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Resumo sobre os principais aspectos das ações de família e arbitragem

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II


PROFESSORA: VALESKA VENDRAMIN VILELLA
ALUNO: LUIZ HENRIQUE MENEZES DE PAULA MACIEL RGM: 011.5099

I- AÇÕES DE FAMÍLIA:

A presente ação é inédita no sistema jurídico brasileiro, incluída através do novo


Código de Processo Civil de 2015 e tem como escopo a solução de controvérsias de
forma consensual. Tal procedimento especial, de acordo com o art. 693 do referido
código, incide nos ‘‘processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento
e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.’’ Não se enquadra naqueles
procedimentos de jurisdição voluntária.
Como regra de que a Lei específica prevalece sobre a geral, algumas matérias sobre
direito familiar não são tratadas neste capítulo sobre Ações de Família. A ação que
trazer em seu bojo relações que versem sobre os interesses de crianças e
adolescentes deverão ser aplicadas as regras e disposições do Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA). Por seu turno, as ações de alimentos também deverão
observar as disposições legais específicas. Tais disposições se encontram na Lei n.
5.478/68, que trata das ações de alimentos em que há prova pré-constituída referente
a obrigação alimentar. É necessário que haja previamente a prova do parentesco, do
casamento ou da união estável. Somente o filho reconhecido pelo pai poderá valer-
se do procedimento especial disposto na Lei. Apenas quando não há o
reconhecimento filial previamente que poderá se aplicar os dispositivos do CPC.
A presente ação se torna peculiar pois possui em seu seio, como foco central de
todos os esforços, a resolução consensual da controvérsia. Nesse sentido pode o juiz
suspender o processo a fim de que seja instaurado procedimentos extrajudiciais ou
acompanhamento multidisciplinar. Outro ponto de destaque é a citação feita para o
réu, após audiência de conciliação e mediação, que tem seu prazo menor: 15 dias.
Diferente do rito comum que estabelece o prazo de 20 dias. Ademais o mandado é
emitido sem a cópia da inicial, procurando criar no réu uma necessidade que lhe seja
imprescindível comparecer à audiência. Quando estas medidas não conseguem
convergir num acordo, o processo se converterá no procedimento comum.
II- ARBITRAGEM:

O instituto da arbitragem refere-se a uma escolha que as partes podem fazer nas
quais optam em receber soluções de seus litígios e decisões vindas de um árbitro
acordado em comum entre elas ao invés da solução decorrente de decisão judicial. A
arbitragem se apresenta como uma forma alternativa de solução de conflitos de
interesses, que prescinde da intervenção do Judiciário.
A arbitragem é regida e disciplina pela Lei n° 9.307 de 1996. Antes desta lei, a
arbitragem já era utilizada, porém, necessitava da homologação do judiciário para
validade de seus efeitos. Com a Lei, tal Instituto dispensou a homologação das
decisões pelo Poder Judiciário. Dispõe assim o art. 31 da Lei n. 9.307/96
estabelecendo que: “a sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores,
os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo
condenatória, constitui título executivo”.
Em seu teor essencial, a arbitragem é um acordo efetuado por pessoas capazes em
que se acorda o uso da arbitragem para dirimir litígios que dizem respeito aos
direitos sobre patrimônio disponível. Nesse sentido, é defeso o uso de arbitragem
quando se envolve direito de incapaz. E na mesma seara, só poderá tratar de direitos
patrimoniais disponíveis, ficando proibido nas questões que envolvam direitos
personalíssimos ou não patrimoniais.
O art. 2º da Lei n. 9.307/96, divide a arbitragem em duas espécies: direito ou de
equidade, a critério das partes. No primeiro caso o árbitro tem o dever de
fundamentar suas decisões de acordo com as normas e regras do ordenamento
jurídico. Por sua vez, na equidade, o árbitro possui a autorização para dirimir e
solucionar no sentido que lhe pareça mais justo e certo, mesmo não se amparando
no sistema jurídico pátrio.
O art. 3° da Lei dispõe duas formas de se utilizar a arbitragem: por meio da cláusula
compromissória e do compromisso arbitral. A primeira trata-se de um pacto pelo
qual as partes se comprometem a submeter à arbitragem os litígios que possam
surgir, relativamente a determinado contrato. É uma convenção em que as partes
prometem, reciprocamente, submeter à arbitragem eventuais conflitos que possam
surgir a respeito de determinado contrato. No segundo caso, é uma convenção
através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas,
podendo ser judicial ou extrajudicial. Nesta ultima o litígio já existe, enquanto que
naquela se faz um pacto caso algum litígio venha surgir.
Se tratando dos árbitros, qualquer pessoa capaz e de confiança com as partes pode se
tornar árbitro, desde que não haja impedimento nem suspensão. A participação de
advogado no procedimento de arbitragem pode ser dispensado, mas não há
impedimento para que as partes possam constituir um para que as acompanhe. O
fruto derivado da arbitragem é uma sentença arbitral, emitida pelo árbitro e
transformada em título executivo judicial. A sentença arbitral possui os mesmos
efeitos que a produzida pelo Poder Judiciário, inclusive o da coisa julgada material,
constituindo ainda, se condenatória, título executivo judicial.
REFERÊNCIA:
- Gonçalves, Marcus Vinicius Rios Direito processual civil / Pedro Lenza; Marcus
Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado – 11. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2020

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