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A comunhão entre os irmãos como um elemento fundamental de sucesso no serviço e na

vida cristã
“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão-de crer em
mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam
um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”. João 17:20, 21
Introdução
Quando se faz um trabalho em equipa, geralmente os resultados são melhores que
quando se faz individualmente. O Senhor Jesus veio para dar a Sua vida, de maneira que, todo
aquele que nEle crer não pereça, mas, tenha vida eterna. Essa obra da evangelização Ele confiou
aos crentes, e na presente passagem vemos o Senhor a rogar ao Pai, a fim de que os crentes
sejam um como Ele e o Pai são um, para que o mundo creia nEle. Nota que, se os crentes forem
um, como Filho é um com o Pai, o mundo irá crer, e assim o objectivo será alcançado, pois,
almas se converterão…

I. Cristo é um com o Pai


… João 10:30
A deidade é totalmente unidade, em essência (todos os atributos), em propósitos, actos
e relacionamento….
II. Somos um em Deus
A oração do Senhor Jesus foi ouvida, pois, o Pai nada nega ao Filho, e a deidade é
unidade em tudo… (leia João 17.20, 21; Gálatas 3.28; Efésios 4.4-6)
Nós nos tornamos um desde o momento que cremos no Senhor Jesus, pois, passamos a
fazer parte do Seu Corpo… somos um em Deus porque nos unimos aos outros nos unindo a
Deus aonde já estão os outros e para onde virão os outros mais ainda...

III. A comunhão como a principal forma de manifestação da unidade


… 1João 1:7
III.1. Jesus com o Pai e os Seus discípulos
… Mateus 3.17: João 14:31; 15.9; 13.1
III.2. Os primeiros cristãos com Deus e com eles mesmos
… Actos 2:14-47; 4.32-36
III.3. O nosso chamado
… 1João 4:7-11
IV. A glória de Cristo e o sucesso na vida e no serviço cristão
… João 13.34, 35; 17.21
O fim da nossa unidade, que se manifesta visivelmente na nossa comunhão, é a revelação de
Cristo ao mundo, para que o mundo creia que o Pai o enviou.

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“E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum”. Ats 2:44

Introdução
No princípio do cristianismo era assim, os fiéis estavam juntos, e partilhavam tudo.
Havia ali uma vida de activa comunhão de uns para com os outros, e de muito zelo no serviço
do Senhor. A igreja era unida, organizada e estava em constantes trabalhos, levando o
evangelho do Reino para muitos e confortado os já salvos... Parece que nos dias de hoje não é
tão assim, e não precisamos olhar no mundo de um modo geral para aferir isso, basta olharmos
para cada igreja local, basta olharmos para a nossa própria congregação. É assim aqui? No meu
ver, ainda estamos distantes desta realidade bíblica. Mas, se queremos ser bíblicos, como
alegamos ser e buscar ser em tudo, então, devemos olhar seriamente para esta doutrina, estudar,
compreender, orar sem cessar acerca dela e do seu propósito, e então viver activamente, para a
glória de Deus e avanço do Reino do Senhor Jesus Cristo.
Qual era a razão dos irmãos do primeiro século serem unidos? Tal deve ser a nossa
também. Vamos procurar compreender esta questão, e vamos demonstrar que esta união deve
geral uma comunhão entre os crentes, e esta comunhão é um elemento fundamental no Serviço
e na vida cristã.
Primeiro, em termos gerais, já é claro, e se não é para alguns, deve ficar claro e de um
modo irrefutável que a vida cristã deve ser vivida em comunidade, e não individualmente, ou
isoladamente.
Há muita verdade e muita sabedoria na frase: “nenhum cristão é ou deve ser uma ilha”.
Há sabedoria e verdade nesta frase por causa da realidade espiritual que a Palavra de Deus nos
apresenta e nos ensina sobre os cristãos. Esta realidade espiritual é ilustrada das Escrituras de
várias formas, tais como: corpo humano (1Cor 12.12) e árvore (João 15.5). Todos os cristãos
são membros de um mesmo corpo; todos os cristãos são troncos de uma mesma árvore. Não
existem dois ou mais corpos, bem como não existem duas ou mais árvores, que identificam os
crentes. Apenas um e uma. O corpo é a árvore, e a árvore é o corpo, pois, os dois são formas ou
meios físicos de ilustrar uma realidade espiritual em diferentes contextos (um diz respeito a dar
frutos – todo o crente dá fruto; o outro diz respeito a funções no seio cristão – todo o crente tem
o seu papel na universal assembleia e igreja dos primogénitos, que estão inscritos nos céus), a
verdade de que estamos unidos com Cristo e, ao mesmo tempo, estamos unidos uns aos outros
(leia Romano 12.4,5). Nesta união, Cristo ocupa a parte e o papel mais nobre, mais glorioso e
mais importante, de modo que, sem Ele, nada existe e não se pode fazer nada (João 15.5). Como
Corpo, Cristo é a Cabeça, e nós os outros membros unidos ao Corpo; como árvore, Cristo é a
Raiz e o Caule, sendo nós os outros troncos ou varas unidas à árvore.
Sendo nós varas de uma mesma árvore e membros de um mesmo corpo, onde cada um
de nós não é o todo, mas sim, todos nós, juntamente, fazemos o todo (o corpo ou a árvore),
então, claramente se vê e se nota a total dependência que os membros têm da Cabeça, bem
como a interdependência e necessidade que os membros têm de uns para com os outros. Isso
implica que, ninguém é ou pode ser cristão sozinho, isoladamente e de um modo voluntário ter
isso como estilo de vida cristão. Não é possível, é antibíblico, pois, nenhuma vara por si só é a
árvore, e nenhum membro por si só é o corpo, tão-pouco alguma vara prospera fora da árvore,
ou algum membro do corpo fora dele. O conjunto é que forma o todo, o Corpo de Cristo, a
Igreja, que é totalmente sustenta pelo Senhor. Somente desta forma há sucesso na vida cristã.
Segundo, vamos fundamentar um pouco mais a doutrina da união com Cristo, e o facto
de que estamos todos unidos. Sim, uma vez unidos em Cristo, logo, todos estamos unidos,
porque estamos num só, Cristo, o Senhor.

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A nossa passagem inicial diz que “todos os que criam estavam juntos”. O que eles
tinham em comum para estarem juntos? Fé! Essa passagem não pretende estabelecer a doutrina
da fé ou fundamentar a doutrina da nossa união e unidade, pois, faz apenas uma descrição de
um acontecimento, contudo, é uma luz muito importante para a nossa compreensão da mesma
doutrina.
Já declaramos atrás que estamos unidos em Cristo como os membros de um corpo estão
unidos nele ou como os troncos de uma árvore estão unidos a ela. Por conta de estar unidos em
Cristo, estamos unidos uns aos outros, consequentemente. Mas, como se dá esta união com
Cristo? E de que tipo é?
I – A união com Cristo se dá por meio do novo nascimento, na conversão, quando nos
tornamos novas criaturas em Cristo Jesus (João 3.1-6; 2Coríntios 5.17). A conversão é uma
obra totalmente de Deus (100% – Ezequiel 36), na qual Deus regenera o coração do crente e
lhe dá gratuitamente, sem merecer, o dom da fé, a fim de crer em Jesus e ser salvo para sempre,
pois, a salvação é pela fé somente, e não pelas obras ou com as obras juntamente. Somente a
fé, que é um dom de Deus, nos pode salvar, de tal modo que, quem confia que suas obras o
possam salvar ou contribuem de alguma forma para a sua salvação, está engando e
provavelmente perdido (leia Mateus 25.46; Gálatas 2.16; Efésios 2.8). Quando cremos no
Senhor Jesus de todo o nosso coração, somos selados com o Espírito Santo da promessa, que é
a garantia da nossa salvação eterna, somos justificados, e recebemos a vida eterna. Desta forma,
o crente entra no Corpo de Cristo e está pronto a ter comunhão com os outros santos (leia
Efésios1.13, 14; João 3.36). Portanto, é isso que temos em comum como crentes, a fé salvadora
em Jesus, ou simplesmente, temos Jesus Cristo como nosso fundamento, estamos todos nEle e
Ele em nós (leia 1João 4.13), por isso, estamos ligados espiritualmente para sempre.
Isso fica ainda mais claro quando o Senhor ora ao Pai para que sejamos um como Ele e
o Pai são UM, e temos o apóstolo a confirmar a resposta dessa oração, porquanto ele afirma,
inspirado pelo Espírito Santo, que nos tornamos de facto um em Cristo, bem como as outras
formas de unidade que a palavra nos apresenta (leia João 17.20, 21; Gálatas 3.28; Efésios 4.4-
6).
É mister ilustrar que a fé salvadora é, como explicada e ilustradas elos escritores mais
antigos, composta de três coisas: o conhecimento, a concordância e a confiança (descansar na
verdade ou tomar posse). Uma fé que não pode ser vista assim, é uma fé falsa. Tomemos o
exemplo ou ilustração contada por Spurgeon, sobre um menino num prédio alto em chamas,
onde ou pula, ou morre queimado…
II – Esta união pode ser vista como sendo de dois tipos, espiritual (invisível) e material
(visível). Ela é espiritual, pois, é operada secreta e misteriosamente pelo Espírito Santo durante
todo o processo da conversão, e é sustentada pelo mesmo Espírito durante toda a vida do crente.
O Espírito Santo nos coloca de modo místico, ou milagroso, ou espiritual, no corpo de Cristo e
nos mantém nEle para sempre, de um modo que nenhuma mente pode sondar. Por isso digo que
a união com Cristo é Espiritual ou invisível, por um lado; por outro lado, embora sendo
espiritual, invisível e insondável, a união com Cristo também tem outra forma de se manifestar,
que é material ou visível. A união visível e material com Cristo é vista ou manifestada na
comunhão que temos com Ele, com os irmãos, e, de um modo geral e mais amplo, no cuidado
e na observância das Escrituras.
Tendo estabelecido a doutrina da união com Cristo, e apresentado os dois modos de
manifestação da mesma (espiritual e material), vamos agora nos deter neste ponto, na forma
material da manifestação da união com Cristo, e com mais enfase na comunhão entre os irmãos,
visto ser o foco da presente exposição.

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Ats 2:14-47; 4.32-36
1. A doutrina

2. Algumas particularidades

3. Aplicação prática

4. O Cristo da comunhão – conclusão

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