Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desvendando o título
Nesse texto tentaremos atender, de forma satisfatória, à provocação
feita pela organização do I Seminário de Estágio e Prática Pedagógica do
Campus XXII da UNEB – Universidade, do Estado da Bahia através do título
“Línguas indígenas e africanas: como ensiná-las?”
1
Texto escrito para o I Seminário de Estágio e Prática Pedagógica do Campus XXII – Euclides
da Cunha /BA, realizado no período de 12 a 14 de abril de 2011.
2
Professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
Baiano – campus Itapetinga. Especialista em Gramática da Língua Portuguesa pela UEFS –
Universidade Estadual de Feira de Santana. Ex-professora da educação básica na Rede
Estadual de Ensino da Bahia bem como do componente curricular “Aspectos Históricos e
Culturais em Língua Materna” no curso de Letras/Inglês da UNEB – Campus XXIII, Seabra/BA.
2
Num artigo, intitulado 500 anos de línguas indígenas no Brasil, Yonne Leite e
Bruna Francheto nos brinda com um breve histórico analítico do uso social das
línguas indígenas em nosso país. Com a chegada dos portugueses a esse
país, o europeu tratou de aprender a língua indígena com o intuito de mais
rapidamente dominar os membros dessa etnia incutindo-lhes a idéia do
pecado, do feio, do renegável como algo característico de sua gente,
apontando a cultura européia como a cultura politicamente correta a ser
seguida. Portanto, tudo que fugisse à linha europeizada estaria fugindo ao belo,
ao correto, tornando-se passível de vergonha: “vergonha do branco/vergonha
de si mesmo” (LEITE e FRANCHETO, 2006, p. 20). Hoje, porém, esses
membros das comunidades indígenas percebem que podem usar sua língua
como instrumento de “dominação” haja vista que mesmo na presença do não
índio, eles podem se comunicar através do guarani Kaiowá exercendo
duplamente tanto a ostentação de “poder” quanto o planejamento de
estratégias de auto defesa. A manutenção das línguas indígenas já é uma
conquista tendo em vista que de um contingente de 1.300 línguas existentes no
ano de 1500 caímos, no século XX, para um total de apenas 180 línguas que
sobreviveram aos diversos massacres culturais ocorridos contra esse povo, as
quais, tradicionalmente dividem-se em dois grandes grupos: o tupi-guarani e o
macro-jê.
3
3
Serafin da Silva Neto, 1986, pág. 72
4
Ibidem, pág. 73
5
Esses dados foram divulgados pelo governo do Estado da Bahia no detalhamento das áreas
indígenas, feito em 2009 com as seguintes informações: nome da terra; grupo indígena;
território de identidade/município; superfície em hectares; perímetro/km; população; resumo
histórico. Vale ressaltar que o recenseamento dos indígenas feito pelo IBGE aconteceu apenas
em 2010.
4
6
In: GALVES, Charlotte, GARMES, Hellder, RIBEIRO, Fernando Rosa. África - Brasil:
caminhos da Língua Portuguesa. São Paulo: UNICAMP, 2009.
7
Livro África – Brasil, publicado em 2009 e organizado por Charlotte Galves, Helder Garmes e
Fernando Rosa Ribeiro a partir dos textos utilizados nas conferências e mesas-redondas do
colóquio Caminhos da língua portuguesa: África – Brasil, ocorrido em 2006.
5
8
Projeto Ara Verá – formação de Professores Guarani Kaiowá – Novembro de 2005 –
Dourados/MS
6
9
Até 2006, era freqüente o ato de suicídio de jovens na reserva Tey’Kuê. Na Reserva Taquara,
houve o registro de apenas um nesses onze anos de existência. Essas constatações foram
feitas a partir das entrevistas feitas com lideranças e servidores públicos, lotados nessas
reservas.
7
Indígena Taquara, no município de Juti – MS, quando argüido acerca das suas
funções na reserva:
Considerações finais
REFERÊNCIAS