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Exercício n.

º 1

Considere a tabela que se segue com os valores relativos à economia portuguesa para os anos de 2009 a 2011:

2009 2009 2010 2010 2011 2011

p. correntes p. constantes p. correntes p. constantes p. correntes p. constantes

Consumo Final (CF) 66 225 66 225 70 997 68 286 75 838 70 379

Investimento Bruto (I) 19 623 19 623 20 907 20 148 24 376 22 609

Exportações (X) 24 433 24 433 25 731 26 162 28 291 28 028

Importações (M) 29 454 29 454 31 405 30 906 35 490 34 000

Para o período de 2009 a 2011, calcule:

1. O PIB a preços correntes;


2. O PIB a preços constantes;
3. O ano base considerado na análise;
4. O deflator do PIB;
5. A taxa de inflação.
Exercício n.º 2

Considere os seguintes dados relativos à economia portuguesa:

2013 2014

Consumo Final 100 028 80 258

FBCF 33 103 34 156

Variação Existências 758 993

Exportações 35 951 37 155

Importações 40 538 50 261

Deflator PIB (ano base: 1995) 1,19 1,23

Impostos ind. – subsídios 15 725 16 528

Consumo Público 23 541 25 468

Determine para os anos de 2013 e 2014:

1. O PIB a preços correntes e a preços constantes;


2. As taxas anuais de crescimento real e nominal do PIB;
3. O saldo das contas correntes do Estado em percentagem do PIB;
4. O Consumo Privado e o Investimento Bruto.
Exercício n.º 3

Considere os seguintes dados macroeconómicos relativos a uma determinada economia:

2007 2008

PIB preços constantes (ano base: 2000) 123 352 121 878

PIBpm 133 828 135 822

Impostos Líquidos de Subsidios 17 682 18 067

Consumo Final 110 943 113 819

Consumo Privado 83 910 86 247

Investimento Bruto 34 151 31 185

Indice de Preços no Consumidor (IPC) 1,00 1,033


Exercício n.º 4

Considere os seguintes dados macroeconómicos relativos a uma determinada economia:

Despesa Nacional 2001 2002

Consumo Final 80 258 110 983

FBCF 34 156 33 133

Variação de Existências e Aquisição de Objetos de Valor 993 978

Exportações 37 155 37 803

Importações 50 261 49 069

Deflator PIB (ano base 1995) 1,23 1,28

Amortizações 510 520

Impostos indirectos líquidos de subsídios 16 528 17 717

Consumo Público 25 468 27 068

Salário médio 512 514

Rendimentos Líquidos do Exterior 0 0


Exercício n.º 5

Calcule:

a) O PIBpm na óptica do produto para o ano de 2000.

b) O PIBpm na óptica da despesa para o ano de 2001.

c) Sabendo que para o ano de 2000, a preços correntes, dispomos ainda dos seguintes dados:

RRRM=5 898; RPRM= 8 441;Amortizações= 20 028 milhões de euros,

Calcule os valores do Produto Nacional Bruto e Líquido, a preços de mercado para o ano de 2000.

Resolução

a) O PIBpm na óptica do produto para o ano de 2000.

PIBpm, calculado na óptica do produto (em milhões de euros):

PIBpm= 99 619 + 15 927 = 115 546;

b) O PIBpm na óptica da despesa para o ano de 2001.

PIBpm, calculado na óptica da despesa, em 2001, a preços correntes:


PIBpm= 100 374 + 34 578 + 38 065 – 50 039= 122 978.

c) Sabendo que para o ano de 2000, a preços correntes, dispomos ainda dos seguintes dados:

RRRM=5 898; RPRM= 8 441;Amortizações= 20 028 milhões de euros,

Calcule os valores do Produto Nacional Bruto e Líquido, a preços de mercado para o ano de 2000.

PNBpm = 115 546 + 5 898 - 8 441 = 113 003 milhões de euros;


PNLpm =113 003 – 20 208 = 92 975 milhões de euros.
Exercício n.º 6

Considere os seguintes dados macroeconómicos relativos à economia Portuguesa:

2005 2006

PIBpm 148 928 155 216

Saldo das Contas do Estado -11 358 -10 646

Saldo Externo de bens e serviços -12 486 -11 216

Saldo de rendimentos com o Resto do Mundo -16 205 -15 303

Amortizações 24 449 26 340

Exportações em percentagem do PIBpm 28,54% 31,13%

Consumo público em percentagem do PIBpm 21,19% 20,61%

Consumo Privado em percentagem do PIBpm 64,74% 65,17%

IPC 1,081 1,115

Deflator do PIB (ano base 2000) 1,173 1,206

• O PIBpm a preços constantes;


• O Investimento a preços correntes;
• As taxas anuais de crescimento real e nominal do PIB;
• A taxa de inflação, utilizando o deflator do PIB
• A taxa de inflação, utilizando o IPC

O PIBpm a preços constantes;

Deflator do PIB= PIB pcorrentes/PIB pconstantes

2005: 1,173 = 148 928/PIB pconstantes PIB pconstantes = 126 963

2006: 1,206 = 155 216/PIB pconstantes PIB pconstantes = 128 703

b) O Investimento a preços correntes;

PIBpm = CF + I + X – M

2005: 148 928 = 127 974 + I + (-12 486) I = 33 440.

2006: 155 216 = 133 144 + I + (-11216) I = 33 288.

c) As taxas anuais de crescimento real e nominal do PIB;

Tx crescimento nominal do PIB (de 2005 para 2006) = (155 216 – 148 928)/148 928= 0,0422 ou seja, 4,22%.

Tx crescimento ral do PIB (de 2005 para 2006)= (128 703 – 126 963)/126 963 = 0,0137 ou seja, 1,37%.

d)A taxa de inflação, utilizando o deflator do PIB

Tx inflação= (1,206 – 1,173)/1,173 = 0,0281 ou seja, 2,81%

e) A taxa de inflação, utilizando o IPC

Tx inflação= (1,115 – 1,081)/1,081 = 0,0315 ou seja, 3,15%


Capítulo III O Estado e as Finanças Públicas

1.Razões para a intervenção do Estado

São várias as razões que justificam a intervenção do Estado na sociedade e economia de uma nação:

O Estado intervém para corrigir as falhas de mercado:

i) Falhas da concorrência:

No caso de mercados com concorrência


imperfeita, nomeadamente no monopólio e
oligopólio, as empresas têm um elevado poder de
mercado, controlando aspectos fundamentais
como o preço do bem. Este poder pode levar a que as empresas pratiquem preços bastante elevados, acabando por
prejudicar e excluir alguns dos consumidores

O Estado deve intervir sobre o mercado, sujeitando-o a uma regulamentação exigente que evite comportamentos
abusivos destas empresas, protegendo deste modo os consumidores.

ii) Bens públicos:

São fundamentalmente 2 as características dos bens públicos puros:

-não-rivalidade no consumo: o consumo de um bem público por um dado indivíduo em nada interfere
na quantidade que fica disponível para os restantes indivíduos consumirem;

-dificuldade/impossibilidade de exclusão: a exclusão ou não é possível ou, sendo possível, não é


desejável em termos económicos. De facto, não havendo rivalidade no consumo, o custo adicional de se
ter um consumidor adicional a consumir o bem é nulo. Logo, qualquer forma de exclusão (através de
preço/racionamento) é ineficiente pois diminui-se o consumo sem que daí resulte algum benefício.

Exs: a defesa nacional e a iluminação pública.

São bens essenciais para a sociedade, mas ou não são oferecidos pelo mercado ou são oferecidos em quantidades
insuficientes o Estado tem então a responsabilidade de produzir estes bens tão importantes para a sociedade.

iii) Externalidades:

Um agente económico exerce uma externalidade quando a sua actividade causa benefícios ou impõe custos a
outro(s) agentes económicos, pelos quais não é possível obter ou ser-lhe exigida compensação, respectivamente.
positiva – quando a actividade de um agente (individuo/empresa) proporciona um benefício ou vantagem a outro,
mas não recebe nenhuma recompensa por tal acto.

Ex. Um produtor agrícola efectua uma pulverização aérea no seu terreno com insecticida. O vento espalha parte do
produto para o terreno de um agricultor vizinho que, deste modo, acaba por beneficiar indirectamente desta
operação.

negativa -quando a actividade de um agente (individuo/empresa) proporciona um custo ou desvantagem a outro,


mas não compensa o outro pelo dano que lhe causou.

Ex. Uma fábrica produtora de plásticos deixa escapar elevadas quantidades de fumo que se propagam por toda a
região, poluindo o ar que é respirado pela população. Constata-se que a fábrica nunca compensou as vítimas pelo
prejuízo causado.

O Estado pode intervir no caso das externalidades positivas (atribuindo recompensas/subsídios), mas é no
caso das externalidades negativas que a intervenção do Estado é mais importante. O Estado deve reprimir as
externalidades negativas, impondo regras, multas e impostos.

iv) Mercados incompletos:

Sempre que os mercados falham no fornecimento de um bem ou serviço (mesmo quando o custo de fornecimento é
inferior ao valor que as pessoas estão dispostas a pagar) então estamos perante mercados incompletos a
intervenção do Estado é fundamental, sobretudo nos mercados complementares.

v) Falhas de informação:

As falhas de informação consistem essencialmente no facto da informação sobre os


bens/serviços/transacções/agentes envolvidos não ser completa ou simétrica.

Exemplos de situações em que a informação é assimétrica:

• No mercado de carros usados, o vendedor tem mais informações sobre o bem do que o potencial comprador
garantias, pagamento após verificação de qualidade, ...
• No mercado dos seguros de saúde/vida, o consumidor tem mais informações sobre o seu estado de saúde
do que o vendedor de seguros franquias...
• No mercado dos bens alimentares, o produtor tem sempre mais informações do que o potencial consumidor
rótulos informativos mais completos…

A intervenção do Estado na atenuação das falhas de informação é fundamental. O Estado tem um papel
crucial quer na adopção de medidas de protecção do consumidor (ex: obrigação de informação completa sobre o
conteúdo dos produtos), mas também na provisão de informação que o mercado não fornece (ex: informação
meteorológica – podemos também considerar um bem público).

O Estado intervém para promover uma redistribuição do rendimento mais justa:

Os mercados competitivos podem originar uma distribuição muito desigual de oportunidades e do rendimento,
assistindo-se a um crescente número de países em que a maior parte da riqueza está concentrada num grupo
restrito de indivíduos muito ricos em oposição a uma população cada vez mais pobre, assistindo-se a uma gradual
extinção da classe média, fundamental para a existência de uma economia “saudável”.

O Estado deve intervir de modo a promover uma sociedade menos desigual, com uma distribuição do rendimento
mais justa, em que todos têm acesso às mesmas oportunidades. Neste contexto, destaca-se o papel da Segurança
Social, fundamental numa mais justa redistribuição do rendimento.

O Estado intervém para resolver grandes problemas macroeconómicos (desemprego, inflação e outros...):

Desemprego:

-A ineficiência do mercado diz apenas respeito ao desemprego involuntário;


-Existe desemprego involuntário quando à taxa de salário real corrente na economia, há trabalhadores
dispostos a trabalhar que não encontram emprego;

-Representa uma perda de eficiência para a economia:

• -em termos estáticos: é possível melhorar a situação de alguns (os desempregados) sem piorar a situação de
outros.
• -em termos dinâmicos: o desemprego significa uma degradação dos recursos /perda de competências e
agrava-se no longo prazo.

-Representa uma injustiça relativa (não equidade): aumenta a desigualdade na distribuição de rendimento.

O desemprego tem custos elevados para a sociedade:

• - em termos não económicos: frustração individual, exclusão social, instabilidade social e criminalidade;
• - em termos económicos: perda de produto;

-Segundo alguns economistas, o elevado nível de desemprego é a mais dramática e convincente prova das falhas de
mercado;

O Estado intervém quer através da atribuição do subsídio de desemprego quer através de políticas activas de
emprego (formação profissional, requalificação,…)

Inflação:

-A inflação é uma subida sustentada no nível geral de preços que se traduz numa diminuição do valor do
dinheiro;

Distinguem-se diversos tipos de inflação:

• quanto às causas: por excesso de procura, pelos custos ou pelos lucros, importada,…
• quanto ao ritmo de crescimento de preços: moderada, galopante e hiperinflação,…

A inflação é uma manifestação de conflito social que pode por vezes assumir formas extremas:

• envolve sempre uma alteração dos preços relativos: nem todos conseguem aumentar os seus preços (de
produtos ou de trabalho) tanto ou mais do que a média;
• a inflação provoca uma redistribuição, tanto do rendimento como a riqueza,muitas vezes não equitativa e,
portanto, contrária às finalidades de crescimento da economia (ineficiente).

O Estado intervém para reduzir a inflação de modo a reduzir quer o conflito social que lhe está associado quer
o risco de um crescimento descontrolado de preços sob a forma de hiperinflação.

Outros problemas macroeconómicos, nomeadamente:

- o não crescimento e/ou desenvolvimento de um país:

-Crescimento: aumento no rendimento e riqueza material de um país;

-Desenvolvimento: conceito mais abrangente que engloba o crescimento, mas também outros factores socio-
económicos como: aumento do bem estar; redução da pobreza; melhorias na saúde; aumento da esperança de vida;
melhor ambiente,…

Quando um país não cresce nem se desenvolve então o Estado deve intervir activando todos os instrumentos e
ferramentas que dispõe para promover o crescimento e o desenvolvimento da nação.

As 3 principais funções económicas do Estado:

1. Promover a eficiência – corrigir as falhas de mercado

2. Promover a equidade - diminuir as desigualdades da repartição do rendimento, que surgem do livre


funcionamento de mercado
3. Promover o crescimento e a estabilidade económica -resolvendo grandes problemas macroeconómicos
(como o desemprego, a inflação…)

2.Definição e funções do orçamento do Estado

Um dos principais instrumentos de intervenção do Estado é o Orçamento

Orçamento:

Previsão das receitas e das despesas a realizar num determinado período de tempo.

Lei do Orçamento:

Autorização dada pela Assembleia da República para o exercício da actividade financeira do Estado num
dado ano.

Entidades que constituem o Sector Público Administrativo (SPA) e entram no orçamento de Estado:

Administração Central;

Estado (governo);

Fundos e Serviços Autónomos:

- Administração Regional e Local;

- Segurança Social.

3. Despesas e receitas do orçamento do Estado

Despesas públicas:

Despesas correntes

- fazem-se no decurso de um ano e esgotam-se nesse mesmo ano:

- Vencimentos dos funcionários;

- Aquisição de bens não duradouros;

- Transferências correntes;

- Juros da dívida pública.

Despesas de capital

- realizam-se num determinado ano mas os efeitos prolongam-se nos anos seguintes:

- Investimentos em capital fixo (infraestruturas, equipamentos, etc.);

- Compras de acções;

- Reembolsos de empréstimos;

- Transferências de capital

Classificação funcional das despesas públicas:

► Funções gerais de soberania:

Serviços gerais da Administração Pública, defesa, segurança e ordem pública.

► Funções sociais:
- Educação, saúde, segurança a acção sociais, habitação e serviços colectivos, serviços culturais, recreativos e
religiosos.

► Funções económicas:

- Agricultura, indústria, transportes, comércio e turismo.

► Outras funções

- Operações da dívida pública, transferências entre administrações e, diversas não especificadas.

Receitas Públicas:

• Receitas patrimoniais ou voluntárias:

- Vendas, rendas, juros e lucros.

• Receitas coercivas ou obrigatórias:

- Taxas;

- Impostos;

- Contribuições para a Segurança Social;

- Multas, coimas, etc.

Os impostos são a principal receita do Estado!

Classificação dos impostos:

Quanto à incidência redistributiva:

- Progressivos: a taxa média aumenta com o rendimento dos contribuintes.

- Regressivos: a taxa média diminui com o rendimento dos contribuintes.

- Proporcionais: a taxa média não se altera com o rendimento dos contribuintes.


Quanto à base de incidência:

-Directos:

- Incidem directamente sobre o rendimento ou património.

(o IRS e IRC são impostos directos)

-Indirectos:

- Incidem sobre os bens e serviços transaccionados no mercado.

(o IVA é um imposto indirecto)

Ópticas de registo:

As receitas e as despesas podem ser registadas de duas maneiras distintas:

► Óptica da Contabilidade Nacional

“Óptica dos compromissos”, ou seja, as receitas e despesas são registadas no ano a que dizem respeito, mesmo que
só se venham a realizar no futuro (e.g. juros e dívidas vencidos num ano pagos nos anos seguintes).

► Óptica da Contabilidade Pública

“Óptica de caixa”, ou seja, as receitas e despesas são registadas no exacto momento das suas entradas e saídas,
independentemente do ano a que digam respeito.

4. Saldos e défices orçamentais

Os saldos orçamentais estão entre os indicadores económicos mais utilizados para avaliar o impacte do orçamento
na economia. Na base deste facto está a circunstância de as receitas e as despesas orçamentais se inscreverem na
densa teia de fluxos económico-financeiros que se estabelecem no seio da atividade produtiva desenvolvida num
país e, desse modo, contribuírem para a definição das grandezas macroeconómicas.

SALDOS ORÇAMENTAIS

• SALDO CORRENTE

• SALDO GLOBAL

• SALDO OPERACIONAL

• SALDO PRIMÁRIO

• SALDO ESTRUTURAL
A figura que se segue foi elaborada com base no quadro anterior e mostra a evolução comparada dos valores que os
diferentes saldos orçamentais registaram em Portugal no decurso da primeira década do presente século. Perante
estes números, torna-se evidente que,
em determinadas situações, estes
indicadores podem apresentar
diferenças significativas entre si,
levando, por vezes, a conclusões
distintas — daí ser aconselhável que a
análise de um saldo seja acompanhada
de informação suplementar,
nomeadamente o valor de saldos
alternativos

Tipos de Saldo Orçamental

► Excedente orçamental:

Ocorre um excedente orçamental quando, num ano, o valor de todos os impostos e outras receitas
são superiores às despesas do Estado.

► Défice orçamental:

Verifica-se um défice orçamental quando, num ano, o valor das despesas ultrapassa o valor das
receitas do Estado.

► Equilíbrio orçamental:

Quando, num ano, o valor das despesas é igual ao valor das receitas, o Estado tem um equilíbrio orçamental.

► Porque existe uma tendência para a acumulação sucessiva de défices orçamentais?

i. Existem eleições periódicas, pelo que há um adiamento contínuo sobre qual Governo vai recair o cumprimento da
restrição orçamental;

ii. Efeito miopia dos eleitores: os benefícios de um défice “hoje” são claros e visíveis para os eleitores, enquanto o
custo associado aos impostos a cobrar “amanhã” é distante e não totalmente conhecido;

iii. A geração que vai pagar a dívida (mais jovem ou ainda inexistente) muitas vezes não é a geração relevante para
maximizar os votos, i.e., não tem representatividade política.

iv. Quanto menores as probabilidades de reeleição, maior a tentação de acelerar o crescimento dos gastos públicos
em períodos de pré-campanha e durante a campanha eleitoral - não é o Governo actual que vai “herdar” os
problemas por ele gerados…

Acumulação de dívida pública

Necessidade de regras que equilibrem os custos “futuros” e benefícios “presentes” de um défice orçamental –
Pacto de Estabilidade e Crescimento - P.E.C.

Pacto de Estabilidade e Crescimento:


Objectivo: Garantir a manutenção de finanças públicas saudáveis, criando condições para a estabilidade de preços e,
através desta, condições para um crescimento sustentado conducente à criação de emprego.

Indicadores: Um Estado-membro da UEM não pode incorrer num défice orçamental superior a 3% do PIB do ano
correspondente.

Penalizações (revisão em Março 2005):


- Um país que ultrapasse o valor de referência de 3% está sujeito a sanções se não resolver a situação no prazo de
um (2) ano (s): um depósito não remunerado junto da Comissão Europeia, convertido em multa no prazo de dois
anos se a situação não for corrigida;

- As multas e os juros dos depósitos revertem a favor dos Estados-membros cumpridores, na proporção do PNB de
cada um no PNB total dos países elegíveis.

Em situações excepcionais – se os défices se ficarem a dever a factores exógenos, não controláveis pelas autoridades
de política, ou se se observar uma recessão (maior tolerância) – as sanções não são aplicáveis.

Financiamento dos défices:

► Emissão de Dívida Pública (Dívida pública adquirida pelos particulares);

► Financiamento monetário: emissão de moeda pelo Banco Central, por contrapartida de crédito directo
ao sector público ou de aquisição de títulos de dívida pública – “monetarização da dívida pública ou senhoriagem”.

5. Dívida pública

Já sabemos que:

Saldo Orçamental Primário = Receitas – Despesas (não tem em conta os juros da dívida pública)

«=» Soprimário = T - G

(líquidos de subsídios e outras transferências para o sector privado)

Se Despesas > Receitas o sector publico recorre a endividamento o sector publico tem de suportar os
encargos do financiamento, ou seja, os juros da dívida pública que são tidos em conta no:

A variação da dívida pública é igual ao saldo orçamental, mas de sinal contrário:

SO t= (Tt – Gt ) – rt . Bt-1 = −∆B t (variação da dívida pública no período t)

Se as receitas > despesas =» excedente orçamental =» o Estado diminui a dívida:

SO t > 0 =» ∆B t < 0 =» diminuição da dívida pública

Se as receitas < despesas =» défice orçamental =» o Estado contrai mais dívida:

SO t < 0 =» ∆B t > 0 =» aumento da dívida pública

Ou seja:

Bt = Bt-1 + ∆B t = ∑ (- Soj), j = 0, 1,…t

A dívida pública resulta de uma acumulação sucessiva de défices orçamentais e do respectivo financiamento

Défice vs dívida…

► Défice orçamental:

Quando incorre num défice orçamental, o governo tem de pedir emprestado no mercado para pagar as suas
despesas. Para obter este empréstimo, o governo emite obrigações, que são dívidas pelas quais se compromete ao
pagamento futuro (com juros que representam o serviço da dívida pública).

► Dívida pública:

A dívida do Estado, por vezes designada por dívida pública, consiste na dívida total acumulada, devida à emissão das
obrigações destinadas a financiar os défices orçamentais ocorridos nos diversos anos passados.

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