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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA -

LICENCIATURA

Disciplina: Políticas da Educação Básica Tarefa: Portfólio ciclo 2

Nome: Eder Lopes Borges RA: 8113490 Turma: DGEFL2001VITA0S


Parecer do Tutor:

Com base nas leituras propostas da legislação e do texto de João Cardoso de Palma Filho,
desenvolva os seguintes pontos:

1 - Apresente as principais características das políticas educacionais em cada período da


história republicana do Brasil.

A história Republicana no Brasil começou 1889 com o período chamado de “Primeira


República”, onde podemos ver uma reorganização da elite política com vistas a aparelhar o
Estado e colocá-lo na defesa de seus interesses próprios, tendo o café como norteador dos
rumos da economia. Em relação a educação, e com a criação da Constituição de 1891, o
descentralismo continua a ser introduzido pelo Ato Adicional de 1834, estabelecendo que o
ensino superior e o ensino secundário ficariam a cargo da União e caberiam aos Estados os
ensinos elementar e profissional. Na verdade, não houve grande mudança na educação do
Brasil com a República, persistindo o modelo decorrido no período monárquico. Mesmo
assim, foram anunciadas muitas tentativas de caráter reformista que não resultariam em nada
de concreto e prático. As principais reformas anunciadas foram: a Reforma Benjamim
Constant de 1890, a Reforma Rivadávia Correia de 1911, a Reforma Carlos Maximiniano de
1915 e a Reforma Luiz Alves/Rocha Vaz de 1925. A partir da década de 1920, surge, então, a
Associação Brasileira de Educação formada por intelectuais militantes, envolvidos
profissionalmente com a educação e ávidos por mudanças radicais nessa área. Esse
movimento ficou conhecido como Escola Nova, cujos membros propagavam suas ideias por
meio de conferências em diversas localidades do país, e tinham como fundamento, um
pensamento liberal que concebia a educação como uma forma de democratização da
sociedade. Contudo, os efeitos concretos do movimento Escola Nova, foram observados a
partir de 1930, onde foi criado o Ministério da educação no governo provisório de Getúlio
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Vargas. Em 1932, os idealizadores do Escola Nova divulgam o "Manifesto dos Pioneiros de


Educação Nova", tornando-se um marco não só no sentido de proposição de uma reforma
educacional no Brasil, mas também de apresentar um diagnóstico da situação da educação
vivida pelo país. Ainda na primeira etapa da Era Vargas, especificamente na Constituição de
1934 foi instituído medidas consistentes em relação a organização escolar, tais como:
Instituição a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, fixação percentuais mínimos do
orçamento da União e dos Estados que deveriam ser investidos em educação, atribuiu aos
Estados a competência de fiscalizar estabelecimentos de ensino público e privado entre outras.
A partir da segunda etapa da Era Vargas foi retirar do Estado a competência de prover
educação pública, além de não fazer referência alguma sobre financiamento público para o
sistema escolar por meio da Constituição de 1937. Durante o vigor desta constituição tivemos
ainda a intervenção estatal por meio de leis e decretos conhecidas com a Reforma de
Capanema. A Reforma de Capanema visava atender às necessidades de oferta de mão de obra
qualificada exigidas pela etapa de crescimento industrial e urbano vivida no Brasil no fim da
década de 30 e início de 1940. A ênfase dessa reforma recaiu sobre a escola de formação
técnica e profissional da qual podemos citar as seguintes medidas: a reorganização do ensino
secundário, dividindo-o em ginásio (quatro anos) e colegial (três anos), este subdividido em
clássico e científico, a criação de um sistema oficial de ensino técnico-profissional,
regulamentando seus diversos ramos: industrial, comercial, normal e agrícola e o incentivo à
criação de um sistema de ensino profissionalizante, mantido pelas empresas e suas entidades
representativas, das quais originaram o SENAI e SENAC. De um modo geral, o mais novo
capítulo sobre educação da Constituição de 1946 recuperou boa parte dos princípios previstos
pela Constituição de 1934. A grande novidade, portanto, anunciada pela Constituição de 1946
no campo da Educação foi prever a elaboração de uma legislação própria sobre o assunto,
abrindo as possibilidades para a conquista de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Por fim, em 20 de dezembro de 1961, a Lei nº 4.024, que instituía a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foi sancionada pelo Poder Executivo. A partir de
1964, em pleno período de ditadura militar, diversas conquistas democráticas da sociedade
brasileira foram abruptamente interrompidas pelos interesses da então elite civil-militar
dominante, cuja justificativa era "garantir a segurança nacional" contra qualquer meio de
“subversão”. Assim, na área da educação tivemos a proibição de qualquer meio de
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manifestação e reinvindicação relativa a educação e seu progresso, além da proibição de


qualquer entidade representativa, como foi o caso da União Nacional dos Estudantes. Além
dos métodos repressivos contra qualquer ativista na área educacional. Ainda tivemos duas
reformas relativas a educação. A primeira em 1968 por meio de uma lei que promovia a
reforma universitária de caráter unicamente tecnocrático da qual visava, ao mesmo tempo,
promover o controle ideológico dos cursos universitários e impor uma lógica propriamente
burocrática, empregada em sua forma de organização e classificação dos alunos para seu
ingresso. A segunda reforma atingiu o ensino básico por meio da sanção da Lei de Diretrizes e
Bases nº 5.692/71, que revogou a LDB de 1961. A partir de então, o ensino brasileiro foi
reestruturado em três níveis: o 1º Grau correspondia ao primário e ao ginásio, com a duração
de oito anos; o 2º Grau tornava-se profissionalizante compulsoriamente com duração de três
ou quatro anos, dependendo da especialização escolhida; e o 3º Grau, que correspondia ao
ensino superior (graduação e pós-graduação). A partir de 1985, com a transição do regime
militar para o Estado Democrático de Direito, uma nova fase na história política do país abre-
se, renovando as esperanças de que a educação escolar se tornaria, definitivamente, uma
prioridade na agenda das autoridades dirigentes do Brasil. Sendo assim é instituída na
Constituição de 1988 os princípios gerais da educação nacional. Sendo eles: proclama que
educação é direito de todos e dever do Estado e da família, estabelece os princípios da
educação nacional inspirados no liberalismo, na democracia e no respeito aos direitos
humanos, atribui competências ao Estado não só na oferta, mas também no atendimento aos
estudantes, a fim de manter frequência obrigatória no ensino fundamental e determinação de
percentuais mínimos à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios como forma
de garantir financiamento à educação. Por fim, a LDB de 1996 reestruturou todo o sistema
escolar brasileiro, além de possibilitar à escola uma finalidade antenada com as profundas
mudanças observadas no mundo da produção capitalista, a partir do final do século 20, nas
quais podemos destacar: prevê em termos de níveis e modalidades de ensino, que a educação
brasileira esteja dividida em duas partes: educação básica, constituída pela educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio, e ensino superior; cria competências aos níveis
administrativos em relação à educação fixando incumbências à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, regulamenta nova estrutura curricular instituindo uma base
nacional comum e uma parte diversificada no currículo escolar entre outras. Em janeiro de
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2001, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 10.172, instituindo o Plano Nacional de


Educação com duração de dez anos. O Plano Nacional de Educação (2001-2010) estabelecia
diretrizes, metas e prioridades para a educação brasileira, com o objetivo de melhorar a
qualidade de ensino em todo o país. Entre as diretrizes do plano estavam a universalização do
ensino e a criação de incentivos para que todos os alunos concluíssem a educação básica e,
entre as metas principais podemos destacar a erradicação do analfabetismo, a expansão do
ensino médio, buscando atingir a sua universalização, a criação de sete milhões de vagas em
creches e pré-escolas e a ampliação das oportunidades de acesso à educação profissional. Em
2010 terminou a vigência do Plano Nacional de Educação (2001-2010) e, desde então, um
novo plano está tramitando no Congresso Nacional. O projeto de Lei nº 8.035/2010, que cria
o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, foi encaminhado pelo governo
federal ao Congresso Nacional em 15 de dezembro de 2010. O projeto do Plano Nacional de
Educação (2011-2020) apresenta vários pontos polêmicos, o principal deles é o percentual de
recursos do Produto Interno Bruto (PIB) a ser investido na educação. A proposta do governo
está em tramitação no Congresso Nacional e ainda poderá ter muitas emendas até ser
aprovado.

2 - Apresente as concepções de educação expressas na Constituição Federal de 1988, dos


artigos 205 a 214, com uma crítica pessoal ao final.

O Artigo 205 determina que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

O Artigo 206 determina que: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idéias e de concepções
pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do
ensino público em estabelecimentos oficiais; gestão democrática do ensino público, na forma
da lei; garantia de padrão de qualidade.
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O Artigo 207 diz que: As universidades gozam de autonomia didático-científica,


administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

O Artigo 208 determina que: o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de: educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na
idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009); progressiva
universalização do ensino médio gratuito; atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006); acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um; oferta de ensino noturno regular,
adequado às condições do educando; atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
59, de 2009).

O Artigo 209 Diz que: O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
cumprimento das normas gerais da educação nacional; autorização e avaliação de qualidade
pelo poder público.

O artigo 210 determina que: Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais.

O Artigo 211 diz que: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão
em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

O Artigo 212 determina que: A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
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O Artigo 213 diz que: Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou
confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

O Artigo 214 determina que: A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de
colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para
assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a: erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento
escolar; melhoria da qualidade do ensino; formação para o trabalho; promoção humanística,
científica e tecnológica do país e estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos
em educação como proporção do produto interno bruto.

Os artigos citados acima em resumo, determinam que a educação de qualidade, ampla, ampla,
igualitária, plural, gratuita e inclusiva é um direito universal de todos os brasileiros. Mas o
que vemos no Brasil, não é exatamente cumprido como diz a legislação. Vemos a falta de
inclusão para deficientes, falta de qualidade do ensino nas escolas públicas, a falta de vagas
em escolas secundárias, profissionalizantes e universidades, descaso com a profissão de
professor e os contínuos cortes de verbas para a educação, ficando assim, cada vez mais longe
de se atingir a educação com excelência.

3 - Numa forma de síntese, desenvolva os seguintes tópicos:

A - Retrospecto do processo de tramitação da LDB no Congresso Nacional (Câmara Federal e


Senado Federal);

Logo após a promulgação da Constituição Federal de 1988 (05.10.1998), deu entrada no


Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL. 1258/88), de autoria do Deputado mineiro Octávio
Elísio, (ex Secretário da Educação no Governo Tancredo Neves), que à época integrava a
bancada do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Já em agosto de 1989
surgia o primeiro substitutivo de autoria do Deputado Jorge Hage (PDT/Bahia) que
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incorporava num só texto, 13 outros projetos. A partir de então foram realizados vários
simpósios temáticos com a finalidade de aprofundar a discussão em torno da nova lei da
educação. Em fevereiro de 1990 aparece o 2º substitutivo Jorge Hage, que aproveitou nada
mais nada menos, que 978 emendas e mais de 2.000 sugestões originárias de diferentes
instâncias da sociedade civil organizada. Em 1992, parlamentares ligados ao Governo Collor
de Melo, com apoio do Ministério da Educação, iniciam um processo de obstrução do projeto
na Câmara Federal; paralelamente, os Senadores Darcy Ribeiro (PDT/RJ), Marco Maciel
(PFL/PE) e Maurício Correia (PDT/DF) dão entrada no Senado Federal de um novo projeto
de LDB. Com o impeachment de Fernando Collor de Mello, o Vice-Presidente Itamar Franco
assume a Presidência da República e nomeia para o Ministério da Educação, Murílio Avelar
Hingel, que se declara favoravelmente ao projeto da Câmara Federal, que agora tendo como
relatora a Deputada Angela Amin (PFL/SC), é aprovado naquela Casa, em 13 de maio de
1993, sendo em seguida encaminhado ao Senado Federal, como determina o ritual processual
de uma lei no Congresso Nacional. No Senado, o projeto será relatado pelo Senador Cid
Sabóia, que terá seu Parecer de nº 250, aprovado na Comissão de Educação, em novembro de
1994, portanto, já no final do ano legislativo e do fim do Governo Itamar Franco, que em 1ª
de janeiro de 1995, dará posse ao Presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 17/03/95, por
meio de manobra regimental, o Substitutivo Cid Sabóia é considerado inconstitucional por
Parecer de autoria do Senador Darcy Ribeiro. A partir desse momento passa a tramitar no
Senado Federal, o projeto de autoria dos Senadores Darcy Ribeiro, Maurício Correia e Marco
Maciel, que ambos haviam apresentado em 1992, que em quase dois anos de discussão irá
resultar na Lei Federal nº 9.394, atual LDB, que até o momento (novembro de 2009) já foi
emendada e alterada por 24 Leis, resultando em mais de 30 alterações do texto original
aprovado em 20 de dezembro de 1996, sancionada pelo Presidente da República sem nenhum
veto, fato inusitado no histórico da legislação educacional brasileira.

B - Os princípios gerais da Educação Brasileira;

Os princípios gerais que regem a educação brasileira estão dispostos no texto da Constituição
Federal (art. 206) e também no art. 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
Federal nº 9.394, de 20/12/1996). Esse artigo acrescenta dois novos princípios aos que já
estão previstos na Constituição Federal. São eles: Inciso X “valorização da experiência extra-
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escolar” e no Inciso XI “vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais”.


O Inciso VII determina: oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-
se aos que foram trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola. Foi ainda
acrescentado um inciso de nº X, com a seguinte redação: “vaga na escola pública de educação
infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do
dia em que completar 4 (quatro) anos de idade” (Inclusão feita pela Lei nº 11.700 de 2008). O
art. 5º regulamenta o direito subjetivo à educação previsto no § 1º do art. 208 da CF,
especificando quem poderá exercê-lo (qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação
comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda,
o Ministério Público). O art. 6º, alterado pela Lei Federal 11.114/2005, estabelece que a
matrícula no ensino fundamental se dê a partir dos seis anos de idade e não mais aos sete anos
de idade como constava na redação original de 1996.

C - Os níveis da educação no Brasil: Educação Básica e Educação Superior;

De acordo com o que dispõe o art. 21 da LDB, a educação escolar compõe-se de dois níveis
escolares: “I – educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio. II – educação superior.”.

Por sua vez a educação infantil desdobra-se em creches e pré-escolas. As primeiras destinam-
se ao atendimento de crianças na faixa etária de 0 a 3 anos de idade, enquanto que as pré-
escolas deverão atender crianças de 4 e 5 anos de idade. De acordo com o artigo 22, a
educação básica (EB) visa desenvolver o educando, de modo a assegurar-lhe a formação
comum necessária para o exercício da cidadania e ao mesmo tempo, fornecer-lhe meios
adequados para avançar nos estudos e iniciar-se no trabalho. De modo geral, o senso comum
atribui ao regime de progressão continuada, o baixo rendimento escolar apresentado pelos
alunos. De fato, o que acontece é que o sistema público de ensino não consegue se organizar
de modo adequado para atender o conjunto da população que a ele acorre. Já O artigo 24
estabelece regras que deverão ser observadas na organização do ensino fundamental e do
ensino médio. A carga horária, já mencionada anteriormente, será de 800 horas a serem
distribuídas num mínimo de 200 dias letivos. Esta disposição indica que no caso de escolas
que funcionem em turno de menos de quatro horas por dia, deverão cumprir um maior
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número de dias letivos. Caso a carga horária diária seja maior, prevalece o número de dias
letivos, que nunca deverá ser menos de 200. O art. 25, ainda não regulamentado no Estado de
São Paulo, afirma ser objetivo permanente das autoridades de ensino, procurar alcançar uma
relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições
materiais do estabelecimento. Os artigos 26 e 27, significativamente alterados por leis
promulgadas posteriormente à edição da LDB de 1996, tratam da doutrina curricular para o
ensino fundamental e o ensino médiomero de alunos e o professor, a carga horária e as
condições materiais do estabelecimento. O artigo 28 trata da educação na zona rural. Nesse
sentido, os conteúdos curriculares e metodologias apropriadas deverão ser adotados, para
atender às peculiaridades da vida rural, de modo a atender às reais necessidades e interesses
dos alunos dessas regiões.

D - Da Educação Básica;

Os artigos 29, 30 e 31 cuidam da educação infantil. A educação infantil é a primeira etapa da


educação básica. Inicialmente abrangia a faixa etária de zero a seis anos de idade, subdividida
em duas fases: a) creche (zero a três anos) e pré-escola (quatro a seis anos). Com a alteração
feita pela lei nº 11.274/2006, passa a atender a faixa etária de zero a cinco anos de idade, uma
vez que o último ano da pré-escola passa a fazer parte do ensino fundamental, que passa de
oito para nove anos de duração. Do artigo 32 ao artigo 34 são apresentadas disposições que
abrangem todo o ensino fundamental. Tratam das finalidades, da organização e também do
currículo dessa etapa da educação básica. O artigo 32 afirma que o principal objetivo do
ensino fundamental é “a formação básica do cidadão mediante: I - o desenvolvimento da
capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo”, ou seja, ler, escrever e contar. O inciso II acrescenta também ser necessária para o
exercício pleno da cidadania: “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”. O inciso
III assinala o: “desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição
de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores, também como um meio
para que se alcance o objetivo central que é a formação do cidadão.” Por sua vez, o inciso IV
entende que a formação do cidadão pela escola passa pelo fortalecimento dos vínculos de
família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida
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social. A LDB de 1996 introduziu mudanças radicais na estrutura, organização e


funcionamento do ensino médio, que de lá para cá, já passou por outras tantas alterações. O
Artigo 35 diz que: o ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de
três anos, terá como finalidades a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação
básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e
o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos
fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina. A LDB trata também da educação de jovens e adultos
(antiga educação supletiva da Lei 5.692/71), nos artigos 37 e 38, e da educação especial nos
artigos 58, 59 e 60. Em ambos os casos incorporou estudos realizados por especialistas no
campo da educação de jovens e adultos e da educação especial. Quanto a esta última cabe
salientar que o Brasil é signatário da Declaração de Salamanca, que trouxe significativos
avanços para a educação especial. Em relação a educação de jovens e adultos estão previstas
duas modalidades de atendimento: a) cursos; b) exames (já presentes na legislação
educacional desde 1971). Poderão realizar exames para o ensino fundamental, os jovens com
quinze ou mais anos de idade; para o ensino médio a idade mínima é de dezoito anos. O texto
também enfatiza que a educação especial é uma modalidade da educação e escolar e,
preferencialmente, deverá ser oferecida na rede regular de ensino para os portadores de
necessidades especiais. Entretanto, ressalva, que quando necessário, deverão ser oferecidos
serviços de apoio especializado, na escola regular para atender às peculiaridades do alunado.

E - A formação dos profissionais da educação básica.

Ao tratar dos requisitos necessários para ingresso na carreira do magistério, a LDB trouxe
várias inovações. A primeira e, talvez a mais importante delas, foi estabelecer como condição
mínima para o exercício da docência na educação básica, a obtenção da licenciatura plena.
Esta deveria ser conseguida em cursos de graduação ministrados em Institutos Superiores de
Educação ou em Universidades. Os princípios básicos que norteiam a formação dos
profissionais para o setor educacional estão previstos em sete artigos (61 a 67), integrantes do
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Título VI da LDB. Como já destacado, estabelece como regra geral a formação em nível
superior, embora durante os dez anos iniciais da vigência da LDB tenha admitido a formação
em nível médio. O artigo 63 prevê que os Institutos Superiores de Educação (ISE) poderão
manter cursos formadores de professores para a educação básica, inclusive o curso normal
superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e os anos iniciais do
ensino fundamental (antigas 1ª a 5ªs séries). O artigo 64 trata da formação necessária dos
profissionais da educação para atuação em funções não docentes. O artigo 65 estabelece a
obrigatoriedade do estágio profissional com a carga mínima de trezentas horas de duração. O
artigo 66 diz respeito ao ensino superior. O artigo 67 diz que: Os sistemas de ensino
promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público o – ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos; aperfeiçoamento profissional
continuado; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou
habilitação, e na avaliação de desempenho; período reservado a estudos, planejamento e
avaliação, incluído na carga horária de trabalho e condições adequadas de trabalho.

Referências:

CORRÊA, R. A.; SERRAZES, K. E. Políticas da Educação Básica. Batatais: Claretiano,


2013.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente – ECA. Brasília, DF. Senado Federal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF. Senado


Federal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20/12/96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
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PALMA FILHO, J.C. Síntese LDB. Disponível em:


https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/33/3/LDB_Sintese.pdf

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