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Prof.

José Eduardo de Oliveira


jose.oliveira359@etec.sp.gov.br

Aula 15 - POLARIDADE DE LIGAÇÃO E POLARIDADE DAS MOLÉCULAS

Olá alunos, na proposta de hoje vocês deverão ler o texto com muita atenção observando cada
informação dada para entender essas informações tenha em mãos a Tabela Periódica dos elementos e
também precisarão do conceito de eletronegatividade, do conceito de ligação covalente normal e ligação
covalente dativa, assim como, da habilidade de reconhecer a geometria molecular das moléculas.

Tanto no corpo do texto como no seu final você terá questões para responder, respondendo a essas
questões você vai tendo no decorrer da leitura um feedback do seu aprendizado. As respostas a essas
questões deverão ser feitas em seu caderno.

Estarei em sintonia com vocês para sanar as de dúvidas, caso venham a ter.

Bom trabalho, Dudu.

Polaridade de Ligação

Até o momento, a ligação covalente foi definida como sendo o compartilhamento de elétrons entre dois átomos,
sem levar-se em conta a natureza deles. Existe, no entanto, diferenças marcantes neste compartilhamento.
Se for considerada a molécula do hidrogênio, onde dois átomos de hidrogênio compartilham um par de elétrons,
tem-se este par sendo atraído com a mesma intensidade pelos dois núcleos. O mesmo acontece no caso da
molécula de cloro.

Por outro lado, quando átomos diferentes estão ligados, nem sempre este compartilhamento será feito de forma
simétrica. Por exemplo, considere a molécula do cloreto de hidrogênio, HCl. Nesta molécula tem-se um átomo de
hidrogênio ligado a um átomo de cloro, sendo o par de elétrons atraído por ambos os núcleos. A grande diferença
na eletronegatividade destes átomos resulta numa maior força de atração do par de elétrons pelo núcleo de cloro.

Desta maneira, a nuvem eletrônica que forma a ligação estará distorcida, gerando uma falta de elétrons
(densidade eletrônica positiva) em torno ao hidrogênio e um excesso deles (densidade eletrônica negativa) em
torno ao cloro.

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Pode-se então classificar as ligações covalentes em dois tipos: aquelas onde a nuvem eletrônica não está
polarizada, formada com átomos com eletronegatividades semelhantes (ligação apolar), e aquelas onde ela se
encontra polarizada, no caso de núcleos com eletronegatividades marcadamente diferentes (ligação polar). Estes
dois tipos de ligação covalente são conhecidos como ligação covalente polar e ligação covalente apolar.

HCl H-Cl

Ligação covalente polar Ligação covalente apolar

1- Complete o organograma abaixo.

Ligação Covalente
Pode ser

Polar ..............
Estabelecida entre Estabelecida entre

Polaridade de moléculas

A polaridade das moléculas é um tópico importante no estudo da Química, pois nos ajuda a entender como as
moléculas de uma ou mais substâncias interagem, o que pode determinar a solubilidade ou o ponto de fusão e
ebulição dessas substâncias.
A partir da análise da polaridade das moléculas, por exemplo, podemos explicar o fato de encontrarmos a
substância dióxido de carbono (CO2) no estado gasoso, à temperatura ambiente, e a água (H2O) no estado líquido.
Outra importância de analisar a polaridade das moléculas é entender por que a água apresenta uma grande
facilidade em dissolver o cloreto de hidrogênio HCl, enquanto o mesmo não ocorre com o dióxido de carbono.
A polaridade das moléculas está relacionada com o fato de o composto apresentar ou não áreas com cargas
diferentes (positiva e negativa). As moléculas com polos são denominadas polares, e as que não os apresentam são
as apolares.

Como sabermos se uma molécula será polar ou apolar?

Vejamos o caso do cloreto de hidrogênio, HCl. Como resultado da polarização da ligação covalente, tem-se a
formação de um dipolo elétrico, ou seja, a molécula apresenta dois polos um positivo e um negativo, dizemos
então que a molécula é polar. No caso do cloreto de hidrogênio, pode-se representar a formação deste dipolo
elétrico conforme a figura abaixo.
[Digite aqui]

O vetor resultante ( ) representado acima é denominado vetor momento dipolar e é representado pela letra
e nesse caso é diferente de zero ( ≠0), isso porque o átomo de cloro atrairá com mais intensidade os elétrons
participantes da ligação, dizemos então que a molécula é polar.

A formação de dipolos elétricos em moléculas, como no caso do HCl, pode facilmente ser verificado
experimentalmente. Ao aplicar um campo elétrico, as moléculas irão girar de forma a alinhar-se com este campo,
conforme mostrado no esquema abaixo

Similação polaridade de moléculas - https://phet.colorado.edu/sims/html/molecule-polarity/latest/molecule-


polarity_pt_BR.html

Considere-se, por exemplo, a molécula do CO2. Neste composto, o carbono apresenta uma ligação covalente dupla
com cada oxigênio. Desta maneira, a geometria da molécula é linear, com ângulo de 180° entre as duplas ligações.
Dada a maior eletronegatividade do oxigênio em relação ao carbono, serão formados nesta estrutura dois dipolos
elétricos, conforme o esquema abaixo. Se os vetores que representam estes dipolos forem somados, ver-se-á que
a resultante é nula, =0. Em outras palavras, a molécula do CO2, mesmo sendo formada por ligações polares,
será apolar.

µ1 µ2 µ1+µ2 = =0

2- Escreva quais os passos que você deve seguir para classificar uma molécula quanto a sua polaridade.

3- Dadas as fórmulas moleculares, escreva a fórmula estrutural e classifique as moléculas quanto a sua
polaridade.

HBr NO HCN CS2

A figura abaixo mostra que a distribuição simétrica de dipolos elétricos ao redor de um átomo central resulta em
=0. A classificação das moléculas é observada não só no dióxido de carbono (CO2), de geometria linear, mas,
também no tetracloreto de carbono (CCl4), de estrutura tetraédrica; e no trióxido de enxofre (SO3), disposto na
forma plana.
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CO2 CCl4 SO3

Na molécula da água, H2O, o átomo de oxigênio apresenta dois pares de elétrons isolados e os outros dois elétrons
formam ligações covalentes simples com os átomos de hidrogênio. A geometria da molécula é angular, com um
ângulo de 104,5°, os dois dipolos são então formados devido a grande diferença de eletronegatividade entre estes
dois átomos e são representados pelos vetores momento dipolar como mostra a figura abaixo.

Analisando esses vetores observa-se que eles não se anulam, mas sim, apresentam um vetor resultante obtido pela
somatória vetorial dos momentos de dipolo. Esse somatório é realizado utilizando os vetores, para tal, deve-se
transpor todos os vetores que representam os dipolos elétricos existentes na molécula, mantendo-se a inclinação
original, de tal forma que o início de um coincida com o final do outro.

O vetor somatório, que representa a polarização resultante na molécula, é então obtido como mostrado abaixo. Na
figura abaixo, esta operação é exemplificada para a molécula da água.

Vetor resultante ≠0

O somatório destes dipolos não é nulo ( ≠0), o que significa que a molécula da água apresenta uma polaridade
resultante, conforme pode ser visualizado no esquema abaixo.

A figura abaixo mostra exemplos das moléculas, dióxido de enxofre (SO2) de geometria angular; do tricloro metano
(CHCl3) de geometria tetraédrica e do gás amônia (NH3) de geometria piramidal, em que a distribuição de carga não
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é uniforme, havendo maior densidade de carga negativa sobre um dos átomos da molécula. Nesse caso, sempre
teremos que o vetor resultante que representa o momento dipolar da molécula, , é diferente de zero ( ≠0).

≠0 ≠0 ≠0

Generalizando podemos classificar as moléculas em polar (exemplos molécula do HCl e molécula do H2O), ou apolar
(exemplos da molécula do H2 e do CO2) sempre utilizando para essa classificação o resultado somatório vetorial dos
momentos de dipolo (vetor resultante do momento dipolar da molécula).

4- Apesar de a eletronegatividade do carbono ser 2,5 e a do flúor ser 4,0, a molécula do CF4 é apolar. Explique
por quê.

5- Dentre as substâncias a seguir, indique aquela que apresenta molécula mais polar. Justifique sua resposta.

H2Te H2S H2O H2Se CS2

Casos de moléculas que não apresentam átomo central

Moléculas mais complexas, que não apresentam um único átomo central, isto é, ligado a todos os demais átomos
da molécula, também podem ser analisadas por meio da análise do vetor momento de dipolo .

Veja dois exemplos:

A medida que o grau de complexidade da molécula aumenta, a análise se torna mais difícil, veja alguns exemplos
mais complexos.
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Metanol carbono tetraédrico ≠0 Molécula polar


Vetores não se cancelam

C2H6

Etano dois carbonos tetraédricos =0 Molécula apolar


Vetores se cancelam

Assista ao vídeo “Polaridade das moléculas” -


Caso ainda tenha dúvidas entre em contato, só após ter assistido continue a resolver as questões abaixo.

6- Para os compostos apresentados, indique a ordem crescente (do menor para o maior) de polaridade. Mostre seu
raciocínio.

CH3Cl CCl4 CHCl3 CH2Cl2

7- Entre as espécies apresentadas, indique as que apresentam momento dipolar diferente de zero?

NF3 BeF2 BCl3 CBr4 C3H8 H2Te HCN CS2

8- Mostre através da análise do vetor momento dipolar que as espécies indicadas são polares.

Bibliografia

1. SOLOMONS, T.W.G., Fryhle, Craig B. - Snyder, Scott A.“Química Orgânica”,1, 12.ed; Rio de Janeiro: LTC,
2018.

2. FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Polaridade das moléculas"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/polaridade-das-moleculas.htm. Acesso em 15 de maio de 2020.

3. CANTO, Eduardo Leite do. “Química na Abordagem do cotidiano”, 1;1. ed; São Paulo: Saraiva , 2015.
[Digite aqui]

4. ANTUNES, MURILO TISSONI. Ser protagonista: Química,1° ano: ensino médio/obra coletiva. São Paulo:
2.Ed SM,2013.

5. CISCATO, C. A. M.; CHEMELLO, E.; PEREIRA, L. F.; PROTI, P. B. Química. São Paulo: 1. Ed. Moderna, 2016.

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