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HIDROCEFALIA

Hidro= água Cefalia= cérebro

Hidrocefalia é uma condição com alteração na produção, no fluxo ou na absorção do


líquor cerebroespinhal. Caracteriza-se por aumento anormal no volume de líquor
cerebroespinhal dentro da cavidade intrabacteriana e por crescimento da cabeça na
primeira infância.

Hidrocefalia não-comunicante
• Obstrução no sistema entre a fonte da produção do líquor cerebroespinhal
(ventrículos) e a área de sua reabsorção (o espaço subaracnóide).

Hidrocefalia comunicante

• Falha no sistema de absorção, causa desconhecida


• Produção excessiva de líquor cerebroespinhal – tumor ou causas desconhecidas.
• Aproximadamente 3 ou 4 casos por 1.000 nascimentos.

Complicações

• Crises convulsivas
• Herniação do cérebro
• Parada cardíaca espontânea devida aos mecanismos naturais de compensação, à
persistência de uma pressão intracraniana aumentada (PICA) e à herniação
cerebral.
• Retardos desenvolvimentais.

Sintomas
• Podem ser passageiros, lentos, de progressão uniforme, ou renitentes. Os sinais
clínicos dependem da idade da criança, se a fontanela anterior já fechou ou não,
da fusão das suturas cranianas, e do tipo e duração da hidrocefalia.

Bebês

1)Crescimento excessivo da cabeça(pode ser observado até os 3 anos de idade).


2)Fechamento retardado da fontanela anterior.
3)Fontanela tensa e elevada acima da superfície do crânio.
4)Sinais de PICA.
a) vômitos
b) agitação e irritabilidade
c) choro agudo de alto timbre
d) alteração nos sinais vitais – pressão sistólica elevada, pulso reduzido, incursões
respiratórias reduzidas e irregulares
e) alterações pupilares
f) crises convulsivas
g) letargia
h) estupor
i) coma
5) Alteração no tônus muscular das extremidades.
6) Sinais físicos tardios
a) a fronte torna-se proeminente (“bossas”)
b) o couro cabeludo parece brilhante com veias proeminentes
c) as sobrancelhas e as páalpebras podem ficar tracionadas para cima, expondo a
esclerótica sobre a íris.
d) os bebês nao conseguem olhar fixamente para cima, o que dá origem aos olhos em
pôr-de-sol
e) podem ocorrer estrabismo, nistagmo e atrofia óptica
f) os bebês têm dificuldade em manter a cabeça erguida
g) a criança pode experimentar retardo no desenvolvimento físico ou mental.

Crianças mais velhas

As crianças mais velhas já fecharam as suturas e se apresentam com sinais de PICA.


1) cefaléia, especialmente ao acordar
2) vômitos
3) letargia, fadiga, apatia
4) alterações da personalidade
5) separação das suturas cranianas( pode ser observada em crianças com até 10 anos
de idade)
6) diplopia,visão periférica limitada, aparecimento súbito de estrabismo interno,
alterações pupilares
7) alterações nos sinais vitais semelhantes àquelas observadas em bebês
8) dificuldade com a marcha
9) estupor
10) coma
11) papiledema

Tratamento

A hidrocefalia pode ser tratada por uma série de procedimentos cirúrgicos, incluindo
operação direta nalesão que está causando a obstrução, como no caso de um tumor;
derivações (shunts) intracranianas para os casos selecionados de hidrocefalia não-
comunicante com a finalidade de desviar o líquido do segmento obstruído do sistema
ventricular para o espaço subaracnóide; e derivações extracranianas (mais comuns)
para desviar o líquido do sistema ventricular para um compartimento extracraniano,
freqüentemente o peritônio ou o átrio direito.
A necessidade de revisão da derivação é freqüente, por causa de oclusão, infecção ou
disfunção.
A revisão da derivação poderá ser necessária em virtude do crescimento da
criança.
Cerca de dois terços dos pacientes morrerão em idade precoce se não receberem
tratamento cirúrgico.
MENINGITE VIRAL E BACTERIANA

CONCEITO
 Meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula
espinhal chamadas meninges. Elas são constituídas por três camadas: dura-
máter, aracnóide e pia-máter. No espaço entre a aracnóide e a pia-máter circula o
líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor.

 Quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas e
aninhar-se nas meninges, elas se inflamam.

 Assim, a meningite pode ser de ordem viral (geralmente menos grave) ou


bacteriana.

MENINGITE VIRAL
Causada por inúmeros agentes, principalmente vírus, e está frequentemente associada a
outras doenças, como poliomielites, herpes, caxumba, catapora, rubéola, sarampo,
encefalite, parotidite e leucemia.
MENINGITE BACTERIANA
 Pode ser causadas por bactérias patogênicas e não-patogênicas. Os agentes mais
freqüentes são o meningococo, o pneumococo, o streptococo, os colibacilos e os
hemófilos.
 A bactéria é adquirida, no geral, pelas vias aéreas superiores (mucosa nasal,
faringe, amídalas) e se instala nesses órgãos, provocando uma infecção que
eventualmente é curada. Entretanto, é quando essa bactéria se instala exatamente
nas meninges que a inflamação acontece. Um estudo sobre este fato diz que
estas bactérias (como o meningococo, o pneumococo e os hemófilos, as três
principais bactérias causadoras da meningite) chegam às meninges pois
conseguem romper a divisão entre o aparelho respiratório e o sangue e têm a
capacidade de alcançar o sistema nervoso e nele se alojar. Pode-se dizer, então,
que elas têm afinidade pelo sistema nervoso.
 O que ocorre: Quando as meninges são atacadas por um microorganismo, o
corpo reage com suporte de leucócitos (células de defesa) para a região das
meninges. Lá a reação entre as células de defesa e o agente infeccioso causa uma
reação inflamatória.

 Esta reação inflamatória é caracterizada pelo aumento do número de leucócitos e


formação de anticorpos contra aqueles agentes, e é demonstrada através do
líquor. A presença de pus no liquido cefalorraquidiano indica infecção por
bactéria (meningite purulenta). Se o líquor estiver turvo o diagnóstico é de
meningite viral.

SINTOMAS
 Geralmente, há um período de três dias de doença antes do aparecimento
incontestável de meningite. O sinais meníngeos são:

 nuca enrijecida;
 Kernig (Verifica estiramento ou compressão nervosa. Coloca-se o
paciente em decúbito dorsal, sobre uma superfície reta, com membros
inferiores estendidos, apoia-se a região occipital do paciente com as
mãos e faz-se flexão do pescoço, se ocorrer flexão involuntária da perna
sobre a coxa e dessa sobre a bacia ao se tentar ante-fletir a cabeça, o
sinal de Brudzinski será positivo);
 Brudzinski (Verifica estiramento ou compressão nervosa. Coloca-se o
paciente em decúbito dorsal, sobre uma maca reta, com os membros
inferiores (coxas) fletidos em 90° e faz-se extensão do joelho. Será
positivo se houver dor ao longo do isquiático e/ou resistência à
extensão) .
 Outros sintomas da meningite consistem em febre alta (38-40°C), dores de
cabeça difusas e intensas, náuseas e vômitos em jato. Mal estar geral, calafrios,
dores generalizadas e confusão mental, além dos sinais meníngeos, também
tendem a se apresentar em pessoas acima de dois anos. Estes sintomas tendem a
agravar-se, podendo até mesmo originar um estado de coma.

 Raramente é observado o quadro clássico de meningite em lactentes e crianças


pequenas, pois os sinais meníngeos são de difícil avaliação e, portanto, pouco
contribuem para o diagnóstico. Estas crianças podem apresentar choro, febre,
vômitos em jato, irritabilidade, convulsões e rigidez da nuca.

 No período neo-natal a suspeita diagnóstica torna-se mais difícil. Em geral, os


sintomas mais freqüentes consistem em:

• choro irritado,
• hipoatividade,
• hipo ou hipertemia,
• sonolência,
• recusa alimentar,
• escassa capacidade de sucção,
• tônus fraco,
• convulsões,
• Vômitos em jato e/ou diarréia.

DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico é feito pelo exame físico completo do paciente, mas a
confirmação diagnóstica é realizada pelo exame do líquor, o qual é coletado
através de uma punção lombar (retirada de líquido cefalorraquidiano) e que
indica o tipo de agente infeccioso envolvido.

 Exames de imagem, sobretudo a tomografia do crânio, não são exames de


escolha para o diagnóstico da meningite, mas são indicados quando há alteração
focal no exame neurológico, ou se há sinais de hipertensão intracraniana (dores
de cabeça, vômitos e confusão mental), ou crises convulsivas, no início do
quadro, sem sinais infecciosos gerais.

TRATAMENTO
 Em casos de meningite bacteriana, o antibiótico deve ser introduzido o mais
rápido possível. Se o exame cefalorraquidiano demorar, o paciente deve receber
o tratamento mesmo antes de saírem os resultados, uma vez que meningite
bacteriana grave pode matar em seis horas. O principal indício de que o quadro
não está evoluindo bem é o paciente ficar largado, caído, e aparecerem manchas
vermelhas em seu corpo. Estas manchas indicam que há grande quantidade de
bactérias circulando pelo sangue, a septicemia, ou, de acordo com a
terminologia técnica, sepse. Ou seja, ao invés de a bactéria concentrar-se no
cérebro ou na coluna, ela circula mais rápido a fim de causar uma infecção
generalizada, às vezes, antes mesmo de instalar-se nas meninges. A septicemia é
muito grave porque faz a pressão sangüínea cair rapidamente e a pessoa pode
entrar em choque.
 Se a meningite for viral, que tem apresentação benigna e evolui para a regressão
completa em poucos dias independentemente do tratamento, bastam os cuidados
prescritos para as viroses em geral. O paciente pode voltar para casa, pois em
um ou dois dias o problema estará provavelmente resolvido. No entanto, se não
houver indicação segura do agente infeccioso que provocou a doença, introduz-
se imediatamente o antibiótico.

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