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Curso EFA NS – CLC7 P Formadora: Elsa Roque


Nome:_____________________________________________________________________Data:____/____/______

Retrato
O retrato é uma descrição que recebe o nome do objeto descrito. É a pintura física ou psicológica de uma
pessoa e consiste em exprimir ação, movimento e vida. Assim, fazer um retrato é escolher e fixar o que, para nós,
há de mais significativo num ser humano (...). É um bom exercício para desenvolver a capacidade de observação.
Tipos
O retrato físico dá-nos a conhecer os traços característicos do indivíduo e assenta no aspeto geral, nas
diferentes partes do corpo, particularmente no rosto, no vestuário e nos gestos.
O retrato psicológico constrói-se com as marcas do carácter e da personalidade de uma personagem:
sentimentos, pensamentos e atitudes. Indica as suas qualidades e os seus defeitos, diz o que ela faz ou não faz,
mostra-a em ação, apresenta-a a falar ou põe outros a falar dela, por vezes, tenta-se mostrar o retrato psicológico
através do retrato físico.

1. Diz-se que "fazer um retrato é escolher e fixar o que, para nós, há de mais significativo num ser humano".
Partindo desta ideia, observa e interpreta os retratos que se seguem, percorrendo os seguintes passos:
a. análise dos aspetos físicos mais salientes ou significativos;
b. descrição objetiva;
c. impressão global produzida;
d. comentário pessoal, prevendo possíveis características psicológicas das figuras a partir dos seus traços físicos.
Retrato – texto em que se representa
verbalmente uma personagem.

– Indicar a personagem a descrever.


Introdução – Situar a personagem relativamente ao espaço.
– Assumir um tipo de registo: objetivo/subjetivo.

– Caracterizar a personagem tendo em conta:


– uma perspetiva fixa/móvel;
– uma perspetiva geral/de pormenor.
– Apresentar globalmente a personagem através de traços dominantes
ou
– Selecionar traços particulares distintivos, relativos ao aspeto físico, aos
sentimentos e ao comportamento.
– Caracterizar cada um dos aspetos selecionados (a cor dos olhos, a
Desenvolvimento
expressão do olhar, o feitio dos lábios, o tom da voz...)
– explorando características pelas diferentes cores;
– usando:
– um vocabulário sugestivo,
– outros recursos expressivos de modo a permitir que o leitor visualize o
que escreves
(associando as partes da personagem ou suas características a
construções comparativas, metafóricas, etc.).

– Apresentar globalmente as qualidades/características apresentadas.


Conclusão – Adiantar uma visão de conjunto.

– Construir parágrafos de acordo com a ordem das observações.


– Evitar a repetição dos verbos ser e ter.
– Utilizar predominantemente os tempos verbais típicos da descrição: o
presente e o imperfeito do modo indicativo.
Não Esquecer!
– Ao passar o texto a limpo ter em conta:
– a pontuação
– a ortografia
– a apresentação gráfica.
Poema I:
Autorretratos

Magro, de olhos azuis, carão moreno,


Bem servido de pés, meão de altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,


Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Devoto incensador de mil deidades 1765-1805
(Digo de moças mil) num só momento,
Poeta pré-romântico português nascido em Setúbal,
E somente no altar amando os frades, conhecido por seu estilo rebelde e satírico e
considerado o maior poeta da língua no século
Eis Bocage em quem luz algum talento; XVIII. Filho de um advogado sem recursos e de
mãe francesa. Foi preso ao divulgar o poema Carta
Saíram dele estas verdades, a Marília (1797), passou meses nas masmorras da
Num dia em que se achou mais pachorrento. Inquisição, de onde saiu para o convento dos
oratorianos, onde se curvou às convenções
religiosas e morais da época.

2. Considera que o soneto de Bocage apresentado é um retrato ou um autorretrato? Fundamente a


sua resposta.

3. Delimite no soneto características físicas, psicológicas, emotivas,…

4. Releia a segunda e a terceira estrofes do poema.

4.1. Transcreva do poema o(s) verso(s) que exprimem, em relação ao eu poético:

-a incapacidade de se fixar;

-o temperamento arrebatado

-a inconstância no amor

-o seu suposto anticlericalismo.

5. O soneto apresentado possui algumas figuras de estilo. Identifique-as.

6. O soneto de Bocage fala em sinceridade [presente por exemplo no último terceto]. Concorda?
Justifique.
Poema II:

O'Neill (Alexandre), moreno português,


cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
Alexandre O'Neill
(aqui, uma pequena frase censurada...)
1924-1986
No amor? No amor crê (ou não fosse ele
O'Neill!)
Dedicou-se à publicidade e desde cedo se juntou às
e tem a veleidade de o saber fazer primeiras manifestações do Surrealismo em Portugal.
(pois amor não há feito) das maneiras mil Afasta-se do grupo
que são a semovente estátua do prazer. surrealista e colabora
Mas sobre a ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse...

Poema III: Vejo-me ao espelho: a cara


severa dos sessenta,
alguns cabelos brancos,

Autorretrato com a musa os óculos por vezes


já mais embaciados.
Vasco Graça Moura

Sobrancelhas espessas,
nariz nem muito ou pouco,
sinal na face esquerda,
golpe breve no queixo
(andanças da gilette).

POEMA II

7. Delimite, no poema de O'Neill, a apresentação dos seus traços:


- físicos
- psicológicos

8. Não se pode, ao contrário do que se passa no soneto de Bocage, falar em sinceridade.


8.1 Que versos nos dão essa certeza?
8.2 De que forma o eu poético se desdiz?

POEMA III
9. O que distingue o autorretrato de Vasco Graça Moura dos outros?
10. Observe atentamente autorretratos e interprete-os, adiantando explicações para a forma como os
artistas se representam.

11. Identifique semelhanças entre os retratos e os autorretratos.

Salvador Dali

Autorretrato
Retrato

Frida Kahlo

Retrato Autorretrato

12. Construa um autorretrato de si próprio(a) ou de uma pessoa que admire.

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