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Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos

Agronomia

Pragas e Doenças do Feijoeiro

Eduardo Felipe Gonçalves Dias

Araguaína/TO
Novembro/2020
Pragas e Doenças do Feijoeiro

Ácaro-branco
As infestações iniciais do ácaro-branco ocorrem em reboleiras, o qual é
encontrado na parte inferior das folhas, atacando preferencialmente folhas
novas da parte apical das plantas, nos brotos terminais, sugando seu conteúdo
celular. As folhas inicialmente escurecem, apresentando coloração bronzeada
e depois enrolam seus bordos para baixo, ficando sua face ventral com aspecto
vítreo e tornando-se quebradiças. Por último ocorrem rasgaduras, quando já
não se observa o ácaro na folha. Esse ácaro também é responsável pela
ocorrência de deformidades nas flores e nos frutos, causando-lhes queda e,
consequentemente, comprometendo a produção, inclusive de sementes. Em
ataques intensos pode ocasionar a morte de plantas jovens. Sua disseminação
se dá pelo vento, por meio de estruturas vegetais infestadas e transportadas de
uma área para outra, de forma natural pelo contato entre a folhagem das
plantas e, ainda, por meio da relação forética que ocorre entre o ácaro-branco
e a mosca-branca B. tabaci e algumas espécies de pulgões.
Controle: Assim sendo, táticas de controle cultural (uso de sementes sadias e
isentas de viroses; uso de variedades ou híbridos de ciclo curto; produção de
mudas em locais protegidos; isolamento de talhões; adubação equilibrada;
eliminação de plantas com sintomas de viroses, de plantas daninhas e de
hospedeiros silvestres; manejo adequado da irrigação; colheita antecipada;
destruição de restos de culturais e rotação de culturas), físico e mecânico
(implantação de barreiras vivas e uso da irrigação por aspersão para controle
mecânico dos ácaros), de resistência de plantas a insetos (uso de variedades
ou de híbridos com bom nível de resistência ou tolerância às viroses) e de
controles alternativo e biológico devem ser utilizadas de forma integrada,
dentro de um programa de manejo integrado de pragas, de forma a se obter
níveis elevados de eficiência no controle desses organismos na cultura da
pimenteira.
Larva minadora
As larvas abrem minas no interior do parênquima foliar e se alimentam dos
tecidos, destroem parcialmente ou totalmente a folha, provocando seu
secamento. Em determinados casos, quando o ataque é muito intenso, podem
prejudicar o desenvolvimento da cultura.
Controle: Recomenda-se a pulverização com inseticidas piretróides ou a
aplicação de inseticidas sistêmicos granulados específicos para a cultura,
registrados para as culturas.
Lagarta Das Folhas
As lagartas causam desfolha severa e alimentam-se gregariamente quando
pequenas, muitas vezes deixando apenas as nervuras. Quando maduras se
tornam solitárias e alimentam-se dos frutos. Alimentam-se no sentido
ascendente. A ocorrência de S. eridania em lavouras de soja e algodão são
frequentes, causando desfolha e danificando frutificações, impedindo o
desenvolvimento normal das plantas, abrindo caminho para entrada de fungos
que promovem o apodrecimento de vagens e botões florais. São pragas
importantes também em outras culturas como milho, feijão, tomate, sorgo,
hortaliças e frutíferas, danificando pela alimentação das lagartas diferentes
vegetais, podendo ocasionar prejuízos significativos.
Controle: Aplicação de inseticidas específicos, registrados para as culturas.
Tripes
Os danos causados por tripes são de duas formas. A direta acontecepor meio
do aparelho bucal sugador labial triqueta (com três estiletes), que faz uma
perfuração no tecido vegetal e dilacera a região para que possa sugar a seiva
extravasada. Além disso, defeca pequenas gotas.
O tecido atacado fica exposto e forma pontuações bancas, oriundas da
alimentação do inseto. Dependendo da toxicidade da saliva do tripes, este local
pode desenvolver uma galha ou apresentar as lesões pontuadas prateadas. O
segundo dano é o indireto, que se caracteriza pela transmissão de viroses, que
tem maior importância que o dano direto. Duas são as famílias mais
importantes no desenvolvimento de danos nas culturas:Phlaeothripidae e
Thripidae.
Controle: Há, basicamente, três métodos de controle desse inseto praga: o
controle químico, o MIP e o controle biológico. No primeiro, são utilizados
apenas inseticidas químicos disponíveis hoje no mercado dentro dos três
grupos químicos atualmente comercializados, os organofosforados,
carbamatos e piretroides. No MIP (manejo integrado de praga) há a associação
dos métodos químico e biológico, utilizando-se concomitantemente inseticidas
químicos associados ao controle biológico. No controle biológico utiliza-se
unicamente o controle natural e biológico desses insetos, por meio dos inimigos
naturais como insetos e fungos entomopatogênicos.
Em todos esses casos, a tomada de decisão é baseada em resultados de
monitoramentos da lavoura e deve obedecer aos níveis de danos ou de
controle.
Lagarta Rosca
A praga ataca no período inicial e, por isso, pode comprometer todo o
desenvolvimento das lavouras.
O ciclo biológico dessa praga varia de 34 a 64 dias, dependendo das condições
climáticas da região. Os períodos de cada fase de desenvolvimento variam de
acordo com a temperatura e, geralmente, são de 4 dias como ovo, de 20 a 40
dias como larva e de 10 a 20 dias como pupa.
Lagartas menores se alimentam das folhas mais próximas ao solo e de outras
plantas hospedeiras próximas à cultura, como as plantas daninhas.
Controle: Sendo uma praga polífaga, a presença da lagarta-rosca na safra
anterior já é motivo de alarde. Por isso, é importante que você faça um bom
preparo do solo e elimine antecipadamente as plantas hospedeiras. Como os
insetos ficam durante o dia sob o solo, um manejo com rolagem rolo-faca irá
contribuir para reduzir a população que estiver na área. Outro ponto ideal é
evitar cobertura morta e restos culturais para que a lagarta-rosca não tenha
ambiente favorável para se manter até a chegada na nova safra.
Lagarta das Vagens
De modo geral, as lagartas apresentam coloração cinza-escura a castanha,
com listras longitudinais alaranjadas e triângulos pretos dorsais (S. eridania)
ou, lagartas de cor marrom passando à preta com pontuações douradas
dorsais distribuídas ao longo de duas linhas longitudinais alaranjadas (S.
cosmioides). Os adultos são mariposas que medem 40 mm de envergadura, de
cor cinza, com mancha preta na parte central das asas anteriores (S. eridania)
ou com asas anteriores pardas, apresentando muitos riscos e desenhos que se
interceptam (S. cosmioides).

Controle: Deste modo o primeiro passo no manejo integrado dessas pragas é


a identificação das espécies que estão ocorrendo na lavoura. Isto é de grande
importância porque algumas vezes as táticas de manejo adotadas para uma
espécie podem não ter a mesma eficácia de controle para as demais espécies.
Considerando o ataque nas vagens, o nível de ação para se utilizar o controle
químico é de 10% das vagens atacadas. Já com relação à desfolha o nível de
ação é de 30% de desfolha no estádio de desenvolvimento vegetativo e 15%
de desfolha no estádio reprodutivo. Considerando a amostragem pelo método
da batida de pano para contagem de insetos, o nível de ação é de 20 lagartas
grandes (>1,5 cm) por metro.

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