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EREM de Jatobá

Série: 2° ano
Disciplina: Geografia
Professora: Edna

TEXTO DE APOIO E PESQUISA:

A Agricultura é Fundamental para o Desenvolvimento Econômico

Sobre a importância da agricultura para o progresso econômico

Um dos mitos do industrialismo é que deveria haver uma proporção adequada de participação dos setores de
atividade em termos de emprego da população ativa para que a riqueza seja vantajosamente multiplicada. A
tendência é frequentemente diminuir a importância da agricultura ou considerar que seu papel não tem
relevância em uma agenda de progresso social. Este comentário busca explicar por que essa lógica é
bastante contestável, e apontar para a importância de se conceber o desenvolvimento econômico como um
processo evolutivo envolvendo todas os setores da economia em um ambiente de generalização da divisão
(intelectual e manual) do trabalho e especialização, mas sobretudo, isso passa pela promoção das bases
institucionais inclusivas e dos mecanismos organizacionais e normativos fomentando um ambiente atrativo
para os negócios.

Este comentário não buscará sugerir que o crescimento e desenvolvimento do setor de serviços ou da
indústria não teriam importância dentro de uma agenda de progresso social. Ele busca vantajosamente
examinar a ideia de que existiriam agendas alternativas e excludentes de desenvolvimento pautadas,
respectivamente, ou na agricultura e desenvolvimento da economia agrícola ou na promoção a qualquer custo
de uma economia baseada essencialmente na produção industrial e dos serviços.

Uma das teses do industrialismo é que uma agenda de progresso social e enriquecimento passa pela renúncia
parcial ou progressiva ao desenvolvimento agrícola em detrimento do privilégio da industrialização a qualquer
custo mesmo que pelas vias do intervencionismo. Uma das maneiras utilizadas por alguns economistas para
mensurar o quão urgente seriam as medidas intervencionistas — e o quanto estaríamos distantes do
progresso e da riqueza social — é tomar a parte de participação dos principais setores econômicos na riqueza
nacional e a parte da população ativa empregada nesses respectivos setores da economia como referência
comparativa em termos internacionais.

Se houver uma quantidade comparativamente importante da população ativa empregada no setor agrícola, nos
dizem, isto seria um sinal de que o país precisaria adotar determinadas políticas tendo em vista o
desenvolvimento dos outros setores da economia com intuito de potencializar os níveis médios de renda.
Portanto, se uma economia apresenta ou mantém uma parte considerada importante da população ativa
trabalhando no setor agrícola, a tendência é que o país não consiga se desenvolver plenamente, ou que
encontramos nisso um reflexo do subdesenvolvimento. A ideia por trás é que o progresso social subentende
uma migração da população ativa de um setor para outro, tirada fundamentalmente pelo desenvolvimento
industrial.

A sugestão política, consequentemente, é privilegiar políticas industriais ativas em detrimento de políticas


colaborando, por exemplo, com o desenvolvimento agrícola, notadamente tendo em vista e por objetivo um
ganho relativo de importância da indústria na economia e, mais indiretamente, um direcionamento ou
colaboração para migração da população ativa para aqueles setores industriais e de serviços.

Indo de certa forma a contrapé dessas ideias, encontramos uma proposta entendendo que a migração da
população ativa para o setor industrial é a consequência do desenvolvimento do próprio setor agrícola. A
riqueza social gerada por uma economia agrícola fomenta o investimento em diversos setores, principalmente
nos segmentos que permitem incremento de produtividade no mesmo.
Os ganhos em produtividade no setor agrícola derivados do incremento em intensidade de capital reduzem a
necessidade de mão de obra para aquele setor. Isto é algo que coloca o desenvolvimento da agricultura como
elemento fundamental para uma agenda de crescimento e progresso social. E deste ponto de vista, o
desenvolvimento da agricultura é tão importante quanto o desenvolvimento de qualquer outro setor.

Ao invés do que supõe a lógica industrialista (intervencionista), a sugestão é que deveríamos vantajosamente
conceber que ambos e todos os setores econômicos — industrial, serviços e agrícola — se desenvolvem em
paralelo e frequentemente de forma complementar. A redução do emprego da população ativa se trata na
verdade de uma tendência natural do desenvolvimento agrícola e uma consequência do progresso técnico,
frequentemente impulsionado pela riqueza social alavancada nos campos.

Do ponto de vista das políticas, então, uma agenda de progresso social não passa necessariamente pelo
avanço de políticas industriais ativas em detrimento de políticas voltadas para o desenvolvimento agrícola, ou
por simplesmente políticas mais gerais facilitando os negócios em todos os setores.

Pelo contrário, o desenvolvimento de ambos os setores não requer necessariamente ação buscando privilegiar
ou ajudar determinado setor ou grupo de produtores em detrimento de outros, e não sugere mais do que uma
concentração dos esforços nos papéis geralmente concebidos aos atributos de um governo mínimo ou liberal.

Existiriam, então, de maneira essencialmente caricatural, essas duas perspectivas de entendimento do


progresso social e desenvolvimento econômico, e do papel que desempenharia a agricultura nessa dinâmica
de crescimento.

A importância da agricultura é, assim, indiscutível, pois é a partir dela que se produzem os alimentos e os
produtos primários utilizados pelas indústrias, pelo comércio e pelo setor de serviços, tornando-se a base
para a manutenção da economia mundial.

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