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Dente geminado

Classificação das anomalias de desenvolvimento dental:

Alterações quantitativas (número), exemplo: dentes supranumerários;

Alterações dimensionais (tamanho), exemplo: macrodontia e microdontia;

Alterações estruturais (estrutura), exemplo: hipoplasia de esmalte, amelogênese imperfeita e


odontodisplasia;

Alterações irruptivas, que envolvem a irrupção dental, exemplo: irrupção precoce e irrupção
retardada;

Alterações de posição (topográficas), exemplo: dentes impactados, transposição e


transmigração;

Alterações morfológicas (forma), exemplo: geminação, fusão, concrescência, taurodontia,


dente invaginado/dens in dente, cúspides acessórias/dente evaginado, dilaceração radicular,
raízes supranumerárias e pérolas de esmalte.

Dessa forma, na classificação de alterações morfológicas, temos variações que envolvem a


forma do dente (alguma de suas partes). Entretanto, ocorrem dúvidas quando falamos sobre a
fusão e a geminação dental, então eu vou esclarecer pra vocês!

Fusão dental

Na fusão dental, temos dentes que, em algum momento no período da sua formação
(odontogênese), tentaram de fusionar. Por consequência disso, acontece a união de dois
germes dentários adjacentes. Desse modo, encontram-se aderidos pela dentina, possuindo
duas coroas e duas raízes. Um sinônimo para fusão é sinodontia.

Acredita-se que a fusão acontece quando dois germes dentários se formam tão próximos entre
si que, conforme se desenvolvem, entram em contato e se fundem antes que ocorra a
calcificação. Assim sendo, pode ser total ou parcial dependendo o estágio da odontogênese.
Essa condição é mais comum na dentição decídua e na região anterior. Importante observar
que, nessa condição as coroas dos dentes fusionados normalmente parecem ser grandes e
únicas podendo também ocorrer uma coroa bífida. Observem a Figura 1.

Geminação dental

Já na geminação dental, em algum momento da odontogênese ocorreu a tentativa de um


germe dentário em dividir-se, resultando em um dente com coroa bífida, ou seja, apenas uma
raiz e um canal radicular em comum. Essa condição é mais recorrente na dentição decídua,
porém pode aparecer em ambas as dentições. É uma condição rara e um sinônimo de
geminação é duplicação.
Uma de suas características importantes é que o esmalte ou a dentina pode ser hipoplásica ou
hipocalcificada. Observem a Figura 2. Interessante salientar que no diagnóstico diferencial da
geminação inclui a fusão. Se o dente mal formado for contado como apenas um, indivíduos
com geminação então, tem contagem de dentes normal, enquanto na fusão há a falta de um
dente na contagem final.

E qual a importância de reconhecer essas alterações?

As radiografias são exames essenciais no diagnóstico destas anomalias de desenvolvimento


dental (forma) pois permitem observar melhor a extensão da união e a presença dos condutos
radiculares e raízes e orientar o tratamento. Assim, permitem a segurança ao orientar o
profissional quanto ao tratamento específico do dente, juntamente com o exame clínico. Trago
pra vocês um caso não tão comum de fusão de molares (Figura 3, A e B). Observem
atentamente a imagem. Neste caso o diagnóstico diferencial da fusão incluem: geminação e
macrodontia.

Veja alguns exemplos na prática

Figura 7. A:
Geminação de um segundo pré-molar superior esquerdo nos cortes transversais. B:
renderização da superfície tridimensional mostrando os dentes geminados e sua associação
com o pré-molar. C: Imagem de TCFC coronal de outro caso de geminação de um segundo pré-
molar. Observe o canal radicular comum. Fonte: White & Pharoah.

Figura 1. Desenho esquemático da fusão dental. Radiografia demonstrando a fusão de dentes


incisivos superiores. Fonte: Watanabe & Arita.

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