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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO


ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL DE BOM
JESUS DA LAPA-BA.

ADÃO MARTINS DE OLIVEIRA, brasileiro, (EDITAR) solteira,


lavradora, portador do RG nº 22.654.291-20 SSP/BA e CPF nº 100.413.031-72,
residente e domiciliada na Rua B, n° 74, Bairro Agrovila 1, Zona Rural, CEP:
47630-000, Serra do Ramalho-BA, vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, nesta e melhor forma de direito, por seu advogado infrafirmado,
instrumento procuratório em anexo, endereço profissional na rua Tiradentes, nº
04, Bairro São Gotardo, cidade de Bom Jesus da Lapa - BA, CEP 47600-000,
onde indica para receber as intimações, propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE


URBANA

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


(INSS), pessoa jurídica de direito público, na pessoa do seu representante legal,
com endereço na Avenida Agenor Magalhães, S/N, Bairro Mirante da Lapa, Bom

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Jesus da Lapa – BA, CEP: 47600-000, pelos fatos e fundamentos que a seguir
aduz.

I.PREELIMINARMENTE

Da assistência judiciária gratuita

O autor não tem condições de arcar com as despesas processuais sem


prejuízos ainda maiores ao seu sustento e ao de sua família, até porque apresenta
gastos com medicamentos e seu tratamento. Ademais seria injusto cobrar do
mesmo as custas e despesas processuais, uma vez que o autor bate às portas do
Poder Judiciário para cobrar apenas o que lhe é de direito e está sendo negado
pela Autarquia Requerida.

Diante disso, bem como pelo fato de se tratar de questão


previdenciária, requer sejam concedidos os benefícios da JUSTIÇA
GRATUITA, assim como assegura a Lei 1.060/50.

II. DOS FATOS

A Parte Autora laborou por vários anos como médico, nesse período
variou entre contribuições como empregado e como contribuinte individual,
sempre sendo segurado do Regime Geral de Previdência Social.

Após completar os requisitos da aposentadoria, no dia 06/04/2018


data do requerimento administrativo do benefício, requereu a concessão do
benefício de aposentadoria por idade urbana, com requerimento de
n°168.837.244-7, na agência da Previdência Social de Serra do Ramalho-BA.

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Entretanto, o benefício restou indeferido pelo INSS, sob a alegação


de que não foi cumprido a carência mínima de 180 meses necessária para a
concessão do benefício.

É sabido que o INSS analisa os processos administrativos com base


nos dados constante no Cadastro Nacional de Informações-CNIS, esse banco de
dados é sujeito a falhas, constando assim, muitos vínculos irregulares, o que
ocasiona uma análise errônea do servidor do INSS.

Porém o beneficiário não pode ser prejudicado por falha no sistema,


posto que, já preenche os requisitos necessários para a concessão benefício,
inclusive o da carência, pois possui mais de 180 contribuições, tempo necessário
para aposentadoria por idade urbana naquela época, visto que, foi antes da
Emenda constitucional 103/2019.

A Parte Autora, apresenta provas mais do que suficiente das suas


contribuições. Desta forma, a limitação apresentada pelo INSS não se justifica,
razão pela qual busca o Poder Judiciário para ver seu direito reconhecido.

Desta forma, é pertinente o ajuizamento da presente demanda, eis


que absurdas e vazias as alegações do INSS, conforme se demonstrará a seguir.

III. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

DOS VÍNCULOS CONSTANTES NO CNIS QUE COMPROVAM O


CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA

Conforme as informações constantes no CNIS do requerente, é


possível observar o cumprimento de mais de 180 contribuições.

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Nos vínculos n° 1, 2 e 3 o requerente laborou de 02/03/1970 a


31/08/1978, totalizando 77 (setenta e sete) contribuições, na secretaria de
Estado da Educação, por meio de três contratos, vinculo este já reconhecido
pelo próprio INSS, conforme indicador AVRC-DEF, que significa acerto
confirmado pelo INSS.

No vinculo n° 4, o requerente possui mais uma contribuição como


autônomo, conforme extrato do CNIS, não havendo qualquer questionamento.

No vinculo n° 5, o requerente laborou para a pessoa jurídica do


Munícipio de Aparecida de Goiânia, de 18/06/1995 a 11/08/1995, totalizando
3(três) contribuições, período reconhecido pelo próprio INSS, com indicador
AVRC-DEF.

No vínculo n° 6, o requerente laborou para o Fundo Municipal de


Aparecida de Goiânia de 10/01/2005 a 30/08/2005, totalizando 8 (oito)
contribuições, vínculo também reconhecido pelo INSS, conforme indicadores
AVRC-DEF- acerto confirmado pelo INSS e AEXT-VT- vínculo
extemporâneo confirmado pelo INSS. Precisa de provas do salário de
contribuição. (necessita do salário para aumentar o valor da aposentadoria.

No vínculo n° 7, o segurado contribuiu como contribuinte individual


prestando serviço à Pessoa Jurídica do Município de Senador Canedo, no período
entre 01/11/2015 a 31/12/2015, somando-se duas contribuições.

No vínculo n° 8, o segurado contribuiu novamente como


contribuinte individual prestando serviço a Pessoa Jurídica do Fundo Municipal

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de Saúde, do dia 01/04/2006 a 31/03/2014, totalizando 95 contribuições para o


regime geral da previdência.

os vínculos n° 7 e n° 8 contem algumas contribuições com o


indicador PREM-EXT, que significa informação informada fora do prazo,
passíveis de comprovação. Nesses casos, é sabido que o INSS não reconhece
aquelas contribuições até que o requerente apresente provas do período laboral.

Contudo o requerente apresenta declaração fornecida pela secretaria


Municipal de Saúde de Goiânia-GO, relatando que o requerente laborou na
função de médico de 10 de janeiro de 2006 e desligado em 03 de fevereiro de
2014 fornecida pela secretaria Municipal de Saúde de Goiânia-GO.

Também apresenta o solicitante folhas de pagamento que recebia do


fundo municipal de saúde, referente a todo período informado no CNIS,
conforme documentos anexados no processo administrativo e nesta inicial, o
que comprova a atividade desempenhada devendo o vínculo ser reconhecido pelo
INSS, e acrescentado todas as 95 contribuições no computo do tempo de
carência.

Além disso, nos vínculos o solicitante contribuía para a previdência


como contribuinte individual que presta serviço a pessoa jurídica, logo a
responsabilidade para efetuar as devidas contribuições previdenciárias é da
pessoa jurídica, conforme artigo 4° da lei 10.666/2003:

Art. 4- Fica a empresa obrigada a arrecadar a


contribuição do segurado contribuinte individual a seu
serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a
recolher o valor arrecadado juntamente com a
contribuição a seu cargo até o dia 20 (vinte) do mês
seguinte ao da competência, ou até o dia útil
imediatamente anterior se não houver expediente
bancário naquele dia.

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Sendo assim, deve a parte autora ter suas contribuições contadas para
a carência, até mesmo porque a própria informação lançada pelos tomadores
do serviço junto ao CNIS constitui indício do desempenho de atividade com
vinculação previdenciária obrigatória.

Além disso, a despeito de as informações terem sido lançadas a


destempo (indicador no CNIS), estão intercalados com outras contribuições
realizadas de forma contemporânea, o que, por si só, autoriza o seu
reconhecimento (art. 27, II, da Lei n. 8.213/1991).

Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão


consideradas as contribuições:

(...)

II - Realizadas a contar da data de efetivo pagamento da


primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas
para este fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores, no caso dos segurados
contribuinte individual, especial e facultativo, referidos,
respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13.

Além disso, de acordo com o disposto no art. 19 do Decreto n.


3.048/1999:

Art.19- Os dados constantes do Cadastro Nacional de


Informações Sociais - CNIS relativos a vínculos,
remunerações e contribuições valem como prova de
filiação à previdência social, tempo de contribuição e
salários-de-contribuição.

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Some-se, ainda, que, em se tratando de contribuinte individual que


presta serviço a empresa, o ônus do recolhimento das contribuições
previdenciárias é da empresa tomadora dos serviços, nos termos do artigo 4º da
Lei 10.666/2003. Logo, eventual recolhimento extemporâneo não pode
prejudicar o segurado, que realizou o efetivo trabalho.

Já está pacificado na jurisprudência pátria que, os vínculos de


contribuinte individual que presta serviço a pessoa jurídica, são de
responsabilidade da empresa, logo o trabalhador não pode ficar prejudicado, pela
falta de responsabilidade da mesma, vejamos:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. Inexistentes obscuridades, contradição,
omissão ou erro material, improcedem os embargos de
declaração. (...) Os dados constantes do Cadastro Nacional
de Informações Sociais - CNIS relativos a vínculos,
remunerações e contribuições valem como prova de
filiação à previdência social, tempo de contribuição e
salários-de-contribuição"). Some-se, ainda, que, "Em se
tratando de contribuinte individual que presta serviço a
empresa, o ônus do recolhimento das contribuições
previdenciárias é da empresa tomadora dos serviços,
nos termos do artigo 4º da Lei 10.666/2003". (...) (TRF4
5002515-89.2011.404.7209, QUINTA TURMA, Relator
MARCELO DE NARDI, juntado aos autos em
23/06/2016).

(...) Quanto à informação constante do CNIS de que as


remunerações foram informadas fora do prazo (PREM-
EXT), não é motivo suficiente para desconsiderar as
contribuições nas competências, pois não há qualquer
registro no sistema indicando as datas em que foram
feitos os pagamentos ou filiação extemporânea
registrada em data posterior, mas apenas informação
de remuneração a destempo. Caberia ao INSS
comprovar que os pagamentos foram feitos com atraso,
apresentando a data do pagamento das respectivas
contribuições. Por tais razões, e como houve alocação
das contribuições nas devidas competências, devem ser
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consideradas para fins de aposentadoria. Ademais,


ressalte-se, por oportuno, que por força do art. 4º, da
Medida Provisória 83/02, convertida na Lei 10.666/03, a
partir da competência de abril/2003, o contribuinte
individual que presta serviço à pessoa jurídica deixou
de ser responsável pelo tributário pelo recolhimento da
sua contribuição previdenciária, que passou a ser de
responsabilidade da pessoa jurídica tomadora do
serviço. Portanto, independentemente do fato de ser
contribuinte individual, a partir de abril/2003, incumbia à
tomadora de serviço o recolhimento previdenciário das
pessoas que prestavam serviço como contribuinte
individual. Desse modo, firmo a convicção de que devem
ser computadas, para fins de carência, considerando
que o contribuinte individual não há de ser prejudicado
pelo inadimplemento do tomador de serviço, que é o
responsável tributário pelo recolhimento das
respectivas contribuições previdenciárias.(...) (TRF-5 -
Recursos: 05018950920204058100, Relator: GISELE
CHAVES SAMPAIO ALCÂNTARA, Data de Julgamento:
17/06/2020, Segunda Turma, Data de Publicação: Creta
19/06/2020 PP-)

(...)4. A presunção de regular recolhimento das


contribuições também favorece ao contribuinte
individual prestador de serviços à pessoa jurídica, a
partir de abril de 2003, conforme o disposto no art. 26,
§ 4º, do Decreto nº 3.048/1999 (Regulamento da
Previdência Social). 5. Considerando que a
responsabilidade pela entrega da GFIP e pelo desconto
e recolhimento das contribuições cabia à pessoa
jurídica, a extemporaneidade no cumprimento da
obrigação a cargo da empresa não impede o
reconhecimento do tempo de contribuição e da
respectiva carência a favor do contribuinte individual.
(...) (TRF4 - 5005287-50.2018.4.04.9999 - TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC - RELATOR
PAULO AFONSO BRUM VAZ - DATA DA DECISÃO:
05/09/2018).

No vínculo n° 18, o segurado laborou para o Município de Trindade,


no período entre 01/02/2014 a 20/06/2014, como houve duas contribuições
concomitantes com o vínculo n° 8, soma-se mais 3(três) contribuições para o

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tempo de carência, lembrando que este vínculo foi reconhecido pelo próprio
INSS, conforme indicador AVRC-DEF.

No vínculo n° 20, o sr. Adão teve uma contribuição, como


contribuinte individual que presta serviço a pessoa jurídica.

No vínculo n°21, o sr. Adão contribuiu para a previdência como


contribuinte individual que presta serviço a Pessoa Jurídica, para a Coofsaúde
Cooperativa de Trabalho, no período de 01/10/2014 a 31/01/2015, ocorre que
apenas a competência de 10/2014 foi acima do mínimo, somando-se mais uma
contribuição.

No vínculo n° 22, o segurado laborou para a Pessoa Jurídica


Cooperativa de Trabalho nas Atividades das Áreas de Saúde Promoção e
Desenvolvimento Humano, no período entre 01/01/2015 a 31/05/2015, tendo
uma contribuição concomitante com o vínculo anterior, soma-se mais 4(quatro
contribuições).

No vínculo n° 23, o requerente realizou uma contribuição,


referente ao mês de junho de 2016, como contribuinte individual, somando-se
para o período de carência.

Portanto o autor conta com no mínimo 196 (cento e noventa e seis)


contribuições no momento do requerimento da aposentadoria por idade urbana,
ou seja, tempo mais do que suficiente para cumprir o requisito da carência, que
foi o motivo do indeferimento.

DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA APOSENTADORIA


POR IDADE URBANA

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A pretensão da Parte Autora encontra amparo no art. 201 da


Constituição Federal, que dispõe:

Art. 201. § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral


de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições:

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62


(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado
tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Urge destacar que o autor preencheu os requisitos para aposentadoria


antes da emenda constitucional n° 103/2019, logo a carência para aposentadoria
por idade urbana para homens era de 180 contribuições. Portanto, o presente
pleito não pode ser atingido pelas regras novas por ela instituída.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente


ao Estado Democrático de Direito, nos termos de clara redação constitucional em
seu Art. 5º: XXXVI – “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”.

Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem
normas prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº
4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral,


respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
a coisa julgada.

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O requisito da carência para homens no momento que o requerente


solicitou o benefício de aposentadoria por idade era de 180 contribuições,
vejamos:

Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do


Regime Geral de Previdência Social depende dos
seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no
art. 26:

(...)

II - Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo


de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de
1994)

Vê-se, desta forma, que para a concessão do benefício da


aposentadoria por idade devem estar presentes 2 (dois) requisitos: a) idade
mínima de 65 anos, se homem, e 61 anos, se mulher em 2021 conforme tabela
de transição b) carência mínima de 180 contribuições mensais.

Com efeito, e considerando que, no caso, a Parte Autora nasceu em


28/12/1948, conforme documento de identidade (em anexo), tendo 69 (sessenta e
nove) anos no ato do agendamento do benefício, a carência exigida conforme o
disposto no art. 142 da Lei n.º 8.213/91, corresponde a 180 contribuições. Sendo
assim, na data da entrada do requerimento a Parte Autora preenchia a carência
exigida, por contar com 196 (cento e noventa e seis) Contribuições, devidamente
comprovadas, conforme tópico anterior, sendo devida a concessão do benefício
de aposentadoria por idade.

DOS VÍNCULOS CONCOMITANTES NO VALOR DO BENEFICIO

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Importante ressaltar que o requerente muitas vezes contribuiu para o


regime Geral da Previdência, mais de uma vez na mesma competência, gerando
vínculos concomitantes.

Quando acontece de a pessoa realizar duas ou mais contribuições na


mesma competência, as mesmas não contam dobrado para o tempo de carência,
contudo as contribuições são somadas influenciando no valor do cálculo do
benefício previdenciário.

No caso do sr. Adão, do vínculo 9 ao 18, o mesmo realizou


atividades concomitantes com o vínculo 8, devendo as mesmas serem somadas
em suas respectivas competências e contabilizadas no valor da aposentadoria do
requerente.

Em razão da data da entrada do requerimento ser anterior a lei n°


13.846 de 2019, aplica-se a redação anterior do artigo 32 da lei n° 8213/1991,
para o cálculo de contribuições concomitantes, vejamos:

Art. 32. O salário-de-benefício do segurado que contribuir


em razão de atividades concomitantes será calculado com
base na soma dos salários-de-contribuição das atividades
exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou no
período básico de cálculo, observado o disposto no art. 29 e
as normas seguintes:

I - Quando o segurado satisfizer, em relação a cada


atividade, as condições do benefício requerido, o salário-
de-benefício será calculado com base na soma dos
respectivos salários-de-contribuição;

Portanto deve-se atentar a somatória dos vínculos concomitantes no


valor total do beneficio de aposentadoria por idade urbana, ressaltando que o
valor indicado em simulação do próprio INSS, foi de R$ 2.949,45 (dois mil
novecentos e quarenta e nove reais e quarenta e cinco centavos), devendo este ser
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concedido desde a data da entrada do requerimento administrativo, qual seja,


06/04/2018

IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O novo Código de Processo Civil estabeleceu em seu art. 300 que “A


tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo”. Nesse sentido, o novo diploma legal exige para a concessão da tutela
de urgência dois elementos, quais sejam o fumus bonis iuris e o periculum in
mora.

Ora, excelência, a parte Autora necessita da concessão do benefício


em tela para custear a sua vida, tendo em vista que não reúne condições de
executar atividades laborativas e, consequentemente, não pode patrocinar a
própria subsistência.

Portanto, está claro que a parte Autora preenche todos os requisitos


necessários para o deferimento da Antecipação de Tutela, tendo em vista que o
direito é cristalino e pacificado, comprovando assim o fumus bonis iuris. O
periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, o Demandante terá seu sustento prejudicado.

Assim entende a jurisprudência pátria:

E M E N T A PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.


AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE
URGÊNCIA. APOSENTADORIA POR IDADE
URBANA. RECURSO DESPROVIDO. 1 - Decisão
proferida pelo Juízo de primeiro grau que deferiu a
concessão de tutela de urgência, para implantação do
benefício previdenciário de aposentadoria por idade. 2 -

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Existência nos autos de elementos "que evidenciem a


probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo" (art. 300, CPC). 3 - O Juiz
de primeiro grau, em razão da maior proximidade com a
realidade dos autos (partes, provas e perícias), perpetrou
análise condizente com a causa, concluindo pela concessão
da tutela. Precedentes desta Turma. 4 - Agravo de
instrumento do INSS desprovido. (TRF-3 - AI:
50108114520194030000 SP, Relator: Desembargador
Federal CARLOS EDUARDO DELGADO, Data de
Julgamento: 31/03/2020, 7ª Turma, Data de Publicação:
Intimação via sistema DATA: 03/04/2020)

Desta forma, presentes seus requisitos, periculum in mora e fumus


boni juris, pede-se a imediata concessão da medida liminar, com fulcro nos art.
300, do Código de Processo Civil, determinando à requerida a Concessão do
benefício aposentadoria por idade urbana.

V. Dos pedidos

ANTE O EXPOSTO, requer:

a) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo


em vista que a Autora não tem como suportar as custas judiciais sem o
prejuízo de seu sustento e de sua família;

b) A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que,


querendo, apresente defesa;

c) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente o documental;

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d) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA,


condenando o INSS a:

1. que seja deferida a tutela de urgência, em caráter liminar, no sentido de


obrigar a ré a conceder o benefício previdenciário da aposentadoria
por idade urbana, no prazo máximo de 30 dias, sob pena de multa
diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).
2. Conceder o benefício desde a data do DER, qual seja, 06/04/2018, com a
condenação do pagamento das prestações em atraso, corrigidas na forma
da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as
prestações;

3. Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios,


eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da
lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01;

4. A parte Autora renuncia expressamente aos valores que excederem o


limite de 60 (sessenta) salários mínimos, definidos como teto fixador da
competência dos Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3º da
Lei nº 10.259/01.

DAS PROVAS 

Protesta a autora pela produção de provas por todos os meios em


direito admitidos, especialmente a pericial para que seja constatada a
incapacidade laborativa do autor e todas as demais que se fizeram necessárias.

DO VALOR DA CAUSA

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Dá-se a presente causa o valor de R$ 123.876,90 (cento e vinte e tres


mil e oitocentos e setenta e seis reais).

Nesses termos.

Pede Deferimento.

Bom Jesus da Lapa, 14 de outubro de 2021.

FILIPE OTAVIO TEIXEIRA SANTOS

OAB-BA 46644

FABRICIO ALMEIDA DE JESUS

ESTAGIÁRIO DE DIREITO

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