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Colégio XI de Agosto

Trabalho de Língua Portuguesa

Produção de texto – Narrativa policial

Nome: Luiza Cardoso Monteiro – Nº 17

Turma: 9º ano A – Professor: Janaina Torraca

Data: 29/11/2020
Um plano trágico

Conheci Pola há um ano e meio, e desde o primeiro minuto gostei dela.


Mas, apesar de tudo (até dos presentes que mandei), ela não me dava bola. Não
adiantava. Ela estava apaixonada pelo pilantra do Aurélio. Se eu quisesse ter Pola
para mim precisava afastar o bandido − que a cercava de mimos − e também os
outros, o Dibinho e o Cássio, seu primo.
Então, bolei um plano de primeira: eu mataria Dibinho, coitado, tão
fraquinho! E, usando minha autoridade e meus informantes, espalharia o boato de que
o matador fora o Aurélio. Cássio, quando soubesse disso, mataria Aurélio. E fugiria
para aquele fim de mundo onde mora sua família.
Eu então ficaria com Pola e com a grana dos dois mortos. Com um pouco
mais de sorte, punha toda a polícia no rastro de Cássio, e pegaria o dinheiro dele
também.
No dia 24 de janeiro comecei a agir. Liguei para Dibinho, disse a ele que
tinha umas informações quentes e marquei um encontro para dali a uma hora. Era o
tempo que eu precisava para entrar no apartamento de Cássio e pegar uma coisinha
qualquer para plantar no elevador onde o Dibinho ia morrer.
Então fui até o apartamento e Cassio estava lá, quase que ele me viu, foi
por pouco. Esperei ele sair para eu entrar.
Logo depois fui para o local marcado, e Dibinho estava lá me esperando.
Coitado! Mal sabia o que o esperava. Contei a ele as informações, que claro era tudo
parte do meu plano. Percebia pelo seu semblante o quanto estava intrigado, ele então
me disse que iria resolver algumas coisas, e nessa hora tudo iria acontecer, não tinha
como meu plano dar errado, tudo estava caminhando conforme planejei.
Entramos no elevador e num piscar de olhos ele já estava caído no chão
ensanguentado, coloquei a prova coletada do apartamento de Cassio e fui embora, o
mais rápido possível, para ninguém perceber.
No mesmo dia se espalhou a notícia de que Dibinho havia sido morto. Na
verdade assassinado pelas minhas mãos, o que as pessoas jamais imaginariam.
Diferente do que imaginei, as pessoas suspeitaram de Aurélio, insinuaram até que ele
havia plantado provas na cena do crime com a intenção de incriminar Cassio. Com
tudo isso, Cassio se revoltou e matou Aurélio. Meu plano estava indo bem, só faltava
conquistar o coração de Pola. Com Dibinho e Aurélio mortos e Cassio preso por ter
sido incriminado, o caminho estava livre.
No dia seguinte levei a ela flores lindas, as que ela mais gostava, o que a
deixou encantada. Nos dias seguintes nos encontramos várias vezes. Ela estava
mesmo afim de mim e tudo estava indo bem, até que Pola recebeu uma ligação
anônima que a deixou cheia de segredos. Desde então, Pola não era mais a mesma,
demonstrava desconfiança e passou a me investigar discretamente, com perguntas
insinuantes, além de vasculhar minhas coisas, o que a flagrei fazendo várias vezes.
Depois de tanto empenho para ficar com ela, nada podia dar errado, então lhe
perguntei o que a preocupava tanto.
Estava tão apaixonado que nem pude perceber o quanto Pola era esperta.
Desde aquele telefonema anônimo que ela recebeu, passou a me investigar
discretamente, mas mal sabia eu que ela tinha em suas mãos uma prova
incontestável, ou seja, uma filmagem que provava meu encontro com Dibinho no local
e na data de sua morte. Então as coisas saíram do controle e por incrível que pareça
tudo aquilo era uma armadilha. Não consegui me conter, já era tarde demais para me
explicar. De repente me vi atrás das grades, mas o pior foi ver o quanto o coração de
Pola estava frio. Sim, com minhas atitudes egoístas acabei por destruir os sonhos, a
esperança e a confiança da minha amada. Senti-me culpado e muito arrependido por
tudo isso, pois ela revelou que sempre me amou, portanto nada disso era necessário.
Já eu estava tão cego de amores que acabei por transformar o amor dela por mim
numa triste decepção. Não vou resistir em pagar pelos meus crimes e espero que um
dia Pola possa me perdoar e quem sabe ainda vivermos esse amor.

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