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A Utilização da Água no Mundo

Introdução

Neste início de século observam-se grandes mudanças de paradigmas no contexto da


análise dos problemas sociais, econômicos e políticos no mundo, em função da
premência de se encontrar soluções que viabilizem a sobrevivência das espécies. A
água, antes pensada como recurso infinito, não pode mais ser enxergada desta forma, o
que fica patente na leitura deste texto, que na medida do nosso conhecimento, fala sobre
a importância da necessidade de um novo enfoque na abordagem deste problema, que se
agrava a cada.

As mais diversas tecnologias estão disponíveis e a serviço do homem, que, no entanto


exista em colocá-las em prática.

O assunto é de importância vital, complexo, multidisciplinar e requer, portanto nossa


máxima atenção.

Objetivos

Expor a gravidade situação da água no mundo, diante da ameaça que paira sobre os
seres vivos.

Levantar dados e pesquisar soluções relativas ao tema

Justificativa

Este trabalho objetiva externar a preocupação com os milhões de excluídos de todo o


planeta, que padecem da falta de água e condições sanitárias, agravando a cada dia a
situação de pobreza, conseqüência da desastrosa diferença na distribuição de renda,
acentuada, sobretudo, a partir de sistemas políticos que, embora sejam capazes de
enxergar a extensão do problema, pouco fazem, para enfrentá-lo.

Se tivéssemos que reunir todas as considerações aqui presentes em uma única palavra,
não teríamos outra, senão aquela que deveríamos carregar pelo resto de nossas vidas:
Ética.

1.1 Desenvolvimento

A Geografia da Água e o Panorama Mundial

A água existe na Terra nas fases sólida, líquida e gasosa, que estão ligadas entre si num
ciclo fechado, conhecido como o ciclo da água.

Os primeiros astronautas que viram a Terra do espaço a denominaram o Planeta Azul,


pois cerca de dois terços da sua superfície são cobertos pela água dos mares e oceanos.
A Água doce é fundamental para a manutenção da vida nos ecossistemas terrestres e,
portanto, para a sobrevivência do homem na biosfera. Entretanto, apenas 2,59% do
volume total de água existente na Terra é de água doce, sendo que mais de 99% estão
sob a forma de gelo ou neve nas regiões polares ou em aqüíferos muito profundos. Do
restante, quase metade está nos corpos dos animais e vegetais (biota), como umidade do
solo e como vapor d'água na atmosfera, e a outra metade está disponível em rios e lagos.

Além disso, como o regime de chuvas varia muito entre as diferentes áreas de um
mesmo continente e a população não está distribuída de forma homogênea, a
disponibilidade de água doce per capita é bastante desigual nas várias regiões do
planeta: desde níveis extremamente baixos, de 1.000 m3/ano per capita, até níveis muito
elevados, superiores a 50.000 m3/ano. Variações climáticas periódicas podem agravar
as secas, provocando morte e sofrimento humano, e também causar as enchentes, que
são um dos piores desastres naturais em termos de vítimas e de danos vultosos às
propriedades e aos solos agrícolas.

O crescimento populacional, particularmente nos países em desenvolvimento, e a maior


demanda de água para usos agrícola e industrial, provocaram o aumento do consumo
global de água de 1.060 Km3/ano para 4.130 Km3/ano nos últimos 50 anos.

Entre 1900 e 1995, o consumo total de água para as atividades humanas (agrícola,
industrial, doméstica e outras) cresceu seis vezes, que é mais do que o dobro do
crescimento da população mundial neste período. O aumento do consumo é maior nos
países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, em virtude do crescimento da
população. As Nações Unidas prevêem a estabilização do crescimento populacional
somente entre o final do Século 21 e o ano 2.110, mas mais de 90% deste crescimento
ocorrerá nos países em desenvolvimento. Sem dúvida, a água será um recurso limitante
no Século 21 e vai atingir mais severamente os países que estão se desenvolvendo.

Outros fatores preocupantes, além do crescimento demográfico, são a melhoria do nível


de vida de parte da população (que terão acesso mais fácil à água) e o aumento da área
irrigada e das atividades industriais.

Entre os diversos usos da água, a irrigação é a que apresenta o maior desperdício, pois
cerca de metade da água utilizada para este fim não atinge as plantações, perdida pela
infiltração no solo. Para se produzir uma tonelada de grãos são necessários mil
toneladas de água, e para uma tonelada de arroz, duas mil toneladas de água. Além
disso, sistemas de irrigação mal planejados e ou mal operados podem provocar a
salinização e degradação dos solos. A melhoria da eficiência dos sistemas de irrigação
é, portanto, uma das condições prioritárias para se atingir o desenvolvimento
sustentável.

Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada: menos de 200 mil
quilômetros cúbicos estão disponíveis em rios e lagos. Esta quantidade era suficiente em
1900, quando cerca de 2 bilhões de habitantes viviam no planeta. Agora, somos 6
bilhões, e como a água não está distribuída de forma proporcional à população
existente, a quantidade de água disponível já chega perto do limite: 40% da população
mundial já sofre de escassez de água. Imaginem como será o ano 2025, quando a
mesma quantidade de água deverá atender 3 bilhões de pessoas a mais!
O suprimento global de água vai permanecer constante ou poder sofrer um pequeno
acréscimo em virtude das mudanças climáticas - maior temperatura global gerando
maior quantidade de vapor d'água. Temos que considerar, entretanto, a degradação
ambiental provocada pelos desmatamentos, principalmente nas nascentes, e pela
poluição dos recursos hídricos, provocada pelas atividades humanas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, analisando vários cenários de


modelos globais de mudanças climáticas concluiu que, embora a disponibilidade de
água global deva aumentar entre 6 e 12%, em algumas regiões a escassez de água
poderá se agravar. Em cerca de metade da área do mundo, as precipitações
pluviométricas serão maiores que hoje, particularmente no norte da Índia, da Rússia e
América do Norte, mas reduções significativas vão acontecer nas regiões em
desenvolvimento.

Como o regime de chuvas e a população não se distribuem homogeneamente, a


disponibilidade de água per capita pode variar de 300 m3/ano, na Jordânia, a 120.000
m3/ano, no Canadá. A América do Sul e a América do Norte têm abundância, em
contraste com a África Sub-Saariana e o Leste da Ásia, que sofrem de acentuada
escassez de água. A redução da disponibilidade de água deverá ser sentida nos próximos
anos, sendo que na África esta redução é de quase quatro vezes, seguida de perto pela
América do sul e pela Ásia.

Países com disponibilidade de água entre 1.000 e 1.600 m3/ano per capita sofrem do
que se chama stress hídrico e enfrentam sérios problemas em anos de seca. Países com
disponibilidade menos que 1.000 m3/ano per capita são considerados escassos em água.
Hoje, 28 países, com uma população total de 338 milhões de pessoas, enfrentam stress
hídrico, a maior parte do Leste da Ásia e da África. Por volta de 2025, entre 46 e 52
países, com população total em torno de 3 bilhões de pessoas, poderão sofrer de stress
hídrico e cerca de 23 estarão enfrentando escassez absoluta de água.

Os países situados em regiões áridas e semi-áridas como os do Oriente Médio, já


enfrentam a crise da água há muitos anos, mas a percepção de uma crise mundial só
agora está alcançando a consciência internacional. A principal diferença entre a crise do
petróleo e a crise da água é que a crise da água deverá afetar mais seriamente os países
em desenvolvimento, onde centenas de milhares de pessoas já estão morrendo e
continuarão a morrer devido à falta de água limpa e às secas. Nos países mais pobres, a
água poluída é a principal causa de muitas doenças, como a diarréia, que mata mais de 3
milhões de pessoas (principalmente crianças) por ano no mundo. Aliás, 80% de todas as
doenças e mais de 33% das mortes nos países em desenvolvimento estão associadas à
falta de água em quantidades adequadas. O PNUMA (Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente) estima que cerca de 25.000 pessoas morrem por dia nos países em
desenvolvimento, ou pela falta de água ou pela ingestão de água de má qualidade.

Para atendimento pleno da demanda futura de água para fins urbanos, com o
aproveitamento de novas fontes, estima-se que seriam necessários investimentos da
ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano, durante os próximos 30 anos, o que
significa o dobro da quantidade de recursos financeiros disponíveis para investimento
em abastecimento doméstico durante os anos 80. Por tudo isto, recursos financeiros
setoriais desta magnitude dificilmente estarão disponíveis.
O recursos hídricos internacionais (rios, lagos e aqüíferos subterrâneos compartilhados
por dois ou mais países) são das poucas possibilidades futuras de desenvolvimento,
através do seu gerenciamento integrado, fato que reforça a necessidade de cooperação
crescente entre estes países, na medida em que a água for se tornando mais escassa.

As grandes cidades, particularmente as megalópoles, e as que estão crescendo


rapidamente nos países em desenvolvimento, vão exigir, cada vez mais, enormes
esforços para reduzir o déficit crônico de abastecimento de água esgotamento sanitário
adequados. Muitas, como a Cidade do México, vão necessitar implantar um cuidadoso
gerenciamento dos aqüíferos subterrâneos. Os violentos distúrbios provocados pela falta
de água em Deli, Índia, em maior de 1993, são um bom exemplo do que poderá ocorrer
nas nossas mega cidades num futuro próximo, se medidas urgentes não forem tomadas.

A escassez de água, que já foi motivo para muitas guerras no passado, pode, cada vez
mais, agir como catalisador no conjunto de causas ligadas a qualquer conflito futuro. A
questão mais importante neste século, para muitos países, pode ser o controle dos
recursos hídricos. A comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água
como poderosa e crescente força de instabilidade social e política e atribuir à crise da
água a prioridade devida na agenda política internacional.

1.2. O Fenômeno de Conurbação

Mais provavelmente, a grande batalha pela conservação da água será ganha ou perdida
nas megacidades do mundo", segundo Klaus Toepfer, diretor executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, no 2o Fórum Mundial da Água,
realizado em Haia, Holanda, em março de 2000.

São consideradas megacidades aquelas com mais de 10 milhões de habitantes. Existem


23 megacidades no mundo, 18 das quais localizadas em países em desenvolvimento,
São Paulo entre elas. A cada ano, somam-se 60 milhões de novos habitantes a estas
megacidades, seja por migração (cujo ritmo tem diminuído) ou pelo crescimento
vegetativo. Com isso, crescem exponencialmente as demandas por água e os problemas
decorrentes da superexploração, poluição ou má gestão desses recursos hídricos.

De acordo com Toepfer, metade das cidades européias já explora águas subterrâneas
acima da sua capacidade de reposição natural e diverso países têm sérias dificuldades
com a poluição destes aqüíferos. A salinização é outro problema grave e atinge
severamente Bancoc, por exemplo. E chega a ser assustadora a conseqüência da
superexploração das águas subterrâneas na Cidade do México, que está literalmente
afundando devido à retirada excessiva da água do subsolo.

O Brasil, com exceção do semi-árido nordestino, não sofre de escassez de água, mas
tem sérios problemas com a poluição industrial, agrícola e, sobretudo, com a falta de
saneamento e o conseqüente despejo de esgotos in natura nos cursos d'água.

"Até 2025, cerca de 5 bilhões de pessoas estarão vivendo em cidades", acrescentou o


diretor do PNUMA. "Isso significa que qualquer solução para a crise da água está
intimamente ligada à governabilidade de nossas cidades". Muito além da simples
urbanização, as dificuldades advém da "urbanização, sem precedentes, da pobreza".
Quer dizer, as cidades não estão se tornando apenas maiores, mas estão concentrando
cada vez mais os socialmente excluídos.

Conforme um estudo realizado pelo geógrafo francês Alain Dubresson, da Universidade


de Paris, nas megacidades há uma fragmentação do tecido social, com "enclaves de
ricos de um lado e um gradual enclausuramento das regiões onde vivem os pobres, de
outro". Com isso, a tendência é de uma fragmentação ainda maior, com segmentos
urbanos se tornando mais e mais independentes uns dos outros e inviabilizando a
governabilidade da cidade. Um exemplo brasileiro que bem poderia ilustrar o estudo de
Dubresson são os "governos paralelos" dos traficantes nas favelas.

A saída, para Dubresson e para Toepfer, não está mais nas mãos das autoridades
políticas ou econômicas, unicamente, mas depende de sistemas abertos, participativos e
transparentes de administração, capazes de gerar co-responsabilidade entre os
habitantes. "A questão é saber se os novos parceiros vão contribuir para uma
fragmentação ainda maior ou para a integração dos excluídos", finalizou Dubresson,
retornando à questão da ética inicialmente referida.

1.3 A água na Produção de Alimentos

Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.

Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).

"Se a agricultura conseguir aumentar a produtividade da água, a pressão sobre os


preciosos recursos hídricos pode ser reduzida e a água seria liberada para outros
setores", afirma Kenji Yoshinaga, diretor da Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), agência das Nações Unidas (ONU).

De acordo com os cálculos de Yoshinaga, a simples melhora de 1% na eficiência do uso


da água de irrigação, nos países em desenvolvimento de clima árido, significaria uma
economia de 200 mil litros de água, por agricultor, por hectare/ano. O suficiente para
matar a sede de 150 pessoas, no período.

O especialista da FAO diz que as áreas irrigadas, nos países em desenvolvimento,


devem aumentar dos atuais 202 para 242 milhões de hectares. Só na África, o potencial
é de 40 milhões de hectares, dos quais apenas 12 estão sendo aproveitados. Nos países
desenvolvidos, o total irrigado fica em torno dos 50 milhões de hectares, mas o
potencial de expansão é menor, porque a agricultura já é intensificada. Por isso, a
escolha da tecnologia mais adequada e, sobretudo, a promoção de métodos de irrigação
que evitam o desperdício é fundamental para atender à demanda por alimentos, com o
mínimo de impactos ambientais, como a degradação dos solos, dos aqüíferos ou os
processos de salinização.

Em muitos perímetros irrigados, a baixa qualidade das águas de superfície levou os


agricultores a optar pelas águas subterrâneas. Porém, o uso descontrolado está levando
ao rebaixamento dos aqüíferos, em alguns casos (incluindo áreas dos Estados Unidos),
no impressionante ritmo de 1 a 3 metros por ano. Para evitar problemas, a FAO sugere,
num relatório divulgado em Kyoto, a adoção de tecnologias mais eficientes do que a
tradicional inundação de campos ou o uso generalizado de aspersores e pivô central (os
dois métodos mais utilizados no Brasil).

"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".

Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.

Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).

"Se a agricultura conseguir aumentar a produtividade da água, a pressão sobre os


preciosos recursos hídricos pode ser reduzida e a água seria liberada para outros
setores", afirma Kenji Yoshinaga, diretor da Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), agência das Nações Unidas (ONU).

De acordo com os cálculos de Yoshinaga, a simples melhora de 1% na eficiência do uso


da água de irrigação, nos países em desenvolvimento de clima árido, significaria uma
economia de 200 mil litros de água, por agricultor, por hectare/ano. O suficiente para
matar a sede de 150 pessoas, no período.

O especialista da FAO diz que as áreas irrigadas, nos países em desenvolvimento,


devem aumentar dos atuais 202 para 242 milhões de hectares. Só na África, o potencial
é de 40 milhões de hectares, dos quais apenas 12 estão sendo aproveitados. Nos países
desenvolvidos, o total irrigado fica em torno dos 50 milhões de hectares, mas o
potencial de expansão é menor, porque a agricultura já é intensificada. Por isso, a
escolha da tecnologia mais adequada e, sobretudo, a promoção de métodos de irrigação
que evitam o desperdício é fundamental para atender à demanda por alimentos, com o
mínimo de impactos ambientais, como a degradação dos solos, dos aqüíferos ou os
processos de salinização.

Em muitos perímetros irrigados, a baixa qualidade das águas de superfície levou os


agricultores a optar pelas águas subterrâneas. Porém, o uso descontrolado está levando
ao rebaixamento dos aqüíferos, em alguns casos (incluindo áreas dos Estados Unidos),
no impressionante ritmo de 1 a 3 metros por ano. Para evitar problemas, a FAO sugere,
num relatório divulgado em Kyoto, a adoção de tecnologias mais eficientes do que a
tradicional inundação de campos ou o uso generalizado de aspersores e pivô central (os
dois métodos mais utilizados no Brasil).

"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".

Conforme já salientado, em escala mundial, mais ou menos 70% de toda a água


desviada de rios, ou bombeada do subsolo é usada para irrigação, enquanto 20%
destina-se para a indústria e 10% para usos residenciais.

Estes números podem sofrer uma ínfima variação. Entretanto, são aceitos pelas
organizações mundiais que se ocupam do assunto.

O alarmante informe mundial sobre a água, divulgado recentemente pela Unesco,


adverte os governos sobre a "inércia política" que só agrava a situação, marcada pela
permanente redução dos mananciais do planeta, pelo alto grau de poluição e pelo
aquecimento global.

O documento - prévia da discussão que marcou o 3º Fórum Mundial da Água em Kyoto,


no Japão - tem como bandeira à ameaça de redução das reservas mundiais em cerca de
um terço nos próximos 20 anos.

Apresenta dois cenários sobre escassez. No primeiro, são 2 bilhões de pessoas sem água
em 48 países. No segundo, mais pessimista, são 7 bilhões em 60 nações. Em 2050, a
população mundial estimada será de 9,3 bilhões de pessoas.

Por exemplo, o nordeste brasileiro é mencionado nas duas projeções, embora o País
possua 12% das reservas de água doce do planeta.

"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal e tem muitas"
discrepâncias."Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual
de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³".

O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de
Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a
Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³),
seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).

Num ranking de 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o
Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.

Em todo o mundo, as mudanças climáticas serão responsáveis por 20% do aumento da


falta d’água, diz o relatório. Não somente nas zonas propensas à seca, mas também nas
áreas tropicais e subtropicais as chuvas devem ser menos intensas e menos freqüentes.

O documento diz que, nos últimos 25 anos, uma série de conferências internacionais
tem tratado da questão da ampliação da rede de abastecimento e saneamento. Mas,
acrescenta o relatório, devido à "inércia dos dirigentes" não se chegou a "praticamente
nenhum dos objetivos estabelecidos para melhorar a gestão dos recursos hídricos".

Uma das metas assumidas pela comunidade internacional em 2000 e retificada em 2002,
na Rio +10, em Johannesburg, é de se reduzir à metade a proporção de pessoas no
mundo que não têm água potável e saneamento básico. No Brasil, 92,7% das
residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades.

"Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia".No
que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios
estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar.

É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água.
Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma
quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do
planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil
km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de
água pura.

"De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos
recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta",
segundo a opinião do diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.

Resulta intuitivo que a comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água


como poderosa e crescente força de instabilidade social e política cujas conseqüências
são hoje inimagináveis.

À medida que os países pressionam os seus os limites de suas reservas de água, a


competição entre os três setores de destino se intensifica.

Estima-se que um milhão de toneladas de água, é usada na agricultura, para produzir


uma tonelada de trigo, valendo cerca de US$ 200 ou pode ser usada na indústria para
expandir a produção em US$ 14.000 (valor também estimado), ou seja, 70 vezes.

Similarmente, se o objetivo é criar empregos, o uso da água escassa na indústria é muito


mais produtivo do que o seu uso para a irrigação, não obstante o fato de que na indústria
a "recirculação" pode ser muitas vezes mais eficiente.
Tendo em vista a economia não favorecer a agricultura, este setor quase sempre perde.

Em 1988, com o objetivo de avaliar o potencial da China (o país mais populoso do


mundo), estudou-se o equilíbrio entre a oferta e a procura de todas a bacias daquele
país, numa projeção para o futuro

O resultado destes estudos mostrou enormes déficits em desenvolvimento em algumas


bacias-chave.

A combinação da exaustão aqüífera e o desvio da água de irrigação para usos não-


agrícolas indicam que a agricultura irrigada pode ter cessado em algumas das regiões
com mais escassez de água da China.

Até 2010, por exemplo, a agricultura irrigada pode desaparecer na bacia de um rio
denominado Hai na China, à medida que o crescimento da demanda urbana e industrial
de água na capital.

Outras cidades, na mesma bacia, absorvem agora a água antes utilizada na agricultura.

Mais que qualquer outro efeito, a falta de água impedirá certamente os esforços para
expandir a produção de alimentos.

Como é sabido, o uso da água para irrigação aumenta intensamente a produtividade da


terra e, nas regiões áridas, ela determina a extensão da terra que pode ser cultivada.

Então o dilema se apresenta da seguinte forma : se estamos enfrentando uma futura


escassez de água, estamos também enfrentando uma futura escassez de alimento, uma
vez que mais de mais de 40 % da produção mundial de alimento provém de terra
irrigada

O crescimento extraordinário da agricultura irrigada se divide em duas eras distintas –


de 1950 a 1978, enquanto a irrigação estava se expandindo mais que o crescimento da
população e desde 1.998, ano a partir do qual o crescimento da área irrigada ficou
aquém do crescimento populacional, tendo alcançado um pico histórico de 0,047
hectares por pessoa e, já em 1.977 chegava a 0, 044, com um decréscimo de 6%.

Este fenômeno pode ter se dado, tanto em função de um melhor domínio na tecnologia
de irrigação e/ou produção de melhores sementes, como também, e este seria o pior
caso, pela exaustão dos aqüíferos.

Quando a última metade do século 20 começou, a produtividade mundial de grãos era


pouco acima de 1 tonelada/ha, mais precisamente, em torno de 1,06/ha.

Embora varie grandemente de um país para outro, esta média subiu para 2,73/ha em
1.998.

A agricultura irrigada concentra-se na Ásia, mas não está limitada àquele continente.

Aproximadamente 70% dos grãos colhidos na China provém de terra irrigada, enquanto
na Índia este número é de 50% e nos EUA, 15%, mas estes números representam
médias, assim é que, no sudoeste dos EUA o Rio Colorado raramente chega ao Golfo da
Califórnia.

Da mesma forma, o Rio Amarelo, berço da civilização chinesa, secou pela primeira vez
nos 3.000 anos de história da China, em l.972, deixando de chegar ao mar por uns 15
dias.

Nos anos seguintes, secou, intermitentemente, mas desde 1.985 tem secado,
parcialmente, todos os anos.

O fenômeno é tão excepcional que em 1.997 deixou de chegar ao mar, por sete meses
do ano.

Pouca água do Rio Nilo consegue alcançar o mar Mediterrâneo, e o Rio Ganges, na
Índia, raramente chega ao golfo de Bengala na estação seca.

A Utilização da Água no Mundo

Introdução

Neste início de século observam-se grandes mudanças de paradigmas no contexto da


análise dos problemas sociais, econômicos e políticos no mundo, em função da
premência de se encontrar soluções que viabilizem a sobrevivência das espécies. A
água, antes pensada como recurso infinito, não pode mais ser enxergada desta forma, o
que fica patente na leitura deste texto, que na medida do nosso conhecimento, fala sobre
a importância da necessidade de um novo enfoque na abordagem deste problema, que se
agrava a cada.

As mais diversas tecnologias estão disponíveis e a serviço do homem, que, no entanto


exista em colocá-las em prática.

O assunto é de importância vital, complexo, multidisciplinar e requer, portanto nossa


máxima atenção.

Objetivos

Expor a gravidade situação da água no mundo, diante da ameaça que paira sobre os
seres vivos.

Levantar dados e pesquisar soluções relativas ao tema

Justificativa

Este trabalho objetiva externar a preocupação com os milhões de excluídos de todo o


planeta, que padecem da falta de água e condições sanitárias, agravando a cada dia a
situação de pobreza, conseqüência da desastrosa diferença na distribuição de renda,
acentuada, sobretudo, a partir de sistemas políticos que, embora sejam capazes de
enxergar a extensão do problema, pouco fazem, para enfrentá-lo.

Se tivéssemos que reunir todas as considerações aqui presentes em uma única palavra,
não teríamos outra, senão aquela que deveríamos carregar pelo resto de nossas vidas:
Ética.

1.1 Desenvolvimento

A Geografia da Água e o Panorama Mundial

A água existe na Terra nas fases sólida, líquida e gasosa, que estão ligadas entre si num
ciclo fechado, conhecido como o ciclo da água.

Os primeiros astronautas que viram a Terra do espaço a denominaram o Planeta Azul,


pois cerca de dois terços da sua superfície são cobertos pela água dos mares e oceanos.

A Água doce é fundamental para a manutenção da vida nos ecossistemas terrestres e,


portanto, para a sobrevivência do homem na biosfera. Entretanto, apenas 2,59% do
volume total de água existente na Terra é de água doce, sendo que mais de 99% estão
sob a forma de gelo ou neve nas regiões polares ou em aqüíferos muito profundos. Do
restante, quase metade está nos corpos dos animais e vegetais (biota), como umidade do
solo e como vapor d'água na atmosfera, e a outra metade está disponível em rios e lagos.

Além disso, como o regime de chuvas varia muito entre as diferentes áreas de um
mesmo continente e a população não está distribuída de forma homogênea, a
disponibilidade de água doce per capita é bastante desigual nas várias regiões do
planeta: desde níveis extremamente baixos, de 1.000 m3/ano per capita, até níveis muito
elevados, superiores a 50.000 m3/ano. Variações climáticas periódicas podem agravar
as secas, provocando morte e sofrimento humano, e também causar as enchentes, que
são um dos piores desastres naturais em termos de vítimas e de danos vultosos às
propriedades e aos solos agrícolas.

O crescimento populacional, particularmente nos países em desenvolvimento, e a maior


demanda de água para usos agrícola e industrial, provocaram o aumento do consumo
global de água de 1.060 Km3/ano para 4.130 Km3/ano nos últimos 50 anos.

Entre 1900 e 1995, o consumo total de água para as atividades humanas (agrícola,
industrial, doméstica e outras) cresceu seis vezes, que é mais do que o dobro do
crescimento da população mundial neste período. O aumento do consumo é maior nos
países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, em virtude do crescimento da
população. As Nações Unidas prevêem a estabilização do crescimento populacional
somente entre o final do Século 21 e o ano 2.110, mas mais de 90% deste crescimento
ocorrerá nos países em desenvolvimento. Sem dúvida, a água será um recurso limitante
no Século 21 e vai atingir mais severamente os países que estão se desenvolvendo.

Outros fatores preocupantes, além do crescimento demográfico, são a melhoria do nível


de vida de parte da população (que terão acesso mais fácil à água) e o aumento da área
irrigada e das atividades industriais.
Entre os diversos usos da água, a irrigação é a que apresenta o maior desperdício, pois
cerca de metade da água utilizada para este fim não atinge as plantações, perdida pela
infiltração no solo. Para se produzir uma tonelada de grãos são necessários mil
toneladas de água, e para uma tonelada de arroz, duas mil toneladas de água. Além
disso, sistemas de irrigação mal planejados e ou mal operados podem provocar a
salinização e degradação dos solos. A melhoria da eficiência dos sistemas de irrigação
é, portanto, uma das condições prioritárias para se atingir o desenvolvimento
sustentável.

Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada: menos de 200 mil
quilômetros cúbicos estão disponíveis em rios e lagos. Esta quantidade era suficiente em
1900, quando cerca de 2 bilhões de habitantes viviam no planeta. Agora, somos 6
bilhões, e como a água não está distribuída de forma proporcional à população
existente, a quantidade de água disponível já chega perto do limite: 40% da população
mundial já sofre de escassez de água. Imaginem como será o ano 2025, quando a
mesma quantidade de água deverá atender 3 bilhões de pessoas a mais!

O suprimento global de água vai permanecer constante ou poder sofrer um pequeno


acréscimo em virtude das mudanças climáticas - maior temperatura global gerando
maior quantidade de vapor d'água. Temos que considerar, entretanto, a degradação
ambiental provocada pelos desmatamentos, principalmente nas nascentes, e pela
poluição dos recursos hídricos, provocada pelas atividades humanas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, analisando vários cenários de


modelos globais de mudanças climáticas concluiu que, embora a disponibilidade de
água global deva aumentar entre 6 e 12%, em algumas regiões a escassez de água
poderá se agravar. Em cerca de metade da área do mundo, as precipitações
pluviométricas serão maiores que hoje, particularmente no norte da Índia, da Rússia e
América do Norte, mas reduções significativas vão acontecer nas regiões em
desenvolvimento.

Como o regime de chuvas e a população não se distribuem homogeneamente, a


disponibilidade de água per capita pode variar de 300 m3/ano, na Jordânia, a 120.000
m3/ano, no Canadá. A América do Sul e a América do Norte têm abundância, em
contraste com a África Sub-Saariana e o Leste da Ásia, que sofrem de acentuada
escassez de água. A redução da disponibilidade de água deverá ser sentida nos próximos
anos, sendo que na África esta redução é de quase quatro vezes, seguida de perto pela
América do sul e pela Ásia.

Países com disponibilidade de água entre 1.000 e 1.600 m3/ano per capita sofrem do
que se chama stress hídrico e enfrentam sérios problemas em anos de seca. Países com
disponibilidade menos que 1.000 m3/ano per capita são considerados escassos em água.
Hoje, 28 países, com uma população total de 338 milhões de pessoas, enfrentam stress
hídrico, a maior parte do Leste da Ásia e da África. Por volta de 2025, entre 46 e 52
países, com população total em torno de 3 bilhões de pessoas, poderão sofrer de stress
hídrico e cerca de 23 estarão enfrentando escassez absoluta de água.

Os países situados em regiões áridas e semi-áridas como os do Oriente Médio, já


enfrentam a crise da água há muitos anos, mas a percepção de uma crise mundial só
agora está alcançando a consciência internacional. A principal diferença entre a crise do
petróleo e a crise da água é que a crise da água deverá afetar mais seriamente os países
em desenvolvimento, onde centenas de milhares de pessoas já estão morrendo e
continuarão a morrer devido à falta de água limpa e às secas. Nos países mais pobres, a
água poluída é a principal causa de muitas doenças, como a diarréia, que mata mais de 3
milhões de pessoas (principalmente crianças) por ano no mundo. Aliás, 80% de todas as
doenças e mais de 33% das mortes nos países em desenvolvimento estão associadas à
falta de água em quantidades adequadas. O PNUMA (Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente) estima que cerca de 25.000 pessoas morrem por dia nos países em
desenvolvimento, ou pela falta de água ou pela ingestão de água de má qualidade.

Para atendimento pleno da demanda futura de água para fins urbanos, com o
aproveitamento de novas fontes, estima-se que seriam necessários investimentos da
ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano, durante os próximos 30 anos, o que
significa o dobro da quantidade de recursos financeiros disponíveis para investimento
em abastecimento doméstico durante os anos 80. Por tudo isto, recursos financeiros
setoriais desta magnitude dificilmente estarão disponíveis.

O recursos hídricos internacionais (rios, lagos e aqüíferos subterrâneos compartilhados


por dois ou mais países) são das poucas possibilidades futuras de desenvolvimento,
através do seu gerenciamento integrado, fato que reforça a necessidade de cooperação
crescente entre estes países, na medida em que a água for se tornando mais escassa.

As grandes cidades, particularmente as megalópoles, e as que estão crescendo


rapidamente nos países em desenvolvimento, vão exigir, cada vez mais, enormes
esforços para reduzir o déficit crônico de abastecimento de água esgotamento sanitário
adequados. Muitas, como a Cidade do México, vão necessitar implantar um cuidadoso
gerenciamento dos aqüíferos subterrâneos. Os violentos distúrbios provocados pela falta
de água em Deli, Índia, em maior de 1993, são um bom exemplo do que poderá ocorrer
nas nossas mega cidades num futuro próximo, se medidas urgentes não forem tomadas.

A escassez de água, que já foi motivo para muitas guerras no passado, pode, cada vez
mais, agir como catalisador no conjunto de causas ligadas a qualquer conflito futuro. A
questão mais importante neste século, para muitos países, pode ser o controle dos
recursos hídricos. A comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água
como poderosa e crescente força de instabilidade social e política e atribuir à crise da
água a prioridade devida na agenda política internacional.

1.2. O Fenômeno de Conurbação

Mais provavelmente, a grande batalha pela conservação da água será ganha ou perdida
nas megacidades do mundo", segundo Klaus Toepfer, diretor executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, no 2o Fórum Mundial da Água,
realizado em Haia, Holanda, em março de 2000.

São consideradas megacidades aquelas com mais de 10 milhões de habitantes. Existem


23 megacidades no mundo, 18 das quais localizadas em países em desenvolvimento,
São Paulo entre elas. A cada ano, somam-se 60 milhões de novos habitantes a estas
megacidades, seja por migração (cujo ritmo tem diminuído) ou pelo crescimento
vegetativo. Com isso, crescem exponencialmente as demandas por água e os problemas
decorrentes da superexploração, poluição ou má gestão desses recursos hídricos.
De acordo com Toepfer, metade das cidades européias já explora águas subterrâneas
acima da sua capacidade de reposição natural e diverso países têm sérias dificuldades
com a poluição destes aqüíferos. A salinização é outro problema grave e atinge
severamente Bancoc, por exemplo. E chega a ser assustadora a conseqüência da
superexploração das águas subterrâneas na Cidade do México, que está literalmente
afundando devido à retirada excessiva da água do subsolo.

O Brasil, com exceção do semi-árido nordestino, não sofre de escassez de água, mas
tem sérios problemas com a poluição industrial, agrícola e, sobretudo, com a falta de
saneamento e o conseqüente despejo de esgotos in natura nos cursos d'água.

"Até 2025, cerca de 5 bilhões de pessoas estarão vivendo em cidades", acrescentou o


diretor do PNUMA. "Isso significa que qualquer solução para a crise da água está
intimamente ligada à governabilidade de nossas cidades". Muito além da simples
urbanização, as dificuldades advém da "urbanização, sem precedentes, da pobreza".
Quer dizer, as cidades não estão se tornando apenas maiores, mas estão concentrando
cada vez mais os socialmente excluídos.

Conforme um estudo realizado pelo geógrafo francês Alain Dubresson, da Universidade


de Paris, nas megacidades há uma fragmentação do tecido social, com "enclaves de
ricos de um lado e um gradual enclausuramento das regiões onde vivem os pobres, de
outro". Com isso, a tendência é de uma fragmentação ainda maior, com segmentos
urbanos se tornando mais e mais independentes uns dos outros e inviabilizando a
governabilidade da cidade. Um exemplo brasileiro que bem poderia ilustrar o estudo de
Dubresson são os "governos paralelos" dos traficantes nas favelas.

A saída, para Dubresson e para Toepfer, não está mais nas mãos das autoridades
políticas ou econômicas, unicamente, mas depende de sistemas abertos, participativos e
transparentes de administração, capazes de gerar co-responsabilidade entre os
habitantes. "A questão é saber se os novos parceiros vão contribuir para uma
fragmentação ainda maior ou para a integração dos excluídos", finalizou Dubresson,
retornando à questão da ética inicialmente referida.

1.3 A água na Produção de Alimentos

Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.

Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).

"Se a agricultura conseguir aumentar a produtividade da água, a pressão sobre os


preciosos recursos hídricos pode ser reduzida e a água seria liberada para outros
setores", afirma Kenji Yoshinaga, diretor da Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), agência das Nações Unidas (ONU).

De acordo com os cálculos de Yoshinaga, a simples melhora de 1% na eficiência do uso


da água de irrigação, nos países em desenvolvimento de clima árido, significaria uma
economia de 200 mil litros de água, por agricultor, por hectare/ano. O suficiente para
matar a sede de 150 pessoas, no período.

O especialista da FAO diz que as áreas irrigadas, nos países em desenvolvimento,


devem aumentar dos atuais 202 para 242 milhões de hectares. Só na África, o potencial
é de 40 milhões de hectares, dos quais apenas 12 estão sendo aproveitados. Nos países
desenvolvidos, o total irrigado fica em torno dos 50 milhões de hectares, mas o
potencial de expansão é menor, porque a agricultura já é intensificada. Por isso, a
escolha da tecnologia mais adequada e, sobretudo, a promoção de métodos de irrigação
que evitam o desperdício é fundamental para atender à demanda por alimentos, com o
mínimo de impactos ambientais, como a degradação dos solos, dos aqüíferos ou os
processos de salinização.

Em muitos perímetros irrigados, a baixa qualidade das águas de superfície levou os


agricultores a optar pelas águas subterrâneas. Porém, o uso descontrolado está levando
ao rebaixamento dos aqüíferos, em alguns casos (incluindo áreas dos Estados Unidos),
no impressionante ritmo de 1 a 3 metros por ano. Para evitar problemas, a FAO sugere,
num relatório divulgado em Kyoto, a adoção de tecnologias mais eficientes do que a
tradicional inundação de campos ou o uso generalizado de aspersores e pivô central (os
dois métodos mais utilizados no Brasil).

"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".

Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.

Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).

"Se a agricultura conseguir aumentar a produtividade da água, a pressão sobre os


preciosos recursos hídricos pode ser reduzida e a água seria liberada para outros
setores", afirma Kenji Yoshinaga, diretor da Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), agência das Nações Unidas (ONU).

De acordo com os cálculos de Yoshinaga, a simples melhora de 1% na eficiência do uso


da água de irrigação, nos países em desenvolvimento de clima árido, significaria uma
economia de 200 mil litros de água, por agricultor, por hectare/ano. O suficiente para
matar a sede de 150 pessoas, no período.

O especialista da FAO diz que as áreas irrigadas, nos países em desenvolvimento,


devem aumentar dos atuais 202 para 242 milhões de hectares. Só na África, o potencial
é de 40 milhões de hectares, dos quais apenas 12 estão sendo aproveitados. Nos países
desenvolvidos, o total irrigado fica em torno dos 50 milhões de hectares, mas o
potencial de expansão é menor, porque a agricultura já é intensificada. Por isso, a
escolha da tecnologia mais adequada e, sobretudo, a promoção de métodos de irrigação
que evitam o desperdício é fundamental para atender à demanda por alimentos, com o
mínimo de impactos ambientais, como a degradação dos solos, dos aqüíferos ou os
processos de salinização.

Em muitos perímetros irrigados, a baixa qualidade das águas de superfície levou os


agricultores a optar pelas águas subterrâneas. Porém, o uso descontrolado está levando
ao rebaixamento dos aqüíferos, em alguns casos (incluindo áreas dos Estados Unidos),
no impressionante ritmo de 1 a 3 metros por ano. Para evitar problemas, a FAO sugere,
num relatório divulgado em Kyoto, a adoção de tecnologias mais eficientes do que a
tradicional inundação de campos ou o uso generalizado de aspersores e pivô central (os
dois métodos mais utilizados no Brasil).

"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".

Conforme já salientado, em escala mundial, mais ou menos 70% de toda a água


desviada de rios, ou bombeada do subsolo é usada para irrigação, enquanto 20%
destina-se para a indústria e 10% para usos residenciais.

Estes números podem sofrer uma ínfima variação. Entretanto, são aceitos pelas
organizações mundiais que se ocupam do assunto.

O alarmante informe mundial sobre a água, divulgado recentemente pela Unesco,


adverte os governos sobre a "inércia política" que só agrava a situação, marcada pela
permanente redução dos mananciais do planeta, pelo alto grau de poluição e pelo
aquecimento global.
O documento - prévia da discussão que marcou o 3º Fórum Mundial da Água em Kyoto,
no Japão - tem como bandeira à ameaça de redução das reservas mundiais em cerca de
um terço nos próximos 20 anos.

Apresenta dois cenários sobre escassez. No primeiro, são 2 bilhões de pessoas sem água
em 48 países. No segundo, mais pessimista, são 7 bilhões em 60 nações. Em 2050, a
população mundial estimada será de 9,3 bilhões de pessoas.

Por exemplo, o nordeste brasileiro é mencionado nas duas projeções, embora o País
possua 12% das reservas de água doce do planeta.

"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal e tem muitas"
discrepâncias."Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual
de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³".

O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de
Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a
Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³),
seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).

Num ranking de 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o
Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.

Em todo o mundo, as mudanças climáticas serão responsáveis por 20% do aumento da


falta d’água, diz o relatório. Não somente nas zonas propensas à seca, mas também nas
áreas tropicais e subtropicais as chuvas devem ser menos intensas e menos freqüentes.

O documento diz que, nos últimos 25 anos, uma série de conferências internacionais
tem tratado da questão da ampliação da rede de abastecimento e saneamento. Mas,
acrescenta o relatório, devido à "inércia dos dirigentes" não se chegou a "praticamente
nenhum dos objetivos estabelecidos para melhorar a gestão dos recursos hídricos".

Uma das metas assumidas pela comunidade internacional em 2000 e retificada em 2002,
na Rio +10, em Johannesburg, é de se reduzir à metade a proporção de pessoas no
mundo que não têm água potável e saneamento básico. No Brasil, 92,7% das
residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades.

"Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia".No
que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios
estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar.

É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água.
Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma
quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do
planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil
km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de
água pura.
"De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos
recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta",
segundo a opinião do diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.

Resulta intuitivo que a comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água


como poderosa e crescente força de instabilidade social e política cujas conseqüências
são hoje inimagináveis.

À medida que os países pressionam os seus os limites de suas reservas de água, a


competição entre os três setores de destino se intensifica.

Estima-se que um milhão de toneladas de água, é usada na agricultura, para produzir


uma tonelada de trigo, valendo cerca de US$ 200 ou pode ser usada na indústria para
expandir a produção em US$ 14.000 (valor também estimado), ou seja, 70 vezes.

Similarmente, se o objetivo é criar empregos, o uso da água escassa na indústria é muito


mais produtivo do que o seu uso para a irrigação, não obstante o fato de que na indústria
a "recirculação" pode ser muitas vezes mais eficiente.

Tendo em vista a economia não favorecer a agricultura, este setor quase sempre perde.

Em 1988, com o objetivo de avaliar o potencial da China (o país mais populoso do


mundo), estudou-se o equilíbrio entre a oferta e a procura de todas a bacias daquele
país, numa projeção para o futuro

O resultado destes estudos mostrou enormes déficits em desenvolvimento em algumas


bacias-chave.

A combinação da exaustão aqüífera e o desvio da água de irrigação para usos não-


agrícolas indicam que a agricultura irrigada pode ter cessado em algumas das regiões
com mais escassez de água da China.

Até 2010, por exemplo, a agricultura irrigada pode desaparecer na bacia de um rio
denominado Hai na China, à medida que o crescimento da demanda urbana e industrial
de água na capital.

Outras cidades, na mesma bacia, absorvem agora a água antes utilizada na agricultura.

Mais que qualquer outro efeito, a falta de água impedirá certamente os esforços para
expandir a produção de alimentos.

Como é sabido, o uso da água para irrigação aumenta intensamente a produtividade da


terra e, nas regiões áridas, ela determina a extensão da terra que pode ser cultivada.

Então o dilema se apresenta da seguinte forma : se estamos enfrentando uma futura


escassez de água, estamos também enfrentando uma futura escassez de alimento, uma
vez que mais de mais de 40 % da produção mundial de alimento provém de terra
irrigada
O crescimento extraordinário da agricultura irrigada se divide em duas eras distintas –
de 1950 a 1978, enquanto a irrigação estava se expandindo mais que o crescimento da
população e desde 1.998, ano a partir do qual o crescimento da área irrigada ficou
aquém do crescimento populacional, tendo alcançado um pico histórico de 0,047
hectares por pessoa e, já em 1.977 chegava a 0, 044, com um decréscimo de 6%.

Este fenômeno pode ter se dado, tanto em função de um melhor domínio na tecnologia
de irrigação e/ou produção de melhores sementes, como também, e este seria o pior
caso, pela exaustão dos aqüíferos.

Quando a última metade do século 20 começou, a produtividade mundial de grãos era


pouco acima de 1 tonelada/ha, mais precisamente, em torno de 1,06/ha.

Embora varie grandemente de um país para outro, esta média subiu para 2,73/ha em
1.998.

A agricultura irrigada concentra-se na Ásia, mas não está limitada àquele continente.

Aproximadamente 70% dos grãos colhidos na China provém de terra irrigada, enquanto
na Índia este número é de 50% e nos EUA, 15%, mas estes números representam
médias, assim é que, no sudoeste dos EUA o Rio Colorado raramente chega ao Golfo da
Califórnia.

Da mesma forma, o Rio Amarelo, berço da civilização chinesa, secou pela primeira vez
nos 3.000 anos de história da China, em l.972, deixando de chegar ao mar por uns 15
dias.

Nos anos seguintes, secou, intermitentemente, mas desde 1.985 tem secado,
parcialmente, todos os anos.

O fenômeno é tão excepcional que em 1.997 deixou de chegar ao mar, por sete meses
do ano.

Pouca água do Rio Nilo consegue alcançar o mar Mediterrâneo, e o Rio Ganges, na
Índia, raramente chega ao golfo de Bengala na estação seca.

O mesmo pode ser dito sobre o Rio Ganges (considerado sagrado pelos hindus), onde
existe uma disputa muito forte entre a Índia e Bangladesh, dando origem a tantos
conflitos.

Conclusão

O quadro acima exposto é sombrio e certamente algo tem que ser feito.Em primeiro
lugar estamos tratando de uma questão ética, onde, mesmo num país com o Brasil,
onde, paralelamente com uma população de milhões de famintos, convive uma
população muito grande de pessoas com problemas de obesidade, denotando, em
primeira mão um desperdício de graves proporções.
A capacidade suporte de alimentação para o mundo é equivalente a 2,5 bilhões de
americanos ou 10 bilhões de indianos.

Torna-se ainda mais grave constatar que cada vez mais os nossos cursos d’água se
poluem, tornando ainda mais difícil, mais cara e até mesmo economicamente inviável o
seu aproveitamento econômico, tanto para a agricultura quanto para o uso industrial ou
doméstico.

Sob o aspecto positivo, muito se tem feito (lamentavelmente pouco no Brasil) com o
objetivo de otimizar processos, criar estações de tratamento de esgoto sanitário, medidas
mitigadoras e sistemas de reciclagem cada vez mais evoluídos, entre tantas outras
tecnologias inovadoras.

De qualquer forma, juntamente com a questão do gerenciamento energético, do


gerenciamento dos recursos florestais, do gerenciamento de resíduos e de tantas outras
questões imprescindíveis, a questão do gerenciamento hídrico é cada vez mais crucial
na solução dos problemas ambientais, posto que nós mesmos somos constituídos de
água em todos os nossos órgãos.

Fontes de Referência:

SOUZA, Marcos de Moura e, Água para Todos, 2.003.

BOFF, Leonardo, A perigosa Travessia para a República Mundial, 2.000.

TOEPFER Klaus, Conurbação, 2.002.

(FAO), ORGANIZAÇÃO PARA A AGRICULTURA, ONU, Relatório de 2.001


YOSHINAGA Kenji, Diretor, 2.002 da Organização para Agricultura e Alimentação.

PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Relatórios, 2.001.

DUBRESSON, Alain, Universidade de Paris, Megacidades, 2.000.

O´MEARA, Molly, Explorando uma Visão para as Novas Cidades, 1.998

BROWN, Lester R., Alimentando Nove Bilhões de Pessoas, 1.998

ROODMAN, David Malin, Construindo uma Economia Sustentável, 1.998

Nota : os títulos das últimas quatro obras citadas, foram traduzidas para o português,
posto que presumivelmente ainda não foram traduzidas.

O mesmo pode ser dito sobre o Rio Ganges (considerado sagrado pelos hindus), onde
existe uma disputa muito forte entre a Índia e Bangladesh, dando origem a tantos
conflitos.

Conclusão
O quadro acima exposto é sombrio e certamente algo tem que ser feito.Em primeiro
lugar estamos tratando de uma questão ética, onde, mesmo num país com o Brasil,
onde, paralelamente com uma população de milhões de famintos, convive uma
população muito grande de pessoas com problemas de obesidade, denotando, em
primeira mão um desperdício de graves proporções.

A capacidade suporte de alimentação para o mundo é equivalente a 2,5 bilhões de


americanos ou 10 bilhões de indianos.

Torna-se ainda mais grave constatar que cada vez mais os nossos cursos d’água se
poluem, tornando ainda mais difícil, mais cara e até mesmo economicamente inviável o
seu aproveitamento econômico, tanto para a agricultura quanto para o uso industrial ou
doméstico.

Sob o aspecto positivo, muito se tem feito (lamentavelmente pouco no Brasil) com o
objetivo de otimizar processos, criar estações de tratamento de esgoto sanitário, medidas
mitigadoras e sistemas de reciclagem cada vez mais evoluídos, entre tantas outras
tecnologias inovadoras.

De qualquer forma, juntamente com a questão do gerenciamento energético, do


gerenciamento dos recursos florestais, do gerenciamento de resíduos e de tantas outras
questões imprescindíveis, a questão do gerenciamento hídrico é cada vez mais crucial
na solução dos problemas ambientais, posto que nós mesmos somos constituídos de
água em todos os nossos órgãos.

Fontes de Referência:

SOUZA, Marcos de Moura e, Água para Todos, 2.003.

BOFF, Leonardo, A perigosa Travessia para a República Mundial, 2.000.

TOEPFER Klaus, Conurbação, 2.002.

(FAO), ORGANIZAÇÃO PARA A AGRICULTURA, ONU, Relatório de 2.001


YOSHINAGA Kenji, Diretor, 2.002 da Organização para Agricultura e Alimentação.

PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Relatórios, 2.001.

DUBRESSON, Alain, Universidade de Paris, Megacidades, 2.000.

O´MEARA, Molly, Explorando uma Visão para as Novas Cidades, 1.998

BROWN, Lester R., Alimentando Nove Bilhões de Pessoas, 1.998

ROODMAN, David Malin, Construindo uma Economia Sustentável, 1.998

Nota : os títulos das últimas quatro obras citadas, foram traduzidas para o português,
posto que presumivelmente ainda não foram traduzidas.

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