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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QMC5416 - FISICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL A
PROFESSORA: DRA. VERA LUCIA A. F. BASCUNAN
Florianópolis
Novembro, 2017
RESUMO
Neste trabalho foi realizado um estudo do equilíbrio entre as fases líquida e vapor de
uma mistura binária. Para compor essa mistura binária foram escolhidos acetona e
clorofórmio tendo em vista que ambos são solúveis em todas as proporções, possuem baixa
toxicidade quando comparados a outros solventes orgânicos, são líquidos à temperatura
ambiente, entre outras características.
Com um sistema de destilação foram coletadas várias alíquotas tanto da fase vapor
(destilado), quanto da fase líquida (resíduo) e para determinar a composição de cada
amostra foi utilizada a técnica de refratometria. Tendo-se as composições de cada alíquota
foi construído um diagrama líquido-vapor para a mistura acetona-clorofórmio, destacando
seu desvio da idealidade segundo a lei de Raoult e a justificativa por trás desse fenômeno.
INTRODUÇÃO
“Óleo e água não se misturam, não há interação entre eles”: Quantas vezes já não
difundiu-se tal frase ou, ao menos, parecida? Apesar desta hoje crença comum, o
desenvolvimento científico tornou-se capaz de rebatê-la ao demonstrar que, ainda que
mínima, grande parte da matéria apresenta interação, dificultando assim a obtenção de
compostos puros. Portanto, cada vez mais, faz-se necessário o estudo acerca dos estados
físicos de misturas, soluções e seus comportamentos, bem como propriedades, logo que o
universo se apresenta a nós por meio desta linguagem.
Por definição, soluções são sistemas formados por dois ou mais componentes,
exibindo uma única fase, homogênea química e fisicamente, podendo serem classificadas
de acordo com o tamanho das partículas dispersas, estado físico, concentração e
condutividade. Estão relacionadas com os seguintes termos: soluto, como a substância que
está dissolvida, e o solvente, responsável pela dissolução, presente em maior quantidade.
Misturas, por sua vez, englobam substâncias que compartilham de um mesmo
sistema, não restringindo-se a serem homogêneas, e suas proporções podem ser
separadas por processos físicos como, por exemplo, destilação, o que não ocorre em
soluções.
Para compreender-se a força motriz que diferencia se um sistema será uma mistura
ou uma solução, busca-se o auxílio da termodinâmica para então prever-se suas
tendências. Aplicando-se conceitos de idealidade anteriormente atribuídos no estudo de
gases, torna-se viável a comparação com sistemas em demais estados da matéria, neste
caso, sendo abordados os líquidos, haja vista sua abundância e recorrência quando em
práticas laboratoriais. Entretanto, assunções devem ser consideradas, tão logo é visível a
existência de interações neste estado da matéria: admite-se, posto isto, que as interações
na solução devem ser semelhantes às dos líquidos quando puros, sendo o soluto não
volátil, e os componentes não devem reagir entre si.
Da termodinâmica de mistura de gases, tem-se a seguinte equação para energia de
Gibbs:
∆𝐺𝑚𝑖𝑠 = 𝑛𝑅𝑇(𝑥𝑎 𝑙𝑛 𝑥𝑎 + 𝑥𝑏 𝑙𝑛 𝑥𝑏)
𝑑𝐺
( 𝑑𝑇 )p = -S
∂𝐺
∆𝑆𝑚𝑖𝑠 = ( ∂𝑇 )𝑝 = − 𝑛𝑅𝑇(𝑥𝑎 𝑙𝑛 𝑥𝑎 + 𝑥𝑏 𝑙𝑛 𝑥𝑏)
o que sugere que o fator definitivo para que de fato ocorra o processo de solubilização será
a entropia, uma vez que
∆𝐺 = ∆𝐻 − 𝑇∆𝑆
1. Aparelho de destilação
2. Refratômetro
3. Termômetro
4. Frascos com tampa para coletar as amostras
5. Acetona
6. Clorofórmio
A chapa de aquecimento foi ligada mas não em contato direto com a superfície do
balão de destilação, sendo esse aquecido apenas por irradiação de energia térmica. Assim
que se iniciou a ebulição foi determinado o ponto de ebulição da acetona, a fração
condensada foi devolvida ao resíduo e houve a primeira adição de clorofórmio.
O procedimento de destilação e coleta de alíquotas tomou a seguinte ordem:
primeiramente deixou-se acumular um volume de cerca de dois mililitros de destilado, assim
que esse volume foi coletado a temperatura de ebulição foi lida, também coletou-se
aproximadamente dois mililitros de resíduo utilizando uma seringa adaptada. Após a coleta
de alíquotas foi adicionado um volume de clorofórmio, os volumes de clorofórmio
adicionados ao sistema de destilação estão dispostos na Tabela 1. Ao final de cada adição
de clorofórmio já havia um novo volume destilado condensado, esse volume foi sempre
devolvido à destilação
Tabela 1 - Volumes de clorofórmio adicionados à cada rodada de amostra coletada.
Após o término da destilação, quando coletou-se a última alíquota, todo sistema foi
desligado e desmontado. As amostras foram analisadas por refratometria, sendo
determinados todos os índices de refração para cada amostra de líquido e vapor. Esses
índices de refração lidos estão dispostos na tabela 2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do gráfico 1 foi obtida a função linear que melhor descreve a curva de
índices de refração em relação à porcentagem de clorofórmio na mistura
acetona-clorofórmio.
CASTELLAN, Gilbert William. Fisico quimica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1982.
Material disponibilizado pelo Dr. Prof. Luís Otávio durante a disciplina QMC5404.