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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ...

VARA DO TRABALHO DE INDAIATUBA


ESTADO DE SÃO PAULO (vara Indaiatuba corrente doutrina + 0,20)

Hugo, brasileiro, solteiro, vendedor/balconista, ID nº (...) inscrito no CPF/MF sob o nº


(...) e RG sob o nº (...), nome da mãe, residente e domiciliado na (...), vem, por intermédio de
seu advogado, que a esta subscreve, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no arts. 839
e 840 da Consolidação das Leis trabalhistas, propor a presente (0,05)

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C DANOS MORAIS

em face de LUSTRES CLAROS Ltda., Pessoa jurídica de direito privado, CNPJ sob o nº (...)
sediada na (...), mediante a arguição de fato e fundamento a seguir aduzidas. (+ 0,10)

1. DOS FATOS (0,0)

O vínculo empregatício entre o reclamante Hugo e a reclamada Lustres Ltda., iniciou-se no


dia 01/02/2015, contudo, a devida anotação na CTPS veio surpreendentemente no dia
01/12/2015, ocorrendo a dispensa imotivada no dia 01/12/2019, sem os devidos pagamentos de
verbas rescisórias nem documentos para efetuar o saque do FGTS.
Com a ausência ilegítima dos acertos devidos por parte da reclamada, o reclamante deixou
de honrar com seus compromissos financeiros, razão pela qual teve seu nome inscrito nos cadastros
de maus pagadores.
Cumpre anotar que o reclamante:
laborava de segunda a quinta-feira das 08:00 ás 18:00 e de sexta-feira das 08:00 às 17:00,
mediante acordo de compensação de horas firmado, com uma hora de almoço.
Exercia a função de balconista/vendedor.
Auferia salário mensal de R$2.000 (Dois Mil Reais). Ausente reajustes previstos pela CCTS de
(7,65% 2016, 8,12% 2017, 6,89% 2018 e 9,21 % 2019).
Só gozou férias nos anos de 2017 e 2018.
O local de trabalho ocorria na cidade de Indaiatuba/SP até 2017, após este período em
ITU/SP, contudo, residia em Salto/SP
Com todas as problemáticas apresentadas, passa-se a expor as razões jurídicas para melhor
salvaguardar os direitos inerentes ao suscitado.

2. DO DIREITO

A fim de melhor compreende o assunto em questão, necessário que se divida o tempo em:
antes da anotação na CTPS e depois da anotação na CTPS, haja vista os reflexos inerentes.

a. DA COMPETÊNCIA.
Muito embora nos termos do art. 651 a regra de competência seja no local de prestação de
serviço, o mesmo artigo no §3º põe a salvo uma exceção e a doutrina aduz acerca da possibilidade
do obreiro definir quando mais vantajosa e no presente caso, o é. Vejamos:

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação


e Julgamento é determinada pela localidade onde
o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova


realização de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do
contrato ou no da prestação dos respectivos
serviços

b.DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO (Pedido de reconhecimento de vinculo e anotação CTPS


(0,25)

O reclamante, começou suas atividades de fato no dia 01/02/2015, no entanto a anotação


somente ocorreu no dia 01/12/2015, isto é, dez meses após o inicio do vínculo empregatício, uma
vez que comprovados estavam os requisitos do art. 3º da CLT, in verbis:

Art. 3º - Considera-se empregada toda pessoa


física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, soba a dependência deste
e mediante salário.

Tem-se então todos os requisitos preenchido para comprovação do vínculo. Desta maneira, os
valores inerentes ao término do contrato de trabalho deverão ser contabilizados desde o inicio do
vínculo.

c. DAS FÉRIAS DEVIDAS E NÃO GOZADAS

Trabalhando com a asserção de que o contrato de trabalho se iniciou com o inicio do vínculo
entre empregado e patrão os direitos constantes destes, também se perfazem necessários.

Dispõe o art. 134 da CLT que “ As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só
período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Isto é, tem-se que durante o período de 01/02/2015 e 01/02/2016 cumpriu o requisito


proposto no artigo acima, podendo gozar de 30 dias nos 12 meses subsequentes.

Leciona ainda, o art. 137:

Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas


após o prazo de que trata o art. 134, o
empregador pagará em dobro (+0,10) a
respectiva remuneração.

§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o


empregador tenha concedido as férias, o
empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a
fixação, por sentença, da época de gozo das
mesmas.

§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5%


(cinco por cento) do salário mínimo da região,
devida ao empregado até que seja
cumprida.

§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em


julgado será remetida ao órgão local do
Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da
multa de caráter administrativo.

Desta maneira, o reclamante não só detém o direito de gozar (+0,15) de 30 dias de férias,
como por força do referido, terá de ser pago em dobro, uma vez que só gozou de férias nos anos
referentes á 2017 e 2018 conforme anotação na CTPS às fls (...).

d. DO AVISO PRÉVIO e DAS VERBAS REFLEXAS

Com a demissão imotivada, cumpre-se a notar o aviso prévio nos termos do art. 487 da CLT, o
que ocorreu no dia 01/12/2019, isto é, 4 anos após a anotação da CTPS, no entanto, ressalta-se o
início contratual contado do dia 01/02/2015, conforme esposado. (disp sem justa causa, referência
ao tópico anterior +0,10)

e. DO REAJUSTE SALARIAL

Os reajustes salariais, não foram executados pela reclamada conforme anexo às fls (...) não
foram anotados tampouco executados, haja vista que desde o inicio do vínculo de emprego seu
salário permaneceu o mesmo.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo


coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:

V - plano de cargos, salários e funções compatíveis


com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como
funções de confiança;

A convenção coletiva pode estipular medidas inerente ao salário conforme indicação acima.
Desta maneira, devido o reajuste salarial porquanto previsto na convenção, mediante o anexo às fls
(...)..; (Menção a CCTs em anexo (0,10)

f. DO DANO MORAL (+ 0,15)


Auferir determinado, prejuízo imaterial, que afeta diretamente a psique de determinado
indivíduo, causando gravame às seus direitos postos é uma exemplo dos inúmeros de dano moral.

No aludido caso, em que pese o reclamante deixar de auferir os devidos valores rescisórios
porquanto previstos, pela CR/88 no art. 7º, uma vez que laborou, durante quase cinco anos para a
mesma empresa, tendo comprovadamente deixado de gozar duas férias consecutivas, abrindo espaço
para judicialização da questão, demonstrando, assim seu comprometimento com trabalho, e mais
do que isso, a falta de comprometimento com os direitos básico de qualquer trabalhador com
registro no órgão competente.

Com efeito, os valores não pagos pela reclamada, culminaram com a inserção de seu nome
nos serviços de proteção de crédito, dificultando de sobremaneira, sua vida financeira afetando
diretamente sua dignada, embora protegida constitucionalmente pelo princípio da dignidade da
pessoa humana.

A conduta reprovável pela reclamada, de atingir diretamente á psique da vítima, mediante à


problemática financeira, de sentido amplo, mais a ausência dos pagamentos rescisórios e seus
reflexos, configuram-se gravidade suficientes para o ensejo de dano moral.

Nesse sentido, in verbis:

SÚMULA Nº 46: INDENIZAÇÃO POR DANO


MORAL. NÃO PAGAMENTO DE VERBAS
RESCISÓRIAS. DANO PRESUMIDO. A dispensa sem
pagamento de verbas rescisórias configura, por si
só, ofensa à dignidade do trabalhador a ensejar
indenização por dano moral, não havendo a
necessidade de prova dos prejuízos advindos do
ato ilícito praticado pelo empregador, porque
presumidos

3. DOS PEDIDOS

Ante ao esposado, requer:

a. Reconhecimento do vínculo empregatício desde a data de 01/02/2015, com o


devido pagamento das verbas devidas inerentes ao tempo contados desta data.
a. Aviso prévio indenizado proporcional ao tempo de serviço, nos termos da Lei
12.506/2011, de 30 dias, no valor de R$...(+,010)
b. Férias Proporcionais + 1/3 de 12 no valor de R$... (+0,15)
c. 13º terceiro salário proporcional no valor de R$...
d. Baixa do contrato na CTPS do reclamante.
e. Indenização de 40% sobre o FGTS.
f. Comunicação da rescisão aos órgãos competentes para o saque do FGTS (+0,15)
g. Comunicação da rescisão aos órgãos competentes para inscrição no
seguro desemprego
h. Multa do art. 467 da CLT, no valor de R$... (+0,10)
i. Indenização por dano moral no valor de R$ 5.000,00
j. Requer a condenação do reclamante no pagamento de honorários advocatícios
sucumbenciais, à razão de 15% (+0,10) sobre o valor da causa, ou no quantum
arbitrado por V.Exa., nos termos do art. 791-A da CLT.

Por fim, requer a citação da reclamada, para que esta venha, sob pena de constatação
da revelia e aplicação da pena de confissão ficta, contestar a presente reclamação trabalhista, e,
ao final, sejam julgados procedentes (+ 0,15) os pedidos, protestando provar o alegado por
todos os meios em direito admitidos (0,10)

Dá-se à causa o valor de R$ (0,15)

Termos em que,
pede e espera deferimento

Local e data

Assinatura e nome do advogado


OAB nº (...)

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