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Crônica de uma tentativa frustrada

A rua em que eu estava tinha tantas árvores que a lua no alto do céu e os
poucos postes de luz não há iluminavam muito bem, seria uma linda alameda se não
fosse o pânico que estava sentindo, os dois rapazes que me perseguiam me olhavam de
forma brutal e maliciosa e eu estava apressando o passo enquanto pensava o que havia
feito de errado.
Não fiz charme, nem insinuações, não os conhecia, a culpa não podia ser
minha, podia? O que eles queriam? “Sejam empoderadas” ouvi uma vez em um
discurso feminista, parei, em questão de segundos me virei e esperei, não passa de um
mal-entendido, vai dar tudo certo; como fui estúpida! Eles me agarraram e cessaram
meus gritos, me insultaram e me machucaram muito, mas não conseguiram o que
queriam, ficaram com raiva, mas eu estava feliz; fui salva!
Tola! Quase morri naquele dia, os hematomas já sararam as feridas já
cicatrizaram, mas, naquela noite levaram um pouco da minha liberdade, porém, a
cadeira de rodas que me sustenta hoje, não vai me impedir de lutar para que mais casos
como esse não aconteça.
Quantas mortes ainda vão acontecer para a sociedade ver os verdadeiros
culpados e quantos estupros são necessários para o machismo aprender a controlar seus
instintos!

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