processo de contratação pública é o conjunto de fases, etapas e atos estruturado
de forma lógica para permitir que a Administração, a partir da identificação precisa da sua
necessidade e demanda, possa definir com precisão o encargo desejado, minimizar seus riscos
e selecionar, isonomicamente, se possível, a pessoa capaz de satisfazer a sua necessidade
pela melhor relação benefício-custo.”( MENDES, Renato Geraldo. O Processo de Contratação
Pública – Fases, etapas e atos. Curitiba: Zênite, 2012, p. 25.)
2 BARROS, Wellington Pacheco. Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Altas, 2009.
6
“Pode-se definir a licitação como uma invitatio ad offerendum, isto é, um convite do Poder Público
aos administrados para que façam suas propostas e tenham a chance de ser por ele contratados,
para executarem determinada prestação (de dar ou fazer).” MUKAI, Toshio. Licitações e contratos
administrativos. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 1.
5. Evolução Histórica
7
6. Obrigatoriedade, Finalidade e Importância
• Obrigatoriedade
Como já relatado, é a partir do advento da Constituição Federal de 1988 que a licitação passou
a ser obrigatória3 para toda a Administração Pública através dos arts. 37, XXI e 175, ressalvados
os casos especificados na legislação pertinente.
• Finalidade
A instauração, de processo de licitação por parte da Administração Pública, conforme o art. 3º,
da Lei nº 8.666/93 destina-se a garantir:
• P
romoção do desenvolvimento nacional sustentável (decorrente da Lei nº 12.349 de
dezembro de 2010).
No ano de 2010, a Lei nº 8.666/93 sofreu algumas valiosas alterações, entre elas, merecem
destaque as seguintes:
3 Hely Lopes Meirelles, em sua obra Direito Administrativo Brasileiro (São Paulo: Malheiros, 2001, p. 262) esclarece: "A expressão
‘obrigatoriedade de licitação’ tem duplo sentido, significando não só a compulsoriedade da licitação em geral como, também,
a da modalidade prevista na lei para a espécie, pois atenta contra os princípios da moralidade e eficiência da Administração o
uso da modalidade mais singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o
objeto do procedimento licitatório não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer autorizando a dispensa
de licitação, quando exigível, quer permitindo a substituição de uma modalidade por outra (art. 23, §§ 3º e 4º)."
8
Contratações Públicas Sustentáveis são as que consideram critérios ambientais, econômicos e
sociais, em todos os estágios do processo de contratação, transformando o poder de compra do
Estado em um instrumento de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento econômico
e social.
Com a clareza que lhe é peculiar, Helly Lopes Meirelles no livro Licitação e Contrato
Administrativo (São Paulo: Malheiros Editores ,15ª edição, 2010 afirma:
Proposta mais vantajosa - já o dissemos - não é sempre a do menor preço, mas sim a que
mais favorece o interesse do serviço público e melhor atende aos objetivos da Administração
expressos no edital ou no convite. Na licitação de menor preço este fator será o predominante
e decisivo no julgamento; na licitação de melhor técnica prevalecerão os fatores técnicos
indicados no edital e o preço que tenha sido negociado pela Administração; na licitação
de técnica e preço combinam-se esses dois fatores e decide-se pela média ponderada das
valorizações das propostas de técnica e preço, de acordo com os pesos estabelecidos no
instrumento convocatório; na licitação de maior lance ou oferta será esse, também, o fator
decisivo no julgamento, juntamente com as demais condições solicitadas no edital.”
Por ser ato administrativo formal, a manifestação de vontade da Administração Pública deverá
estar absolutamente vinculada aos ditames da lei, o que a impossibilita de criar requisitos
9
procedimentais próprios. O que estiver estabelecido na lei é o que deve ser cumprido pelo
Órgão ou Entidade Pública.
A legislação de licitações é ampla porque cada ente público (Estados, Distrito Federal e
Municípios) pode regulamentar o assunto, desde que não seja contrário ao disposto na
Constituição e na Lei nº 8.666/93.
Todas as demais leis devem estar em consonância com a Constituição Federal, ou seja, não
podem estabelecer regras que sejam contrárias a ela. Qualquer lei que contrarie a Constituição
é nula, pois, a Constituição, elaborada pelos representantes do povo, é a lei mais importante
de um país. Ela trata, precipuamente, da criação, organização e funcionamento do Estado.
Desta forma, todas as outras normas, para serem válidas, devem estar em conformidade com
a Constituição.
O artigo 22, inciso XXVII da Constituição Federal preceitua que compete privativamente
à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, observando o art. 37, inciso XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, observando o art. 173, §1º, inciso III, todos da CF.
Até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas estatais e
sociedades de economia mista, em atenção ao art. artigo 173, § 1º, inciso III da Constituição
Federal, devem estas observar os preceitos da Lei nº 8.666/1993 e os princípios e regras da
Administração Pública. Acórdão 1732/2009 Plenário (Sumário).
A professora Marinela esclarece que “(...), caberá à União a definição das normas gerais sobre
o assunto, tendo todos os entes competência para legislar sobre normas específicas. Todavia,
essas competências legislativas têm abrangências diferentes. Por exemplo, quando a União
cria norma geral, esta é de âmbito nacional, aplicável em todo o território e para todos os
entes da federação, o que não acontece na lei que define norma específica, porque só atinge
o próprio ente que legislou”. (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. Niterói: Impetus,
5ª ed. 2011, p.. 340).
• Importância
A licitação, por ser meio legal de se contratar bens, serviços e obras, é o instrumento de
acompanhamento e controle social sobre a gestão de recursos públicos.
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A realização de procedimento licitatório para aquisição de bens e serviços é obrigatória se
ficar configurada a viabilidade de competição entre fornecedores. Acórdão 88/2008 Plenário
(Sumário).
8. Finalizando o Módulo
4. Segundo Wellington Pacheco Barros, em sua obra Licitações e Contratos Administrativos (São Paulo: Atlas, 2009, p..137), o
“direito subjetivo, no conceito substantivo, é a prerrogativa que alguém possui de exigir de outrem a prática ou abstenção de
certos atos, ou a respeito a situação que aproveitam. Direito público subjetivo, portanto, é quando essa prerrogativa assume
referendo estatal positivo ou negativo, devendo o Estado protegê-lo e não podendo atentar conta sua existência.”
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1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Princípios......................................................................................................................... 5
4. Planejamento.................................................................................................................. 8
5. Exceções.......................................................................................................................... 9
9. Ponto Polêmico............................................................................................................. 12
1. Objetivos do Módulo
2. Introdução
3. Princípios
A Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º ao conceituar a licitação, define que o procedimento deve
ser julgado e processado em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.
Pela sua importância, a Constituição Federal, em seu art. 37 , caput, também arrola os princípios
inerentes à Administração Pública.
Os princípios são as diretrizes gerais, a sustentação, a base e apoio para o ordenamento jurídico
brasileiro, por isto seu âmbito de incidência é mais amplo que o das normas.
Estes não só orientam a interpretação de todo o ordenamento jurídico , mas também cumprem
o papel de suprir eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora). Quando
colidem eles não se excluem e poderão ter incidência concomitantemente em dois ou mais
casos concretos.
5
Qual a importância dos princípios?
Os princípios1 constitucionais contam com maior valor e eficácia e são vinculantes. Por este
motivo a sua observância é considerada obrigatória quando se tratar de Administração Pública.
A licitação, sendo um procedimento próprio desta lei, deverá se ater aos princípios constitucionais
e aos princípios infraconstitucionais que são os estabelecidos e complementados pelo art. 3º,
da Lei nº 8.666/93. Dessa forma, caso algum princípio seja infringido ou violado, o processo
será anulado por ilegalidade, conforme determina o art. 49 da Lei nº 8.666/93.
Os princípios, por fim, são considerados como os elementos de ataque e também de defesa
que a Administração Pública assim como os licitantes e cidadãos utilizam para contestarem
ou se defenderem das imputações alegadas quando das impugnações e recursos advindos do
processo de licitação.
1. Obviamente, os princípios são até mais genéricos do que a regra. Porém, a generalidade dos princípios tem uma vantagem
não achada na regra: a abertura. Na lição de Carmém Rocha, “ os princípios não pontuam, com especificidade e minudência,
hipóteses concretas de regulações jurídicas. O complexo principiológico que fundamenta o sistema constitucional estabelece a
gênese das regulações específicas e concretas, mas não as determina em si mesmas, senão dirigindo o seu conteúdo (que virá
em outras normas) e excluindo qualquer ditame jurídico que lhe contrarie a diretriz. São, pois, gerais, para serem geradores
de outros princípios e das regras constitucionais (...). A generalidade destes princípios possibilita que a Constituição cumpra o
seu papel de lei maior concreta e fundamental do Estado, sem amarrar a sociedade a modelos inflexíveis e definitivos, que a
vida não permitiria algemar-se em travas de lei. (...)”.
“A generalidade dos princípios permite que, sendo a sociedade plural e criativa, tenha seu sistema de Direito sempre atual,
sem se perder ou mascarar modelos contrários aos que na Lei magna se contêm como opção constituinte da sociedade
política” (ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Conceito de Princípios Constitucionais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p. 77).
6
Conceitos dos princípios básicos
O art. 4º da Lei nº 8.666 /93 prevê de forma expressa o princípio da legalidade ao afirmar que
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se
refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento
estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. (grifo nosso)
Conforme ensina Marçal Justen Filho, “O direito proíbe a discriminação arbitrária, produto de
preferências pessoais e subjetivas do administrador. A licitação consiste em um instrumento
jurídico para afastar a arbitrariedade na seleção do contratante. Portanto, o ato convocatório
deverá definir, de modo objetivo, as diferenças que são reputadas relevantes para a Administração.
A isonomia significa o tratamento uniforme para situações uniformes, distinguindo-as na
medida em que exista diferença. Essa fórmula acarreta inúmeras consequências”. (FILHO,
Marçal Justen. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: Dialética,
15ª ed., 2012, p. 58/59)
A Lei nº 8.666/1993 estabelece, no seu art. 3º, os princípios que devem nortear os
procedimentos licitatórios, dentre eles o da publicidade e o da isonomia. O princípio
da publicidade consagra o “dever administrativo de manter plena transparência em
seus comportamentos”. O TCU, ao analisar esse princípio, assim o explicou: “Qualquer
interessado deve ter acesso às licitações e seu controle, mediante divulgação dos atos
praticados pelos administradores em todas as fases da licitação”. Acórdão 204/2008
Plenário (Relatório do Ministro Relator).
7
d. PROBIDADE ADMINISTRATIVA - O gestor deve ser honesto em cumprir todos os deveres
que lhes são atribuídos por força da legislação.
4. Planejamento
8
Acórdão 79/2000 Plenário
Quando isso ocorre, desde que devidamente motivado e justificado, poderá a Administração
lançar mão dos casos previstos de dispensa e inexigilidade de licitação, ainda que não previstas
na programação. A própria Lei de Licitações prevê a possibilidade de aquisições emergenciais.
5. Exceções
9
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer
dos
seguintes regimes;
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) vetado;
d) tarefa;
e) empreitada integral.
IX- Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar a obra;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra;
f) orçamento detalhado do custo global da obra.
X - Projeto Executivo - o conjuto dos elementos necessários e suficientes à execução
completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI - Administração - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Pública Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com
personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ela instituídas ou mantidas;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a
Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo
para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI - Comissão - comissão permanente ou especial criada pela Administração
com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos
e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de
licitantes.
XVII - Produtos - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de
manufaturados acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de
nacionais origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010);
XVIII - Serviços - serviços prestados no país, nas condições estabelecidas pelo
nacionais Poder Executivo Federal (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010);
10
XIX - Sistemas - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja
de Tecnologia de descontinuidade provoque dano significativo à administração
informação pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
e comunicação requisitos relacionados às informações criticas; disponibilidade,
estratégicos confiabilidade, segurança e confidencialidade.
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010).
1. admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam
preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato.
2. estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive
no que se refere à moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando
envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no
parágrafo seguinte e no art. 3º, da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
8. Margem de Preferência
Desde 2010, a Lei nº 12.349/2010 permitiu que fosse assegurada preferência, como critério
de desempate, aos bens e serviços produzidos no país; produzidos ou prestados por
empresas brasileiras; e produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país.
A lei esclarece que poderá ser estabelecida margem de preferência, com base em estudos revistos
periodicamente, para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras. Tais margens de preferência deverão considerar: a geração de emprego e
renda; o efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; o desenvolvimento
e inovação tecnológica realizados no País; o custo adicional dos produtos e serviços; e em suas
revisões, análise retrospectiva de resultados.
Merece destaque que, para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecida margem
de preferência adicional à supracitada.
11
• Decreto nº 7.546/11 , que estabelece margem de preferência para produtos
manufaturados e serviços nacionais e de medidas de compensação comercial, industrial,
tecnológica ou de acesso a condições vantajosas de financiamento.
• Decreto nº 7.767/12, que estabelece a aplicação de margem de preferência em licitações
realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de produtos
médicos para fins do disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
• Decreto nº 7.903/13, que estabelece a aplicação de margem de preferência em
licitações realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de
equipamentos de tecnologia da informação e comunicação que menciona.
• Decreto nº 7.713/12, que estabelece a aplicação de margem de preferência nas
licitações realizadas no âmbito da Administração Pública Federal para aquisição de
fármacos e medicamentos descritos no Anexo I, para fins do disposto no art. 3º da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993.
9. Ponto Polêmico
Informativo TCU nº 6:
(...) Ressalta-se, ainda, o Acórdão n.º 1.125/2007 - Plenário, por meio do qual teria sido firmado
o “entendimento de que até a edição de lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas
estatais e sociedades de economia mista (a norma prevista no § 1º do art. 173 da CF/1988),
tais entidades devem observar os preceitos da Lei nº 8.666/1993 (art. 1º, parágrafo único) e
os princípios gerais e regras da Administração Pública”. Acerca do argumento recursal de que,
quando o Estado atua como empresa privada, não se aplicaria o limite de 25%, imposto aos
acréscimos de serviços na forma do art. 65, § 1º, da Lei n.º 8.666/93, enfatizou o relator que a
matéria já foi discutida quando da prolação do Acórdão n.º 121/98 - Plenário,, oportunidade
em que se decidiu não haver obrigatoriedade de a Petrobrás Distribuidora realizar licitação para
a contratação de transportes que guardem vínculo com a atividade-fim da empresa, como a de
transporte de produtos, permanecendo a obrigatoriedade de licitar em relação às atividades-
meio. Considerando que serviços de publicidade e propaganda “referem-se a atividades-meio
da empresa”, para o relator não restariam dúvidas de que “a contratação de tais serviços está
integralmente sujeita aos mandamentos da Lei nº 8.666/1993”. E arrematou: “[...] ainda que
se considerasse válido o Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobrás
(aprovado em 24/8/1998), ele não existia à época das sucessivas prorrogações contratuais.
Assim, não poderia a empresa socorrer-se de tal normativo, dado o impeditivo temporal
(tempus regitactum). Ademais, vale acrescentar que o próprio regulamento da Petrobrás veda
o acréscimo contratual acima de 25 % do valor atualizado da avença”. Diante desse cenário, não
haveria “justificativa plausível para acréscimos contratuais de tal monta, como também não há
que se falar em fato superveniente, defluindo dificuldade imprevista ou imprevisível, de modo
a autorizar a aplicação do entendimento consignado na Decisão nº 215/1999 - Plenário, que
faculta à Administração ultrapassar os limites do art. 65 da Lei de Licitações [...] nas hipóteses
de alterações contratuais consensuais, qualitativas e excepcionalíssimas de contratos de obras
12
e serviços”. Outros precedentes citados: Decisão n.º 663/2002 e Acórdãos n.º 29/2004 e
2.066/2004, todos do Plenário. Acórdão n.º 318/2010 - Plenário, TC-004.583/1998-1, rel. Min.
Augusto Nardes, 03.03.2010. (grifos nossos).
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1. Objetivos do módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Menor Preço.................................................................................................................... 6
4. Melhor Técnica................................................................................................................ 6
5. Técnica e Preço................................................................................................................ 6
7. Considerações Finais........................................................................................................ 8
8. Ponto Polêmico............................................................................................................... 9
9. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 10
Módulo
3 Tipos de Licitação
1. Objetivos do módulo
2. Introdução
• Menor Preço.
• Melhor Técnica.
• Técnica e Preço.
• Maior Lance ou Oferta.
A utilização do tipo “menor preço” será a regra. Já os tipos de licitação “melhor técnica” e
“técnica e preço” serão, conforme art. 46 da Lei nº 8.666/93, utilizados exclusivamente para
serviços de natureza predominantemente intelectual ou no caso de fornecimento de bens e
execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, desde que autorizado expressamente
e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora
constante do ato convocatório.
Por fim, o tipo “maior lance ou oferta” será utilizado nos casos de alienação de bens ou
concessão do direito real de uso.
Como dito anteriormente, o tipo licitatório é a forma como será julgada a licitação. As
modalidades, que são o procedimento da licitação, deverão ser combinadas com tipos licitatórios.
Desde logo, cabe ressaltar que a modalidade concurso não será combinada com nenhum
desses tipos licitatórios, pois tal modalidade tem regramento específico detalhada no artigo
52 do Estatuto de Licitações.
Conforme preceitua o Art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93, a Licitação pelo Menor Preço
ocorre quando o critério de seleção requerer apresentação de proposta de acordo com as
especificações do Edital ou Convite e ofertar o Menor Preço.
4. Melhor Técnica
Tipo de licitação cujo critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração tem
por base fatores de ordem técnica onde o órgão contratante estabelece, no ato convocatório,
o valor máximo que se propõe a pagar pelo bem ou serviço, assim como a exigência de critérios
técnicos mínimos, e negocia com os licitantes tecnicamente classificados, tendo por limite o
menor preço dentre os ofertados por estes.
O que a Administração busca neste caso são produtos de natureza intelectual (elaboração de
projetos, cálculos, fiscalização, supervisão, gerenciamento e consultoria), que demandam maior
eficiência, aperfeiçoamento, rapidez, tecnologia e adequação aos objetivos de determinado
empreendimento (art. 46 da Lei n° 8.666/1993).
Inportante destacar que nesse tipo licitatório, após a classificação da licitante melhor avaliada,
haverá negociação do preço ofertado, utilizando-se, em regra, como base, a proposta da
licitante que ofertou o menor preço e alcançou a técnica mínima desejada.
5. Técnica e Preço
O critério de seleção da melhor proposta se faz pela média ponderada das notas atribuídas
à proposta técnica (PT) e à proposta de preço (PP), o que implica dizer que nem sempre a
proposta vencedora é a de menor preço, visto que o critério preponderante recai sobre os
quesitos técnicos. Por exemplo: PT: peso 6,5; PP: peso 3,5.
NOTA IMPORTANTE!!
Em 13 de maio de 2010 foi publicado o Decreto nº 7.174 que regulamenta a contratação de bens
e serviços de informática e automação pela administração pública federal, direta ou indireta,
pelas fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações sob o
controle direto ou indireto da União, destacando que:
6
• revogou o Decreto 1.070/94 que regulamentava o tipo de licitação tipo “técnica e
preço” para bens e serviços de informática (art. 14);
• revogou o Anexo II do Decreto nº 3.555/02 (regulamento do Pregão) que apresentava
uma relação de bens e serviços considerados comuns para fins de contratação por
meio do Pregão (art. 14);
• incluiu a licitação do tipo “menor preço” com a utilização do Pregão, preferencialmente
eletrônico, como modalidade para contratação de bens e serviços de informática (art.
9º);
• para as aquisições de bens e serviços que não sejam comuns em que o valor global
estimado for igual ou inferior ao da modalidade convite, não será obrigatória a
utilização da licitação do tipo “técnica e preço” (art. 9º).
• se o critério de julgamento for do tipo “técnica e preço”, não poderá ser adotado o
Convite como modalidade licitatória (art. 9º);
• implanta critérios para o exercício do direito de preferência para contratação,
inclusive para o Pregão (art. 8º).
É vedada a licitação do tipo “técnica e preço” quando não estiver caracterizada a natureza
predominantemente intelectual da maior parte do objeto que se pretende contratar, à vista
do disposto no art. 46, caput, da Lei nº 8.666/1993.
7
Adote a modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrônica, sempre que os serviços de
Tecnologia da Informação puderem ser definidos segundo protocolos, métodos e padrões de
desempenho e de qualidade objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado, nos termos do parágrafo único do art. 1° da Lei n° 10.520/2002, adotando
modalidade diversa somente quando não for viável utilizá-lo, o que deverá estar justificado no
processo licitatório, nos termos do Acórdão 2471/2008 Plenário.
Quando utilizado o tipo de licitação maior lance ou oferta, o vencedor será, dentre os licitantes
qualificados, aquele que apresentar a proposta mais vantajosa para a Administração – o maior
lance ou a maior oferta.
Miranda, ao analisar o Art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93, conclui que a Licitação por Maior Lance
ou Oferta ocorre apenas nas hipóteses de:
7. Considerações Finais
Os tipos de licitação Melhor Técnica ou Técnica e Preço devem ser utilizados exclusivamente
para serviços de natureza predominantemente intelectual, tais como:
• elaboração de projetos;
• cálculos;
• fiscalização;
• supervisão e gerenciamento;
• engenharia consultiva;
Ainda, conforme art. 45, § 3º,excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo
poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior
autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes
de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas
e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade,
rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre
escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
8. Ponto Polêmico
(...) O Edital da licitação em estudo prevê que o critério para julgamento das propostas é o
‘MENOR PREÇO ACEITÁVEL PARA A VIABILIDADE DA OBRA’. A Lei no 8.666/93 classifica, em seu
art. 45, § 1º, os tipos de licitação em‘menor preço’, ‘melhor técnica’, ‘técnica e preço’ e ‘maior
lance’. O parágrafo 5º do mesmo artigo da referida Lei veda a utilização de outros critérios.
No presente caso, o Edital ‘inventou’ um novo tipo de licitação. O termo ‘aceitável’ é subjetivo
o suficiente para impor ao julgamento a opinião pessoal de quem analisa as propostas,
especialmente por não ter estabelecido parâmetros de aceitabilidade. Foi o que ocorreu na
avaliação das propostas das empresas (...). A Comissão introduziu no julgamento, variáveis
não previstas no Edital e considerou inexequível o preço apresentado (...), baseando-se no
custo levantado por sua equipe. No entanto, a cotação daquela empresa representou 95,58%
dos valores apresentados (...), pouco representativa no contexto da obra. Se a construtora
apresentou toda a documentação nos termos exigidos, ofereceu proposta séria, conforme
prevista no Edital, cotou o menor preço, e foi desclassificada, parece-nos que foi prejudicada
pelos critérios de julgamento adotados sem que tivesse conhecimento prévio. Acórdão
21/2000 Plenário (Relatório do Ministro Relator).
9
9. Finalizando o Módulo
10
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
4 Modalidades de Licitação
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Concorrência................................................................................................................... 6
4. Tomada de Preços............................................................................................................ 8
5. Convite.......................................................................................................................... 10
6. Concurso....................................................................................................................... 11
7. Leilão............................................................................................................................. 12
8. Ponto Polêmico............................................................................................................. 12
9. Finalizando o módulo.................................................................................................... 13
Módulo
4 Modalidades de Licitação
1. Objetivos do módulo
2. Introdução
De acordo com a Lei 8.666/93, as Licitações podem ser realizadas por meio das seguintes
modalidades:
• Concorrência.
• Tomada de Preços.
• Convite.
• Concurso.
• Leilão.
As modalidades são formas determinadas para a condução dos trabalhos de uma licitação.
As modalidades são o procedimento, o como fazer, já os tipos de licitação são o como julgar.
• Concorrência.
• Tomada de preços.
• Convite.
• Concurso.
• Leilão.
• Pregão.
Dois são os critérios: o primeiro é qualitativo – a pergunta a ser feita é: O que eu quero? A
segunda pergunta é sobre o quantitativo, enquadrando conforme limites estabelecidos na lei.
Possíveis respostas:
1. A modalidade pregão, instituída pela Lei Federal nº 10.520/02, será analisada, especificamente, no Módulo 13, razão pela
qual não será abordada nesse módulo.
5
a) Desfazer ou Conceder: em regra, leilão, para bens móveis e concorrência para
bens imóveis. Sendo possível, leilão para bens imóveis quando estes tiverem sido
adquiridos pela Administração por intermédio de procedimentos judiciais ou de
dação em pagamento, conforme artigo 19 da Lei nº 8.666/93.
b) Trabalho técnico, científico ou artístico: em regra, concurso.
c) Adquirir: duas serão as possibilidades.
Segunda: Não é bem ou serviço comum? Escala de valores do artigo 22, da Lei nº 8.666/93
para escolha entre as modalidades da Lei nº 8.666/93. O sítio comprasnet nos fornece uma
tabela com esses valores, vejamos:
Obras/Serviço Engenharia
I A 150.000,00 CONVITE
I B 1.500.000,00 TOMADA DE PREÇOS
I C 1.500.000,00 CONCORRÊNCIA
23
Compras/Outros Serviços
II A 80.000,00 CONVITE
II B 650.000,00 TOMADA DE PREÇOS
II C 650.000,00 CONCORRÊNCIA
I Dispensa Licitação
II
- 15.000,00 Obras/Serviço Engenharia
- 8.000,00 Compras/Outros Serviços
24
Dispensa Licitação
3. Concorrência
Conforme o Art. 22, § 1º , da Lei 8.666 de 1993, concorrência é a modalidade de licitação entre
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação2 preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
• Chamamento.
• Alcance.
• Participantes.
• Limite de valores.
• Prazo.
2. habilitação jurídica, idoneidade e regularidade fiscal e trabalhista por meio de um conjunto de documentos exigidos pelo
licitante.
6
Chamamento
Conforme o Art. 21, incs. de I a III , da Lei 8.666/93, esse aviso4 deverá ser publicado pelo
menos uma vez:
A Administração, sempre que possível, deverá utilizar-se de outros meios de divulgação para
ampliar o número de concorrentes.
Alcance
Quando se tratar de Licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e,
ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou
garantidas por instituições federais.
Administração Pública Estadual, Municipal ou do Distrito Federal
Participantes
Nessa modalidade de licitação, qualquer pessoa - física ou jurídica - pode participar, desde que:
Limite de Valor
De acordo com o Art. 23, caput, incs. I (c) e II (c) , da Lei 8.666/93, a modalidade Concorrência
é obrigatória para licitações com valores acima de:
7
• R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), em caso de obras e serviços de
engenharia.
• R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), em caso de compras e outros
serviços.
Embora obrigatória para os casos previstos no art. 23 inc. I, alínea “c” e inc. II, alínea “c”, a
Concorrência também pode ser utilizada para as faixas de preços inferiores (Tomada de Preços
e Convite), conforme preceitua o Art. 23, § 4° da Lei 8.666/93.
Os valores dos limites de preço para as modalidades de Tomada de Preços e Convite também
são determinados pelo art. 23 da Lei 8.666/93 - veja abaixo a releitura do quadro demonstrado
no início deste módulo.
Prazo
O prazo6 é determinado pelo Art. 21, § 2º, incs. I (b) e II (a), da Lei 8.666/93 e depende do Tipo
de Concorrência.
4. Tomada de Preços
• Devidamente cadastrados ou
• Que atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas.
Vamos conhecer a partir de agora cada um dos aspectos relacionados à Tomada de Preços.
8
Chamamento e Alcance Da Tomada de Preços
• Chamamento.
• Alcance.
O Art. 23, caput, incs. I (b) e II (b) , da Lei 8.666/93 prevê que a Tomada de Preços pode ser
realizada até o valor limite máximo de:
Segundo o Art. 21, § 2º, incs. II (b) e III , da Lei 8.666/93, o prazo7 será de:
9
125/2000-Plenário, 88/2000-2ª Câmara, 93/99-1ª Câmara, 85/99-Plenário, 258/95-1ª Câmara
e 45/93-Plenário.
5. Convite
O Convite é uma modalidade de licitação muito utilizada pela Administração Pública, por causa
de suas particularidades:
1) É um procedimento simples.
2) Tem menor prazo de duração - cinco dias úteis para os convidados apresentarem
suas propostas, a partir do recebimento do instrumento convocatório. (Art. 21, § 2º,
inc. IV).
3) É utilizado tanto para obras e serviços de engenharia, como para compras e outros
serviços de menor valor. (Art. 23).
Chamamento
Súmula/TCU n° 248
Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob
a modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis
interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no parágrafo 7°, do art. 22, da Lei n° 8.666/93.
Não se deve adjudicar licitação na modalidade Convite com menos de três propostas
válidas por item licitado, para não ferir o disposto no art. 22, § 7º, da Lei nº 8.666, de 1993.
10
“O convite, ou melhor, a carta-convite é uma forma simplificada de edital sem a publicidade
deste, e só admitida nas licitações de pequeno valor. A ela se aplicam, no que for cabível, as
regras do edital, dentro da singeleza de que deve revestir-se a convocação de interessados
nessa modalidade de licitação. O essencial é que a carta-convite identifique a obra, o serviço
ou a compra a realizar e expresse com clareza as condições estabelecidas pela Administração.”
(MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 118-119).
Alcance
A modalidade Convite é endereçada à praça comercial onde a Administração Pública atua, sem
prejuízo da participação de outros interessados de qualquer parte do país.
Limite de Valor
Segundo o Art. 23, caput, incs. I (b) e II (b) , da Lei 8.666/93, o Convite pode ser realizado até
o valor limite máximo de:
Prazo
A partir da data do recebimento da carta-convite, o interessado tem 5 dias úteis para apresentar
a sua proposta, em conformidade com as exigências apresentadas, segundo o Art. 21, § 2º, inc.
IV , da Lei 8.666/93.
6. Concurso
Conforme o Art. 22, § 4º , da Lei 8.666/93, concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores.
O Art. 21 , da Lei 8.666/93, determina que o Concurso deve ser divulgado por meio de Edital.
Além disso, conforme preceitua o Art. 52 § 1º, I, II, III , da mesma Lei, o Concurso deve ser
precedido de regulamento próprio no qual devem ser especificados:
11
• a qualificação dos participantes.
• as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho.
• as condições de realização do Concurso.
• os prêmios a serem concedidos.
O julgamento realizado no Concurso será feito por Comissão Especial integrada por pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou
não, segundo o Art. 51 § 5º , da Lei 8.666/93.
O Concurso deve ser precedido de regulamento próprio onde devem estar especificados:
7. Leilão
Segundo o Art. 22, § 5º. , da Lei 8.666/93, o Leilão é a modalidade de licitação, entre quaisquer
interessados, para a:
“Mesmo tendo penhor legal do bem e sua posse, não pode a Administração aliená-lo sem
prévia autorização judicial, no respectivo processo de execução da dívida.” FERNANDES, Jorge
Ulisses Jacoby. Contratação Direta sem Licitação. 2 ed. Brasília: Brasília Jurídica. 1997, p. 105.
8. Ponto Polêmico
Pré-qualificação X Modalidades
Abstenha-se de prever fase de pré-qualificação quando não estiver diante de licitações a serem
realizadas na modalidade concorrência, e, ainda assim, somente nos casos de o objeto licitado
recomendar uma análise mais detida da capacidade técnica dos potenciais interessados, em
face do disposto no art. 114 da Lei no 8.666/1993. Acórdão 2028/2006 Primeira Câmara.
9. Os critérios da licitação devem constar em edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.
12
A pré-qualificação apenas poderá ser realizada quando a modalidade licitatória adotada for a
concorrência e for recomendável análise mais detida da capacidade técnica.
9. Finalizando o módulo
13
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
5 Dispensa, Dispensabilidade
e Inexigibilidade de Licitação
Brasília 2015
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Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos......................................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Licitação Dispensada........................................................................................................ 5
4. Dispensabilidade de Licitação.......................................................................................... 8
5. Inexigibilidade de Licitação............................................................................................ 15
6. Validade Jurídica............................................................................................................ 18
7. Estudo de Caso.............................................................................................................. 19
8. Finalizando o módulo.................................................................................................... 20
Módulo
5 Dispensa, Dispensabilidade
e Inexigibilidade de Licitação
1. Objetivos
2. Introdução
Vimos que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, a Licitação é obrigatória. No entanto,
existem algumas exceções autorizadas tanto pelo próprio diploma constitucional quanto pela
Lei n° 8.666/93.
Art. 37, inc.XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes (...).
3. Licitação Dispensada
5
- Bens Imóveis
6
Vários dispositivos do art. 17 da Lei Federal de Licitações encontram-se com sua aplicabilidade
suspensa, até decisão final de mérito, por força de medida cautelar concedida na Ação Direta
de institucionalidade de nº 927-3, promovida pelo Governador do Estado do Rio Grande do
Sul à época.
- Bens Móveis
7
f) venda de materiais e equipamentos: venda de materiais e equipamentos para
outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível
por quem deles dispõe.
4. Dispensabilidade de Licitação
Não podemos confundir licitação dispensada (art. 17 da Lei Federal nº 8.666/93. ) com licitação
dispensável (art. 24 da Lei Federal nº 8.666/93).
É dispensável a licitação:
Art. 24, inciso I, Para as obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na
alínea “a” do inciso I do art. 23 da Lei nº 8.666/93 (R$ 150.000,00), desde que não se refiram
a parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza
e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.
Art. 24, inciso II, Para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea “a”
do inciso II do art. 23 da Lei nº 8.666/93 (R$ 80.000,00) e para alienações, nos casos previstos
na lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez1.
8
Referência: Arts. 7º, § 2º, inc. II, 8°, 15, inc. V, 23, caput e incs., §§ 1º e 5º, 24, inc. I e II, e
57, inc. II, da Lei nº 8.666, de 1993. Arts. 44 e 48, da LC nº 123, de 2006; Arts. 5º, 6º e 7º do
Decreto n° 6.204, de 2007; Enunciado PF/IBGE/RJ 01. Parecer AGU/CGU/NAJMG 39/2007-
MRAK; Acórdãos TCU 177/1994-Primeira Câmara, 260/2002-Plenário, 696/2003-Primeira
Câmara, 1.560/2003-Plenário, 1.862/2003-Plenário, 740/2004-Plenário, 1.386/2005-Plenário,
186/2008-Plenário, 3.619/2008-Segunda Câmara, 943/2010-Plenário.
(*) alterada pela Portaria AGU Nº 572, de 13.12.2011 - publicada no DOU 1, de 14.12.2011
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189171
Atente para o fato de que, atingido o limite legalmente fixado para dispensa de licitação, as
demais contratações para serviços da mesma natureza deverão observar obrigatoriamente a
realização do certame licitatório, evitando a ocorrência de fracionamento de despesa.
Fracionamento de Despesa
A Lei n° 8.666/1993 veda, no art. 23, § 5°, o fracionamento de despesa. Impede, por exemplo,
a utilização da modalidade convite para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
para obras e serviços de idêntica natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente sempre que a soma dos valores caracterizar o caso de
tomada de preços. De igual forma, a utilização de várias tomadas de preços para se abster
de realizar concorrência.
Ressalvado o pregão, que pode ser adotado em qualquer caso, não é permitida utilização de
modalidade inferior quando o somatório do valor em licitação apontar outra superior. Ou
seja:
9
Art. 24, inciso III, Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
Art. 24, inciso IV, Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos2.
Contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 24 da lei nº 8.666 de 1993, exige que,
concomitantemente, seja apurado se a situação emergencial foi gerada por falta de planejamento,
desídia ou má gestão, hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma da lei.
Referência: art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666 de 1993. Acórdão TCU 1.876/2007-Plenário.
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189172
Segundo a Decisão 347/1994 Plenário, além das formalidades previstas no art. 26 e § único, são
requisitos necessários à caracterização dos casos de emergência ou de calamidade pública que:
Art. 24, inciso V Quando não acudirem interessados à licitação anterior, e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a administração, serão mantidas, neste caso, todas
as condições preestabelecidas3.
10
• ocorrência de licitação anterior;
• ausência de interessados;
• risco de prejuízo caracterizado ou demasiadamente aumentado pela demora
decorrente de processo licitatório;
• evitabilidade do prejuízo mediante contratação direta;
• manutenção das condições ofertadas no ato convocatório anterior.”
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação: dispensa de licitação,
inexigibilidade de licitação, comentários às modalidades de licitação, inclusive pregão,
procedimentos exigidos para a regularidade da contratação direta. 9. ed. rev. atual. ampl. Belo
Horizonte: Fórum, 2012, p. 327.
Art. 24, inciso VII Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestadamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do artigo 48 da Lei
nº 8.666/93 e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços,
por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.
Art. 24, inciso VI Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços
ou normalizar o abastecimento.
Na mesma obra de Jacoby, é esclarecido que “Pode a administração utilizar licitamente essa
alternativa para a contratação direta quando for estabelecida a seguinte situação:
Não se dispensa licitação, com fundamento nos incs. V e VII do art. 24 da lei no 8.666 de 1993,
caso a licitação fracassada ou deserta tenha sido realizada na modalidade convite.
Referência: arts. 22 e 24, inc. V e VII, da Lei nº 8.666 de 1993; Súmula TCU no 248; Decisões
TCU 274/94-Plenário, 56/2000-Segunda Câmara; Acórdãos TCU 1089/2003-Plenário e
819/2005-Plenário.
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189173
Art. 24, inciso VIII Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e
que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei nº 8.666/93,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado4.
11
Empresa pública ou sociedade de economia mista que exerça atividade econômica não
se enquadra como órgão ou entidade que integra a Administração Pública, para os fins de
dispensa de licitação com fundamento no inc. VIIi do art. 24 da lei no 8.666 de 1993.
Referência: art. 173, § 1º, inc. II, Constituição Federal; art. 2º e parágrafo único, art. 24, inc.
VIII, da Lei nº 8.666 de 1993; Acórdãos TCU 2203/2005-Primeira Câmara, 2063/2005-Plenário,
2399/2006-Plenário.
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189174
O Decreto nº 2.295, de 4 de agosto de 1997, regulamenta o disposto no art.24, inciso IX, da Lei
no 8.666 de 21 de junho de 1993 e dispõe sobre a dispensa de licitação nos casos que possam
comprometer a segurança nacional.
Art. 24, inciso X Para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.
Utilize, ao proceder a compra ou a locação de imóvel, o art. 24, inciso X, da Lei 8.666/93,
somente quando identificar um imóvel específico cujas instalações e localização evidenciem
que ele é o único que atende ao interesse da administração, fato que deverá estar devidamente
demonstrado no respectivo processo administrativo.
Art. 24, inciso XII Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia.
Os contratos firmados com as fundações de apoio com base na dispensa de licitação prevista
no inc. XIII do art. 24 da lei nº 8.666 de 1993, devem estar diretamente vinculados a projetos
com definição clara do objeto e com prazo determinado, sendo vedadas a subcontratação, a
contratação de serviços contínuos ou de manutenção e a contratação de serviços destinados a
atender as necessidades permanentes da instituição.
12
Indexação: Fundação de apoio. Dispensa de licitação. Vedação. Subcontratação. Serviços
contínuos. Manutenção. Atividades permanentes.
Referência: Lei no 8.666 de 1993; Lei no 8.958 de 1994; Decreto no 5.205 de 2004; Acórdãos
TCU 1516/2005-Plenário, 248/2006-Plenário, 918/2008-Plenário.
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189175
Art. 24, inciso XIV Para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público.
Art. 24, inciso XV Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
Art. 24, inciso XVI Para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso
da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para a prestação de serviços de
informática à pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem
a Administração Pública, criados para esse fim específico.
Art. 24, inciso XVII Para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto
ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia.
Art. 24, inciso XVIII Nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento, quando em estada
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por
motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos
legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 da Lei nº 8.666/93.
Art. 24, inciso XIX Para as compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com exceção
de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto.
Art. 24, inciso XX Na contratação de associação de portadores de deficiência física sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública,
para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado.
Art. 24, inciso XXI Para a aquisição de bens destinados exclusivamente à pesquisa científica
e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de
fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.
Art. 24, inciso XXII Na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica.
Art. 24, inciso XXIII Na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista
com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção
13
de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
Art. 24, inciso XXIV Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas
no contrato de gestão.
Art. 24, inciso XXV Na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por
agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de
uso ou de exploração de criação protegida.
Art. 24, inciso XXVI Na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.
Art. 24, inciso XXVIII Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
Art. 24, inciso XXIX Na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes
militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificadas pelo Comandante da Força. ( Incluído pela Lei nº 11.783 de 2008 ).
Art. 24, inciso XXX Na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou
sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. ( Incluído pela Lei nº 12.188 de 2.010).
Art. 24, inciso XXXI Nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973 de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349 de 2010).
Art. 24, inciso XXXII Na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080 de 19 de setembro
de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº
12.715 de 2012).
Art. 24, inciso XXXIII Na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos para a implementação
de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção
de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular
de água. (Incluído pela Lei nº 12.873 de 2013).
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput do artigo 24, da Lei nº 8.666/93
(dispensa por valor) neste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
14
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela
Lei nº 12.715 de 2012).
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a Administração Pública,
estabelecido no inciso VIII, do artigo 24, da Lei nº 8.666/93 não se aplica aos órgãos ou
entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080 de 19
de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela
Lei nº 12.715 de 2012).
5. Inexigibilidade de Licitação
A inviabilidade de competição, a que se refere a lei, contempla tanto as hipóteses nas quais o
fornecedor é exclusivo (inciso I), quanto aquelas em que o contratado é o único que reúne as
condições necessárias à plena satisfação do objeto do contrato (incisos II e III).”6
6. (MIRANDA, Henrique Savonitti, Licitações e contratos administrativos . 4.ed. Brasília: Senado Federal, 2007.p.111.)
7. SÚMULA N.º 255/2010.
15
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado8 fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
ainda, pelas entidades equivalentes9.
II) Para a contratação de serviços técnicos (enumerados no art. 13 da
Lei nº 8.666/93) de natureza singular, com profissionais ou empresas
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação10.
A compreensão do que dispõe o inc. II do art. 25, requer que se saiba quais são os
serviços técnicos de natureza singular enumerados no art. 13, bem como o conceito
de profissional ou empresa de notória especialização.
O artigo 13 da Lei de Licitações diz o seguinte:
Esses são os serviços técnicos considerados pela Lei de Licitações que possibilitam
a inexigibilidade. Resta saber quais os profissionais que vão executar esses serviços.
Não basta ter a graduação e a autorização pertinente para atuar. Como, por exemplo,
um advogado é competente para dar parecer jurídico ou patrocinar causa judicial.
Mas a lei exige mais do que isso, ela exige notória especialização.
16
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
“Nas contratações em que o objeto só possa ser fornecido por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, é dever do agente público responsável pela contratação
a adoção das providências necessárias para confirmar a veracidade da documentação
comprobatória da condição de exclusividade.”
Fundamento Legal
A contratação direta com fundamento na inexigibilidade prevista no art. 25, inc. I, da lei nº
8.666 de 1993, é restrita aos casos de compras, não podendo abranger serviços.
Referência: Art. 25, inc. I, da Lei nº 8.666 de 1993. Despacho do Consultor-Geral da União
343/2007. Parecer AGU/CGU/NAJSE 54/2008-JANS. Acórdãos TCU 1.796/2007 - Plenário,
223/2005 - Plenário.
Fundamento Legal
Contrata-se por inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, inc. II, da lei n° 8.666 de
1993, conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, ou
a inscrição em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do objeto e verificado
tratar-se de notório especialista.
Referência: art. 25, inc. II, da Lei 8.666 de 1993; Decisões TCU 535/1996-Plenário e
439/1998-Plenário.
17
6. Validade Jurídica
De acordo com o Art. 25, § 2º, da Lei 8.666/93 , tanto na inexigibilidade quanto na dispensabilidade
de licitação, se for comprovado superfaturamento, respondem solidariamente, pelo dano
causado à Fazenda Pública, o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Ademais, o Art. 26, § único, prevê que o processo formado para a efetivação dessas três
situações deve estar instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
REFERÊNCIA: Art. 26, parágrafo único, inc. III; art. 113, da Lei nº 8.666, de 1993; Despacho do
Consultor-Geral da União nº 343/2007; Informativo NAJ/RJ, ANO 1, Nº 1, jun/07, Orientação
05; Decisão TCU 439/2003-Plenário, Acórdãos TCU 540/2003-Plenário, 819/2005-Plenário,
1.357/2005-Plenário, 1.796/2007-Plenário, Despachos proferidos no PARECER nº 0467/2010/
RCDM/NAJSP/AGU; ARECER/AGU/NAJSP/ Nº 0969/2009 - SS; PARECER/AGU/NAJSP/ Nº
0957/2008 - CEM e PARECER/AGU/NAJSP/ Nº0645-2009-CAOP.
(*) alterada pela PORTARIA AGU Nº 572, DE 13.12.2011 - publicada no DOU I 14.12.2011
Fonte: http://www.agu.gov.br/atos/detalhe/189178
12. Os seguintes casos deverão ser comunicados, dentro de 3 dias à autoridade superior para ratificação e publicação na
imprensa oficial no prazo de 5 dias, como condição para eficácia dos atos.
18
Comprovação da regularidade fiscal por parte das contratadas por dispensa ou inexigibilidade
de licitação - Acórdão n.º 943/2010, TC-014.687/2007-4, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues,
05.05.2010.
7. Estudo de Caso
[ACÓRDÃO]
9.9 dar ciência à Cobra Tecnologia S/A da ocorrência das seguintes irregularidades (itens
9.9.1 a 9.9.3 deste acórdão, que foram objeto de audiência nestes autos) e impropriedades
(itens 9.9.4 a 9.9.22 deste acórdão) na gestão da entidade do exercício de 2004;
[...]
[...]
19
[VOTO]
Trata-se da prestação de contas relativa ao exercício de 2004 da Cobra Tecnologia S.A. (Cobra).
[...]
58. Assim como ocorreu com a contratação indevida da empresa (Consultoria e Serviços),
conforme análise que empreendi na seção anterior deste voto, os ajustes que beneficiaram
as empresas [Comunicação e Publicidade] e [Editora] não foram precedidos de licitação, que
é a regra, de acordo com o art. 37, inciso XXI, da CF, e com o art. 2º da Lei de Licitações. Os
responsáveis não conseguiram demonstrar os motivos que os levaram a assinar os contratos
com as referidas empresas sem a realização do devido processo licitatório e sem que se
fizesse presente a inviabilidade de competição, necessária para justificar a aplicação do
art. 25 da Lei de Licitações. O fato de ambas as empresas terem os mesmos dirigentes e
endereços reforça a suspeita de favorecimento.
[RELATÓRIO]
8. Finalizando o módulo
No próximo módulo, você terá oportunidade de conhecer sobre Regime de Execução Indireta.
20
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
6 Regime de Execução Indireta
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5
2. Propósito..................................................................................................... 5
3. Tipos de Regime.......................................................................................... 5
6. Tarefa.......................................................................................................... 7
7. Empreitada Integral..................................................................................... 8
8. Estudo de Caso............................................................................................ 8
9. Finalizando o Módulo.................................................................................. 9
Módulo
6 Regime de Execução Indireta
1. Objetivos do Módulo
2. Propósito
O Art. 6º, inc. VIII, alíneas “a” a “e” , da Lei 8.666/93, estabelece que o Regime de Execução
Indireta é uma das exigências legais para a celebração dos contratos administrativos.
O Regime de Execução Indireta consiste na forma pela qual a Administração Pública contrata
com terceiros a realização de uma obra, serviço ou fornecimento.
A execução direta, por sua vez, é feita pelos órgãos e entidades da Administração, por seus
próprios meios. Por exemplo, quando se utiliza um eletricista do quadro de pessoal do órgão
para fazer reparos no quadro geral de energia.
Além de ser uma exigência da Lei nº 8.666/93 , o Regime de Execução Indireta tem propósitos
práticos.
3. Tipos de Regime
Sendo o regime de execução a forma pela qual o objeto do contrato será executado, a licitação
deve ser programada sempre na totalidade, com previsão dos custos iniciais e finais, levando
em conta o prazo total para sua realização, Quando adotada a forma de execução indireta,
temos os seguintes meios de contratação:
5
4. Empreitada por Preço Global
A Empreitada por Preço Global ocorre quando se contrata execução de obra ou prestação de
serviço por preço certo e total.
Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de
execução de Empreitada por Preço Global, a administração deverá fornecer obrigatoriamente,
junto com o edital, todos os elementos e informações necessárias para que os licitantes possam
elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Vejamos um exemplo:
Observa-se que pela natureza do serviço que se pretende, os interessados podem cotar
um preço certo pré-definido e correspondente ao valor total do serviço. Logo, o regime de
execução será o de Empreitada por Preço Global.
Nas licitações para contratação de obras, serviços e compras, e nas alienações, quando o
objeto for de natureza divisível, sem prejuízo do conjunto ou complexo, é obrigatório que a
adjudicação seja por itens e não pelo preço global, com vistas a propiciar a ampla participação
dos licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou
aquisição da totalidade do objeto, possam, contudo, fazê-lo com referência a itens ou unidades
autônomas, devendo as exigências de habilitação adequarem-se a essa divisibilidade.
Vide Decisão 393/1994 Plenário.
A Empreitada por Preço Unitário ocorre quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas.
I. drenagem do solo;
II. escavações;
6
III. fundação;
IV. assentamento de tijolos;
V. assentamento de reboco, piso, cerâmica, pintura, etc.
Observe que a natureza da obra deste exemplo é totalmente diferente do serviço do exemplo 1.
No primeiro, o interessado pôde dar o seu preço certo e total, porque sabia, antecipadamente,
o que iria gastar com o empreendimento.
A obra O processo de contratação pública esclarece que “Se for possível, antecipadamente,
precisar a quantidade do objeto, o regime deve ser a empreitada por preço global. Se não
for possível, o regime deve ser a empreitada por preço unitário. O regime por preço unitário
é aplicável quando a quantidade do objeto somente é apurada, de forma precisa, na fase da
execução, e não na de planejamento.”
GERALDO, Mendes, Renato. O processo de Contratação Pública – Fases, etapas e atos. Curitiba:
Zênite, 2012, p. 213.
6. Tarefa
A Tarefa ocorre quando se contrata mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo.
Por ser de pequeno custo, não há necessidade de licitar nem de assinar um contrato formal.
Basta que o tarefeiro dê um recibo correspondente ao pagamento efetuado, o que será pago
com a verba denominada de “pronto pagamento”.
7
Vejamos um exemplo: Por meio deste regime de execução, a Administração Pública pode
contratar o conserto de estofados de cadeiras ou a confecção de bordados nos uniformes dos
servidores.
7. Empreitada Integral
Vejamos um exemplo: Por meio deste regime de execução, a Administração Pública pode
contratar a construção de um hospital, obrigando-se o contratado a fornecer todo o material
que será utilizado na realização da obra.
A empreitada integral (também conhecida como turn-key) é uma variação da empreitada por
preço global. O que a peculiariza é a abrangência da prestação imposta ao contratado, que tem
o dever de executar e entregar um “empreendimento” em sua integralidade, pronto, acabado
e em condições de funcionamento. A expressão “empreendimento” indica uma obra ou um
serviço não consumível que serve de instrumento para produzir outras utilidades.
FILHO, Marçal Justen. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15.ed. São
Paulo : Dialética, 2012, p. 138
8. Estudo de Caso
3. A utilização da empreitada por preço global para objetos com imprecisão intrínseca de
quantitativos deve ser justificada no processo, em termos técnicos, econômicos ou outros
devidamente motivados.
Ao apreciar estudo sobre o regime de empreitada por preço global, desenvolvido por unidade
técnica especializada do TCU com vistas a uniformizar procedimentos de fiscalização e
apresentar diretrizes sobre o tema, o relator da matéria enfrentou várias questões pertinentes
e essenciais à aplicação do instituto, assim como à fiscalização exercida pelo Tribunal. Dentre
elas, destaca-se, em primeiro lugar, a necessária motivação para a escolha do regime de
8
execução indireta do objeto. Para o relator, uma vez assentado na legislação, na doutrina
e na jurisprudência que “em empreendimentos carregados de incertezas, as empreitadas
globais, em regra, não se fazem vantajosas” situações em que “é preferível a utilização de
empreitadas por preço unitário, pelas características próprias do sistema de medição”, faz-
se importante que as fiscalizações do TCU atentem para a devida motivação da escolha do
regime de execução contratual pelo gestor. Nesse sentido, o Tribunal expediu orientação às
suas unidades técnicas para, em fiscalizações de obras e serviços de engenharia executados
sob o regime de empreitada por preço global, observarem que “nas situações em que, mesmo
diante de objeto com imprecisão intrínseca de quantitativos, (...) se preferir a utilização da
empreitada por preço global, deve ser justificada, no bojo do processo licitatório, a vantagem
dessa transferência maior de riscos para o particular – e, consequentemente, maiores preços
ofertados – em termos técnicos, econômicos ou outro objetivamente motivado, bem assim
como os impactos decorrentes desses riscos na composição do orçamento da obra, em
especial a taxa de BDI – Bonificação e Despesas Indiretas”..Acórdão 1977/2013-Plenário, TC
044.312/2012-1, relator Ministro Valmir Campelo, 31.7.2013. Informativo de Jurisprudência
do TCU - Número 162 - Sessões: 30 e 31 de julho de 2013 – Grifos nossos
9. Finalizando o Módulo
9
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
7 O Edital
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5
2. Conceito...................................................................................................... 5
3. Características............................................................................................. 6
4. Elaboração do Edital.................................................................................... 6
7. Ponto Polêmico......................................................................................... 11
8. Finalizando o Módulo................................................................................ 11
Módulo
7 O Edital
1. Objetivos do Módulo
2. Conceito
O art. 41 da Lei de Licitações dispõe que “a administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, a qual se acha estritamente vinculada”. Por isso é possível afirmar que o
edital é lei entre as partes, porquanto também o licitante deverá obedecer aos termos do que
nele foi posto.
No edital são indicadas todas as regras e prazos que devem pautar a tramitação da licitação e
o próprio conteúdo do futuro contrato.
5
3. Características
4. Elaboração do Edital
O edital deve conter todas as exigências dispostas no art. 40 da Lei nº 8.666/93 , as quais
veremos a seguir.
Deve ser observado o comando expresso no art. 40, § 2º, inciso II, da Lei n.º 8.666, de 1993,
fazendo constar dos editais de licitação ou de anexos, demonstrativo do orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários.
6
IV. condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais;
V. critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida
a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o
disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48 1.1
Fundamento Legal
As compras públicas sustentáveis (CPS) são uma solução para integrar considerações ambientais
e sociais em todas as fases do processo de compra e contratação de governos, visando reduzir
impactos sobre a saúde humana, o meio ambiente e os direitos humanos.
1. SÚMULA Nº 259/2010
“Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global,
com fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor”.
2. Para os órgãos ou entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG, a Instrução Normativa nº 2, da Secretaria
de Logística e Tecnologia da Informação do MPOG, em seus artigos 37 a 41-A, dispõem sobre os critérios de reajustamento
de preços para contratação de serviços, continuados ou não. Acesse: www.comprasnet.gov.br >Legislação> Instrução
Normativa.
7
A Instrução Normativa nº1 de 19 de janeiro de 2010, que nos termos do artigo 3º da Lei nº
8666/93, define e estabelece critérios de sustentabilidade ambiental a serem adotados nas
compras realizadas pela administração direta, autárquica e fundacional do governo federal.
O artigo 4º da supracitada IN determina que nos termos do artigo 12 da Lei nº 8.666 de 1993,
as especificações e demais exigências do projeto básico ou executivo, para contratação de
obras e serviços de engenharia, devem ser elaborados visando à economia da manutenção
e operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e água, bem como a
utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como:
O § 4º do mesmo artigo dispõe que “No projeto básico ou executivo para contratação de obras e
serviços de engenharia, devem ser observadas as normas do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO e as normas ISO nº 14.000 da Organização
Internacional para a Padronização (International Organization for Standardization)”.
O artigo 6º traz, por fim, uma série de práticas de sustentabilidade que deverão estar previstas
nos instrumentos convocatórios, tais como: adote medidas para evitar o desperdício de água
tratada; realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, na fonte geradora, e a sua
destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, que será
procedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem, quando couber, entre outras.
Referência: arts. 43 a 49, da Lei Complementar nº 123 de 2006; Decreto nº 6.204 de 2007;
Acórdão TCU 2.144/2007-Plenário.
Fonte: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189168
8
Pregão para prestação de serviços de teleatendimento: 2 - Tratamento privilegiado às
microempresas e empresas de pequeno porte - Acórdão n.º 193/2010, TC-002.328/2010-0,
rel. Min. José Múcio Monteiro, 10.02.2010.
Quando a contratação for para registro de preços o edital possuirá características próprias que
serão tratadas neste curso, no Módulo 14.
Sobre a possibilidade de ser alterado o edital no curso do procedimento licitatório, vide STJ. MS
n° 5.6-1/DF. Relator: Min. Demócrito Reinaldo. DJU, 14 dez. 1998, Seção 1:
9
Vinculada, que está, a Administração ao Edital - que constitui lei entre as partes - não poderá
dele desbordar-se para em pleno curso do procedimento licitatório, instituir novas exigências
aos licitantes e que não constaram originariamente da convocação...”
Elaboração: Anexos
O edital de licitação possui anexos, os quais são parte integrante dele. Esses anexos são:
I - O projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos.
Fundamento Legal
SÚMULA Nº 261
Fundamento Legal
Art. 127. O custo global de obras e serviços de engenharia contratados e executados com
recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de composições de custos unitários,
5. SÚMULA Nº 258.
6. LEI Nº 12.309, DE 9 DE AGOSTO DE 2010 . - Lei Orçamentária de 2011.
10
previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado,
na internet, pela Caixa Econômica Federal, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela
do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO, excetuados os itens caracterizados como
montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.
Deve ser observado o comando expresso no art. 40, § 2º, inciso II, da Lei n.º 8.666 de 1993,
fazendo constar dos editais de licitação ou de anexos, demonstrativo do orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários.
III - A minuta do contrato a ser firmado entre a Administração Pública e o licitante vencedor.
Se houver contrato, em razão do objeto a ser licitado, torna-se obrigatória a existência do
contrato toda vez que houver, do bem licitado, obrigações futuras ou assistência técnica.
7. Ponto Polêmico
Acórdão 110/2007 Plenário – TCU: Envide esforços de modo a limitar as exigências editalícias
ao mínimo necessário para o cumprimento do objeto licitado e a definir de maneira clara os
critérios para avaliação dos documentos habilitatórios e das propostas apresentadas pelas
licitantes, evitando restrição ao caráter competitivo do certame e julgamento subjetivo na
elaboração de seus editais de licitação em cumprimento ao art. 37, inciso XX I, da Constituição
Federal e aos arts. 3º,27 a 31, 40, inciso VII, 44, caput e § 1º, e 45 da Lei no 8.666/1993.
8. Finalizando o Módulo
11
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
8 Registro Cadastral
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Considerações Gerais....................................................................................................... 5
3.1. Histórico....................................................................................................................... 5
4. Ponto Polêmico............................................................................................................. 10
5. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 10
Módulo
8 Registro Cadastral
1. Objetivos do Módulo
2. Considerações Gerais
A Lei de Licitações, em seu art. 34 diz que a Administração Pública deve manter registros
cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válido por, no máximo, um ano.
Segundo o Art. 36, os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, conforme a sua qualificação técnica e econômica comprovadas por documentos.
Além disso, todos os cadastrados receberão um Certificado de Registro Cadastral (CRC),
renovável sempre que atualizarem o seu registro.
As anotações no registro cadastral têm a finalidade de produzir uma folha corrida da vida
do fornecedor perante as administrações a quem prestou serviços, identificando os bons
e os maus fornecedores, caso em que, segundo o Art. 37, poderá ser feita a suspensão ou
cancelamento do registro por parte da Administração.
3.1. Histórico
5
A IN n° 05/1995, que até então regia as operações no sistema, estava desatualizada, tendo em
vista a edição da Lei n° 10.520/2002, do Decreto n° 5.450/2005, do Decreto n° 4.485/2002,
entre outros.
Sendo assim, foram editadas a Instrução Normativa n° 2/2010, que estabelece normas para o
funcionamento do SICAF no âmbito de órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços
Gerais - SISG, e a Portaria Normativa n° 27/2010, que dispõe sobre os procedimentos a serem
observados pelos inscritos no SICAF e os órgãos integrantes do SISG, quando da utilização do
SICAF, após sua reestruturação.
Uma vez inscrito no SICAF, o fornecedor estará cadastrado perante qualquer órgão ou entidade
integrante do SISG, em todo o território nacional, independente do local onde tenha ocorrido
o cadastramento.
• Credenciamento.
• Habilitação jurídica.
• Regularidade fiscal federal.
• Regularidade fiscal estadual e/ou municipal.
• Qualificação técnica.
• Qualificação econômico-financeira.
O Capítulo I, em seu art. 3°, e em consonância com o Decreto n° 4.485/2002, esclarece que a
habilitação dos fornecedores poderá ser comprovada por meio de prévia e regular inscrição
cadastral no SICAF. Nesse sentido, a comprovação da habilitação por meio do SICAF é opcional.
6
Níveis De Cadastramento
Conforme o art. 8º da Instrução Normativa nº 02/2010: O cadastro no SICAF poderá ser iniciado
no Portal de Compras do Governo Federal - Comprasnet, no sítio www.comprasnet.gov.br e
abrange os seguintes níveis:
• credenciamento;
• habilitação jurídica;
• regularidade fiscal federal;
• regularidade fiscal estadual/municipal;
• qualificação técnica; e
• qualificação econômico-financeira;
O Capítulo III prevê, no art. 20 da Instrução Normativa nº 02/2010, que o interessado deverá
preencher as telas do Sistema SICAF, através do sítio www.comprasnet.gov.br para registrar
as informações constantes dos documentos que serão enviados, posteriormente, à Unidade
Cadastradora, a fim de validá-las. O objetivo é agilizar o processo de avaliação documental,
realizado pelas Unidades Cadastradoras, que não mais transcreverão para o Sistema os dados
que eram entregues em papel por meio dos formulários de cadastramento.
Todas as UASGS tornaram-se Unidades Cadastradoras
O Capítulo IV, da supracitada Instrução Normativa, estabeleceu, no art. 31, que as Unidades
de Administração e Serviços Gerais - UASGs, que realizam regulamente licitações e
contratações públicas, deverão manter Unidades Cadastradoras. Buscou-se, em consonância
com o estabelecido no artigo 34 da Lei nº 8.666/1993, estabelecer critério para a abertura
e manutenção de Unidades Cadastradoras, tendo como parâmetro a realização regular de
licitações e contratos.
Registro de Sanção
O Capítulo VI, da Instrução Normativa, no art. 40, esclarece o âmbito das penalidades
estabelecidas, na Lei nº 8.666/1993, na Lei nº 10.520/2002, e o entendimento do Tribunal de
Contas da União, na Decisão nº 352 de 1998, publicada no DOU de 22 de junho de 1998, p.
18-19.
7
Suspensão temporária - âmbito: órgão ou entidade responsável pela aplicação da sanção.
TIPOS DE OCORRÊNCIAS:
8
Âmbito/Abrangência da sanção: Administração. Conforme a Decisão do Plenário do Tribunal
de Contas da União nº 352/ 1998, o âmbito/abrangência da sanção refere-se ao órgão ou
entidade que aplicou a penalidade.
Prática de atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação ou contratação, tais como
conluio, fraude, adulteração de documentos, documentação ou declaração falsa, dentre
outros.
9
4. Ponto Polêmico
Acórdão 1623/2006 Plenário - Abstenha-se de incluir cláusulas nos editais que possam vir a
restringir a competitividade, a exemplo de registro cadastral no Sicaf como requisito único
para o credenciamento e a habilitação do licitante.
Acórdão 106/2009 Plenário - Abstenha-se de exigir cadastro prévio no SICAF para participação
nas licitações promovidas pelo órgão, por falta de previsão legal.
5. Finalizando o Módulo
10
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
9 Comissão de Licitação
Brasília 2015
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2
SUMÁRIO
1. Objetivos do Módulo................................................................................... 5
3. Atribuições.................................................................................................. 6
4. Composição................................................................................................. 7
9.Finalizando o Módulo................................................................................... 9
3
Módulo
9 Comissão de Licitação
1. Objetivos do Módulo
O Art. 6º, inc. XVI da Lei 8.666/93 determina a criação da Comissão de Licitação, aquela
criada pela administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
Tratando-se de certame licitatório de cunho específico, deve-se ter para cada um a devida
Comissão Especial de licitação, atuando independente e simultaneamente. Assim, é a
especificidade dos objetos licitados que vai determinar ou não a multiplicidade desses
colegiados. (...) A criação dessa espécie de comissão licitatória não se constituiu numa
faculdade para a Administração Pública. Sua constituição é obrigatória sempre que o objeto
do certame apresentar certa especificidade que o torna incompatível com a finalidade da
Comissão Permanente de licitação.
GASPARINI, Diógenes -Comissões de Licitação. 2 ed. rev. e atual. - São Paulo : Editora NDJ,
2002, p. 63,)
5
3. Atribuições
1. receber todos os documentos pertinentes ao objeto que está sendo licitado, sejam
aqueles referentes à habilitação dos interessados, sejam aqueles referentes às
suas propostas;
2. examinar os referidos documentos à luz da Lei e das exigências contidas no
edital, habilitando e classificando os que estiverem condizentes e inabilitando ou
desclassificando aqueles que não atenderem às regras ou exigências previamente
estabelecidas;
3. julgar todos os documentos pertinentes às propostas apresentadas, em
conformidade com o conteúdo do edital, classificando-os em conformidade com
o que foi ali estabelecido.
Desta forma, após o julgamento e a classificação das propostas, realizados pela Comissão
de Licitação na fase de julgamento, o processo segue para a homologação da autoridade
competente e posterior adjudicação.
A adjudicação, por seu turno, é o ato pelo qual a autoridade administrativa entrega
formalmente o objeto ao vencedor da licitação e o convoca para a assinatura do contrato.
Atualmente, a doutrina é praticamente unânime em afirmar que a homologação é ato
administrativo que antecede a adjudicação.
6
Hely Lopes Meirelles ensina que “não há homologação da adjudicação, como antes se dizia;
a homologação se faz do julgamento e de todo o procedimento licitatório. Estando ele de
acordo com a lei e o edital, a autoridade superior determinará a adjudicação do objeto
licitado ao proponente classificado em primeiro lugar”.
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros,
1999. p. 151.
Esse também é o entendimento de Marçal Justen Filho ao lembrar que “a Lei n° 8.666
determina que a autoridade superior realize, primeiramente, a homologação do resultado
da licitação. Em momento logicamente posterior, promoverá a adjudicação”.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 7. ed. São
Paulo: Dialética, 2000. p. 440.
4. Composição
Pelo menos dois deles devem ser servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
O terceiro membro pode ser recrutado em outros órgãos, de qualquer esfera da Administração
Pública, no caso de órgãos que passem por carência de recursos humanos.
Fernanda Marinela ensina que “A designação dos membros da comissão é feita pela
autoridade competente do órgão ou entidade. O ato de designação é um ato jurídico que pode
ser formalizado por decreto, resolução, portaria ou ato da superintendência ou da diretoria,
conforme a natureza da entidade”.
O Art. 51 , § 1º, da Lei n° 8.666/93 prevê que, nos casos de convite, a comissão pode ser
substituída, excepcionalmente, por servidor formalmente designado pela autoridade
competente.
Convém ressaltar que essa substituição só pode ocorrer em casos excepcionais, ou seja, em
órgãos que tenham comprovadamente carência de recursos humanos.
7
Por quê?
Se um dos membros não aceitar a decisão dos demais para um determinado caso, a sua
não aceitação só tem valor jurídico e ele só se isenta de responsabilidade futura se a sua
divergência for registrada na ata de reunião com a devida fundamentação, conforme o Art.
51, § 3º, da Lei 8.666/931.
Marinela explica que “Os membros da comissão respondem solidariamente por todos os atos
a ela imputados, ressalvado o caso de quem houver manifestado, fundamentadamente, sua
posição divergente, registrada na respectiva ata de decisão”.
“A investidura dos membros das Comissões Permanentes não excederá a um ano, vedada a
recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente”.
Para que essa comissão continue tendo validade, por exemplo, basta que se tire um dos
membros e coloque outro servidor qualificado e estará atendida a exigência legal.
1. JUSTEN, Marçal. Comentários `a Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13ª ed. São Paulo: Editora Dialética,– 2009.
p. 666.
8
8. Ponto Polêmico
9.Finalizando o Módulo
9
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
10 Habilitação dos Interessados
Brasília 2015
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Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos Do Módulo....................................................................................................... 5
2. Conceito.......................................................................................................................... 5
3. Exigências........................................................................................................................ 6
4. Habilitação Jurídica.......................................................................................................... 6
5. Qualificação Técnica........................................................................................................ 6
6. Qualificação Econômico-Financeira................................................................................ 10
8. Documentação de Habilitação....................................................................................... 12
9. Dispensa de Documentação........................................................................................... 12
1. Objetivos Do Módulo
2. Conceito
A Habilitação, também chamada de Qualificação, é o ato pelo qual a Comissão de Licitação recebe
e examina a documentação dos licitantes e manifesta-se sobre a sua regularidade, habilitando
aqueles que estiverem em conformidade com as exigências requeridas e inabilitando os que não
atenderem essas exigências.
O ato de habilitação refere-se à aceitação ou não dos interessados em participar da licitação pela
Comissão, em razão da conformidade de suas propostas às exigências estabelecidas no edital. Essa
é uma fase em que há um elevado grau de expectativa dos participantes em relação à aprovação
de suas propostas, bem como frente à possibilidade de saírem vencedores do certame. Por isso, é
requerido da Comissão, além do conhecimento e domínio da Lei, o exercício de muita cordialidade
e bom senso, para evitar desgastes desnecessários decorrentes da falta de habilidade no trato com
os participantes.
Segundo Marçal Justen Filho, “na acepção de fase procedimental, a habilitação consiste no
conjunto de atos orientados a apurar a idoneidade e a capacidade de sujeito para contratar
com a Administração Pública. Na acepção do ato administrativo decisório, indica o ato pelo qual
a administração finaliza essa fase procedimental, decidindo estarem presentes as condições do
direito de licitar”.
JUSTEN, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos.12 ed., São Paulo :
Dialética, 2008, p. 374
5
3. Exigências
Introdução
I - Habilitação Jurídica.
II - Qualificação Técnica.
III - Qualificação Econômico-Financeira.
IV - Regularidade Fiscal e Trabalhista.
V – Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7° da Constituição Federal.
(Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999).
4. Habilitação Jurídica
Acerca da habilitação jurídica (art. 28), não são suscitadas grandes dúvidas ou dificuldades práticas.
A apresentação dos documentos relativos à habilitação jurídica serve para demonstrar que o futuro
contratado pela administração é sujeito de direito e de obrigações, possuindo, em consequência,
capacidade de fato e de direito para a prática dos atos para os quais será contratado.
5. Qualificação Técnica
Para a realização de obras ou serviços de grande complexidade, não podem ser dispensados o
conhecimento técnico especializado nem a comprovação da experiência e de capacitação operativa
para cumprir o objeto do contrato.
6
III - à comprovação, fornecida pelo órgão licitante de que recebeu os documentos,
e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações, objeto da licitação.
IV - Prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
Art. 30
SÚMULA Nº 263/2011
Fundamento Legal
A licitação pública, mais do que princípio para garantir qualidade e preço na aquisição de bens e
serviços, pode servir também para a defesa e conservação do meio ambiente.
A proteção ao meio ambiente não deve se restringir a ações repressivas, mas, principalmente,
deve ser de caráter preventivo, presente em licenciamentos, incentivos fiscais e de crédito, além
das próprias contratações públicas.
A comprovação de aptidão, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por
atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados
nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências à capacitação1 técnico-profissional.
1. Capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista
para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente,
detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas
estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de
quantidades mínimas ou prazos máximos. Art. 30, § 1º, inc.I.
7
Art. 30, § 1º
No caso de obras, serviços e compras de grande vulto2, de alta complexidade técnica3, poderá a
administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua
aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por
critérios objetivos.
Art. 30, § 8º
Será sempre admitida a comprovação de aptidão por meio de certidões ou atestados de obras ou
serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
Art. 30, § 3º
Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita
através de atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado.
Art. 30, § 4º
2. Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite
estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23, que corresponde atualmente a R$ 37.500.000,00 (trinta e sete milhões e
quinhentos mil reais - art. 6º inc. V da Lei nº 8.666/93).
3. Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema
relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de
serviços públicos essenciais. Art. 30, § 9º.
8
Art. 30, § 5º
Deve-se atentar para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei n.º 8.666 de
1993, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos instrumentos
convocatórios de licitações, requisitos de capital social mínimo e garantias para
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes.
Outras considerações
Art. 30, § 6º
9
seus funcionários, na região em que se concentram as suas atividades, fazendo-se
perfeitamente dispensável a prestação de serviços à pessoa jurídica localizada nessa
mesma região”. Para o relator, no caso concreto, “a questão está bem resolvida”, já que
a minuta do contrato constante do edital prevê, entre as obrigações da contratada,
a comprovação, em até 30 dias da assinatura da avença, de que ela possua no
mínimo 80% dos estabelecimentos comerciais, listados em relação anexa ao edital,
credenciados a operar em sua rede. Ressaltou, ainda, que quatro empresas acorreram
ao certame oferecendo lances, e os preços da proposta vencedora “não fogem aos
praticados no mercado, não se havendo falar em consequências à economicidade do
certame decorrente de uma possível restrição à sua competitividade. Tampouco há
falar, no caso, em inibição premeditada da participação de licitantes com vistas ao
direcionamento da competição”. Ao final, o relator propôs e o Plenário decidiu expedir
determinação corretiva à Eletronuclear, para futuras licitações.
6. Qualificação Econômico-Financeira
Art. 31 § 1º
A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá
estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio
líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta lei, como dado objetivo
de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao
adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
Art. 31 § 2º
O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita
relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data por meio de índices oficiais.
10
Art. 31 § 3º
Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem
diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em
função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.
Art. 31 § 4º
Deve-se atentar para as disposições contidas no art. 31, § 2º, da Lei n.º 8.666 de
1993, com alterações, de forma a não exigir simultaneamente, nos instrumentos
convocatórios de licitações, requisitos de capital social mínimo e garantias para
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes.
A comprovação da boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através de cálculo
de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da
licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para a correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento
das obrigações decorrentes da licitação.
Art. 31 § 5º
Art. 29
Convém atentar para o fato de que a lei fala de regularidade fiscal, e não de quitação de débito.
É possível que uma empresa esteja devedora de suas contribuições fiscais, mas o débito esteja sob
controle do órgão fiscal. Nesse caso, a empresa encontra-se regular.
11
Deverá ser evitada a inabilitação de participantes de processos licitatórios em razão
somente de diferenças entre números de registro de CGC das respectivas matriz e
filiais nos comprovantes pertinentes ao CND, ao FGTS, INSS e Relação de Empregados
quando a empresa interessada comprovar a centralização do recolhimento de
contribuições, tendo em vista a legalidade desse procedimento.
Quanto a este tópico, merece destaque ainda que a Lei nº 12.440 de 2011, inseriu, como condição
para a habilitação, a regularidade trabalhista. Posteriormente, houve regulamentação para a
expedição pela Justiça do Trabalho da Certidão de Débitos Trabalhistas, com base no artigo 642-A
da CLT, acrescentado pela Lei 12.440/2011 e pela Resolução Administrativa nº 1470/2011 do TST
de 24/08/2011.
Impende ressaltar que tal requisito habitlitatório deverá ser verificado não só nas contratações
que objetivem a contratação para prestação de serviços de mão de obra, como também nas
contratações para fornecimento de bens ou para prestação de outros serviços.
8. Documentação de Habilitação
9. Dispensa de Documentação
A documentação exigida para Habilitação dos Interessados (artigos 28 a 31) poderá ser dispensada,
em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
Essa faculdade, no entanto, não deve ser usada aleatoriamente, mas somente nos casos em que
realmente for irrelevante exigir tais documentos – como, por exemplo, na compra de um bem para
pronta-entrega e pagamento à vista. Neste caso, vê-se que não se justifica exigir do fornecedor
uma série de documentos que seriam inócuos e sem qualquer utilidade para a administração.
Art. 32, § 1º
Mesmo assim, convém fazermos uma observação crítica ao estabelecido nesse parágrafo do artigo
32. Vejamos.
• Habilitação Jurídica.
• Qualificação Econômico-Financeira.
12
A ligação entre a administração e o fornecedor, em qualquer circunstância, é a comprovação de que
o bem adquirido tem procedência legítima, ou seja, que foi adquirido de um ente juridicamente
existente e funcionando regularmente nos termos da lei. E para comprovar essa regularidade,
necessariamente a administração tem que exigir a Habilitação Jurídica.
Da mesma forma, não se pode deixar de exigir que o fornecedor comprove a sua regularidade
perante a seguridade social, a fim de atender o que dispõe o § 3º, do art. 195, da Constituição
Federal, que proíbe a Administração Pública licitar ou contratar com pessoa jurídica em débito com
a Previdência Social.
“A prova de habilitação jurídica nunca poderá ser dispensada. Logo, no mínimo, esse requisito
nunca poderá ser dispensado, mesmo porque se não estiver presente sequer será válida a
proposta apresentada.”
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos Administrativos, São Paulo:
Aide Editora, p. 18.
Deve-se atentar para o fato de que a habilitação jurídica, a regularidade fiscal e trabalhista, a
qualificação técnica e a qualificação econômico-financeira são exigências específicas que
requerem, consequentemente, conhecimento específico de cada uma dessas áreas. Essas
exigências específicas devem ser feitas por profissionais de cada área, o que significa que o edital
será elaborado por mais de uma pessoa, evitando, assim, a ocorrência de erros grosseiros os
quais maculam a idoneidade da administração.
Para evitar possíveis distorções nas informações, a Lei obriga aos licitantes declarar, no momento
da entrega de suas propostas, à comissão de licitação, sob as penas da lei, de que não existe fato
impeditivo para a sua habilitação.
Art. 32, §§ 1º a 3º
Atualmente o CRC é emitido pelos órgãos da Administração Estadual, Municipal e do Distrito Federal,
enquanto que no âmbito da Administração Federal, o documento emitido é o SICAF (vide Módulo 8).
13
11. Os Custos
Custos da habilitação
Art. 32
CUSTOS DO EDITAL
Quanto ao Edital, pode-se cobrar apenas o valor do custo efetivo de reprodução gráfica ou, quando
for o caso, os custos de utilização dos recursos de tecnologia da informação. Art. 32
4. O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos
termos desse compromisso. Art. 33, § 2º.
5. No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira. Art. 33, § 1º.
14
Acórdão 1240/2008 Plenário (Sumário):
Art. 33.
Por outro lado, o Decreto n° 6.204/2007 em seu art. 3° isenta na habilitação em licitações para o
fornecimento de bens de pronta entrega ou para a locação de materiais a apresentação do balanço
patrimonial do último exercício social pela microempresa e empresa de pequeno porte.
Merece destaque ainda o posicionamento adotado pela Advocacia Geral da União, que esclarece que,
em relação ao tratamento legal diferenciado regulamentado pela Lei Complementar nº 123/2006,
dado o alto número de fraudes na participação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(ME/EPP) nas licitações públicas, e considerando a fragilidade da principal forma de comprovação de
tal enquadramento (declaração unilateral da própria empresa), o TCU vem adotando meio alternativo
para verificar a condição da ME/EPP: a consulta ao Portal da Transparência do Governo Federal, que
indica os valores recebidos por cada empresa em decorrência de contratos firmados com os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal que executam suas despesas pelo SIAFI.
Tal consulta revela se a empresa recebeu pagamentos do Governo Federal em montante superior
ao limite legal de receita bruta anual para enquadramento como ME ou EPP. Nessa hipótese,
mesmo sem considerar os demais valores recebidos de outras fontes, já é possível constatar que
a empresa perdeu legalmente a condição de ME ou EPP, para fins de aplicação do tratamento
favorecido conferido pela Lei Complementar n° 123/2006.
Como exemplo, o TCU seguiu tal metodologia nos Acórdãos n° 298/2011, n° 2.259/2011 e n°
3.256/2011 todos do Plenário, tratando de casos concretos.
15
13. Ponto Polêmico
Com efeito, vê-se que a exigência da certidão negativa de débitos trabalhista (CNDT) ao longo
da execução contratual deve contribuir para reduzir ou mesmo afastar eventuais condenações
subsidiárias da Administração Pública Federal com base nesse novo Enunciado nº 331, haja vista
que, com o efetivo cumprimento dessa nova exigência legal, pode-se afastar possível alegação
em reclamações trabalhistas acerca de uma suposta culpa in vigilando da Administração Pública
por uma possível omissão culposa na fiscalização do cumprimento dos encargos trabalhistas
pela empresa contratante. GRUPO II – CLASSE VII – PLENÁRIO TC 002.741/2012 – 1- Natureza:
Solicitação. Interessado: Presidente do Tribunal Superior do Trabalho – TST. Órgão: Tribunal Superior
do Trabalho – TST (grifo nosso).
Ainda, conforme parecer da PGFN, merece destaque que a CNDT será exigida para todas as contratações
“Assim, assentada a finalidade principal da norma, no sentido de propiciar maior efetivação ao
fundamento constitucional da valorização do trabalho humano, conclui-se que, em regra, a CNDT
deverá SEMPRE ser exigida, em quaisquer tipos de contratações da Administração Pública (mesmo
em não se tratando de terceirização de serviços com alocação de mão de obra), tal como ocorre
com a necessidade de comprovação de regularidade com a seguridade social. PARECER - PGFN/CJU/
COJLC Nº 731/2012 - Disponível em http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0Ct-
SazmkE8J:dados.pgfn.fazenda.gov.br/storage/f/2013-05-05T003215/7312012_2370_arquivo.
doc+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-a
Terminamos o módulo 10. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.
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Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
11 Os Autos do Processo de Licitação
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
7. Ponto Polêmico............................................................................................................. 10
1. Objetivos do Módulo
REFERÊNCIA: art. 38, caput, e 60 da Lei no 8.666 de 1993; art. 22 da Lei 9.784 de 1999;
Portarias Normativas SLTI/MP no 05, de 2002 e 03 de 2003; Orientações Básicas sobre Processo
Administrativo do NAJ/PR; Decisão TCU 955/2002-Plenário e Acórdãos TCU 1300/2003-Primeira
Câmara, 216/2007-Plenário, 338/2008-Plenário. Fonte: http://www.agu.gov.br/sistemas/site/
PaginasInternas/NormasInternas/ListarAtos.aspx?TIPO_FILTRO=Orientacao
1. Isso significa que não existe licitação se não for por intermédio de um processo administrativo específico para aquele objeto
que se pretende licitar.
A hipótese de uma licitação feita sem processo, qualquer que seja a sua modalidade, caracteriza nulidade total do
procedimento, respondendo a autoridade que deu causa por crime de responsabilidade.
5
3. Autuar, protocolar e numerar o processo
Art. 38
O Setor de Protocolo dá forma processual2 aos documentos recebidos. Esses documentos podem
ter origem em setores internos da Administração Pública ou ser encaminhados por particulares
que tenham interesses públicos junto às organizações públicas.
Como é autuado um processo? Com quantas páginas se abre um novo volume? Como
se numeram as páginas de um processo? O que é juntada ou apensação ou anexação de
documentos e processos? Como deve ser um carimbo de recebimento ou de remetente
ou de “confere com o original”? Essas e outras orientações encontram-se na Portaria
Normativa 05 de 19 de dezembro de 2002 (alterada pela PORTARIA INTERMINISTERIAL
Nº 12 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009) que dispõe sobre os procedimentos gerais para
utilização dos serviços de protocolo, no âmbito da Administração Pública Federal, para os
órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG. Endereço: http://www.
comprasgovernamentais.gov.br/ > Legislação > Portarias .
Na autorização, a indicação sucinta do objeto e o recurso próprio para despesa são pressupostos
indispensáveis para a validade de um processo de licitação, qualquer que seja a modalidade.
6
5. Documentos Juntados ao Processo
Pode-se dizer que o edital (ou a carta-convite) é a peça mais importante do processo
de licitação. Conforme já vimos no seu conceito, o edital é a lei entre os licitantes e a
administração e nada pode alterá-lo. É a garantia de ambas as partes de que ele será
fielmente cumprido.
Uma cópia desse aviso, comprovando a sua publicação, deverá ser juntada ao processo.
Se a modalidade for convite, o que se deve juntar é o comprovante de que a carta-convite
foi entregue para um mínimo de três fornecedores escolhidos pela Administração.
Art. 21
A licitação, qualquer que seja a modalidade, estará sendo conduzida por um representante
da administração.
Convém ressalvar que os incisos do art. 38 não correspondem à lógica sequencial das atividades
da administração. Indicam apenas a necessidade da juntada dos documentos que mencionam.
7
Deve ser observado o fiel cumprimento do art. 38, caput e seus incisos, e art. 40, § 1º, da Lei
n.º 8.666 de 1993, relativos à regular autuação e constituição dos processos licitatórios, em
especial quanto à numeração das folhas e aposição da rubrica imediatamente após a juntada dos
documentos da licitação ao processo.
Todas as manifestações e decisões relevantes feitas pela Comissão de Licitação devem ser
juntadas por cópia no processo.
Assim, um processo pode até não ter manifestação técnica em função de seu objeto, mas
se não tiver manifestação jurídica cria vícios que podem levar à sua nulidade.
Adjudicação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação, para subsequente
efetivação do contrato administrativo.
Homologação é o ato pelo qual a autoridade superior confirma o julgamento das propostas
e, consequentemente confere eficácia à adjudicação.
Dessa forma, após a homologação, o licitante vencedor já pode firmar contrato com a
administração do objeto em que saiu vencedor.
Esses dois atos, tanto de adjudicação quanto o de homologação, devem ser juntados por
cópia nos autos do processo de licitação.
Somente após concluído o exame dos recursos administrativos se dará ou não razão para
o recorrente.
8
Os recursos administrativos e as peças decorrentes do recurso deverão ser juntadas ao processo
de licitação. Para um melhor entendimento sobre os recursos administrativos, faça o curso Gestão
de Contratos que também integra o Programa de Capacitação em Gestão da Logística Pública.
A anulação de uma licitação ocorre quando houver em seu bojo um vício insanável,
caracterizando um ato de ilegalidade. A anulação pode ser feita em qualquer fase da
licitação e deve ficar bem demonstrada. Se não houver justa causa, qualquer interessado
pode buscar a sua invalidação no Judiciário.
Tomemos como exemplo o caso de corte de orçamento feito pelo Governo Federal. Tal
corte obriga as administrações a refazerem as suas programações. Muitas licitações,
porventura, em pleno desenvolvimento, tem que ser revogadas em função da oportunidade
e conveniência claramente demonstrada (inexistência de verba no orçamento).
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
O termo de contrato (se houver) deverá também constar no seu original nos autos do
processo de licitação.
9
XII - Demais documentos relativos à licitação
Outros documentos que não são elencados no art. 38 e que, a juízo da Comissão de
Licitação, merecem relevância, deverão ser juntados nos autos do processo de licitação.
As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem
ser previamente examinadas3 e aprovadas por assessoria jurídica4 da administração.
Art. 38, § único
7. Ponto Polêmico
[ACÓRDÃO]
9.3. [...], determinar à Presidência da Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras - que, para o caso de
processos ainda em papel, e visando ao resguardo dos princípios da transparência e da
moralidade, expeça orientação aos setores competentes da empresa, a fim de que todos passem
a observar a necessidade de numeração sequencial e de rubrica das folhas dos processos;
[VOTO]
26. Terceiro: ausências parciais de rubrica em algumas páginas e total de numeração no processo
relativo ao Convite nº 0.375.780.07-8, contrariando, respectivamente, o estatuído nos arts. 40, inciso
X, 23, § 1º, e 38 do referido diploma, bem como no disposto no art. 22, § 4º, da Lei nº 9.784/99:
[...]
29. Essa matéria mereceu análise do Ministro Ubiratan Aguiar, no voto que fundamentou o Acórdão
nº 1.261/2004 - TCU - Plenário, nos seguintes termos:
“5. Em relação ao mérito da falha em tela, apesar de sua aparente singeleza, há que se ressaltar
que a organização dos documentos em processos numerados sequencialmente é uma medida
básica de controle, com o objetivo de proporcionar que se saiba exatamente quais foram os atos
praticados no processo, na ordem em que eles ocorreram, evitando também que documentos
sejam retirados ou incluídos nos processos extemporaneamente.”
3. Esse exame e aprovação devem estar bastante evidentes nos autos do processo de licitação, a fim de não dar margens para
vícios processuais.
4. O assessor jurídico que proceder o exame deverá datar e assinar a sua manifestação, submetendo-a à autoridade
imediatamente superior para fins de aprovação.
10
30. Destaco que a numeração das folhas de um processo e a sua rubrica não configura medida de
burocrata, mas sim medida de prudência necessária à concretização e à proteção dos princípios da
transparência e da moralidade, porquanto dificultam a fraude.
31. E nesse particular, ainda que a Lei nº 9.784/1999, invocada pelo Tribunal como fundamento das
suas decisões não trouxesse a previsão contida no art. 22, §4º, quanto à necessidade de numeração
e de rubrica, não estaria a Petrobras dispensada dessa providência como forma de resguardar a
lisura dos seus processos, cujos interesses são múltiplos, tanto por parte do Poder Público, seja
na perspectiva do interesse público primário, seja na do interesse público secundário, quanto por
parte dos particulares que contratam ou pretendem contratar com a Petrobras.
32. Nesse sentido, entendo, assim como entendeu o Ministro Augusto Nardes, a impertinência
de se buscar a responsabilidade dos empregados da Petrobras, quando da inobservância desse
procedimento. Isso porque compete à alta administração da Companhia adotar as devidas
providências para regulamentar a questão internamente, promovendo a devida divulgação da
mudança de rotina.
33. Por essa razão, entendo que o TCU deve, nesta oportunidade, reiterar a determinação para
que se adote as devidas providências para o resguardo dos princípios da transparência e da
moralidade, consistente na expedição de orientação aos setores competentes da empresa, a
fim de que todos passem a observar a necessidade de numeração e de rubrica das folhas dos
processos, para, naturalmente, os casos de processos que ainda utilizarem papel, uma vez
que os processos eletrônicos fazem tal numeração de forma automática. AC-1394-21/12-P
Sessão: 06/06/12 Grupo: II Classe: V Relator: Ministro RAIMUNDO CARREIRO - Fiscalização
– Levantamento (grifos nossos).
8. Finalizando o Módulo
Terminamos o módulo 11. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.
11
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
12 Julgamento e Encerramento
da Licitação
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Fundação Escola Nacional de Administração Pública
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Paulo Sergio de Carvalho
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Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
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1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
4. Análise na Habilitação..................................................................................................... 6
9. Disposições Finais.......................................................................................................... 12
1. Objetivos do Módulo
2. Introdução
Por sua vez, a Comissão de Licitação preparou-se para, no dia e hora definidos no edital,
receber as propostas dos interessados, a fim de examiná-las e julgá-las de acordo com as
regras estabelecidas no edital.
Assim é realizada a reunião pública de recebimento e abertura dos envelopes, com a análise
dos documentos neles inseridos.
A seguir, veremos todos os procedimentos que devem ser observados para processar e julgar
a licitação.
O preâmbulo do edital de licitação (art. 40), dentre outras exigências, menciona o local, dia e
hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes2.
1. Todos os interessados em participar da licitação prepararam as suas propostas com base no edital que foi publicado (no
caso de concorrência ou tomada de preços), ou na carta-convite que foi entregue (no caso de convite).
2. No dia, hora e local convencionados, os interessados vão entregar os seus respectivos envelopes:
- O envelope de n° 1, devidamente identificado, deverá conter os documentos relativos à habilitação do licitante,
5
A Comissão de Licitação irá receber os envelopes dos interessados dentro do horário previsto3,
credenciando4 aqueles que quiserem participar desse ato público. Nos termos do art. 41 da Lei
de Licitações, a administração deve seguir à risca todas as exigências constantes do Edital, o que
inclui a proibição de realizar novas exigências, bem como a vedação à prorrogação de prazos.
Jurisprudência do STJ:
4. Análise na Habilitação
Recebidos os envelopes pela Comissão de Licitação, esta dará início aos trabalhos, abrindo os
envelopes que contém os documentos de habilitação, sempre em conformidade com o edital.
Ato contínuo, dará vista desses envelopes a todos os credenciados, os quais farão seus exames
e suas anotações de possíveis irregularidades dos demais participantes.
Aos inabilitados será aberto prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso, se assim o
desejarem.
Só após o julgamento final dos recursos é que se devolverá aos inabilitados os respectivos
envelopes contendo a sua proposta, devidamente fechados.
lembrando-se que parte desta documentação poderá ser substituída pelo CRC (no âmbito dos Estados, Municípios e do
Distrito Federal), ou pelo SICAF (na esfera da Administração Federal).
- O envelope de n° 2, igualmente identificado, deverá trazer o preço ofertado.
- Na hipótese de licitações do tipo “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”, o envelope nº 2 deverá conter
a proposta técnica, situação na qual haverá um terceiro envelope (de nº 3), contendo as propostas de preços. Apenas os
licitantes que tiverem suas propostas técnicas aprovadas terão seus envelopes de nº 3 abertos.
- Assim, a licitação do tipo “menor preço” será processada por meio de entrega, pelos licitantes, de dois envelopes
(habilitação e preço). As licitações do tipo “melhor técnica” ou “melhor técnica e preço”, por sua vez, terão três envelopes
(habilitação, proposta técnica e preço).
3. Após o horário, não cabe receber mais nenhuma documentação, sob pena de nulidade do procedimento.
4. Só pode credenciar o representante legal da empresa (proprietário, diretor, etc) ou alguém que tenha procuração pública
ou particular devidamente especificado para tal fim.
6
Caso o inabilitado manifeste o desejo de não recorrer, a comissão providenciará que ele assine
um documento escrito de desistência. Só após essa desistência expressa é que a comissão
tem condições de passar para a fase seguinte, que é a abertura dos envelopes contendo as
propostas dos habilitados.
Caso não haja desistência expressa do inabilitado, a comissão será obrigada a suspender a
reunião e, se possível, já marcará data para reinício dos trabalhos, calculado o prazo que durará
o trâmite do recurso até o julgamento final.
Abertos todos os envelopes contendo as propostas, a Comissão dará vista aos credenciados
presentes para exame e anotação de possíveis irregularidades de seus concorrentes, em
conformidade com as exigências do edital.
• A Comissão de Licitação pode optar por fazer o exame e julgamento das propostas em
7
caráter privativo, motivado pela complexidade do julgamento. Hipótese em que
deverá buscar o auxílio de técnicos das respectivas áreas de conhecimento.
• Esse auxílio deverá ocorrer de forma escrita e conter a opinião conclusiva do técnico
sobre as propostas, em conformidade com o edital.
• Com base nessa manifestação técnica, a comissão fará o seu julgamento, classificando
as propostas em ordem crescente, a fim de submetê-las à autoridade competente.
Convém ressaltar que a Comissão não tem competência de declarar ninguém vencedor.
Sua atribuição é julgar e classificar.
O art. 44 da Lei Complementar nº 123/2006, considera como empate, para fins de licitação,
“aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de
pequeno porte sejam iguais ou até dez por cento superiores à proposta mais bem classificada”
(grifos nossos).
8
Critério de 10% acima da melhor proposta de acordo com a LC 123/07
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:
CRITÉRIO DE DESEMPATE
Quadro elaborado por: Prof º Walter Salomão Gouvêa
Licitantes Melhor Proposta Classificação
Empresa Ltda. 10.000,00 *-*-* 5ª colocada Se desclassificadas as demais
Faixa
Empresa ME A 11.000,00 4ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa ME B 10.520,00 1ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa EPP A 10.980,00 3ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
Faixa
Empresa EPP B 10.755,00 2ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 10%
O mesmo benefício foi estendido para as sociedades cooperativas que tenham auferido,
no ano-calendário anterior, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$
2.400.000,00, as consideradas empresas de pequeno porte.
9
Recursos Administrativos
Dispõe o art. 109, acerca dos recursos cabíveis contra os diversos atos praticados ao longo da
licitação, nos seguintes termos:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata,
nos casos de:
Este recurso terá efeito suspensivo nas hipóteses indicadas no item “a” e “b” deste artigo,
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público,
atribuir eficácia suspensiva aos demais recursos.
A partir dessas regras recursais, procura o legislador evitar que sejam cometidas injustiças
contra licitantes. A existência de dupla instância permite que o licitante possa atacar ato que,
no seu entendimento, esteja ferindo seus direitos.
10
8. Deliberação quanto à Homologação e Adjudicação
5. “Excluir a Nota de Rodapé que diz: “A autoridade competente para adjudicar e homologar é o ordenador de despesas” OU
deixar mais claro e correto: “ Geralmente, a autoridade competente para homologar e adjudicar é o Ordenador de Despesas.
6. Jessé Torres Pereira Junior in “Comentários á Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública”pg. 518. 8ª edição,
2009 - Editora Renovar - São Paulo.
11
Acórdão 1820/2008 Plenário. Atente-se para as fases do processo licitatório especialmente
no que tange à adjudicação e homologação do objeto da licitação, abstendo-se de realizar,
na mesma licitação, diversas adjudicações e homologações parceladas, em observância ao
art. art. 43, inciso VI, da Lei nº 8.666/1993.
9. Disposições Finais
Nos termos dos art. 81 da Lei Federal de Licitações, a recusa injustificada do vencedor da
licitação em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo
estabelecido pela administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida,
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. É o que a doutrina denomina de
hipótese de responsabilidade prévia ao contrato.
12
10. Ponto Polêmico
Recurso
Terminamos o módulo 12. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.
13
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
13 O Pregão
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Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
4. Fases do Pregão............................................................................................................... 9
5. Pregão Presencial.......................................................................................................... 10
6. O Pregão Eletrônico....................................................................................................... 13
7. Ponto Polêmico............................................................................................................. 19
8. Finalizando o Módulo.................................................................................................... 19
Módulo
13 O Pregão
1. Objetivos do Módulo
2. Introdução
A modalidade pregão foi instituída pela Medida Provisória nº 2.026, de 4 de maio de 2000.
Essa Medida Provisória foi regulamentada1 pelos Decretos Federais nº 3.555, de 8 de agosto
de 2000, nº 3.697, de 21 de dezembro de 2000 que tratavam do pregão na forma presencial e
eletrônica, respectivamente.
Após vinte e oito reedições a Medida Provisória que tratava do Pregão foi convertida na Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002. O Decreto nº 3.697/2000 foi revogado pelo Decreto nº 5.450,
de 31 de maio de 2005, permanecendo vigente o Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000.
Legislação suplementar:
O que é o pregão?
5
Lei nº 10.520/2002, art.1º e § único
As obras, bem como as locações imobiliárias e alienação em geral, continuam sendo regidas
pela Lei nº 8.666/93.
Assim, a locução sob exame não é utilizada normativamente com a finalidade de eliminar os
objetos sofisticados da possibilidade de aquisição pela adoção do pregão, mas de proporcionar
a aquisição de bens cujo padrão de desempenho e qualidade possa ser aferido sem a
necessidade de investigações pormenorizadas, possibilitando ao pregoeiro decidir com
relativa facilidade acerca da aceitabilidade da proposta.
MIRANDA, Henrique Savonitti, Licitações e contratos administrativos. 4. ed. Brasília: Senado
Federal, 2007. p. 165.)
SÚMULA Nº 257/2010
FUNDAMENTOS LEGAIS:
6
Atualmente o entendimento dominante é que os bens e serviços comuns são aqueles
encontrados facilmente no mercado, os chamados bens de prateleira. As regras com relação a
especificação do objeto, de forma clara, precisa e suficiente são válidas para o pregão, sendo
vedada a inclusão de marcas ou especificações direcionadas que limitem ou frustrem o caráter
competitivo da licitação.
Outra suposta irregularidade identificada no Pregão Presencial SRP n.º 029/2009, da Secretaria
de Educação e Cultura do Município de João Pessoa/PB, foi a exigência do padrão BTX para
a placa-mãe, gabinete e fonte, a qual, em cognição sumária, se revelou desarrazoada sob o
ponto de vista técnico, por não trazer nenhuma vantagem relevante para o atendimento do
interesse público, tendo sido suscitada, ainda, contratação mais onerosa para a administração
municipal. O relator chamou a atenção para o fato de que o valor da oferta vencedora foi
de R$ 1.895.950,00 para 750 máquinas, o que implicaria custo médio de R$ 2.527,93 por
microcomputador. A corroborar a onerosidade excessiva da aquisição, considerou oportuno
destacar licitação realizada recentemente pela administração do TCU (Pregão n.º 65/2009),
em que foram aceitos equipamentos com qualquer uma das arquiteturas, ATX ou BTX, tendo
sido de R$ 2.323.500,00 o preço total ofertado pela vencedora para o fornecimento de 2.000
microcomputadores, importando custo unitário de R$ 1.549,00 por equipamento. Além disso,
a própria quantidade de licitantes que acorreu ao certame oferecia indícios de que a decisão da
municipalidade poderia ter ensejado restrição à competitividade. Não obstante doze empresas
terem adquirido o edital, somente quatro apresentaram proposta, o que revela, para o relator,
“indícios de alijamento de potenciais interessados em participar da licitação”.
Princípios
O pregão é uma modalidade de licitação pública, por isto está condicionada aos princípios
gerais da Administração Pública relacionados no art. 37 da Constituição Federal, sendo a
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Além destes, o parágrafo
único, do art. 5º do Decreto nº 5.450/05 acrescenta o princípio da probidade administrativa,
vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo das propostas, razoabilidade,
competitividade e proporcionalidade.
7
Formas de Realização
O pregão possui duas formas de realização, a eletrônica e a presencial. Por força do art. 4º do
Decreto nº 5.450/05, a Administração Pública Federal deverá utilizar, preferencialmente, a
forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificado pela autoridade
competente.
Esta então é a regra, quando se tratar de contratação de bens e serviços comuns é obrigatório
o uso da modalidade pregão e preferencialmente na forma eletrônica. Quando comprovada
a inviabilidade, devidamente justificada pela autoridade competente do órgão promotor da
licitação, o pregão na forma presencial poderá ser utilizado.
Acompanhando a legislação, este curso dará mais enfoque ao pregão na forma eletrônica, por
sua obrigatoriedade.
O processo licitatório pela modalidade pregão deverá ter o objetivo único de selecionar a
proposta mais vantajosa para o ato ou contrato de interesse da administração.
Vale lembrar que proposta mais vantajosa é aquela selecionada que atenda a 100% do
disposto no edital do certame (prazo de entrega, condições de fornecimento, habilitação,
especificações, forma, entre outros) e conjuntamente ofereça o melhor preço, isto é, o preço
mais barato.
Se não houver seleção de proposta mais vantajosa no pregão, não houve licitação pública,
pois estaria em desacordo com o art. 3º da Lei Geral de Licitação - Lei nº 8.666/93, que
no caso do pregão é utilizada subsidiariamente.
A equipe de apoio deve ser composta por servidores da administração promotora da licitação
ou de órgão ou entidade integrante do SISG.
Essa equipe deve ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou
emprego da Administração Pública, pertencentes, preferencialmente, ao quadro permanente
da aAdministração promotora da licitação.
8
Ressalve-se que no âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da
equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.
4. Fases do Pregão
O processo de pregão é dividido em duas fases distintas, a fase interna ou preparatória e a fase
externa.
Fase preparatória
A fase interna ou preparatória é aquela própria da administração na qual esta tem a oportunidade
de conhecer e delimitar a sua necessidade de contratação, definição do objeto, estabelecer os
parâmetros de qualidade e desempenho, verificar as opções do mercado fornecedor e seus
valores (preço de referência), enfim, desenvolver um estudo, um planejamento geral sobre a
contratação.
É nesta fase que se desenvolvem os documentos internos como a solicitação de compra, o termo
de referência, providências de dotação orçamentária e disponibilidade financeira, autorização
para abertura do certame, designação do pregoeiro e equipe de apoio, elaboração da minuta do
edital e seus anexos e apreciação jurídica sobre o edital.
Por ser fase própria da administração, esta poderá modificá-la, alterá-la ou extingui-la de
ofício sem necessidade de divulgação aos interessados no processo, porque ainda não houve
a publicação do aviso de licitação.
9
◊ Elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das propostas.
◊ Definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclusive no
que se refere aos prazos e às condições que, pelas suas particularidades, sejam
consideradas relevantes para a celebração e execução do contrato e o atendimento
das necessidades da administração.
◊ Designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
Termo de Referência
Este documento é de suma importância, pois fará com que os servidores envolvidos no
processo de contratação façam um detalhado planejamento da compra (entrega imediata ou
pronta entrega) ou serviço, levando em consideração todas as nuances do objeto e a finalidade
pública da contratação.
Fase Externa
5. Pregão Presencial
O Pregão Presencial é realizado em sessão pública, com a presença dos representantes das
empresas.
Antes do Certame
10
Valores estimados para contratação Meios de divulgação do edital
Até R$ 160.000,00 - Diário Oficial da União
(cento e sessenta mil reais) - Meio eletrônico, na internet
Acima de R$ 160.000,00 - Diário Oficial da União
Cento e sessenta mil reais - Meio eletrônico, na internet
até R$ 650.000,00 - Jornal de grande circulação local
(seiscentos e cinquenta mil reais) - Diário Oficial da União
- Meio eletrônico, na internet
Superiores a R$ 650.000,00
- Jornal de grande circulação regional ou
(seiscentos e cinquenta mil reais)
nacional
2 - Serão classificadas:
• A proposta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
superiores.
• Não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas no item anterior,
poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três). Serão essas
propostas que irão participar da fase de oferecimento de lances2 verbais, sucessivos
e decrescentes. As demais propostas estarão parcialmente desclassificadas.
11
O parágrafo 2º do art. 44 da Lei Complementar nº 123/2006, considera como empate, para
fins de licitação na modalidade de pregão, as situações em que as propostas apresentadas
pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 5% (cinco por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.”
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:
CRITÉRIO DE DESEMPATE
Quadro elaborado por: Prof º Walter Salomão Gouvêa
Licitantes Melhor Proposta Classificação
Empresa Ltda. 10.000,00 *-*-* 5ª colocada Se desclassificadas as demais
Faixa
Empresa ME A 10.500,00 4ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa ME B 10.020,00 1ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa EPP A 10.356,00 3ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
Faixa
Empresa EPP B 10.250,00 2ª colocada Se inferior a 10.000,00
de 5%
12
Após a etapa competitiva
6. O Pregão Eletrônico
O Pregão Eletrônico é destinado a todos os órgãos da Administração Pública Federal direta, aos
fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.
Dá-se preferência à forma eletrônica de pregão, exceto nos casos de comprovada inviabilidade8,
a ser justificada pela autoridade competente.
13
Nos termos em que dispõe o Decreto Federal n°5.504, de 5 de agosto de 2005, o pregão,
preferencialmente na forma eletrônica, é obrigatório para entes públicos ou privados, nas
contratações de bens ou serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências
voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos
congêneres, ou consórcios públicos.
O Pregão Eletrônico é feito via internet, através de um sistema próprio. A condução do pregão,
na forma eletrônica, é feita pela administração promotora da licitação.
A Secretaria poderá ceder o uso do seu sistema eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios mediante celebração de termo de adesão.
Essa chave de identificação, bem como a senha, permite a participação em qualquer pregão na
forma eletrônica, salvo quando canceladas por solicitação do credenciado ou em virtude de seu
descadastramento perante o Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF.
14
Fase Preparatória
• Credenciar-se no SICAF.
• Solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de acesso por interesse
próprio.
• Responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu nome, assumindo
como firmes e verdadeiras suas propostas e lances, inclusive os atos praticados
diretamente ou por seu representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao
órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes de
uso indevido da senha, ainda que por terceiros.
• Utilizar-se da chave de identificação e da senha de acesso para participar do pregão
na forma eletrônica.
• Acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo licitatório,
responsabilizando-se pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da
inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua desconexão.
• Comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento que
possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato bloqueio
de acesso.
• Remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meio eletrônico, via internet, a
proposta e, quando for o caso, seus anexos.
Fase Externa
Veja os meios de divulgação do edital de acordo com os valores estimados para contratação
para o pregão eletrônico:
A publicação do aviso de edital poderá ser feita em sítios oficiais da administração, na Internet,
desde que certificado digitalmente por autoridade certificadora credenciada no âmbito da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.
15
Quando se tratar de divulgação de pregão realizado para o sistema de registro de preços,
independentemente do valor estimado, a divulgação será feita:
A sessão pública na internet será aberta por comando do pregoeiro, com a utilização da sua
chave de acesso e senha, na hora prevista no edital. Dela podem participar os licitantes que
apresentaram propostas - o acesso desses licitantes à sessão pública se dará por meio das suas
chaves de acesso e senhas.
16
Se durante a etapa de lances houver desconexão do pregoeiro e se o sistema permanecer
acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.
Se a desconexão persistir por tempo superior a dez minutos, a sessão será suspensa e
reiniciada somente após comunicação aos participantes, no endereço eletrônico utilizado para
divulgação.
17
• A partir desse momento, qualquer licitante poderá, de forma imediata e motivada11,
em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer12.
A partir daí, os demais licitantes estarão intimados, caso queiram, apresentarem contrarrazões
em igual prazo - três dias, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-
lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.
O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, salvo disposição específica do edital.
18
7. Ponto Polêmico
Parte da doutrina e da jurisprudência aponta que o pregão traz algumas desvantagens, quais sejam:
necessidade de conhecimento específico sobre o objeto; risco de decisões errôneas; modalidade
(presencial) imprópria para diversos objetos e tendência de morosidade na fase interna.
8. Finalizando o Módulo
Terminamos o módulo 13. Volte à tela inicial do curso e faça o Exercício Avaliativo do módulo.
19
Logística de Suprimentos
Lei nº 8.666/93,
pregão e registro de preços
Módulo
14 O Sistema de Registro de Preços
Brasília 2015
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Conteudista: Edson Seixas Rodrigues(2005); Revisores: Henrique Savonitti (2008), Walter Salomão (2011),
Hanna Ferreira (2013).
© Enap, 2014
1. Objetivos do Módulo....................................................................................................... 5
2. Introdução....................................................................................................................... 5
3. Conceito.......................................................................................................................... 5
4. O SRP............................................................................................................................... 6
11. Quadro-Resumo.......................................................................................................... 17
1. Objetivos do Módulo
2. Introdução
O Sistema de Registro de Preços – SRP foi instituído pela Lei n° 8.666/93, art. 15, inciso II,
que permitia o seu uso apenas por meio da modalidade Concorrência. Após o advento da
modalidade Pregão, foi expedido o Decreto n° 3.931, de 19 de setembro de 2001 (alterado
pelo Decreto n° 4.342, de 23 de agosto de 2002) que possibilitou em seu art. 3° o uso
desta ferramenta por meio da nova modalidade Pregão representando um avanço para as
contratações públicas.
Em 23 de janeiro de 2013, foi editado o Decreto nº 7.892/13 que trouxe diversas mudanças
ao Sistema de Registro de Preços e revogou o anterior normativo, tema sobre o qual também
trabalharemos ao longo deste Módulo.
3. Conceito
O que é o srp?
Outros conceitos?
5
• Órgão Gerenciador: órgão ou entidade da Administração Pública Federal responsável
pela condução do conjunto de procedimentos do certame para registro de preços e
gerenciamento da Ata de Registro de Preços dele concorrente.
• Órgão Participante: órgão ou entidade da Administração Pública Federal que participa
dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro
de preços.
• Órgão Não Participante (conhecido como “Carona”): órgão ou entidade que não é
órgão gerenciador ou participante, mas que, durante a vigência da Ata de Registro de
Preços, manifesta o interesse de aproveitar o processo realizado por outro órgão ou
entidade e atendidos os requisitos do Decreto, faz adesão à ata de registro de preços.
REFERÊNCIA: arts. 1°, 15, inc. II e § 3º, Lei nº 8.666, de 1993; art. 1º, Decreto nº 3.931, de
2001. Acórdão TCU 1.487/2007-Plenário.
4. O SRP
Quando adotar?
O Sistema de Registro de Preços por ser uma ferramenta que facilita o processo de contratação
pública poderá ser utilizado de forma preferencial, nas seguintes hipóteses:
6
Ex: aquisição de medicamentos, gêneros alimentícios (merenda escolar), ou no caso
de serviços, o exemplo típico seria o de “limpeza e conservação”.
c) Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo.
Ex: o Ministério da Educação que procede a um SRP de aquisição de equipamentos
de laboratório a ser utilizado por todos os Institutos Federais que fazem parte da
rede.
d) Quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo
a ser demandado pela administração.
Ex: vacinas (H1N1) para uma campanha de vacinação, na qual não se sabe, por certo e
determinado, a quantidade total de pessoas a serem vacinadas. Esta vacina poderia ser
adquirida por registro de preço e ser solicitada a sua quantidade, de acordo com a procura de
interessados na vacinação, por não ser esta obrigatória e sim facultativa ao cidadão.
Sistema de Registro de Preços – deve ser regra: sempre que presente uma das hipóteses
permissivas, processar, preferencialmente, as aquisições de bens por intermédio do Sistema
de Registro de Preços.
CARACTERÍSTICAS
7
Usar qual modalidade?
A legislação permite somente que a licitação para registro de preços seja realizada na
modalidade concorrência ou pregão, do tipo menor preço, mediante ampla pesquisa de
mercado.
Inclusive, o edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço aferido pela
oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no mercado, desde que tecnicamente
justificável.
O que não permite dizer que poderá ser adotado para a modalidade pregão, o tipo técnica e
preço, pois este apenas coexiste com o tipo menor preço.
A regra, para as licitações que objetivem o registro de preços, será a utilização da Intenção de
Registro de Preços - IRP, conforme artigo 4º do Decreto nº 7.892/13 que determina o seguinte:
A exceção à utilização da IRP está estampada no §1º do supracitado artigo, que dispõe:
8
6. Fase do Planejamento no Sistema de Registro de Preços – Atribuições do
Órgão Gerenciador e do(s) Órgão(s) Participante(s)
A fase do planejamento da licitação que objetiva o registro dos preços será um pouco mais
complexa do que o certame que objetiva contratação imediata, haja vista que haverá mais de
um agente envolvido durante os procedimentos.
O passo a passo será, conforme interpretação sistêmica dos artigos 5º e 6º, o seguinte:
Ou seja, tanto o órgão gerenciador quanto os órgãos participantes deverão elaborar Termo de
Referência ou Projeto Básico, antes da licitação objetivando o registro de preços.
9
5. Caberá então, ao Órgão Gerenciador, a realização do procedimento licitatório e o
Gerenciamento da ata de registro de preços, conforme artigo 5º, incisos VI e VII,
do Decreto nº 7.892/13. O gerenciamento da ata de registro de preços incluirá:
10
7. O Edital para SRP
Assunto este que trazemos ao conhecimento neste Módulo por se estudar o registro de preços.
As características aqui demonstradas deverão ser atendidas tanto para o edital de concorrência
quanto para o edital de pregão, seja ele presencial ou eletrônico.
Para a elaboração do edital, caberá ao órgão gerenciador a realização da pesquisa de mercado para
identificação do valor estimado da licitação, além da consolidação dos dados das pesquisas de
mercado realizadas pelos órgãos e pelas entidades participantes.
Cabe ressaltar que, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União, os valores obtidos
por meio da pesquisa de preços serão os valores utilizados como parâmetro para análise dos
valores ofertados durante o certame, o que reforça a importância da Pesquisa de Preços.
Conforme vimos neste curso, a regra é a indicação prévia da dotação orçamentária como
condição da licitação (art. 7º, §2º, II; art. 14 e art. 38, caput, da Lei nº 8.666/93). Não obstante
essa determinação geral, nos casos de certame para Sistema de Registro de Preços a previsão
orçamentária será exigível apenas antes da assinatura do Contrato, tendo em vista que o preço
registrado não obriga a administração a adquirir o objeto licitado.
Orientações da AGU
O art. 9º, do Decreto 7.689/13 está para o Edital de Sistema de Registro de Preços como o art.
40, da Lei nº 8.666/93 está para o Edital Geral, ou seja, como verdadeiro manual de elaboração.
Conforme o supracitado art. 9º, os editais para Registro de Preços deverão conter:
11
2. A quantidade:
5. Caso admita a adesão de carona, deverá o edital prever de forma expressa essa
possibilidade.
6. Deverá, inclusive, prever a estimativa dessa quantidade que estará limitada, na
totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro
de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente
do número de caronas que aderirem. (Art. 22, §4º, Decreto nº 7.892/13)
7. Cada órgão ou entidade não participante (carona), que quiser fazer aquisições ou
contratações adicionais, não poderá exceder a cem por cento dos quantitativos dos
itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para
o órgão gerenciador e órgãos participantes. (Art. 22, § 3º, Decreto nº 7.892/13).
Art. 22. § 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços,
observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do
fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações
presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e
órgãos participantes.
8. Prazo de validade do registro de preços: lembrando que o prazo de validade da
ata de registro de preços não poderá ser superior a 12 (doze) meses, incluídas as
eventuais prorrogações, conforme art. 15, §3º, inc. III, da Lei nº 8.666/93. (Art. 12,
§1º, do Decreto nº 7.892/13).
Ainda, cabe destacar que quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de
serviços em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta diferenciada
por região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos variáveis por região.
12
Após elaboração do Instrumento Convocatório, conforme interpretação extensiva do art. 38, §
único, da Lei nº 8.666/93, a Assessoria Jurídica do órgão gerenciador e a do órgão participante
deverão atuar na análise dos atos da fase de planejamento e aprovação do Edital, exigindo-se
aprovação da Assessoria Jurídica tanto do órgão gerenciador quanto do órgão participante na
confecção das minutas editalícias, atas de registro de preço e, também, no contrato fruto do
registro do preço.
A Ata de Registro de Preços não é um contrato administrativo propriamente dito, com as suas
cláusulas obrigatórias estabelecidas pela Lei nº 8.666/93, mas possui força de contrato, pois
estabelece direitos e obrigações para as partes.
Por outro lado, enquanto o fornecedor não for liberado formalmente da Ata de Registro de
Preços pela Administração, permanece o compromisso de efetuar a entrega do objeto nas
condições oferecidas por ele e aceitas pelo Órgão ou Entidade Pública.
Este documento de compromisso – Ata de Registro de Preços – deverá ser assinado por todos
os fornecedores classificados e pela Comissão de Licitação ou pregoeiro, no caso do uso da
modalidade Pregão.
O art. 12, do Decreto nº 7.892/13 afirma que é vedado efetuar acréscimos nos quantitativos
fixados pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o §1º do art. 65 da
Lei nº 8.666/93.
Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da Ata de
Registro de Preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.
13
[TCE. Reajustamento de registro de preço.]
[SUMÁRIO]
1. A revisão de preço registrado, prevista no art. 12, § 1º, do Decreto 3.931/2001, decorrente
da elevação anormal no custo de insumos, exige a apresentação de planilhas de composição
do preço do produto, com todos os seus insumos, assim como dos critérios de apropriação dos
custos indiretos, que comprovem o desequilíbrio da equação econômico-financeira da proposta.
[VOTO]
[...]
Ainda que o gestor acreditasse que a revisão de preços fosse devida, caberia a ele abrir
negociação com os demais fornecedores (art. 12, § 1º, do Decreto 3.931/2001).
[ACÓRDÃO]
9.1 julgar irregulares [...] as contas de [omissis], condenando-os ao pagamento solidário das
importâncias a seguir indicadas [...];
AC-2861-17/09-1 Sessão: 02/06/09 Grupo: I Classe: II Relator: Ministro WALTON ALENCAR
RODRIGUES - Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria.
PRAZO DE VALIDADE
O prazo de validade da Ata de Registro de Preços não poderá ser superior a um ano, isto é, 12
(doze) meses consecutivos, computadas neste as eventuais prorrogações necessárias.
14
Orientação Normativa da AGU
REFERÊNCIA: art. 15, § 3º, inc. III, da Lei nº 8.666, de 1993; art. 4º, caput, § 2º, do Decreto
nº 3.931, de 2001.
O Decreto nº 7.892/13 prevê a criação de um cadastro de reserva de fornecedores que tem por
finalidade especial atender a superveniente exclusão do primeiro fornecedor classificado, nas
hipóteses previstas nos arts. 20 e 21 do Decreto regulamentador.
Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor
da proposta do licitante mais bem classificado, deixando claro desde logo que a apresentação
de novas propostas com a redução de preços não prejudicará o resultado do certame em
relação ao licitante mais bem classificado, objetivando a formação de cadastro de reserva,
para o caso de exclusão do primeiro colocado da ata nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus
preços ao valor da proposta do licitante mais bem classificado.
CAPÍTULO VI
DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA ATA
Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de preços observará, entre outras,
as seguintes condições:
I - será incluído, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou
serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequência da classificação do certame;
15
II - o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de
Compras do Governo federal e ficará disponibilizado durante a vigência da ata de
registro de preços;
III - a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada
nas contratações.
• Será incluído, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens
ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequência da classificação
do certame.
• O preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de
Compras do Governo Federal e ficará disponibilizado durante a vigência da ata de
registro de preços.
• A ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada nas
contratações.
A Ata de Registro de Preço gera obrigações ao fornecedor ali registrado, de forma que o
descumprimento do estipulado ensejará em sanção administrativa, resguardado de toda
forma seu direito ao contraditório e ampla defesa e ao devido processo, mediante despacho
da autoridade competente do órgão gerenciador.
16
O cancelamento de registros nas três primeiras hipóteses será formalizado por despacho do
órgão gerenciador, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Já o art. 21 esclarece que o cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato
superveniente, decorrente de caso fortuito ou força maior, que prejudique o cumprimento
da ata, devidamente comprovados e justificados, tanto por razão de interesse público como a
pedido do fornecedor.
11. Quadro-Resumo
17
órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente do número de órgãos
não participantes que aderirem. (22, §4º)
18