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Bruna Sousa, 12.

ºH
Objetivos de Psicologia 1.º
Período
Grupo I: Genética
1) Definição de genética e hereditariedade (pág.12);
A hereditariedade é o conjunto de processos que asseguram que cada ser vivo
recebe e transmite informações genéticas através da reprodução.
Portanto, tudo começa na conceção, ou seja, na fecundação do óvulo pelo
espermatozoide e na criação do ovo ou zigoto, um organismo celular que dá origem a
todas as células do nosso corpo. As células reprodutoras – o óvulo e o espermatozoide –
são, pois, as responsáveis pela transmissão das características genéticas ou hereditárias.
Assim, o ovo ou zigoto carrega a nossa informação genética, isto é, toda a
informação sobre as características biológicas que herdamos dos nossos progenitores.
*Genética: estudo da variação dos carateres individuais e a sua transmissão à geração seguinte.

2) Agentes responsáveis pelos carateres genéticos (ADN, genes, cromossomas);


A informação genética, isto é, toda a informação sobre as características
biológicas que herdamos dos nossos progenitores é carregada pelo ovo/zigoto e está
contida nos cromossomas – pequenos corpúsculos filiformes que estão no núcleo das
células, são portadores e transmissores de ADN, podendo conter milhares de genes,
apresentando-se aos pares e o seu número é constante para cada espécie (46 no ser
humano, por exemplo). Note-se que diferentes cromossomas contêm diferentes genes.
Da mãe herdamos 23 cromossomas e do pai outros 23, totalizando os 46 que
formam o cariótipo humano, cada um contém milhares de mensageiros chamados genes.
Os genes são segmentos indivisíveis que, em conjunto, formam uma
macromolécula, o ADN. São responsáveis pelo armazenamento de informação genética
e pela sua transmissão à geração seguinte e, portanto, são unidades funcionais do
material genético, influenciando o funcionamento e desenvolvimento de todas as partes
do nosso organismo – olhos, pele, sangue, ossos, etc. Note-se que interior do ADN a
comunicação é feita através do código genético.
Por fim, o ADN – abreviatura de ácido desoxirribonucleico – é uma
macromolécula em forma de dupla hélice que existe, essencialmente, no núcleo da
célula, e contém toda a informação necessária ao desenvolvimento e existência de um
organismo.
Apenas óvulo e espermatozoide possuem apenas metade da informação genética do indivíduo porque há uma redução do
número de cromossomas através de um processo de divisão celular - meiose. Assim, cada gameta transporta 23 cromossomas que se
unem para formar o zigoto dando origem a uma célula com 46. A partir da formação do zigoto ocorre um outro processo de divisão

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celular que permitirá o desenvolvimento do embrião, a mitose que dá lugar à formação de um novo organismo e a milhões de
células.

3) Diferença entre genótipo e fenótipo;


O genótipo é a constituição genética de um organismo relativamente a uma ou
várias características hereditárias. Está inscrito nos cromossomas e inclui informação
genética que se manifesta (o fenótipo) e informação que não se manifesta. Ex: cor dos
olhos, cabelo, estrutura física, etc.
Pelo contrário, o fenótipo consiste nas características observáveis representando
a face visível dos genótipos, no entanto, a maior parte dos genes existentes nos
organismos não se traduz em características observáveis. Ex: tonalidade da pele, cabelo
em carapinha, etc.

4) Diferença entre a hereditariedade específica e a individual;


Por um lado, a hereditariedade específica é o conjunto dos genes que
caracterizam uma determinada espécie, por exemplo, a espécie humana. Desta forma, é
comum a todos os seres humano e é o que nos torna humanos, distinguindo-nos dos
animais.
Por outro, a hereditariedade individual consiste no património genético que
encerra as particularidades de cada indivíduo (como a cor do cabelo ou dos olhos) ou as
predisposições para certas características. Assim, é exclusiva de cada indivíduo e é o
que nos torna únicos, distinguindo-nos de todos os outros seres humanos.

5) Importância do estudo dos gémeos monozigóticos (p.18);


Os gémeos apresentam uma proporção muito elevada de genes partilhados. Os
gémeos monozigóticos (idênticos) partilham 100% dos seus genes, pois têm origem
num único ovo que se divide em dois, originando dois embriões idênticos. Por outro
lado, os gémeos dizigóticos (os chamados “falsos”) partilham uma média de 50% dos
seus genes, como acontece com qualquer outro par de irmãos.
Como os gémeos partilham os mesmos progenitores e a maioria cresce em
ambientes semelhantes, constituem um laboratório natural para as investigações. Por
exemplo, se a hereditariedade influencia determinada característica, ela tenderá a estar
mais marcada em gémeos monozigóticos do que em gémeos dizigóticos. Neste campo,
os estudos com gémeos que foram separados muito precocemente e criados em

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ambientes diferentes são ainda mais valiosos. Não existe, pois, melhor forma de estudar
como um mesmo património genético reage a experiências diferentes.

6) Importância dos fatores externos para a definição da nossa personalidade


(bio-psico-social);
Os genes não fixam rigidamente o destino estrutural do organismo sem qualquer
possibilidade de desvio pois os genes são influenciados pelo meio ambiente.
Esta interação entre hereditariedade e o meio ambiente refuta a noção geral da
divisão entre os efeitos da hereditariedade e o meio ambiente considerando-se como
forças independentes e não opostas.
O importante não é aquilo que a natureza nos deu, mas sim aquilo que somos
capazes de dar a nós próprios. Não é gerir apenas o que temos (o ter) mas escolher o que
somos (o ser). Assim, o Homem é um ser BIO-PSICO-SOCIAL.
O comportamento humano é assim a manifestação da relação do organismo com
o meio que está à nossa volta. É o resultado da interação de fatores biológicos, psíquicos
e sociais.

7) Diferença entre filogénese e ontogénese;


A filogénese diz respeito à história da origem e evolução de uma espécie ou
grupo particular de organismos. A ideia fundamental inerente a este conceito é a
existência de antecessores comuns às diferentes espécies de seres vivos. Também
denominada filogenia.
Quando abordamos o ser humano sob esta perspetiva, percebemos como o
desenvolvimento do cérebro (encefalização) e as mudanças no comportamento (o
bipedismo, por exemplo) nos permitiram adquirir vantagens únicas que nos diferenciam
de todas as restantes espécies.
Outra forma de perspetivar o desenvolvimento humano é a ontogénese (ou
ontogenia). A ontogénese corresponde à história do desenvolvimento de um organismo
particular, desde a embriogénese até à morte. Assim, tem como foco de estudo o
desenvolvimento de cada indivíduo particular.

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8) Compreender a diferença entre a teoria epigenética e a preformista;


 Teoria Epigenética é a teoria segundo a qual as características de um organismo,
tanto físicas como comportamentais, resultam da interação entre influências
genéticas (inatas) e ambientais (adquiridas).

 Teoria Preformista é uma antiga teoria biológica, hoje desacreditada, segundo a


qual o desenvolvimento de um embrião não é mais do que o crescimento de um
organismo que estava, à partida, formado. Isto é, que a evolução do ser humano se
limitava apenas ao crescimento do corpo e somente influenciado por fatores
genéticos. É a perspetiva determinista do desenvolvimento (Grécia Antiga).

9) Vantagens do inacabamento fisiológico (neotenia);


Ao nascer, o novo ser humano é um sistema biologicamente frágil e inacabado,
provavelmente o mais prematuro e impreparado de todo o planeta. Esta aparente
desvantagem biológica, o caráter neoténico dos indivíduos e da nossa espécie, converte-
se, todavia, em clara vantagem, pois torna-nos mais aptos para aprender e interagir
socialmente.
Assim sendo, podemos concluir que o inacabamento biológico permitem ao
novo ser uma programação bem mais rica e flexível do que aquela que é possível
esperar dos instintos. Desta forma, o inacabamento traduz-se em vantagens: em lugar da
fixidez biológica, maior flexibilidade; em vez de instintos, maior versatilidade
adaptativa; entre outras.

Neotenia: disposição característica do desenvolvimento de determinadas espécies que tendem a conservar


no adulto traços infantis ou juvenis (anatómicos e funcionais). Aplicada ao ser humano, a noção está
estritamente ligada ao prolongamento da infância, decorrente do inacabamento biológico (filogenético,
ontogenético).

Grupo II: Cérebro


10) Compreender que existem duas áreas do cérebro: funções da área de broca
e Wernicke;
É na zona onde convergem os lobos occipital,
temporal e parietal que se localiza a área de Wernicke,
que desempenha um papel muito importante na produção

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do discurso. É esta área que nos permite compreender o que os outros dizem e que nos
faculta a possibilidade de organizarmos as palavras em frases sintaticamente corretas.

Existe uma relação entre a área de Broca (lobo frontal) e a área de Wernicke:
antes de se produzir qualquer discurso, a forma e as palavras adequadas são
selecionadas pela área de Wernicke e depois passadas para a área de Broca que as
traduzirá em sons que serão transformados em movimentos adequados a produzir o
discurso.
Assim, área de Broca tem como função a produção de linguagem, no lobo
frontal, e Área de Wernicke recebe a linguagem no lobo temporal.
Os casos particulares das áreas de Broca e de Wernicke, ambas envolvidas na
linguagem e localizadas no hemisfério esquerdo, conduzem-nos ao segundo conceito
orientador da descoberta do funcionamento do cérebro: a lateralização (isto é, a
superioridade de um ou outro hemisfério numa determinada tarefa).

Nota: há uma maior tendência para a especialização do hemisfério esquerdo para


atividades relacionadas com a linguagem, o discurso, a leitura e a escrita, enquanto o
hemisfério direito se mostrou relativamente mais competente para tarefas visuais e
espaciais e para a comunicação não verbal.

11) Importância da plasticidade cerebral e do mecanismo de suplência e


vicariante do cérebro;
A capacidade de alteração e adaptação progressiva das nossas estruturas e
funções neurais é conhecida como plasticidade ou neuroplasticidade, distinguindo-se
entre:
 Plasticidade desenvolvimental, que ocorre durante o desenvolvimento cerebral
normal, quando o cérebro não maturado começa a processar a informação
sensorial, até ao período adulto.
 Mecanismo de suplência ou função de vicariante, que é a plasticidade que
ocorre como processo adaptativo de compensação de funções perdidas ou de
maximização de funções mantidas em caso de lesão cerebral.
A plasticidade é, pois, um importante mecanismo que, a par da capacidade de
neurogénese das células nervosas (isto é, da criação de novos neurónios), permite que o
cérebro reforce ou recupere estruturas e funções.
Por um lado, ao longo do nosso desenvolvimento vamos adaptando as
estruturas cerebrais na sequência das aprendizagens e da estimulação física e cognitiva.

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Por outro lado, através do mecanismo de suplência podemos reaprender processos que
foram perdidos na sequência de um acidente, conseguindo que áreas não danificadas do
cérebro assumam as funções perdidas pela destruição de neurónios ou nervos. Nota: a
plasticidade diminui com a idade e o cérebro transforma-se e reorganiza-se em permanência.
Importa referir ainda que ao nascer o cérebro humano está inacabado e o seu desenvolvimento após o nascimento é
muito lento (lentificação) que possibilita a estimulação do meio e durante mais tempo pois há maior capacidade de aprendizagem.

12) Constituição do sistema nervoso central;


Os neurónios sensoriais, motores e interneurónios estabelecem entre si
incontáveis interconexões que circulam no sistema nervoso – rede de comunicação
complexa com um funcionamento integrado.

Sistema
Nervoso

Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico

Cérebro/ Autónomo
Somático
Encéfalo
(conjunto
Espinal medula de nervos)
Simpático

Parassimpático

O Sistema Nervoso coordena funções do organismo e permitem a relação com o


meio, desempenhando um papel fundamental nos meus comportamentos. É composto
pelo Sistema Nervoso Central (SNC) e pelo Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O Sistema Nervoso Central (SNC) tem duas estruturas fundamentais: o cérebro
e a medula espinal cuja comunicação é mediada pelos neurónios. Este núcleo de
processamento é responsável pelas ações, sensações, sentimentos e pensamentos.
Note-se que o ato reflexo constitui um importante mecanismo de autoproteção,
pois nem sempre a resposta do cérebro pode ser tão rápida.

13) Constituição do sistema nervoso autónomo (simpático e parassimpático);


O sistema nervoso autónomo (SNA), garante a homeostasia (equilíbrio
interno), controlando funções involuntárias como o batimento cardíaco, a pressão
arterial, e respiração e a digestão. Por sua vez, este sistema divide-se em dois sistemas:
- O Sistema Nervoso Simpático alerta o corpo para gastar mais energia em
situações que são avaliadas como perigosas (de ataque-ou-fuga). Acontecendo, por

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exemplo, quando sentimos medo, a nossa respiração acelera, o coração a bater mais
rápido, a digestão para e os pulmões expandem.
- O Sistema Nervoso Parassimpático, acalma o corpo, reduzindo o consumo de
energia e retornando ao equilíbrio interno. Este produz respostas apostas ao Sistema
Nervoso Simpático, mas interage com este para manter a homeostasia, isto é, o
equilíbrio interno.
14) Tipos de neurónios (aferentes, eferentes e de conexão);
O neurónio é a unidade estrutural e funcional básica do sistema nervoso. É a
célula especializada na receção, condução e transmissão do impulso nervoso.
Considerando a sua função, os neurónios podem ser:
 Neurónios sensoriais ou aferentes: recolhem informação dos órgãos dos sentidos
e órgãos internos e conduzem-na ao sistema nervoso central, permitindo-te, por
exemplo, ouvir o som do alarme do despertador e perceber o calor acolhedor que se
faz sentir debaixo dos cobertores.
 Neurónios motores ou eferentes: transmitem a informação do sistema nervoso
central aos músculos, órgãos e glândulas, comandando o conjunto de movimentos
que te levam a esticar o braço e a pressionar o botão do alarme que toca.
 Neurónios de conexão ou interneurónios: em maior número, mantêm associações
com neurónios sensoriais, motores e interneurónios, facilitando a interpretação
mental do som do alarme do despertador, traduzindo-o numa mensagem clara para
ti.
Nas últimas décadas os neurocientistas descobriram os neurónios espelho,
cruciais para a compreensão da nossa capacidade de anteciparmos as intenções e
sermos empáticos com os outros. Ex: bocejar, sorrir, chorar, etc.
Assim, no nosso corpo, e em especial no interior do nosso crânio, encontra-se uma complexa
rede de células nervosas. Estas células, designadas neurónios,
apresentam diferentes formas e tamanhos, mas partilham uma
estrutura comum. Assim, quanto à sua estrutura, os neurónios são
compostos por corpo celular ou soma (centro metabólico do
neurónio), dendrites (recebem informações de outros neurónios) e
axónio (conduz o impulso nervoso a outros neurónios).
Para que a rede de células nervosas funcione eficazmente, é necessário que os neurónios
comuniquem entre si. A comunicação no interior do neurónio é, essencialmente, de natureza elétrica –
potenciais de ação, impulsos elétricos do tipo tudo-ou-nada.
Por outro lado, as mensagens transmitidas entre diferentes neurónios são de natureza química.
Aqui ocorrem sinapses, interconexões que medeiam a transferência de neurónios através de
neurotransmissores.
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Esta forma de comunicação, que ocorre na fenda sináptica – pequeno espaço entre neurónios,
altera a sua natureza de elétrica para química.

Entre as principais técnicas de estudo da função e estrutura cerebral encontram-se atualmente:


- EEG (eletroencefalograma) – através de pequenos elétrodos colocados no exterior do crânio, permite analisar a atividade elétrica dos neurónios;
- PET (tomografia por emissão de positrões) – através de um scâner imagiológico, permite sinalizar a quantidade e localização, por exemplo, de
neurotransmissores – reação química, drogas ou outras substâncias;
- MRI (imagens por ressonância magnética) – através de uma imagem em alta resolução sobre a anatomia do cérebro, reflete a atividade cerebral.

Grupo III: Cultura


15) Noção de Cultura
A cultura é um modo de vida que resulta das interações sociais, no qual se
incluem as atitudes, os valores, as normas, as crenças, os conhecimentos, os hábitos, os
objetos, etc. É adquirida após o nascimento e transmite-se de geração em geração
através da linguagem. De referir que participamos em contextos culturais que nos
tornam humanos.
A cultura desempenha um papel decisivo no duplo caráter da espécie humana: a
sua unidade e a sua diversidade. Assim, podemos encontrar um conjunto de elementos
que estão presentes em todas as culturas: língua, história, hábitos alimentares, religião
dominante, entre outros.

16) Padrão Cultural


O padrão cultural é a maneira própria e tipificada de pensar, sentir e agir
específica de uma determinada cultura. Note-se que não há só uma cultura, mas uma
multiplicidade de culturas que incluem regras sobre o que é aceitável e expectável no
seio de uma determinada cultura.

A Psicologia é a ciência que estuda os comportamentos, os processos mentais do ser


humano e compreende também como são influenciados pelos estados físicos e do
meio ambiente. É a ciência que se dedica a descrever, explicar, prever, controlar
ou alterar os comportamentos e os processos mentais.

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