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Tendências contemporâneas do Ensino de Arte

Como vimos na atividade 1, as três primeiras concepções de ensino


(Tradicional, Escola Nova e Tecnicista) ainda estão presentes em muitas
de nossas escolas, norteando as práticas de ensino através dos modelos
estereotipados, das técnicas artísticas, do desenho-livre, das folhas
mimeografada, dos trabalhos artesanais para as datas
comemorativas, entre outras atividades expressivas no currículo escolar.

Essas práticas de ensino de arte geralmente se limitam ao fazer artístico


e que, em função das precárias condições físicas e de material da escola,
foram se esvaziando na sua fundamentação teórica original, tornando o
ensino de arte uma disciplina secundária, sem importância e sem
conteúdo no currículo e, portanto, desnecessária.

A partir da década de 80, houve uma grande mobilização dos


professores da área de arte para desenvolver a arte na escola com
competência, considerando-a uma disciplina com linguagem, com
história, com um domínio, trazendo a contemporaneidade para o ensino
através do uso da imagem, influenciada principalmente pelas mudanças
no campo da arte e da estética.

Essa mudança, como já referimos anteriormente, foi fortemente


impulsionada pela fundamentação teórica introduzida no Brasil no final
dos anos 80, pela doutora Ana Mae Barbosa, denominada Proposta
Triangular que, segundo a autora, “é construtivista, interacionista,
dialogal, multiculturalista e é pós-moderna por tudo isto e por articular
arte como expressão e como cultura na sala de aula” (Barbosa, 1998,
p.41).

A Proposta Triangular definida por Barbosa, designa os


componentes do ensino/aprendizagem por três ações
mentalmente e sensorialmente básicas: criação fazer artístico, leitura da
imagem e contextualização.

No ensino de arte um currículo que interligasse o fazer


artístico, a história da arte e a análise da obra de arte
estaria se organizando de maneira que a criança, suas
necessidades, seus interesses e seu desenvolvimento
estariam sendo respeitados e, ao mesmo tempo, estaria
sendo respeitada a matéria a ser apreendida, seus valores,
sua estrutura e sua contribuição específica para a cultura.
(Barbosa, 1998, p.35)
Leitura de Imagem
Nessa concepção pedagógica a imagem tornou-se central para a
aprendizagem e os professores de arte passaram a trabalhar não só com
o fazer artístico, mas também com a leitura da imagem e
a contextualização histórica. A releitura surgiu como uma
prática amplamente difundida nas aulas de arte em que a produção
realizada pelo aluno tem como base a obra de arte.

No entanto, muitos professores, em nome da Proposta Triangular,


estão trabalhando a releitura como cópia nas escolas. Segundo Analice
Pillar:

Há uma grande distância entre releitura e cópia. A cópia diz


respeito ao aprimoramento técnico, sem transformação,
sem interpretação, sem criação. Já na releitura há
transformação, interpretação, criação com base num
referencial, num texto visual que pode estar explícito ou
implícito na obra final. Aqui o que se busca é a criação e
não a reprodução de uma imagem. (Pillar, 1991, p.18)

É importante que os alunos criem um trabalho a partir da leitura de uma


imagem e socializem suas produções, discutam sobre suas releituras e
façam novas leituras a partir delas. Por exemplo, é importante que o
professor diante de uma obra pergunte aos alunos: O que vocês estão
vendo? O que essa obra passa para você? Como o artista realizou esse
trabalho? As diversas interpretações sobre um mesmo trabalho e a troca
dessas opiniões proporcionam a ampliação do repertório visual, do
vocabulário e das experiências em arte dos envolvidos neste processo.

A criança aprende a formar seus próprios signos configuracionais


principalmente por meio da observação do comportamento-de-fazer-
signos-configuracionais de outras pessoas, por observar inicialmente
que outras pessoas fazem desenhos, verificando, então, a maneira pela
qual são feitos, as situações nas quais são feitos e as diversas formas
que tais tomam em nossa cultura. Sim, estamos dizendo que, sem
modelos para serem seguidos, haveria pequeno ou nenhum
comportamento de realização de signos visuais nas crianças. (Brent
Wilson, 1999, p. 63)
A obra “As meninas” (1656), de Diego Velázquez serviu de inspiração
para muitos artistas que realizaram leituras e releituras a partir da suas
percepções sobre a obra.

Saiba mais sobre essa sobre essa obra assistintindo o vídeo As meninas
de Velásquez por Foucault - YouTube https://www.youtube.com/watch?v=08-
3Un_fOKk

As meninas (1656), de Diego Velázquez


Las Meninas, Pablo Picasso, 1957

Pablo Picasso after las meninas 1957 velasquez 2


Las Meninas , Joel Peter Witkin, 1987

Las Meninas, after Velázquez, ca. 1778 Francisco de Goya y Lucientes (Spanish)
After the Infanta Margarita by Velázquez, de Salvador Dali

Menina (After Velazquez) - Fernando Botero


Las Meninas- Playmobil

Art Parodies, Spanish Hispanic Artists Las Meninas- Simpsons

Las Meninas - Diego Velazquez – Emoji art

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