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DOI:10.34117/bjdv6n9-452
RESUMO
A pandemia do COVID-19, doença advinda do coronavírus (SARS-CoV-2), colocou o mundo em
uma situação nova e desafiadora, e isso inclui de maneira importante os profissionais da educação,
devido à adoção rápida de novas práticas pedagógicas voltadas para o ensino remoto e com adoção
das tecnologias digitais educacionais, que se tornaram instrumentos essenciais nesse processo. Este
trabalho analisou como os professores têm lidado com os desafios enfrentados durante a pandemia.
Como procedimento metodológico adotou-se uma pesquisa exploratória baseada no levantamento
de referências bibliográficas em livros, artigos científicos em base de dados, além de aplicação de
questionários com perguntas abertas e fechadas, com dois grupos de professores: um grupo de escola
pública e outro de escola privada da cidade de São Luís – Maranhão. Dessa forma, evidenciou-se
que as tecnologias têm sido um fator predominante frente aos desafios do novo coronavírus,
entretanto, esbarra-se em problemas como a falta de acessibilidade virtual e formação específica na
área pelos profissionais.
ABSTRACT
The COVID-19 pandemic, a disease caused by the coronavirus (SARS-CoV-2), has placed the
world in a new and challenging situation, and this includes education professionals, due to the rapid
adoption of new pedagogical practices aimed at remote teaching and the adoption of digital
educational technologies, which have become essential instruments in this process. This work will
analyze how teachers have dealt with the challenges faced during the pandemic. As a
1 INTRODUÇÃO
As tecnologias têm alterado de maneira significativa o modo como a sociedade se organiza,
no sentido de que o que antes era feito sem o uso dessas tecnologias, hoje não mais é possível,
incluindo atividades essenciais e não essenciais. Sendo assim, a escola não está fora desse contexto,
pelo contrário. Nos últimos anos, a escola tem sido um nicho especial quando se trata da inserção
de tecnologias digitais, e, principalmente, da inclusão de aplicativos incorporados ao próprio
processo de ensinar.
O novo coronavírus, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-
CoV-2), que causa a doença COVID-19, se originou na China, e surpreendeu o mundo de maneira
exponencial em 2020. Grandes e pequenas nações tiveram que lidar com um vírus novo, de fácil
transmissão, que causou o fechamento do comércio, das instituições, e colocou todas as pessoas em
condição de quarentena, isolamento e distanciamento social, impedindo a interação entre estas,
aplicando até o chamado lockdown.
Nesse contexto, as escolas fecharam e alunos e professores permanecem em casa, o que
ocasionou uma mudança importante no modo de pensar quanto às atividades escolares. Por isso,
pensou-se em uma educação à distância, mais especificamente um ensino remoto, via plataformas
digitais, com aulas on-line por aplicativos de videoconferência. Dessa forma, tem-se demonstrado
que a pandemia do novo coronavírus pode ser considerada um marco no uso das tecnologias digitais,
em se tratando de que o que antes era opcional, passou a ser de uso necessário no “novo normal” à
qual a sociedade está vivenciando.
Com isso, surgem dúvidas quanto ao professor que se insere nessa realidade. Como esse
sujeito se sente frente aos desafios dessa problemática? Para tentar responder a essa pergunta,
objetiva-se compreender como os professores têm lidado com os desafios impostos pela pandemia
do novo coronavírus, e como esses se utilizam de recursos digitais no processo de ensino no modelo
remoto.
Não tem como ficar indiferente a essa transformação tecnológica, pois, é fundamental que o
ensino seja atrativo, e para que os objetivos sejam satisfatórios, como aponta Bottentuit Junior
(2010, p. 30), “é necessário que a escola ofereça as condições básicas no que tange as tecnologias e
os professores estejam formados e dispostos a criar metodologias de utilização das TIC e da Internet
em sala de aula”. Por isso, é fundamental esse processo de reconstrução pedagógica aliada às
tecnologias, como forma de superação do tradicional, em vista de se alcançar os melhores
resultados.
De acordo com Souza e Silva (2013), a inclusão tecnológica faz com que a instituição
educativa e os profissionais se reinventem. Nessa perspectiva, os professores devem aprender a
utilizar as ferramentas tecnológicas, conhecer o perfil de cada estudante, aliar as tecnologias a novas
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultado, a pesquisa demonstrou que 64% dos professores que responderam ao
questionário lecionam na rede pública, 32% na rede privada e 4,5% em ambas as redes. De acordo
com as respostas, 100% dos professores possui acesso fácil à internet, a maioria pelo uso do celular
e computador/notebook, com uma maioria com acesso via banda larga, sendo que 18% considera a
qualidade da sua internet ruim.
Os dados iniciais mostram que mais de 70% dos professores possui uma formação no nível
de pós-graduação. No entanto, 42% especializaram-se na temática relacionada às tecnologias na
educação, pois se trata de um tema pertinente, recorrente e necessário para os dias atuais.
Devido à pandemia, o ensino remoto surge como uma opção para atender o funcionamento
das instituições educacionais e sua inserção no cotidiano dos alunos se deu nesse novo contexto,
como uma alternativa para manter as atividades escolares em dia. Assim, fez-se o questionamento:
Nesse espaço de tempo, você (professor) teve alguma formação específica para o ensino remoto?
Se, sim, como foi essa formação? As respostas apontaram que:
a) Os professores que lecionam na escola pública não tiveram nenhum direcionamento
ao ensino remoto e nem tiveram formação nesse sentido;
b) A maioria dos professores da rede privada não teve nenhum tipo de formação que
b) O acesso à internet:
A internet e os seus instrumentos não atingem a todos. (Professor F)
Poucos alunos têm acesso às aulas. (Professor G)
Participação dos alunos. (Professor H)
O acesso à internet pelos alunos. (Professor I)
d) Formação de professores:
Interagir com as crianças e pais. (Professor J)
Dificuldades com os aplicativos. (Professor K)
Gestão de tempo. (Professor L)
4 CONCLUSÃO
Diante do exposto, abordou-se nesta pesquisa sobre “O uso das Tecnologias na Educação:
frente à pandemia da Covid-19”, e ao final deste trabalho compreende-se que os professores e a
escola têm enfrentado grandes desafios no uso de tecnologias para um ensino remoto.
Assim, o objetivo de pesquisar sobre como os professores têm vivenciado os desafios
impostos pela pandemia foi alcançado, no sentido de que esses sujeitos têm perpassado por
problemas significativos, como: o acesso dificultado à internet por parte dos alunos, a falta de
manuseio técnico, a incorporação das TICs em sua prática pedagógica de uma forma quase que
imposta frente ao atual contexto, e a falta de uma formação mais específica na área. Contudo, a
escola e os professores que estão oferecendo o ensino remoto têm usado as TICs como um meio
possível, não totalmente inclusivo, mas necessário.
Compreende-se que o esforço das instituições, e no caso dos professores da escola privada,
tem possibilitado a continuação dos estudos por meio das tecnologias e, assim, permanecendo um
vínculo entre os estudantes e a escola em meio à pandemia. Entretanto, para os professores da escola
pública, constata-se que a secretaria de educação não colocou rapidamente em ação um plano que
corrobore para o estabelecimento de vínculo por meio das tecnologias. Desse modo, essa questão
poderá ser levantada em uma investigação futura.
Portanto, o uso das tecnologias em um contexto de crise de saúde e social, se torna cada vez
mais relevante a sua inserção em diversos fatores da sociedade, e mais ainda no contexto
educacional. Contudo, deve levar em consideração a conjuntura dos educandos, educadores e
comunidade escolar, na perspectiva de se compreender de que maneira as tecnologias podem fazer
parte da sua realidade, no que diz respeito à acessibilidade e perspectivas futuras.
BACICH, L. Formação continuada de professores para o uso de metodologias ativas. In: BACICH,
L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática.
Porto Alegre: Penso, 2018.
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