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A9 – Eletrofisiologia do Coração

18/10/2021
O CORAÇÃO
 Contém um sistema para gerar e conduzir impulsos elétricos rítmicos, que causam
contração do miocárdio;
 Átrios e ventrículos possuem, nas suas paredes, Tecido muscular , que contrai a partir
de estímulo espontâneo gerado localmente;
 Sua contração não é simultânea;
 Coração (miocárdio) é uma BOMBA – envia angue para os vasos. Seu sistema elétrico
deve ativar o sistema mecânico = contrátil;
CIRCUITO SANGUÍNEO
 Pequena Circulação = Circulação Pulmonar
 VD  Artéria pulmonar  Pulmões  Veias Pulmonares  AE


 Grande Criculação = Circulação Sistêmica
 VE  Artéria Aorta  Corpo  Veais Cavas Superior e Infeior 
AD


 O sangue chega ao mesmo tempo ao átrio direito (vindo das veias cavas) e
ao átrio esquerdo (vindo das veias pulmonares). Os átrios são preenchidos
de sangue e entram em sístole (contração das câmeras atriais);
 Enquanto os átrios fazem sístole e impulsionam o sangue aos ventrículos,
estes estão em diástole (relaxamento das câmeras ventriculares) e recebem a sangue dos
átrios;
 Portanto, átrios e ventrículos não contraem ao mesmo tempo, o que garante o correto
circuito do sangue;
 Esse ritmo de contração depende da atividade do sistema elétrico;
MIOCARDIO
 No miocárdio encontramos:
1. Fibras Musculares Cardíacos = MIÓCITOS =
Tecido Muscular Estriado Cardíaco – com função
contrátil;
2. Fibras de Tecido Muscular Modificado – com
função de gerar e conduzir o potencial de ação;
 Miócitos são encontrados em todo o miocárdio e as
fibras geradoras e condutoras podem estar entre os
miócitos ou concentradas nos NODOS (sinoatrial e
átrioventricular);
 Sincício Atrial – os átrios são considerados sincícios por causa da
grande permeabilidade ao fluxo iônico que existe entre suas células
(nos sarcolemas). Isso ocorre em função das junções tipo GAP,
sinapses elétricas, que permitem que o fluxo iônico seja passado
imediatamente de uma célula para outras. Por isso têm contração
simultânea.
 Entre átrios e ventrículos existem estruturas que dificultam a
passagem imediata do potencial de ação.
 Sincício Ventricular – os ventrículos são considerados sincícios
pela mesma razão dos átrios. Quando o potencial de ação atinge os
ventrículos, eles também devem contrair simultaneamente.
CIRCUITO ELÉTRICO DO CORAÇÃO
 Formado por tecido muscular modificado (em ordem de ativação):
1. Nodo sino atrial;
2. Feixe intermodal (do qual fazem parte as fibras de condução atrial);
3. Nodo átrio ventricular;
4. Feixe de Hiss;
5. Fibras de Purkinje;

 DESCRIÇÃO:
1. Nodo Sino Atrial (NSA) ou Passo Cardíaco
 Formado por um conjunto de células geradoras e condutoras do potencial de
ação;
 É o marca passo cardíaco = DESPOLARIZA ESPONTANEAMENTE;
 Determina o automatismo cardíaco;
 Despolariza, em repouso, 60 a 10 vezes por minuto, o que determina a
frequência cardíaca;
 O potencial de ação gerado no NSA é disparado para o feixe intermodal (e, em
consequência para miócitos atriais e NAV)
 Localização – póstero superior do átrio direito:
2. Feixe Internodal (do qual fazem parte as fibras de condução atrial)
 Igualmente formado por tecido muscular modificado;
 Sinônimo para vias ou tratos intermodais;
 Conduz o potencial de ação para os miócitos de átrio esquerdo e direito,
culminando com a SÍSTOLE ATRIAL;
 Também conduz o potencial de ação para o Nodo Atrioventricular;

3. Nodo Atrioventricular (NAV)


 Formado por fibras de tecido muscular modificado;
 Localizado na parede posterior do átrio direito entre o átrio direito e o
ventrículo direito, próximo ao septo átrio ventricular e interatrial;
 Apresenta fibras de transição (transicionais): de menor diâmetro, com menos
junções GAP, ou seja, maior resistência ao fluxo iônico, e com potencial de
repouso de -60mV;
 A VELOCIDADE DO PONTENCIAL DE AÇÃO É PORTANTO,
REDUZIDA AO PASSAR PELO NAV!
 Essa desaceleração é fundamental para que os átrios se contraiam por primeiro
e esvaziem seu conteúdo nos ventrículos ANTES que comece a contração
ventricular;

4. Feixe de Hiss
 Formado por células do tecido muscular modificado;
 Estrutura ventricular;
 Também chamado fascículo;
 Recebe o potencial de ação do NAV e se ramifica em ramo direito e esquerdo,
no endocárdio, dos dois lados do septo intervantricular, conduzindo às fibras de
Purkinje;

5. Fibras de Purkinje
 Formado por células musculares modificadas calibrosas;
 Se estendem em direção aos ventrículos direito e esquerdo, levando o potencial
de ação para os miócitos dessas câmeras, o que culmina com a sístole
ventricular;
 Suas fibras também têm muitas junções GAP, facilitando o fluxo iônico;
 É onde ocorre a maior velocidade de condução do potencial de ação;
 Suas fibras dirigem para o ápice cardíaco e de volta à base;

POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍCO


 São potenciais de ação de longa duração (ex: o
potencial de ação de um neurônio dura 2 a 3 ms, o
potencial de ação cardíaco pode durar 300 ms.)
 Tipos:
1. Potenciais de Ação gerados em Miócitos Atriais
e Ventriculares (contráteis) e no Sistema de
Purkinje (condutor)
 O potencial de repouso dessas fibras é
estável e de aproximadamente -90mV;
 Nos miócitos atriais, dura 150 ms, nos ventriculares, 250 ms e nas fibras de
Purkinje 300 ms;
 A duração mais longa desse potenciais de ação é devida à um PLATÔ, período
prolongado de despolarização, o que explica a longa duração do potencial de
ação e do período refratário;
 Apresentam 5 fases:
1. FASE 0
- Deflexão inicial ou upstroke;
- É uma rápida despolarização;
- Abertura da CANAIS RÁPIDOS de
Na+ (voltagem dependentes VD);
- Ocorre um rápido influxo de Na+
(corrente iNa+) e rápida inversão na
polaridade do sarcolema;
- A DDP avança de -90mV para -65mV
e vai até +20mV
- Canais de Na+ abrem e fecham muito
rapidamente;

2. FASE 1
- Repolarização inicial;
- Rápida e transitória;
- Em +20 mV, os canais VD de Na+ estão
inativados, mas os canais VD de K+ se
abrem;
- Ocorre corrente de efluxo de K+, a favor do
seu gradiente de concentração;
- A DDP diminui um pouco (até +10 ou +5
mV);
3. FASE 2
- É o PLATÔ;
- A DDP da fase 1 leva a abertura de canais VD
de Ca+++ tipo L (lentos);
- Aumenta a condutância para Ca++;
- Os canais VD de K+ também estão abertos;
- Então, há efluxo de K+ e influxo de Ca++;
- A corrente de influxo do Ca++ é
contrabalançada pela corrente de efluxo de K+ =
corrente efetiva é zero!
- Potencial de membrana fica estável por um
tempo – prolonga a despolarização;
4. FASE 3
- É a repolarização clássica;
- A corrente de efluxo de K+ supera o influxo de Ca++;
- O potencial de membrana via diminuindo;
- Canais de Ca++ tipo L se fecham e os de K+ continuam abertos;

5. FASE 4
- Repouso;
- Após o efluxo de K+ a membrana retorna a -90 mV, próximo ao potencial
de equilíbrio do K+;
- Ação da bomba de Na+K+;
- Repouso é estável;
2. Potenciais de Ação gerados no NSA e NAV
 O potencial de repouso das fibras do NSA e NAV é instável e varia de – 65mV
a -50mV*;
 Não são tão lentos quanto os anteriores – as células do NSA têm a menor
duração do potencial de ação e períodos refratários mais breves;
 Não tem fases 1 e 2 (platô);
 Suas fases são: 0, 3 e 4;
 O NSA tem automatismo, seus potenciais elétricos são
gerados espontaneamente;
1. FASE 0 em NSA
- Deflexão inicial ou upstroke;
- É uma despolarização, não tão rápida quanto a
descrita antes;
- Em -55mV ocorre abertura de canais lentos VD de
Ca++ tipo T, eles têm abertura lenta;
- Leva a uma corrente de influxo de Ca++;
- O potencial de membrana aumenta para
aproximadamente +10mV;

2. FASE 3
- Repolarização clássica;
- A despolarização atinge um potencial de
membrana que fecha os canais VD de Ca++
tipo T e abre os VD de K+;
- Ocorre uma corrente de efluxo de K+;
- A DDP baixa e ultrapassa os -50mV, se
deslocando para -65mV (hiperpolarização,
porque os canais de K+ ficam abertos mais
tempo);
3. FASE 4
- É o repouso instável;
- É a fase responsável pelo automatismo cardíaco – “potencial marcapasso”;
- Fase mais longa do potencial de ação do NSA;
- Em – 65 mV, resultado da hiperpolarização da fase anterior, abrem-se canais
VD de Na+ e começa a ocorrer influxo desse íon (corrente: iNa+funny). Esse
influxo vai aumentando o potencial de membrana até o limiar de excitação para
abertura de canais VD de Ca++;
- Quando se abrem os canais VD de Ca++ inicia –se, espontaneamente, uma
nova fase 0;

MARCAPASSOS ECTÓPICOS
 Podem ocorrer marcapassos latentes no NAV, em HIss ou em Purkinje, ou seja, eles
também apresentam capacidade (potencial) de despolarização espontânea na fase 4;
 Quando, por ex. o NSA for suprimido, essas outras estruturas podem despolarizar
espontaneamente e controlar a frequência cardíaca – são os chamados focos ectópicos;
 Normalmente os marcapassos latentes ficam suprimidos pela ação do NSA, que
determina o ritmo cardíaco porque tem maior velocidade da fase 4;

POR QUE O CORAÇÃO É AUTOMÁTICO???

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