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Kalil J. de Siqueira
1
Introdução
Entretanto, sabemos que a política como era idealizada nesses tempos mais
remotos da humanidade já não traduz o que genuinamente ocorre nos bastidores do
poder público político tão cobiçado nos nossos dias. Podemos testificar isto na
forma como ao longo dos anos as figuras políticas se tornaram praticamente
“ídolos”; na existência de ditaduras sanguinárias ao longo da história em nome
deste mesmo poder político; negação de direitos básicos à população local;
alienação e manipulação em massa; além de leis e decretos extremamente
absurdos, censores e criminosos por parte de uma classe que deveria,
teoricamente, lutar pelos interesses majoritários.
Esta carta foi escrita pelo apóstolo Paulo, aproximadamente entre os anos de
54 d.C. e 58 d.C. O apóstolo Paulo foi incumbido pelo SANTO ESPÍRITO a escrever
tal epístola aos irmãos da igreja de Roma (composta por judeus e gentios) enquanto
esteve pela terceira vez na cidade de Corinto, na Grécia, com os irmãos da igreja
que ali fundara e para quem também já havia escrito as cartas de I (primeira) e II
(segunda) aos Coríntios.
“Primeiramente dou graças ao meu Deus, por meio de Jesus Cristo, no tocante a
todos vós, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. Deus, a quem sirvo em meu
espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço
menção de vós, pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de
Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. Desejo ver-vos, para vos compartilhar
algum dom espiritual, a fim de que sejais fortalecidos; isto é, para que convosco eu seja
consolado pela fé mútua, assim vossa como minha. Não quero, porém, irmãos, que ignoreis
que muitas vezes me propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido), para colher
entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.” - Romanos 1:8-13 | João
Ferreira de Almeida Edição Contemporânea
-- todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.” - Atos
dos Apóstolos 2:7-11 | João Ferreira de Almeida Edição Contemporânea
Isto pode ter ocorrido tanto por um propósito coletivo quanto pelo ministério
apostólico de Priscilla e Áquila, casal apostólico que pregava e cedia suas casas
(em Roma, em Corinto e depois em Éfeso) para os cultos das igrejas. Apesar de
todas essas propostas extremamente possíveis, não se sabe ao certo como
realmente foi fundada a igreja romana.
“Toda pessoa esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade que
não venha de Deus. As autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste
à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos a
condenação. Pois os governantes não devem ser temidos pelos que praticam coisas boas,
mas pelos que praticam coisas más. Queres não temer a autoridade? Faze o bem e terás
louvor dela. Pois ela é ministro de Deus para teu bem. Mas se fizeres o mal, teme, pois não
traz a espada sem motivo. Ela é ministro de Deus, agente da ira para castigar o que pratica
o mal. Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do castigo,
mas também por causa da consciência. Por essa razão também pagais tributos, pois as
autoridades são ministros de Deus, sempre dedicadas a esse serviço. Portanto, dai a cada um
o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem
honra, honra.” - Romanos 13:1-7 | João Ferreira de Almeida Edição Contemporânea
Esta interpretação através da exegese está tão correta, que ela é endossada
hermeneuticamente por todo o restante do capítulo 13 (treze) de Romanos, quando
o apóstolo Paulo faz um paralelo das atitudes da vida cristã com a vida pecaminosa
no mundo (a noite e o dia). Acompanhe:
Durante anos, Israel viveu uma cultura e um governo muito diferente (e até
melhor) do que outras nações ao redor. Enquanto todas as nações tinham um rei e
este era escolhido para legislar toda e qualquer situação possível, Israel tinha como
Rei o próprio SENHOR, como ele havia estabelecido. Desta forma, o SENHOR
levantava profetas, juízes e sacerdotes para julgar as causas do povo de acordo
com a Torá (Pentateuco) que havia sido a revelação escrita dada até aquele
presente momento. Este período é conhecido como o “Período dos Juízes” em
Israel, marcado pelos inúmeros locais onde se reuniam esses profetas, juízes e
sacerdotes para julgamento correto, genuíno e bíblico das causas da nação. Esses
locais, de acordo com o hebraico, eram conhecidos como “Beit Din” e tem sua base
em Deuteronômio. Acompanhe:
“Constituirás juízes e oficiais em todas as cidades que o Senhor, o teu Deus, te der
entre as tuas tribos, para que julguem o povo com reto juízo.” - Deuteronômio 16:18 | João
Ferreira de Almeida Edição Contemporânea
“Quando alguma causa te for difícil demais para julgar, tal como: homicídio,
demanda, lesão física ou outras questões de litígio em tuas cidades, então te levantarás e
subirás ao lugar que o Senhor, o teu Deus, escolher. Virás aos sacerdotes levitas e ao juiz que
houver nesses dias e os consultarás; e eles te anunciarão a sentença do julgamento. Farás
segundo a sentença que anunciarem no lugar que o Senhor houver escolhido e cuidarás de
fazer conforme tudo o que te ensinarem. Conforme a sentença da lei que te ensinarem e o
juízo que te disserem, farás. Da sentença que te anunciarem não te desviarás, nem para a
direita nem para a esquerda. O homem que proceder soberbamente, não dando ouvidos nem
ao sacerdote que está ali para servir ao Senhor, o teu Deus, nem ao juiz, o tal homem será
morto. Assim eliminarás o mal de Israel, a fim de que todo o povo o ouça e tema, e nunca
mais se ensoberbeça.” - Deuteronômio 17:8-13 | João Ferreira de Almeida Edição
Contemporânea
“Tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel; Seus
filhos, porém, não andaram nos caminhos dele; antes se inclinaram à avareza, aceitaram
subornos e perverteram o juízo. Então as autoridades de Israel se congregaram e vieram ter
com Samuel, a Ramá. Disseram-lhe: estás velho, e teus filhos não andam nos teus caminhos;
constitui-nos, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações; E
o Senhor lhe disse: ouve a voz do povo em tudo o que te dizem, pois não rejeitaram a ti, mas
a mim, para eu não reinar sobre eles.” - 1 Samuel 8:1;3-5;7 | João Ferreira de Almeida
Edição Contemporânea
Assim como tudo que não se baseia nas Sagradas Escrituras e decide viver
por intermédio de tradições (sejam elas religiosas ou seculares), o Sinédrio era uma
farsa. Ali se tomavam decisões totalmente injustas, parciais, ideológicas e
preconceituosas, com base no achismo de “rabinos” que condenavam um homem
por adultério, e depois se vangloriavam de noitadas em prostíbulos e bebedeiras.
Acompanhe logo abaixo, em algumas citações talmúdicas, como era a “santa” vida
dos “santos rabinos” que compunham esse Sinédrio:
“Mas isto não é contado por fontes externas: disseram que o Rabi Elazar ben
Durdaya era tão promíscuo que não houve uma prostituta no mundo que ele não fez
sexo. Uma vez, ele ouviu dizer que havia uma prostituta em uma das cidades
portuárias que cobrava uma bolsa cheia de denários como pagamento. Ele tomou
uma bolsa cheia de denários e atravessou os sete mares para chegar até a mulher;
Elazar ben Durdaya disse: certamente este assunto não depende de ninguém além
de mim mesmo. Então colocou sua cabeça entre seus joelhos e chorou
amargamente até que sua alma deixou seu corpo. Uma Voz Divina emergiu e disse:
9
“Rabi Ilai diz: se uma pessoa perceber que sua vontade de fazer o mal está
ganhando controle sobre ele e este não consegue superar isto, então ele deve ir a
um lugar em que não é conhecido. Ele deve se vestir de preto e amarrar sua cabeça
com turbante preto, como se estivesse de luto. Talvez essas mudanças o
influenciem a não pecar. Porém se nada disso ajudar, ele deve ao menos fazer o
que o seu coração deseja de forma escondida para não profanar o nome dos Céus
em público.” - Talmud Mo’ed Katan 17a
“Aquele que furta ou rouba, assim como aquele que faz sexo com uma bela
mulher casada tomada como prisioneira de guerra, e todas as outras más atitudes
como essa, se são praticadas por um gentio a outro gentio ou de um gentio a um
judeu, isso é proibido; mas se um judeu fizer qualquer uma destas coisas a um
gentio, é permitido? A Guemará responde: ora, como as escrituras queriam tanto
dizer que um judeu pode ser permitido de fazer isso com um gentio, elas primeiro
dizem que um gentio fazer isso a um judeu é proibido!” - Talmud Sanhedrin 57a
Mesmo assim, pela forte influência que eles tinham em cima do povo leigo,
era quase um “pecado” contestar a autoridade de qualquer “sábio” do Sinédrio; tanto
que daquele período até os dias de hoje, ir contra o Sinédrio é uma afronta dentro
do judaísmo. Mas, apesar dessa autoridade máxima que o Sinédrio tinha na
jurisdição de Israel quanto à vida político-religiosa dos judeus, quando os mesmos
se juntaram para ordenar aos apóstolos que não pregassem mais sobre JESUS,
além de os açoitarem e os prenderem, a reação dos apóstolos foi de completa e
total discordância. Acompanhe:
“Levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, da seita dos
saduceus, encheram-se de inveja. Mandaram prender os apóstolos e os lançaram na prisão
pública; E, tendo-os trazido, apresentaram-nos ao Sinédrio. E o sumo sacerdote os
interrogou: não vos demos ordens expressas que não ensinásseis nesse nome? Contudo,
enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis nos culpar pelo sangue desse homem.
Responderam Pedro e os apóstolos: mais importa obedecer a Deus do que aos homens! O
Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, suspendendo-o no madeiro.
Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e
perdão dos pecados. Nós somos testemunhas dessas palavras, nós e também o Espírito Santo,
que Deus deu àqueles que lhe obedecem. Ouvindo eles isto, enfureceram-se e queriam
matá-los.” - Atos dos Apóstolos 5:17-18;27-33 | João Ferreira de Almeida Edição
Contemporânea
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Todo esse horror que nem é possível a nós imaginarmos de tão deprimente
não acaba aí. Imagine você, caro leitor deste artigo, quantos e quantos “iluminados”
e “isentões”, dentro da própria igreja, não entregaram seus próximos à polícia
nazista naquela época usando a mesma alegação descontextualizada e mal
interpretada de Romanos 13:1-2. Pergunte a um desses que amam
descontextualizar esses versículos (para justificar sua total falta de bondade e
benignidade ou sua idolatria a políticos) se eles acham que sua “visão” da Bíblia se
aplicaria naquela época… talvez você se surpreenda (de uma forma bem ruim) com
a resposta, enquanto estes apenas continuam a darem frutos de iniquidade e
heresia, já que sua “interpretação” de Romanos 13:1-2 vai contra a plenitude e
sentido que o próprio JESUS deu à lei:
“Respondeu-lhe Jesus: amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo,
semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos
dependem toda a Lei e os Profetas.” - Mateus 22:37-40 | João Ferreira de Almeida Edição
Contemporânea
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Conclusão
Mais uma vez nos deparamos com mais um erro resultante da ingenuidade,
da preguiça e da teimosia da igreja contemporânea. Um período da igreja que
infelizmente não consegue compreender conceitos básicos e comprovados da
inerrância e infalibilidade bíblica e nem consegue compreender o raciocínio óbvio de
que se as Sagradas Escrituras são inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO (DEUS),
então as respostas e interpretações à qualquer passagem das Escrituras só podem
ser encontradas nas próprias Escrituras ou em DEUS.
A Bíblia não se molda ao seu padrão de vida, sua ideologia e nem aos seus
gostos peculiares, mas pelo contrário: você deve se moldar à ela. Portanto,
nenhuma passagem da Bíblia é de particular interpretação, conforme já atestado e
declarado pelo apóstolo Pedro (II Pedro 1:20-21), sendo apenas algo testificado
neste breve estudo.
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Referências
Strong's Exhaustive Concordance of the Bible - DR. JAMES STRONG | Thomas Nelson
Publishers <https://www.thomasnelson.com/>
'No room for the alien, no use for the wastrel' - GEORGE SYLVESTER VIERECK | The
Guardian <https://www.theguardian.com/theguardian/2007/sep/17/greatinterviews1>