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POP – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Área Emitente: Laboratório Faculdade Padre Anchieta


Data: 22/11/2021
Versão: N. 1
Revisão e aprovação:
Elaboração e emissão: Evelin Fabiana Ghidini RA: 2002991

OBJETIVO: O procedimento operacional padrão (POP) descreve procedimentos, critérios e o


requisitos mínimos para a realização do exame de urina.

MÉTODO: Compreender as análises física, química e microscópica da urina, com o objetivo


de detectar doença renal, do trato urinário ou sistêmico, que se manifesta através do
sistema urinário.

BIOSSEGURANÇA: É fundamental e importante a utilização dos EPIs (equipamento de


proteção individual), fazer a descontaminação de bancada e equipamentos conforme as
normas de Segurança do laboratório.
Um laboratório de análise é um ambiente interessante pelas inúmeras possibilidades de
conhecimento
e descobertas que oferece porém , os manuseios de equipamentos e materiais inadequados
podem apresentar riscos ao profissional da área.
Observação importante: Fazer a Assepsia das mãos (lavar com água e sabão), álcool 70%.
SEQUÊNCIA DE ETAPAS DURANTE O PEDIDO DO EXAME:

Solicitação do pedido médico;


Realizar cadastro do paciente;
Preenchimento de guia de exames;
Solicitar que o paciente assine a guia;
Entregar recipiente ao paciente para que faça a coleta;
Orientar o paciente quanto ao procedimento da coleta e esclarecer eventuais dúvidas.

PREPARAÇÃO DO PACIENTE:

A preparação do paciente e a coleta da amostra de urina constitui a primeira fase do exame;


O paciente deve ser comunicado que para a realização do exame solicitado, deverá coletar
uma amostra de urina;
Em seguida o paciente recebe a orientação de como deverá ser realizada a coleta da
amostra para o exame solicitado;
Esta orientação é importante para que o resultado da análise da urina permita a
interpretação confiável que considere as reais condições do trato urinário do (a) paciente;
As orientações ao paciente deverão ser fornecidas de forma escrita e oral para a
compreensão;

Coleta feminina:

Abstinência sexual pelo menos por 24 horas;

Lavar as mãos;
Sentar no vaso sanitário com as pernas afastadas;

Fazer a limpeza do local de frente para traz;

Destampar o frasco estéril;

Com uma das mãos afastar os grandes lábios e com a outra segurar o frasco já destampado;

Desprezar o primeiro jato de urina no vaso;

Coletar a porção média no frasco estéril urinando em jato e tampar imediatamente;


Coleta Masculina:

Lavar as mãos;
Fazer a retração da glande do pênis e higienizar;

Destampar o frasco estéril desprezar o primeiro jato de urina no vaso;

Coletar a porção média no frasco estéril, urinando em jato e tampar imediatamente;

Coleta em criança: coletor adesivo

Realizar a higiene e adaptar o coletor de acordo com o sexo;

Caso a criança demore para urinar ou evacuar simultaneamente o coletor deverá ser substituído;

Triagem:

Pegar o recipiente e identificar com o nome completo do paciente, data, hora, tipo de amostra
coletada;

Entregar o protocolo com a data do resultado do exame;

Importante manipular a amostra com luvas.


ETAPAS PARA SEGUIR NO LABORATÓRIO:

Materiais:

Pipeta;

Ponteira;

Centrifuga;

Lamínula;

Câmara de Neubauer;

Lâmina microscópica;

Luva;

Papel toalha;

Microscópio óptico;

Amostra coletada;

Tubo de ensaio.

REAGENTES;

Tiras reativas.

Importante: O frasco de tiras reagentes, deverá ser mantido, sempre fechado, abrindo-o apenas,
brevemente para a retirada da tira reagente.
TRATAMENTO DA AMOSTRA

A amostra coletada, deverá ser analisada em até 2 horas, se mantido em temperatura ambienteou
em 24 horas, se mantido sob refrigeração;

A amostra não deve ser congelada, pois o congelamento destrói alguns elementos e ocorre a
turvação ao descongelar.

PROCEDIMENTO DETALHADO:

Procedimento para URINA TIPO I

Material chega ao laboratório, é recebido na triagem, e etiquetado com a hora, data e nome
completo;

Homogeneizar bem a urina no próprio coletor e transferir para o tubo de ensaio 10ml;

Mergulhar a tira e retira-la e remover o excesso de urina com papel toalha;

Fazer a leitura da tira;

Após a leitura, centrifugar a amostra 1500 – 2000 RPM por 5 minutos;

Retirar 9,0 ml do sobrenadante, com cuidado para não suspender o sedimento, deixando, deixando
um volume de 1,0 ml no tubo;

Ressuspender o sedimento com leve batidas no fundo do tubo;

Tirar um pouco da amostra com a pipeta, e inserir entre lâmina e lamínula e prosseguir com a leitura.

Todas as amostras serão conferidas manualmente por microscopia.

EXAMES FÍSICOS

A análise macroscópica da urina deve ser realizada antes de ser processada, a segunda etapa do
exame de urina éconstituído da observação de característica física como cor, odor, aspecto ou
transparência, depósito e densidade.

Cor: amarelo claro: urina diluída ( diabetes, consumo excessivo);

Amarelo ouro: urina normal;

Âmbar: urina concentrada, pigmentos de bilirrubina;

Marrom Bilirrubina: hemoglobina e meta hemoglobina

Verde: Bilirrubina oxidada, azul de metileno, medicações;

Vermelho/rosa: Porfirinas, mioglobina, hemoglobina, medicações;

Laranja: Medicações
Preta: Melanina e ácido homogentísico.

Valor referência: Amarelo citrino, variação: amarelo claro a âmbar.

Aspecto/Turbidez: Pode ser influenciada pela concentração urinária (Leucócitos, eritrócitos, cristais
bactérias, muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da amostra).

Transparente/Límpido;

Semi-turvo;

Turvi/opaco;

Leitoso

Odor: aromático fraco de origem indeterminado;

Crescimento bacteriano – odor amoniacal fétido.

EXAME QUÍMICOS:

O exame químico da urina é a terceira etapa do exame sendo, realizada através de tiras reagentes
que são tiras pláticas nas quais se encontram fixadas diferentes áreas reagentes. A realização do
exame químico através das tiras reagentes pode oferecer informações sobre função hepática, função
renal, metabolismo de caboidratos, infecções do trato urinário e até meso equilíbrio ácido-básico. É
importante ressaltar que estas avliações são de certo modo apenas superfíciais, necessitando
exames complementares a serem realizados a fim de permitir uma avaliação mais precisa.

LEITURA: TIRA REAGENTE

Esterases de leucociotos: Avaliação de processos infecciosos e inflamatórios do trato urinário (ITU).


pode ocorrer com ou sem bacteriuria.

Valores de Referência: negativo, quando positivo: + a +++ ou traços pequena,moderada ou grande


quantidade.

Nitrito: Avaliação de processo infeccioso do trato urinário (ITU)

Valores de referência: negativo.

Urobilinogênio: Avaliação de distúrbios hepáticos e hemolíticos.

Velores de referência:<1 mg/dl – quando positivo: MG/dl.

Proteínas: Proteinúria: indicador de doença renal.


Valores de referência: Negativa

Quando positivo: + a +++ ou MG/dl

PH: Detecção de possíveis disturbios eletrolítico sistêmico de origem metabólica ou resspiratória.

Valores de refência: 5,5 a 6,5

Sangue: Detecção e avaliação das hematúrias.

Valores de referência: negativo

Quando positovo: + a ++++ ou MG/dl

Traços, pequena, moderada ou grande quantidade.

Densidade: Avaliação da capacidade renal de reabsorção e concentração.

Valores de referência:1010 á 1025

Cetonas: Avaliação de Diabetes ( cetoacidose), jejum prolongado.

Valores de referência: Negativo

Quando positivo: traços, pequena, moderada e grande quantidade.

Bilirrubina: Indicação precoce de hepatopatias.

Valores de referência: negativo

Quando positivo: + a +++ ou pequena, moderada ou grande quantidade.

Glicose: Avaliação de Diabetes e disturbios de reabsorção tubular.

Valores de referência: Negativo

Quando positivo: + a ++++MG/dl

Observação:Feminino se encontrado esperma na amostra de urina, por conduta não mencionar no


laudo.

Criança:Ao encontrar esperma na urina da menina menor de 12 anos, é de suma importância


denunciar á polícia de imediato ( estupro).
AVALIAÇÃO DO SEDIMENTO URINÁRIO – SEDIMENTOSCOPIA

O exame micróscopico é a última etapa do exame de rina. A microscopia do sedimento urinário se


constituí, no procedimento laboratorial importante e mais utilizado, do exame de urina, no
diagnóstico de doença do trato urinário. Os resultados do sentimento urinário devem ser
interpretados juntamente com o conhecimento do método de coleta, exame químico e exame físico.

Volume mínimo para análise: 10 ml de urina;

Centrifugar por 10 in a 3.000 RPM;

Desprezar o sobrenadante;

Com o auxílio da pipeta, coletar o sedimento e preparar a lâmina;

Fazer a leitura no microscópio com objetiva de 10X e de 40X

PROCEDIMENTO LÂMINA:

Objetiva de 10X

Filamentoss de muco: raras, moderadas, abundantes;

Células epiteliais: raras, moderadas, abundantes.

Objetiva de 40X

Hemácias:

Homens: 0-3/campo

Mulheres: 0-5/campo

Leucócitos: 0-4/campo

Epitélios: 0-1 (pavimentoso) /campo

Cilindros: 0-1 (hialino)/campo

Flora microbiota: Ausente ou escasso.

EXAME MICROSCÓPICO: CÂMARA DE NEUBAUER

Faz se os mesmos procedimentos e analise física como mencionados acima na preparação de lâmina;

Utilizando cubos cônicos, enche-los de urina até a marca e 10 ml;

Centrifugar os tubos a 2500 R.P.M por 10 minutos;


Retirar o sobrenadante deixando 1 ml no tubo;

Agitar o tubo e colocar a urina com capilar ou pipeta, na câmara de Neubauer;

Proceder a leitura no microscópio (40X) – primeiramente focar com uma objetiva menos (4X) e
depois proceder para a objetiva maior.

Observar:

Filamentos de Muco: raros, moderadas, abundante.

Leveduras: raras, moderadas,abundante,

Cristais: raros, moderado, abundante ( especificar o tipo encontrado);

Espeematozoides: citar a presença (apenas em urina de homens)

Bactérias: raros, moderado, abundante.

CONTAGEM DO EXAME NO MICROSCÓPICO:

Lâmina:

Se faz a leitura em 10 campos: soma os valores de leucócitos e hemácias encontrados e depois


divide por 10.

Câmara Neubauer:

Se for encontrado 1 quadrante: multiplicar o valor de hemácias e leucóciotos encontrados por 1.000
e liberar em ml.

Se for encontrado os 4 quadrantes: multiplicar o valor encontrado por 250 e liberar o resultado po
ml.

SIGNIFICADO CLÍNICO:

Todos os achados microscópicos tem uma importância clinica significativa como:

Leucócitos: infecção ou inflamação urinária, seleção de amostras para cultura.

Cilindros: glomeronefrite, exercício físico intenso, pielonefrite,lesão nos túbulos renais ,infecção do
trato urinário, stress, sindrome nefrótica, estase do fluxo urinário.

Cristais: a maioria dos cristais não tem significado patológico, exceto os casos de alterção
metabólica,formação de cálculos e na regulação do fluxo urinário.

Hemácias: cálculo renal, glomerulonefrite, pielonefrite, tumor, trauma, exposição e agentes


químicos, droga e exercício intenso.
Células epiteliais: Compõe o revestimento tecidual do sistema urogenital e corespondem as
descamações normais da célula velhas, ao menos que estejam presentes em grande número ou em
formação normal.

Bactérias: Normalmente a urina não tem bactéria, se as amostras não forem colhidas em condições
estéreis, pode ocorrer contaminação sem significado clínico. Quando presente em grande número.

Pode ser indicativo de infecção:

Leveduras: candidiase vaginal, diabetes mellitus.

Parasitas: contaminação por secreção vaginal por Trichomonas vaginalis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ministério da Saúde – Manual de apoio aos gestores do SUS. Organização Da rede de laboratórios
clínicos, Brasília – DF: 2001.

https://www.labivangarcia.com.br/instrucoes-de-coleta; acesso 23/11/2021.

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