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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMPUS FLORIANÓPOLIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

LUCAS LAPOLLI BRIGHENTI

ESTUDO DE GEOMETRIAS DE NÚCLEOS USADAS EM BARRAMENTOS


MAGNÉTICOS DE ALTA FREQUÊNCIA

Florianópolis
2020
Lucas Lapolli Brighenti

ESTUDO DEGEOMETRIAS DE NÚCLEOS USADAS EM BARRAMENTOS


MAGNÉTICOS DE ALTA FREQUÊNCIA

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em


Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Santa Catarina para a obtenção do título de doutor
em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Denizar Cruz Martins
Coorientador: Prof. Dr. Walbermark Marques dos
Santos

Florianópolis
2020
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Brighenti, Lucas Lapolli


Estudo de geometrias de núcleos usadas em barramentos
magnéticos de alta frequência / Lucas Lapolli Brighenti ;
orientador, Denizar Cruz Martins, coorientador, Walbermark
Marques do Santos, 2020.
304 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa


Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica, Florianópolis, 2020.

Inclui referências.

1. Engenharia Elétrica. 2. Barramento magnético. 3.


microrredes. 4. transformador de estado sólido. I. Martins,
Denizar Cruz. II. do Santos, Walbermark Marques. III.
Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós
Graduação em Engenharia Elétrica. IV. Título.
Lucas Lapolli Brighenti
Estudo de geometrias de núcleos usadas em barramentos magnéticos de alta frequência

O presente trabalho em nível de doutorado foi avaliado e aprovado por banca examinadora
composta pelos seguintes membros:

Prof. Marcelo Cabral Cavalcanti, Phd.


Universidade Federal de Pernambuco

Prof. Gierri Waltrich, Dr.


Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Roberto Francisco Coelho, Dr.


Universidade Federal de Santa Catarina

Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado
adequado para obtenção do título de doutor em Engenharia Elétrica.

____________________________
Prof. Telles Brunelli Lazzarin, Phd.
Coordenador do Programa

____________________________
Prof. Denizar Cruz Martins, Dr.
Orientador

Florianópolis, 31 de julho de 2020.


Dedico este trabalho aos meus pais e a à minha
vó Isaura Zandonadi (in memorian).
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Lauro e Denise por todo o apoio e ajuda possível e impossível que me
prestaram nesse período. Afinal, é muito bom ter alguém nos apoiando nesse tipo de locurage,
tipo largar casa, emprego, vida boa para tentar fazer um doutorado e voltar a ter a vida de es-
tudante. À minha namorada Karin por aguentar mais essa do meu lado, sempre me apoiando,
incentivando, até quando a minha vontade era desistir de tudo, invadir uma praia, montar um
barraco e viver de subsistência. Foi a pessoa que mais esteve do meu lado, me escutando, me
ouvindo reclamar e me aguentou quando nem eu me aguentava mais. Obrigado por estar co-
migo em mais essa etapa da minha vida. Aos meus amigos, João Guilherme, Letícia, Martin e
meu irmão Matheus que também estiveram comigo me apoiando, incentivando e brigando
neste período. Normalmente nas histórias, os vilões são sempre doutores (Dr. Hannibal Lec-
ter, Dr. No, Dr. Octopus, Dr. Frankenstein), os heróis são sempre mestres (Mestre Yoda, Mes-
tre dos Magos, Mestre Kame)... o doutorado torna as pessoas más, então é normal os amigos
nos brigarem.
Ao professor e orientador Denizar, que me acolheu de braços abertos no INEP e de-
positou em mim uma confiança que nem eu mesmo tinha em mim. Sempre mostrou muito
empenho em viabilizar recursos para este trabalho, não interrompia uma reunião comigo nem
para atender o telefone, não media esforços para defender seus alunos em uma defesa ou con-
ferência, além de ser um excelente pesquisador e professor. Um exemplo de pessoa e profissi-
onal para se inspirar. Muito obrigado por todo o apoio e por compartilhar seu conhecimento
de forma tão brilhante. Ao coorientador Walbermark, por toda a ajuda, incentivo e ideias.
Aos professores do INEP: André, Arnaldo, Gierri, Marcelo, Roberto, Samir e Telles.
A equipe técnica do INEP: Diogo, Pacheco e Coelho. A todos os colegas do INEP que de al-
guma forma contribuíram, seja por conversas no corredor ou em trabalhos. Agradecimento
especial ao Gabriel Fachinello, Bruno Bertoldi, Delvanei, Rodrigo, Mateo, Andreas, Henrique
Mamede e Nuno quais participamos de projetos juntos ou dividimos a sala 26, amigos que o
INEP me presenteou. A Bruna e ao Pedro, por permitirem que eu coorientasse seus trabalhos
de conclusão de curso. A Romane, por ter trabalhado comigo em seu estágio aqui no Brasil.
Aos membros da banca: Professor Marcelo Cabral, Gierri, Roberto e Telles, por dis-
ponibilizar seu tempo em ler, avaliar e contribuir com o trabalho.
Ao CNPQ, à UFSC e ao INEP pelos recursos financeiros, pela estrutura e por pro-
porcionar e incentivar a pesquisa e o conhecimento.
“Não sabendo que era impossível, foi lá e soube.”
(Adaptado de Jean Cocteau).
RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo de geometrias de núcleos para serem utilizadas em barramen-
tos magnéticos em alta frequência. O barramento magnético é utilizado para acoplar sistemas
de energia por meio do fluxo magnético, similar ao barramento capacitivo largamente utiliza-
do em microrredes CC. Em sistemas conectados à rede de distribuição, a isolação galvânica é
indispensável e o acoplamento magnético traz além desta vantagem, a possibilidade de inter-
ligar fontes de energia com diferentes níveis de tensão. Suas aplicações são diversas, desde
microrredes até transformadores de estado sólido, tendo os conversores multiportas, derivados
do Dual Active Bridge, como as principais escolhas para processar a energia de sistemas com
acoplamento magnético em alta frequência. Neste tipo de sistema, o barramento magnético é
de fundamental importância e, desta forma, este trabalho traz um estudo aprofundado do
comportamento do núcleo magnético devido às diferentes formas geometrias. Neste contexto,
são propostas duas geometrias inéditas para o barramento magnético baseadas nos núcleos do
tipo Pote e XS. Os resultados mostraram que a geometria do núcleo tem grande impacto desde
o projeto até seu funcionamento. As geometrias propostas mostraram-se vantajosas em alguns
pontos como menor indutância de dispersão e menores perdas globais no sistema, quando
comparados à projetos similares com outras geometrias. Este trabalho utiliza método de ele-
mentos finitos para avaliar o comportamento magnético do núcleo e apresenta resultados ex-
perimentais para corroborar com as simulações numéricas.

Palavras-chave: Barramento magnético, conversor MAB, microrredes, transformador de


estado sólido, elementos finitos.
ABSTRACT

This work presents a study of core geometries to be used in high frequency magnetic bus. The
magnetic bus is used to couple energy systems through the magnetic flux, similar to the ca-
pacitive bus widely used in DC microgrids. In systems connected to the distribution grid, gal-
vanic isolation is essential, and the magnetic coupling brings in addition to this advantage, the
possibility of interconnecting energy sources with different voltage levels. Its applications are
diverse, from microgrids to solid state transformers, with multiport converters, derived from
Dual Active Bridge, as the main choices for processing energy from systems with high fre-
quency magnetic coupling. In this type of system, the magnetic bus presents fundamental im-
portance, and in this way, this work brings an in-depth study of the behavior of the magnetic
core due to the different geometrical shapes. In this context, two unprecedented geometries
for the magnetic bus are proposed based on the pot and XS type cores. The results showed
that the core geometry has a great impact from the design to its operation. The proposed ge-
ometries proved to be advantageous in some points, such as less leakage inductance and less
overall losses in the system, when compared to similar designs with other geometries. This
work uses finite element method to evaluate the magnetic behavior of the cores and presents
experimental results to corroborate with the numerical simulations.

Keywords: Magnetic bus, MAB converter, micro-grids, solid-state transformer, finite ele-
ments
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Conceito de um barramento magnético operando em uma microrrede CA de


alta frequência. ..................................................................................................... 42

Figura 2 - Tipos de acoplamento: (a) acoplamento CC, (b) acoplamento CA em baixa


frequência e (c) acoplamento CA em alta frequência. ......................................... 42

Figura 3 - (a) Transformador de núcleo aberto de Gaulard e Gibbs (b) transformador de


núcleo fechado de Zipernowsky, Déri e Bláthy da empresa Ganz. ..................... 47

Figura 4 - Patente da bobina de indução de Stanley. ............................................................ 48

Figura 5 - Transformadores de Stanley: (a) protótipo de 1885 (b) transformador usado


na instalação de Great Barrington. ...................................................................... 48

Figura 6 - Transformador trifásico usado no primeiro sistema de transmissão trifásico


de Lauffen até Frankfurt em 1891. ...................................................................... 50

Figura 7 - Conceito da rede inteligente do futuro. ................................................................ 51

Figura 8 - Distribuição do fluxo magnético no núcleo com dois enrolamentos. .................. 55

Figura 9 - Técnicas usadas para aumentar a indutância de dispersão: (a) sobreposição


parcial dos enrolamentos e (b) inserção de um núcleo entre os enrolamentos
de um barramento magnético coaxial. ................................................................. 57

Figura 10 - Estruturas básicas de transformadores do tipo: (a) solenoidal e (b) coaxial. ....... 60

Figura 11 - Estruturas solenoidais (a) Shell, (b) Core, (c) Matrix e (d) multielementos. ....... 61

Figura 12 - Transformador do tipo Shell proposto por (ORTIZ et al., 2010), com perdas
no núcleo de 1,83 kW, perdas no cobre de 1,93 kW e volume de 11,9 litros. .... 62

Figura 13 - Transformadores propostos por (ORTIZ et al., 2013) feitos com núcleo de:
(a) ferrite e (b) nanocristalino. ............................................................................. 62

Figura 14 - Transformador do tipo Core proposto por (ORTIZ et al., 2010), com perdas
no núcleo de 1,26 kW, perdas no cobre de 1,55 kW e volume de 4,3 litros. ...... 63

Figura 15 - Estrutura solenoidal propostas por (PEREZ et al., 2002) do tipo Core para 2,
3, 4 e 5 enrolamentos. .......................................................................................... 63
Figura 16 - Transformador do tipo Matrix proposto por (ORTIZ et al., 2010), com
perdas no núcleo de 2,23 kW, perdas no cobre de 2,28 kW e volume de 11
litros. .................................................................................................................... 64

Figura 17 - Transformadores de 25 kVA para (a) 25 kHz, (b) 50 kHz e (c) 83 kHz ............. 64

Figura 18 - Estrutura multielementos com três enrolamentos proposta por (FILCHEV et


al., 2009). ............................................................................................................. 65

Figura 19 - Primeiro transformador coaxial para eletrônica de potência proposto por


(KHERALUWALA; NOVOTNY; DIVAN, 2002): (a) esquema de
montagem e (b) protótipo montado. .................................................................... 66

Figura 20 - Transformadores coaxiais operando a (a) 100 kHz, 6,5 kVA e 800 V/400 V
proposto por (KADAVELUGU et al., 2011) e (b) 1 MHz, 4,3 kVA e 110 V,
proposto por (GRZESIK; STEPIEN, 2009). ....................................................... 67

Figura 21 - Transformador coaxial proposto por (WALTRICH; DUARTE; HENDRIX,


2010). ................................................................................................................... 68

Figura 22 - Conceito proposto por (MORIKI et al., 2016; YAMAGUCHI;


KAWAMURA, 2017) de transformador coaxial aplicado em trens elétricos. .... 68

Figura 23 - Geometrias de núcleos propostos para barramento magnético com múltiplas


portas para acoplamento em alta frequência: (a) núcleo XS estendido, (b)
núcleo Pote estendido. ......................................................................................... 70

Figura 24 - Diagrama esquemático do conversor Dual Active Bridge (DAB). ..................... 72

Figura 25 - Formas de onda do conversor DAB. .................................................................... 73

Figura 26 - (a) Conversor Dual Active Half Bridge (DHB) e (b) principais formas de
onda...................................................................................................................... 76

Figura 27 - Estrutura do conversor DAB T-Type proposto por (BEZERRA et al., 2015). ... 77

Figura 28 - Visão geral de oito modos de operação empregados para o esquema de


modulação otimizado proposto pelo autor. .......................................................... 77

Figura 29 - (a) Conversor DAB utilizando um conversor em ponte completa na porta 1 e


um conversor NPC na porta 2, (b) estratégia de modulação e (c) formas de
onda de tensão e corrente no transformador. ....................................................... 78

Figura 30 - (a) Conversor DAB NPC e (b) principais formas de onda. ................................. 79
Figura 31 - Conversor DAB MMC. ....................................................................................... 80

Figura 32 - (a) Conversor DAB CA-CA e (b) forma de onda da tensão e corrente em
meio ciclo de rede. ............................................................................................... 81

Figura 33 - (a) Conversor TAB, (b) representação do conversor TAB como rede de
energia de alta frequência baseado no modelo π do transformador e (c)
formas de onda de tensão e corrente nos enrolamentos do transformador para
φ10/2 > φ20 > φ10. .................................................................................................. 82

Figura 34 - (a) Conversor MAB, (b) circuito Y equivalente do conversor MAB referido
à porta 1, (c) circuito equivalente de Thevenin entre as portas j e k referidas à
porta 1 e (d) circuito Δ equivalente do Conversor MAB, ou rede de
indutâncias. .......................................................................................................... 84

Figura 35 - Modelo Y equivalente simplificado de um conversor MAB em alta


frequência. ........................................................................................................... 85

Figura 36 - Tela do aplicativo desenvolvido para a análise do conversor MAB. .................. 87

Figura 37 - Ilustração da lei de Ampère. ................................................................................ 93

Figura 38 - Ilustração da lei de Lenz. ..................................................................................... 93

Figura 39 - Ilustração da lei de Gauss. ................................................................................... 94

Figura 40 - Ilustração da lei de Gauss para o magnetismo. .................................................... 95

Figura 41 - Analogia entre circuito elétrico e magnético. ...................................................... 96

Figura 42 - Barramento magnético com dois enrolamentos (a) a vazio e (b) com carga. ...... 97

Figura 43 - Diferentes formas de onda de tensão e densidade de fluxo magnético


relacionados pela lei de Faraday. ......................................................................... 98

Figura 44 - Circuitos equivalentes do barramento magnético de dois enrolamentos: (a)


circuito completo, (b) impedâncias do secundário referidas ao primário e (c)
impedâncias equivalentes referidas ao primário. ................................................. 99

Figura 45 - Saturação do núcleo: a) ilustração do núcleo saturado com o fluxo magnético


circulando pelo núcleo e pelo ar e b) curva B-H de um material
ferromagnético. .................................................................................................. 101

Figura 46 - (a) Laço de histerese na magnetização de um material ferromagnético, (b)


curva de permeabilidade magnética em função do campo magnético............... 102
Figura 47 - (a) corrente parasita induzida no núcleo, (b) núcleo em lâminas para reduzir
o efeito da corrente parasita. .............................................................................. 103

Figura 48 - Perdas em Watts por litro comparando materiais de ferrite, amorfo e


nanocristalino para: (a) Bmax = 0,1 T, (b) Bmax = 0,2 T e (c) Bmax = 0,2 T.......... 111

Figura 49 - Efeito das correntes parasitas nos condutores: (a) efeito skin, (b) efeito de
proximidade. ...................................................................................................... 114

Figura 50 - Profundidade de penetração em função da frequência ...................................... 115

Figura 51 - (a) Alguns tipos de pacotes de fio Litz. (b) Enrolamentos com folha de
cobre. ................................................................................................................. 115

Figura 52 - Enrolamentos de um transformador (a) sem interleaving, (b) com


interleaving. ....................................................................................................... 116

Figura 53 - Resistência CA em função de d/δ para números fixo de camadas. ................... 117

Figura 54 - Transformação equivalente do condutor para fita de cobre retangular,


condutores retangulares e condutores redondos. ............................................... 118

Figura 55 - Fluxos dispersos em um barramento magnético de dois enrolamentos. ............ 122

Figura 56 - (a) Geometria do tipo Shell e (b) dimensões dos núcleos do tipo E. ................. 125

Figura 57 - (a) considerações para o dimensionamento do MLT, MPL e carretel e (b)


considerações para o cálculo das áreas superficiais que trocam calor com o
ambiente. ............................................................................................................ 125

Figura 58 - Detalhamento das áreas que trocam calor entre si, considerando simetria na
geometria. (a) Vista superior e (b) vista frontal. ................................................ 128

Figura 59 - (a) Geometria do tipo Core e (b) dimensões dos núcleos do tipo C. ................. 130

Figura 60 - (Considerações para o cálculo das áreas superficiais que trocam calor com o
ambiente. ............................................................................................................ 130

Figura 61 - (a) Geometria do tipo Matrix, (b) considerações para o cálculo das áreas
superficiais que trocam calor com o ambiente................................................... 132

Figura 62 - Simulação simplificada mostrando o efeito de montar um enrolamento em


apenas uma perna lateral da geometria Matrix. (a) Densidade de fluxo
magnético e (b) Densidade de corrente.............................................................. 133

Figura 63 - (a) Esboço de base para as os núcleos do tipo Pote e XS. ................................. 134
Figura 64 - (a) Modelo do barramento magnético do tipo Pote com θ = 30° e (b) modelo
do barramento magnético do tipo XS com θ = 90°. .......................................... 135

Figura 65 - Detalhamento das áreas do núcleo Pote............................................................. 137

Figura 66 - Geometrias estendidas com a dimensão C sendo o dobro e a dimensão X a


metade em relação a uma geometria não estendida. (a) Tipo Pote e (b) tipo
XS. ..................................................................................................................... 138

Figura 67 - Distribuição da densidade de fluxo magnético para um barramento


magnético do tipo Pote estendido para Bmax = 0,05 T. (a) enrolamentos
concêntricos com Pfe = 1,62 W e (b) enrolamentos em sequência, sendo o
primário localizado na parte inferior e Pfe = 1 W. ............................................. 139

Figura 68 - Distribuição da densidade de fluxo magnético para um barramento


magnético do tipo Pote estendido com enrolamentos em sequência para (a)
Bmax = 0,15 T e Pfe = 25 W, (b) Bmax = 0,35 T e Pfe = 227 W e (c)
Bmax = 0,42 T, Pfe = 514 W e saturação do núcleo. ............................................ 140

Figura 69 - Modelo térmico em regime permanente para um barramento magnético de


dois enrolamentos. ............................................................................................. 144

Figura 70 - (a) Modelo térmico em regime permanente análogo ao circuito elétrico para
o barramento magnético do tipo Shell. (b) Corte superior do barramento
magnético do tipo Shell enfatizando os locais de troca de calor. ...................... 145

Figura 71 - (a) Modelo térmico para o barramento magnético do tipo Core. (b) Cortes
superior e frontal. ............................................................................................... 146

Figura 72 - Modelo térmico para o barramento magnético do tipo Matrix. ......................... 147

Figura 73 - Dimensões dos núcleos (a) E, (b) C e (c) Pote. ................................................. 148

Figura 74 - Resultados de simulação por método de elementos finitos: (a) Shell, (b)
Matrix, (c) Core, (d) Pote e (e) XS. ................................................................... 150

Figura 75 - Layout padrão de um barramento magnético com algumas das principais


variáveis geométrica. ......................................................................................... 152

Figura 76 - Fluxograma do algoritmo utilizado para escolha do núcleo. ............................. 154

Figura 77 - Forma de onda de tensão e densidade de fluxo magnético em função do


tempo para (a) forma de onda quadrada e (b) senoidal...................................... 156
Figura 78 - Distribuição das perdas em um barramento magnético em função do valor de
Bmax .................................................................................................................... 158

Figura 79 - Distribuição das perdas nos enrolamentos e no núcleo desprezando os efeitos


de alta frequência nos enrolamentos .................................................................. 159

Figura 80 - Distribuição das perdas nos enrolamentos considerando os efeitos de alta


frequência pela equação de Dowell na frequência do projeto (50 kHz). ........... 159

Figura 81 - Comparação das perdas no núcleo, perdas no cobre, perdas totais, elevação
de temperatura e densidade de fluxo magnético máximo na saída do
algoritmo de otimização desprezando os efeitos em alta frequência. ................ 161

Figura 82 - Comparação entre perdas no núcleo, perdas no cobre, perdas totais, elevação
de temperatura e densidade de fluxo magnético máximo na saída do
algoritmo de otimização levando em consideração os efeitos em alta
frequência. ......................................................................................................... 161

Figura 83 - Comparação dos resultados obtidos na saída do algoritmo de otimização para


perdas igualmente distribuídas. ......................................................................... 162

Figura 84 - Vista superior de condutores torcidos em torno de seu eixo. ............................ 163

Figura 85 - Acomodação dos enrolamentos no interior de um carretel................................ 164

Figura 86 - Cenário considerado para o projeto do barramento magnético. ........................ 169

Figura 87 - Barramentos magnéticos simulados por métodos de elementos finitos com


altura da janela normal. (a) Shell, (b) variação 1 da geometria Core, (c)
variação 2 da geometria Core, (d) variação 3 da geometria Core, (e) variação
4 da geometria Core, (f) Matrix, (g) Pote e (h) XS. .......................................... 170

Figura 88 - Barramentos magnéticos estendidos. (a) Pote estendido com 2Wa, e 0,5Ac,
(b) XS estendido com 2Wa, e 0,5Ac, (c) Pote estendido com Wa, Ac e 2C, (d)
XS estendido com Wa, Ac e 2C. ......................................................................... 172

Figura 89 – Gráfico de comparação de projetos para diferentes tipos de núcleo pelo


algoritmo de otimização. ................................................................................... 174

Figura 90 - Formas de onda para o barramento magnético do tipo Shell. .............................. 176

Figura 91 - Densidade de fluxo magnético no interior do núcleo para o barramento


magnético do tipo (a) Shell, (b) Core variação 1, (c) Core variação 2, (d)
Core variação 3, (e) Core variação 4 e (f) Matrix. ............................................ 178
Figura 92 - Densidade de fluxo magnético no interior do núcleo para o barramento
magnético do tipo (a), Pote, (b) XS, (c) Pote estendido 2W, (d) XS estendido
2W, (e) Pote estendido e (f) XS estendido. ....................................................... 179

Figura 93 - Comparação dos valores obtidos por simulação em cada barramento para (a)
indutância de dispersão, (b) indutância magnetizante, (c) comparação entre
perdas teóricas e simuladas e (d) distribuição das perdas simuladas no núcleo
e teóricas dos enrolamentos. .............................................................................. 180

Figura 94 - Vista em corte superior dos barramentos magnéticos tipo (a) Shell e (b)
Matrix. ............................................................................................................... 181

Figura 95 - Mapas de calor na escala de 20°C à 60°C mostrando as diferentes


distribuições de temperaturas nos barramentos magnéticos. (a) Escala de
temperatura, (b) Shell, (c) Core 1, (d) Core 2, (e) Core 3, (f) Core 4, (g)
Matrix (h) Pote,(i) XS, (j) Pote estendido 2W, (k) XS estendido 2W, (l) Pote
estendido e (m) XS estendido. ........................................................................... 183

Figura 96 - Mapas de calor na escala de 20°C à 37°C mostrando as diferentes


distribuições de temperaturas nos barramentos magnéticos para convecção
forçada com circulação de ar a 2 m/s. (a) Escala de temperatura, (b) Shell, (c)
Core 1, (d) Core 2, (e) Core 3, (f) Core 4, (g) Matrix (h) Pote,(i) XS, (j) Pote
estendido 2W, (k) XS estendido 2W, (l) Pote estendido e (m) XS estendido. .. 184

Figura 97 - (a) Comparação entre os pontos de temperaturas máximas para convecção


natural e forçada, com uma circulação de ar de 2 m/s. (b) Comparação entre
os valores de máxima temperatura simulados com os valores dos modelos
térmicos.............................................................................................................. 185

Figura 98 - Montagem da bancada de testes. ....................................................................... 189

Figura 99 - Protótipos utilizados na bancada de testes: (a) conversor DAB montado por
(MAMEDE, 2016), (b) módulo de comando dos conversores MAB e (c)
medições e testes dos barramentos magnéticos. ................................................ 190

Figura 100 - Diagrama do conversor DAB utilizado nos testes experimentais. .................... 191

Figura 101 - Barramentos magnéticos montados: (a) P01-T01, (b) P01-T02, (c) P01-T03,
(d) P01-T04 e (e) P02-T05. ............................................................................... 193
Figura 102 - Barramentos magnéticos simulados por método de elementos finitos: (a)
T01, T02 e T03, (b) T04, (c) T05 e (d) T06. ..................................................... 194

Figura 103 - Distribuição da densidade de fluxo magnético em seu valor máximo no


interior do núcleo para: (a) T01, (b) T04 e (c) T05. .......................................... 195

Figura 104 - Resultados de simulação do barramento magnético T01. ................................. 196

Figura 105 - Resultados de simulação do barramento magnético T04. ................................. 196

Figura 106 - Resultados de simulação do barramento magnético T05. ................................. 197

Figura 107 - Distribuição da densidade de fluxo magnético no barramento T04 com carga
resistiva no enrolamento E02............................................................................. 198

Figura 108 - Resultados obtidos por simulação no modo transiente para o barramento T04
com uma carga resistiva conectada ao enrolamento E02. ................................. 199

Figura 109 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos: (a) T01, (b) T04 e (c) T05. ......... 200

Figura 110 - Resistências CC para os barramentos T01 nos enrolamentos E01 e E02
respectivamente: (a) P01 – T01, (b) P01 – T02, (c) P01 – T03, (d) P01 – T04
e (e) P02 – T05. ................................................................................................. 201

Figura 111 - Modelo do barramento magnético de dois enrolamentos ao aplicar curto


circuito. .............................................................................................................. 203

Figura 112 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T01: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 205

Figura 113 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T01. (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 206

Figura 114 - Comparação entre os valores vistos pelo enrolamento E01 obtidos nos três
equipamentos: (a) indutância de dispersão equivalente e (b) resistência CA
equivalente. ........................................................................................................ 209

Figura 115 - Comparação os resultados simulados e experimentais para a indutância de


dispersão. ........................................................................................................... 210
Figura 116 - Comparação entre os resultados teóricos e experimentais para a resistência
CA dos enrolamentos. ........................................................................................ 210

Figura 117 - Modelo para o ensaio de circuito aberto de um barramento magnético com
dois enrolamentos. ............................................................................................. 211

Figura 118 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T01: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 212

Figura 119 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T01 nas medições feitas no ensaio de circuito aberto: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz
por meio do algoritmo de FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b)
Espectro harmônico de tensão e corrente. ......................................................... 213

Figura 120 - Resultados obtidos pelo osciloscópio para a medição de potência nos
enrolamentos (a) E01 e (b) E02. ........................................................................ 213

Figura 121 - Barramento T01 com um entreferro de 0,05 mm. (a) distribuição da
densidade de fluxo magnético e (b) resultados obtidos no pós-
processamento. ................................................................................................... 215

Figura 122 - Comparação entre os valores teóricos, simulados e experimentais para a


indutância magnetizante. ................................................................................... 216

Figura 123 - Permeabilidade magnética relativa em função da temperatura do material


IP12R da Thornton. ........................................................................................... 216

Figura 124 - Comparação entre os valores obtidos pelo analisador de potências,


osciloscópio, simulação e formulações teóricas para as perdas no núcleo. ....... 217

Figura 125 - Resultados de simulação considerando sobressinais de tensão no


enrolamento E01. ............................................................................................... 218

Figura 126 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T01
corrigindo os valores dos coeficientes de Steinmetz, resultando em perdas de
7,13 W no núcleo. .............................................................................................. 219

Figura 127 - Diagrama dos conversores e equipamentos sob teste. ....................................... 220

Figura 128 - Medição da temperatura no ponto mais quente dos barramentos T01 a T05 .... 221

Figura 129 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no


barramento T01. (a) Analisador de potências e (b) osciloscópio. ..................... 221
Figura 130 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no
barramento T02. (a) Analisador de potências e (b) osciloscópio. ..................... 221

Figura 131 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no


barramento T03. (a) Analisador de potências e (b) osciloscópio. ..................... 222

Figura 132 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no


barramento T04. (a) Analisador de potências e (b) osciloscópio. ..................... 222

Figura 133 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no


barramento T05. (a) Analisador de potências e (b) osciloscópio. ..................... 222

Figura 134 - Comparação entre as perdas totais obtidas nos ensaios de circuito aberto e de
curto circuito com as perdas totais em condições nominais. ............................. 223

Figura 135 - Formas de onda para a temperatura final após regime térmico. ........................ 224

Figura 136 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos simulados corrigindo com os
valores experimentais de perdas. (a) T01, (b) T02, (c) T03, (d) T04 e (e)
T05. .................................................................................................................... 225

Figura 137 - Modelo em três dimensões dos barramentos magnéticos simulados (a) Pote
estendido e (b) XS estendido. ............................................................................ 227

Figura 138 - Distribuição da densidade de fluxo magnético em seu ponto máximo para as
geometrias propostas (a) Pote estendido e (b) XS estendido. ............................ 227

Figura 139 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T06. .. 228

Figura 140 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T07. .. 228

Figura 141 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos (a) T06 e (b) T07. ........................ 229

Figura 142 - Diagrama esquemático do conversor DAB. ...................................................... 277

Figura 143 - Kit de desenvolvimento LAUNCHXL-F28377S da Texas Instrumens. ........... 278

Figura 144 - Diagrama esquemático da unidade de comando dos conversores. .................... 279

Figura 145 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T01: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 280

Figura 146 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T02: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 280

Figura 147 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T03: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 281
Figura 148 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T04: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 281

Figura 149 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P02 – T05: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 281

Figura 150 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T01. (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 282

Figura 151 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T02: (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 282

Figura 152 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T03: (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 283

Figura 153 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 –
T04: (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 283

Figura 154 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P02 –
T05: (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com
frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na
frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e
corrente. ............................................................................................................. 284

Figura 155 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T01. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 284
Figura 156 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T02. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 285

Figura 157 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T03. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 285

Figura 158 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T04. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 286

Figura 159 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T05. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 286

Figura 160 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T01: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 290

Figura 161 - Dados o ensaio circuito aberto no barramento magnético P01 – T02: (a) E01
e (b) E02. ........................................................................................................... 290

Figura 162 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T03: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 291

Figura 163 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T04: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 291

Figura 164 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P02 – T05: (a)
E01 e (b) E02. .................................................................................................... 291

Figura 165 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T01: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 292

Figura 166 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T02: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 293

Figura 167 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T03: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 294

Figura 168 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T04: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 294
Figura 169 - Formas de onda o barramento magnético P02 – T05: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 295

Figura 170 - Formas de onda o barramento magnético P02 – T06: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz.
(b) Espectro harmônico. ..................................................................................... 295

Figura 171 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T01. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 296

Figura 172 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T02. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 296

Figura 173 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T03. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 297

Figura 174 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T04. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 297

Figura 175 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T05. (a) E01 e (b)
E02. .................................................................................................................... 298
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Projetos piloto da implantação de redes inteligentes no brasil. ........................... 53

Quadro 2 - Equações de Maxwell .......................................................................................... 90

Quadro 3 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do


tipo Shell. ........................................................................................................... 245

Quadro 4 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético
tipo Shell. ........................................................................................................... 246

Quadro 5 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do


tipo Core. ........................................................................................................... 247

Quadro 6 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético
tipo Core. ........................................................................................................... 248

Quadro 7 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do


tipo Matrix. ........................................................................................................ 248

Quadro 8 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético
tipo Matrix. ........................................................................................................ 250

Quadro 9 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético dos
tipos Pote e XS................................................................................................... 251

Quadro 10 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais dos barramentos magnéticos
tipo Pote e XS. ................................................................................................... 253

Quadro 11 - Arquivo de texto com o nome do projeto a ser carregado pela rotina de
cálculos. ............................................................................................................. 254

Quadro 12 - Rotina do MATLAB para o dimensionamento do barramento magnético com


otimização das perdas. ....................................................................................... 256

Quadro 13 - Parte 1 do arquivo de saída do algoritmo de otimização para os resultados de


simulação do capítulo 4. .................................................................................... 271

Quadro 14 - Parte 2 do arquivo de saída do algoritmo de otimização para os resultados de


simulação do capítulo 4. .................................................................................... 272

Quadro 15 - Dados de saída para os projetos usados nos testes experimentais. .................... 273
Quadro 16 - Resultados do arquivo de saída para a simulação final dos barramentos
estendidos. ......................................................................................................... 274

Quadro 17 - Componentes e especificações do conversor DAB. .......................................... 278


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidades de publicações dos termos solid-state transformer, smart grid,


micro grid e renewable sources na base de dados do IEEE nos anos de 2009
e 2019................................................................................................................... 44

Tabela 2 - Dados do fabricante nacional Aperam. .............................................................. 106

Tabela 3 - Principais dados de alguns núcleos de ferrite. ................................................... 106

Tabela 4 - Principais dados de alguns núcleos de ferrite para diferentes pontos de


operação. ............................................................................................................ 107

Tabela 5 - Principais dados dos materiais amorfos Metglas. .............................................. 108

Tabela 6 - Principais dados de alguns núcleos amorfos Metglas®..................................... 108

Tabela 7 - Principais dados dos materiais nanocristalinos.................................................. 109

Tabela 8 - Comparativo entre as principais características dos materiais de ferrite,


amorfos e nanocristalinos com perdas a 0,1 T. .................................................. 110

Tabela 9 - Comparativo entre as principais características dos materiais de ferrite,


amorfos e nanocristalinos com perdas a 0,2 T e 0,3 T. ..................................... 112

Tabela 10 - Propriedades dos materiais condutores. ............................................................. 112

Tabela 11 - Níveis de isolamento para a maior tensão eficaz, fase-fase, em


transformadores de potência a seco de acordo com (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2016a). ......................................... 120

Tabela 12 - Valores típicos de rigidez dielétrica dos materiais isolantes. ............................ 121

Tabela 13 - Condutividade térmica e elétrica dos materiais. ................................................ 143

Tabela 14 - Dimensões dos núcleos utilizados para validação dos modelos térmicos. ........ 149

Tabela 15 - Comparação dos resultados obtidos por simulação com os modelos térmicos
no ponto de temperatura máxima. ..................................................................... 150

Tabela 16 - Fatores de ocupação para condutores agrupados e torcidos em torno do eixo


central. ............................................................................................................... 165

Tabela 17 - Núcleos utilizados para os projetos do algoritmo de otimização. ..................... 173

Tabela 18 - Especificações usadas para o dimensionamento do barramento magnético. ..... 173


Tabela 19 - Tabela comparativa com os principais parâmetros disponibilizados pelo
algoritmo de otimização para os núcleos não estendidos. ................................. 174

Tabela 20 - Tabela comparativa com os principais parâmetros disponibilizados pelo


algoritmo de otimização para os núcleos estendidos. ........................................ 175

Tabela 21 - Resultados tratados obtidos no pós-processamento do software Maxwell. ....... 177

Tabela 22 - Especificações dos projetos P01 e P02. ............................................................. 192

Tabela 23 - Principais dados dos núcleos utilizados. ............................................................ 193

Tabela 24 - Resultados obtidos e tratados no pós-processamento do software de


elementos finitos comparado com os valores teóricos. ..................................... 197

Tabela 25 - Considerações de fontes de calor utilizadas na simulação e valor do ponto de


temperatura mais alto. ........................................................................................ 200

Tabela 26 - Resistências CC medida dos enrolamentos. ...................................................... 202

Tabela 27 - Principais valores lidos pelo analisador de potências e osciloscópio para o


ensaio de curto circuito. ..................................................................................... 207

Tabela 28 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo analisador


de potências nos ensaios de curto circuito. ........................................................ 207

Tabela 29 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo analisador


de impedâncias medido em 50 kHz nos ensaios de curto circuito. ................... 208

Tabela 30 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo


osciloscópio nos ensaios de curto circuito. ........................................................ 208

Tabela 31 - Parâmetros utilizados para o cálculo teórico da resistência CA. ....................... 211

Tabela 32 - Resumo dos valores lidos pelo analisador de potências e osciloscópio para o
ensaio de circuito aberto. ................................................................................... 214

Tabela 33 - Valores de relação de transformação resistência que representa as perdas no


núcleo, indutância magnetizante e capacitâncias parasitas. ............................... 214

Tabela 34 - Valores teóricos para perdas no núcleo utilizando os coeficientes de


Steinmetz levantados por (BATISTA, 1998). ................................................... 218

Tabela 35 - Dados de potências, perdas e elevação de temperatura nos barramentos


magnéticos. ........................................................................................................ 223
Tabela 36 - Comparação dos valores de elevação de temperatura final normalizados para
Ta = 20°C obtidos experimentalmente com os valores de simulação
considerando perdas experimentais. .................................................................. 224

Tabela 37 - Especificações dos barramentos T07 e T08. ...................................................... 226

Tabela 38 - Dimensões dos barramentos magnéticos estendidos simulados. ....................... 226

Tabela 39 - Comparação dos resultados obtidos nas simulações por métodos de


elementos finitos. ............................................................................................... 229

Tabela 40 - Parte 1: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de


dimensionamento. .............................................................................................. 255

Tabela 41 - Parte 2: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de


dimensionamento. .............................................................................................. 255

Tabela 42 - Parte 2: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de


dimensionamento. .............................................................................................. 256

Tabela 43 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento


magnético T01. .................................................................................................. 287

Tabela 44 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento


magnético T02. .................................................................................................. 287

Tabela 45 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento


magnético T03. .................................................................................................. 288

Tabela 46 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento


magnético T04. .................................................................................................. 288

Tabela 47 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento


magnético T05. .................................................................................................. 289

Tabela 48 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento


magnético T01. .................................................................................................. 298

Tabela 49 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento


magnético T02. .................................................................................................. 299

Tabela 50 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento


magnético T03. .................................................................................................. 299
Tabela 51 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento
magnético T04. .................................................................................................. 300

Tabela 52 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento


magnético T05. .................................................................................................. 300
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


DAB Dual Active Bridge
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
MAB Multiple Active Bridge
PET Power Electronics Transformer
QAB Quad Active Bridge
SST Solid State Transformer
TAB Triple Active Bridge
UPS Uninterruptible Power Supply
GD Geração Distribuída
HVDC High Voltage Direct Current
CA Corrente alternada
CC Corrente contínua
EPRI Electric Power Research Institute
ProGD Programa de Geração Distribuída
FACTS Flexible AC Transmission Systems
GSE General Steinmetz Equation
iGSE improved General Steinmetz Equation
GO Grão orientado
GNO Grão não orientado
FEM Finite Element Method
THD Total harmonic distortion
LISTA DE VARIÁVEIS E SÍMBOLOS

Ap produto das áreas da janela e da perna central do núcleo [m4]

Ac área da perna central do núcleo [m2]

Wa área da janela do núcleo [m2]

In corrente no enrolamento n [A]

Vn tensão no enrolamento n [V]

Kf fator da forma de onda

Ku fator de utilização do núcleo

Jrms densidade de corrente [A/m2]

Bmax densidade de fluxo magnético máximo

f frequência de operação

Vrms valor eficaz de tensão no enrolamento [V]

iL corrente instantânea no indutor L [A]

Im valor mínimo da corrente do indutor na etapa 3 [A]

IM valor máximo da corrente do indutor na etapa 3 [A]

V1 valor médio da tensão da Porta 1 [V]

V2 valor médio da tensão na Porta 2 [V]

V2’ valor médio da tensão da Porta 2 referida ao primário [V]

L indutor de transmissão [H]

θ variável angular em [rad]

φ ângulo de defasagem [rad]

a relação de transformação n2/n1

ωs frequência angular [rad/s]

Pij potência fluindo da porta i para a porta j

φij defasagem entre a tensão vi e vj

Lij indutância entre os conversores i e j

E intensidade de campo elétrico [V/m]


H intensidade de campo magnético [A/m]

B densidade de fluxo magnético ou indução magnética [T]

D densidade de fluxo elétrico ou indução elétrica [C/m²]

J densidade superficial de corrente [A/m²]

ρv densidade volumétrica de carga [C/m³]

ε permissividade elétrica [F/m]

μ permeabilidade magnética [H/m]

σ condutividade elétrica [Ωm-1]

ρ resistividade elétrica [Ωm]

ϕ fluxo magnético [Tm² ou Wb]

ε0 permissividade elétrica no vácuo [≈ 8,854∙10-12 F/m]

εr permissividade elétrica relativa

μ0 permeabilidade magnética no vácuo [≈ 4π∙10-7 H/m]

μr permeabilidade magnética relativa

S superfície enlaçada por um contorno C

a vetor normal à superfície S

i corrente elétrica que atravessa uma superfície S

C caminho fechado ao redor das correntes ou curva Amperiana

l vetor no sentido da curva Amperiana

i corrente elétrica

N número de espiras

fmm força magnetomotriz

fem potencial elétrico [V]

λ fluxo concatenado Nϕ [Tm2]

G superfície fechada (Gaussiana)

V volume interno da gaussiana

Q carga elétrica no interior da gaussiana


lC comprimento do caminho C [m]

AS área da superfície S [m2]

ℜ relutância magnética [A/Wb]

N número de espiras

Am área efetiva da seção transversal do núcleo

kf fator de empacotamento

Bsat máxima densidade de fluxo magnético

Br densidade de fluxo magnético remanescente

Hc força coercitiva

μi permeabilidade magnética inicial

μmax permeabilidade magnética máxima

Pfe perdas no ferro [W]

Kc constante para a equação de Steinmetz para o material [W/(T·Hz)]

f frequência da excitação senoidal [Hz]

Bmax valor máximo da densidade de fluxo magnético [T]

α constante para a equação de Steinmetz para o material

β constante para a equação de Steinmetz para o material

ρT resistividade na temperatura T [Ω∙m]

ρT0 resistividade na temperatura T0 [Ω∙m]

αT coeficiente de temperatura da resistividade [°C-1]

R resistência elétrica do condutor [Ω]

δ profundidade de penetração da corrente [m]

RCA resistência CA do enrolamento [Ω]

d espessura da camada condutora [m]

p quantidade de camadas

n número do harmônico de corrente

δ' profundidade de penetração da corrente para o harmônico n [m]


RCA,n resistência CA para o harmônico n [Ω]

N quantidade de harmônicos considerado de harmônicos considerada

Irms,n valor eficaz da componente harmônica de ordem n da corrente

PCA perdas totais nos enrolamentos devido aos efeitos de alta frequência e
excitação não senoidal da corrente

η fator de porosidade

hc altura da janela do núcleo [m]

hw altura do enrolamento [m]

dr diâmetro do condutor circular [m]

p espessura do condutor somado ao espaço entre os condutores [m]

Kd rigidez dielétrica do material [V/m]

VC tensão máxima aplicada ao material [V]

lC espessura do material [m]

iLm corrente magnetizante [A]

LM indutância magnetizante do transformador [H]

Np número de espiras conectado à fonte de tensão

eCarretelH espessura da parede do carretel na horizontal [m]

eCaretelV espessura da parede do carretel na vertical [m]

eisolação espessura da isolação entre os enrolamentos [m]

hW altura útil da janela, considerando o carretel [m]

lW largura útil da janela, considerando o carretel [m]

Wa área da janela [m²]

ne número de enrolamentos

fwk fator de ocupação de cada enrolamento

k número do enrolamento

Rcond resistência térmica de condução [°C/W]

Rconv resistência térmica de convecção [°C/W]


k condutividade térmica do material [W/(m·K)]

ρθ resistividade térmica do material [m·K/W ou m·°C/W]

h constante natural de convecção

A área superficial do objeto

l espessura

Kv fator de forma de onda de tensão

f frequência de operação [Hz]

nportas número de portas ou enrolamentos

ku fator de ocupação da janela

ΔT elevação de temperatura [°C]

Ta temperatura ambiente [°C]

eCarretelH espessura do carretel na horizontal [m]

eCarretelV espessura do carretel na vertical[m]

eisolação espessura de isolação entre os enrolamentos [m]

Pcu perdas no cobre para o enrolamento

RCC resistência CC do enrolamento

wcomprimento comprimento do enrolamento

Acondutor área da seção transversal do condutor

RCAex resistência lida nos terminais do enrolamento x

RCA1 resistência CA do enrolamento 1

RCA2’ resistência CA do enrolamento 2

RCAeq1 resistência CA do barramento visto pelos terminais do enrolamento 1

I1rms valor eficaz da corrente no enrolamento 1 [A]

I2rms valor eficaz da corrente no enrolamento 2 [A]

Irms1 valor eficaz da componente fundamental da corrente [A]

S1 potência aparente referente à componente fundamental [VA]

P1 potência ativa referente à componente fundamental [W]


Q1 potência reativa referente à frequência fundamental [VAr]

XCA impedância CA [Ω]

xrms valor eficaz de um sinal qualquer

x1 valor eficaz da componente fundamental deste sinal

THD valor absoluto da THD do sinal


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................... 41


1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 41

1.2 MOTIVAÇÃO............................................................................................................ 43

1.3 CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................ 45

1.3.1 Transformador ......................................................................................................... 45

1.3.2 Transmissão e distribuição em CC ......................................................................... 50

1.3.3 Cenário atual e futuro dos sistemas de distribuição ............................................. 50

1.4 BARRAMENTO MAGNÉTICO ............................................................................... 53

1.4.1 Materiais magnéticos, condutores e isolantes ........................................................ 54

1.4.2 Indutâncias de dispersão em barramentos magnéticos ........................................ 55

1.4.3 Considerações sobre o dimensionamento ............................................................... 57

1.5 GEOMETRIAS PARA BARRAMENTO MAGNÉTICO......................................... 60

1.5.1 Estruturas solenoidais .............................................................................................. 61

1.5.2 Estruturas coaxiais ................................................................................................... 65

1.6 OBJETIVOS ............................................................................................................... 69

1.7 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................... 70

2 CONVERSORES DA FAMÍLIA MAB .................................................................. 71


2.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 71

2.2 CONVERSOR DAB .................................................................................................. 71

2.2.1 Conversor DAB......................................................................................................... 72

2.2.2 Conversor DHB ........................................................................................................ 76

2.2.3 Conversor DAB T-Type ............................................................................................ 77

2.2.4 Conversor DAB NPC ............................................................................................... 78

2.2.5 Conversor DAB MMC ............................................................................................. 80

2.2.6 Conversor DAB CA-CA........................................................................................... 81

2.3 CONVERSOR TAB ................................................................................................... 81


2.4 CONVERSOR MAB.................................................................................................. 83

2.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO .............................................................................. 88

3 BARRAMENTO MAGNÉTICO ............................................................................ 89


3.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 89

3.2 LEIS DO ELETROMAGNETISMO ......................................................................... 89

3.2.1 Relações constitutivas............................................................................................... 90

3.2.2 Lei de Ampère Maxwell ........................................................................................... 92

3.2.3 Lei de Faraday .......................................................................................................... 93

3.2.4 Lei de Gauss para a eletricidade ............................................................................. 94

3.2.5 Lei de Gauss para o magnetismo ............................................................................ 95

3.2.6 Circuitos magnéticos ................................................................................................ 95

3.3 O BARRAMENTO MAGNÉTICO ........................................................................... 96

3.4 MATERIAIS MAGNÉTICOS ................................................................................. 100

3.4.1 Características gerais ............................................................................................. 100

3.4.2 Perdas no núcleo ..................................................................................................... 104

3.4.3 Ferro silício ............................................................................................................. 105

3.4.4 Ferrite ...................................................................................................................... 106

3.4.5 Materiais amorfos................................................................................................... 107

3.4.6 Nanocristalino ......................................................................................................... 109

3.4.7 Comparativo ........................................................................................................... 110

3.5 CONDUTORES ....................................................................................................... 112

3.5.1 Materiais condutores .............................................................................................. 112

3.5.2 Efeitos de alta frequência....................................................................................... 113

3.5.3 Resistência CA ........................................................................................................ 116

3.6 MATERIAIS ISOLANTES ..................................................................................... 119

3.7 INDUTÂNCIA DE DISPERSÃO ............................................................................ 121

3.8 INDUTÂNCIA MAGNETIZANTE ........................................................................ 123


3.9 GEOMETRIAS DOS BARRAMENTOS MAGNÉTICOS ..................................... 124

3.9.1 Tipo Shell................................................................................................................. 124

3.9.2 Tipo Core ................................................................................................................. 130

3.9.3 Tipo Matrix.............................................................................................................. 131

3.9.4 Tipos Pote e XS ....................................................................................................... 134

3.9.5 Geometrias estendidas ........................................................................................... 138

3.10 MODELO TÉRMICO .............................................................................................. 142

3.10.1 Tipo Shell................................................................................................................. 145

3.10.2 Tipo Core ................................................................................................................. 146

3.10.3 Tipo Matrix.............................................................................................................. 147

3.10.4 Tipo Pote e XS......................................................................................................... 148

3.10.5 Validação dos modelos térmicos por simulação .................................................. 148

3.11 PROJETO DO BARRAMENTO MAGNÉTICO .................................................... 151

3.11.1 Introdução ao método do produto das áreas Ap .................................................. 152

3.11.2 Conceito básico da metodologia proposta ............................................................ 154

3.11.3 Especificações do transformador .......................................................................... 154

3.11.4 Cálculos das principais variáveis .......................................................................... 155

3.11.5 Cálculo das demais dimensões do núcleo ............................................................. 157

3.11.6 Algoritmo iterativo ................................................................................................. 157

3.11.7 Fator de ocupação do núcleo ................................................................................. 162

3.12 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ............................................................................ 166

4 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ...................................................................... 169


4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 169

4.2 CENÁRIO ESTUDADO .......................................................................................... 169

4.3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO ......................................................................... 172

4.4 RESULTADOS DE SIMULAÇÕES NO MODO MAGNÉTICO .......................... 175

4.5 RESULTADOS PARA ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA ................................. 181


4.6 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ............................................................................ 185

5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS E VALIDAÇÃO DOS MODELOS DE


SIMULAÇÃO ......................................................................................................... 187
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 187

5.1.1 Procedimentos ......................................................................................................... 187

5.1.2 Equipamentos ......................................................................................................... 188

5.1.3 Bancada de testes .................................................................................................... 189

5.2 CENÁRIOS E ESPECIFICAÇÕES DOS BARRAMENTOS MAGNÉTICOS ..... 191

5.3 SIMULAÇÕES PRÉVIAS ....................................................................................... 193

5.3.1 Simulações no modo transiente ............................................................................. 194

5.3.2 Simulação térmica .................................................................................................. 199

5.4 ENSAIO DE CORRENTE CC................................................................................. 201

5.5 ENSAIO DE CURTO CIRCUITO........................................................................... 202

5.5.1 Indutância de dispersão ......................................................................................... 209

5.5.2 Perdas nos enrolamentos e resistência CA ........................................................... 210

5.6 ENSAIO DE CIRCUITO ABERTO ........................................................................ 211

5.6.1 Indutância magnetizante ....................................................................................... 214

5.6.2 Perdas no núcleo ..................................................................................................... 216

5.7 ENSAIO EM CONDIÇÕES NOMINAIS ............................................................... 220

5.7.1 Resultados obtidos .................................................................................................. 221

5.7.2 Elevação de temperatura ....................................................................................... 224

5.8 SIMULAÇÕES DAS PROPOSTAS DE GEOMETRIAS ....................................... 225

5.8.1 Resultados de simulação ........................................................................................ 227

5.9 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ............................................................................ 230

6 CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................... 232


APÊNDICE A - Cálculo das resistências térmicas ............................................................ 245

APÊNDICE B - Rotina para dimensionamento otimizado do núcleo ............................. 254

APÊNDICE C - Resultados de saída do algoritmo de otimização ................................... 271


APÊNDICE D - Diagramas esquemáticos e códigos fonte dos módulos utilizados ........ 277

APÊNDICE E - Ensaio de curto circuito............................................................................ 280

APÊNDICE F - Ensaio de circuito aberto .......................................................................... 290

ANEXO A - Orçamentos dos núcleos de ferrite ................................................................ 301


41

1 INTRODUÇÃO GERAL

1.1 INTRODUÇÃO

Por ter a capacidade de adaptar os níveis de tensão (abaixando ou elevando) e pro-


mover a isolação elétrica entre diferentes sistemas, o transformador é considerado um elemen-
to essencial nos sistemas de transmissão e distribuição, pois com ele é possível transmitir
energia por longas distâncias com perdas reduzidas e fornecê-la aos usuários em níveis segu-
ros de tensão. Com estas características, o transformador foi crucial para a “vitória” da corren-
te alternada na guerra das correntes disputada por Westinghouse e Thomas Edison no final do
século XIX. Nos dias de hoje, ele ainda é um elemento indispensável nos mais diversos dis-
positivos eletrônicos e no sistema elétrico de transmissão e distribuição. Sua importância está
também na geração distribuída, pois é um elo de interconexão de fontes de energias renová-
veis com o sistema elétrico de potência, tanto para adequar os níveis de tensão, quanto para
promover a segurança e a proteção destes sistemas (JESZENSZKY, 1996; HURLEY;
WÖLFLE, 2013).
Apesar de o fornecimento de energia ser em corrente alternada (CA), a maioria dos
equipamentos domésticos atuais é alimentada em corrente contínua (CC) e isto ocorre com as
fontes de energias renováveis, como a solar fotovoltaica, que gera energia em tensão contínua.
Estes fatores contribuem para a evolução das pesquisas na área das redes de distribuição CC,
com destaques para redes inteligentes (smart grids), microrredes, além é claro, das transmis-
sões de longas distâncias em corrente contínua de alta tensão (HVDC).
O isolamento galvânico é indispensável na conexão de dispositivos ou sistemas à re-
de de distribuição devido à segurança para os usuários e para o próprio sistema, mesmo ope-
rando em corrente contínua. Nesse contexto, surge o conceito de barramento magnético, aco-
plando sistemas elétricos que trocam energia entre si por meio do fluxo magnético, conforme
é ilustrado na Figura 1. O elemento físico é o transformador, porém a aplicação específica é
acoplar sistemas de forma análoga ao barramento capacitivo em microrredes CC. Os tipos de
acoplamentos de sistemas de energia são: acoplamento CA, acoplamento CC e acoplamento
CA em alta frequência, conforme a Figura 2. O acoplamento magnético é permitido apenas no
acoplamento CA, tanto em alta, quanto em baixa frequência.
O acoplamento CA em baixa frequência é normalmente encontrado em microrredes
mistas, inversores destinados à conexão de fontes de energias renováveis conectados à rede e
a própria rede de transmissão e distribuição. O acoplamento CC é um tema de pesquisa atual e
42

amplamente explorado na literatura, sendo muito utilizado em microrredes e redes inteligen-


tes. O acoplamento CA em alta frequência pode ser encontrado em microrredes mistas e prin-
cipalmente, em transformadores de estado sólido.

Figura 1 – Conceito de um barramento magnético operando em uma microrrede CA de alta frequência.


Fluxo magnético
φ

Fonte: produção do próprio autor.

Figura 2 - Tipos de acoplamento: (a) acoplamento CC, (b) acoplamento CA em baixa frequência e (c) acopla-
mento CA em alta frequência.
Barramento CC Barramento CA
Capacitor Carga CA 1
de acoplamento
Carga CC 1 Fonte CC 1 Fonte CA 1
Carga CA 2
Carga CC 2 Fonte CC 2 Fonte CA 2
Carga CA n
Carga CC n Fonte CC n Fonte CA n

(a) (b)
Barramento CA em alta frequência
Ф
Carga CA AF 1 Fonte CA AF 1

Carga CA AF 2 Fonte CA AF 2

Carga CA AF n Fonte CA AF n

(c)
Fonte: produção do próprio autor.

As vantagens de se utilizar um acoplamento magnético em alta frequência em rela-


ção ao acoplamento capacitivo são:
43

• isolação galvânica: os potenciais da carga estarão fisicamente desacoplados do


barramento da rede de distribuição, tornando o sistema mais seguro aos usuários e
aos equipamentos;
• adequação de tensão: sistemas de diferentes níveis de tensão podem ser acoplados
por meio da relação de transformação;
• possibilidade de conexões CC e CA tanto em baixa tensão como em alta tensão,
dependendo dos conversores utilizados;
• redução de estresses nos conversores.
Por outro lado, como todo sistema com isolação galvânica, também apresenta des-
vantagens:
• número limitado de conexões: o gerenciamento do fluxo de energia começa a ficar
complexo à medida que o número de sistemas aumenta;
• aumento de perdas: é muito discutido na literatura que sistemas isolados apresen-
tam maiores perdas devido ao fluxo magnético circulando no núcleo.
A ideia de um sistema centralizado com acoplamento magnético e múltiplas portas é
introduzida por (TAO et al., 2006), em que é definida a estrutura genérica de um conversor
multiportas, semelhante ao apresentado na Figura 2-c, para diferentes fontes de energia e car-
gas, com possibilidade de conexão com a rede, tornando-se uma alternativa para microrredes
CC conectadas à rede de distribuição. Nesta estrutura, o controle é centralizado, aumentando a
estabilidade global, as fontes de energia são isoladas por meio dos múltiplos enrolamentos,
dispensando o uso de transformadores convencionais e a quantidade de estágios de conversão
é reduzida devido à possibilidade de adequar os níveis de tensão por meio da relação de trans-
formação dos enrolamentos.
Neste contexto, o objetivo principal desta tese é fazer um estudo do barramento
magnético utilizado para um sistema de acoplamento CA de alta frequência, especificamente
na sua geometria e, assim, propor novas geometrias que possam apresentar melhoras em rela-
ção às existentes.

1.2 MOTIVAÇÃO

Esta tese tem o objetivo de estudar o transformador como o elemento de acoplamento


e de transferência de potência em de sistemas de energia, ou seja, no acoplamento de fontes
de alimentação. Esta aplicação apresenta importância, pois é utilizada em diferentes frentes de
pesquisas como: microrredes, transformadores de estado sólido (solid state transformer –
44

SST) ou transformadores eletrônicos (Power Electronic Transformer – PET), conexão de fon-


tes renováveis de energia na rede elétrica, fontes de alimentação ininterruptas (uninterruptible
power supply – UPS), entre outros. Para ter uma ideia quantitativa, a Tabela 1 apresenta os
números de publicações dos termos Solid-State Transformer, Smart Grid, Micro Grid, e Re-
newable Sources em 2007 e 2017 na base de dados da biblioteca digital da Institute of Electri-
cal and Electronics Engineers – IEEE (IEEE, 2020). Nota-se pelos números, que as pesquisas
na área de redes de distribuição inteligentes e recursos renováveis cresceram consideravel-
mente na última década.
Apesar de menor número de publicações, o SST é um tema atual e promissor, tendo
o número de publicações quase triplicadas nos últimos dez anos e a tendência destes números
é aumentar. Seu conceito foi proposto por McMurray no final da década de 60 (WILLIAM,
1968a, 1968b), contudo, a tecnologia da época não permitiu as pesquisas avançarem. Com o
avanço na tecnologia dos semicondutores e da própria eletrônica de potência, como a utiliza-
ção de conversores multiníveis (BAKER, 1977; BHAGWAT; STEFANOVIC, 1983), as pes-
quisas em torno do SST alavancaram consideravelmente nas últimas duas décadas e já são
realidade em algumas aplicações, como tração elétrica (STEINER; REINOLD, 2008, 1998;
ZHAO et al., 2014; KIEFERNDORF et al., 2016) e redes inteligentes (BIFARETTI et al.,
2011; GRIDER et al., 2011; HUBER; KOLAR, 2016, 2017; JIH-SHENG et al., 2005; RAJU
et al., 2008; SHE; HUANG, 2013).

Tabela 1 - Quantidades de publicações dos termos solid-state transformer, smart grid, micro grid e renewable
sources na base de dados do IEEE nos anos de 2009 e 2019.
Publicações até Aumento de
Termo pesquisado Publicações até 09/2019
12/2009 publicações
Solid-State Transformer 606 1.709 182%
Smart Grid 158 24.909 15.665%
Microgrid 203 8.139 3.909%
Renewable Sources 1.209 17.845 1.376%
Fonte: base de dados do IEEE (IEEE, 2020).

Sistemas com acoplamento magnético em alta frequência necessitam de conversores


estáticos para fazer o processamento da energia, transformando a tensão contínua em tensão
alternada em alta frequência, para conectar ao elemento magnético. A principal escolha para
isto são os conversores multiportas com acoplamento magnético da família MAB (Multiple
Active Bridge). Estes conversores promovem a isolação galvânica e apresentam grande facili-
dade no controle e gerenciamento do fluxo de potência entre as portas. Além de possuírem
algumas propriedades interessantes como comutação suave natural e fácil associação dos con-
45

versores em série ou paralelo. No capítulo 2 será apresentado o princípio de funcionamento


dos conversores MAB e as principais topologias que compõe esta família. Os conversores
MAB são derivados do conversor DAB (Dual Active Bridge), proposto por (DONCKER;
DIVAN; KHERALUWALA, 1991). A partir da ideia de conversores em ponte acoplados
magneticamente, surgem os conversores de três portas, o TAB (Triple Active Bridge), intro-
duzido por (MICHON et al., 2004), conversores de 4 portas, introduzido por (QIANG; WEI-
YANG; ZHEN-LIN, 2009) e por fim, a generalização do conversor MAB por (FALCONES;
AYYANAR; MAO, 2013).
Apesar dos conversores da família MAB serem a base desta tese, o foco e objetivo
está no estudo do elemento de acoplamento magnético. Na literatura ele é tratado normalmen-
te com o termo “transformador”, porém, nesta tese, será tratado como barramento magnético,
pois sua aplicação é de fazer o acoplamento de sistemas e não “transformar”, apesar de tam-
bém fornecer esta funcionalidade. Como a literatura trata com o termo transformador, será
difícil desvincular desta nomenclatura, porém, trata-se do mesmo elemento.

1.3 CONTEXTO HISTÓRICO

1.3.1 Transformador

Alguns eventos da invenção e evolução dos transformadores e motores elétricos


ocorreram de forma paralela em diferentes centros. Porém, tudo começou nos anos de 1819 e
1820, quando Hans Christian Oersted observou que uma corrente elétrica percorrendo um
condutor alterava a posição da agulha de uma bússola. Esta descoberta impulsionou físicos
como Jean-Baptiste Biot, Félix Savart, André-Marie Ampère a equacionarem este fenômeno.
Com isso surgiu as leis de Biot-Savart e de Ampère que relacionavam a corrente elétrica com
o campo magnético. Em 1831, Michael Faraday descobriu que um campo magnético variante
no tempo induz um campo elétrico também variante no tempo, denominando este fenômeno
como indução eletromagnética, sendo este, o conceito fundamental do transformador. Mais
tarde, em 1865, James Clerk Maxwell unificou todas essas leis, criando a base para a enge-
nharia elétrica moderna. Retornando ao ano de 1831, Faraday montou um dispositivo conhe-
cido como anel de Faraday, composto por duas bobinas isoladas entre si, envolvendo um nú-
cleo de ferro, que apesar não se tratar diretamente de um transformador, pois trabalhava com
alimentação CC pulsada, continha os componentes básicos do transformador conhecido atu-
almente (HURLEY; WÖLFLE, 2013; JESZENSZKY, 1996).
46

Muitos dispositivos usando o princípio da indução eletromagnética foram desenvol-


vidos nos anos subsequentes. Na ocasião, todos os equipamentos eram alimentados por bate-
rias, pois a tecnologia dos geradores ainda estava nos seus primórdios e as baterias já apresen-
tavam grande capacidade de fornecimento de energia. Apesar de usarem os princípios da in-
dução de Faraday, eles eram tratados como dispositivos CC, pois a tensão era pulsada e não
apresentava valor negativo. Com a descoberta dos indutores de faísca por Heinrich Daniel
Rühmkorff por volta de 1850, perceberam que a tensão no secundário apresentava valores
positivos e negativos. O indutor de faísca foi de fundamental importância para os desenvol-
vimentos tecnológicos dos transformadores, pois eram usados em aparelhos de raio-X antes
da invenção dos retificadores de alta tensão e devido a este apelo, tecnologias como impreg-
nação a vácuo dos enrolamentos de alta tensão, isolação a óleo e núcleos laminados de ferro
foram desenvolvidas (JESZENSZKY, 1996).
Por volta de 1850 as lâmpadas de arco voltaico eram alimentadas por geradores CC
que continham o comutador, responsável pela retificação da tensão dos geradores e regulado-
res complexos de tensão. Nesta época, as aplicações CA e CC não apresentavam muitas dife-
renças, até que em 1850, perceberam que as lâmpadas funcionavam melhor sem o uso dos
comutadores e reguladores de tensão, dando início às aplicações em CA. As lâmpadas de arco
trabalhavam em baixas tensões, entre 35 V e 40 V, e com isso, apresentavam grandes proble-
mas com perdas, limitando as distâncias entre as lâmpadas e os geradores. Uma solução para
contornar o problema era a utilização da ligação em série das lâmpadas, mas isto obrigava o
uso de lâmpadas idênticas. Em Paris no ano de 1877, Jablochkoff propôs que as lâmpadas
ligadas em série deveriam ser alimentadas por um dispositivo de indução com duas bobinas
ao invés de serem conectadas diretamente ao barramento, desta forma, ele acreditava que as
diferenças entre as lâmpadas não afetariam o funcionamento devido a isolação galvânica.
Apesar de estar enganado, o funcionamento do sistema melhorou e isso contribuiu para que as
pesquisas em dispositivos de indução eletromagnética continuassem (JESZENSZKY, 1996;
OETTING, 1952). Dando a continuidade na linha de pesquisa de Jablochkoff, Lucien Goulard
e John Dixon Gibbs descobriram em 1882, que ao desconectar uma lâmpada conectada em
série, ocorria uma flutuação na tensão, chegando a conclusão de que este sistema funcionava
bem para lâmpadas ligadas continuamente como nos postes de iluminação pública, mas não
era adequado para iluminar casas e lojas, perdendo espaço para o sistema de ligação em para-
lelo que Thomas Edison estava usando.
Como a ligação em série não era adequada para aplicações residenciais e comerciais,
Goulard e Gibbs desenvolveram e patentearam no ano de 1882, o primeiro transformador
47

denominado de “gerador secundário”, feito com núcleo de ferro aberto com sistema de cone-
xão em série no secundário, conforme é ilustrado na Figura 3-a. Este transformador foi usado
pela primeira vez em 1884 na Itália, em uma exposição pública na qual abaixou a alta tensão
da rede para alimentar lâmpadas de arco e incandescentes. A patente foi vendida para George
Westinghouse em 1885, mas foi perdida no tribunal para Sebastian Ziani de Ferranti, que in-
ventaram um transformador muito semelhante ao de Goulard e Gibbs dois anos antes
(JESZENSZKY, 1996; WHELAN; ROCKWELL; NORMANDIN, c2014).
Até então, os dispositivos de indução eletromagnética continham um núcleo aberto,
mas com a melhor compreensão das teorias de Faraday e Maxwell, percebeu-se que os efeitos
magnéticos ocorriam através dos polos magnéticos e que as linhas de força do campo magné-
tico tinham um caminho fechado, levando ao uso do núcleo de ferro fechado. Em 1884, os
engenheiros Kákoly Zipernowsky, Ottó Bláthy e Miksa Déri da empresa húngara Ganz de-
senvolveram o primeiro transformador de núcleo de ferro fechado usado em sistemas experi-
mentais e comerciais (Figura 3-b). Como os enrolamentos envolviam o núcleo toroidal fecha-
do, não podiam ser enrolados por máquinas naquela época e isto dificultava a sua fabricação.

Figura 3 - (a) Transformador de núcleo aberto de Gaulard e Gibbs (b) transformador de núcleo fechado de
Zipernowsky, Déri e Bláthy da empresa Ganz.

(a) (b)
Fonte: (a) (GALILEO, c2015), (b) (WHELAN; ROCKWELL; NORMANDIN, c2014).

Em paralelo a invenção dos húngaros, em 1885, Westinghouse encarregou William


Stanley Jr a aperfeiçoar o transformador de Gibbs-Goulard, pois este era de custo alto, difícil
fabricação e ineficiente. Logo no início, Stanley percebeu que uma das falhas do sistema de
48

Gibbs-Goulard era a conexão das bobinas em série, prejudicando a regulação da tensão. Uma
das primeiras patentes de Stanley na área de transformadores foi a bobina de indução
(STANLEY, 1886), composta por dois enrolamentos e um núcleo de gap ajustável (Figura 4),
mas sua contribuição mais importante foi o primeiro transformador “prático” de fácil fabrica-
ção, que contava com núcleo E para aumentar a proteção mecânica dos enrolamentos e maior
facilidade de se enrolar em máquinas, que posteriormente, foi aperfeiçoado por Albert Schi-
mid.

Figura 4 - Patente da bobina de indução de Stanley.

(a)
Fonte: (STANLEY, 1886)

Figura 5 - Transformadores de Stanley: (a) protótipo de 1885 (b) transformador usado na instalação de Great
Barrington.

(a) (b)
Fonte: (WHELAN; ROCKWELL; NORMANDIN, c2014).
49

Em 1886 o sistema CA de Westinghouse e Stanley com seus transformadores (Figura


5-a) estava instalado em Great Barrington-MA, sendo o primeiro sistema completo de distri-
buição CA. Este sistema tinha a capacidade de fornecer 25 HP (18,6 kW) operando em uma
frequência de 133,3 Hz. Nele, os 500 V de saída fornecidos pelo gerador da Siemens eram
elevados para 3 kV, onde foram ligadas 30 lâmpadas incandescentes de 100 V em série. Na
sequência, a tensão foi reduzida para 500 V e na entrada dos estabelecimentos, reduzida no-
vamente para 100 V, com a utilização de seis transformadores (Figura 5-b). Este circuito foi
feito para demonstrar o funcionamento dos transformadores de Stanley e o sistema apresentou
perdas de 2% ao longo de aproximadamente 1,2 km (DREW, 2011).
Apesar da transmissão em distâncias maiores com menores perdas, o sistema CA
ainda não era competitivo com o sistema CC de Thomas Edison iniciado em 1882, pois os
motores usados na indústria ainda operavam em CC. Em 1885, Galileo Ferraris inventa o
primeiro motor de corrente alternada bifásico e logo depois, sem saber sobre o invento de
Ferraris, Nikola Tesla também inventa um motor semelhante de duas fases. Em 1888, Wes-
tinghouse compra as patentes de Tesla e o contrata para trabalhar nos motores de indução,
mas apesar dos esforços, os motores ainda apresentavam baixo rendimento e baixa confiabili-
dade.
Apesar de a paternidade do sistema trifásico ser atribuída à Ferraris em 1891, Frie-
drich August Haselwander já havia apresentado o primeiro gerador trifásico em 1887, que foi
aperfeiçoado em 1889 por Mikhail Dolivo-Dobrovolsky, engenheiro da empresa alemã AGE,
que também desenvolveu o primeiro gerador trifásico (Figura 6), assim como o primeiro sis-
tema de transmissão trifásico (BOLDEA, 2017; DOPPELBAUER, 2018). Dobrovolsky lide-
rou a construção da primeira linha de distribuição completa trifásica composta por gerador,
transformador elevador, transmissão, transformador abaixador, motores e lâmpadas em 1891,
transmitindo energia por mais de 175 km entre Lauffen e Frankfurt, com capacidade de
220 kW, tensão de 25 kV e frequência de 40 Hz. Este sistema trifásico completo e eficiente
encerrou a guerra das correntes, consagrando a vitória da transmissão CA (DOPPELBAUER,
2018; WHELAN; ROCKWELL; NORMANDIN, c2014).
As evoluções tecnológicas que surgiram de 1891 até os dias atuais estão concentra-
das principalmente nos materiais magnéticos usados no núcleo, como o ferro silício de grão
orientado ou não orientado, ferrite, materiais amorfos e nanocristalinos. Cada um apresenta
suas vantagens e desvantagens, sendo que para a baixa frequência da rede de distribuição, os
núcleos de ferro ainda apresentam as maiores vantagens (SHE; HUANG; BURGOS, 2013). O
uso de transformadores em alta frequência necessita de maior atenção no projeto, pois efeitos
50

de proximidade e histerese, que eram praticamente desprezíveis em transformadores de baixa


frequência, passam a ser importantes nestas novas aplicações, tornando os novos projetos
mais complexos e necessitando de novas tecnologias, tanto para o núcleo, como para os con-
dutores.

Figura 6 - Transformador trifásico usado no primeiro sistema de transmissão trifásico de Lauffen até Frankfurt
em 1891.

Fonte: Edison Tech Center (WHELAN; ROCKWELL; NORMANDIN, c2014).

1.3.2 Transmissão e distribuição em CC

Em 1882, Thomas Edson produziu a primeira rede de distribuição CC comercial em


Pearl Street, Nova York. Este sistema operava com tensão de 110 V e potência de 540 kW.
Apesar de Edison ter perdido a guerra, as pesquisas e desenvolvimentos da transmissão em
CC continuaram, entrando no campo das transmissões de corrente contínua em alta tensão
(High Voltage Direct Current - HVDC), tendo sua primeira linha comercial em 1956 que
transportava 20 MW a 100 kV de Gotland até o continente da Suécia, por uma extensão de
103 km (ABB, c2020). A transmissão em CC continuou ganhando força, principalmente para
longas distâncias, em que as perdas são menores e a quantidade de cabos é reduzida. Nos dias
atuais, a distribuição em CC vem ganhando força com a expansão da geração distribuída (GD)
e o apelo ambiental para fontes renováveis.

1.3.3 Cenário atual e futuro dos sistemas de distribuição

No decorrer dos anos, a tecnologia evoluiu e as cargas sofreram modificações. No


início, as cargas eram apenas lâmpadas e motores, hoje, as cargas não lineares estão presentes
51

em quase todos os dispositivos domésticos, inclusive nas lâmpadas. O Electric Power Rese-
arch Institute (EPRI) estima que 70% da energia elétrica nos Estados Unidos é processada por
conversores estáticos de potência e este número tende a atingir 100% (ROSE, 2017). Além
das cargas não lineares ligadas na rede, hoje há um grande apelo para a geração distribuída,
com destaque para as energias limpas e renováveis como solar, eólica, além dos veículos elé-
tricos que se tornam uma opção mais econômica e sustentável para a locomoção, retomando o
conceito das redes de Edison, com geradores próximos aos centros consumidores.
Neste contexto, a modernização das redes de distribuição é essencial para o futuro e
alguns modelos de redes inteligentes já estão sendo desenvolvidos nos centros de pesquisas
(BELITZ; WINTER; REHTANZ, 2013; BLIEK et al., 2010; D’HULST et al., 2015;
HUANG, 2009; MONOT et al., 2017). A rede inteligente é uma estrutura moderna com fluxo
bidirecional de energia para as redes de distribuição, com maior confiabilidade, eficiência e
segurança, além de fazer a integração harmoniosa entre as fontes alternativas de energia, por
meio da comunicação entre os elementos que a compõem, conforme ilustrado na Figura 7
(FANG et al., 2012; GUNGOR et al., 2011).

Figura 7 - Conceito da rede inteligente do futuro.

Fonte: (GUNGOR et al., 2011).

O conceito de rede inteligente vem evoluindo ao longo do tempo e alguns dos com-
ponentes básicos são: fontes renováveis; elementos de armazenamento de energia; barramento
52

HVDC para transmissão eficiente e econômica em longas distâncias; Flexible AC Transmissi-


on Systems (FACTS) e UPS para controle unificado de potência ativa e reativa e toda a parte
de controle, medição, proteção e gerenciamento e cargas (ROSE, 2017). Resumindo, todos os
elementos se comunicam para fazer o gerenciamento inteligente da energia, tendo a comuni-
cação, como elemento fundamental.
No Brasil, o ministério de minas e energia publicou em 2010, a portaria n° 440
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME), 2010) para criar um grupo de trabalho e
avançar nos estudos das redes inteligentes no país. Além disso, em Junho de 2010, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) lançou o Projeto Estratégico de P&D “Programa Bra-
sileiro de Redes Inteligentes”, com a chamada pública n° 011/2010 (AGÊNCIA NACIONAL
DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL), 2010) estabelecendo os critérios para o projeto da im-
plantação de redes inteligentes no Brasil, tendo a Cemig como proponente e apoio de 36 con-
cessionárias, resultando em nove projetos piloto para a implantação de redes inteligentes no
país, apresentados no Quadro 1. Todos os projetos ainda estão no estágio de desenvolvimento,
sendo o projeto “Cidades do Futuro” da Cemig, o programa mais abrangente de implantação
de uma rede inteligente.
No final de 2015, o MME lançou o Programa de Geração Distribuída (ProGD), com
o objetivo de ampliar a GD com base em fontes renováveis e cogeração, incentivar a implan-
tação da GD em edificações públicas, comerciais, industriais e residenciais. O programa pre-
tende investir R$ 100 bilhões até 2030, com adesão de 2,7 milhões de unidades consumidoras
resultando em uma geração de até 48 TWh em um ano, o que equivale a metade da geração da
usina hidrelétrica de Itaipu, com isso, estima-se uma redução na emissão de 29 milhões de
toneladas de CO2 na atmosfera (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME), 2015a,
2015b).
Como atrativos para os consumidores, estão no escopo do ProGD:
• atualização da Resolução Normativa n° 482 com a criação de créditos de energia
entre consumidor-gerador e energia, permitindo usar o excedente produzido nos
meses seguintes;
• mudança no prazo de 36 para 60 meses para o consumidor usar os créditos;
• utilização dos créditos em outras unidades consumidoras com fatura sob mesma
titularidade;
• instalação da GD em condomínios, com os créditos distribuídos em porcentagens
definidas pelos próprios condôminos;
53

• utilização da GD de forma compartilhada, permitindo que interessados se unam


em cooperativas ou consórcios;
• isenção do ICMS, PIS/Cofins da energia produzida;
• redução do imposto de importação em equipamentos destinados à GD.

Quadro 1 - Projetos piloto da implantação de redes inteligentes no brasil.

Projeto Empresa Município


Cidades do Futuro Cemig Sete Lagoas – MG
Cidade Inteligente Búzios Ampla Armação dos Búzios – RJ
Projeto Smart Grid Light S.A. Área metropolitana do Rio de Janeiro
Projeto Eletropaulo Digital AES Eletropaulo Barueri, Vargem Grande e Caucaia do Alto – SP
InovCity EDP Bandeirante Aparecida – SP
Parintins Eletrobrás Parintins – AM
Cidade Inteligente Aquiraz Coelce Fortaleza – CE
Paraná Smart Grid Copel Curitiba – PR
Arquipélago de Fernando de
Celpe Ilha de Fernando de Noronha
Noronha
Fonte: redes inteligentes Brasil (CRUZ, c2020).

Apesar de tardio em relação aos países do hemisfério norte, o Brasil está caminhando
para a direção da geração distribuída e redes inteligentes, necessitando de avanços em pesqui-
sas nacionais nestas áreas. O barramento magnético (transformador) está presente na maioria
dos dispositivos que compõem as redes inteligentes, SSTs e conversores estáticos para a GD,
tornando essas, as motivações para o seu estudo aprofundado.

1.4 BARRAMENTO MAGNÉTICO

Como já foi dito anteriormente, o barramento magnético apresenta os mesmos prin-


cípios de um transformador, porém recebe esta nomenclatura por fazer o acoplamento de sis-
temas. Sabendo disto, os princípios fundamentais são os mesmos.
O transformador e, consequentemente, o barramento magnético, é composto por dois
ou mais enrolamentos acoplados mutuamente com ou sem um núcleo magnético, sendo um
dispositivo que transfere energia de um circuito para outro por meio do fluxo magnético
(KAZIMIERCZUK, 2013). O fluxo magnético depende do número de espiras do enrolamento
conectado a uma fonte alternada de tensão. Normalmente os enrolamentos estão em volta de
um núcleo magnético sem gap para obter elevados níveis de fluxo magnético, assim, o fluxo
54

dependerá da relutância do núcleo, incluindo a área da seção transversal e o comprimento do


caminho magnético juntamente com o número de espiras.

1.4.1 Materiais magnéticos, condutores e isolantes

Um barramento magnético é composto por materiais magnéticos, com a finalidade de


confinar o fluxo magnético em um caminho bem definido, reduzindo a dispersão e melhoran-
do o acoplamento entre os sistemas, materiais condutores, responsáveis pela circulação da
corrente elétrica e materiais isolantes, que promovem a isolação entre os sistemas. Este item é
apenas introdutório e o estudo detalhado sobre os materiais é apresentado nas seções 3.4, 3.5 e
3.6 respectivamente.
Os materiais magnéticos mais comuns usados em núcleos de transformadores são:
ferro-silício, ferrite, materiais amorfos e nanocristalinos (DU et al., 2010; LEUNG et al.,
2010; ORTIZ et al., 2013; SHE; HUANG; BURGOS, 2013).
• Ferro silício: alta densidade de fluxo e alta permeabilidade. Porém, altas perdas
em alta frequência. Materiais avançados de ferro silício podem apresentar meno-
res perdas em alta frequência, porém, a densidade máxima de fluxo é reduzida.
• Ferrite: perdas moderadas e baixo custo, porém, apresenta baixa densidade de
fluxo. Isto resulta em núcleos maiores, limitando o uso, quando o objetivo for alta
densidade de potência.
• Amorfo: é uma opção promissora para o uso em SST, pois pode apresentar eleva-
da densidade de fluxo (1,56 T) e perdas moderadas em alta frequência, além disto,
é encontrado vários tipos de núcleos, adaptando-se bem às aplicações em disposi-
tivos de potência. Material adaptável para aplicações para uma faixa de frequência
entre algumas centenas de Hz a vários kHz. No entanto, em frequências mais ele-
vadas, é necessário baixar a densidade de fluxo para reduzir as perdas, resultando
em núcleos maiores.
• Nanocristalino: é a melhor opção nos quesitos técnicos, pois consegue satisfazer
tanto a saturação da densidade de fluxo, quanto à eficiência em alta frequência.
Pois a densidade de fluxo é muito maior que a do ferrite, conseguindo assim, alta
densidade de potência e as perdas são menores que todos os outros materiais, ga-
rantindo assim, uma alta eficiência. Porém, destacam-se dois problemas: o primei-
ro é relativo ao custo superior aos outros materiais; o segundo é com relação ao
55

processo de fabricação, disponível somente na geometria toroidal, sem a possibi-


lidade de cortes, limitando a customização do projeto dos transformadores.
Os materiais condutores são responsáveis pela circulação de corrente nos enrolamen-
tos do barramento magnético. O material mais utilizado para enrolamentos de transformado-
res é o cobre, porém o alumínio também é uma opção utilizada em potências elevadas, devido
principalmente ao custo inferior em relação ao cobre (MCLYMAN, 1994; ORR, 1959;
SULLIVAN, 2007). Materiais nobres como ouro e prata apresentam características elétricas
interessantes, mas os preços tornam o uso praticamente proibitivo para esse tipo de aplicação.
Os materiais isolantes são responsáveis por promover a isolação elétrica dos enrola-
mentos dentro do núcleo. Os principais materiais utilizados para este fim são: materiais a base
de celulose, como papel isolante, resina epóxi, silicone, PVC, esmalte isolante, óleo mineral e
vegetal. Estes materiais têm a característica de apresentar elevada rigidez dielétrica, a fim de
promover a isolação entre os enrolamentos.

1.4.2 Indutâncias de dispersão em barramentos magnéticos

As indutâncias de dispersão são formadas pelo fluxo magnético que não atravessa
todos os enrolamentos. A corrente elétrica que circula através de um enrolamento em volta de
um núcleo magnético gera um fluxo magnético, como mostra a Figura 8, parte deste fluxo
circula pelo núcleo de alta permeabilidade magnética e outra parte circula pelo ar.

Figura 8 - Distribuição do fluxo magnético no núcleo com dois enrolamentos.


Fluxo disperso

Fluxo comum Enrolamento 2

Enrolamento 1

i1
+ - + -
Fonte: (HURLEY; WÖLFLE, 2013).
56

Quando há outro enrolamento no mesmo núcleo, o fluxo que circula pelo núcleo e
atravessa todos os enrolamentos é denominado fluxo comum (concatenado), já a parcela de
fluxo magnético que circula pelo ar e não atravessa o outro enrolamento acoplado no mesmo
núcleo é denominado fluxo disperso, normalmente modelado por indutâncias de dispersão
(ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001; HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK,
2013).
Nos conversores da família MAB, a indutância de dispersão do barramento magnéti-
co é o elemento responsável pela transferência de energia entre as portas (DONCKER;
DIVAN; KHERALUWALA, 1991). Em muitos casos, principalmente para limitar a potência
transferida e os picos de corrente, faz-se necessário acrescentar uma indutância em série com
o barramento magnético. Tendo a necessidade de uma indutância responsável pela transferên-
cia de potência, surgem algumas divergências acerca do projeto do barramento magnético na
literatura. Alguns autores defendem que o barramento magnético deve apresentar a indutância
necessária em sua construção e outros autores defendem a ideia de que o barramento magnéti-
co deve apresentar a menor indutância de dispersão possível, acrescentando um indutor exter-
no quando necessário.
Os modos de controlar a dispersão de um transformador abordados na literatura são:
• sobreposição parcial dos enrolamentos conforme a Figura 9-a (DE LEON;
PURUSHOTHAMAN; QASEER, 2014; STEIGER; MARIETHOZ, 2011);
• inserção de um núcleo magnético entre os enrolamentos conforme a Figura 9-b
(BAEK; BHATTACHARYA, 2011; HERNANDEZ; DE LEON; GOMEZ, 2011;
PAVLOVSKY; DE HAAN; FERREIRA, 2006);
• ajustar as distâncias entre as camadas dos enrolamentos (HERNANDEZ; DE
LEON; GOMEZ, 2011; SHUAI; BIELA, 2013).
Dentre as justificativas para aumentar a indutância de dispersão diretamente no trans-
formador estão: menor número de elementos e maior compactação da estrutura, aumentando
densidade de potência.
Por outro lado, outros autores (BOGUSLAW et al., 2006; CHEN; DIVAN, 2017;
RAULS; NOVOTNY; DIVAN, 1993), defendem que a indutância de dispersão deve ser a
mínima possível, acrescentando indutâncias externas quando necessárias. Como principal
justificativa para isto, argumenta-se que como a indutância de dispersão é decorrente de ca-
racterísticas construtivas e sensível a diversos fatores, como posição dos enrolamentos e se-
quência das espiras, torna-se difícil fazer um controle preciso, principalmente quando se tem
um objetivo de utilizar na indústria, em que não existe espaço para ajustes finos individuais.
57

Figura 9 - Técnicas usadas para aumentar a indutância de dispersão: (a) sobreposição parcial dos enrolamentos
e (b) inserção de um núcleo entre os enrolamentos de um barramento magnético coaxial.

Núcleo Núcleo
externo

Enrolamento
externo

Núcleo
interno
Enrolamento fixo Enrolamento móvel
Enrolamento
Sobreposição parcial interno
(a) (b)
Fonte: (BAEK; BHATTACHARYA, 2011; STEIGER; MARIETHOZ, 2011).

Além disso, em transformadores de alta tensão é difícil manter baixos valores de dis-
persão devido à distância necessária entre os condutores para promover isolação entre eles
(CHEN; DIVAN, 2017). Outro argumento utilizado é que ao aumentar a dispersão do barra-
mento magnético, resulta em uma redução do fator de acoplamento prejudicando de certa
forma a eficiência global do barramento magnético. Em barramentos magnéticos com múlti-
plos enrolamentos, os valores de indutância de dispersão dos enrolamentos devem ser iguais,
ou mais próximos possíveis, sendo mais fácil ajustar estes valores com indutâncias externas
do que no processo de fabricação. Como argumento final, a indutância no barramento magné-
tico não é sempre necessária, apesar dos conversores da família MAB, que necessitam desta
indutância, serem as principais topologias usadas em SSTs, outras topologias, como SSTs
baseados em flyback (MANJREKAR; KIEFERNDORF; VENKATARAMANAN, 2002),
conversores matriciais isolados (BASU et al., 2015) ou topologia Dyna-C (CHEN; PRASAI;
DIVAN, 2017), são prejudicadas com altos valores de indutância de dispersão.
As duas linhas de raciocínio apresentam argumentos válidos, mas devido ao objetivo
deste trabalho ser exclusivamente sobre o barramento magnético em si e todos os problemas
em fazer o ajuste da indutância de dispersão no processo de fabricação, opta-se a linha da mi-
nimização deste valor.

1.4.3 Considerações sobre o dimensionamento

No projeto de um barramento magnético existem muitos graus de liberdade, sendo


comum encontrar inúmeros métodos de otimizações iterativos para um dimensionamento efi-
ciente. Os métodos são classificados em dois grupos (BARRIOS et al., 2015a): metodologias
puramente iterativas, em que são avaliados intervalos de várias variáveis de projeto até chegar
58

a uma solução viável (AMOIRALIS et al., 2014; SHUAI; BIELA, 2013; VILLAR et al.,
2011) e metodologias baseadas em experiência, em que hipóteses baseadas na experiência do
projetista são usadas em valores iniciais de variáveis, simplificando e acelerando o processo.
As regras mais comuns são (BARRIOS et al., 2015a):
• Seleção do núcleo: a capacidade de processar potência do núcleo é definida pelo
produto das áreas ou por constantes geométricas e os valores de densidade de cor-
rente e densidade de fluxo magnético são preestabelecidos;
• Distribuição das perdas: perdas do núcleo igual às perdas dos enrolamentos;
• Diâmetro mínimo: definir o diâmetro do condutor menor que o diâmetro da pro-
fundidade de penetração devido ao efeito pelicular, ou considerar a perda extra
como uma constante para todo o processo;
• Outras regras: perdas nos enrolamentos primários e secundários equilibradas, en-
rolamentos primários e secundários distribuídos igualmente dentro da área da ja-
nela ou considerar apenas um material magnético para o dimensionamento.
Estas regras são as mais comumente utilizadas para dimensionar um transformador
ou barramento magnético sem utilização de métodos numéricos ou elementos finitos. Estudos
já mostraram que algumas destas regras não são válidas. No primeiro caso, por exemplo, a
geometria do núcleo, escopo desta tese, também influencia na eficiência de um transformador.
No segundo caso, a distribuição ótima das perdas entre núcleo e cobre depende das caracterís-
ticas dos materiais e da geometria do núcleo, sendo que a distribuição das perdas depende
fortemente dos fatores geométricos dos núcleos. (FOREST et al., 2007; HURLEY;
WÖLFLE, 2013).
De maneira geral, os métodos de dimensionamento dos núcleos, sejam eles iterativos
numéricos ou algébricos, têm o objetivo de acomodar os enrolamentos com perdas distribuí-
das entre cobre e ferro e transferir energia eficientemente entre os enrolamentos. Os métodos
mais comuns encontrados na literatura são: constantes geométricas (ERICKSON;
MAKSIMOVIC, 2001; KAZIMIERCZUK, 2013; MCLYMAN, 1994) e produto das áreas
(HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK, 2013; MCLYMAN, 1994). O método do
produto das áreas fornece as dimensões que o núcleo deve possuir com base nos principais
parâmetros do barramento magnético. A equação básica do método de produto de áreas é
(MCLYMAN, 1994; KAZIMIERCZUK, 2013):
m  1 
Ap = AcWa =  I nVn   (1.1)
K K J B f
n =1  f u rms max 
59

Em que:
Ap produto das áreas da janela e da perna central do núcleo [m4];
Ac área da perna central do núcleo [m2];
Wa área da janela do núcleo [m2];
In corrente no enrolamento n [A];
Vn tensão no enrolamento n [V];
Kf fator da forma de onda: em geral usa-se 4,44 para formas de onda senoi-
dais e 4,0 para formas de onda quadrada;
Ku fator de utilização do núcleo: calculada pela razão entre a área de cobre
com isolações pela área da janela;
Jrms densidade de corrente [A/m2];
Bmax densidade de fluxo magnético máximo;
f frequência de operação.
O dimensionamento de um barramento não é absoluto, pode ser encontrado vários
métodos com muitas considerações empíricas que direcionam a um projeto mais eficiente,
como os casos propostos em (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001; HURLEY; WÖLFLE,
2013; KAZIMIERCZUK, 2013; MCLYMAN, 1994). Normalmente o valor de densidade de
fluxo magnético máximo não é limitado pelo seu valor de saturação, mas sim pelas perdas
magnéticas, que serão descritas de forma mais detalhada no item 3.4. A equação (1.1), muito
utilizada para o dimensionamento do núcleo magnético, foi apresentada com o intuito de mos-
trar que o volume do núcleo é inversamente proporcional à frequência, à densidade de fluxo
magnético máximo e à densidade de corrente.
Existem vários métodos para determinar o valor ótimo para a densidade de corrente,
cabe ressaltar neste momento, que ela está diretamente ligada às perdas e à elevação de tem-
peratura dos condutores. Para determinar o número de espiras, utiliza-se a expressão derivada
da lei de Faraday:
Vrms
Np = (1.2)
K f Ac Bmax f
Em que:
Vrms valor eficaz de tensão no enrolamento [V].
A equação (1.2) mostra que o número de espiras de um enrolamento depende direta-
mente do valor da tensão e é inversamente proporcional à densidade de fluxo magnético, à
área da perna central e à frequência de operação. De maneira geral, o dimensionamento de um
60

barramento magnético segue as seguintes etapas (KAZIMIERCZUK, 2013; MCLYMAN,


1994):
• Definição das especificações;
• Seleção do material do núcleo;
• Seleção do tamanho e do formato do núcleo;
• Dimensionamento dos enrolamentos;
• Dimensionamento dos condutores;
• Avaliação das perdas;
• Verificação se enrolamentos e isolações cabem dentro da janela do núcleo.

1.5 GEOMETRIAS PARA BARRAMENTO MAGNÉTICO

A literatura indica dois tipos de estruturas de transformadores: solenoidais e coaxiais


(Figura 10). A estrutura do tipo solenoidal, ilustrada na Figura 10-a, apresenta os enrolamen-
tos envolvendo o núcleo, onde o fluxo magnético circula em paralelo ao eixo cilíndrico e a
corrente circunda o eixo cilíndrico. Nas estruturas coaxiais, o fluxo magnético circunda o eixo
cilíndrico e a corrente flui em paralelo com ele (SHE; HUANG; BURGOS, 2013). Apesar
desta classificação, as estruturas que dominam a eletrônica de potência são do tipo solenoidal,
apresentando uma ampla faixa de variações geométricas para as mais diversas aplicações. Já
as estruturas coaxiais são mais limitadas, aplicadas preferencialmente em frequências mais
elevadas, entre 100 kHz até a faixa de mega-hertz, além de que em muitos casos, as estruturas
coaxiais podem ser consideradas apenas variações da estrutura solenoidal.

Figura 10 - Estruturas básicas de transformadores do tipo: (a) solenoidal e (b) coaxial.


Eixo Eixo
cilíndrico cilíndrico

Fluxo I1

I2
I1

Núcleo
I2 Fluxo

Núcleo

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.
61

1.5.1 Estruturas solenoidais

Estruturas do tipo solenoidal estão presentes nas mais diversas aplicações da eletrô-
nica de potência, sendo o núcleo EE, o caso mais clássico e recorrente. Os tipos mais comuns
destas estruturas são: Shell, Core, Matrix e multielementos, conforme é apresentado na Figura
11.

Figura 11 - Estruturas solenoidais (a) Shell, (b) Core, (c) Matrix e (d) multielementos.

(a) (b) (c) (d)


Fonte: produção do próprio autor.

As estruturas do tipo Shell, Core e Matrix foram projetadas e simuladas por (ORTIZ
et al., 2010) utilizando núcleos com o material nanocristalino VITROPERM 500F. Suas espe-
cificações foram definidas para operarem em um conversor DAB CC-CC processando 1 MW
de potência nominal, com frequência de comutação de 20 kHz e relação de transformação de
12 kV para 1,2 kV. Seu objetivo foi avaliar as perdas, o volume e a complexidade de fabrica-
ção de cada estrutura. Na sequência, serão descritos mais detalhes de cada estrutura.

1.5.1.1 Tipo Shell

O núcleo EE é o principal representante deste tipo de estrutura. Nela, os enrolamen-


tos são concêntricos e o núcleo circunda os dois lados dos enrolamentos. Esta característica
faz com que a indutância de dispersão apresente valores baixos e equilibrados em todos os
enrolamentos, além de uma boa proteção mecânica.
O transformador do tipo Shell projetado por (ORTIZ et al., 2010) é apresentado na
Figura 12. Neste transformador foi utilizado cabos isolados com silicone, resultando em um
volume de 11,9 litros, com perdas de 1,83 kW no núcleo e 1,93 kW nos enrolamentos. O au-
tor fez outro projeto para este transformador com isolamento em vaso, onde o ar é retirado por
uma câmara a vácuo e preenchido com resina isolante, apresentando um volume de 3,5 litros e
perdas de 950 W no núcleo e 2,42 kW no cobre.
62

Figura 12 - Transformador do tipo Shell proposto por (ORTIZ et al., 2010), com perdas no núcleo de 1,83 kW,
perdas no cobre de 1,93 kW e volume de 11,9 litros.

Fonte: (ORTIZ et al., 2010).

Outro trabalho interessante sobre transformadores do tipo Shell é apresentado em


(ORTIZ et al., 2013), nele são propostos dois transformadores para um conversor DAB com
frequência de comutação de 20 kHz, potência de 166 kW, 2 kV no lado de média tensão e
400 V no lado de baixa tensão. Os materiais utilizados nos núcleos de cada transformador são:
ferrite com refrigeração a ar, mostrado na Figura 13-a e nanocristalino com refrigeração a
água, mostrado na Figura 13-b.

Figura 13 - Transformadores propostos por (ORTIZ et al., 2013) feitos com núcleo de: (a) ferrite e (b) nanocris-
talino.

(a) (b)
Fonte: (ORTIZ et al., 2013)

1.5.1.2 Tipo Core

Na estrutura do tipo Core, os enrolamentos são normalmente instalados um em cada


perna do núcleo retangular, porém, neste trabalho, esta classificação englobará todas as geo-
metrias em que o núcleo apresente apenas uma janela e um caminho para o fluxo magnético,
como o caso dos núcleos CI e toroidais (JAFARI et al., 2016). Em montagens em que os enro-
63

lamentos não são sobrepostos, como o caso da Figura 14, há uma maior circulação de fluxo
disperso devido à distância entre os enrolamentos.
O transformador do tipo Core proposto por (ORTIZ et al., 2010) é ilustrado na Figu-
ra 14. Nele foi utilizado isolamento do tipo vaso, resultando em um volume reduzido e meno-
res perdas entre os três transformadores analisados pelo autor.

Figura 14 - Transformador do tipo Core proposto por (ORTIZ et al., 2010), com perdas no núcleo de 1,26 kW,
perdas no cobre de 1,55 kW e volume de 4,3 litros.

Fonte: (ORTIZ et al., 2010).

A Figura 15 apresenta estruturas para múltiplos enrolamentos propostas por (PEREZ


et al., 2002), denominadas pelos autores de “transformadores de núcleo estrela”.

Figura 15 - Estrutura solenoidal propostas por (PEREZ et al., 2002) do tipo Core para 2, 3, 4 e 5 enrolamentos.
Secundário Secundário 1 Secundário 1
Primário

Primário Secundário 4 Secundário 2


n=1

Secundário 1 Secundário 2
Secundário 2 Primário

Primário Secundário 3 Secundário3


n=2 n=3 n=4
Fonte: (PEREZ et al., 2002)

1.5.1.3 Tipo Matrix

A estrutura do tipo Matrix pode ser considerada como variação do primeiro caso, em
que os núcleos magnéticos estão distribuídos ao longo do enrolamento, reduzindo o fluxo
disperso. O transformador do tipo Matrix proposto por (ORTIZ et al., 2010) é apresentado na
Figura 16. O isolamento entre primário e secundário é feito pela capa de silicone dos cabos,
64

resultando em um volume elevado de 11 litros e maiores perdas. Um enrolamento de baixa


tensão, com relação de transformação de 1:2 é montado no lado externo da perna de cada um
dos seis núcleos U, que ao ser ligado em série resulta em uma relação de 1:12. O enrolamento
de alta tensão é montado ao redor da perna interna dos seis núcleos. Este é o transformador
que apresenta maiores perdas entre os 4 projetados. Como os projetos apresentam métodos
construtivos diferentes, é difícil fazer uma comparação justa, porém, os resultados mostram
que a isolação pela capa de silicone do cabo faz com que o transformador seja maior e conse-
quentemente, apresente maiores perdas do que quando é utilizada isolação em vaso. Porém, o
autor justifica que este tipo de isolação é mais simples, dispensando o processo complexo que
utiliza câmara de vácuo e resina, presente no isolamento em vaso.

Figura 16 - Transformador do tipo Matrix proposto por (ORTIZ et al., 2010), com perdas no núcleo de
2,23 kW, perdas no cobre de 2,28 kW e volume de 11 litros.

Fonte: (ORTIZ et al., 2010).

Figura 17 - Transformadores de 25 kVA para (a) 25 kHz, (b) 50 kHz e (c) 83 kHz

Fonte: (ROTHMUND et al., 2015).


65

Estruturas deste tipo podem ser vistas em (ROTHMUND et al., 2015). A Figura 17
apresenta os transformadores propostos por (ROTHMUND et al., 2015) para processar uma
potência de 25 kVA e tensões de 8 kV/400 V em frequências de 25 kHz, 50 kHz e 83 kHz. O
autor atingiu eficiência de 99,17% no conversor, em que o transformador corresponde a 70%
destas perdas.

1.5.1.4 Multielementos

O conceito das estruturas multielementos está em produzir um transformador com 2


ou mais enrolamentos a partir de pequenos elementos transformadores. A Figura 18 apresenta
a proposta de (FILCHEV et al., 2009) para um transformador com 3 enrolamentos composto
por 3 núcleos. Superficialmente, pode-se observar como vantagem a modularidade desta es-
trutura, facilitando o acréscimo ou retirada de enrolamentos, porém como desvantagem, a
indutância de dispersão tende a ser maior e desequilibrada entre os enrolamentos.

Figura 18 - Estrutura multielementos com três enrolamentos proposta por (FILCHEV et al., 2009).

Fonte: (FILCHEV et al., 2009).

1.5.2 Estruturas coaxiais

Os transformadores coaxiais são encontrados na literatura predominantemente em


aplicações de alta frequência e baixa potência, como em telecomunicações. Sua geometria
favorável a um alto fator de acoplamento faz com que seja utilizado em transformadores sem
núcleo magnético (coreless ou air core), como os que são apresentados em (LINDBLOM;
ISBERG; BERNHOFF, 2004; OJIKA; MIURA; ISE, 2013). A primeira aplicação na eletrôni-
66

ca de potência foi feita em 1990 por (KHERALUWALA; NOVOTNY; DIVAN, 2002) e suas
principais vantagens e desvantagens em relação as estruturas solenoidais são:
• Vantagens:
o alto fator de acoplamento;
o baixa indutância de dispersão;
o boa opção para trabalhar com frequências elevadas;
• Desvantagens:
o maior dificuldade de fabricação;
o o baixo número de espiras conduz a um volume elevado e baixa indutância
magnetizante;
o dificuldade de se utilizar relações de transformação diferentes de 1:1. É possí-
vel utilizar relações diferentes de 1:1, porém, a vantagem do alto fator de aco-
plamento é perdida;
o capacitâncias parasitas entre os enrolamentos deixam de ser desprezíveis,
mesmo operando em frequências menores e potencializando ainda mais em
frequências elevadas.

A Figura 19 apresenta o transformador coaxial proposto por (KHERALUWALA;


NOVOTNY; DIVAN, 2002), projetado para processar uma potência de 50 kVA, 50 kHz e
transformação de tensão de 2000 V para 200 V. Este é um exemplo de transformador coaxial
em que a relação de transformação não é 1:1, porém, o fator de acoplamento acaba ficando
menor do que barramentos magnéticos coaxiais com relação de transformação 1:1.

Figura 19 - Primeiro transformador coaxial para eletrônica de potência proposto por (KHERALUWALA;
NOVOTNY; DIVAN, 2002): (a) esquema de montagem e (b) protótipo montado.

Núcleo
(Toroidal)
Primário
(Tubo)

Secundário
(Litz,
N s espiras)

(a) (b)
Fonte: (KHERALUWALA; NOVOTNY; DIVAN, 2002).
67

O cabeamento interno é coaxial, porém ele se aproxima muito do transformador so-


lenoidal do tipo Matrix. Os autores também testaram esta mesma estrutura operando em
1 MHz, com potência de 300 W. Este mesmo transformador foi utilizado em
(KHERALUWALA; NOVOTNY; DIVAN, 1992; KHERALUWALA et al., 1992; RAULS et
al., 2002).
A Figura 20-a apresenta o transformador coaxial proposto por (KADAVELUGU et
al., 2011) com frequência de operação de 100 kHz, 4,2 kVA de potência e relação de trans-
formação de tensão de 800V para 400 V. Uma característica interessante deste transformador
consiste no uso de número de 4 espiras no enrolamento tubular, muito incomum nesse tipo de
estrutura. Para o secundário, foram utilizadas 8 espiras em fio Litz. O transformador da Figura
20-b foi proposto por (GRZESIK; STEPIEN, 2009) com relação de transformação de 1:1,
testado com 110 V, 4,3 kW e frequência de 1 MHz. Além disso, os autores conseguiram uma
eficiência no transformador de 99,5% em condições nominais.

Figura 20 - Transformadores coaxiais operando a (a) 100 kHz, 6,5 kVA e 800 V/400 V proposto por
(KADAVELUGU et al., 2011) e (b) 1 MHz, 4,3 kVA e 110 V, proposto por (GRZESIK; STEPIEN,
2009).

(a) (b)
Fonte: (KADAVELUGU et al., 2011), (GRZESIK; STEPIEN, 2009).

A Figura 21 apresenta um transformador de alta potência proposto por


(WALTRICH; DUARTE; HENDRIX, 2010), aplicado na carga rápida de veículos elétricos.
68

Figura 21 - Transformador coaxial proposto por (WALTRICH; DUARTE; HENDRIX, 2010).

Fonte: (WALTRICH; DUARTE; HENDRIX, 2010).

Dentre outros trabalhos que podem ser destacados estão: (KLONTZ; DIVAN;
NOVOTNY, 1995) com projeto e protótipo de um transformador coaxial de 120 kW, 20 kHz,
610 V e eficiência de 99,6%; (WATER; LU, 2013) com a simulação de um transformador
coaxial operando entre 100 kHz e 300 kHz para carregadores de veículos elétricos, usando
blindagem para redução da interferência eletromagnética; (WATER; LU, 2012; LI et al.,
2015), em que é proposto o projeto de um transformador coaxial de 8 kW por redes neurais e
simulações por métodos de elementos finitos (FEM) e em (MORIKI et al., 2016;
YAMAGUCHI; KAWAMURA, 2017) é proposto o conceito de um transformador coaxial
para trem elétrico, conforme é ilustrado na Figura 22.

Figura 22 - Conceito proposto por (MORIKI et al., 2016; YAMAGUCHI; KAWAMURA, 2017) de transfor-
mador coaxial aplicado em trens elétricos.

Fonte: (MORIKI et al., 2016; YAMAGUCHI; KAWAMURA, 2017).

Outros trabalhos com transformadores coaxiais aplicados na eletrônica de potência


são encontrados em (HEUVELMANS, 2017; YAMAGUCHI; KAWAMURA, 2017). Esta
revisão mostrou que os transformadores coaxiais apresentam núcleos volumosos, porém, é
possível obter alta densidade de potência devido ao valor elevado na frequência de operação.
69

Pode ser considerada uma estrutura viável para uso em barramentos magnéticos, pois apresen-
ta baixa indutância de dispersão e valores simétricos em múltiplos enrolamentos.

1.6 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é fazer o estudo completo pelo ponto de vista das ge-
ometrias das dos núcleos magnéticos para serem utilizados em barramentos magnéticos de
alta frequência.
Os objetivos específicos deste trabalho são:
• estudo de barramentos magnéticos monofásicos;
• apresentar estudos sobre elementos secundários que compõe o barramento magné-
tico: materiais magnéticos, enrolamentos e isolação;
• analisar as principais grandezas que envolvem a operação de um barramento mag-
nético: indutância de dispersão, perdas no núcleo, resistência dos enrolamentos e
perdas nos enrolamentos;
• fornecer conceitos teóricos e práticos para o dimensionamento de um barramento
magnético;
• propor geometrias de barramentos magnéticos.
Nesta revisão bibliográfica foram apresentadas algumas geometrias com potencial a
serem utilizadas em barramentos magnéticos. E no decorrer do trabalho serão apresentadas as
características das principais geometrias. Serão propostas duas estruturas inéditas baseadas no
núcleo XS (Figura 23-a) e Pote (Figura 23-b). Tais geometrias são mais utilizadas para baixas
potências devido ao alto grau de confinamento dos enrolamentos no núcleo. Porém, espera-se
que elas apresentem vantagens como uma melhor distribuição de linhas de fluxo, aumentando
o fator de acoplamento e reduzindo a indutância de dispersão. O conceito inicial destas pro-
postas estendidas foi de permitir uma facilidade em acrescentar e remover enrolamentos após
serem fabricados com a utilização de enrolamentos sequenciais. Com isso, o esboço inicial foi
de o núcleo apresentar um corpo alongado e uma “tampa”, que pudesse ser retirada com faci-
lidade. Os estudos iniciais, que serão apresentados no decorrer do trabalho, mostrarão que o
conceito de versatilidade em modificar o número de enrolamentos após sua construção não é
uma proposta viável, principalmente com o uso de ferrite. Por outro lado, estas estruturas es-
tendidas apresentarão outras características que o tornarão atrativas e serão discutidas.
70

Figura 23 - Geometrias de núcleos propostos para barramento magnético com múltiplas portas para acoplamen-
to em alta frequência: (a) núcleo XS estendido, (b) núcleo Pote estendido.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

1.7 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Esta tese está subdividida da seguinte forma: no capítulo 2 serão introduzidos os


conversores da família MAB; no capítulo 3 será feita uma revisão completa sobre o barramen-
to magnético, desde os princípios eletromagnéticos envolvidos até o projeto final; no capítulo
4 serão apresentados resultados de simulação e no capítulo 5 os resultados experimentais de
forma a validar os métodos de simulação numérica. Devido ao alto custo de prototipagem de
ferrite, não foi possível fabricar e testar experimentalmente as estruturas propostas. Com o
intuito de verificar a viabilidade, a solução utilizada foi fazer testes experimentais para geo-
metrias conhecidas, avaliar os efeitos e problemas que ocorrem na prática e aplicá-los em uma
simulação mais detalhada para as geometrias propostas. Assim é possível obter uma simula-
ção que mostre resultados mais próximos da realidade. Validando as propostas feitas para este
trabalho.
71

2 CONVERSORES DA FAMÍLIA MAB

2.1 INTRODUÇÃO

Os conversores da família MAB são as principais topologias utilizadas para a pro-


posta de barramento magnético empregada nesta tese. Os motivos para sua escolha são: bidi-
recionalidade do fluxo de potência, comutação suave, múltiplas portas com isolação galvânica
e possibilidade de adequação dos níveis de tensão por meio da relação de espiras entre os en-
rolamentos.
Devido à grande extensão dos conversores da família MAB, será apresentada a análi-
se quantitativa do conversor DAB e uma análise qualitativa das principais topologias monofá-
sicas dos conversores da família MAB, com ênfase nas formas de onda de tensão e corrente
do transformador que serão utilizadas nos capítulos seguintes para o projeto do barramento
magnético. As estruturas trifásicas são opções viáveis para trabalhar com maiores níveis de
corrente, utilizando um transformador trifásico ao invés de três transformadores monofásicos,
contribuindo com o aumento da densidade de potência do sistema. Um dos problemas relaci-
onados ao núcleo trifásico EI usados em conversores DAB está nos valores de indutância de
dispersão diferente nos enrolamentos. Em (DONCKER; DIVAN; KHERALUWALA, 1991) é
utilizado um transformador trifásico simétrico para contornar este problema. Estruturas trifá-
sicas não serão abordadas neste trabalho.

2.2 CONVERSOR DAB

Os conversores da família MAB são extensões do conversor DAB proposto por


(DONCKER; DIVAN; KHERALUWALA, 1991). Devido à versatilidade deste conversor, ele
é amplamente explorado na literatura e apresenta diversas variações topológicas
(SFAKIANAKIS et al., 2016), cujas principais são:
• DHB (Dual Active Half Bridge) (SU; PENG, 2005; JAEHONG KIM; ILSU
JEONG; KWANGHEE NAM, 2009; CHAKRABORTY; CHATTOPADHYAY,
2017);
• DAB T-Type (SFAKIANAKIS et al., 2017; BEZERRA et al., 2015; BAARS et
al., 2016);
• DAB NPC (Neutral Point Clamped) (MOONEM; KRISHNASWAMI, 2012,
2014; FILBA-MARTINEZ; BUSQUETS-MONGE; BORDONAU, 2014);
72

• DAB MMC (Modular Multilevel Converter) (KENZELMANN et al., 2011;


GOWAID et al., 2014; KENZELMANN et al., 2015; WANG; ZHANG; SHENG,
2015);
• Topologias de conversão direta CA-CA (BRIGHENTI et al., 2017;
MANJREKAR; KIEFERNDORF; VENKATARAMANAN, 2002; QIN;
KIMBALL, 2009, 2013; YOU et al., 2018).

Nesta seção será mostrado o funcionamento do conversor DAB e suas principais


equações. Na sequência, serão apresentadas, de forma qualitativa, as principais derivações do
conversor DAB.

2.2.1 Conversor DAB

O conversor DAB proposto por (DONCKER; DIVAN; KHERALUWALA, 1991) é


ilustrado na Figura 24 e suas principais formas de onda são apresentadas na Figura 25. O con-
trole do fluxo de potência do conversor é feito pela diferença de tensão aplicada nos dois la-
dos da indutância de transmissão, similarmente ao que acontece nas linhas de transmissão.

Figura 24 - Diagrama esquemático do conversor Dual Active Bridge (DAB).


Defasadas em φ

i1 i2
1 3 1:a 1' 3'
L n1:n2
V1 V2 R
vp ip vs' vs

Transformador
2 4 2' 4'

Fonte Filtro 1 Ponte 1 Ponte 2 Filtro 2 Carga


Fonte: produção do próprio autor.

A estratégia mais comum para controlar o fluxo de potência é por deslocamento an-
gular em dois níveis, ilustrada na Figura 25, comumente chamada de 2-level phase shift mo-
dulation (psm). Nesta estratégia, aplicam-se sinais de comando com defasagem φ entre os
interruptores complementares de cada conversor em ponte completa. Os interruptores 1 e 4,
assim como 2 e 3 apresentam o mesmo sinal de comando e os interruptores 1 e 2 apresentam
73

o sinal de comando defasado em 180°. Os interruptores complementares 1’, 2’, 3’ e 4’ apre-


sentam funcionamento idêntico, porém, aplica-se a defasagem φ em relação aos interruptores
1, 2, 3 e 4 respectivamente.

Figura 25 - Formas de onda do conversor DAB.


V1 +V 2'
1, 4, 2, 3 vL V 1-V2'

1', 4', 2' , 3' φ


ip

V1
i1
vp
φ -V1
V2 '
vs' i2
π π-V2 ' 2π
φ 2π φ
E1 E2 E3 E4 E1 E2 E3 E4
Fonte: Adaptado de (DONCKER; DIVAN; KHERALUWALA, 1991).

Quando as tensões V1 e V2 são iguais, toda a transferência de potência ocorre nas eta-
pas E1 e E4, intervalos em que a diferença de tensão entre vp e vs é máxima.
A corrente no indutor poder ser equacionada por meio das etapas de operação da Fi-
gura 24-b:
V1 + V2
iL (1) () = − I m +  → 0     (2.1)
s L

V1 − V2
iL (2) () = I M + (  − ) →      (2.2)
s L

V1 + V2
iL (3) () = I m − (  −  ) →      +  (2.3)
s L

V1 − V2
iL (4) () = − I M − (  −  −  ) →  +     2 (2.4)
s L
V2
V2 = (2.5)
a
Em que:
iL corrente instantânea no indutor L [A];
Im valor mínimo da corrente do indutor na etapa 3 [A];
IM valor máximo da corrente do indutor na etapa 3 [A];
V1 valor médio da tensão da Porta 1 [V];
74

V2 valor médio da tensão na Porta 2 [V];


V2’ valor médio da tensão da Porta 2 referida ao primário [V];
L indutor de transmissão [H];
θ variável angular em [rad];
φ ângulo de defasagem [rad];
a relação de transformação n2/n1;
ωs frequência angular [rad/s].
Os valores da corrente no indutor em φ e π são respectivamente IM e Im. Assim, reali-
zando-se as devidas substituições, obtém-se:
V1 + V2 '
iL (1) (  ) = I M → I M + I m =  (2.6)
s L

V1 − V2 '
iL (2) (  ) = I m → I m − I M = (  − ) (2.7)
s L

Manipulando (2.6) e (2.7), encontra-se:


−V1 + 2V1 + V2 ' 
IM = (2.8)
2s L

V1 − V2 '  + 2V2 ' 


Im = (2.9)
2 s L

O valor médio da corrente na porta 1 pode ser obtida pela integração da corrente no
indutor no intervalo de 0 a π:
1 
iL(1) (  ) d  +  iL( 2) (  ) d 

I1 = 
  0  
(2.10)

A equação (2.10) com as devidas substituições resulta em:


V2  
I1 =  1 −  (2.11)
as L   
A mesma ideia pode ser aplicada para obter a corrente na porta 2:
1 
 iL(3) ( ) d 
 +
( )
   L( 2)
I2 = i  d  + (2.12)

V1  
I2 =  1 −  (2.13)
as L   
Muitas análises podem ser feitas com estas formas de onda e equações, porém, do
ponto de vista do transformador, os dados mais importantes são os valores eficazes de tensão
e corrente nos enrolamentos. A definição de valor eficaz é:
75

1 T
X rms =  f ( t ) 2 dt (2.14)
T 0

A simetria da forma de onda da corrente e o expoente quadrático da função permitem


a simplificação da análise considerando apenas metade do período de comutação, assim, o
valor eficaz da corrente no primário do transformador é dada por:

I prms = I Lrms =
1
 ( i

0 L(1)

( ) 2d  +  iL( 2) ( ) 2d  ) (2.15)

1 V12 a 2 3 − 2V2 V1 a3 + 12V2 V1 a2 − 8V2 V1 a3 + V2 2 3


I p rms = (2.16)
12 L2 s 2 a 2 

A corrente no secundário pode ser obtida pela relação de transformação:


I prms
I s rms = (2.17)
a
A forma de onda da tensão nos enrolamentos apresenta um formato quadrado e seu
valor eficaz equivale ao valor máximo, portanto:
Vprms = V1 (2.18)

Vsrms = V2 (2.19)

O fluxo de potência ativa entre as portas do conversor DAB, considerando o sistema


sem perdas, pode facilmente ser encontrado a partir de (2.11) e (2.13):

VV  
P1 = P2 = P = V1 I1 = 1 2
 1 −  (2.20)
as L  

A equação (2.20) mostra que o fluxo de potência entre as portas do conversor depen-
de das tensões nas duas portas, da frequência de comutação e da indutância de transmissão,
assim, é possível determinar a indutância necessária para limitar a potência máxima transferi-
da entre as portas. Estudos mostram que o ângulo máximo de operação para o conversor DAB
é 90° (DONCKER; DIVAN; KHERALUWALA, 1991; SANTOS, 2013), mas com ângulo de
defasagem acima de 45° a potência reativa processada pelo conversor começa a ficar elevada,
desta forma, toma-se este, como ângulo máximo de operação, assim, a indutância de dispersão
máxima pode ser calculada substituindo π/4 em (2.20):
3V1V2 
Lmax = , m a x = (2.21)
16as Pmax 4
76

2.2.2 Conversor DHB

O funcionamento do conversor DHB é muito semelhante ao do conversor DAB. Nes-


ta topologia, a tensão nos terminais do transformador é metade da tensão da porta e a corrente
nos enrolamentos sempre circulará em série com um capacitor, não ocorrendo a circulação de
corrente média pelo transformador, sendo esta, uma das principais vantagens reportadas na
literatura de se utilizar esta topologia (CHAKRABORTY; CHATTOPADHYAY, 2017). A
Figura 26 apresenta a estrutura de um conversor DHB e suas respectivas formas de onda.

Figura 26 - (a) Conversor Dual Active Half Bridge (DHB) e (b) principais formas de onda.
Defasadas em φ

i1 is1' i2
1 V 1/2 1' V2/2
1:a
L n1 :n2
V1 V2 R
v p ip vs' vs

Transformador
2 V 1/2 2' V2 /2

Fonte Filtro 1 Ponte 1 Ponte 2 Filtro 2 Carga


(a)
V1 /2+V2'/2
1, 2 vL V 1/2-V 2/2'

1', 2' φ
ip

V1 /2
i1
vp
φ -V 1/2
V 2'/2 I2
vs' is1'
π -V2 '/2 π 2π
φ φ

E1 E2 E3 E4 E1 E2 E3 E4
(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Estruturas em meia ponte são normalmente utilizadas em aplicações de menor potên-


cia, pois os semicondutores são submetidos à tensão total da porta, além de necessitar de ca-
pacitores com capacidade de suportar a corrente total da porta, prejudicando assim o aumento
na densidade de potência. Por outro lado, apresenta como vantagem o menor número de semi-
condutores, reduzindo a complexidade da topologia.
77

2.2.3 Conversor DAB T-Type

O conversor T-Type apresenta um interruptor bidirecional conectado entre o braço e


o neutro permitindo a obtenção de 3 níveis de tensão no ponto central, chegando a 5 níveis
com a utilização de 2 braços.

Figura 27 - Estrutura do conversor DAB T-Type proposto por (BEZERRA et al., 2015).

Vdc1
7
Vdc2

Fonte: (BEZERRA et al., 2015).

Figura 28 - Visão geral de oito modos de operação empregados para o esquema de modulação otimizado pro-
posto pelo autor.

modo
5

modo 4 modo 6
modo 7

modo 3

modo 8

modo 1 modo 2

Fonte: (BEZERRA et al., 2015).


78

Em (BEZERRA et al., 2015) um conversor T-Type compõe a porta 1 e um conversor


em ponte completa, a porta 2, formando a estrutura do conversor DAB, como ilustra a Figura
27. Este conceito de utilizar diferentes topologias é bem comum quando se trabalha em média
tensão, usando o conversor multinível no lado de média tensão e o conversor em ponte com-
pleta no lado de baixa tensão. A autor propõe o uso de 2 braços no conversor T-Type, obtendo
até 5 níveis de tensão no primário do transformador, dependendo o modo de operação e níveis
de tensão e corrente utilizados. A Figura 28 apresenta estes oito modos de operação obtidos
por meio de otimização numérica da modulação, em função da tensão e corrente da porta 1.
Estes oito modos de operação geram diferentes formatos tanto para a tensão no primário do
transformador, quanto na corrente.

2.2.4 Conversor DAB NPC

O conversor NPC foi introduzido por (NABAE; TAKAHASHI; AKAGI, 1981) e


apresenta grande aceitação na indústria.

Figura 29 - (a) Conversor DAB utilizando um conversor em ponte completa na porta 1 e um conversor NPC na
porta 2, (b) estratégia de modulação e (c) formas de onda de tensão e corrente no transformador.
Alta tensão Barramento CC-CC
NPC 3 níveis 3,8 kV CC
Baixa tensão Sa1 Sb1
Barramento CC-CC
Painéis S1 S3
fotovoltaicos Sa2 Sb2
VP/2
Indutância
de dispersão 1:n

VS VDAB
VAB Vab

S2 S4 Transformador S Sb3
de alta frequência a3 VP/2

Sa4 Sb4

(a)

(b) (c)
Fonte: (MOONEM; KRISHNASWAMI, 2014).
79

Este conversor é da família dos conversores multiníveis e pode fornecer vários níveis
de tensão no enrolamento do transformador, dependendo do número de diodos de grampea-
mento e interruptores. O conversor DAB NPC é composto por dois conversores NPC acopla-
dos por um transformador e assim como ocorre com o conversor T-Type, é muito comum uti-
lizar a topologia NPC apenas na parte de tensão elevada, em que são solicitados maiores es-
forços de tensão nos semicondutores, como os casos apresentado por (MOONEM;
KRISHNASWAMI, 2012, 2014) e ilustrado na Figura 29.
A Figura 30 apresenta o conversor DAB NPC de três níveis proposto por (FILBA-
MARTINEZ; BUSQUETS-MONGE; BORDONAU, 2014). Por ser constituído por dois bra-
ços NPC em cada lado, a tensão nos enrolamentos do transformador apresenta 5 níveis, redu-
zindo o conteúdo harmônico tanto da tensão quanto da corrente nos enrolamentos e reduzindo
também, as perdas tanto no núcleo, quanto no cobre, em relação ao conversor DAB convenci-
onal.

Figura 30 - (a) Conversor DAB NPC e (b) principais formas de onda.


iA i3a i3b iB

v Ca2 Ca ia ib Cb vCb2
i2a i2b
VA 1:n VB
L
v Ca1 Ca vL Cb vCb1
va vb
i1a i1b

Transformador
(a)
período de comutação no lado a período de comutação no lado a

(b)
Fonte: (FILBA-MARTINEZ; BUSQUETS-MONGE; BORDONAU, 2014).
80

2.2.5 Conversor DAB MMC

O conversor modular multinível, ou MMC, é muito interessante devido à sua modu-


laridade permitindo operar com valores elevados de tensão usando semicondutores de tensão
baixa. O custo desta modularidade é o elevado número de semicondutores, a complexidade no
controle com o aumento do número de níveis.
Em (WANG; ZHANG; SHENG, 2015) é apresentado um conversor modular multi-
nível aplicado a um transformador de estado sólido. Sua estrutura e suas principais formas de
onda são ilustradas na Figura 31. O SST proposto pelo autor apresenta um estágio CA-CC na
topologia MMC com submódulos em meia ponte. O conversor DAB desta estrutura é com-
posto por um conversor MMC igual ao estágio CA-CC acoplado por um transformador a um
conversor em ponte completa. Neste conversor, o ângulo de defasagem Φ é responsável pelo
controle do fluxo de potência do estágio CC e o ângulo θ representa a defasagem entre um
submódulo e os demais do mesmo braço com a finalidade de equilibrar a tensão de cada sub-
módulo. Apesar do autor tratar o barramento do conversor MMC como média tensão, seus
valores são 600 V no lado de média tensão e 200 V no lado de baixa tensão.

Figura 31 - Conversor DAB MMC.


ARM1

ARM3

SW1 SW3
L arm1 L arm3
MVDC

LVDC

U V W O1 Lk
Lm is
O2

L arm2 L arm4 HF-TRANS


SW2 SW4
ARM2

ARM4

Fonte: (WANG; ZHANG; SHENG, 2015)


81

2.2.6 Conversor DAB CA-CA

Os conversores DAB CA-CA são variações do conversor DAB convencional em que


os interruptores são bidirecionais em tensão e corrente. É uma estrutura interessante para se
utilizar em que não necessita de barramento CC, podendo apresentar uma variação topológica
com conversão direta CA-CC (BOSSO; OGGIER; GARCIA, 2014; WEISE; BASU;
MOHAN, 2011). A Figura 32 apresenta o conversor DAB CA-CA com um conversor em
ponte completa e um conversor em meia ponte proposto por (BRIGHENTI et al., 2017). Em
um período de comutação, o funcionamento é igual ao do conversor DAB convencional, mas
no período da rede, há uma envoltória senoidal na frequência da rede.

Figura 32 - (a) Conversor DAB CA-CA e (b) forma de onda da tensão e corrente em meio ciclo de rede.

i1 i2
S1 S3 vLT T S5 C1
n1:n2
v1 iLT vp LT v’s vs v2

S2 S4 S6 C2

Porta 1 = Porta 2
(a)
V 1 (θ)
IL (θ)

I1 (θ) I1AVG

θ
Ts/2
Tg /2
(b)
Fonte: (BRIGHENTI et al., 2017)

2.3 CONVERSOR TAB

O conversor TAB, introduzido por (MICHON et al., 2004), é uma extensão do con-
versor DAB, formando a categoria de conversores multiportas. Quatro portas podem ser obti-
82

das com a associação de duas, como o trabalho proposto por (SANTOS et al., 2014). O con-
versor TAB pode apresentar todas as variações topológicas do conversor DAB, mas devido à
grande extensão do conteúdo, será analisado apenas o conversor DAB convencional.
A Figura 33-a mostra o circuito do conversor TAB proposto por (MICHON et al.,
2004), em que é feito o acoplamento de uma fonte de tensão gerada por uma célula combustí-
vel, uma carga e baterias para armazenamento. A análise do conversor pode ser simplificada
considerando ele como uma rede de indutores utilizando o modelo π representado na Figura
33-b. Neste modelo ilustrado, a indutância magnetizante está toda referida à porta 0 e as for-
mas de onda de tensão são quadradas e em alta frequência. A Figura 33-c, mostra apenas uma
condição específica, mas pode apresentar diferentes formatos de corrente dependendo da
combinação dos parâmetros de cada porta.

Figura 33 - (a) Conversor TAB, (b) representação do conversor TAB como rede de energia de alta frequência
baseado no modelo π do transformador e (c) formas de onda de tensão e corrente nos enrolamentos
do transformador para φ10/2 > φ20 > φ10.

L0 1:n1 L1
V0 V1 R v0
v 0 i0 i1 v 1 φ 10
Fonte L3 Carga
v1 '
L2
V2 φ20
i2 v 2 v2 '
1:n2 Baterias
(a)
i0 L10 i0
+V0 +V1
-V0 L00 L21 -V1
1:1 1:n1 ϕ 10 i1 '
L20 +V2
1:n2 -V2 i2 '
ϕ 20
(b) (c)
Fonte: Adaptado de (MICHON et al., 2004; SANTOS, 2013).

O fluxo de potência entre as portas segue o mesmo comportamento do conversor


DAB:
V0V1   
P10 = 10 1 − 10  (2.22)
n1s L10   

V0V2   
P20 = 20 1 − 20  (2.23)
n2 s L20   
83

VV   
P21 = 1 2
21 1 − 21  (2.24)
n1n2 s L20   

P0 = P10 + P20 (2.25)

P1 = P10 + P21 (2.26)

P2 = P20 + P21 (2.27)

Em que:
Pij potência fluindo da porta i para a porta j;
φij defasagem entre a tensão vi e vj;
Lij indutância entre os conversores i e j.
As equações mostram que a variação de qualquer parâmetro em uma das portas afe-
tará todas as demais. Estratégias de controle como desacoplamento dinâmico (ZHAO;
ROUND; KOLAR, 2008, 2006) e desacoplamento por frequência podem ser utilizados para
fazer o controle de tensão individual da tensão ou potência.
O desacoplamento dinâmico consiste em equacionar e compensar o efeito da varia-
ção de uma variável nas demais portas, assim, por exemplo, a variação na defasagem da porta
2, modificará apenas a tensão da porta 2, mas internamente, o acoplador ajustará a defasagem
das demais portas para manter os valores constantes. O problema desta técnica ocorre quando
há mudanças nos pontos de operação do conversor, invalidando todo o equacionamento pre-
definido.
O desacoplamento em frequência é mais simples de ser implementado, pois consiste
em deixar a banda do controlador de uma das portas muito menor do que a banda da outra
porta, desta forma, os controladores não irão interferir no funcionamento um do outro. Apesar
de simples, esta técnica é muito limitada, pois para um desacoplamento em frequência, a dife-
rença de banda dos controladores deve ser de no mínimo 10 vezes. Dependendo da frequência
de operação, esta técnica torna-se totalmente inviável.

2.4 CONVERSOR MAB

O princípio de funcionamento dos conversores com mais de três portas é muito se-
melhante ao conversor TAB utilizando o modelo de rede de indutâncias. O conversor QAB,
introduzido por (QIANG; WEI-YANG; ZHEN-LIN, 2009), apresenta quatro portas isoladas.
Em (COSTA; BUTICCHI; LISERRE, 2015) é investigado o uso de conversores multiníveis
para a composição do conversor, entre elas estão: NPC, capacitor flutuante e T-Type, compa-
84

radas com a topologia em ponte completa e dentre os cenários analisados, o conversor T-Type
apresentou a pior performance. A generalização do conceito de conversores multiportas foi
feita por (FALCONES; AYYANAR; MAO, 2013) e ilustrada na Figura 34-a.
A análise como rede de alta frequência também é explorada por (FALCONES;
AYYANAR; MAO, 2013), que inicialmente obtém o modelo Y referindo todas as indutâncias
para a porta 1 e substituindo os conversores em ponte completa por uma fonte de onda qua-
drada em alta frequência, conforme ilustrado na Figura 34-b. As indutâncias para o modelo π,
usado no conversor TAB, mas denominado de modelo Δ pelo autor (Figura 34-d), são obtidas
com o circuito equivalente de Thevenin do modelo Y (Figura 34-c).
Figura 34 - (a) Conversor MAB, (b) circuito Y equivalente do conversor MAB referido à porta 1, (c) circuito
equivalente de Thevenin entre as portas j e k referidas à porta 1 e (d) circuito Δ equivalente do Con-
versor MAB, ou rede de indutâncias.
iLj' iL1
L j' L1

Eq. Thevenin
i1 L1 n1 n2 L2 i2
V2 vj' v1
V1 v1 iL1 iL2 v2
k = 1, 2..., n Lk' iLk '
k≠j
vj'

im-1 Lm-1 n nm Lm im
m -1
Ln ' iLn '
Vm
V m-1 vm -1 iLm-1 iLm vm
vn'
Lm

(a) (b)
iLj1 '
LLj1 iLk1 '
Eq. Thevenin LLk1
Lj' Pjk LTHj iLj' P jk Pkj
Ljk =Lkj iLk'

vj' vTHk vj' iLjn ' iLkn ' vk


LLjn
LLkn
(c) (d)
Fonte: (FALCONES; AYYANAR; MAO, 2013).

A indutância de Thevenin LTHj proposta pelo autor é obtida pelo equivalente de todas
as indutâncias, com exceção da indutância j:
−1
 1 n
1 
LTHj = + '  (2.28)
 Lm k  j Lk 
O objetivo é calcular o fluxo de potência entre as portas j e k, portanto, a tensão de
Thevenin da fonte k do circuito da Figura 34-d é obtida zerando todas as demais fontes, com
85

isso, as indutâncias restantes formam um divisor resistivo com a indutância k, assim, a equa-
ção para a tensão vTHk fica:
−1
 1 n
1
 +  
Lm l  j ,k L'l 
vTHk =  v' (2.29)
−1 k
 1 n
1
L'k +  + ' 
 Lm l  j ,k Ll 
A potência entre as portas j e k é dada por:

v j vTHk   jk 
Pjk =   1 −  (2.30)
s ( L' j + LTHj )  
jk

 
Que conforme visto anteriormente, também pode ser calculada por:

v'j vk'   jk 
Pjk =  j k 1 −  (2.31)
s L jk   
 
Comparando (2.30) e (2.31) chega-se à expressão da indutância entre j e k:
−1
 1 n
1
L jk = ( L j + LTHj ) 
' '
+ '  (2.32)
 Lm l  j ,k Ll 
O número de indutâncias presentes na rede é dado pela combinação:
n!
links = C ( n, 2 ) = (2.33)
2!( n − 2 )!

A equação (2.33) mostra que a complexidade do sistema aumenta com o aumento do


número de portas. As formas de onda de corrente no transformador apresentam comportamen-
to semelhante ao conversor TAB. Com o aumento do número de portas, aumentam também as
combinações de defasagens possíveis, modificando consideravelmente a forma de onda, devi-
do ao elevado número de condições e etapas de operação, os trabalhos apresentados na litera-
tura simplificam a análise pela rede de indutâncias.

Figura 35 - Modelo Y equivalente simplificado de um conversor MAB em alta frequência.


v0
L1 iL1 L2 iL2 Ln iLn

v1 v2 vn

Fonte: produção do próprio autor.


86

O circuito Y equivalente apresentado na Figura 34-b pode ser simplificado e rearran-


jado conforme ilustra a Figura 35.
Pela figura:
vL1 = v1 − v0 (2.34)

vL 2 = v2 − v0 (2.35)

vLn = vn − v0 (2.36)
Sabe-se que:
diL
vL = L (2.37)
dt
diL vL
= (2.38)
dt L
Assim:
diL1 v1 − v0
= (2.39)
dt L1

diL 2 v2 − v0
= (2.40)
dt L2

diLn vn − v0
= (2.41)
dt Ln

A soma da corrente em um nó é sempre igual a zero, assim:


iL1 + iL 2 + ... + iLn = 0 (2.42)

diL1 diL 2 di
+ + ... + Ln = 0 (2.43)
dt dt dt
Substituindo (2.41) em (2.43):
v1 − v0 v2 − v0 v −v
+ + ... + n 0 = 0 (2.44)
L1 L2 Ln

Isolando vo em (2.44):
1 1 1  v v v
v0  + + ... +  = 1 + 2 + ... + n (2.45)
 L1 L2 Ln  L1 L2 Ln

1 1 1 1
= + + ... + (2.46)
Leq L1 L2 Ln

Desta forma:
Leq Leq Leq
v0 = v1 + v2 + ... + vn (2.47)
L1 L2 Ln
87

Aplicando (2.47) em (2.39), (2.40) e (2.41):


diL1 v1 Leq  v1 v2 v 
= −  + + ... + n  (2.48)
dt L1 L1  L1 L2 Ln 

diL 2 v2 Leq  v1 v2 v 
= −  + + ... + n  (2.49)
dt L2 L2  L1 L2 Ln 

diLn vn Leq  v1 v2 v 
= −  + + ... + n  (2.50)
dt Ln Ln  L1 L2 Ln 
As equações (2.48), (2.49) e (2.50) podem ser representadas de forma compacta:
diLi vi Leq n
vx
dt
= −
Li Li
L
x =1
(2.51)
x

A equação (2.51) reforça claramente que uma perturbação em uma das tensões afeta
todas as demais. Desta forma, para compreender mais sobre o comportamento das correntes e
tensões do conversor MAB, foi elaborado uma rotina no MATLAB com o recurso App De-
signer, com a possibilidade de variar os parâmetros e avaliar o funcionamento.

Figura 36 - Tela do aplicativo desenvolvido para a análise do conversor MAB.

Fonte: produção do próprio autor.


88

Além disso, esta rotina fornece os dados para o dimensionamento do barramento


magnético. A tela da rotina é apresentada na Figura 36. Além das formas de onda, a rotina
calcula os valores de indutância de dispersão necessários para cada enrolamento, avalia as
potências ativa e não ativa em cada porta dando um diagnóstico completo para conversores de
até 5 portas. As tensões são funções pré-definidas, desta forma, a equação (2.51) fornece to-
dos os dados para os cálculos no domínio do tempo para a rotina. O modo de operação apre-
sentado na tela mostra que para as condições descritas, a potência máxima em uma das portas
é 2,78 kW. Nota-se que a potência total processada pelo conversor MAB é 7,32 kW e pelo
barramento magnético, 10,52 kVA. Além disso, para processar estas potências, cada porta
deve ter uma indutância série de no máximo 25 µH.

2.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

Os conversores da família MAB são apenas topologias já conhecidas de conversores


CC-CA acopladas por um barramento magnético. Sua estrutura básica é formada por conver-
sores em ponte completa, mas funciona perfeitamente com topologias em meia ponte e multi-
níveis. A escolha da melhor topologia a ser utilizada segue os mesmos critérios para a escolha
destes conversores em aplicações normais, os conversores multiníveis são mais indicados para
operações em alta tensão, enquanto em tensões mais baixas, é mais conveniente usar conver-
sores em ponte completa ou meia ponte. É muito comum a utilização de estruturas híbridas,
em que no lado de alta tensão está um conversor multinível e no lado de baixa tensão, um
conversor em ponte completa, aproveitando as características de cada topologia.
O aumento do número de portas torna o sistema mais complexo, pois como todos os
parâmetros são acoplados, uma mudança em uma das portas afetará todas as demais, necessi-
tando de soluções mais complexas para controlar o fluxo de potência. Apesar disso, os con-
versores MAB apresentam grandes vantagens para utilização em acoplamento de sistemas,
pois apresentam todas as portas com isolação galvânica, sendo extremamente atrativo para
uso em transformadores de estado sólido e interconexão de fontes renováveis de energia.
89

3 BARRAMENTO MAGNÉTICO

3.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo é dedicado a toda a análise qualitativa e quantitativa do barramento


magnético. O objetivo é evoluir o assunto de forma gradativa iniciando com uma breve expli-
cação sobre as leis do eletromagnetismo que regem o funcionamento de um barramento mag-
nético e na sequência apresentar o funcionamento de um barramento magnético. Após intro-
duzir os princípios básicos e o funcionamento, serão apresentados os materiais que fazem
parte da construção de um barramento magnético: materiais magnéticos, materiais condutores
e materiais isolantes, em que serão abordados os principais tipos e os efeitos indesejados nes-
tes materiais como saturação, correntes parasitas, histerese e correntes parasitas nos conduto-
res ocasionando um aumento no valor de sua resistência em alta frequência. Dando continui-
dade, serão avaliados os efeitos parasitas e indesejados em um barramento magnético: indu-
tância de dispersão, indutância magnetizante e capacitâncias parasitas. Na sequência, serão
apresentadas as geometrias de barramentos magnéticos utilizadas neste trabalho e após, será
introduzido um modelo térmico simplificado para determinar a elevação de temperatura. Por
fim, de posse de todos os conhecimentos listados acima, será apresentada uma metodologia de
projeto baseada em métodos numéricos para a otimização das perdas de um barramento mag-
nético.
No capítulo de introdução já foi apresentado o objetivo de um barramento magnético
em que ele apresenta as seguintes funções: (KAZIMIERCZUK, 2013):
• modificar os níveis de tensão e corrente;
• inverter forma de onda de tensão;
• transformação de impedância;
• promover a isolação elétrica entre partes de um sistema operando em diferentes
potenciais;
• transferência de energia magnética;
• gerar múltiplas saídas.

3.2 LEIS DO ELETROMAGNETISMO

Esta seção é uma pequena revisão de (BASTOS, 2012; HURLEY; WÖLFLE, 2013;
KAZIMIERCZUK, 2013). Em 1865 Maxwell unificou as equações que regem o eletromagne-
90

tismo moderno acrescentando contribuições e criando uma conexão entre fenômenos eletros-
táticos e magnetostáticos. A formulação moderna das equações de Maxwell na forma conhe-
cida hoje são apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 - Equações de Maxwell


Forma diferencial Forma integral
D  D 
Lei de Ampère Maxwell H = J +
t  C
H  d l =   J +
S

  da
t 
B B
Lei de Faraday E = −
t C E  dl = −S t  da
 D  da =  v dv = Q
Lei de Gauss para a
 D = v
eletricidade G V


Lei de Gauss para o B  da = 0
magnetismo
 B = 0 G
Fonte: (BASTOS, 2012; HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK, 2013).

As principais grandezas do eletromagnetismo são:


E intensidade de campo elétrico [V/m];
H intensidade de campo magnético [A/m];
B densidade de fluxo magnético ou indução magnética [T];
D densidade de fluxo elétrico ou indução elétrica [C/m²]
J densidade superficial de corrente [A/m²];
ρv densidade volumétrica de carga [C/m³];
ε permissividade elétrica [F/m];
μ permeabilidade magnética [H/m]
σ condutividade elétrica [Ωm-1];
ρ resistividade elétrica [Ωm];
ϕ fluxo magnético [Tm² ou Wb].

3.2.1 Relações constitutivas

Este item apresenta as chamadas relações constitutivas, que são utilizadas nas mani-
pulações das equações de Maxwell. A intensidade do campo elétrico E, ao passar por um
meio com permissividade elétrica ε, origina uma densidade de fluxo elétrico D. Isto ocorre
também com a intensidade de campo magnético H, que dá origem a uma densidade de fluxo
magnético B ao passar por um meio com permeabilidade magnética μ. A relação entre estas
grandezas são:
91

D = E (3.1)
B = H (3.2)
É comum a utilização de valores relativos para permissividade elétrica e permeabili-
dade magnética tendo como base seus valores no vácuo, desta forma, estas variáveis podem
ser escritas como:
 = 0  r (3.3)

 = r 0 (3.4)

Em que:
ε0 permissividade elétrica no vácuo [≈ 8,854∙10-12 F/m];
εr permissividade elétrica relativa;
μ0 permeabilidade magnética no vácuo [≈ 4π∙10-7 H/m];
μr permeabilidade magnética relativa.

Pode-se calcular o fluxo magnético ϕ atravessando uma superfície S por meio da in-
tegral de superfície da densidade de campo magnético B:
 =  B  da (3.5)
S

Em que:
S superfície enlaçada por um contorno C;
a vetor normal à superfície S.
Outra relação que será importante para a manipulação das equações de Maxwell é a
densidade de corrente, que pode ser calculada de forma semelhante ao fluxo magnético ϕ.
i =  J  d a (3.6)
S

Em que:
i corrente elétrica que atravessa uma superfície S.
A lei de Ohm pode ser expressa em função da condutividade elétrica:
J = E (3.7)
As equações (3.1), (3.2) e (3.7) são chamada de relações de passagem ou constituti-
vas e são usadas para auxiliar nas equações de Maxwell.
92

3.2.2 Lei de Ampère Maxwell

A lei de Ampère relaciona a intensidade de campo magnético dentro de um laço fe-


chado com a corrente passando por este caminho, ou seja, ela indica que uma corrente induz
um campo magnético e vice versa. O termo ∂D/∂t, contribuição de Maxwell referente à cor-
rente de deslocamento, indica que a variação temporal de um campo elétrico induz um campo
magnético. As equações nas formas diferencial e integral são:
D
H = J + (3.8)
t
 D 
 C
H  d l =   J +
S

  da
t 
(3.9)

Em que:
C caminho fechado ao redor das correntes ou curva Amperiana;
l vetor no sentido da curva Amperiana.

Para simplificar as análises, as equações de Maxwell podem ser aproximadas no re-


gime quase estático, que consiste em considerar as variações dos campos elétrico e magnético
suficientemente lentas em relação às suas variações temporais. As equações (3.8) e (3.9) apre-
sentam termo variante no tempo em relação ao campo elétrico, que corresponde à corrente de
deslocamento (∂D/∂t). Ao fazer a aproximação quase estática magnética, este termo é consi-
derado desprezível simplificando as equações para:
 H = J (3.10)

 C
H  dl =  J  da
S
(3.11)

Substituindo (3.6) em (3.11):

 C
H  dl = i (3.12)

Multiplica-se N quando há mais de uma espira gerando campo magnético:

 C
H  dl = Ni (3.13)

O termo Ni corresponde à força magnetomotriz fmm, sendo a “fonte” geradora de


fluxo magnético:
fmm = Ni (3.14)
Em que:
i corrente elétrica;
N número de espiras;
93

fmm força magnetomotriz.

A equação (3.12) apresenta uma interpretação mais visual da lei de Ampère, como é
ilustrado na Figura 37.

Figura 37 - Ilustração da lei de Ampère.

i2 H
i1
i3

H C
Fonte: (KAZIMIERCZUK, 2013).

3.2.3 Lei de Faraday

Como abordado no item 1.3.1, a lei de Faraday, também conhecida como lei da indu-
ção eletromagnética, é um marco para a invenção do transformador, pois é ela que relaciona a
indução de uma tensão elétrica a partir da variação de um campo magnético. A contribuição
de Heinrich Friedrich Emil Lenz nesta lei diz que a direção da corrente induzida tende a se
opor a variação do fluxo magnético que lhe deu origem, conforme é ilustrado na Figura 38.

Figura 38 - Ilustração da lei de Lenz.

ig ii
ϕ

S Bg
Bi

ig ii
V
Fonte: produção do próprio autor.

As equações da lei de Faraday são:


B
E = − (3.15)
t
94

B
 C
E  d l = − 
S t
 da (3.16)

Substituindo (3.5) em (3.16):



 C
E  dl = −
t
(3.17)

O potencial elétrico ou força eletromotriz (fem) é definido por:


fem =  C
E  dl (3.18)

Substituindo (3.18) em (3.17):



fem = − (3.19)
t
O fluxo concatenado λ equivale ao fluxo multiplicado pelo número de espiras:


fem = − N (3.20)
t

fem = − (3.21)
t
Em que:
fem potencial elétrico [V];
λ fluxo concatenado Nϕ [Tm2].

3.2.4 Lei de Gauss para a eletricidade

Esta equação relaciona carga elétrica dentro de um volume com a densidade de fluxo
elétrico D. A Figura 39 apresenta a interpretação desta lei.
Figura 39 - Ilustração da lei de Gauss.

D
Borda da
superfície
Q fechada G

Volume V
Fonte: produção do próprio autor.

Suas equações são:


 D = v (3.22)
95

 G
D  da =  v dv = Q
V
(3.23)

Em que:
G superfície fechada (Gaussiana);
V volume interno da gaussiana;
Q carga elétrica no interior da gaussiana.

3.2.5 Lei de Gauss para o magnetismo

A equação da lei de Gauss para o magnetismo indica que a densidade de fluxo mag-
nético B é conservativa. Ou seja, o fluxo magnético que entra em um volume é igual ao que
sai e isto evidencia inexistência de monopolo magnético, como pode ser visto na Figura 40.

Figura 40 - Ilustração da lei de Gauss para o magnetismo.

Borda da B
B superfície
fechada G

Gerador de B Volume V

Fonte: produção do próprio autor.

Suas equações são:


 B = 0 (3.24)

 G
B  da = 0 (3.25)

3.2.6 Circuitos magnéticos

Os circuitos magnéticos são analogias das grandezas magnéticas com os elementos


de circuitos elétricos, fornecendo uma ferramenta para a análise do comportamento magnético
de um sistema. Manipulando as equações (3.2), (3.4) e (3.13), obtém-se:

lC
fmm = Ni =  (3.26)
 r  0 AS
96

lC
= (3.27)
 r  0 AS

fmm = Ni =  (3.28)
Em que:
lC comprimento do caminho C [m];
AS área da superfície S [m2];
ℜ relutância magnética [A/Wb].
A equação (3.28) apresenta o mesmo formato da lei de Ohm, permitindo uma analogia
do circuito magnético com um circuito elétrico conforme é ilustrado na Figura 41. A força
magnetomotriz é uma fonte que força a circulação de fluxo magnético em um circuito, análo-
ga a uma fonte de tensão em um circuito elétrico. A relutância magnética é uma resistência do
material à circulação fluxo magnético, fazendo analogia à resistência elétrica. Já o fluxo mag-
nético é análogo à corrente elétrica. Circuitos mais complexos, com meios diferentes podem
ser analisados com maior facilidade com esta ferramenta. A equação (3.27) mostra que a relu-
tância é dependente da geometria do núcleo (lC e AS) e das características do material
(μ = μrμ0).

Figura 41 - Analogia entre circuito elétrico e magnético.


ϕ

i ϕ
+
N +
fmm = Ni ℜ
fmm = Ni
-

-
lc
Fonte: produção do próprio autor.

3.3 O BARRAMENTO MAGNÉTICO

Os princípios de funcionamento de um barramento magnético são exatamente iguais


a de um transformador, principalmente quando o barramento magnético apresentar apenas
duas portas. Porém, como este trabalho tem como escopo estudar o barramento magnético,
então o elemento estudado será tratado como “barramento magnético” e toda sua análise será
referenciada desta forma, apesar dos conceitos serem os mesmos de um transformador. A lei
de Faraday rege o princípio fundamental de funcionamento do barramento magnético. Um
97

fluxo magnético variante no tempo gerado por um enrolamento induz uma tensão também
variante no tempo nos demais enrolamentos enlaçados por este fluxo. A Figura 42 apresenta
um barramento magnético com dois enrolamentos operando a vazio e com carga. Na operação
a vazio, ilustrada na Figura 42-a, apenas o fluxo magnetizante circula pelo núcleo. Ao conec-
tar uma carga, conforme mostra a Figura 42-b, a tensão induzida no enrolamento 2 faz circu-
lar uma corrente i2 que gera um fluxo ϕ2 no interior do núcleo.

Figura 42 - Barramento magnético com dois enrolamentos (a) a vazio e (b) com carga.
ϕ ϕ1 ϕ
iϕ i1 +iϕ ϕm 2
i2

+ + + + + + +
v1 e1 N1 N2 e2 v1 e1 N1 N2 e2 v2
_ _ _ _ _ _ _

(a) (b)
Fonte: adaptado de (HURLEY; WÖLFLE, 2013).

Na operação com carga, o fluxo magnetizante continua circulando no núcleo indu-


zindo uma tensão e2. A corrente i2 passa a gerar um fluxo magnético ϕ2. Segundo a lei de
Lenz, uma corrente i1 passa a circular no enrolamento primário gerando um fluxo magnético
ϕ1 em sentido oposto ao fluxo ϕ2. Os fluxos ϕ1 e ϕ2 cancelam-se no interior do núcleo, inici-
ando assim, a transferência de energia por meio do fluxo magnético. De forma simplificada,
pode-se dizer que fluxo resultante no interior do núcleo é apenas o fluxo magnetizante, sendo
ele, o responsável pelas perdas magnéticas no núcleo. Em transformadores reais, também há
uma parcela do fluxo disperso circulando no interior núcleo, que também geram perdas mag-
néticas e dependendo dos valores, estas perdas podem ser significativas.
Uma das equações mais importantes no projeto do barramento magnético é lei de Fa-
raday. Nela pode-se obter a relação entre a densidade do fluxo magnético passando por uma
superfície com área Ac para qualquer tipo de forma de onda de tensão. Normalmente os méto-
dos de cálculos utilizam um fator em relação ao valor médio no intervalo em que o fluxo
magnético parte de zero até seu valor máximo, que corresponde a 4,44 para tensão senoidal e
4 para tensão quadrada. A equação genérica para a lei de Faraday é:
d dB
v=N = NAm (3.29)
dt dt
Am = k f Ac (3.30)
98

Em que:
N número de espiras;
Am área efetiva da seção transversal do núcleo;
kf fator de empacotamento.

A Figura 43 mostra a forma de onda da tensão e densidade de fluxo magnético para


dois diferentes tipos de forma de onda de tensão.

Figura 43 - Diferentes formas de onda de tensão e densidade de fluxo magnético relacionados pela lei de Fara-
day.

V1 V1
vp (t) vp (t)
-V1 -V1
2π Bmax Bmax
B(t) B(t)
π -Bmax 2π -Bmax
π

Fonte: produção do próprio autor.

De forma simplificada, considera-se que o fluxo magnético é igual para todos os en-
rolamentos que envolvem o núcleo, assim, aplica-se este conceito em (3.29) para a existência
de dois enrolamentos:
dB
v1 = N1 Am (3.31)
dt
dB
v2 = N 2 Am (3.32)
dt
Substituindo (3.31) em (3.32):
v1 v
= 2 (3.33)
N1 N 2

Ao conectar uma carga no secundário, haverá além do fluxo magnetizante, os fluxos


ϕ1 e ϕ2. Ao modelar estas grandezas em um circuito magnético tem-se a seguinte relação:
fmm1 +  − fmm 2 = 0 (3.34)

N1i1 +  − N2i2 = 0 (3.35)


Considerando que a fmm1 e a fmm2 são muito maiores que o valor ℜϕ resultante da
relutância do núcleo:
N1i1 = N2i2 (3.36)

Desta forma, chega-se às relações de transformação de um barramento magnético:


99

N1 v1 i2 1
= = = (3.37)
N 2 v2 i1 a
Em que:
a relação de transformação normalizada em relação a N1.
Multiplicando (3.33) por (3.36):
R1 N12
= (3.38)
R2 N 2 2
A equação (3.38) mostra que a relação de impedâncias é quadrática.
O circuito equivalente do barramento magnético é ilustrado na Figura 44. As reatân-
cias Xl1 e Xl2 representam a indutância de dispersão, a reatância Xc refere-se à indutância mag-
netizante. As resistências R1 e R2 correspondem às perdas nos enrolamentos e a resistência Rc
representa as perdas no núcleo. As capacitâncias parasitas de cada enrolamento são represen-
tadas por Cp1 e Cp2. Entre os enrolamentos há uma capacitância parasita denominada C12 (LU;
ZHU; HUI, 2003). Para simplificar as análises pode-se referir todas as impedâncias para um
lado do barramento magnético. Este conceito pode ser utilizado para múltiplos enrolamentos
por meio do modelo Y já apresentado na Figura 34-b.

Figura 44 - Circuitos equivalentes do barramento magnético de dois enrolamentos: (a) circuito completo, (b)
impedâncias do secundário referidas ao primário e (c) impedâncias equivalentes referidas ao primá-
rio.
C 12

R1 X l1 iϕ n1:n2 X l2 R2
i1 i2
C p2
v1 v2 ZL
Cp1 ic im E 1 E2
Rc Xm 1:a
(a)
C 12

i1 R1 X l1 iϕ X l2 ' i2 R2'
C p1 C p2 '
v1 v 2' Z L'
ic im
Rc Xm
(b)
C12

iϕ X eq ' R eq '
i1 i2
v1 C peq' v 2' Z L'
ic im
Rc Xm
(c)
Fonte: adaptado de (HURLEY; WÖLFLE, 2013) e (LU; ZHU; HUI, 2003).
100

Considerando que indutância magnetizante é muito maior que a indutância de disper-


são, a reatância equivalente pode ser calculada por:
X eq ' = X l1 + X l 2 ' (3.39)

n12
Xl2 ' = Xl2 (3.40)
n2 2
A queda de tensão através das indutâncias de dispersão pode ser considerada insigni-
ficante sobre o efeito total das capacitâncias parasitas (LU; ZHU; HUI, 2003). Desta forma, a
capacitância parasita equivalente pode ser simplificada por:
C peq '  C p1 + C p 2 ' (3.41)

A capacitância referida pode ser determinada por (3.40), sabendo que:


1
Xc = (3.42)
C
A equação (3.42) mostra que ao contrário das indutâncias, as capacitâncias parasitas
são maiores quando vistas pelos enrolamentos com menos espiras.

3.4 MATERIAIS MAGNÉTICOS

Os núcleos magnéticos, responsáveis por criar um caminho bem definido para o flu-
xo magnético, são fabricados com materiais que possuem capacidade criar um campo de in-
dução magnético B elevado ao serem submetidos a um campo magnético H. Ou seja, devem
possuir uma elevada permeabilidade magnética relativa µr. Os materiais magnéticos são par-
tes fundamentais de um barramento magnético, pois nele ocorre toda a transferência de potên-
cia por meio do fluxo magnético ϕ.
Neste item serão apresentadas as características gerais dos materiais magnéticos e in-
troduzir os materiais mais utilizados para servirem de núcleo para os barramentos magnéticos.
Embora existam diversos materiais, os principais são: o ferro silício, ferrite, materiais amorfos
e nanocristalinos (SHE; HUANG; BURGOS, 2013; MCLYMAN, 1994; DU et al., 2010). Os
dados presentes nesta seção são baseados exclusivamente nas informações fornecidas pelos
fabricantes, sem a realização de ensaios experimentais.

3.4.1 Características gerais

Um núcleo com material de alta permeabilidade apresenta um caminho bem definido


para o fluxo magnético, confinando-o no seu interior, exceto nas proximidades dos enrola-
101

mentos (MCLYMAN, 1994). Conforme a lei de Ampére (3.13), o campo elétrico H é propor-
cional à corrente no enrolamento, e pela lei de Faraday (3.19), a densidade de fluxo magnético
B é proporcional à integral da tensão no enrolamento e B está relacionado com H pela perme-
abilidade magnética μ. Desta forma, materiais com alta permeabilidade magnética apresentam
uma maior densidade de fluxo B, para menores amplitudes de corrente no enrolamento
(HURLEY; WÖLFLE, 2013).
Os materiais magnéticos são basicamente divididos em dois grupos:
• meios doces ou moles: materiais diamagnéticos, paramagnéticos e ferromagnéti-
cos;
• meios duros: imãs permanentes.
Os materiais diamagnéticos apresentam permeabilidade relativa μr próxima, porém
ligeiramente menor que um. Alguns exemplos de materiais diamagnéticos são: mercúrio, ou-
ro, prata e cobre. Já os materiais paramagnéticos, como o alumínio, apresentam permeabilida-
de relativa levemente maior que 1, porém muito próxima.
Os materiais ferromagnéticos tais como o ferro, níquel, cobalto e suas ligas apresen-
tam permeabilidade magnética relativa muito maior do que um, sendo estes, os materiais mais
usados nos núcleos.

3.4.1.1 Saturação dos materiais ferromagnéticos

Apesar da alta permeabilidade, há um limite de fluxo magnético gerado nos materiais


magnéticos antes que ele atinja a saturação.

Figura 45 - Saturação do núcleo: a) ilustração do núcleo saturado com o fluxo magnético circulando pelo núcleo
e pelo ar e b) curva B-H de um material ferromagnético.
Fluxo Magnético

ϕ
i

Vista superior
N
H B [T] μ 0H

μH
Núcleo Magnético μ0 H

H [A/m]
Fonte: adaptado de (MCLYMAN, 1994).
102

Nesta situação, o fluxo magnético passa a circular pelo ar ao invés do núcleo, con-
forme ilustrado na Figura 45. Nesta situação, há uma não linearidade na curva B-H, pois o
fluxo magnético não aumenta mais linearmente com o aumento da corrente i.
A temperatura também afeta o comportamento magnético dos materiais. Ao aquecer um
material a uma temperatura crítica, aproximadamente 770°C para o ferro e 200°C para o ferri-
te, ele passa a se comportar como um material paramagnético. Este valor crítico de temperatu-
ra é denominado “temperatura de Curie” (TC).

3.4.1.2 Histerese

A histerese é um fenômeno ilustrado pela Figura 46-a que ocorre devido ao efeito de
“memória” causado ao aplicar um campo magnético externo. Considerando um material fer-
romagnético completamente desmagnetizado, se aumentar a densidade de fluxo magnético B
até seu valor de saturação Bsat por meio do incremento do campo magnético H, o comporta-
mento da magnetização segue a curva (1) na Figura 46-a.

Figura 46 - (a) Laço de histerese na magnetização de um material ferromagnético, (b) curva de permeabilidade
magnética em função do campo magnético.
B
(1) μ
Bsat μmax
Br
μi
(2) (3) (4)

-Hc Hc H

-Br

-Bsat
(a) (b) H
Fonte: (HURLEY; WÖLFLE, 2013).

Ao diminuir o campo magnético H, o comportamento do material seguirá pela curva


(2) e ao atingir o valor zero, ainda haverá uma densidade de fluxo magnético remanescente Br.
Para que o material seja completamente desmagnetizado, um campo magnético negativo de
valor Hc deve ser aplicado, sendo este, chamado de força coercitiva do material. Ao aplicar
valores alternados de corrente, após a magnetização, o comportamento seguirá as curvas (2) e
(3). Em materiais não magnéticos como o ar, não haverá histerese e seu comportamento se-
103

guirá a curva (4). As perdas por histerese são calculadas pela área interna ao laço de histerese,
então, materiais com menor força coercitiva apresentam menores perdas.
A permeabilidade magnética nos materiais ferromagnéticos não é constante, ela parte
de um valor inicial μi e atinge o valor de permeabilidade máxima μmax próximo ao valor de
saturação Bsat, conforme ilustrado na Figura 46-b.
As variáveis representadas na Figura 46 são:
Bsat máxima densidade de fluxo magnético;
Br densidade de fluxo magnético remanescente;
Hc força coercitiva;
μi permeabilidade magnética inicial;
μmax permeabilidade magnética máxima.

3.4.1.3 Correntes parasitas

Alguns materiais magnéticos apresentam baixa resistividade elétrica ρ, como exemplo o


aço. Pela lei de Faraday (3.19), um fluxo variante no tempo induz uma tensão também varian-
te no tempo. Este efeito ocorre da mesma forma no núcleo, gerando correntes parasitas que
circulam no núcleo magnético. Como consequência, ocorrem perdas resistivas no interior do
núcleo conforme ilustrado na Figura 47-a. A estratégia usada para reduzir este efeito é fazer o
núcleo em lâminas isoladas, conforme a Figura 47-b.
Figura 47 - (a) corrente parasita induzida no núcleo, (b) núcleo em lâminas para reduzir o efeito da corrente
parasita.
ie ie/n

n=l/t

(a) (b)
Fonte: (HURLEY; WÖLFLE, 2013).
104

3.4.2 Perdas no núcleo

A principal ferramenta matemática para os cálculos das perdas totais em materiais


magnéticos é a equação Geral de Steinmetz (GSE – General Steinmetz Equation)
(STEINMETZ, 1892), que fornece as perdas por histerese e perdas por correntes parasitas de
um material magnético para uma excitação senoidal:
Pfe = K c f  Bmax

(3.43)

Em que:
Pfe perdas no ferro [W];
Kc constante para a equação de Steinmetz para o material [W/(T·Hz)];
f frequência da excitação senoidal [Hz];
Bmax valor máximo da densidade de fluxo magnético [T];
α constante para a equação de Steinmetz para o material;
β constante para a equação de Steinmetz para o material.

As constantes Kc, α e β são referentes às características dos materiais e normalmente


são fornecidos pelos fabricantes. Alguns fabricantes fornecem apenas as curvas de perdas por
volume ou perdas por massa em função da frequência para alguns valores de densidade de
fluxo magnético, neste caso, é possível obter facilmente esses valores por métodos de siste-
mas lineares, pois as perdas em função da frequência em escala logarítmica são praticamente
linhas retas.

3.4.2.1 Equação de Steinmetz melhorada (iGSE)

Dentro das aplicações da eletrônica de potência, é mais comum trabalhar com excita-
ções não senoidais no transformador. Devido à característica não linear dos materiais magné-
ticos, não basta apenas somar as perdas referentes a cada componente da série de Fourier. A
equação geral de Steinmetz melhorada (iGSE - improved General Steinmetz Equation)
(VENKATACHALAM et al., 2003), permite o cálculo das perdas para excitações não senoi-
dais, mantendo mesmas constantes usadas na GSE. O valor médio das perdas em um período
é dado por:

1 T dB ( t ) −
Pfe =  ki B dt (3.44)
T 0 dt

Em que:
105

Kc
ki = 0 
(3.45)
−1
2  −1
 cos (  ) d 
2

3.4.3 Ferro silício

O ferro silício é o material mais indicado para barramentos magnéticos que operem
em baixas frequências, até cerca de 500 Hz. Para esta faixa de frequência, as perdas por histe-
rese são muito menores que as perdas por correntes parasitas, sendo normalmente desprezadas
nos cálculos. Por outro lado, a baixa resistividade do aço torna as perdas por correntes parasi-
tas elevadas. A adição de silício ao ferro, normalmente de 1% a 3%, aumenta a resistividade e
permeabilidade magnética e reduz as perdas por histerese, porém, reduz a densidade de fluxo
magnético de saturação (Bsat) e a temperatura de Curie (KAZIMIERCZUK, 2013).
Uma das estratégias de reduzir as perdas por correntes parasitas é usar lâminas finas
isoladas entre si, como foi apresentado na Figura 3. A laminação a frio foi uma tecnologia que
agregou uma grande melhora nos núcleos de ferro silício para transformadores, obtendo cha-
pas de grão orientado (GO) que apresentam uma fácil magnetização no sentido da orientação
dos grãos. Este processo tornou possível fabricar lâminas mais finas que as de grão não orien-
tado (GNO), além de apresentar uma estrutura molecular que reduz as perdas por histerese e
aumenta a permeabilidade magnética (MCLYMAN, 1994; OLIVEIRA, 2011). As lâminas de
GO apresentam um excelente uso em núcleos de transformadores, pois a direção do fluxo é
constante, podendo aproveitar a característica da orientação dos grãos. A espessura mínima
típica em lâminas de GNO é de 0,5 mm , já em lâminas de GO, chegam a 0,18 mm, como as
fabricadas pela empresa AK steel (AK STEEL, c2020). A empresa Arnold fabrica lâminas de
0,127 mm em GNO e 0,025 mm em GO (ARNOLD, 2020). No mercado nacional, há três
grandes fabricantes de aço para fins magnéticos: Aperam, CSN e Usiminas (LANDGRAF,
2002). A Tabela 2 apresenta os dados disponíveis no catálogo da siderúrgica nacional Aperam
(APERAM, 2012).
As lâminas de ferro silício apresentam elevados valores de densidade de fluxo mag-
nético de saturação, alta permeabilidade magnética relativa (normalmente entre 500 a 5.500) e
elevada temperatura de Curie (em torno de 770°C). As desvantagens das lâminas de ferro
silício são as perdas por correntes parasitas devido à baixa resistividade do aço, em torno de
10-7 Ωm, e elevadas perdas por histerese quando se trabalha em alta frequência.
106

Tabela 2 - Dados do fabricante nacional Aperam.

Espessura Perdas a 1,5 T 60 Hz


Material Tipo B (T) H (A/m) μr¹
(mm) (W/kg)
M108-23 GO 0,224 6,96 1,87 800 1.860
M150-35 GO 0,342 9,56 1,85 800 1.840
M195-35 GNO 0,35 19,89 1,58 2.500 503
M230-50 GNO 0,50 22,56 1,56 2.500 497
¹ Valor obtido nas condições especificadas, o fabricante não fornece o valor da permeabilidade magnética
inicial.
Fonte: Catálogo da Aperam (APERAM, 2012).

3.4.4 Ferrite

O ferrite é uma cerâmica policristalina densa, quebradiça, quimicamente inerte e ho-


mogênea, feita de oxido de ferro misturada com óxidos ou carbonatos de outros materiais co-
mo manganês, zinco ou níquel. Os materiais são prensados no formato desejado e aquecidos
em temperaturas entre 1.000°C a 1.500°C. Por se tratar de uma cerâmica, o ferrite apresenta
resistividade elétrica ρ elevada, com valores típicos de 105 Ωm, mas com uma ampla faixa de
valores que vão de 1 até 107 Ωm. São largamente utilizados em aplicações de alta frequência,
até dezenas de mega-hertz, devido à elevada resistividade, apresentando perdas por correntes
parasitas muito baixas, sobressaindo as perdas por histerese.

Tabela 3 - Principais dados de alguns núcleos de ferrite.


Material Fabricante μi Bsat (mT) TC (°C) ρ (Ωm)
95 Fair-Rite 3000 500 220 2
97 Fair-Rite 2000 500 220 2
3C92A Ferroxcube 1800 570 280 5
3C95A Ferroxcube 330 550 220 1
PC47 TDK 2500 530 230 4
PC95 TDK 3300 530 215 6
IP6 Thornton 2000 480 165 -
IP12E Thornton 2300 510 210 -
Fonte: Catálogos Fair-Rite (FAIR RITE, 2020), Ferroxcube (FERROXCUBE, 2018), TDK (TDK, 2020), Thorn-
ron (THORNTON, 2020) e Magmattec (MAGMATTEC, 2020).

Sua permeabilidade magnética relativa μr também pode ser elevada, apresentando


valores de 40 a 10.000, porém, apresenta baixo valor de densidade de fluxo magnético de sa-
turação Bsat (máximo 0,8 T, tipicamente 0,3 T) e baixa temperatura de Curie (entre 150°C a
300°C). Com o aumento da temperatura, a permeabilidade magnética relativa μr do ferrite
107

aumenta até um valor máximo e depois decresce até atingir a unidade e o valor da densidade
de fluxo magnético de saturação Bsat diminui. A resistividade elétrica diminui com o aumento
da frequência.
A TDK, Fair-Rite e Ferroxcube são alguns fabricantes internacionais e no Brasil, a
Thornton é o principal fabricante. O ferrite apresenta uma gama grande de materiais, depen-
dendo de sua composição. A Tabela 3 e a Tabela 4 apresentam os principais dados dos nú-
cleos de ferrite disponibilizados pelos fabricantes para algumas condições específicas.

Tabela 4 - Principais dados de alguns núcleos de ferrite para diferentes pontos de operação.
Material Pfe (W/L) @ 0,1 T, 100°C ¹ Pfe (W/L) @ 0,2 T, 100°C ¹
Frequência 25 kHz 50 kHz 100 kHz 25 kHz 50 kHz 100 kHz
95 11 20 47 65 146 390
97 9 17 50 53 120 350
3C92A 5 14 45 41 120 330
3C95A 5,5 15 40 43 116 315
PC47 6,5 16,5 37 48 116 270
PC95 4,8 14 45 33 103 285
IP6 43 100 240 163 335 690
IP12E 16 43 115 96 230 550
¹ exceto para o núcleo IP6, em que o fabricante disponibiliza apenas dados para 80°C.
Fonte: catálogos: Fair-Rite (FAIR RITE, 2020), Ferroxcube (FERROXCUBE, 2018), TDK (TDK, 2020), Thorn-
ron (THORNTON, 2020) e Magmattec (MAGMATTEC, 2020).

Apesar da densidade de fluxo magnético de saturação ser baixa no ferrite, normal-


mente as aplicações são limitadas pelas perdas magnéticas do material e não pela saturação.
Estas perdas ficam muito elevadas com o aumento de B, então cabe ao projetista encontrar um
valor ótimo que seja possível conciliar densidade de potência com perdas. Os núcleos de ferri-
te podem ser utilizados em projetos customizados, pois sendo uma cerâmica, basta ajustar as
formas para obter a geometria desejada. O fabricante Fair-Rite disponibiliza a prototipagem
de peças de ferrite em seus serviços. Porém, prototipagem e customização deste tipo de pro-
duto possui um custo elevado, conforme pode ser observado no ANEXO A.

3.4.5 Materiais amorfos

Materiais magnéticos amorfos são ligas de ferro e outros materiais magnéticos como
níquel e cobalto ou metais de transição como boro, silício, nióbio ou manganês, com estrutura
atômica não cristalina e totalmente aleatória, formadas pela sua rápida solidificação. Também
são chamados de vidros metálicos devido à estrutura ser similar ao vidro. A permeabilidade
magnética relativa μr é muito alta, entre 150.000 até 1.000.000 e a densidade de fluxo magné-
tico de saturação está na faixa de 0,7 T a 1,8 T. Apresentam baixa resistividade, entre
108

1,2·10-6 Ωm a 2·10-6 Ωm e pode operar em frequências até 250 kHz. Devido à baixa resistivi-
dade, estes materiais são feitos em lâminas, porém, até 10 vezes mais finas que de ferro silício
(na faixa de 15 μm) (KAZIMIERCZUK, 2013; METGLASS, 2020), permitindo assim, o uso
em frequências elevadas. Sua característica laminar permite uma boa customização. Apesar de
operarem em altas frequências, as perdas ficam elevadas nestas condições, sendo necessário
trabalhar com valores de densidade de fluxo magnético menores, conforme pode ser observa-
do na Tabela 5.
A empresa Metglas foi a pioneira na produção de materiais amorfos, mas este mate-
rial também é fabricado pela Magnetic Metals, VAC e Hitachi Metals que infelizmente, não
fornecem dados suficientes para uma análise em seus catálogos. A Tabela 6 apresenta as per-
das magnéticas dos materiais para alguns valores de frequência e densidade de fluxo magnéti-
co. As tabelas mostram que não é um material muito adequado para trabalhar em alta fre-
quência, porém, em baixa frequência, apresenta perdas inferiores ao ferro silício.

Tabela 5 - Principais dados dos materiais amorfos Metglas.


Material μmax Bsat (mT) TC (°C) ρ (μΩm) Espessura (μm) B (mT)¹ f (kHz)¹ Pfe (W/L)¹
800 0,4
2605SA1 45.000 1,56 395 1,3 23 7,18
12 50
850 0,4
2605S3A 20.000 1,41 358 1,4 18 7,29
22 50
190 5
2705M 290.000 0,77 365 1,4 22 7,8
10 250
0,3 5
2714A 1.000.000 0,57 225 1,4 15 7,59
21 100
700 0,4
2826MB 50.000 0,88 353 1,4 29 7,9
15 25
¹ valores de B escolhidos para apresentar as mesmas perdas em alta e baixa frequência, com finalidade de
comparação.
Fonte: Catálogo dos fabricantes Metglas (METGLASS, 2020).

Tabela 6 - Principais dados de alguns núcleos amorfos Metglas®.


Material Pfe (W/L) @ 0,1 T, 100°C Pfe (W/L) @ 0,2 T, 100°C
Frequência 25 kHz 50 kHz 100 kHz 25 kHz 50 kHz 100 kHz
2605SA1 86 287 1220 287 1005 4308
2605S3A 22 58 182 102 248 802
2705M 20 55 195 86 257 858
2714A 11 38 106 38 129 380
2826MB 166 553 1699 553 1738 5135
Fonte: Catálogo dos fabricantes Metglas (METGLASS, 2020).
109

3.4.6 Nanocristalino

Os materiais nanocristalinos surgiram com pesquisas feitas pela empresa Hitachi Me-
tals em 1988 em decorrência do aperfeiçoamento dos materiais amorfos (LUCIANO;
KIMINAMI, 2000; YOSHIZAWA; OGUMA; YAMAUCHI, 1988). Apresentam as melhores
características para trabalharem em alta frequência, mas com a desvantagen de apresentarem
um custo elevado em relação aos outros materiais. Devido ao processo de fabricação, são en-
contrados apenas formato toroidal ou C, limitando a customização do barramento magnético
(SHE; HUANG; BURGOS, 2013). A Hitachi Metals foi empresa pioneira na produção de
materiais nanocristalinos, fabricando a liga à base de ferro, cobre, nióbio, silício e boro, cha-
mada de Finemet®. A Tabela 7 apresenta alguns dados dos núcleos Finemet® da empresa
Hitachi. Outros materiais nanocristalinos encontrados no mercado são: Nanoperm®
(MAGNETEC, 2020), Magnetic Metals (MAGNETIC METALS CORPORATION, 2020) e
Vitroperm® (VACUUMSCHMELZE, 2020).

Tabela 7 - Principais dados dos materiais nanocristalinos.


Material μmax Bsat (T) TC (°C) ρ (μΩm) Espessura (μm) f (kHz)¹ Pfe (W/L)¹
20 43
FT-3H 5.000 1,23 570 1,2 18
100 600
20 14
FT-3M 15.000 1,23 570 1,2 18
100 600
20 12
FT-3L 17.000 1,23 570 1,2 18
100 600
20 17
500F 25.000 1,2 600 1,2 -
100 308
20 11
Nanoperm® 22.000 1,2 600 1,2 17
100 260
¹ o fabricante disponibiliza apenas valores de perdas para B = 0,2 T;

² o fabricante não disponibiliza dados que auxiliem na obtenção de dados em outras condições.

Fonte: Catálogo dos fabricantes (HITACHI, 2020; MAGNETEC, 2020; VACUUMSCHMELZE, 2020).

A estrutura dos materiais nanocristalinos contém cristais com tamanho típico de


7 nm a 20 nm. A densidade de fluxo magnético de saturação Bsat é similar à do ferro silício:
entre 1,2 T a 1,5 T. Apresenta baixa resistividade elétrica, 1,2·10-6 Ωm, temperatura de Curie
elevada, 600°C e alta permeabilidade magnética relativa: entre 15.000 a 150.000.
110

3.4.7 Comparativo

A Tabela 8 agrupa os principais dados apresentados nos itens 3.4.4, 3.4.5 e 3.4.6. O
ferro silício não está incluído, pois o fabricante não fornece dados suficientes para obter tais
resultados nas frequências descritas. Importante ressaltar que estes dados são baseados uni-
camente nas informações disponibilizadas pelos fabricantes em seus catálogos.
A Figura 48, que compara os materiais destacados da Tabela 8 e Tabela 9 em dife-
rentes frequências e densidades de fluxo magnético, mostra que cada material apresenta van-
tagens e desvantagens dependendo da faixa das condições de operação. Com densidade de
fluxo magnético baixa, o ferrite apresenta menores perdas por volume. Ao trabalhar com Bmax
elevado, os materiais nanocristalinos apresentam menores perdas por volume.
Apesar da densidade de fluxo magnético de saturação ser um parâmetro importante,
normalmente o valor de Bmax usado é limitado pelas perdas magnéticas e não pelo seu valor de
saturação, conforme os dados das tabelas indicam. Em transformadores e indutores CA, as
perdas magnéticas normalmente ficam muito elevadas para valores elevados de Bmax, forçando
o projetista a trabalhar com valores bem abaixo de Bsat. Valores muito baixos de B também
geram problemas, pois o campo magnético gerado pelos enrolamentos é muito baixo, prejudi-
cando o acoplamento entre os enrolamentos, principalmente em transformadores volumosos.

Tabela 8 - Comparativo entre as principais características dos materiais de ferrite, amorfos e nanocristalinos
com perdas a 0,1 T.
Pfe (W/L) ¹ TC ρ
Material μ Bsat (T)
25 kHz 50 kHz 100 kHz (°C) (Ωm)
95 11 20 47 3000 0,50 220 2
97 9 17 50 2000 0,50 220 2
3C92A 5 14 45 1800 0,57 280 5
Ferrite

3C95A 6 15 40 3300 0,55 220 10


PC47 7 17 37 2500 0,53 230 4
PC95 5 14 45 3300 0,53 215 6
IP6 43 100 240 2000 0,48 165 -
IP12E 16 43 115 2300 0,51 210 -
2605SA1 86 287 1220 45.000 1,56 395 1,3·10-6
Amorfos

2605S3A 22 58 182 20.000 1,41 358 1,4·10-6


2705M 20 55 195 290.000 0,77 365 1,4·10-6
2714A 11 38 106 80.000 0,57 225 1,4·10-6
2826MB 166 553 1699 50.000 0,88 353 1,4·10-6
FT-3H 20 (2) - - 5.000 1,23 570 1,2·10-6
Nanocris-

FT-3M 3 (2) - - 15.000 1,23 570 1,2·10-6


talinos

FT-3L 3 (2) - - 17.000 1,23 570 1,2·10-6


500F 4 (2) 20 74 25.000 1,20 600 1,2·10-6
Nanoperm® 3 (2) 17 66 22.000 1,20 600 1,2·10-6
¹ perdas no ferro com e T = 100°C, exceto IP6, em que T = 80°C;
² perdas no ferro para frequência de 20 kHz.
Fonte: produção do próprio autor.
111

Figura 48 - Perdas em Watts por litro comparando materiais de ferrite, amorfo e nanocristalino para: (a)
Bmax = 0,1 T, (b) Bmax = 0,2 T e (c) Bmax = 0,2 T

(a)

(b)

(c)
Fonte: produção do próprio autor.
112

Tabela 9 - Comparativo entre as principais características dos materiais de ferrite, amorfos e nanocristalinos
com perdas a 0,2 T e 0,3 T.
Pfe @ 0,2 T (W/L) ¹ Pfe @ 0,3 T (W/L) ¹
Material
25 kHz 50 kHz 100 kHz 25 kHz 50 kHz 100 kHz
95 65 146 390 184 467 1345
97 53 120 350 150 376 1092
3C92A 41 120 330 125 420 1000
Ferrite

3C95A 43 116 315 150 387 950


PC47 48 116 270 150 360 900
PC95 33 103 285 104 330 800
IP6 163 335 690 322 751 1755
IP12E 96 230 550 239 633 1673
2605SA1 287 1005 4308 574 2082 9019
Amorfos

2605S3A 102 248 802 240 583 2114


2705M 86 257 858 202 624 2106
2714A 38 129 380 84 266 797
2826MB 553 1738 5135 1027 3318 9808
FT-3H 43 (²) - 600 85 (2) - -
Nanocris-

( )
FT-3M 14 ² - 600 29 (2) - -
talinos

FT-3L 12 (²) - 600 31 (2) - -


500F 17 (2) 88 309 40 (2) 206 721
Nanoperm® 11 (2) 65 260 37 (2) 146 582
¹ perdas no ferro para T = 100°C, exceto IP6, em que T = 80°C e nanocristalinos, em que T = 25°C;
² perdas no ferro para frequência de 20 kHz.
Fonte: produção do próprio autor.

3.5 CONDUTORES

3.5.1 Materiais condutores

Nos transformadores em geral, o cobre é o principal condutor utilizado, embora seja


comum a utilização de alumínio principalmente em transformadores de transmissão e distri-
buição (MCLYMAN, 1994; ORR, 1959; SULLIVAN, 2007). A prata e o ouro apresentam
excelentes características elétricas, mas o alto custo inviabiliza o uso para estas aplicações. A
Tabela 10 apresenta as principais características destes materiais.

Tabela 10 - Propriedades dos materiais condutores.


Densidade Fator de Preço
Material ρ (1) (μΩ∙cm) Fator de ρ αT (1/°C)
(g/cm3) densidade (US$/kg)
Prata (Ag) 10,49 1,59 1,18 0,92 0,0037 613,41 (3)
Cobre (Cu) 8,89 1,72 1,00 1,00 0,0039 5,99 (2)
Ouro (Au) 19,33 2,44 2,17 1,41 0,0034 45.887,93 (3)
Alumínio (Al) 2,70 2,83 0,30 1,64 0,0041 1,94 (2)
¹ resistividade a 20°C;
² preço médio de janeiro a setembro de 2017;
3
preço em outubro de 2017.
Fonte: adaptado de (MCLYMAN, 1994) e preços com base nas cotações da London Metal Exchange (LME,
2020).
113

A resistência elétrica do condutor depende diretamente da resistividade, que por sua


vez, é dependente da temperatura e comprimento e inversamente à área:
T = T 0 1 + T (T − T0 )  (3.46)

  lC
R= (3.47)
As

Em que:
ρT resistividade na temperatura T [Ω∙m];
ρT0 resistividade na temperatura T0 [Ω∙m];
αT coeficiente de temperatura da resistividade [°C-1];
R resistência elétrica do condutor [Ω].
De acordo com (3.46) e os dados da Tabela 10, um condutor de alumínio deve ter
uma área da seção transversal 64% maior que do cobre. Por outro lado, tem metade do peso
do enrolamento de cobre e seu preço é 68% menor, que resulta em uma redução de 84% no
custo do enrolamento, justificando a preferência na escolha em transformadores de distribui-
ção. Porém, esta é uma análise leviana, pois o alumínio apresenta grandes desvantagens tais
como: grande taxa de deformação plástica, ocasionando danos permanentes aos enrolamentos,
baixa resistência à fadiga; o óxido do alumínio, diferentemente do óxido de cobre é isolante;
perda de material durante a corrosão galvânica ao ficar em contato com conectores de ligas
diferentes e dificuldade na solda (BENIWAL; DWIVEDI; GUPTA, 2010; DEL FERRARO;
GIULII CAPPONI, 2007; MELLOR et al., 2014). Em relação aos transformadores de distri-
buição e máquinas elétricas, há bastante discussão sobre o uso do cobre ou alumínio. Porém
quando se trata em operações em alta frequência, muito pouco se fala sobre condutores de
alumínio, inclusive nos principais livros didáticos (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001;
HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK, 2013; MCLYMAN, 1994), sendo o cobre a
principal escolha.

3.5.2 Efeitos de alta frequência

Ao operar em alta frequência, o efeito de correntes parasitas, resultantes diretos da lei


de Faraday, ocasiona dois problemas aos condutores: o efeito skin ou pelicular e efeito de
proximidade, ilustrados pela Figura 49.
114

Figura 49 - Efeito das correntes parasitas nos condutores: (a) efeito skin, (b) efeito de proximidade.
H(t)
ic1 ic2
Hi(t)

ii(t) H (r ) ic1 = ic2


ii(t)
i(t)
r
ic1 Hi
ii-c1

J(r ) H

ii-c2 ic2
Hi
r
H (r )

-ro 0 ro r
(a) (b)
Fonte: (a) adaptado de (KAZIMIERCZUK, 2013), (b) produção do próprio autor.

O efeito skin é ocasionado por correntes parasitas geradas de forma se opor ao fluxo
magnético no interior do condutor. Essas correntes parasitas cancelam parte da corrente que
circula pelo centro do condutor, como pode ser visto na Figura 49-a, fazendo com que a cor-
rente flua pelas extremidades do condutor, de forma similar a um anel oco. Na prática, isto
resulta na redução da seção transversal do condutor, aumentando sua resistência. A profundi-
dade de penetração da corrente até o ponto em que a densidade de corrente reduz 36,79%
(1/e) é dada por:


= (3.48)
f
Para o cobre a 100°C:
75, 7
= mm (3.49)
f
Em que:
δ profundidade de penetração da corrente [m].
A Figura 50 apresenta um gráfico da profundidade de penetração da corrente no co-
bre em função da frequência. A solução mais comum é utilizar condutores com raio menor
que δ, garantindo que a corrente circule por todo o condutor.
115

Figura 50 - Profundidade de penetração em função da frequência

Fonte: adaptado de (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001).

No mercado, existe a opção de fio litz, que consiste em vários condutores AWG iso-
lados entre si empacotados formando um único fio. A Figura 51-a apresenta alguns tipos de
pacotes de fio litz. Outra opção é fazer enrolamento com folhas de cobre com espessura de no
máximo 2δ, desta forma, consegue-se aumentar a área da seção transversal aumentando a lar-
gura da folha, como mostrado na Figura 51-b. As folhas de cobre apresentam vantagens em
relação ao fio litz devido a relação entre espessura e largura, que permite um maior fator de
ocupação do núcleo, maior dissipação de calor e custo menor, por outro lado, é mais comple-
xo aplicar técnicas de interleaving (BARRIOS et al., 2015b).

Figura 51 - (a) Alguns tipos de pacotes de fio Litz. (b) Enrolamentos com folha de cobre.

(a) (b)
Fonte: (a) (PACK LITZ WIRE, c2020), (b) (CHEN; DIVAN, 2017).

O fluxo magnético gerado pela corrente de um condutor induz uma corrente no con-
dutor adjacente e isso faz com que a distribuição de corrente no segundo condutor seja deslo-
cada pro lado oposto ao primeiro, conforme é ilustrado na Figura 49-b. Ao agrupar fios de
cobre isolados, resolve-se problema do efeito skin, porém surge o efeito de proximidade, que
116

é reduzido consideravelmente torcendo os condutores agrupados em espiral, já o fio litz é fa-


bricado de forma que ao longo do comprimento do cabo, cada fio isolado ocupe todos os luga-
res da seção transversal do cabo (KAZIMIERCZUK, 2013; SULLIVAN, 1999). Nos enrola-
mentos dos transformadores é comum usar a técnica do interleaving, ou alternar as camadas
dos enrolamentos entre primário e secundário para reduzir o efeito de proximidade, como
mostra a Figura 52.

Figura 52 - Enrolamentos de um transformador (a) sem interleaving, (b) com interleaving.


Perna central

Perna central
Secundário

Secundário

Secundário
Secundário
Primário
Primário

Primário

Primário
do núcleo

do núcleo
2i
i
i -i -2i -i i -i i -i
ϕ 2ϕ ϕ ϕ ϕ ϕ
J J
0 x 0 x
fmm
2i
d/δ >>1 fmm
i i d/δ>>1
d/δ=1 d/δ=1
0 x 0 x
Pe Pe

0 0
(a) x (b) x
Fonte: (KAZIMIERCZUK, 2013).

3.5.3 Resistência CA

Os efeitos de proximidade e skin fazem com que o valor da resistência do condutor


em CA seja maior que o valor da resistência CC definida por (3.46). Estes efeitos sobre resis-
tência para uma excitação senoidal são determinados pela equação de Dowell (DOWELL,
1966):

RCA  senh ( 2 ) + sen ( 2 ) 2 ( p 2 − 1) senh (  ) − sen (  ) 


=  +  (3.50)
R  cosh ( 2 ) − cos ( 2 ) 3 cosh (  ) + cos (  ) 

d
= (3.51)

Em que:
RCA resistência CA do enrolamento [Ω];
d espessura da camada condutora [m];
p quantidade de camadas.
117

A Figura 53 apresenta RCA/R em função da razão da espessura do condutor pela pro-


fundidade de penetração da corrente d/δ, considerando números fixos de camadas no enrola-
mento. Nestas análises, uma camada preenchida por condutores circulares é aproximada por
uma fita de cobre (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001; KAZIMIERCZUK, 2013). Nota-se
que quanto maior o número de camadas, maior a resistência CA, isso ocorre também para
espessura do condutor d maior que a profundidade de penetração δ.

Figura 53 - Resistência CA em função de d/δ para números fixo de camadas.

Fonte: (HURLEY; WÖLFLE, 2013).

A formulação da equação de Dowell é feita com aproximação unidimensional, con-


siderando o campo magnético tangencial ao condutor. Além disso, os condutores são aproxi-
mados por uma fita de cobre fina e retangular ocupando toda a dimensão da altura do carretel
e interna ao núcleo magnético e uma corrente com excitação senoidal. Para melhorar a preci-
são da equação, são acrescentados o fator de porosidade relativo ao formato do condutor e
fator da componente harmônica da corrente (KAYMAK; SHEN; DE DONCKER, 2016).
Para correntes não senoidais, é feita a seguinte consideração:

' = (3.52)
n

 ' = n (3.53)
Assim:

RCA,n  senh ( 2 ' ) + sen ( 2 ' ) 2 ( p 2 − 1) senh (  ' ) − sen (  ' ) 


= ' +  (3.54)
R  cosh ( 2 ' ) − cos ( 2 ' ) 3 cosh (  ' ) + cos (  ' ) 

E o valor das perdas totais devido á excitações não senoidais é dado por:
118

N
PCA =  RCA,n I rms
2
,n (3.55)
n =1

Em que:
n número do harmônico de corrente;
δ' profundidade de penetração da corrente para o harmônico n [m];
RCA,n resistência CA para o harmônico n [Ω];
N quantidade de harmônicos considerado de harmônicos considerada;
Irms,n valor eficaz da componente harmônica de ordem n da corrente;
PCA perdas totais nos enrolamentos devido aos efeitos de alta frequência e ex-
citação não senoidal da corrente.
O fator de porosidade leva em consideração o efeito do formato do condutor, con-
forme ilustrado na Figura 54.

Figura 54 - Transformação equivalente do condutor para fita de cobre retangular, condutores retangulares e
condutores redondos.
d d d

d dr

hw p p
hc

Fonte: adaptado de (KAYMAK; SHEN; DE DONCKER, 2016).

Na equação de Dowell é introduzido o coeficiente de porosidade, definido por:


hw d
= = (3.56)
hc p


dw = dr (3.57)
4
Em que:
η fator de porosidade;
hc altura da janela do núcleo [m];
hw altura do enrolamento [m];
dr diâmetro do condutor circular [m];
p espessura do condutor somado ao espaço entre os condutores [m].
119

A consideração do fator de porosidade faz com que as resistências sejam iguais para
todos os formatos. Desta forma, ao aplicar estas considerações na equação de Dowell obtém-
se:
' 
 '' = = (3.58)
 n

 '' =  ' = n (3.59)


Assim, a equação de Dowell corrigida é definida por:

RCA,n  senh ( 2 '' ) + sen ( 2 '' ) 2 ( p 2 − 1) senh (  '' ) − sen (  '' ) 


=  ''  +  (3.60)
R  cosh ( 2 '' ) − cos ( 2 '' ) 3 cosh (  '' ) + cos (  '' ) 

3.6 MATERIAIS ISOLANTES

A isolação em um barramento magnético é de extrema importância para evitar o con-


tato elétrico entre camadas de um mesmo enrolamento; entre diferentes enrolamentos; entre
os enrolamentos e o núcleo ou ainda mesmo, para isolar as chapas metálicas dos núcleos de
forma a reduzir as perdas por correntes parasitas. A isolação entre os condutores de um mes-
mo enrolamento é muito mais simples que a isolação entre os enrolamentos, já que a diferença
de tensão entre cada camada do enrolamento é muito menor que entre dois enrolamentos. A
principal característica que precisa ser observada na isolação do transformador é a rigidez
dielétrica do meio ou material:
VC
Kd = (3.61)
lC
Em que:
Kd rigidez dielétrica do material [V/m];
VC tensão máxima aplicada ao material [V];
lC espessura do material [m].

Os níveis de potência e tensão definem os métodos mais adequados de se promover a


isolação dos elementos do barramento magnético. Para transformadores de potência a seco
para rede de distribuição, os limites são definidos pela NBR 5356 parte 11 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2016a) e são apresentados na Tabela 11. Os valo-
res da tabela mostram que para conectar um barramento magnético em uma rede de distribui-
120

ção de 13,8 kV trifásico, os enrolamentos devem possuir uma capacidade de isolação de


34 kV.

Tabela 11 - Níveis de isolamento para a maior tensão eficaz, fase-fase, em transformadores de potência a seco
de acordo com (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2016a).
Valor eficaz máximo de Valor eficaz máximo de tensão Tensão de impulso atmosférico [kV]
tensão o equipamento suportável nominal durante 1 min
Classe – 1 Classe – 2
[kV] [kV]
<1,1 3 − −
3,6 10 20 40
7,2 20 40 60
12,0 28 60 75
15 34 95 110
24,2 50 125 150
36,2 70 150 170
Fonte: adaptado de (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2016a).

Entre enrolamentos de cobre, a isolação é feita normalmente com vernizes e são clas-
sificadas por (KAZIMIERCZUK, 2013) como: isolamento simples, pesado, triplo e quádru-
plo. Além disso, o isolamento deve ser capaz de suportar as temperaturas de operação do con-
versor. Em transformadores de alta potência e alta tensão, utilizam-se papéis isolantes em
volta dos fios, além de serem impregnados com verniz e imersos em óleo.
O papel, cujas propriedades isolantes já foram observadas por Faraday em 1836, foi
o primeiro material usado para a isolação. Como desvantagem, ele apresenta o inconveniente
de reter umidade, prejudicando a vida útil do isolamento (DU et al., 1999; KRAUSE, 2012).
Os materiais a base de celulose, incluindo os papeis isolantes são os principais materiais usa-
dos para isolação, destacando-se: o papel Kraft, papel presspan, chapas prensadas, papel No-
mex® e fenolite.
Transformadores de alta potência são normalmente imersos em óleo mineral ou ve-
getal, esta imersão melhora a isolação e o arrefecimento, tornando possível a fabricação de
transformadores com maior densidade de potência e mais eficientes (SPOHNER, 2016). Por
outro lado, a imersão em óleo traz problemas quando à degradação dos papéis isolantes, riscos
de incêndio, necessidade de manutenção frequente, além de edificações especiais, quando
instalados em locais fechados (MOLLER; SOPPE; SCHNETTLER, 2017; POMPILI et al.,
2017; SPOHNER, 2016).
Por questões ambientais, de segurança e aumento da densidade de potência, é prefe-
rível a utilização de isolamento a seco em barramentos magnéticos em alta frequência, sem a
utilização de óleo isolante e isto torna sua isolação bem mais rigorosa (SHE; HUANG;
BURGOS, 2013). Dois métodos são mais viáveis para isolação de transformadores a seco:
121

isolamento em vaso e isolação no próprio cabo. A isolação em vaso consiste em eliminar o ar


com uma câmara de vácuo e preencher com um composto sólido ou gelatinoso como resina
epóxi. A isolação no próprio cabo é feita por uma da capa de silicone, em que em um dos mé-
todos de fabricação o fio litz é fundido em um isolador por meio de extrusão em alta pressão.
Usando cabos de alta tensão, o isolamento fica consideravelmente simplificado, porém, reduz
a densidade de potência (ORTIZ et al., 2010; ORTIZ; BIELA; KOLAR, 2010). A Tabela 12
apresenta a rigidez dielétrica dos principais materiais isolantes.

Tabela 12 - Valores típicos de rigidez dielétrica dos materiais isolantes.


Material Rigidez dielétrica (kV/mm) Aplicação
Vácuo 1012
Ar 3
Óleo mineral 30 Transformadores imersos
Óleo vegetal 37 Transformadores imersos
Papel Kraft 15–30 Condutores e enrolamentos
Papel 16 Condutores e enrolamentos
Papel Nomex® 18–34 Condutores e enrolamentos
Resina epóxi 16 Isolamento em vaso
Mica 8–24 Isolamento em vaso
Silicone 4,28 Cabos alta tensão
PVC 9,8–19 Cabos alta tensão
HDPE 19 Cabos alta tensão
Fonte: (DUPONT, 2017; FLEXFILM, 2020; OOMMEN, 2002; ORTIZ; BIELA; KOLAR,
2010)

3.7 INDUTÂNCIA DE DISPERSÃO

O fluxo que circula por todos os enrolamentos é denominado de fluxo mútuo e os en-
rolamentos que compartilham do mesmo fluxo magnético estão magneticamente acoplados ou
indutivamente acoplados. A interação entre os enrolamentos por meio do campo magnético
induzido por um deles é caracterizado pela indutância mútua e a polaridade da tensão induzi-
da é determinada pela direção do enrolamento por meio da lei de Lenz (KAZIMIERCZUK,
2013). Na prática, parte do fluxo gerado pelo enrolamento não passa pelos demais enrolamen-
tos acoplados ao núcleo magnético, sendo este, denominado fluxo disperso, conforme é repre-
sentado na Figura 55.
122

Figura 55 - Fluxos dispersos em um barramento magnético de dois enrolamentos.

Fluxo comum
ϕ

+ +
ϕlk1
e1 Fluxos ϕ lk2 e2
_ dispersos _

Fonte: produção do próprio autor.

As indutâncias em um transformador de dois enrolamentos na forma matricial são:


v1   L11 M   di1 dt 
v  =  M L22   di2 dt 
(3.62)
 2 
Os elementos da diagonal principal representam a indutância própria do enrolamento
somada à indutância de dispersão do próprio enrolamento.
L11 = Llk1 + L1 (3.63)

L22 = Llk 2 + L2 (3.64)

A indutância própria L11 é resultado do fluxo magnético gerado pela corrente i1. Nes-
te fluxo, parte dele é o fluxo disperso (Llk1) e parte dele circula pelo enrolamento 2 (L1). A
indutância mútua é relacionada com a indutância magnetizante (KAZIMIERCZUK, 2013) L1
pela relação de transformação:
n1
L1 = M (3.65)
n2

n2
L2 = M (3.66)
n1
Assim:
M = L1L2 (3.67)

A indutância de dispersão pode ser calculada por:


n1
Llk1 = L11 − M (3.68)
n2

n2
Llk 2 = L22 − M (3.69)
n1

A relação entre a indutância do enrolamento com a indutância própria é:


123

L1
k1 = (3.70)
L11

L2
k2 = (3.71)
L22
Multiplicando (3.70) com (3.71) e substituindo (3.65) e (3.66):
M2
k1k2 = k = 2
12 (3.72)
L11 L22
Onde k12 é o coeficiente de acoplamento entre os enrolamentos 1 e 2 e a indutância
mútua em função deste parâmetro pode ser encontrada por:
M = k12 L11L22 (3.73)

Substituindo (3.73) em (3.68) e (3.69):


Llk1 = L11 (1 − k12 ) (3.74)

Llk 2 = L22 (1 − k12 ) (3.75)

3.8 INDUTÂNCIA MAGNETIZANTE

A indutância magnetizante é responsável por manter o fluxo magnético circulando


pelo núcleo. Idealmente, seu valor é infinito considerando um núcleo com permeabilidade
magnética infinita. Porém, na prática, seu valor depende das características físicas do núcleo.
Sua expressão pode ser derivada de (3.20), (3.27) e (3.28) (KAZIMIERCZUK, 2013):
N pi p − N s is Np  N  Np
= =  i p − s is  = iLm (3.76)
   Np  
2
 N p  iLm
fem = N p = (3.77)
t  t
iLm
fem = LM (3.78)
t
N p 2r 0 AS
LM = (3.79)
lC
Em que:
iLm corrente magnetizante [A];
LM indutância magnetizante do transformador [H];
Np número de espiras conectado à fonte de tensão.
124

A equação (3.79) mostra que a indutância magnetizante depende do número de espi-


ras do enrolamento, das características do material, da geometria do núcleo, área da seção
transversal e comprimento do caminho magnético. Para se aproximar de um transformador
ideal, seu valor deverá ser o mais alto possível, ficando claro que materiais com elevada per-
meabilidade magnética contribuem para isto.

3.9 GEOMETRIAS DOS BARRAMENTOS MAGNÉTICOS

Esta seção apresenta a análise quantitativa e qualitativa das geometrias dos barra-
mentos magnéticos estudados nesta tese: Shell, Core, Matrix, Pote e XS. Estas análises serão
utilizadas posteriormente para o dimensionamento do barramento magnético que será restrin-
gido aos núcleos E, C, Pote e XS, sendo os dois últimos com a geometria totalmente desen-
volvida nesta tese. É importante ressaltar que o conceito de geometria do barramento magné-
tico refere-se ao barramento como um todo, composto por núcleos, enrolamentos, isolação e
sistemas de arrefecimento. Já a geometria do núcleo é o formato geométrico do núcleo mag-
nético apenas. Há diferentes tipos de geometrias de núcleos magnéticos no mercado, sendo as
mais comuns: E, I, C, toroidal, Pote e planar.
As grandezas quantizadas nesta seção são:
• MLT: mean length turn ou comprimento médio da espira, usado para determinar
as perdas no cobre;
• MPL: magnetic path length ou comprimento do caminho magnético, utilizado pa-
ra estimar o valor da indutância mútua;
• volume do núcleo: grandeza utilizada para determinar as perdas magnéticas do
núcleo;
• área superficial: área do barramento magnético que troca calor com o ambiente.
Utilizada na estimação da elevação de temperatura;
• volume ocupado: volume que envolve todo o barramento magnético considerando
a área da base sendo a vista projetada no plano inferior. Utilizada para determinar
a densidade de potência.

3.9.1 Tipo Shell

A Figura 56-a ilustra um barramento magnético tipo Shell. Este barramento pode ser
composto por núcleos do tipo EE, EI ou composições de núcleos do tipo I.
125

Figura 56 - (a) Geometria do tipo Shell e (b) dimensões dos núcleos do tipo E.
A
B

C
F
Y
X Z

D
E
(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Por questões de referência para as equações, serão adotadas as nomenclaturas das


dimensões dos núcleos do tipo E presentes no catálogo do fabricante Thornton (THORNTON,
2020), sendo que estas equações são válidas para todas as demais composições do núcleo
Shell. Estas dimensões são apresentadas na Figura 56-b.
A Figura 57-a fornece as considerações necessárias para o cálculo do MLT e MPL e a
Figura 57-b apresenta os critérios usados para o valor da área superficial total que troca calor
com o ambiente.

Figura 57 - (a) considerações para o dimensionamento do MLT, MPL e carretel e (b) considerações para o cál-
culo das áreas superficiais que trocam calor com o ambiente.
MPL
r MPL A 4 = p4 · Y

A 1 = p1·2·C

eCarretelV
2 vezes A 4

eisolação lW1 lW2


Carretel p1 = 2·(D+2Z+π·X+B)
lW A2 =πX2 /4+B·X

eCarretelH A3 = D·E
p4 = 2(D + E) 2 vezes A 3

4 vezes A 2
rMLT MLT
At = A1 +4·A2 +2·A3 +2·A4
A
(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.
126

O valor do MLT e MPL é calculado por:


MLT = 2 ( B + D ) + 2  rMLT (3.80)

MPL = 2 ( 2C + X ) + 2  rMPL (3.81)

As demais variáveis são definidas por:


lW = X − eCarretelH (3.82)

rMLT = 0,5  lW + eCarretelH (3.83)

rMPL = 0, 25  B (3.84)

hW = 2 ( C − eCarretelH ) (3.85)

Wa = hW  lW (3.86)
Em que:
eCarretelH espessura da parede do carretel na horizontal [m];
eCaretelV espessura da parede do carretel na vertical. Em um núcleo EE esta espes-
sura aparece duas vezes, uma na parte superior e outra na parte inferior
[m];
eisolação espessura da isolação entre os enrolamentos [m];
hW altura útil da janela, considerando o carretel [m];
lW largura útil da janela, considerando o carretel [m];
Wa área da janela [m²].
As demais variáveis são referentes ao núcleo e estão definidas na Figura 56-b. As
que não estão detalhadas são dimensões intermediárias com o intuito de simplificar a notação
das equações.
O volume do núcleo EE (considerando o par de núcleos E) é:
Vc = 2F  E  D − 4C  X  D (3.87)
A área da superfície At que troca calor com o ar já está bem definida na Figura 57-b,
sendo a somatória das áreas A1, A2, A3 e A4, considerando as vezes que elas são repetidas na
geometria:
A1 = p1  2C (3.88)

p1 = 2 ( D + 2 Z +   X + B ) (3.89)

A2 = 0, 25 X 2 + B  X (3.90)

A3 = D  E (3.91)
127

A4 = p4Y (3.92)

p4 = 2 ( D + E ) (3.93)

At = A1 + 4 A2 + 2 A3 + 2 A4 (3.94)

O volume do barramento magnético é:


Vt = 2C  ( 2 A2 + A3 ) + 2Y  A3 (3.95)

O volume máximo do barramento magnético, que corresponde ao volume projetado


no plano inferior é:
VM = 2 F  ( 2 A2 + A3 ) (3.96)

Este é o volume real que o barramento magnético ocupa, sendo a medida mais indi-
cada para referência de densidade de potência.

3.9.1.1 Detalhamento das áreas superficiais

Por se tratar de uma análise mais detalhada e complexa, a avaliação das áreas que fi-
cam em contato e trocando calor entre si são analisadas nesta subseção. Estes dados são apli-
cados no modelo térmico da seção 3.10. Para não tornar o texto repetitivo, esta análise será
feita apenas para o barramento magnético do tipo Shell, introduzindo as considerações e con-
ceitos que podem ser replicadas para os demais. Os cálculos para os demais barramentos são
disponibilizados no APÊNDICE A. A Figura 58-a apresenta o corte da vista superior com
detalhamento das áreas que entram em contato entre si. A análise fica simplificada conside-
rando a simetria do núcleo, como mostrado na Figura 58-a. O núcleo também apresenta sime-
tria vertical conforme ilustra a Figura 58-b. As áreas com índice h estão no plano horizontal
em relação à Figura 58-a, enquanto as áreas com índice v estão no plano vertical, em que uma
dimensão é a linha indicada em vermelho e a outra é a altura vertical.
128

Figura 58 - Detalhamento das áreas que trocam calor entre si, considerando simetria na geometria. (a) Vista
superior e (b) vista frontal.
eixo de simetria
A2e,h Ae
A2i,v
A2e,v A1e,v A1e,h
Ai1e Ac,e A1i,v
Ae
A2i,h A1i,h A AB,v
c,i

Aii AW,v AD,v


eixo de simetria
vertical

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

As equações seguintes determinam os valores das medidas da Figura 58-b e Figura


58-d.
Ae = 0,5D  0,5E + 0,5D  F + Z  C + 0,5E  Y (3.97)

Ac,i = 0,5D  eCarretelH (3.98)

Ac,e = 0,5B  eCarretelH (3.99)

AD,v = 0,5D  C (3.100)

AB ,v = 0,5B  C (3.101)

Os perímetros externos e internos do enrolamento, assim como a espessura, seguem


um padrão: medindo um quarto de um círculo com raio fixo, denominado rC, com valor igual
à dimensão de eCarretelH somado à espessura do enrolamento, denominada de lWk. Em que k é o
número do enrolamento variando de 1 ao número de enrolamentos do barramento magnético.
A cada enrolamento, soma-se a espessura da isolação eisolação definida entre os enrolamentos.
Os valores de rC e lWi podem ser determinados por:
rC = ecarretelH (3.102)

lW − ne eisolação
lWk = (3.103)
ne
Nota-se que a equação (3.103) é definida considerando que as espessuras de todos os
enrolamentos são iguais. Esta normalmente é uma consideração inicial válida para os primei-
ros cálculos, porém, de forma a deixar esta informação mais abrangente, acrescenta um fator
de ocupação normalizado à equação:
129

lWk = ( lW − ne eisolação ) f wk (3.104)


ne

f
k =1
wk =1 (3.105)

Em que:
ne número de enrolamentos;
fwk fator de ocupação de cada enrolamento;
k número do enrolamento.
Assim, as áreas horizontais podem ser definidas por:
Aki ,h = 0,5D  lWk (3.106)

Aii = 0,5D  eisolação (3.107)

Ake,h = 0,5B  lWk + 0, 25 ( rke − rki )


2
(3.108)

( ) , k = 1: n − 1
2
Aike = 0,5 B  eisolação + 0, 25 r( k +1)i − rke e (3.109)

(l ( )
k
rki = ecarretelH + 
z = 2, z  k
W z −1)
+ eisolação (3.110)

rke = rki + lWk (3.111)

Em que o somatório em (3.110) é nulo para z = 1.


As áreas verticais são definidas por:
AW ,v = 0,5D  0,5hW (3.112)

Aki ,v = ( 0,5  rki + 0,5B )  0,5hW (3.113)

Ake,v = ( 0,5  rke + 0,5 B )  0,5  hW (3.114)

As equações não foram simplificadas propositalmente com a objetivo de evidenciar


as medidas que dão origem à sua composição e facilitar a interpretação ao leitor.
Com as principais dimensões definidas, pode-se calcular a área superficial total do
núcleo e dos enrolamentos:
ASfe = 8 ( 2 AD ,v + AB ,v + Ae + 0,5D  X ) (3.115)

ASWk = 8 ( Aki ,v + Ake ,v + Aki ,h + Ake ,h ) (3.116)

O fator 8 que multiplica (3.115) e (3.116) representam as simetrias, em que multipli-


ca-se por 4 devido à simetria horizontal e por 2 referente à simetria vertical, como é mostrado
na Figura 58. Estas equações fornecem o valor total das áreas superficiais do núcleo e do en-
rolamento.
130

3.9.2 Tipo Core

Define-se como barramento magnético do tipo Core, apresentado na Figura 59-a, a


estrutura onde os enrolamentos envolvem o núcleo. A geometria do tipo Core apresenta van-
tagens quando se pretende obter um elevado valor de indutância de dispersão. Nesta geome-
tria, os enrolamentos ficam expostos, resultando em uma baixa proteção mecânica sobre eles.

Figura 59 - (a) Geometria do tipo Core e (b) dimensões dos núcleos do tipo C.
B B MPL

C
F

E MLT

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Nesta tese, será analisado o barramento composto por núcleos do tipo C com os enro-
lamentos envolvendo as pernas no núcleo. Barramentos magnéticos com núcleo toroidal tam-
bém são classificados como do tipo Core.

Figura 60 - (Considerações para o cálculo das áreas superficiais que trocam calor com o ambiente.

A2 =πX2/4+B·X+D ·X/2 A4 = p4 ·Y
4 vezes A2
A3 = D·E A 1 = 2C ·p1
2 vezes A3 2 vezes A1
p4 = 2·(D+E)

p1 = D+2B+2π·X/2 2 vezes A4
At = 2A1+4·A2+2·A3+2·A4
Fonte: produção do próprio autor.
131

Nesta geometria, os enrolamentos ficam expostos reduzindo a sua proteção mecâni-


ca. Outra característica é a tendência de apresentar uma maior indutância de dispersão, já que
os enrolamentos não são em sua maior parte, envolvidos pelo núcleo magnético. A Figura 59-
b apresenta as principais medidas no barramento e a Figura 60 detalha as áreas superficiais.
O valor do MLT e MPL são calculados pelas relações usadas para o barramento do
tipo Shell: (3.80) e (3.81), modificando apenas o valor de lW:
lW = X − 2eCarretelH (3.117)
O volume do núcleo CC é dado por:
Vc = 2F  E  D − 2C  X  D (3.118)

As áreas superficiais são definidas por:


A1 = 2C  p1 (3.119)

p1 = D + 2B + 2 X / 2 (3.120)

A2 = X 2 / 4 + B  X + D  X / 2 (3.121)

A3 = D  E (3.122)

A4 = p4  Y (3.123)

p4 = 2 ( D + E ) (3.124)

At = 2 A1 + 4 A2 + 2 A3 + 2 A4 (3.125)
O volume do barramento magnético é dado por:
Vt = 2F  A3 + 2C  2 A2 (3.126)
O volume máximo ocupado pelo barramento magnético do tipo Core é:
VM = 2 F ( A3 + 2 A2 ) (3.127)

Não será feita a análise detalhada das áreas em contato, visto que se trata apenas de
observações geométricas que podem ser deduzidas com facilidade. O conceito e as considera-
ções feitas foram apresentados na seção 3.9.1.1 e repetir para todas as demais geometrias tor-
na-se desnecessário e repetitivo. Os cálculos usados para determinar as áreas de contato são
apresentados no APÊNDICE A por meio de uma rotina no software MATLAB.

3.9.3 Tipo Matrix

O barramento magnético do tipo Matrix, apresentado na Figura 61-a, pode ser consi-
derado uma variação do barramento magnético do tipo Shell, com o núcleo dividido e distri-
buído. A maior vantagem da estrutura Matrix em relação à estrutura Shell, está na melhor tro-
132

ca de calor do núcleo com o ambiente devido ao aumento de sua área superficial. Isto favore-
ce melhor troca de calor por convecção tanto para o núcleo como para os enrolamentos, pois
há uma distribuição e divisão dos pontos dos enrolamentos que ficam confinados no interior
do núcleo.

Figura 61 - (a) Geometria do tipo Matrix, (b) considerações para o cálculo das áreas superficiais que trocam
calor com o ambiente.

2
A 3 = π·X +nC·B ·X
2 vezes A 3

A3

A 5 = p 5·2·C
B r =X A 4 = n C·B ·2·C
p5 = nC·B ·2·C+2π·X

p2 = 2·(E +2·F)
A 2 = p2 ·D
nC vezes A 2
A 1 = 2·F ·E-2·C·X
2·nC vezes A 1
At = 2·nC·A 1+nC·A2 +2·A 3+A 4+A 5
nC = número de núcleos CC
(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

A Figura 61-b apresenta o detalhamento das áreas superficiais do barramento magné-


tico do tipo Matrix com nc núcleos CC, apesar do desenho representar um barramento com
apenas 6 núcleos. O valor do MPL e as dimensões dos núcleos são as mesmas do núcleo CC
apresentado na seção anterior. O MLT pode ser determinado da seguinte forma:
MLT = nc ( B + D ) + 2  ( lW / 2 + eCarretelH ) (3.128)

As áreas superficiais são determinadas por:


A1 = 2F  E − 2C  X (3.129)

A2 = p2 D (3.130)

p2 = 2 ( E + 2 F ) (3.131)

A3 = X 2 + nc B  X (3.132)

A4 = nc B  2C (3.133)

A5 = p5 2  C (3.134)
133

p5 = nc B  2C + 2 (3.135)

At = 2nc  A1 + nc  A2 + 2 A3 + A4 + A5 (3.136)

O volume do barramento magnético é dado por:


Vt = 2C  A3 + nc D  E  2F (3.137)
Para encontrar o volume máximo ocupado, deve-se primeiro encontrar as áreas dos
polígonos no interior do barramento, que fisicamente não ocupam volume. A área de qualquer
polígono regular pode ser determinada por:
ln 2 tg ( t )
An = nc (3.138)
4

t =
( nc − 2 )180 
(3.139)
2nc
Assim:
A6 = nc D 2 tg (  ) / 4 (3.140)

A7 = nc B 2 tg (  ) / 4 (3.141)

E o volume máximo é dado por:


VM = 2 F ( A3 + A6 + A7 + nc D  E ) (3.142)

Neste tipo de barramento, os enrolamentos podem distribuídos nas pernas externas


de cada núcleo CC, ao invés de serem concêntricos (ORTIZ et al., 2010). Porém, ao utilizar
este tipo de configuração, os enrolamentos devem estar montados em todas as pernas do nú-
cleo CC e ainda é necessário que a corrente envolvida seja igual para os enrolamentos de to-
das as pernas.

Figura 62 - Simulação simplificada mostrando o efeito de montar um enrolamento em apenas uma perna lateral
da geometria Matrix. (a) Densidade de fluxo magnético e (b) Densidade de corrente.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.
134

Caso não haja corrente no enrolamento de uma das pernas, haverá uma corrente no
primário, devido às correntes nas demais pernas, que induzirá um campo magnético no interi-
or deste núcleo. Sem a presença de uma corrente que gere um fluxo magnético que se oponha
ao fluxo criado pelo enrolamento primário, as perdas magnéticas neste núcleo serão elevadas,
podendo chegar à saturação do núcleo, ou até mesmo à um superaquecimento. Este efeito é
similar ao de se ligar um transformador de corrente em aberto, como pode ser observado na
Figura 62.

3.9.4 Tipos Pote e XS

Os núcleos comerciais do tipo Pote e XS não apresentam uma regularidade na geo-


metria. Desta forma, foi necessário esboçar uma geometria padrão que possa servir de base
para as geometrias propostas. Primeiramente foi esboçado os núcleos Pote e XS baseados em
dimensões comerciais. Para obter um modelo base genérico que sirva tanto para o barramento
do tipo Pote, como para o tipo XS, foi projetado um núcleo circular com duas aberturas late-
rais formando um ângulo θ variável, conforme ilustrado na Figura 63-a. Ao modificar o ângu-
lo θ, altera-se o tipo de núcleo. Para o núcleo Pote será utilizado um ângulo θ de 30° e para o
núcleo XS, 90°.

Figura 63 - (a) Esboço de base para as os núcleos do tipo Pote e XS.


E
A
B
Bi

2F 2C

C
F

Y
θ X X Zi Z

E
Fonte: produção do próprio autor.

Este ângulo pode ser modificado de forma a transformar este núcleo base em Pote ou
XS. Será adotado ângulo de 30° para núcleo Pote e 90° para núcleo XS. Ao alterar o valor de
θ, deve-se manter as áreas transversais do caminho do fluxo magnético iguais para qualquer
ângulo, assim, as dimensões E, F, Y, Z, variam em relação à θ e as dimensões Bi, B, Zi, C e X
são constantes.
135

Figura 64 - (a) Modelo do barramento magnético do tipo Pote com θ = 30° e (b) modelo do barramento magné-
tico do tipo XS com θ = 90°.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Um dos objetivos deste trabalho é fazer o estudo do comportamento do núcleo mag-


nético em diferentes geometrias. Uma forma de avaliar estes efeitos é comparar diferentes
geometrias e medir as principais grandezas, como por exemplo: indutância de dispersão e
perdas. Para tal comparação, é interessante que os barramentos magnéticos apresentem mes-
mo valor de densidade de fluxo magnético máximo. Assim, uma forma de tornar esta compa-
ração justa é projetar todos os barramentos magnéticos com o mesmo valor para a área da
perna central e para a janela. Fazendo estas considerações, os enrolamentos de todos os bar-
ramentos comparados apresentarão mesmo número de espiras e valores próximos de perdas
entre eles. Isto também acontece com o volume dos núcleos e comprimento do caminho mag-
nético, fatores que resultam em perdas no núcleo. Desta forma, poderão ser avaliadas apenas
as diferenças relativas às geometrias dos núcleos.
Será adotada a geometria do tipo Shell como referência de projeto, por ser a base da
maioria das metodologias de dimensionamento presentes na literatura. Assim, as dimensões
deste núcleo são calculadas conhecendo os valores da área central Ac e o tamanho da janela
com as dimensões X e C. Além dessas, pode-se definir uma abertura central denominada de
Bi. Esta abertura central pode ser utilizada tanto para melhorar a troca de calor do interior do
núcleo, como também para fixar um núcleo com outro por meio de um parafuso. Observando
as geometrias do tipo Pote comerciais, observou-se que uma medida aproximada para Bi é de
cerca de 20% do valor de B.
Conhecendo as dimensões Ac, X, C e Bi:
136

4 Ac
B= (3.143)
 (1 − Bi % 2 )

4 Ac
B= + Bi 2 (3.144)

A equação (3.143) trata a especificação Bi como uma percentagem de B enquanto
(3.144) trata Bi como valor constante. Neste trabalho adotou-se Bi como 20% de B, sendo este,
um valor que aproxima esta medida nos núcleos comerciais, conforme exposto acima. Defini-
do B, encontra-se as outras dimensões:
B − Bi
Zi = (3.145)
2
A = B + 2X (3.146)
Considerando que a soma das áreas das pernas laterais é igual a área da perna central:

Ac A2
E=2 + (3.147)
− 4
E−A
Z= (3.148)
2
Ac
Y= (3.149)
B (  − )

F = C +Y (3.150)
A vista em corte dos barramentos magnéticos do tipo Pote e XS são semelhantes ao
do tipo Shell, apresentando diferenças nas pernas laterais e superiores, assim, o MPL é deter-
minado por:
MPL = 2 X + Zi + Z + 4C + 2Y (3.151)

O MLT pode ser determinado por:


B X − eCarretelH 
MLT = 2  + eCarretelH +  (3.152)
2 2 
O detalhamento das áreas superficiais do núcleo proposto pode ser visto na Figura
65.
137

Figura 65 - Detalhamento das áreas do núcleo Pote.


r 3 = B/2
r 4 = A/2 Detalhamento A7
4 vezes A7
r1 = E/2
A5 A1 = 2F·r 1·(2π - 2θ)
r 2 = Bi/2 A = 2F·2π ·r
2 vezes A5 2 2

A3 = Y·2θ·r 3
A4 = 2C·2θ·r4 2F 2C
A5 = π·(r 12 - r22 ) - θ·(r1 2- r3 2)
A6 = θ·(r 42 - r3 2 ) X
A6
A7 A7 = 2F·(X+Z) - 2C·X
2 vezes A6 At = A1 + A2 + A3 + A4 + 2A5 + 2A6 + 4A7 X+Z
Fonte: produção do próprio autor.

As áreas superficiais são definidas por:


A1 = 2 F  r1 ( 2 − 2 ) (3.153)

r1 = E / 2 (3.154)

A2 = 2F  2 r2 (3.155)

r2 = Bi / 2 (3.156)

A3 = Y  2 r3 (3.157)

r3 = B / 2 (3.158)

A4 = 2C  2 r4 (3.159)

r4 = A / 2 (3.160)

A5 =  ( r12 − r2 2 ) −  ( r12 − r2 2 ) (3.161)

A6 =  ( r4 2 − r32 ) (3.162)

A7 = 2 F  ( X + Z ) − 2C  X (3.163)

At = A1 + A2 + A3 + A4 + 2 A5 + 2 A6 + 4 A7 (3.164)

O volume do barramento é calculado por:


Vt = A5  2F + A6  2C (3.165)

O volume máximo ocupado pelo barramento é:


VM = 2 F  ( A5 + A6 + r2 2 ) (3.166)
138

3.9.5 Geometrias estendidas

As geometrias estendidas com proporções de medidas 2C e X/2 são ilustradas na Fi-


gura 66. Estas são propostas inéditas desta tese e utilizam a base projetada e apresentada na
Figura 63 com o conceito de estender a dimensão C. Do ponto de vista de perdas magnéticas
não é atrativo alongar a janela, pois há aumento do volume do núcleo e, consequentemente,
das perdas. Dentre as possibilidades, foi avaliada a possibilidade de estender a dimensão C e
reduzir a dimensão B, tornando a janela maior do que a de um núcleo EE de referência. Isto
reduziria as perdas no núcleo devido à diminuição do volume, porém aumentaria as perdas no
cobre. Além disso, uma janela muito espaçada também aumenta o fluxo disperso, pois os en-
rolamentos ficam mais distantes do núcleo magnético. Devido a estes problemas este conceito
foi abandonado.
Este trabalho originou-se com o objetivo de tornar o barramento magnético versátil,
com a capacidade de inserir e retirar enrolamentos após a fabricação, posicionando-os de for-
ma sequencial e não concêntrica.

Figura 66 - Geometrias estendidas com a dimensão C sendo o dobro e a dimensão X a metade em relação a uma
geometria não estendida. (a) Tipo Pote e (b) tipo XS.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Para chegar nestes conceitos foram realizados estudos prévios e simulações de forma
a alcançar uma boa proporção entre estas medidas estendidas. Observou-se neste processo que
a ideia inicial da versatilidade não é interessante para baixos valores de densidade de fluxo
139

magnético. O acoplamento entre os enrolamentos fica fortemente prejudicado, aumentando


muito o valor da indutância de dispersão, além do necessário até para um conversor DAB, que
“aproveita” a indutância de dispersão. Este efeito pode ser observado na Figura 67 e Figura
68. A Figura 67-a apresenta a distribuição da densidade de fluxo magnético de um barramento
do tipo Pote estendido com enrolamentos concêntricos e a Figura 67-b apresenta os resultados
para a mesma estrutura, porém, com enrolamentos em sequência. Em ambos os casos, o enro-
lamento primário produz uma densidade de fluxo magnético de aproximadamente 0,05 T.
Nota-se que ao utilizar enrolamentos sequenciais, o fluxo magnético na parte superior do nú-
cleo apresenta magnitude muito baixa em relação à parte inferior. Isto ocorre devido ao baixo
valor de campo magnético H, devido ao baixo valor de projeto, juntamente com a distância
que a parte superior do núcleo se encontra em relação à fonte geradora de fluxo magnético. O
campo magnético diminui com o aumento da distância da fonte geradora. Com este cenário,
até a consideração teórica de que o fluxo magnético circula por meio dos dois enrolamentos
não é válida, não sendo aplicável a relação de transformação direta. Ou seja, a tensão induzida
no secundário não será V1·n2/n1.

Figura 67 - Distribuição da densidade de fluxo magnético para um barramento magnético do tipo Pote estendido
para Bmax = 0,05 T. (a) enrolamentos concêntricos com Pfe = 1,62 W e (b) enrolamentos em sequên-
cia, sendo o primário localizado na parte inferior e Pfe = 1 W.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor gerada pelo software Maxwell.
140

A Figura 68 mostra outros cenários de operação.

Figura 68 - Distribuição da densidade de fluxo magnético para um barramento magnético do tipo Pote estendido
com enrolamentos em sequência para (a) Bmax = 0,15 T e Pfe = 25 W, (b) Bmax = 0,35 T e
Pfe = 227 W e (c) Bmax = 0,42 T, Pfe = 514 W e saturação do núcleo.

(a) (b)

(c)
Fonte: produção do próprio autor gerada pelo software Maxwell.
141

Nas simulações ilustradas na Figura 68, o número de espiras foi reduzido de forma a
aumentar o valor do fluxo magnético. Nota-se que ao aumentar o valor da densidade de fluxo
magnético, ele começa a circular pela parte superior do núcleo, melhorando o acoplamento
dos enrolamentos. Como foi abordado na seção 3.4, a limitação do valor da densidade de flu-
xo magnético máximo nos núcleos de ferrite está mais relacionada com as perdas magnéticas
do que com o seu valor de saturação. O núcleo não está saturado na Figura 68-a e na Figura
68-b, porém as perdas simuladas são 25 W e 227 W respectivamente, valores obtidos por si-
mulação por elementos finitos. Com o núcleo saturado (Figura 68-c), estas perdas chegam a
514 W. Este barramento magnético foi dimensionado para processar 1 kW de potência ativa
com rendimento de 99,6% utilizando o material IP12R da Thornton com AC de 770 mm² e Wa
de 418 mm². A nível de comparação, a estrutura apresentada na Figura 67-a apresenta perdas
de 1,6 W.
Considerando que as estruturas apresentadas na Figura 67-b e Figura 68-a não podem
ser usadas, pois não induzem de forma adequada a tensão no enrolamento secundário de for-
ma adequada e estrutura da Figura 68-c está com o núcleo saturado, a única opção é utilizar o
cenário da Figura 68-b. Porém, este volume de núcleo não tem capacidade de dissipar a tem-
peratura gerada por 227 W de perdas, tornado este tipo de enrolamento impraticável para este
tipo de núcleo de ferrite. Núcleos com a altura da janela menor apresentam o mesmo proble-
ma, porém são menos prejudiciais devido à menor distância entre os enrolamentos. Este proje-
to e os resultados serão apresentados com mais detalhes no capítulo 4. Além disso isto causou
perdas muito elevadas nos enrolamentos em um núcleo EE normal montado cujos resultados
serão discutidas no capítulo 5.
Devido ao que foi exposto acima, conclui-se que a utilização de enrolamentos em se-
quência não é viável para valores baixos de densidade de fluxo magnético, principalmente o
ferrite. Aplicações com enrolamentos em sequência são viáveis de trabalhar principalmente
em núcleo de ferro silício, que apesar da baixa permeabilidade, permite o uso de uma densi-
dade de fluxo magnético alta, de até 1,4 T em média e em núcleos amorfos, que possuem um
alto valor de permeabilidade magnética, principalmente em baixas frequências.
As simulações realizadas mostram que utilizar enrolamentos em sequência, princi-
palmente nos núcleos estendidos, não é viável para ferrite com baixo valor de densidade de
fluxo magnético. Porém, estes resultados acabaram mostrando uma característica muito inte-
ressante nos núcleos estendidos. Ao estender a dimensão C e reduzir a largura da janela, man-
tendo área da janela constante, aumenta-se o caminho magnético, diminuindo a indutância
magnetizante, aumentando consequentemente as perdas no núcleo. Porém, ao reduzir a largu-
142

ra da janela, os enrolamentos ficam com menor número de camadas, reduzindo consideravel-


mente as perdas por efeito de proximidade, além de melhorar o acoplamento mesmo para va-
lores muito baixos de Bmax. Além disso, com a maior área superficial, melhor será a troca de
calor com o ambiente apresentando uma menor temperatura. A análise mais completa será
apresentada no capítulo 4 utilizando simulações por método de elementos finitos.
Os cálculos das áreas superficiais, MLT, MPL são exatamente as mesmas apresenta-
das na seção 3.9.4.

3.10 MODELO TÉRMICO

A elevação de temperatura de um transformador é um ponto crítico no projeto. Se-


gundo a NBR 5356 parte 2 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2016b), a temperatura nos enrolamentos de transformadores de potência para transmissão e
distribuição não pode ultrapassar 120°C no ponto mais quente. Já para transformadores de
potência a seco, a tolerância depende do sistema isolante, em que a temperatura máxima dos
enrolamentos no ponto quente é 10°C abaixo da temperatura máxima suportada pelo do sis-
tema isolante. A tolerância para a temperatura média é mais alta, sendo 150°C para um siste-
ma isolante que suporta 220°C e 60°C para uma isolação que suporta 150°C (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2016a).
A elevação de temperatura em um transformador é difícil de ser estimada teorica-
mente com completa precisão (MCLYMAN, 1994), contudo, os modelos térmicos fornecem
uma estimativa razoável. Uma estimativa para a elevação de temperatura considerando que o
calor é dissipado uniformemente pela área superficial At é proposta por (MCLYMAN, 1994) e
dada por:
0,826
P +P 
 T = 450  fe cu 4 
(3.167)
 At 10 
Esta equação simplificada leva em consideração que os enrolamentos e o núcleo
apresentem áreas superficiais com valores próximos, permitindo a troca uniforme de calor
com o ambiente. Tanto os núcleos do tipo Pote quanto Matrix não apresentam características
consideradas pela equação simplificada, dependendo de um modelo mais complexo para es-
tima a elevação de temperatura. Esta seção é destinada a introduzir um modelo térmico de
regime permanente para os tipos de barramentos magnéticos estudados.
Há três mecanismos de troca de calor: condução, convecção e radiação. Sendo con-
dução e convecção os mecanismos mais relevantes na maioria das aplicações. O comporta-
143

mento térmico em regime permanente é representado por um circuito térmico análogo a um


circuito elétrico. A fonte de calor é representada por uma fonte de corrente, as temperaturas,
por uma fonte de tensão e as resistências térmicas, por meio de resistores (INCROPERA et
al., 2007; KAZIMIERCZUK, 2013). As resistências térmicas de convecção e condução são
dadas por:
l l
Rcond = =  (3.168)
kA A
1
Rconv = (3.169)
hA
Em que:
Rcond resistência térmica de condução [°C/W];
Rconv resistência térmica de convecção [°C/W];
k condutividade térmica do material [W/(m·K)];
ρθ resistividade térmica do material [m·K/W ou m·°C/W];
h constante natural de convecção, valores típicos de 2 a 25 W/(k·m²);
A área superficial do objeto;
l espessura.
A Tabela 13 apresenta os valores de condutividade térmica e elétrica de alguns mate-
riais utilizados na composição de transformadores e indutores.

Tabela 13 - Condutividade térmica e elétrica dos materiais.


Condutividade térmica a 27°C
Material Natureza
[W/(m·K)]
Cobre Condutor 401
Alumínio Condutor 237
Ferro puro Magnético 80,2
Ferro silício Magnético 51,9
Ferrite Magnético 0,35–0,43
Papel Isolante 0,180
Epoxi Isolante 0,15–0,3
Silicone Isolante 0,16
Óleo mineral Isolante 0,145
Óleo vegetal Isolante 0,13–0,17
Fibra de vidro Isolante 0,038
Ar parado Isolante 0,0263
Fonte: (INCROPERA et al., 2007; OOMMEN, 2002; ORTIZ; BIELA; KOLAR, 2010)

A Figura 69 apresenta o modelo térmico para regime permanente de um barramento


magnético de dois enrolamentos apresentado em (KAZIMIERCZUK, 2013). Este modelo
também é simplificado e considera o gradiente de transferência de calor unidimensional, con-
siderando que o calor do núcleo é inteiramente trocado com o enrolamento do primário, que
144

por sua vez troca calor somente com o enrolamento secundário, sendo este último, que faz a
troca por convecção com o ambiente. Apesar dos modelos serem unidimensionais no sentido
do fluxo de calor, as resistências térmicas podem carregar informações da geometria melho-
rando a precisão do modelo (PURUSHOTHAMAN; DE LEON, 2012; RIES, 2018), ou tam-
bém, acrescentar informações transitórias como em (VILLAR et al., 2009; WROBEL;
MCNEILL; MELLOR, 2010). Quando o gradiente de temperatura não puder ser representado
em uma única direção, há técnicas de aproximação para considerar os efeitos multidirecionais
para o modelo unidirecional em regime permanente, mas que não serão abordados nestes es-
tudos. Apesar da simplicidade dos modelos unidirecionais, eles podem representar com preci-
são inúmeros sistemas de engenharia (INCROPERA et al., 2007). A Figura 69 apresenta o
modelo térmico em regime permanente.

Figura 69 - Modelo térmico em regime permanente para um barramento magnético de dois enrolamentos.
TC Pc: perdas no núcleo
RC P1: perdas no enrolamento 1
T1 P2: perdas no enrolamento 2
TC: temperatura do núcleo
T2 R1 T1: temperatura no enrolamento 1
T2: temperatura no enrolamento 2
R2 TA: temperatura ambiente
P1 P2 RC: resistência térmica do núcleo
PC
R1: resistência térmica do enrolamento 1
RA TA R2: resistência térmica do enrolamento 2
RA: resistência térmica de convecção para o ambiente
Fonte: adaptado de (KAZIMIERCZUK, 2013).

Será abordado um modelo simplificado, lançando mão de considerações semelhantes


à apresentada em (KAZIMIERCZUK, 2013) com o objetivo de fornecer uma estimativa con-
fiável do comportamento térmico do barramento magnético para utilização em algoritmos de
otimização, sem a preocupação de um rigor na precisão. Esta escolha é justificada devido ao
alto grau de complexidade na obtenção dos parâmetros com aumento no número de resistên-
cias térmicas e que pouco afetarão o resultado, uma vez que estes modelos já são simplifica-
dos para um gradiente unidirecional de fluxo de calor. Sendo assim, aumentar o número de
resistências térmicas apenas aumentaria a complexidade do sistema, exercendo pouca influên-
cia na melhoria da precisão. Uma vez obtidos os valores de elevação de temperatura por esta
aproximação, uma simulação por elementos finitos fornecerá uma distribuição de calor mais
precisa no interior dos núcleos para o projeto final.
As próximas subseções apresentarão os modelos térmicos dos tipos de barramentos
magnéticos estudados neste trabalho. Os cálculos das resistências térmicas são feitos por
145

(3.168) e (3.169). As áreas e dimensões envolvidas foram brevemente descritas na seção 3.9 e
o código fonte usado no software MATLAB com o cálculo detalhado das resistências é apre-
sentado no APÊNDICE A.

3.10.1 Tipo Shell

O modelo térmico proposto por (KAZIMIERCZUK, 2013) considera que o enrola-


mento primário envolve todo o núcleo e o enrolamento secundário envolve todo o enrolamen-
to primário, sendo que a única troca de calor com o ambiente ocorre pelo enrolamento secun-
dário. Esta consideração é inteiramente válida para barramento magnético do tipo Core com
núcleo toroidal, porém, na maioria dos casos, boa parte do núcleo troca calor com o ambiente
externo. Assim, de forma a melhorar a estimativa do modelo, foi acrescentado um ramo para a
troca de calor entre o núcleo e o ambiente e outro referente ao enrolamento 2 e o núcleo ex-
terno, como pode ser visto na Figura 70-a. A Figura 70-b apresenta um corte superior do bar-
ramento magnético em relação ao eixo de simetria enfatizando os pontos de troca de calor.

Figura 70 - (a) Modelo térmico em regime permanente análogo ao circuito elétrico para o barramento magnéti-
co do tipo Shell. (b) Corte superior do barramento magnético do tipo Shell enfatizando os locais de
troca de calor.
TC Enrolamento 2 e ambiente:
RC
R2e e R2A
eixo de simetria
RiC
Tw1 Enrolamento 2: R2

R1 Enrolamento 1: R1

R i1
Tw2 Núcleo: RC
R2
Pw1 R 2e
Pw2 Núcleo e enrolamento 1: RiC
P fe
R i2 R 2A Enrolamentos 1 e 2: Ri1
Núcleo e enrolamento 2: Ri2
TA Núcleo: RC
R CA
Núcleo e ambiente: RCA
(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

O valor da resistência térmica RC leva em consideração a área do núcleo que está en-
volvida pelo enrolamento 1. O valor de R2 leva em consideração a parcela de área em contato
do enrolamento 2 com o núcleo e R2e representa a resistência térmica do enrolamento 2 em
contato com o ar. Além destas, também foram consideradas as resistências térmicas dos isola-
dores, definidas como Ri. Todas estas resistências descritas são referentes à troca de calor por
146

condução e calculadas por (3.168). As resistências RCA e R2A são referentes às trocas de calor
por convecção e calculadas por (3.169). Nelas, é considerada toda a área superficial das partes
que trocam calor com o ambiente. Os cálculos detalhados podem ser acompanhados no
APÊNDICE A.1.
As equações que representam o circuito elétrico equivalente da Figura 70-a são:

TC − Tw1 TC − Tw 2 TC − TA
Pfe = + + (3.170)
RC + Ric R2 + Ri 2 RCA

Tw1 − Tw 2 Tw1 − TC
Pw1 = + (3.171)
R1 + Ri1 RC + Ric

Tw 2 − TA Tw 2 − Tw1 Tw 2 − TC
Pw 2 = + + (3.172)
R2 e + R2 A R1 + Ri1 R2 + Ri 2

3.10.2 Tipo Core

As considerações para o barramento magnético do tipo Core são um pouco diferen-


tes. Neste caso, os dois enrolamentos trocam calor com o núcleo e com o ambiente, além de
trocarem calor entre si no interior do barramento conforme mostra a Figura 71-b. Assim, foi
acrescentado um ramo de troca de calor entre o enrolamento 1 e o enrolamento 2 ao modelo
térmico. As resistências térmicas deste ramo levam em consideração a área do enrolamento
que fica no interior do núcleo CC.

Figura 71 - (a) Modelo térmico para o barramento magnético do tipo Core. (b) Cortes superior e frontal.
TC
RC RC

R iC RiC
Tw1 Tw2

R 1i R2i R2 Área externa


R1
Pw1 Ti12
P fe Pw2 RCA
R 1A R2A
TA

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

A o circuito elétrico da Figura 71-a é representado por:


147

TC − Tw1 + TC − Tw 2 TC − TA
Pfe = + (3.173)
RC + Ric RCA

Tw1 − TA Tw1 − Tw 2 Tw1 − TC


Pw1 = + + (3.174)
R1 + R1 A R1i + R2i RC + Ric

Tw 2 − TA Tw 2 − Tw1 Tw 2 − TC
Pw 2 = + + (3.175)
R2 + R2 A R1i + R2i RC + Ric

3.10.3 Tipo Matrix

O modelo térmico do barramento magnético tipo Matrix, apresentado na Figura 72, é


derivado do modelo usado para o barramento Shell. Foi acrescentado um ramo de resistências
térmicas no nó da temperatura do enrolamento 1 para o ambiente devido à parte dos dois en-
rolamentos trocarem calor diretamente com o meio ambiente. Para barramentos magnéticos
com mais de 2 enrolamentos, a área em que os enrolamentos intermediários trocam calor com
o ambiente é muito menor do que a área que eles trocam calor entre si. Portanto, as resistên-
cias térmicas referentes às trocas de calor entre os enrolamentos intermediários e o ambiente
podem ser desprezadas.

Figura 72 - Modelo térmico para o barramento magnético do tipo Matrix.


TC
RC

RiC
Tw1
R1

R i1
Tw2

R2
Pw1 R 2e R1e
Pw2
Pfe
R i2 R 2A R 1A

R CA TA

Fonte: produção do próprio autor.

O sistema linear que soluciona os valores de temperatura do circuito é dado por:


TC − Tw1 TC − Tw 2 TC − TA
Pfe = + + (3.176)
RC + Ric R2 + Ri 2 RCA
148

Tw1 − Tw 2 Tw1 − TC Tw1 − TA


Pw1 = + + (3.177)
R1 + Ri1 RC + Ric R1e + R1 A

Tw 2 − TA Tw 2 − Tw1 Tw 2 − TC
Pw 2 = + + (3.178)
R2 e + R2 A R1 + Ri1 R2 + Ri 2

3.10.4 Tipo Pote e XS

O modelo térmico dos barramentos dos tipos Pote e tipo XS e seus derivados apre-
senta as mesmas características do modelo térmico para o barramento do tipo Shell. Apenas os
valores das resistências térmicas são diferentes. Assim, utiliza-se a Figura 70-a como referên-
cia o sistema de equações (3.170), (3.171) e (3.172) para calcular as temperaturas.

3.10.5 Validação dos modelos térmicos por simulação

De forma a verificar a confiabilidade dos modelos térmicos, foi feita uma compara-
ção utilizando o método de elementos finitos com auxílio do software Maxwell da Ansys. A
validação foi feita com um barramento magnético com as dimensões dos núcleos apresentadas
na Tabela 14 de acordo com a Figura 73. Estas dimensões foram feitas de forma que todos os
barramentos apresentassem o mesmo volume do núcleo.

Figura 73 - Dimensões dos núcleos (a) E, (b) C e (c) Pote.


A B B
B
Y
C X Zi Z
C F
F
Bi
Y Y

X Z X
θ
D D B
A
E E E
(a) (b) (c)
Fonte: produção do próprio autor.
149

Tabela 14 - Dimensões dos núcleos utilizados para validação dos modelos térmicos.
Dimensão Shell Core Matrix Pote Xs
A 44,20 - - 56,90 56,90
B 19,30 9,65 9,65 32,00 32,00
Bi - - - 6,40 6,40
C 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00
D 39,90 79,80 13,30 83,78 50,27
E 63,50 31,75 31,75 66,40 72,10
F 32,20 32,20 32,20 31,20 37,40
X 12,45 12,45 12,45 12,45 12,45
Y 10,20 10,20 10,20 9,20 15,40
Z 9,65 9,65 9,65 4,75 7,60
N - 1 6 - -
θ - - - 30 ° 90,0 °
At [cm²] 210,84 247,36 1190,40 219,60 243,59
Vt [cm³] 195,03 228,17 216,31 190,94 189,02
VM [cm³] 209,80 258,30 286,13 198,28 218,20
Dimensões não indicadas em milímetros.
Fonte: produção do próprio autor.

Além das dimensões as seguintes grandezas foram consideradas:


• temperatura ambiente: 20°C;
• perdas no núcleo: 2,5 W;
• perdas no enrolamento 1: 1,5 W;
• perdas no enrolamento 2: 2,0 W;
• constante natural de convecção h: 7 W/(k·m²);
• condutividade térmica do cobre: 400 W/(m·K);
• condutividade térmica do ferrite: 0,4 W/(m·K);
• condutividade térmica do isolador: 0,2 W/(m·K).
As perdas são aproximadas para um rendimento de 99,5% em um barramento mag-
nético processando 1 kW.
Os resultados de simulação pelo método de elementos finitos são apresentados na Fi-
gura 74. Os valores de temperatura no ponto mais quente são apresentados na Tabela 15, sen-
do comparados com os resultados provenientes dos modelos térmicos apresentados para cada
barramento magnético, juntamente com o modelo simplificado proposto por (MCLYMAN,
1994) e pela equação (3.167), representado por MS na Tabela 15.
150

Figura 74 - Resultados de simulação por método de elementos finitos: (a) Shell, (b) Matrix, (c) Core, (d) Pote e
(e) XS.

(a) (b)

(c) (d) (e)


Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 15 - Comparação dos resultados obtidos por simulação com os modelos térmicos no ponto de temperatu-
ra máxima.
Temperaturas em [°C] para temperatura ambiente de 20°C
Geometria¹ Núcleo Enrolamento 1 Enrolamento 2 Geral
M S E M S E M S E MS
Shell 51,61 51,69 0,15 52,13 52,32 0,36 52,00 51,86 0,27 43,79
Pote 49,69 56,05 11,35 50,66 56,78 10,78 50,65 56,25 9,96 43,00
XS 47,65 48,79 2,34 48,57 49,54 1,96 48,55 48,92 0,76 41,19
Core 46,61 43,55 7,03 46,36 45,55 1,78 46,36 45,53 1,82 40,84
Matrix 43,34 40,07 8,16 44,07 41,41 6,42 43,99 40,83 7,74 25,69
M: modelo, S: Simulação, E: Erro percentual, MS: Modelo simplificado obtido em (3.167).
¹ ordenado de forma crescente em relação a área superficial total At.
Fonte: produção do próprio autor.

Os resultados mostram que para o barramento magnético do tipo Shell, o modelo


térmico proposto representou com grande precisão seu comportamento térmico em regime
permanente nas condições impostas, apresentando erros percentuais menores que 1%. Obser-
va-se também que o modelo para o barramento magnético do tipo XS também apresentou um
erro baixo. Os maiores erros estão nos barramentos magnéticos do tipo Pote e Matrix, justa-
mente os que apresentam geometrias mais complexas. Apesar destas geometrias apresentarem
151

um erro mais elevado, isto não invalida o objetivo destes modelos de fornecer uma estimativa
da temperatura. Isto pode ser verificado observando o valor absoluto destes erros, que no má-
ximo 6 °C, diferença de temperatura que não afetaria o funcionamento adequado.
Já o modelo simplificado apresentado por (MCLYMAN, 1994) apresenta valores
mais afastados dos obtidos por simulação e o maior erro ocorre no barramento magnético do
tipo Matrix, que possui maior área superficial, porém, maior complexidade na geometria.
Em geral, os transformadores apresentam áreas de troca de calor com ambiente com
valores semelhantes para os enrolamentos e para o núcleo. Desta forma nota-se uma certa
coerência entre os resultados da equação simplificada em que os barramentos magnéticos se-
guem esta característica. Portanto, fica evidente, no caso do barramento do tipo Pote, que esta
relação entre área superficial e elevação de temperatura não se aplica. Neste caso, as perdas
são maiores nos enrolamentos, que por sua vez, apresentam pouca área de troca de calor com
o ambiente, fazendo com que a temperatura seja maior que nos demais barramentos.

3.11 PROJETO DO BARRAMENTO MAGNÉTICO

Tendo em mãos os principais conceitos do funcionamento de um barramento magné-


tico, parte-se para as etapas de projeto. Basicamente, esta etapa consiste em escolher um nú-
cleo magnético que seja capaz de comportar os enrolamentos em seu interior e operar dentro
dos limites especificados. Esta tarefa não é tão simples de se executar devido aos graus de
liberdade contidos nesta operação. Um layout de um transformador solenoidal do tipo Core é
apresentado na Figura 75. A equação que serve de base para este processo é a Lei de Faraday
(3.20). Considerando que, de antemão, são conhecidos os valores de tensão e de corrente de
operação, torna-se necessário definir a área transversal do núcleo e valor do fluxo magnético
máximo de operação. Com estas informações obtém-se o número de espiras. Além disso, de-
ve-se definir também a densidade de corrente, que está relacionada com a resistência dos en-
rolamentos. O conceito é simples, porém, sem uma metodologia adequada, torna-se exaustivo
encontrar um valor ideal para estas variáveis de forma que os enrolamentos caibam dentro de
um núcleo magnético, e ainda apresentar uma elevação de temperatura aceitável.
152

Figura 75 - Layout padrão de um barramento magnético com algumas das principais variáveis geométrica.
Comprimento médio Área da
da espira, MLT janela, Wa

2r o

Volume dos Área da seção Volume do


enrolamentos,V W transversal, AC núcleo, VC
Fonte: adaptado de (HURLEY; WÖLFLE, 2013)

3.11.1 Introdução ao método do produto das áreas Ap

Diferentes metodologias de projeto consagradas na literatura são propostas por


(ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001; HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK, 2013;
MCLYMAN, 1994), sem contar diversos trabalhos que apresentam métodos de otimização
numérica. Dentre as metodologias, a principal abordagem é considerando o produto das áreas
Ap. Há diferentes equacionamentos para esta expressão, em que cada autor procura fazer seu
processo de otimização de forma analítica. De forma geral, ela relaciona a potência processa-
da no núcleo com variáveis de projeto definidas. Uma das formulações mais simples desta
equação é feita por (MCLYMAN, 1994). Considerando que a potência total processada pelo
transformador é:
St = Sin + Sout (3.179)

O número de espiras do enrolamento primário é dado pela lei de Faraday:


Vp
Np = (3.180)
Ac Bmax fK v
Em que:
Kv fator de forma de onda de tensão: 4,44 para forma de onda senoidal e 4 pa-
ra forma de onda quadrada.
A área do enrolamento é dada por:
kuWa = N p Awp + N s Aws (3.181)

A e relação entre a área de cobre com a densidade de corrente é:


I
Aw = (3.182)
J
Substituindo (3.182) em (3.181):
153

Ip Is
kuWa = N p + Ns (3.183)
J J
Substituindo (3.180) em (3.183):
Vp Ip Vs Is
kuWa = + (3.184)
Ac Bmax fK v J Ac Bmax fK v J
Rearranjando (3.184):
V p I p + Vs I s
kuWa = (3.185)
JAc Bmax fK v
A potência aparente pode ser escrita como:
S = VI (3.186)
Substituindo (3.186) em (3.185):
St
kuWa = (3.187)
JAc Bmax fK v

Assim, define-se a expressão:


St
AP = Wa Ac = (3.188)
ku JBmax fK v

Nesta equação, as variáveis necessárias para o dimensionamento são: potência de en-


trada, densidade de corrente, fator de ocupação do enrolamento, densidade de fluxo magnético
máxima, frequência de operação e fator de forma. Exceto a densidade de corrente, todas as
variáveis são conhecidas e já foram apresentadas neste capítulo. Para determinar a densidade
de corrente, (MCLYMAN, 1994) utilizam-se ábacos relacionados à equação da elevação de
temperatura proposta por ele (3.167), apresentada na seção 3.10, e constantes geométricas.
Neste ponto ocorre as diferentes concepções desta equação, em que os autores utilizam méto-
dos analíticos que relacionam a elevação de temperatura com a potência processada e o volu-
me do núcleo, gerando um equacionamento para determinar a densidade de corrente.
Neste trabalho, o dimensionamento do barramento magnético será feito de modo
numérico com algoritmo de otimização e não será utilizado o método do produto das áreas.
Porém, apesar de não ser utilizada neste trabalho, esta é uma ferramenta poderosa e simples
que possibilita estimar o volume de um barramento magnético de forma rápida e trivial. Téc-
nica muito útil por exemplo, quando necessita estimar o tamanho dos núcleos e quantidade de
cobre de um barramento magnético para orçamentos prévios ou para pré-projetos.
154

3.11.2 Conceito básico da metodologia proposta

A metodologia usada neste trabalho é numérica e consiste em fazer os cálculos de


perdas em todos núcleos cadastrados em uma tabela. Esta tabela possui os dados geométricos,
características magnéticas e constantes de Steinmetz. Estes cálculos são realizados fazendo
uma varredura no valor da densidade de fluxo magnético máximo. Os passos deste processo
são apresentados no fluxograma da Figura 76. A rotina no software MATLAB para este pro-
cesso está presente no APÊNDICE B. Os passos mais importantes serão abordados nas pró-
ximas seções.

Figura 76 - Fluxograma do algoritmo utilizado para escolha do núcleo.

Início
Calcula:
N1, Pfe, Área do condutor, perdas no cobre
Lê dados de especificação do barramento magnético:
VRMS, IRMS, ρcuamb, αcu eCarretelH, eCarretelV, eisolação, fwk, s
ΔT e Perdas toleráveis e fator de potência Incrementa B0 B0 ≤ Bsat?

n
Cálculo das principais variáveis:
SVA, Perdas, ρcuT s
Incrementa
Contador < Nmax?
contador
Lê dados da tabela dos núcleos e armazena em
n
uma matriz:
Dimensões, coeficientes de Steinmetz,
Calcula perdas mínimas para cada
permeabilidade relativa , Bsat e Nmax (número de B0 = B0min núcleo
núcleos cadastrados)

Escolhe núcleo que apresenta perdas


Cálculo das demais dimensões do núcleo: imediatamente abaixo do valor
X, Y, Z, lw, hw, Aw e Ac tolerável, dentro da elevação de
temperatura definida

Contador = 1 Fim

Fonte: produção do próprio autor.

3.11.3 Especificações do transformador

Para dimensionar um barramento magnético, deve-se ter em mãos as especificações.


Os dados necessários para esta rotina de otimização são:
Vrms valor eficaz da tensão de cada enrolamento [V];
Irms valor eficaz da corrente de cada enrolamento [A];
155

f frequência de operação [Hz];


nportas Número de portas ou enrolamentos.
Os parâmetros a seguir são de escolha do projetista:
ku fator de ocupação da janela. Esta variável será abordada na seção 3.11.7;
ΔT elevação de temperatura [°C];
Ta temperatura ambiente [°C];
eCarretelH espessura do carretel na horizontal [m];
eCarretelV espessura do carretel na vertical[m];
eisolação espessura de isolação entre os enrolamentos [m].

3.11.4 Cálculos das principais variáveis

Em posse das especificações, o primeiro passo é calcular a potência aparente total


processada pelo transformador. Esta potência corresponde à soma da potência aparente em
todos os enrolamentos. Do ponto de vista do processamento de energia, será esta, a potência
processada pelo barramento.
n
Stotal =  VA =  ViRMS I iRMS (3.189)
i =1

Define-se a resistividade do cobre para a temperatura de operação desejada:


w = w 25C 1 +  cu (Ta +  T − 25 C )  (3.190)

ρw resistividade do cobre corrigida para a temperatura de operação;


O fator de forma de tensão é definido de acordo com a forma de onda de tensão sobre
o enrolamento. A Figura 77 apresenta formas de onda de tensão e densidade de fluxo magné-
tico para formatos senoidais e quadrados. Esta constante tem a função de relacionar o valor
eficaz da tensão com o valor da densidade de fluxo magnético máximo. Os valores eficazes de
tensão de uma forma de onda quadrada e senoidal são conhecidos e valem:
VRMS = V 2 , forma de onda senoidal (3.191)

VRMS = V , forma de onda quadrada (3.192)

Aplicando a lei de Faraday nas formas de onda da Figura 77 encontra-se:


dB ( t )
v ( t ) = N1 Ac (3.193)
dt
156

Figura 77 - Forma de onda de tensão e densidade de fluxo magnético em função do tempo para (a) forma de
onda quadrada e (b) senoidal.

V V
vp (t) v(t)
-V -V
B max Bmax
B(t) B(t)
1/4f 1/2f 1/f -Bmax 1/4f 1/2f 1/f -Bmax

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Para a Figura 77-a os valores de B(t) e v(t) no intervalo B(t) = 0 até B(t) = Bmax po-
dem ser obtido por inspeção:
v (t ) = V (3.194)

B ( t ) = 4 fBmax t (3.195)

Substituindo (3.194) e (3.195) em (3.193) e resolvendo:


V = 4N1 Ac fBmax (3.196)

Para a forma de onda apresentada na Figura 77-b, os valores de B(t) e v(t) também
podem ser obtidos por inspeção:
v ( t ) = V cos (  t ) (3.197)

B ( t ) = Bmax sen (  t ) (3.198)

Aplicando em (3.193):
dBmax sen (  t )
V cos (  t ) = N1 Ac (3.199)
dt
V = 2fBmax N1 Ac (3.200)
Substituindo (3.191) em (3.200):
VRMS 2 = 2fBmax N1 Ac (3.201)

Resultando em:
VRMS = 4, 44 fBmax N1 Ac (3.202)

As equações (3.196) e (3.202) mostram que o valor Kv = 4,44 para forma de onda se-
noidal Kv = 4 para forma de quadrada relacionam o valor eficaz de tensão com o valor máxi-
mo da densidade de fluxo magnético nas respectivas formas de onda.
157

3.11.5 Cálculo das demais dimensões do núcleo

Estes cálculos seguem os critérios apresentadas na seção 3.9. Os fabricantes normal-


mente fornecem apenas as dimensões externas. No caso do núcleo EE estas dimensões são: A,
B, C, D, E e F. De forma a evitar a necessidade de um cálculo manual, o algoritmo já define
as dimensões internas: X, Y e Z, além dos valores de lW e hW, que correspondem a largura e
altura da janela descontando o espaço que o carretel ocupa no núcleo. O MLT, a área superfi-
cial, o volume e todas as outras dimensões necessárias e especificadas na seção 3.9 também
são calculadas pelo algoritmo. Alguns núcleos possuem carreteis específicos que já fornecem
dados de MLT, lW e hW. Desta forma o algoritmo prevê a inserção destes valores na tabela de
informações dos núcleos.

3.11.6 Algoritmo iterativo

Nesta parte é feita a varredura da densidade de fluxo magnético em todos os núcleos


da tabela. O código fornece o passo de variação e a varredura é feita iniciando no valor do
passo até o valor de saturação do núcleo.
Para cada valor de B0 são calculadas as perdas magnéticas e as perdas no cobre. As
perdas no cobre são calculadas pela equação geral de Steinmetz normal e melhorada (GSE e
iGSE). Para determinar as perdas utiliza-se a equação iGSE devido à forma de onda de tensão
do transformador. As perdas no cobre são calculadas seguindo a seguinte equação:
Pcu = RCC I RMS 2 (3.203)

wcomprimendo 
RCC = (3.204)
Acondutor

wcomprimento = MLT  N (3.205)

kuWa
Acondutor = (3.206)
Nn portas

Em que:
Pcu perdas no cobre para o enrolamento;
RCC resistência CC do enrolamento;
wcomprimento comprimento do enrolamento;
Acondutor área da seção transversal do condutor.
Pela equação da lei de Faraday, valores baixos de densidade de fluxo magnético re-
sultam em um número de espiras elevado. Isto faz com que a densidade de corrente nos enro-
158

lamentos seja muito alta, e consequentemente, as perdas nos enrolamentos também ficam
muito elevadas. Para as perdas no núcleo, acontece o inverso, amplitudes baixas de densidade
de fluxo magnético resultam em baixas perdas no núcleo. Ao aumentar o valor da densidade
de fluxo magnético as perdas no núcleo aumentam e as perdas nos enrolamentos diminuem.
Desta forma, as perdas no interior do núcleo apresentam um valor ótimo, que minimiza as
perdas no núcleo, como é mostrado na Figura 78.

Figura 78 - Distribuição das perdas em um barramento magnético em função do valor de Bmax

Perdas totais
Pt
Perdas [W]

Perdas nos
enrolamentos Perdas no núcleo
P cu Pfe

valor ótimo de B max B max


Fonte: adaptado de (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2001)

A Figura 78 mostra propositalmente que valor ótimo para Bmax não está no ponto em
que as perdas no cobre e no ferro são iguais. Em geral são próximos, porém este ponto depen-
de de diversos fatores, como MLT, ku e o comportamento das perdas no núcleo. Os métodos
analíticos que usam o produto das áreas levam em consideração a geometria dos núcleos por
meio de constantes geométricas, assim não determinam corretamente este ponto. Mesmo em
métodos numéricos, este ponto é difícil de se determinar. Isto ocorre devido ao efeito da resis-
tência dos condutores em alta frequência. O algoritmo utilizado nesta tese leva em considera-
ção estes efeitos por meio da equação de Dowell, já introduzida na seção 3.5.3. A Figura 79
apresenta os resultados da saída do algoritmo para uma lista de 18 núcleos do catálogo da
Thornton. De maneira geral, os núcleos estão ordenados de forma crescente pelo comprimen-
to externo E. A tabela de núcleos utilizados e seus respectivos dados estão presentes no
APÊNDICE B. A Figura 80 apresenta os resultados do mesmo projeto, porém considerando
os efeitos de alta frequência nos enrolamentos.
159

Figura 79 - Distribuição das perdas nos enrolamentos e no núcleo desprezando os efeitos de alta frequência nos
enrolamentos

Fonte: produção do próprio autor.

Figura 80 - Distribuição das perdas nos enrolamentos considerando os efeitos de alta frequência pela equação
de Dowell na frequência do projeto (50 kHz).

Fonte: produção do próprio autor.

A Figura 79 e a Figura 80 mostram que os efeitos de alta frequência não apresentam


uma linearidade, variando de forma irregular com o valor de B0. Inclusive, apresentando pon-
tos de operação muito distantes dos obtidos ao desprezar os efeitos de alta frequência.
A metodologia utilizada para aplicar na equação de Dowell consiste em distribuir re-
gularmente os condutores ao longo da janela, determinando assim o número de camadas de
cada enrolamento. Nesta etapa do projeto ainda não estão definidos os condutores a serem
160

utilizados. Desta forma a solução encontrada para estimar estes efeitos foi considerar o condu-
tor sendo quadrado com lado lespira definido por:

Wa
lespira = (3.207)
Nn portas

Nota-se que nesta situação não foi considerado o fator de ocupação, visto que a iso-
lação influencia na distribuição. A distribuição das camadas é feita de forma aproximada con-
siderando as dimensões lW e hW:
lW
p= (3.208)
lespira

Onde p já foi definido como o número de camadas laterais que geram efeito na equa-
ção de Dowell. Considera-se que o condutor tenha espessura mínima o suficiente para mitigar
o efeito pelicular. Porém, ao fazer isto, o número de camadas aumenta devido à quantidade de
condutores em paralelo. Para simplificar a estimativa, considera que o número de camadas
aumenta de forma proporcional à raiz quadrada do número de condutores em paralelo.
Atotalcondutor
n paralelo = , arredondando para um número inteiro (3.209)
42
p paralelo = n paralelo (3.210)

Assim, considera-se um total de camadas de:


ptotal = p  p paralelo (3.211)

O novo valor de Δ será unitário sempre que lespira for maior que 2δ.
Este valor é aplicado na equação de Dowell apresentada na seção 3.5.3.
Esta metodologia não é exata, pois não foi feita a consideração sobre os tipos de
condutores utilizados, mas levam em consideração estes efeitos já na otimização, o que torna
o projeto muito mais confiável. As Figura 81 e a Figura 82 apresentam uma comparação em
gráfico de barras dos resultados de saída do algoritmo de otimização desprezando e conside-
rando respectivamente, os efeitos de alta frequência nos enrolamentos.
Observando a Figura 81 e a Figura 82, nota-se que as diferenças entre a distribuição
de perdas fica mais acentuada para os núcleos da posição 8 para cima. Sendo que estes nú-
cleos apresentam uma elevação de temperatura mais razoável. Nota-se também que as perdas
CA inviabilizam mais núcleos pela elevação de temperatura, o que é uma conclusão óbvia,
sendo que estes efeitos aumentam as perdas CA. Para título de comparação, foi avaliada uma
situação em que as perdas foram forçadas a serem igualmente distribuídas. Estas considera-
ções podem ser observadas na Figura 79 e Figura 80 com as marcas feitas com um círculo.
161

Figura 81 - Comparação das perdas no núcleo, perdas no cobre, perdas totais, elevação de temperatura e densi-
dade de fluxo magnético máximo na saída do algoritmo de otimização desprezando os efeitos em al-
ta frequência.

Desprezando os efeitos de alta


frequência nos enrolamentos

Fonte: produção do próprio autor.

Figura 82 - Comparação entre perdas no núcleo, perdas no cobre, perdas totais, elevação de temperatura e den-
sidade de fluxo magnético máximo na saída do algoritmo de otimização levando em consideração
os efeitos em alta frequência.

Considerando os efeitos de alta


frequência nos enrolamentos

Fonte: produção do próprio autor.

Na Figura 83, é apresentado um gráfico de barras destas condições de projeto. Impor-


tante notar nestas figuras é que ao forçar as perdas a serem igualmente distribuídas, desloca-se
do ponto ótimo de operação, resultando em maiores perdas. Contudo, o ponto ótimo está mui-
162

to próximo da distribuição de perdas iguais para a maioria dos barramentos. Vale ressaltar que
esta foi um cenário de aplicação. Outros núcleos com proporções diferentes resultariam em
outras distribuições.

Figura 83 - Comparação dos resultados obtidos na saída do algoritmo de otimização para perdas igualmente
distribuídas.

Fonte: produção do próprio autor.

3.11.7 Fator de ocupação do núcleo

O fator de ocupação é fundamental para que o barramento magnético possa ser cons-
truído fisicamente e corresponde à razão entre a área ocupada pelo cobre dos enrolamentos
pela área total da janela:
n portas

N k Acondutork
ku = k =i
(3.212)
2CX
Indutores de núcleo EE apresentam fator de ocupação típicos próximos 0,7. Já em
transformadores, este fator cai consideravelmente devido à presença de isoladores entre os
enrolamentos. Este valor é tipicamente de 0,4 a 0,5 (HURLEY; WÖLFLE, 2013;
KAZIMIERCZUK, 2013), porém varia muito dependendo do tipo de enrolamento. Em um
transformador ou barramento magnético, a área da isolação pode ser considerada:
Aisolação = hW eisolação N portas (3.213)
163

As perdas por correntes parasitas afetam consideravelmente o fator de ocupação em


transformadores de alta frequência, pois uma das melhores opções para mitigar o efeito de
correntes parasitas e efeito pelicular está na utilização de condutor Litz. Este condutor é com-
posto por inúmeros condutores finos AWG e empacotados formando um só condutor. No en-
trelaçamento destes condutores há uma troca de posição gradativa que além de reduzir o efei-
to pelicular, reduz também as correntes parasitas. Sem dúvidas esta é a melhor opção para os
enrolamentos. Contudo, muitos condutores finos requerem, obviamente, isolação entre si, que
começam a ficar consideravelmente espeças em relação ao raio do condutor, reduzindo ainda
mais o fator de ocupação. Apesar de tudo, ao se trabalhar em alta frequência, é mais vantajoso
sacrificar o valor da resistência CC em troca de um melhor comportamento em alta frequên-
cia. Será apresentada uma análise referente a isto no capítulo 5.
De forma a quantificar o efeito do agrupamento de condutores em paralelo torcidos
em torno de seu eixo central, foi montada uma tabela com o fator de ocupação para cada tipo
de agrupamento. Estes valores são apresentados na Tabela 16. Ao torcer os condutores em
torno do eixo central, eles ocuparão uma área circular cujo diâmetro equivale à maior distân-
cia entre os condutores agrupados. O desenho apresentado na Tabela 16 mostra apenas o corte
transversal, porém, visualizando em três dimensões, percebe-se que ele está girando em torno
de seu eixo. A cada torcida, o desenho em corte, retratado na tabela, gira mudando de posição.
Este efeito é ilustrado na Figura 84

Figura 84 - Vista superior de condutores torcidos em torno de seu eixo.

Fonte: produção do próprio autor.

Ao utilizar condutores AWG, a melhor opção em termos de fator de ocupação é utili-


zar um condutor apenas. Quando não for possível, vale a pena adaptar o diâmetro para utilizar
7 condutores, situação que apresenta o maior fator de ocupação. Boas opções para a necessi-
dade de mais condutores são: 12, 16, 18, 19 e acima de 22, que apresentam fatores de ocupa-
ção maiores ou tendendo a 0,7.
164

Esta tabela não representa a isolação dos condutores, porém, este fator também deve
ser levado em consideração. Na idealização do algoritmo de otimização, inicialmente procu-
rou-se fazer com que ele calculasse automaticamente o fator de ocupação e o melhor condutor
AWG para ser utilizado, tanto que foi necessário elaborar esta tabela. Contudo, como não há
um tipo de padrão nos condutores, isto resultaria em um trabalho muito grande. Além disso,
há outros tipos de enrolamento que não são necessariamente com condutores AWG. Por
exemplo: planar, enrolamentos de alta tensão com isolamento de silicone no condutor e folhas
de cobre. Desta forma, assume-se que o tipo de enrolamento a ser utilizado no barramento
magnético é previamente conhecido. Assim, são fornecidas ferramentas, como a Tabela 16
para auxiliar nestas definições.
Além do agrupamento da Tabela 16, há também o posicionamento dos enrolamentos
no carretel. Este posicionamento é encontrado na maioria dos livros sobre este assunto, como
em (HURLEY; WÖLFLE, 2013; KAZIMIERCZUK, 2013). Ao enrolar um carretel com con-
dutores redondos, os enrolamentos são distribuídos inicialmente ao longo da altura da janela,
até atingir o fim do carretel. Ao recomeçar, eles ficam posicionados entre dois condutores da
camada de baixo. A Figura 85 ilustra este tipo de posicionamento.

Figura 85 - Acomodação dos enrolamentos no interior de um carretel.


(ncondx - 1) x + dawgo x = 0,866 dawgo

Xw = (ncondx - 1) x + dawgo

dawgo /2 x x x x dawgo /2

simétrico Carretel de fenolite


dawgo /2
lwt
daw
C 2w = (ncondy + 0,5) dawgo

go

lw
hwt
hw

folga originária do processo


construtivo do carretel

Fonte: produção do próprio autor.


165

Tabela 16 - Fatores de ocupação para condutores agrupados e torcidos em torno do eixo central.

Área ocupada

Área ocupada
em paralelo

em paralelo
Condutores

Condutores
condutores

condutores
Diagrama

Diagrama
Diâmetro

Diâmetro
ocupação

ocupação
Fator de

Fator de
ocupado

ocupado
Área de

Área de
1 1,00 0,79 0,79 1,00 21 5,61 24,74 16,49 0,67

2 2,00 3,14 1,57 0,50 22 5,69 25,47 17,28 0,68

3 2,15 3,65 2,36 0,65 23 5,75 25,97 18,06 0,70

4 2,73 5,86 3,14 0,54 24 5,89 27,27 18,85 0,69

5 3,00 7,07 3,93 0,56 25 6,03 28,59 19,63 0,69

6 3,00 7,07 4,71 0,67 26 6,03 28,59 20,42 0,71

7 3,00 7,07 5,50 0,78 27 6,03 28,59 21,21 0,74

8 3,69 10,72 6,28 0,59 28 6,39 32,06 21,99 0,69

9 4,00 12,57 7,07 0,56 29 6,51 33,26 22,78 0,68

10 4,00 12,57 7,85 0,63 30 6,59 34,12 23,56 0,69

11 4,06 12,91 8,64 0,67 31 6,60 34,26 24,35 0,71

12 4,06 12,91 9,42 0,73 32 6,70 35,29 25,13 0,71

13 4,61 16,66 10,21 0,61 33 6,77 35,96 25,92 0,72

14 4,61 16,66 11,00 0,66 34 6,77 35,96 26,70 0,74

15 4,82 18,21 11,78 0,65 35 7,00 38,48 27,49 0,71

16 4,82 18,21 12,57 0,69 36 7,00 38,48 28,27 0,73

17 5,00 19,63 13,35 0,68 37 7,00 38,48 29,06 0,76

18 5,00 19,63 14,14 0,72 38 7,43 43,40 29,85 0,69

19 5,00 19,63 14,92 0,76 39 7,49 44,11 30,63 0,69

20 5,61 24,74 15,71 0,63 40 7,58 45,12 31,42 0,70


Fonte: produção do próprio autor.

Os livros trazem também um tipo de posicionamento em que os enrolamentos ficam


em paralelo dispostos de forma quadrada. Este tipo de enrolamento é válido quando há uma
isolação ou um espaçamento entre cada camada, normalmente utilizado em enrolamentos de
166

alta tensão ou alta potência, onde cada camada é separada por um material isolante espesso,
como madeira.
Ao fazer a análise da Figura 85:
Xw = ( ncondx − 1) x + d awgo (3.214)

C 2w = ( ncondy + 0,5 ) d awgo (3.215)

Em que:
2
d 
x = d awgo 2
−  awgo  (3.216)
 2 

3
x= d awgo = 0,866  d awgo (3.217)
2

3
Xw = ( ncondx − 1) d awgo + d awgo (3.218)
2
 3 
Xw = d awgo ( ncondx − 1) + 1 (3.219)
 2 
A área total ocupada pelo enrolamento é obtida pela multiplicação de Xw por C2w:
Aocupada = Xw  C 2w (3.220)

O fator de ocupação da janela é dado por:


Aocupada
ku = (3.221)
Wa
Este capítulo forneceu três considerações para aproximar o fator de ocupação em um
barramento magnético. Na prática deve-se considerar que os condutores não são regulares
como nos desenhos, sendo necessário sempre deixar uma tolerância maior. Caso não conside-
re os fatores de ocupação individuais, utilizar um ku de 0,4, como sugere (MCLYMAN,
1994), é uma boa estimativa para aplicar em barramentos magnéticos com enrolamentos sim-
ples. Considerando todos os fatores mencionados nesta seção, é interessante deixar 10% a
20% de folga.

3.12 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

Este capítulo teve o objetivo de fornecer toda a base necessária para compreender e
dimensionar um barramento magnético. As seções iniciais foram de apresentação e embasa-
mento teórico. Portanto não há conclusões nelas. Com relação aos materiais magnéticos apre-
167

sentados na seção 3.4, foi observado que cada material apresenta suas características. Para
trabalhar em alta frequência, o ferrite e os materiais nanocristalinos são as melhores opções.
Para baixos valores de densidade de fluxo magnético, o ferrite é vantajoso em relação ao na-
nocristalino. Porém, ao trabalhar com valores maiores de densidade de fluxo magnético, os
materiais nanocristalinos são soberanos. Os materiais amorfos, apesar de indicados para alta
frequência não apresentam um bom desempenho e isto também ocorre com o ferro silício.
Na seção 3.5 foi abordado sobre o uso de condutores e seus efeitos em alta frequên-
cia. Neste tipo de operação, o condutor de alumínio, que é bastante utilizado em máquinas
elétricas e transformadores de grandes potências, nem é citado. Assim, o cobre é o condutor a
ser utilizado. Condutores de fio Litz são as melhores opções para alta frequência, reduzindo
consideravelmente as perdas por correntes parasitas e efeito pelicular. Outras opções são:
folha de cobre, porém há uma dificuldade em sua fabricação e condutor sólido. A equação de
Dowell mostra que quanto maior o número de camadas no enrolamento, maior serão os efei-
tos parasitas e isto traz a conclusão de que é melhor, se possível, escolher um projeto com
menor número de camadas.
A isolação de um transformador de potência a seco apresenta critérios muito eleva-
dos a serem atingidos de acordo com o que foi exposto na seção 3.6. Para conectar um trans-
formador na rede de distribuição de 13,8 kV, é necessária uma capacidade de isolação de
34 kV em 1 minuto e suportar surtos de até 110 kV. Fazendo este barramento magnético
imerso em óleo, é fácil atingir estas capacidades com poucos milímetros de espessura entre os
enrolamentos, pois ele apresenta uma rigidez dielétrica de até 37 kV/mm. Contudo, ao traba-
lhar a seco, os materiais isolantes apresentam características levemente piores. A resina epoxi,
muito utilizada em isolação em vaso apresenta rigidez dielétrica de 16 kV/mm. Para alcançar
a capacidade de 34 kV, bastariam cerca de 3 mm. Considerando que transformadores de alta
frequência com onda quadrada apresentam normalmente valores de sobretensão, este espaço
deve ser ainda maior. Contudo, há opções de isoladores que tornam esta tarefa possível e viá-
vel.
As seções 3.7 e 3.8 apresentaram apenas os modelos matemáticos das indutâncias de
dispersão e magnetizante. Já na seção 3.9 foi realizado um estudo aprofundado das geometrias
dos barramentos magnéticos. Nesta seção, a principal conclusão foi que os núcleos estendi-
dos, que fazem parte da proposta inédita desta tese, apresentam vantagens devido à proximi-
dade das paredes com os enrolamentos. Esta característica, que é comum nos transformadores
planares, faz com que a indutância de dispersão seja consideravelmente baixa em relação às
geometrias não estendidas e sejam menos suscetíveis aos efeitos de proximidade dos enrola-
168

mentos. Além disto, concluiu-se que a utilização de enrolamentos em sequência, ao invés de


concêntricos, não é vantajoso para operações com valor da densidade de fluxo magnético má-
ximo baixo. A corrente do enrolamento primário apresenta dificuldade de produzir uma indu-
ção magnética na parte superior do núcleo. Estes problemas são mais graves nas geometrias
estendidas, pois a altura maior da janela prejudica o efeito da indução magnética.
Na seção 3.10 foram apresentados modelos térmicos para os barramentos magnéticos
estudados na tese. Os modelos simplificados propostos apresentaram boa aproximação, prin-
cipalmente a do núcleo EE. Para uma melhor estimativa, é necessário fazer aproximações
bidirecionais. Contudo, as aproximações, apesar de apresentarem valores um pouco afastados
para os barramentos Pote e Matrix, cumprem com o objetivo proposto de estimar a temperatu-
ra final. Nesta seção, observou-se também que as resistências térmicas que mais contribuem
para as trocas de calor, são as de convecção. Portanto, em um modelo simplificado, é mais
interessante gastar recursos modelando estas resistências, do que as que representam as trocas
de calor no interior do núcleo.
A última seção apresentou um algoritmo de otimização de perdas em um barramento
magnético. Os resultados de saída deste algoritmo deixam evidente que o conceito antigo de
que as perdas devem ser igualmente distribuídas no projeto ótimo de um transformador não é
verdade. A resistência CA contribui de forma considerável para que esta distribuição não seja
igual. Finalizando, ao agrupar condutores, o fator de ocupação do barramento magnético cai
consideravelmente. Condutores em paralelo agrupados em números de 7, 12, 16, 18, 19 e
acima de 22 apresentam melhores fatores de ocupação.
Conclui-se por fim que este capítulo fornece ferramentas suficientes para projetar um
barramento magnético. Apesar dos exemplos terem sido feitos para dois enrolamentos, eles
foram apresentados de forma genérica de modo a serem aplicados com qualquer quantidade
de enrolamentos.
169

4 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO

4.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados os resultados de simulações numéricas por método


de elementos finitos das estruturas apresentadas neste trabalho. O objetivo deste capítulo é
analisar os diferentes tipos de barramentos magnéticos do ponto de vista de sua geometria,
avaliando seus efeitos na indutância de dispersão, perdas no núcleo e elevação de temperatura.
Estas simulações serviram de base para solicitar orçamentos de protótipos de núcleos de ferri-
te com o fabricante Fair-rite, disponibilizados no ANEXO A. Devido à impossibilidade da
execução, esta parte do projeto apresenta apenas resultados por simulação.

4.2 CENÁRIO ESTUDADO

O cenário estudado para estas simulações é ilustrado na Figura 86. É considerado um


conversor DAB com duas portas operando em 50 kHz, tensão na porta 1 de 400 V e tensão na
porta 2 de 200 V. A potência processada pelo conversor DAB é 1 kW. Como esta etapa avalia
apenas o barramento magnético, os componentes do conversor DAB não são relevantes. As-
sume-se uma forma de onda de tensão quadrada nos enrolamentos do transformador e uma
corrente senoidal. A aproximação senoidal para a corrente é suficiente nas análises desta se-
ção, pois os harmônicos de corrente não influenciam no valor da indutância de dispersão.

Figura 86 - Cenário considerado para o projeto do barramento magnético.


Defasadas em φ
f
50 kHz

n1:n2

VCC1 v0 i1 v1 v2 i2 V CC2
400 V 200 V
E01 E02
P
1 kW
Fonte: produção do próprio autor.

Os barramentos magnéticos simulados por método de elementos com altura da janela


normal, sem ser estendida, simulados são apresentados na Figura 87.
170

Figura 87 - Barramentos magnéticos simulados por métodos de elementos finitos com altura da janela normal.
(a) Shell, (b) variação 1 da geometria Core, (c) variação 2 da geometria Core, (d) variação 3 da ge-
ometria Core, (e) variação 4 da geometria Core, (f) Matrix, (g) Pote e (h) XS.

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

(g) (h)

Fonte: produção do próprio autor.

O objetivo é comparar geometrias diferentes, desta forma, a metodologia consiste em


projetar um barramento magnético de referência e os demais devem apresentar as principais
características:
• área da perna central;
171

• área da janela;
• densidade de fluxo magnético;
• número de espiras;
• diâmetro dos condutores.
Como referência foi utilizado um barramento magnético do tipo Shell com núcleo EE
comercial. Escolheu-se esta geometria por ser a mais comum. Ao obter as dimensões para as
demais geometrias, observou-se que há muitos graus de liberdade ao manter estas dimensões
fixas. Desta forma, adotou-se a dimensão da largura do núcleo como padrão para todas as
geometrias, exceto para as variações 3 e 4 da geometria Core e para os núcleos Pote e XS.
O objetivo de fazer as variações 3 e 4 da geometria Core surgiram para avaliar a me-
lhor opção entre reduzir ou aumentar a sua profundidade. Ao diminuir a profundidade, o fluxo
magnético “percorre” um caminho maior. No ponto de vista prático, a opção comercial mais
viável é a segunda, deixando o núcleo com uma profundidade maior. Os núcleos comerciais
apresentam variações de dimensões limitadas, diferente das simulações numéricas. Assim, ao
necessitar aumentar a área da perna central, utilizar núcleos em paralelo é uma opção mais
viável caso não encontre um núcleo que atenda às necessidades de projeto.
Além da variação das dimensões do núcleo, a geometria do tipo Core apresenta ou-
tras possibilidades de enrolamentos. Assim, sentiu-se a necessidade de avaliar o seu funcio-
namento com enrolamentos padrões para esta geometria, conforme é ilustrado na Figura 87-b
e Figura 87-d e enrolamentos concêntricos, apresentados na Figura 87-c e Figura 87-e.
A geometria Matrix, ilustrada na Figura 87-f, pode apresentar diversas configurações
dependendo do número de núcleos. Ao diminuir o número de núcleos neste tipo de barramen-
to, ele se aproxima da configuração Shell. Ao aumentar o número de núcleos, se aproxima da
geometria Pote. Portanto, optou-se por focar e os resultados com uma configuração interme-
diária utilizando 6 núcleos do tipo CC, em que a dimensão D equivale a um sexto da dimen-
são D do barramento do tipo Shell.
Os barramentos magnéticos do tipo Pote e XS, apresentados na Figura 87-g e Figura
87-h utilizam o esboço padrão proposto na seção 3.9.4. Os critérios de projeto são os mesmos
utilizados para os demais barramentos.
A Figura 88 ilustra dois conceitos utilizados na concepção das estruturas estendidas:
• Conceito 1 (Figura 88-a e Figura 88-b): estender a altura dos núcleos de forma a
não aumentar volume de ferrite em relação ao barramento magnético de referên-
cia. Nesta situação a área da perna central foi reduzida pela metade e a área de ja-
172

nela teve sua dimensão aumentada duas vezes em relação à referência. Com estas
considerações, o volume de ferrite foi levemente reduzido, porém o volume de
cobre aumentou consideravelmente. O valor da relação Ap manteve-se igual ao do
núcleo de referência.
• Conceito 2 (Figura 88-c e Figura 88-d): estender a altura do núcleo e reduzir a lar-
gura da janela na mesma proporção de forma a manter as áreas da janela e da per-
na central iguais às do núcleo de referência. Neste caso o volume de cobre perma-
nece igual ao valor de referência, porém, o volume de ferrite praticamente dobrou
o valor.

Figura 88 - Barramentos magnéticos estendidos. (a) Pote estendido com 2Wa, e 0,5Ac, (b) XS estendido com
2Wa, e 0,5Ac, (c) Pote estendido com Wa, Ac e 2C, (d) XS estendido com Wa, Ac e 2C.

(a) (b) (c) (d)

Fonte: produção do próprio autor.

4.3 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO

O arquivo de entrada de dados para o algoritmo de otimização pode ser conferido no


APÊNDICE B. O algoritmo de otimização calcula o ponto ótimo de perdas para os núcleos
cadastrados no arquivo de entrada. Neste caso, os núcleos cadastrados são apresentados na
Tabela 17. Os detalhes dos resultados do algoritmo de otimização serão analisados no decor-
rer desta seção.
173

Tabela 17 - Núcleos utilizados para os projetos do algoritmo de otimização.


Posição Nome Ac [mm²] Wa [mm²] Volume [mm³]
1 NEE-25/10/6 39,1 41,2 2049
2 NEE-28/10/11 82,5 30,5 4405
3 NEE-30/11/11 82,5 34,4 5079
4 NEE-30/15/7 52,6 63,9 4105
5 NEE-30/15/11 79,2 63,9 6186
6 NEE-30/15/14 105,1 63,9 8211
7 NEE-40/17/12 145,2 91,6 12480
8 NEE-42/21/15 189,1 170,2 19468
9 NEE-42/21/20 244,0 170,2 25120
10 NEE-55/28/21 361,2 269,0 48095
11 NEE-55/28/25 430,0 269,0 57256
12 NEE-65/33/13 264,4 418,0 41015
13 NEE-65/33/26 521,1 418,0 80833
14 NEE-65/33/39 770,1 418,0 119453
15 NEE-65/33/52 1011,3 418,0 156875
16 NEE-76/50/25 645,2 772,5 147484
17 NEE-76/50/76 1935,5 772,5 442451
18 NEE-80/38/20 408,0 898,7 79411
Fonte: produção do próprio autor.

As principais especificações do projeto são apresentadas na Tabela 18.

Tabela 18 - Especificações usadas para o dimensionamento do barramento magnético.


Dado Descrição Valor
V1 Valor de pico da tensão na porta 1 400 V
V2 Valor de pico da tensão na porta 2 200 V
I1rms Valor eficaz de corrente na porta 1 3,04 A
I2rms Valor eficaz de corrente na porta 2 6,08 A
Stotal Somatório das potências aparentes dos enrolamentos 2,43 kVA
fs Frequência de operação 50 kHz
Ferrite Thornton IP12E -
ΔT Elevação de temperatura 40°C
Ta Temperatura ambiente 20°C
Bmax Densidade de fluxo magnético obtida pelo algoritmo de otimização 53 mT
Núcleo NEE 63-33-39 -
Perdas Valor de perdas definido nos dados de entrada 2%
Fonte: produção do próprio autor.

A comparação entre os projetos para cada núcleos são apresentados na Figura 89. O
gráfico mostra que o projeto de número 14 atende às exigências de elevação de temperatura e
perdas. Ficando mais próximo de um dos limites definidos.
Nota-se que a exigência de perdas foi definida propositalmente com valor elevado,
2%. Apesar de todos os projetos a partir do número 5 atenderem o requisito de perdas tolerá-
veis, apenas os projetos 14 a 17 atendem a exigência de elevação de temperatura. O projeto
14, por sua vez apresenta temperatura mais próxima do valor limite, portanto, foi o escolhido.
O núcleo de número 18 corresponde à um núcleo EE com 65 mm de largura e 13 de profundi-
dade, ou seja, é um núcleo estreito comparado aos outros.
174

Figura 89 – Gráfico de comparação de projetos para diferentes tipos de núcleo pelo algoritmo de otimização.

Fonte: produção do próprio autor.

Os resultados obtidos após a escolha do núcleo pelo algoritmo de otimização para es-
te cenário podem ser conferidos no APÊNDICE C. A Tabela 19 e Tabela 20 apresentam os
principais resultados. Estas tabelas têm o objetivo de mostrar as diferenças dos projetos de
cada núcleo.

Tabela 19 - Tabela comparativa com os principais parâmetros disponibilizados pelo algoritmo de otimização
para os núcleos não estendidos.
Grandeza Shell Core Matrix Pote XS
MLT [mm] 163,8 224,3 183,1 145,93 145,93
MPL 152,6 152,6 152,6 148,85 164,1
Vc [cm³] 119,45 119,45 119,45 122,67 142,12
Lmag [mH] 68,516 68,516 68,516 70,242 63,714
PcuCC [W] 1,66 2,273 1,856 1,479 1,479
PcuCA [W] 2,662 3,646 2,976 2,372 2,372
Pfe [W] 1,75 1,75 1,75 1,797 2,082
PfeSqr [W] 1,662 1,662 1,662 1,707 1,977
PtotalCC [W] 3,41 4,023 3,605 3,276 3,561
PtotalCA [W] 4,324 5,307 4,638 4,078 4,349
η CC¹ 99,69 99,63 99,67 99,7 99,67
η CA¹ 99,61 99,52 99,58 99,63 99,6
Cx1 3 3 3 3 3
Cx2 2 2 2 2 2
E [mm] 63,5 31,75 31,75 66,4 72,1
2F [mm] 64,4 64,4 64,4 62,4 74,8
ΔT [°C] 39,78 30,87 36,76 35,71 35,47
¹ rendimento calculado em função da potência do conversor DAB utilizado: 1 kW, que resulta em um fator de
potência para a entrada do barramento magnético de 0,90.
Fonte: produção do próprio autor.
175

Ao mudar a geometria, parâmetros que dependem diretamente dela, como MLT,


MPL, VC, Pfe, Pcu também mudam. Importante ressaltar que os núcleos estendidos com pro-
porção 2C e 0,5X apresentam apenas uma camada nos enrolamentos e isso contribui para que
as perdas CA sejam menores. O rendimento destas duas estruturas são os maiores, igualando
apenas com o barramento do tipo Pote. Ao trabalhar em alta frequência com onda quadrada,
os dados CC e para forma de onda senoidal podem ser desconsiderados, contando na tabela
apenas para fim de comparação.

Tabela 20 - Tabela comparativa com os principais parâmetros disponibilizados pelo algoritmo de otimização
para os núcleos estendidos.
Grandeza Shell Pote estendido² XS estendido² Pote estendido³ XS estendido³
MLT [mm] 163,8 116,4 116,4 126,37 126,37
MPL 152,6 226,05 236,45 225,47 241,17
Vc [cm³] 119,45 92,79 99,56 175,19 194,46
Lmag [mH] 68,516 23,127 22,109 46,371 43,352
PcuCC [W] 1,66 2,324 2,324 1,281 1,281
PcuCA [W] 2,662 3,173 3,173 1,38 1,38
Pfe [W] 1,75 1,359 1,458 2,566 2,848
PfeSqr [W] 1,662 1,291 1,385 2,437 2,705
PtotalCC [W] 3,41 3,683 3,782 3,847 4,129
PtotalCA [W] 4,324 4,464 4,558 3,817 4,085
η CC¹ 99,69 99,66 99,65 99,65 99,62
η CA¹ 99,61 99,59 99,58 99,65 99,63
Cx1 3 2 2 1 1
Cx2 2 2 2 1 1
E [mm] 63,5 53,3 56,9 56,1 62,7
2F [mm] 64,4 101,2 109,8 106,4 118,8
ΔT [°C] 39,926 37,189 36,66 24,74 24,41
¹ rendimento calculado em função da potência do conversor DAB utilizado: 1 kW, que resulta em um fator de
potência para a entrada do barramento magnético de 0,90;
² núcleos estendidos com proporção 2C e 2X;
³ núcleos estendidos com proporção 2C e 0,5X.
Fonte: produção do próprio autor.

4.4 RESULTADOS DE SIMULAÇÕES NO MODO MAGNÉTICO

Os resultados foram obtidos pelo modo transiente e eddy currents do software


Maxwell. Este software fornece 3 opções de simulação: magnetostática, eddy currents e tran-
siente. O modo de simulação magnetostática é utilizado para obter valores estáticos de aco-
plamento, indutância de dispersão, magnetizante, força, entre outros. Assim, são desprezadas
as variáveis dependentes do tempo das equações de Maxwell. O modo de simulação eddy cur-
rents leva em consideração as variações temporais e aplica uma excitação senoidal. Esta é
uma ferramenta poderosa que pode para fazer uma varredura em frequência. Como o próprio
nome já diz, ele determina os efeitos causados por correntes parasitas, ou pelas correntes in-
duzidas quando algum campo magnético externo atravessa o material. O modo transiente
176

também considera as variações temporais das equações de Maxwell, mas com formas de onda
definidas pelo usuário. Uma simulação bem definida no modo transiente é suficiente para
determinar os resultados necessários para este trabalho. Porém é um modo de simulação ex-
tremamente lento e ocupa muito espaço no disco. Os demais modos foram utilizados para
conferir os valores. As simulações foram feitas nos três modos de operação, porém será apre-
sentado apenas no modo transiente por serem os que mais reproduzem as características do
conversor.
As formas de onda para o barramento magnético do tipo Shell, obtidas após o trata-
mento das informações fornecidas pelo pós-processamento do software Maxwell, são apresen-
tados na Figura 90. O Maxwell fornece a matriz de indutâncias com as indutâncias próprias e
mútuas do barramento. As seções 3.7 e 3.8 explicam como os valores de indutâncias de dis-
persão, magnetizante e fator de acoplamento podem ser obtidos a partir dos dados disponíveis.

Figura 90 - Formas de onda para o barramento magnético do tipo Shell.

Fonte: produção do próprio autor.

As formas de onda para os demais barramentos são muito semelhantes, mudando ba-
sicamente os valores. Para evitar uma repetição de imagens que pouco contribui para a análi-
se, os demais resultados foram resumidos, tratados e apresentados na Tabela 21. Os valores de
perdas são obtidos tomando o valor médio a partir do ponto em que o sistema atinge regime
permanente, neste caso, a partir de 20 µs.
177

Tabela 21 - Resultados tratados obtidos no pós-processamento do software Maxwell.


Nome Trafo Lmag Lk Acoplamento Pfe
Shell 70,99 37,124 0,999739 1,391
Core variação 1 71,61 226,50 0,998421 1,883
Core variação 2 71,03 50,849 0,999642 1,394
Core variação 3 54,91 181,05 0,998354 1,811
Core variação 4 54,68 34,490 0,999680 1,906
Matrix 79,82 44,411 0,999722 1,127
Pote 76,25 33,467 0,999781 1,272
Xs 70,87 32,918 0,999768 1,377
Pote estendido 2w 91,90 46,685 0,999746 1,079
Xs estendido 2w 89,10 46,437 0,999739 1,114
Pote estendido 2C, 0,5X 46,00 9,752 0,999894 2,162
Xs estendido 2C, 0,5X 43,95 9,701 0,999890 2,273
Fonte: produção do próprio autor.

A Figura 91 e Figura 92 apresentam a distribuição de fluxo magnético no instante de


tempo em que a densidade de fluxo magnético é máxima para todas as geometrias. A Figura
93-a apresenta um gráfico de barras comparando os valores de indutância de dispersão e a
Figura 93-b compara os valores de indutância magnetizante entre as geometrias. As perdas
magnéticas são comparadas na Figura 93-c e Figura 93-d.
Nota-se que os valores de perdas teóricos e simulados apresentam erros percentuais
consideráveis em alguns casos. Ao calcular as perdas por métodos analíticos, considera-se a
distribuição da densidade de fluxo magnético uniforme. Porém, isto não ocorre ao simular as
estruturas. Isto fica evidente na Figura 91 e Figura 92, em que é possível visualizar a distri-
buição da densidade de fluxo magnético. Os pontos onde a magnitude é igual ao especificado
ocorre apenas em uma região das pernas laterais e central. Na parte superior, inferior e cantos,
a magnitude da densidade de fluxo magnético é muito inferior ao calculado. Isto faz com que
dependendo da geometria, ocorra diferenças maiores ou menores.
Os resultados obtidos mostram que a indutância de dispersão nos barramentos do ti-
po Core apresenta os maiores valores quando os enrolamentos são distribuídos entre as pernas
laterais do núcleo. Em enrolamentos concêntricos seu valor é levemente maior que na geome-
tria do tipo Shell. Nota-se que a variação 4 do núcleo Core apresenta a menor indutância de
dispersão ente os núcleos retangulares. Isto mostra que os núcleos com a dimensão D menor
apresentam valores mais baixos de indutância de dispersão. Este conceito é válido também
para as demais geometrias retangulares.
178

Figura 91 - Densidade de fluxo magnético no interior do núcleo para o barramento magnético do tipo (a) Shell,
(b) Core variação 1, (c) Core variação 2, (d) Core variação 3, (e) Core variação 4 e (f) Matrix.

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.


179

Figura 92 - Densidade de fluxo magnético no interior do núcleo para o barramento magnético do tipo (a), Pote,
(b) XS, (c) Pote estendido 2W, (d) XS estendido 2W, (e) Pote estendido e (f) XS estendido.

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.
180

Figura 93 - Comparação dos valores obtidos por simulação em cada barramento para (a) indutância de disper-
são, (b) indutância magnetizante, (c) comparação entre perdas teóricas e simuladas e (d) distribuição
das perdas simuladas no núcleo e teóricas dos enrolamentos.

Indutância de dispersão
300
250 225,3
Indutância [µH]

200 180,6
150
100
37,1 50,8 44,4 46,7 46,4
34,5 33,5 32,9
50 9,8 9,7
0

(a)
Indutância magnetizante
100 91,9 89,1
79,8 76,3
Indutância [mH]

80 71,0 71,6 71,0 70,9


54,9 54,7
60 46,0 43,9
40
20
0

(b)

Perdas teóricas e simuladas


4

2,71
2,44
Perdas [W]

2,27
3
2,16
1,98
1,91
1,88

1,81

1,71
1,66

1,66

1,66

1,66

1,66

1,66
1,39
1,39

1,39
1,38
1,27

2
1,22
1,13

1,11
1,08

Perdas simuladas Perdas teóricas


(c)
Perdas totais
6
Perdas no núcleo
3,65
3,65

3,65
Perdas [W]

3,65

4
3,17
3,17
2,98
2,66

2,37

2,27 1,38
2,37

2,16 1,38

2
1,91
1,88

1,81
1,39
1,39

1,38
1,27
1,13

1,11
1,08

(d)
Fonte: produção do próprio autor.
181

A indutância de dispersão do barramento tipo Matrix apresenta um valor fora do es-


perado. Com um maior fechamento de núcleos esperava-se que este valor fosse menor que
para o tipo Shell. Uma explicação para este efeito está na proximidade que os enrolamentos
ficam com o núcleo no barramento do tipo Shell. Já foi mencionando que a indutância de dis-
persão apresenta extrema dependência da distância entre o enrolamento e o núcleo. Nos enro-
lamentos do barramento Matrix, em vários pontos ele fica distante do núcleo, como pode ser
conferido na Figura 94.

Figura 94 - Vista em corte superior dos barramentos magnéticos tipo (a) Shell e (b) Matrix.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

Como esperado, os núcleos Pote e XS apresentaram os menores valores de indutân-


cia de dispersão entre os barramentos com altura de janela normal. Os resultados mais impor-
tantes referem-se aos tipos Pote estendido e XS estendido, que apresentaram os menores valo-
res de indutâncias de dispersão. Além disso, apesar de as perdas no núcleo terem sido maio-
res, as perdas totais acabaram sendo menores, mostrando assim, como as melhores opções nos
quesitos perdas e fator de acoplamento.
4.5 RESULTADOS PARA ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA

Para avaliar a elevação de temperatura dos barramentos magnéticos, foram feitas si-
mulações no módulo IcePak do Maxwell. Para os barramentos magnéticos simulados, não faz
sentido utilizar ventilação forçada. Porém, ao pensar em situações de maiores potências en-
volvidas, o sistema de arrefecimento é de vital importância para atingir os níveis de tempera-
tura máxima desejáveis. Desta forma, foram feitas avaliações na temperatura para convecção
182

natural e convecção forçada, com um movimento de ar de 2 m/s posicionado no ponto de me-


lhor distribuição de ar de cada barramento.
Os resultados para convecção natural são apresentados na Figura 95, que apresenta
os mapas de calor, com escala de cores variando de 20°C, considerada a temperatura ambien-
te, até 60°C. Os resultados por convecção forçada com uma circulação de ar de 2 m/s, equiva-
lente a um ventilador pequeno, são apresentados na Figura 96. Nesta figura, a escala de cores
varia de 20°C à 37°C.
De forma a complementar a análise das temperaturas, a Figura 97-a apresenta a com-
paração entre os valores máximos de temperatura no ponto mais quente do barramento para
convecção natural e forçada. A Figura 97-b apresenta a comparação dos valores de temperatu-
ra simulados, com os valores teóricos obtidos nos modelos térmicos.
Os dados apresentados mostram que do ponto de vista térmico, as geometrias propos-
tas, Pote estendido e XS estendido, apresentam os melhores resultados, apresentando menores
temperaturas tanto para convecção natural, quanto forçada. Em relação ao tipo Core, percebe-
se que ao utilizar enrolamentos concêntricos, a temperatura fica ligeiramente mais elevada.
Esta conclusão mostra que como as perdas são maiores nos enrolamentos, as configurações
em que eles apresentam mais área para troca de calor com o ambiente são mais eficientes. O
barramento magnético do tipo Matrix apresenta menores temperaturas, pois possui mais área
de troca de calor com o ambiente. Os núcleos Pote e Xs apresentam temperaturas levemente
mais baixas que os demais. Apesar do barramento Pote esquentar mais que o núcleo Shell,
conforme foi visto na seção 3.10, ele apresenta um comprimento do enrolamento menor. As-
sim, apresentou uma elevação de temperatura menor. Na ocasião apresentada na seção 3.10,
as perdas no cobre eram bem maiores que no núcleo. Isto fez com que o barramento do tipo
Pote apresentasse uma grande desvantagem. Nesta situação, em que as perdas no núcleo e nos
enrolamentos era muito próximas favorecendo a troca de calor. As geometrias estendidas do
tipo Pote 2W e XS 2W mostraram mais uma vez que não são vantajosas.
183

Figura 95 - Mapas de calor na escala de 20°C à 60°C mostrando as diferentes distribuições de temperaturas nos
barramentos magnéticos. (a) Escala de temperatura, (b) Shell, (c) Core 1, (d) Core 2, (e) Core 3, (f)
Core 4, (g) Matrix (h) Pote,(i) XS, (j) Pote estendido 2W, (k) XS estendido 2W, (l) Pote estendido e
(m) XS estendido.

(a) (b) (c) (d)

(e) (f) (g)

(h) (i) (j)

(k) (l) (m)


Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.
184

Figura 96 - Mapas de calor na escala de 20°C à 37°C mostrando as diferentes distribuições de temperaturas nos
barramentos magnéticos para convecção forçada com circulação de ar a 2 m/s. (a) Escala de tempe-
ratura, (b) Shell, (c) Core 1, (d) Core 2, (e) Core 3, (f) Core 4, (g) Matrix (h) Pote,(i) XS, (j) Pote
estendido 2W, (k) XS estendido 2W, (l) Pote estendido e (m) XS estendido.

(a) (b) (c) (d)

(e) (f) (g)

(h) (i) (j)

(k) (l) (m)


Fonte: produção do próprio autor.
185

Figura 97 - (a) Comparação entre os pontos de temperaturas máximas para convecção natural e forçada, com
uma circulação de ar de 2 m/s. (b) Comparação entre os valores de máxima temperatura simulados
com os valores dos modelos térmicos.

Temperatura
70

63

61
60
59

59
59
57

55
60

53
Temperatura [°C]

47

46
50

43
38
36

36
36
35

35

35
34
40

33

29

29
29
30
20
10
0

Ventilação natural Ventlação forçada 2 m/s


(a)
Temperatura
70
63

61
60

60
59

59
59
57

57

57
56

56

55
55
60

53
51

51

51

51
Temperatura [°C]

47

46
45

44
50

43
40
30
20
20,9%
19,7%
14,4%

12,9%
11,1%

7,0%
3,9%

3,8%
1,1%

1,7%

2,3%
0,5%

10
0

Simulado Teórico Erro %


(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Os modelos teóricos de elevação de temperatura cumpriram com o objetivo proposto.


Apresentaram e em alguns casos um distanciamento maior entre os valores simulados, mas
nada fora do que foi discutido na seção 3.10. Os maiores erros são para as geometrias do tipo
Core. Este erro é justificável, pois não foram calculadas resistências térmicas para estas geo-
metrias. As variações 2, 3 seriam mais corretas se utilizassem o modelo do barramento Shell.
As variações 2, 3 e 4 foram feitas aproveitando as dimensões e modelos da variação com o
objetivo apenas de comparar e não teve um projeto criterioso como os demais.

4.6 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

Neste capítulo foram apresentados os resultados de simulação por método de elemen-


tos finitos. Dentro do cenário analisado, as geometrias propostas apresentaram os melhores
186

resultados tanto na parte magnética, quanto no desempenho térmico. As geometrias circulares


apresentaram um melhor fator de acoplamento. Isto acontece porque os enrolamentos ficam
mais envolvidos nos núcleos. Os resultados para a geometria Matrix evidenciam que a indu-
tância de dispersão está diretamente relacionada com a distância em que os enrolamentos fi-
cam do núcleo. As primeiras ideias de geometrias estendidas, com o dobro da área da janela
das demais geometrias, apresentaram as piores características: enrolamentos muito distantes
da parede do núcleo e enrolamento muito comprido. Desta forma foram descartadas e suas
análises pararam nesse ponto.
187

5 RESULTADOS EXPERIMENTAIS E VALIDAÇÃO DOS MODELOS DE


SIMULAÇÃO

5.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão realizados ensaios experimentais com o objetivo de validar os


modelos simulados por método de elementos finitos. Um barramento magnético com 2 portas
é suficiente para este propósito. Desta forma, foram montados barramentos magnéticos para
um conversor DAB com potências de 1 kW e 500 W.
O objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos da geometria dos barramentos magnéti-
cos e propor geometrias baseadas nos formatos Pote e XS. Porém, como se trata de prototipa-
gem em ferrite ou ferro silício, tecnologia não dominada pelo laboratório, dependendo exclu-
sivamente de fornecedores externos com capacidade de fazer este tipo de prototipagem, não
foi possível montar experimentalmente as geometrias propostas. A fabricante Fair-rite forne-
ceu orçamentos com o custo médio por peça de U$ 2.000,00, conforme é disponibilizado no
ANEXO A. Considerando taxas de importação e conversão monetária, cada núcleo proposto
custaria aproximadamente R$ 15.000,00, totalizando R$ 60.000,00 para as 4 peças no formato
Pote e XS. No melhor dos cenários, o custo seria de aproximadamente R$ 30.000,00 para
apenas as duas geometrias propostas: Pote estendido e XS estendido. O fabricante nacional
Thornton alegou ser inviável para eles criar moldes para apenas um núcleo, sendo que cada
molde tem o custo aproximado de R$ 20.000,00.
Tais valores seriam justificáveis no lançamento de um produto que apresente um re-
torno financeiro, não no caso desta tese financiada apenas por recursos do laboratório, sem
retorno de investimento imediato. Assim, estes orçamentos tornaram inviável a fabricação
destes protótipos, mas não inviabilizam os estudos. Desta forma adotou-se como estratégia
validar experimentalmente as simulações com as geometrias que são possíveis construir no
laboratório e extrapolar os conceitos validados para as geometrias propostas via simulação.
Apesar destas dificuldades técnicas, os objetivos do trabalho são mantidos, sendo que as pro-
postas desta tese serão apresentadas por simulação.

5.1.1 Procedimentos

Dispondo dos recursos do laboratório, foram montados barramentos magnéticos do


tipo Shell e um na versão Pote com potência reduzida, com variação na montagem dos enro-
188

lamentos. O projeto e os testes dos barramentos magnéticos utilizados neste capítulo foram
feitos na seguinte sequência:
• projeto teórico do barramento magnético por meio do método de otimização nu-
mérico apresentada na seção 3.11;
• simulação prévia dos barramentos magnéticos
• montagem dos barramentos magnéticos;
• ensaios de curto circuito e circuito aberto para aquisição dos parâmetros;
• ensaio em condições nominais e ensaio de regime térmico;
• simulações para validação de efeitos em alta frequência;
• discussão dos resultados.

5.1.2 Equipamentos

A aquisição dos resultados foi feita com os seguintes equipamentos:


• osciloscópio Tektronix MSO3014:
o sonda diferencial de tensão P5205 para tensões acima de 50 V;
o sonda de tensão P2220 10x;
o sonda de corrente TCP202;
• analisador de potência Yokogawa WT1800;
• analisador de potência Yokogawa WT500;
• analisador de impedâncias Agilent 4294A;
• unidade de aquisição de dados Agilent 34972A:
o termopares tipo k.
• Multímetro digital Agilent 34401A;
• Multímetro digital Tektronix DMM 4040;
• Fonte de alimentação CC Tectrol 400 V/ 15 A.

O analisador de potências WT1800 possui banda de aquisição de 2 MHz, sendo este,


o equipamento mais adequado para medir as perdas dos conversores. O analisador de potên-
cias WT500 foi utilizado para medir as resistências CC dos enrolamentos. O osciloscópio
apresenta os resultados visuais, porém, por não se tratar de um equipamento para medição
precisa, os erros principalmente nas perdas dos conversores não são confiáveis. O analisador
de impedâncias fornece os parâmetros do barramento magnético em baixa tensão, portanto
189

não fornece o valor de resistências referente às perdas no núcleo. Porém, fornece com preci-
são para a temperatura ambiente, os valores de indutâncias de dispersão, magnetizante e resis-
tência CA nos enrolamentos. A aquisição das temperaturas foi realizada com a unidade de
aquisição de dados da Agilent modelo 34972A. Os multímetros foram utilizados apenas para
monitoramento das tensões. Mais detalhes sobre as medições serão discutidos ao longo deste
capítulo.

5.1.3 Bancada de testes

A Figura 98 mostra a montagem da bancada utilizada nos testes.

Figura 98 - Montagem da bancada de testes.

Multímetros
Osciloscópio

Unidade de
aquisição de
Barramento dados
magnético sob Termopares
teste

Fonte CC 5V

Conversores DAB
Sondas diferenciais de tensão

Sondas de
corrente
Analisador de potência Unidade de comando
dos conversores

Fonte: produção do próprio autor.


190

A Figura 99 apresenta os protótipos utilizados para a realização dos testes em banca-


da. O conversor DAB, apresentado na Figura 99-a, foi projetado e montado por (MAMEDE,
2016). Foram utilizados dois módulos de conversores DAB durante os testes, um deles sendo
utilizado apenas como carga CC regenerativa. Os módulos de conversores DAB utilizam co-
mo interruptor, o IRGP50B60PD com tensão de 600 V entre coletor e emissor, corrente direta
máxima de 33 A.

Figura 99 - Protótipos utilizados na bancada de testes: (a) conversor DAB montado por (MAMEDE, 2016), (b)
módulo de comando dos conversores MAB e (c) medições e testes dos barramentos magnéticos.

(b)

(a) (c)
Fonte: produção do próprio autor.

O módulo de comando do conversor MAB, apresentado na Figura 99-b utiliza um


processador digital de sinais (DSP) F28377S presente no kit de desenvolvimento
LAUNCHXL-F28377S da Texas Instruments. Neste módulo é possível comandar um conver-
sor MAB de até cinco portas operando em malha aberta.
De forma a deixar o barramento magnético mais próximo do analisador de potência,
uma mini bancada foi construída utilizando condutores de fio litz do conversor DAB até a
conexão dos barramentos, minimizando os efeitos ocasionados devido ao comprimento dos
condutores. Foi tomado o cuidado para que esta mini bancada fosse instalada longe de qual-
quer saída de ar do analisador para não interferir na temperatura.
Os diagramas esquemáticos e principais especificações do conversor DAB e da uni-
dade de configuração são detalhados no APÊNDICE D.
191

5.2 CENÁRIOS E ESPECIFICAÇÕES DOS BARRAMENTOS MAGNÉTICOS

Para estes testes, serão analisados dois projetos:


• projeto P01: com relação de transformação 2:1 e conversor DAB processando
1 kW
• projeto P02: com relação de transformação de 1:1 e o conversor DAB processan-
do 500 W.
Ambos os projetos com frequência de comutação de 50 kHz e tensão na porta 1 de
400 V. O diagrama do conversor DAB utilizado nos testes é apresentado na Figura 100.

Figura 100 - Diagrama do conversor DAB utilizado nos testes experimentais.


Defasadas em φ
f
50 kHz
L
285 μH n1:n2

VCC1 C1 Cb v0 i1 v1 v2 i2 C2 VCC2
400 V 20 μF 20 μF 20 μF 200 V - P01
E01 E02 400 V - P02
P
1 kW - P01
500 W - P02
Fonte: produção do próprio autor.

O projeto P01 apresenta as mesmas especificações usadas no capítulo 4. Contudo,


não se utilizou o mesmo núcleo. Com o objetivo de encontrar peças de ferrite discretas capa-
zes de aproximar das geometrias propostas, viu-se a necessidade de reduzir a área da perna
central, utilizando assim outro núcleo EE. Apesar de tudo, não foi possível encontrar peças de
forma a montar as estruturas propostas. A solução encontrada foi montar geometrias do tipo
Shell, com componentes disponíveis no laboratório e validar estes testes por meio de simula-
ções numéricas. Nos testes experimentais espera-se observar efeitos práticos que não foram
considerados e previstos no capítulo 4. Desta forma, este capítulo é finalizado com simulações
numéricas levando em consideração todos estes efeitos. De forma expandir os testes para ou-
tro cenário, optou-se por fazer outro projeto com potência reduzida e relação de transforma-
ção 1:1, denominado P02.
Cada barramento montado tem a nomenclatura alfanumérica com o prefixo T sucedi-
do com o número da ordem de fabricação. Para o projeto P01, foram fabricados barramentos
magnéticos com 4 diferenças nas montagens dos enrolamentos, sendo eles o T01, T02, T03 e
192

T04. Para o projeto P02 foi montado um barramento magnético do tipo Shell nomeado como
T05. Os detalhes de cada barramento magnético são apresentados na Tabela 22. Os demais
resultados podem ser conferidos no APÊNDICE C.

Tabela 22 - Especificações dos projetos P01 e P02.


Características P01 P02
Núcleo EE EE
Frequência de comutação 50 kHz 50 kHz
Potência ativa 1 kW 500 W
Potência aparente 2,43 kVA 1,20 kVA
Valor eficaz de tensão no enrolamento 1 (E01) 400 V 400 V
Valor eficaz de tensão no enrolamento 2 (E02) 200 V 400 V
Valor eficaz de corrente no enrolamento 1 (E01) 3,04 A 1,5 A
Valor eficaz de corrente no enrolamento 2 (E02) 6,09 A 1,5 A
Densidade de fluxo magnético máxima 98,9 mT 126,1 mT
Número de espiras no enrolamento 1 (E01) 56 65
Número de espiras no enrolamento 2 (E02) 28 65
Núcleo utilizado 10 – NEE-55/28/21¹ 9 – NEE-42/21/20
Área da perna central 361,2 mm 244,0 mm
Elevação de temperatura teórica 77,3°C 73,0°C
Perdas no núcleo 3,43 W 3,39 W
Perdas no cobre 8,30 W 3,75 W
Resistência CC no enrolamento 1 (E01) 207,9 mΩ 204,4 mΩ
Resistência CC no enrolamento 2 (E02) 52,0 mΩ 204,4 mΩ
Resistência CA no enrolamento 1 (E01) 462,2 mΩ 833,9 mΩ
Resistência CA no enrolamento 2 (E02) 108,4 mΩ 8,33,9 mΩ
Camadas no enrolamento 1 3 3
Camadas no enrolamento 2 2 3
Indutância magnetizante 52,8 mH 60,9 mH
¹ núcleo do fabricante Thornton.
Fonte: produção do próprio autor.

Em posse dos dados de projeto, foram construídos 5 barramentos magnéticos. Será


utilizada a nomenclatura E01 para referir ao enrolamento 1, interno no carretel e E02, o enro-
lamento 2, na parte externa. Os barramentos magnéticos montados podem ser visualizados na
Figura 101.
Os detalhes de cada barramento são:
• P01 – T01: enrolamento formado por condutores 24AWG torcidos ao redor do ei-
xo (redução no fator de ocupação). E01 com 3 condutores em paralelo e E02 com
6 condutores em paralelo;
• P01 – T02: enrolamento formado por condutores 24AWG distribuídos linearmen-
te no carretel (aumento do fator de ocupação). E01 com 3 condutores em paralelo
e E02 com 6 condutores em paralelo;
• P01 – T03: enrolamento com condutor Litz de 32 condutores 32AWG nos dois
enrolamentos;
193

• P01 – T04: enrolamento sequencial com condutores torcidos ao redor do eixo.


E01 com 3 condutores em paralelo e E02 com 6 condutores em paralelo;
• P02 – T05: enrolamentos com um condutor 19AWG.

Figura 101 - Barramentos magnéticos montados: (a) P01-T01, (b) P01-T02, (c) P01-T03, (d) P01-T04 e (e) P02-
T05.

(a) (b) (c)

(d) (e)
Fonte: produção do próprio autor.

Os principais dados dos núcleos utilizados nos testes experimentais são apresentados
na Tabela 23.
Tabela 23 - Principais dados dos núcleos utilizados.
Núcleo Ac [mm²] Wa [mm²] MLT [mm²] Al [mm²]¹ Vc [mm³]
NEE-55/28/21 354,0 250,0 116,0 367,5 42500,0
NEE-42/21/20 240,0 157,0 105,0 250,0 23300,0
¹ área total das pernas laterais.
Fonte: (THORNTON, 2020)

5.3 SIMULAÇÕES PRÉVIAS

Nesta seção serão apresentados resultados de simulações prévias com os mesmos cri-
térios usados no capítulo 4 para os barramentos magnéticos montados. Estas simulações pré-
194

vias consideraram os dados teóricos obtidos pela rotina de otimização. Os modelos em três
dimensões dos barramentos magnéticos simulados são apresentados na Figura 102.

Figura 102 - Barramentos magnéticos simulados por método de elementos finitos: (a) T01, T02 e T03, (b) T04,
(c) T05 e (d) T06.

(a) (b)

(c)
Fonte: produção do próprio autor.

Os barramentos T01, T02 e T03 apresentam o mesmo formato. Na prática espera-se


resultados diferentes entre eles devido à composição dos enrolamentos que não serão conside-
rados nas simulações, assim, serão considerados iguais. Dado estas considerações, foi realiza-
da apenas uma simulação para os barramentos T01, T02 e T03.
As simulações magnéticas foram feitas no modo transiente, conectando uma fonte de
tensão quadrada no enrolamento E01 e uma fonte de corrente senoidal no enrolamento E02,
representando uma situação mais próxima de uma aplicação prática com conversores DAB.

5.3.1 Simulações no modo transiente

A distribuição da densidade de fluxo magnético em seu valor máximo é apresentada


na Figura 103.
195

Figura 103 - Distribuição da densidade de fluxo magnético em seu valor máximo no interior do núcleo para: (a)
T01, (b) T04 e (c) T05.

(a) (b)

(c)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.

Os resultados obtidos no domínio do tempo para as simulações no modo transiente


são apresentadas na Figura 104, Figura 105 e Figura 106.
196

Figura 104 - Resultados de simulação do barramento magnético T01.

Fonte: produção do próprio autor.

Figura 105 - Resultados de simulação do barramento magnético T04.

Fonte: produção do próprio autor.


197

Figura 106 - Resultados de simulação do barramento magnético T05.

Fonte: produção do próprio autor.

Os valores de indutância magnetizante, indutância de dispersão, densidade de fluxo


magnético máximo e perdas no núcleo obtidos nas simulações e comparado com os valores
teóricos esperados são apresentados na Tabela 24.

Tabela 24 - Resultados obtidos e tratados no pós-processamento do software de elementos finitos comparado


com os valores teóricos.
T01 T04 T05
Simulado Teórico Simulado Teórico Simulado Teórico
Lmag [mH] 53,6 52,8 53,9 52,8 57,1 60,9
Lk [uH] 40,1 - 379,9 - 48,2 -
k 0,999626 - 0,996488 - 0,999578 -
Pfe [W] 2,82 3,43 1,82 3,43 3,07 3,39
Bmax [mT] 105,2 98,9 140,2 98,9 129,2 132,6
Fonte: produção do próprio autor.

As pequenas diferenças entre os valores teóricos e simulados para os barramentos


T01 e T05 são justificadas sabendo que na teoria considera-se um fluxo magnético homogê-
neo circulando por todo o núcleo. Na simulação sua amplitude varia conforme a posição, con-
forme pode ser observado na Figura 103. A situação que ocorre no T04 já foi discutida na
seção 3.9.5. Devido à baixa amplitude do fluxo magnético, ele não circula através dos dois
enrolamentos de forma igual. Isto afeta a tensão induzida nos enrolamentos, conforme mostra
a Figura 105.
198

Os barramentos simulados são conectados por uma fonte de corrente no enrolamento


E02 e uma fonte de tensão conectada ao enrolamento E01. A densidade de fluxo magnético
resultante da tensão no enrolamento E01 é muito baixa e os resultados mostram claramente
que a tensão não é induzida no enrolamento E02 de forma correta. Porém, no enrolamento
E02 há uma fonte de corrente, que por sua vez gera um fluxo magnético elevado ϕ2. Para can-
celar este fluxo magnético, uma corrente no enrolamento E01 é induzida, gerando o fluxo
magnético ϕ1 no sentido contrário. Como as correntes apresentam uma amplitude elevada, o
valor da densidade de fluxo magnético gerado pelas correntes também é elevado. Com um
fluxo elevado, o campo magnético induzido nas partes mais distantes do núcleo é maior. Isto
faz com que a corrente induzida no enrolamento E01 seja exatamente como era esperado, uma
senóide perfeita. Isto reforça o conceito de que enrolamentos distantes necessitam de amplitu-
des elevadas de fluxo magnético. Porém, neste caso, devido ao baixo acoplamento, há pontos
do fluxo magnético gerado pela corrente do enrolamento E02 que não são cancelados com a
corrente no enrolamento E01, aumentando as perdas para esta situação. Para ilustrar melhor, a
Figura 107 e a Figura 108 apresentam uma situação em que se retirou a fonte de corrente do
enrolamento E02 e acrescentou uma carga resistiva de 32,9 Ω.

Figura 107 - Distribuição da densidade de fluxo magnético no barramento T04 com carga resistiva no enrola-
mento E02.

Fonte: produção do próprio autor gerada pelo software Maxwell.


199

Figura 108 - Resultados obtidos por simulação no modo transiente para o barramento T04 com uma carga resis-
tiva conectada ao enrolamento E02.

Fonte: produção do próprio autor.

Teoricamente, esta carga drenaria a potência nominal caso a tensão induzida fosse
correta. Nota-se que a forma de onda da tensão induzida no enrolamento E02 ficou diferente.
O fluxo magnético já não circula mais por todo o núcleo, como havia acontecido na primeira
situação observada na Figura 103-b. Neste caso as perdas reduziram, com valores de 2,60 W,
pois agora há apenas o fluxo magnetizante distribuído majoritariamente na parte inferior do
núcleo.

5.3.2 Simulação térmica

A simulação térmica foi feita com os dados teóricos de perdas nos enrolamentos e no
núcleo, considerando a temperatura ambiente 20°C. Os resultados obtidos são mostrados na
Figura 109. As considerações de fontes de calor utilizadas na simulação e o resumo dos resul-
tados são apresentados na Tabela 25.
200

Figura 109 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos: (a) T01, (b) T04 e (c) T05.

(a) (b)

(c)
Fonte: produção do próprio autor gerada pelo software Maxwell.

Tabela 25 - Considerações de fontes de calor utilizadas na simulação e valor do ponto de temperatura mais alto.
T01 T04 T05
Perdas no núcleo [W] 3,43 3,43 3,39
Perdas no enrolamento E01 [W] 9,02 9,02 1,88
Perdas no enrolamento E02 [W] 14,56 14,56 1,88
Temperatura teórica [°C] 97,3 97,3 93,0
Temperatura máxima simulada [°C] 112,0 109,0 97,9
Erro [%] 13,1 8,90 5,0
Fonte: produção do próprio autor

No projeto P01 as perdas são muito maiores nos enrolamentos, fazendo com que os
pontos quentes fiquem mais próximos dos enrolamentos. No barramento T05 do projeto P02,
as perdas são mais equilibradas, apresentando valores mais próximos de temperatura no inte-
rior do barramento
O objetivo destes testes é fazer a validação experimental referente às perdas dos nú-
cleos para o método de simulação utilizado e não fazer a comparação de desempenho entre os
barramentos magnéticos. Estes valores serão comparados com os resultados experimentais e
caso necessário, será feita a realimentação dos parâmetros nos modelos simulados de forma a
melhorar a precisão destas simulações. A comparação dos diferentes tipos de geometrias de
201

barramentos magnéticos foi realizada no capítulo 4. Outra consideração a ser feita sobre esta
simulação, é que devido à maior quantidade de camadas presente nos enrolamentos de T04,
haverá um aumento na resistência CA, conforme sugere a equação de Dowell. Da mesma
forma, haverá uma redução na resistência CA no barramento T03. Estas considerações não
foram feitas propositalmente neste momento para serem discutidas juntamente com os resul-
tados experimentais.

5.4 ENSAIO DE CORRENTE CC

O ensaio de corrente CC fornece as resistências CC dos enrolamentos. Ao aplicar


uma tensão CC em cada enrolamento, não há tensão induzida no barramento magnético, as-
sim, é possível obter o valor da resistência CC individual de cada enrolamento. Este ensaio
pode ser substituído por uma medição em um multímetro capaz de medir resistências baixas
com precisão. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 26 e os dados de aquisição,
na Figura 110.

Figura 110 - Resistências CC para os barramentos T01 nos enrolamentos E01 e E02 respectivamente: (a) P01 –
T01, (b) P01 – T02, (c) P01 – T03, (d) P01 – T04 e (e) P02 – T05.

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Fonte: geradas pelo analisador de potências WT500.
202

Tabela 26 - Resistências CC medida dos enrolamentos.


Barramento Enrolamento 1 [mΩ] Enrolamento 2 [mΩ]
Medido Teórico Medido Teórico
T01 129,39 207,9 39,77 52,0
T02 118,46 207,9 39,86 52,0
T03 99,29 207,9 66,55 52,0
T04 135,32 207,9 33,83 52,0
T05 158,60 204,4 195,72 204,4
Fonte: produção do próprio autor.

A primeira consideração sobre as diferenças nas medições é que os enrolamentos es-


tavam em temperatura ambiente no momento da medição, enquanto a planilha de cálculos
levou em consideração uma elevação de temperatura de 40°C. A segunda consideração está
no comprimento dos cabos. Apesar de parecer insignificante, a espessura entre cada camadas
pode gerar diferenças muito grandes no comprimento final do cabo. Isto faz a espira do lado
interno apresentar valor abaixo do esperado e a do lado externo acima do esperado. Na teoria
considera-se o MLT para estes cálculos. Os dois enrolamentos do T03 foram feitos de fio litz
da mesma espessura, com 32 condutores 32AWG.

5.5 ENSAIO DE CURTO CIRCUITO

O ensaio de curto circuito fornece os dados de resistência CA dos enrolamentos e in-


dutância de dispersão. Estes parâmetros também foram medidos no analisador de impedân-
cias. O procedimento para o ensaio de curto circuito e:
• aplicar curto circuito no enrolamento secundário;
• conectar a fonte de tensão ou corrente alternada no enrolamento primário;
• aumentar a tensão ou corrente, até que a corrente nos enrolamentos chegue ao va-
lor nominal;
• repetir processo aplicando o curto no enrolamento primário e medindo no secun-
dário.
Ao aplicar um curto circuito na saída do barramento magnético, considera-se que a
tensão é muito baixa e que a impedância do ramo em paralelo, correspondente às perdas do
núcleo e indutância magnetizante, é muito maior que a impedância em série. Isto faz com que
esta impedância possa ser desprezada e assim, a medição “enxerga” apenas o ramo em série
do circuito. Este ramo corresponde à resistência equivalente CA e a indutância de dispersão,
referidas ao enrolamento de medição. O modelo para ensaio de curto circuito para um barra-
mento de dois enrolamentos é apresentado na Figura 111. Para barramentos magnéticos de
203

mais enrolamentos, aplica-se o curto circuito em todos os enrolamentos, com exceção do que
está fazendo a medição.

Figura 111 - Modelo do barramento magnético de dois enrolamentos ao aplicar curto circuito.

iϕ i Xeq ' Req ' Xeq ' Req'


i1 2 i1 i2
v1 v2 ' Curto v1 v2 ' Curto
ic im
circuito circuito
Rc
Xc
Fonte: produção do próprio autor.

O valor da resistência CA é dado por:


P
RCA = (4.1)
I rms 2
Como o barramento está em curto, diferente da medição em CC, a impedância do en-
rolamento em curto passa a ser “vista” pela medição referida ao lado que se está medindo,
pois os enrolamentos estão acoplados magneticamente. O valor medido corresponde à:
RCAex = RCA1 + RCA2 ' (4.2)

Em que:
RCAex resistência lida nos terminais do enrolamento x;
RCA1 resistência CA do enrolamento 1;
RCA2’ resistência CA do enrolamento 2.
Conforme foi abordado no capítulo 3, as relações de transformação ideais conside-
ram que o fluxo magnético atravessa completamente todos os enrolamentos. Na prática isto
não é verdade, assim pode-se perceber diferenças entre as medições feitas no primário e se-
cundário. Desta forma, um procedimento comum é tomar a média dos valores referidos para
um lado dos enrolamentos. Assumindo o enrolamento 1 como referência:
RCAe1 + RCAe 2 '
RCAeq1 = (4.3)
2
2
n 
RCAe 2 ' = RCAe 2  1  (4.4)
 n2 
Para relação de corrente:
n1 I 2 rms
= (4.5)
n2 I1rms
Assim:
204

2
I 
RCAe1 +  2 rms  RCAe 2
RCAeq1 =  I1rms  (4.6)
2
Em que:
RCAeq1 resistência CA do barramento visto pelos terminais do enrolamento 1.
O mesmo procedimento pode ser utilizado para determinar os valores vistos pelo en-
rolamento 2, porém, esta informação é irrelevante. Por meio de (4.6) e (4.2) pode-se encontrar
os valores das resistências CA de cada enrolamento. Segundo (HURLEY; WÖLFLE, 2013),
uma aproximação inicial pode ser feita considerando RCA1 equivale ao valor de RCA2 referido
ao primário. Porém, uma estimativa mais correta é considerar RCA1 e RCA2 proporcionais aos
seus valores de resistência CC, que foram obtidos na seção 5.4. Assim, a partir de (4.2):
RCAeq1 = RCA1 + RCA2 ' (4.7)
2
I 
RCAeq1 = RCA1 + RCA 2  2 rms  (4.8)
 I1rms 
Assume-se que:
RCC1 RCA1
= (4.9)
RCC 2 RCA 2
Substituindo (4.9) em (4.8) e simplificando:
RCAeq1
RCA2 = 2
(4.10)
RCC1 I 
+  2 rms 
RCC 2  I1rms 
RCAeq
RCA1 = 2
(4.11)
I  R
1 +  2 rms  CC 2
 I1rms  RCC1
Assim, encontra-se os valores de resistências CA para cada enrolamento.
A outra informação que este ensaio fornece é a indutância de dispersão. Sabe-se que:
S1 = P1 + jQ1 (4.12)

Em que o índice 1 indica que são valores na frequência fundamental.


Sabe-se também que:
P1 = RCA I rms12 (4.13)

Q1 = X CA I rms12 (4.14)

X CA = LCA (4.15)
205

Em que:
I1rms valor eficaz da corrente no enrolamento 1 [A];
I2rms valor eficaz da corrente no enrolamento 2 [A];
Irms1 valor eficaz da componente fundamental da corrente [A];
S1 potência aparente referente à componente fundamental [VA];
P1 potência ativa referente à componente fundamental [W];
Q1 potência reativa referente à frequência fundamental [VAr];
XCA impedância CA [Ω].
O mesmo conceito utilizado para a resistência CA pode ser utilizado para encontrar
os valores de indutâncias de dispersão em cada enrolamento. Importante ressaltar que devem-
se utilizar os valores na frequência fundamental, pois a relação apresentada em (4.12) não é
válida com a presença de harmônicos. Quando a tensão e a corrente apresentam conteúdo
harmônico, eles também geram perdas ativas. Assim torna-se incorreto assumir que as perdas
ativas são iguais às perdas na frequência fundamental.
Os resultados medidos no analisador de potências para o barramento T01 são apre-
sentados na Figura 112. As medições para os demais barramentos são disponibilizadas no
APÊNDICE E.

Figura 112 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T01: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Não foram obtidos os valores eficazes de corrente e tensão na frequência fundamen-


tal durante a aquisição de dados dos ensaios realizados. Desta forma, utilizou-se do valor da
taxa de distorção harmônica, ou total harmonic distortion (THD) obtidas pela leitura do osci-
loscópio de cada forma de onda para estimá-los. A Figura 113 apresenta as formas de onda de
206

tensão, corrente e seus respectivos espectros harmônicos obtidos pelo osciloscópio para o bar-
ramento T01. De forma a evitar que o texto se torne exaustivo, os resultados para os demais
barramentos são apresentados no APÊNDICE E.

Figura 113 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T01. (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

O osciloscópio utilizado não tinha módulo de análise de potência, desta forma, foi
necessário salvar os pontos e obter os coeficientes de Fourier por meio do software
MATLAB. A função que determina os coeficientes da série de Fourier é o FFT (fast Fourier
transform). A Figura 113-b apresenta o espectro harmônico das formas de onda, mostrando
que a tensão apresenta uma THD de cerca de 0,5 e a corrente de cerca de 0,15.
Sabe-se que:
xrms
x1 = (4.16)
1 + THD 2
Em que:
xrms valor eficaz de um sinal qualquer;
x1 valor eficaz da componente fundamental deste sinal;
THD valor absoluto da THD do sinal.
207

A Tabela 27 apresenta os valores medidos no analisador de potências e os valores de


THD obtidos pelo osciloscópio. O detalhamento mais completo das medições realizadas e dos
passos de cálculos podem ser conferidos no APÊNDICE E.

Tabela 27 - Principais valores lidos pelo analisador de potências e osciloscópio para o ensaio de curto circuito.
Barramento Enrolamento¹ Vrms [V] Irms [A] Irms2 [A]² P [W] THDv THDi
E01 37,46 3,06 6,19 14,5 0,504 0,149
T01
E02 18,03 6,10 3,01 15,8 0,575 0,149
E01 27,08 3,03 6,16 13,6 0,531 0,154
T02
E02 12,90 6,03 2,98 14,1 0,629 0,172
E01 46,10 3,03 6,12 4,1 0,500 0,129
T03
E02 22,32 6,02 2,97 6,0 0,565 0,131
E01 401,80 2,95 5,97 52,2 0,487 0,137
T04
E02 202,69 6,04 2,96 70,5 0,495 0,155
E01 22,19 1,54 1,54 10,4 0,521 0,180
T05
E02 22,59 1,57 1,56 11,0 0,531 0,181
¹ enrolamento de leitura;
² leitura de corrente no enrolamento oposto para obter a relação de transformação.
Fonte: produção do próprio autor.

O parâmetros obtidos no ensaio de curto circuito ao aplicar as relações apresentadas


nesta seção são apresentadas na Tabela 28, Tabela 29 e Tabela 30. Os valores presentes na
Tabela 28 e Tabela 30 foram obtidos a partir da leitura do analisador de potência e do oscilos-
cópio respectivamente.

Tabela 28 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo analisador de potências nos ensai-
os de curto circuito.
Barramento Enrolamento Req [Ω] R [Ω] Rcc [mΩ] Fr Lk [µH]¹ L [µH]²
E01 1,643 0,727 129,34 5,623 34,08 15,09
T01
E02 0,401 0,224 39,75 5,623 8,32 4,64
E01 1,539 0,645 118,46 5,446 24,25 10,16
T02
E02 0,374 0,217 39,86 5,446 5,89 3,42
E01 0,560 0,149 99,00 1,503 42,96 11,41
T03
E02 0,137 0,101 67,00 1,503 10,51 7,72
E01 6,936 3,434 135,32 25,376 393,45 194,79
T04
E02 1,700 0,858 33,83 25,376 96,45 48,70
E01 4,443 1,980 158,60 12,487 38,90 17,34
T05
E02 4,409 2,444 195,72 12,487 38,61 21,40
¹ valor total visto pelo enrolamento de medição: Xk1 = XE01+XE02’;
² indutância individual de cada enrolamento calculada a partir da relação RCC1/RCC2.
Fonte: produção do próprio autor.
208

Tabela 29 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo analisador de impedâncias medido
em 50 kHz nos ensaios de curto circuito.
Barramento Enrolamento Req [Ω]¹ R [Ω] Rcc [mΩ] Fr Lk [µH]¹ L [µH]²
E01 1,790 0,793 129,34 6,129 33,64 14,90
T01
E02 0,437 0,244 39,75 6,129 8,22 4,58
E01 1,640 0,688 118,46 5,804 23,52 9,86
T02
E02 0,398 0,231 39,86 5,804 5,71 3,32
E01 0,661 0,176 99,00 1,774 42,17 11,20
T03
E02 0,162 0,119 67,00 1,774 10,32 7,58
E01 9,566 4,736 135,32 34,998 369,41 182,89
T04
E02 2,345 1,184 33,83 34,998 90,55 45,72
E01 4,349 1,939 158,60 12,224 37,38 16,66
T05
E02 4,317 2,392 195,72 12,224 37,10 20,56
¹ valor total visto pelo enrolamento de medição: Xk1 = XE01+XE02’;
² indutância individual de cada enrolamento calculada a partir da relação RCC1/RCC2.
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 30 - Valores de resistência CA e indutância de dispersão obtidos pelo osciloscópio nos ensaios de curto
circuito.
Barramento Enrolamento Req [Ω]¹ R [Ω] Rcc [mΩ] Fr Lk [µH]¹ L [µH]²
E01 1,733 0,76 124,34 6,136 32,17 14,17
T01
E02 0,423 0,24 38,60 6,136 7,86 4,40
E01 1,512 0,69 114,48 6,040 23,12 10,57
T02
E02 0,367 0,20 32,98 6,040 5,61 3,05
E01 0,796 0,21 95,52 2,204 40,74 10,77
T03
E02 0,195 0,14 65,05 2,204 9,97 7,33
E01 7,255 3,20 124,34 25,747 389,12 171,70
T04
E02 1,779 0,99 38,60 25,747 95,39 53,30
E01 4,428 2,44 184,79 13,214 36,33 20,03
T05
E02 4,395 1,97 149,17 13,214 36,05 16,17
¹ valor total visto pelo enrolamento de medição: Xk1 = XE01+XE02’;
² indutância individual de cada enrolamento calculada a partir da relação RCC1/RCC2.
Fonte: produção do próprio autor.

A Tabela 29 mostra os parâmetros obtidos a partir do analisador de impedâncias me-


dido em 50 kHz, que por não possuir um sistema de aquisição de dados, tiveram suas leituras
tomadas manualmente. As leituras com maior confiabilidade são as realizadas com analisador
de potências e com o analisador de impedâncias, porém, cabe ressaltar que as condições de
operação destas leituras são diferentes, já que com o analisador de potências os testes foram
realizados em condições nominais e maior elevação de temperatura. Já as leituras realizadas
com o analisador de impedâncias foram realizadas com sinais de baixa amplitude, se afastan-
do muito da condição real de operação. Assim, assume-se as leituras realizadas pelo analisa-
dor de potência.
A Figura 114 apresenta a comparação entre os valores obtidos pelas medições reali-
zadas nos três equipamentos para indutância de dispersão equivalente e resistência CA equi-
valente, ambos vistos pelo enrolamento E01. A comparação mostra que as medições ficaram
próximas em todos os equipamentos, exceto para as resistência CA do barramento T04 medi-
209

da pelo analisador de impedâncias. Assume-se os valores medidos pelo analisador de potên-


cias por se tratar das condições mais próximas da aplicação.

Figura 114 - Comparação entre os valores vistos pelo enrolamento E01 obtidos nos três equipamentos: (a) indu-
tância de dispersão equivalente e (b) resistência CA equivalente.

500
Indutância de dispersão
400
Indutância [µH]

Analisador de potência
300 Analisador de impedâncias
Osciloscópio

389,1
200

369,4
393,5
43,0

42,2

40,7

38,9

37,4

36,3
34,1

33,6

32,2

100
24,3

23,5

23,1

0
T01 T02 T03 T04 T05

(a)
10
Resistência CA equivalente
8
Resistência [Ω]

Analisador de potência
6

4,44

4,43
4,35
Analisador de impedâncias
9,57
6,94

Osciloscópio
7,26
4
1,79

1,73
1,64

1,64
1,54

1,51

0,80
0,66

2
0,56

0
T01 T02 T03 T04 T05

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

5.5.1 Indutância de dispersão

A comparação entre os valores de indutância de dispersão obtidos por simulação


numérica e medições experimentais lidas pelo analisador de potências são apresentados na
Figura 115. De forma geral, os valores de indutância de dispersão ficaram próximos dos espe-
rados por simulação. Considerando que esta grandeza é totalmente dependente de fatores ge-
ométricos e de fabricação, é comum que resultados de simulação e experimentais fiquem um
pouco afastados, o que mostra que, nesse caso, a simulação numérica é eficiente. Um ponto
em destaque é para o barramento T02, que apresentou um valor menor que nos demais barra-
mentos. Isto é explicado pela construção. Neste barramento o enrolamento foi colocado de
forma linear, sem torcer, aumentando a proximidade dos enrolamentos. Ao aumentar a proxi-
midade, a indutância de dispersão diminui.
210

Figura 115 - Comparação os resultados simulados e experimentais para a indutância de dispersão.

500
Indutância de dispersão Simulação Experimental
400
Indutância [µH]

300

393,5
379,9
200

48,2
43,0
40,1

40,1

40,1

38,9
34,1

100

24,3
0
T01 T02 T03 T04 T05

Fonte: produção do próprio autor.

5.5.2 Perdas nos enrolamentos e resistência CA

A comparação entre os valores de resistência CA obtidos teoricamente pela equação


de Dowell, descrita na seção 3.5.3 e valores medidos experimentalmente são apresentadas na
Figura 116.

Figura 116 - Comparação entre os resultados teóricos e experimentais para a resistência CA dos enrolamentos.

Resistência CA equivalente
6,94

6,94

8
Teórico Experimental
6
Resistência [Ω]

4,44
4,19

4
1,64

1,54
1,34

1,29

2
0,57

0,56

0
T01 T02 T03 T04 T05

Fonte: produção do próprio autor.

Os parâmetros considerados para o cálculo teórico da resistência CA são apresenta-


dos na Tabela 31.
211

Tabela 31 - Parâmetros utilizados para o cálculo teórico da resistência CA.


d RCC RCA RCAeq
m np cax η Δ
[mm] [mΩ] [mΩ] [Ω]
E01 2,7 3 4,68 0,511 0,63 1,13 129 608
T01 1,64
E02 1,8 6 4,41 0,511 0,66 1,16 40 182
E01 2,7 3 4,68 0,511 0,63 1,13 118 556
T02 1,54
E02 1,8 6 4,41 0,511 0,66 1,16 40 183
E01 2,8 32 15,84 0,202 0,5604 0,42 99 187
T03 0,56
E02 2 32 11,31 0,202 0,5604 0,42 67 96
E01 5 3 8,66 0,511 0,9 1,35 135 3445
T04 6,94
E02 3 6 7,35 0,511 0,9 1,35 34 629
E01 2,6 1 2,60 0,912 0,9185 2,44 159 1875
T05 4,44
E02 2,6 1 2,60 0,912 0,9185 2,44 196 2314
m: número de camadas;
np: número de condutores em paralelo na camada;
cax: número efetivo de camadas no enrolamento: cax = m np ;
d: diâmetro do condutor;
η: porosidade.
Fonte: produção do próprio autor.

Os resultados mostram que a equação de Dowell com as devidas considerações apre-


senta uma estimativa muito boa para os valores de resistência CA. Observando os resultados
dos barramentos T01 e T02 na Figura 116, percebe-se que torcer o condutor ao redor do seu
eixo, como sugeriu (HURLEY; WÖLFLE, 2013), não surtiu efeito para esta situação. Ou seja,
torcer o cabo não mitiga os efeitos de proximidade nos condutores em paralelo para esta situ-
ação.

5.6 ENSAIO DE CIRCUITO ABERTO

O ensaio de circuito aberto fornece a indutância magnetizante, as perdas no núcleo e


as capacitâncias parasitas dos enrolamentos. Este ensaio consiste em aplicar tensão nominal
nos enrolamentos e medir os valores de tensão, corrente e perdas. A Figura 117 mostra o mo-
delo para o ensaio de circuito aberto de um barramento magnético de dois enrolamentos.

Figura 117 - Modelo para o ensaio de circuito aberto de um barramento magnético com dois enrolamentos.

iϕ i Xeq ' Req ' iϕ


i1 2 i1
v1 v2 ' Circuito v1 v2 ' Circuito
ic im ic im
aberto aberto
Rc Xc Rc Xc
Fonte: produção do próprio autor.
212

Ao aplicar a tensão nominal em um dos enrolamentos do barramento magnético,


mantendo os demais enrolamentos em aberto, a única corrente que circulará no circuito será
no enrolamento de medição. Sendo o valor nominal aplicado, as perdas ativas medidas cor-
responderão às perdas no núcleo em condições nominais, pois haverá o fluxo magnetizante
nominal circulando pelo barramento. No modelo de ensaio de circuito aberto, a impedância
está em paralelo, desta forma:
Vrms 2
RC = (4.17)
P
Vrms12
P1 = (4.18)
RC

Vrms12
Q1 = (4.19)
XC
Em que o índice 1 indica ser tratar da componente fundamental.
O ensaio de circuito aberto é mais simples de se realizar e não há necessidade de tan-
tos passos de cálculos. Da mesma forma que para o ensaio de curto circuito, aplica-se a tensão
nominal em todos os enrolamentos e toma a média dos valores referidos ao enrolamento de
referência. Porém, este ensaio apresentou maiores divergências nos valores. Os resultados
obtidos pelo analisador de potências e osciloscópio são apresentados na Figura 118, Figura
119 e Figura 120 respectivamente.

Figura 118 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T01: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.
213

Figura 119 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T01 nas medições feitas no
ensaio de circuito aberto: (a) tensão e corrente com valores originais, reconstruídos com frequência
de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Es-
pectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 120 - Resultados obtidos pelo osciloscópio para a medição de potência nos enrolamentos (a) E01 e (b)
E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
214

O resumo dos resultados são apresentados na Tabela 32 e os parâmetros do ensaio,


na Tabela 33.

Tabela 32 - Resumo dos valores lidos pelo analisador de potências e osciloscópio para o ensaio de circuito aber-
to.
Analisador de potências Osciloscópio
Enrolamento¹
Vrms [V] Vrms2 [A]² Irms [A]² P [W] Vrms [V] Vrms2 [A]² Irms [A]² P [W]
E01 401 202 138,9 7,380 424 211 154,4 4,860
T01
E02 200 406 292,8 8,410 207 439 342,2 6,673
E01 404 206 206,6 10,700 422 214 146,3 4,288
T02
E02 201 414 512,0 16,650 206 435 347,6 6,649
E01 402 202 122,8 7,800 421 212 163,2 4,865
T03
E02 199 406 308,4 8,360 206 424 180,2 6,361
E01 404 210 114,0 5,900 426 219 109,7 4,475
T04
E02 200 433 190,6 5,320 205 457 197,3 5,088
E01 398 410 314,1 9,400 424 443 186,6 5,621
T05
E02 405 397 237,8 8,020 416 442 185,6 5,277
¹ enrolamento de leitura;
² leitura de tensão no enrolamento oposto para obter a relação de transformação.
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 33 - Valores de relação de transformação resistência que representa as perdas no núcleo, indutância
magnetizante e capacitâncias parasitas.
Barramento Enrolamento a¹ a² RC [kΩ] ¹ RC [kΩ] ³ Lmag [mH] ² Cp [pF] ²
E01 21,80 36,946 20,95 59,97
T01 0,503 0,501
E02 4,76 6,426 5,25 239,15
E01 15,22 41,541 18,64 108,34
T02 0,509 0,502
E02 2,43 6,379 4,69 430,69
E01 20,75 36,366 10,12 60,16
T03 0,501 0,500
E02 4,73 6,688 2,53 240,26
E01 27,65 40,532 19,41 24,87
T04 0,520 0,501
E02 7,53 8,288 4,88 98,90
E01 16,82 31,914 22,29 176,55
T05 1,032 1,000
E02 20,41 32,843 22,31 176,38
E01 19,48 47,565 38,60 139,36
T06 1,028 0,995
E02 19,59 54,758 38,19 140,85
¹ obtido pelas medições do analisador de potências WT1800;
² obtido pelas medições do analisador de impedâncias;
³ obtido pelas medições do osciloscópio.
Fonte: produção do próprio autor.

Devido à grande divergência nos valores obtidos, os principais valores: indutância


magnetizante e perdas no núcleo serão discutidos nas próximas subseções.

5.6.1 Indutância magnetizante

A Figura 122 apresenta a comparação entre os valores de indutância magnetizante


teóricos, simulados e experimentais. A diferença entre os valores pode ser justificada por vá-
rios fatores. A Figura 121, por exemplo, apresenta a simulação feita para o barramento T01
215

com a adição de um entreferro de 0,05 mm. Este entreferro fez a indutância magnetizante re-
duzir de 40 mH para cerca de 10 mH. Por mais lisa e plana que seja a superfície do ferrite, o
encaixe nunca será perfeito.

Figura 121 - Barramento T01 com um entreferro de 0,05 mm. (a) distribuição da densidade de fluxo magnético e
(b) resultados obtidos no pós-processamento.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.
216

Figura 122 - Comparação entre os valores teóricos, simulados e experimentais para a indutância magnetizante.

Indutância magnetizante
70
Teórico Simulação Experimental
60
Indutância [mH]

50
40

22,3
21,0

60,9
19,4

57,1
18,6
30
52,8

52,8

52,8

52,8

52,8

52,8

52,8

52,8
10,1
20
10
0
T01 T02 T03 T04 T05
Fonte: produção do próprio autor.

A Figura 123 apresenta um gráfico da permeabilidade magnética relativa em função


da temperatura de operação do material IP12R da Thornton. De 40°C para 80°C a permeabili-
dade relativa sobe de 3000 para quase 4000 e isto afeta diretamente no cálculo teórico da in-
dutância magnetizante.

Figura 123 - Permeabilidade magnética relativa em função da temperatura do material IP12R da Thornton.

Fonte: (THORNTON, 2020).

5.6.2 Perdas no núcleo

Os resultados para perdas no núcleo foram muito divergentes, tanto na teoria como
na prática, conforme pode ser observado na Figura 124.
217

Figura 124 - Comparação entre os valores obtidos pelo analisador de potências, osciloscópio, simulação e formu-
lações teóricas para as perdas no núcleo.
15
Perdas no núcleo

10,70

9,40
7,80
10
Perdas [W]

7,38

5,90

5,62
4,87
4,86

4,48
4,29

3,070
2,820

2,820

2,820
3,43

3,43

3,43

3,43

3,39
5

1,820
0
T01 T02 T03 T04 T05
Analisador de potência Osciloscópio Simulação Teórico
Fonte: produção do próprio autor.

Em relação às perdas teóricas e simuladas, espera-se um resultado próximo, com


uma leve diferença devido às considerações da distribuição do fluxo magnético no interior do
núcleo. É comum o resultado ser mais afastado, visto que as formas de onda de tensão e cor-
rente apresentam componentes harmônicas não consideradas e as características físicas e
magnéticas dos materiais variam de acordo com o ponto de operação. Porém, as perdas no
núcleo apresentaram valores bem distantes dos esperados teoricamente principalmente os me-
didos pelo analisador de potências. Há três possibilidades para esta grande diferença:
• sobressinal na forma de onda de tensão.
• material utilizado não corresponde ao especificado pelo fabricante ou suas carac-
terísticas não correspondem às fornecidas por ele;
• Medição incorreta do equipamento.
As três possibilidades serão discutiras na sequência.

5.6.2.1 Sobressinal de sobretensão

A primeira alternativa avaliada é o sobressinal na forma de onda de tensão. Para isso


foi simulado o núcleo com a forma de onda de tensão obtida da aquisição do osciloscópio. A
Figura 125 ilustra esta situação. Pela figura é possível notar que as perdas não sofrem muita
influência deste sinal. Numericamente, as perdas sobem de 2,82 W para 3,025, mostrando que
o sobressinal exerce influência sobre as perdas, porém, não é a única fonte de divergência.
218

Figura 125 - Resultados de simulação considerando sobressinais de tensão no enrolamento E01.

Fonte: produção do próprio autor.

5.6.2.2 Material não correspondente às especificações

A alternativa mais provável é que os dados fornecidos pelo fabricante não corres-
pondam aos dados reais ou às curvas foram levantadas sem um critério. Em (BATISTA,
1998) foram levantados os coeficientes de Steinmetz do material IP12 da Thornton e os resul-
tados foram muito diferentes dos fornecidos pelo fabricante. Os coeficientes fornecidos são:
• α = 1,3;
• β = 2,5;
• Kc = 41,15 W/m³.

Tabela 34 - Valores teóricos para perdas no núcleo utilizando os coeficientes de Steinmetz levantados por
(BATISTA, 1998).
Núcleo Bmax [mT]¹ Ac [mm²] ² Vc [mm³] Pfe [W] ³ Pfe experimental [W]4
NEE-55/28/21 104,1 345,69 42500,0 7,33 7,38
NEE-42/21/20 135,5 229,32 23300,0 8,53 9,4
¹ alterado para os valores experimentais;
² valores medidos nos núcleos testados;
³ calculado usando a iGSE com a forma de onda obtida pelo osciloscópio;
4
resultados experimentais lidos pelo analisador de potência.
Fonte: produção do próprio autor.

A Tabela 34 apresenta os valores teóricos obtidos utilizando estes coeficientes. Nota-


se que após esta correção, os valores ficaram mais próximos dos valores obtidos nos ensaios
219

de circuito aberto. De forma a melhorar a precisão destes cálculos, utilizou-se as dimensões


medidas nos núcleos testados.
Com os dados do material levantados por (BATISTA, 1998), foi realizada uma nova
simulação para o barramento T01, obtendo os resultados apresentados na Figura 126. Calcu-
lando o valor das perdas a partir do gráfico, o valor de 7,13 W para as perdas em T01 é obti-
do. Com isto, é possível concluir que além do sobressinal, o fabricante forneceu os parâmetros
inválidos para o material, conforme é discutido por (BATISTA, 1998).

Figura 126 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T01 corrigindo os valores
dos coeficientes de Steinmetz, resultando em perdas de 7,13 W no núcleo.

Fonte: produção do próprio autor.

5.6.2.3 Medição incorreta dos equipamentos

Outra fonte de erro a ser discutida é referente a medição dos equipamentos. A baixa
amplitude da corrente magnetizante com altos valores de pico fazem com que o equipamento
use o fundo de escala para leituras de maiores amplitudes, prejudicando leituras de menores
amplitudes. Como a parte de interesse apresenta baixa amplitude, com certeza ela fica preju-
dicada. Uma alternativa seria aplicar uma excitação senoidal em alta frequência para evitar
derivadas elevadas de tensão no barramento. Assim, espera-se que não apareçam sobressinais
de corrente, obtendo-se valores mais precisos. Não foi possível realizar este tipo de medição.
220

O osciloscópio não é um equipamento preciso de medição como o analisador de potências.


Desta forma, as medições feitas no osciloscópio não são consideradas para efeitos de análises.

5.7 ENSAIO EM CONDIÇÕES NOMINAIS

O objetivo dos testes em condições nominais é avaliar a elevação de temperatura e as


perdas totais. Estes testes foram realizados com o conversor DAB processando 1 kW para o
projeto P01 e 500 W para o projeto P02. Um segundo conversor DAB operando em malha
aberta foi utilizado como carga na porta 2 do conversor sob testes com uma resistência de
aproximadamente 2 Ω entre eles. A regulagem da potência era controlada manualmente pelo
ângulo de defasagem dos conversores DAB e pela queda de tensão neste resistor. A Figura
127 ilustra o diagrama de testes utilizados.

Figura 127 - Diagrama dos conversores e equipamentos sob teste.

Fonte CC 2Ω
400V

Conversor DAB como carga

Analisador de potência WT1800


Fonte: produção do próprio autor.

O barramento magnético foi montado o mais próximo do analisador de potências.


Além das medições de perdas, a segunda informação importante é a elevação de temperatura.
Os pontos de medição da temperatura são indicados na Figura 128. Foram feitas medições em
outros pontos para avaliar o correto andamento das aquisições, porém, os pontos indicados
apresentam o maior valor de temperatura. Em regime permanente os valores temperatura nos
pontos quentes é muito próxima, desta forma apresentar medições em vários pontos não trará
grandes contribuições. Além disso, pontos medidos em contato com o ar sofrem com a troca
de calor com o ambiente, apresentando valores menores do que realmente são.
221

Figura 128 - Medição da temperatura no ponto mais quente dos barramentos T01 a T05

Tmax

Ta Tmax

(a)
Fonte: produção do próprio autor.

5.7.1 Resultados obtidos

Os resultados medidos são apresentados na Figura 129, Figura 130, Figura 131, Figu-
ra 132 e Figura 133.

Figura 129 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no barramento T01. (a)
Analisador de potências e (b) osciloscópio.

(a) (b)
Fonte: imagens geradas pelo analisador de potências WT1800 e osciloscópio DMM 4040.

Figura 130 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no barramento T02. (a)
Analisador de potências e (b) osciloscópio.

(a) (b)
Fonte: imagens geradas pelo analisador de potências WT1800 e osciloscópio DMM 4040.
222

Figura 131 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no barramento T03. (a)
Analisador de potências e (b) osciloscópio.

(a) (b)
Fonte: imagens geradas pelo analisador de potências WT1800 e osciloscópio DMM 4040.

Figura 132 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no barramento T04. (a)
Analisador de potências e (b) osciloscópio.

(a) (b)
Fonte: imagens geradas pelo analisador de potências WT1800 e osciloscópio DMM 4040.

Figura 133 - Resultados nominais para os ensaios realizados em condições nominais no barramento T05. (a)
Analisador de potências e (b) osciloscópio.

(a) (b)
Fonte: imagens geradas pelo analisador de potências WT1800 e osciloscópio DMM 4040.
223

Os dados das medições de temperatura após atingir regime permanente juntamente


com as perdas em cada barramento são apresentados na Tabela 35.

Tabela 35 - Dados de potências, perdas e elevação de temperatura nos barramentos magnéticos.


Barramento P1 [W] P2 [W] Perdas [W] ΔTmax [°C] Tf para Ta = 20°C
T01 1060,8 1036,3 24,5 179 199
T02 1073,2 1047,8 25,4 171 191
T03 1023,3 1011 12,3 91 111
T04¹ 907,4 849,6 57,8 - -
T05 568,3 550,3 18,0 218 238
¹ não foi atingido o regime térmico devido às perdas elevadas.
Fonte: produção do próprio autor.

As divergências entre os valores de perdas foram discutidos nas seções 5.5 e 5.6. A
Figura 134 mostra a comparação entre os valores de perdas obtidos individualmente nos en-
saios de curto circuito e circuito aberto, com os valores de perdas totais obtidas nos ensaios
em condições nominais. Ao somar as perdas individuais em cada ensaio espera-se que eles
fiquem próximos aos valores nominais.
O barramento T04 apresenta características muito distintas no tipo de enrolamento e
na indutância de dispersão. Para realizar o teste neste barramento, foi necessário remover
completamente o indutor em série, pois a indutância de dispersão já era maior do que a neces-
sária para este conversor. O indutor em série tem indutância de aproximadamente 285 µH,
enquanto a dispersão do barramento T04 é de 395 µH. Assim, foi necessária uma defasagem
maior do que a projetada para transferir a potência próxima da nominal e mesmo assim não
foi possível atingir o valor desejado.

Figura 134 - Comparação entre as perdas totais obtidas nos ensaios de circuito aberto e de curto circuito com as
perdas totais em condições nominais.

Perdas totais
67,25

80
57,80

Ensaio de curto + ensaio de circuito aberto


60
Ensaio em condições nominais
Perdas [W]

25,40
24,55
24,50

40
22,53

20,10

18,00
12,85

12,30

20

0
T01 T02 T03 T04 T05
Fonte: produção do próprio autor.
224

5.7.2 Elevação de temperatura

Os resultados obtidos em regime térmico com os pontos mais quentes são apresenta-
dos na Figura 135. Como os dados simulados foram afetados pelas divergências entre as per-
das teóricas e experimentais, foram feitas novas simulações no modo térmico, considerando
as perdas obtidas experimentalmente. Estes resultados são apresentados na Figura 136.

Figura 135 - Formas de onda para a temperatura final após regime térmico.

Fonte: produção do próprio autor.

A Tabela 36 apresenta a comparação entre os valores de temperatura final obtidos


experimentalmente e por simulação com correção das perdas para os valores experimentais.
Os resultados apresentaram um erro máximo de 8% mostrando que o modelo de simulação
representa de forma satisfatória os experimentos. Cabe ressaltar que os testes foram realizados
em condições de temperatura ambiente controlada, posicionando os barramentos de forma a
sofrerem pouca influência de efeitos externos. Uma pequena circulação de ar pode fazer estes
resultados se distanciarem consideravelmente. Validação térmica de equipamentos é um pro-
cesso complicado, pois depende de muitas variáveis externas que não são consideradas na
simulação, principalmente o movimento de ar.

Tabela 36 - Comparação dos valores de elevação de temperatura final normalizados para Ta = 20°C obtidos
experimentalmente com os valores de simulação considerando perdas experimentais.
T01 T02 T03 T05
Simulado [°C] 183,8 189,0 113,3 221,4
Experimental [°C] 199,0 191,0 111,0 238,0
Erro [%] 7,64 1,05 2,07 6,97
Fonte: produção do próprio autor.
225

Figura 136 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos simulados corrigindo com os valores experimentais de
perdas. (a) T01, (b) T02, (c) T03, (d) T04 e (e) T05.

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.

5.8 SIMULAÇÕES DAS PROPOSTAS DE GEOMETRIAS

A partir dos resultados experimentais obtidos para os barramentos. Aplica-se os con-


ceitos e efeitos observados para a simulação de um barramento magnético com as geometrias
propostas: Pote estendido e XS estendido. Para isto, será utilizado o projeto P01 como refe-
rência. Com a realimentação dos resultados práticos, nas simulações serão feitas as seguintes
considerações para melhorar a precisão do projeto:
• ajustes dos coeficientes de Steinmetz para melhoria na estimativa das perdas:
o α = 1,3;
o β = 2,5;
226

o Kc = 41,15 W/m³.
• utilização de condutor litz nos enrolamentos, por apresentar melhores resultados.
As diferenças geométricas resultam em valores teóricos diferentes para perdas no fer-
ro e resistência CA nos enrolamentos. Assim, foi necessário recalcular os valores relacionados
à estas grandezas. Estes dados são apresentados na Tabela 37 e foram obtidos no arquivo de
saída do projeto P01. De forma a seguir a nomenclatura anterior, os barramentos Pote esten-
dido e XS estendido são denominados T06 e T07 respectivamente.
Tabela 37 - Especificações dos barramentos T07 e T08.
Características T06 T07
Núcleo Pote estendido XS estendido
Número de espiras no enrolamento 1 (E01) 56 56
Número de espiras no enrolamento 2 (E02) 28 28
Núcleo utilizado Pote estendido XS estendido
Área da perna central 361,2 mm² 361,2 mm²
Elevação de temperatura teórica 82,3 °C 78,6 °C
Perdas no núcleo 11,3 W 12,3 W
Perdas no enrolamento 1 1,05 W 1,05 W
Perdas no enrolamento 2 2,55 W 2,55 W
Resistência CC no enrolamento 1 (E01) 99,29 mΩ 99,29 mΩ
Resistência CC no enrolamento 2 (E02) 66,55 mΩ 66,55 mΩ
Resistência CA no enrolamento 1 (E01) 113,7 mΩ 113,7 mΩ
Resistência CA no enrolamento 2 (E02) 69,0 mΩ 69,0 mΩ
Camadas no enrolamento 1 2 2
Camadas no enrolamento 2 1 1
Indutância magnetizante 32,5 mH 32,5 mH
Fonte: produção do próprio autor.

A geometria dos barramentos foi feita de acordo com o modelo apresentado na seção
3.9.4. Os modelos em três dimensões são apresentados na Figura 137. As medidas dos nú-
cleos dos barramentos são apresentadas na Tabela 38.

Tabela 38 - Dimensões dos barramentos magnéticos estendidos simulados.


Dimensão Pote Xs
A 35,9 35,9
B 21,9 21,9
Bi 4,4 4,4
C 37,0 37,0
E 43,0 47,2
F 43,3 47,5
X 7,0 7,0
Y 6,3 10,5
Z 3,55 5,65
Zi 8,75 8,75
θ 30 ° 90 °
Vc [cm³] 69,73 76,0
Ac [mm²] 361,5 361,5
Dimensões não indicadas em milímetros.
Fonte: produção do próprio autor.
227

Figura 137 - Modelo em três dimensões dos barramentos magnéticos simulados (a) Pote estendido e (b) XS es-
tendido.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor.

5.8.1 Resultados de simulação

A Figura 138 apresenta a distribuição da densidade de fluxo magnético no interior


dos barramentos T07 e T08.

Figura 138 - Distribuição da densidade de fluxo magnético em seu ponto máximo para as geometrias propostas
(a) Pote estendido e (b) XS estendido.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.
228

Os resultados obtidos no pós-processamento das simulações realizadas para os bar-


ramentos T06 e T07 são apresentados na Figura 139 e Figura 140.

Figura 139 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T06.

Fonte: produção do próprio autor.

Figura 140 - Dados do pós-processamento obtidos por simulação para o barramento T07.

Fonte: produção do próprio autor.


229

A Figura 141 apresenta o mapa de calor distribuído no interior dos núcleos propos-
tos.

Figura 141 - Mapa de calor dos barramentos magnéticos (a) T06 e (b) T07.

(a) (b)
Fonte: produção do próprio autor geradas pelo software Maxwell.

A comparação entre as principais grandezas obtidas nas simulações é apresentada na


Tabela 39. Os resultados mostram que apesar das maiores perdas no núcleo, as temperaturas
máximas são muito próximas ao do barramento T03, que apresenta as mesmas condições de
operação. O barramento T07 apresenta elevação de temperatura superior à do barramento T08
devido ao grau de confinamento que dificulta as trocas de calor do interior do núcleo com o
meio ambiente.

Tabela 39 - Comparação dos resultados obtidos nas simulações por métodos de elementos finitos.

T06 T07 T03


Lmag [mH] 35,6 34,2 51,1
Lk [uH] 12,1 12,0 40,1
k 0,999830 0,999825 0,999628
Pfe [W] 10,76 11,17 7,13
Pfe teórica [W] 11,3 12.3 7,33
Pcu teórica [W] 3,61 3,61 5,12
Ptotal [W] 14,37 14,78 12,25
Ptotal teórica [W] 14,56 15,52 12,45
Bmax [mT] 117,6 117,8 117,0
Tmax [°C] 124,8 112,4 110,3
Tmax teórica [°C] 121,9 115,5 115,2
Fonte: produção do próprio autor.
230

5.9 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

Este capítulo teve o objetivo de apresentar alguns resultados experimentais de forma


a contribuir no projeto do barramento magnético, verificar os aspectos práticos que pode ocor-
rer em uma implementação e validar os métodos de simulação numérica utilizados. Os méto-
dos de simulação foram validados, porém, surgiram aspectos práticos que necessitaram de
maiores discussões.
Os maiores problemas foram relacionados às perdas, ponto crítico em um projeto. Ao
apresentar perdas menores do que o projetado, um projeto não está otimizado, porém é ope-
rante. Se as perdas forem maiores que o projetado, a eficiência do sistema cai, chegando até a
ser inviável de executar. Neste caso as perdas foram maiores que o projetado. Isto prejudicou
consideravelmente a eficiência.
As perdas por correntes parasitas representaram o maior problema, porém, ao se uti-
lizar condutor Litz, além de reduzirem consideravelmente, ficaram muito próximas conside-
rando a equação de Dowell, sendo uma excelente ferramenta analítica para o projeto. Para
utilização de condutores em paralelo com diâmetro pouco maior que o mínimo para o efeito
pelicular, a resistência CA mostrou-se muito elevada, mostrando que apenas dividir o diâme-
tro do condutor pelo diâmetro mínimo para o efeito pelicular não é suficiente. Neste caso, as
correntes parasitas são muito impactantes no projeto de alta frequência. Com estes resultados,
conclui-se que o condutor litz é a melhor opção entre os tipos de enrolamento testados.
As perdas no núcleo ficaram difíceis de estimar devido à qualidade do material utili-
zado. Desta forma, para um projeto de qualidade, deve-se dispor de materiais de qualidade.
Como o objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos da geometria, partiu-se do princípio de que
a qualidade do material não era prioritária. Porém, isto causou problemas na interpretação e
avaliação do desempenho. Contudo, ao simular as perdas com os dados corrigidos e com a
forma de onda de tensão obtida experimentalmente, os núcleos apresentaram perdas similares
às experimentais, trazendo resultados mais confiáveis.
O barramento magnético T04 apresentou resultados ruins, reforçando o conceito de
que o uso de enrolamentos em sequência não é adequado para o ferrite. Estes resultados cor-
roboram com o conceito de que projetar um barramento magnético com elevada dispersão não
é uma opção vantajosa. Este barramento apresentou os resultados mais afastados da teoria,
mostrando que ao aumentar a dispersão do barramento, perde-se muito o controle sobre as
variáveis envolvidas.
231

Os modelos térmicos tanto teóricos quanto de simulação representaram de forma sa-


tisfatória os experimentos. O uso deste tipo de ferramenta auxilia a um projeto mais eficiente.
Apesar do método de elementos finitos ser importante, o projetista necessita de métodos prá-
ticos, analíticos e simplificados para poder ter um bom grau de assertividade no início do pro-
jeto. Um projeto sempre inicia por esboços teóricos em planilhas analíticas e não por simula-
ções numéricas complexas.
As simulações finais tiveram o objetivo de mostrar como ficaria aproximadamente o
comportamento dos barramentos magnéticos propostos. Não foi possível montá-los devido ao
alto custo de fabricação, mas o conceito foi validado. Os testes experimentais mostraram que
a resistência CA aumenta consideravelmente com o aumento de camadas. Melhorias no proje-
to podem ser realizadas reduzindo número de camadas dos enrolamentos e montando os enro-
lamentos de forma a ficarem mais próximos do núcleo.
232

6 CONCLUSÕES GERAIS

O objetivo deste trabalho é avaliar os barramentos magnéticos do ponto de vista do


núcleo e propor geometrias que apresentem características favoráveis para isto. Neste contex-
to, foram propostas as geometrias Pote estendida e XS estendida, cujo objetivo inicial era
além de promover um melhor acoplamento, permitir a fácil alteração nos enrolamentos após
fabricado. As propostas apresentaram grandes vantagens com relação ao fator de acoplamen-
to, apresentando dispersão menores que as geometrias comumente utilizadas. Contudo, verifi-
cou-se que o conceito de alterar os enrolamentos após sua fabricação não é viável, principal-
mente em núcleos de ferrite. Ao fazer isso, o acoplamento é muito prejudicado, chegando até
a não operar corretamente. Além disso, as geometrias propostas apresentaram um rendimento
teórico global maior que as demais estruturas, visto que ao aproximar os enrolamentos e di-
minuir o número de camadas, suas perdas em alta frequência reduzem consideravelmente.
Desta forma, uma conclusão importante deste trabalho é que não é viável modificar os enro-
lamentos do barramento magnético após fabricado, ou seja, em um sistema com acoplamento
magnético, o barramento já deve ser projetado com todos os enrolamentos necessários para o
seu uso, ou futura ampliação do sistema.
Ao avaliar as geometrias de barramento magnético propostas, foi necessário realizar
um estudo do comportamento de algumas geometrias comumente utilizadas. Assim, o traba-
lho apresentou contribuições para o meio científico em relação as vantagens e desvantagem
das geometrias, assunto pouco explorado na literatura. Na literatura as pesquisas concentram-
se mais no comportamento dos enrolamentos. Os resultados apresentados mostram que os
efeitos dos enrolamentos são críticos e merecem esse destaque, inclusive, estes efeitos permi-
tiram que a proposta feita nesta tese fosse teoricamente bem sucedida.
O projeto do barramento magnético apresenta vários desafios e ainda é um elemento
com grande dificuldade de um projeto teórico corresponder aos resultados na prática. Neste
contexto, foi realizada uma extensa revisão bibliográfica, fornecendo ferramentas matemáti-
cas e conceitos físicos necessários para o dimensionamento de um barramento magnético de
alta frequência. Um dos principais fatores responsáveis por isso é a grande sensibilidade ao
processo de fabricação, em que pequenas variações em posição podem resultar em resultados
muito diferentes, principalmente em relação à indutância de dispersão. Um projeto bem suce-
dido deve seguir os seguintes passos: considerações teóricas precisas na medida do possível,
simulação numérica para avaliar os efeitos inviáveis de levantar analiticamente e experiência
prática. Para projetos pequenos permite-se erros, mas em um barramento de custo elevado, em
233

que além de projeto, deve-se levar em consideração compra de componentes de alto custo,
uma experiência prática é de fundamental importância. Caso não tenha este tipo de experiên-
cia, o projetista deve realizar montagens de modelos reduzidos e testar na prática os principais
efeitos que o barramento pode estar sujeito, além é claro, de pesquisa. Ainda há grandes desa-
fios a serem ultrapassados e o objetivo deste trabalho foi trazer uma pequena contribuição
para uma melhor compreensão da operação e projeto do barramento magnético.
Durante o período do doutorado foram produzidos artigos para congresso
(BRIGHENTI et al., 2018; BRIGHENTI; MARTINS; DOS SANTOS, 2019;
FACCHINELLO et al., 2016, 2017a, 2017b) e artigos em revista em contribuição com outros
estudante (BRIGHENTI et al., 2017; ROCHA et al., 2019, 2018; SANTOS et al., 2017).
No decorrer deste trabalho ele apresentou algumas sugestões para pesquisas futuras e
continuidade:
• confecção dos núcleos propostos;
• estudos de geometrias estendidas aplicadas em outros barramentos magnéticos:
Matrix, Core, Shell, multielementos e coaxiais;
• estudo e implementação de uma microrrede CA em alta frequência em malha fe-
chada;
• estudo do efeito das geometrias em barramentos magnéticos trifásicos.
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245

APÊNDICE A - Cálculo das resistências térmicas

O cálculo das resistências térmicas foi feito com o auxílio do software MATLAB
com base nas seções 3.9 e 3.10. Neste apêndice serão apresentados o código fonte utilizado e
as principais considerações feitas no projeto.

A.1 TIPO SHELL

O Quadro 3 apresenta o código fonte para o cálculo das resistências térmicas apre-
sentados na Figura 70 referentes ao barramento magnético do tipo Shell. O Quadro 4 apresen-
ta a rotina de cálculo das áreas externas totais e elevação de temperatura por meio da estima-
tiva proposta por (MCLYMAN, 1994) pela equação (3.167).

Quadro 3 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do tipo Shell.
%% Cálculo das resistências térmicas do barramento magnético tipo shell
%Dimensões utilizadas na validação
Portas = 2;
FA_E = [1 1];
A = 44.20*1e-3;
B = 19.30*1e-3;
C = 22.00*1e-3;
D = 39.90*1e-3;
E = 63.50*1e-3;
F = 32.20*1e-3;
X = 12.45*1e-3;
Y = 10.20*1e-3;
Z = 9.65*1e-3;
e_carretelH = 2*1e-3;
e_carretelV = 2*1e-3;
e_isolacao = 1*1e-3;
PC = 2.5;
PW = [1.5 2];
Ta = 20;
kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 4; %valor típico

hW = 2*C - 2*e_carretelH;
lW = X - e_carretelV;

Vc = 2*F.*E.*D-4*C.*X.*D;
Ae = 0.5*D*0.5.*E+0.5*D.*F+Z.*C+0.5*E.*Y;
Aci=0.5*D*e_carretelH;
Ace=0.5*B*e_carretelH;
ADv=0.5*D.*C;
ABv=0.5*B.*C;
FA_E = FA_E(1:Portas)/sum(FA_E(1:Portas));
lWk = (lW-Portas*e_isolacao).*FA_E;
AWv = 0.5*D.*0.5.*hW;
Akih=0.5*D.*lWk;
Aii = 0.5*D.*e_isolacao;
rki = e_carretelH;
rke = e_carretelH + lWk(:,1);
for cont = 2:Portas
rki(:,cont) = rki(:,cont-1)+lWk(:,cont-1)+e_isolacao;
rke(:,cont) = rki(:,cont)+lWk(:,cont);
end
Aike=0.5*B*e_carretelH+0.25*pi*(rki(:,2:Portas).^2-rke(:,1:Portas-1).^2);
246

Akeh=0.5*B.*lWk+0.25*pi*(rke.^2-rki.^2);

Akiv = (0.5*pi*rki+0.5*B).*0.5.*hW;
Akev = (0.5*pi*rke+0.5*B).*0.5.*hW;
ASfe = 8*(2*ADv+ABv+Ae+0.5*D.*X);
ASWk = 8*(Akiv + Akev + 2*AWv + Akih + Akeh);

%determinar valores de resistências térmicas e potências


%modelo termico simplificado
%separar a área de dentro do núcleo com a área de fora
ASfei = 8*(2*ADv+ABv+0.5*D.*X);
ASfee = 8*Ae;
%aproximar a espessura central por um raio
rfe = (2*B+2*D)/(2*pi);

%separar a área do enrolamento 2 que troca calor com o meio


ASWfi = 2*D.*hW;
ASWfe = ASWk(:,2)-ASWfi;

%Área superficial dos isoladores


ASic = 8*(ABv+ADv+AWv+Akiv(:,1)+Ace+Aci);
ASi1 = 8*(2*AWv+Akev(:,1)+Akiv(:,2)+Aii+Aike(:,1));
ASi2 = 8*(2*AWv+Aii);

%Calculo das resistências térmicas


RC = rfe./(kferrite*ASfei);
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
R1 = lWk(:,1)./(kcobre*ASWk(:,1));
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASi1);
R2i = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfi);
Ri2 = e_isolacao./(kar*ASi2);
R2e = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfe); %troca de calor direto com o ar
R2c = Z./(kferrite*ASfee);

R2A = 1./(h*ASWfe);
RcA = 1./(h*ASfee);

%calculo do circuito equivalente


ZC = RC+Ric;
Z1 = R1 + Ri1;
Z2 = R2i + Ri2;
Z2A = R2e + R2A;
ZCA = RcA;
const = [PC; PW(1); PW(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [1/ZC+1/Z2+1/ZCA -1/ZC -1/Z2];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/ZC -1/Z1];
coef(3,:) = [-1/Z2 -1/Z1 1/Z2+1/Z1+1/Z2A];
DTmodelo(:,1) = linsolve(coef, const);
Tf = DT+Ta
Fonte: produção do próprio autor.

Quadro 4 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético tipo Shell.
%Calculo da área superficial total
p = 2*(D+2*Z+pi*X+B);
pD = 2*(D+E);
A1 = p*2*C;
A2 = pi*X^2/4+B*X;
A3 = D*E;
A4 = pD*Y;

At = A1+4*A2+2*A3+2*A4;
Vt = 2*C*(2*A2+A3)+2*Y*A3;
VM = 2*F*(A3+2*A2);
DTAprox= 450*((PC+sum(PW))/(At*1e4))^0.826;
Fonte: produção do próprio autor.
247

A.2 TIPO CORE

O Quadro 5 apresenta o código fonte para o cálculo das resistências térmicas apre-
sentados na Figura 70 referentes ao barramento magnético do tipo Core. O Quadro 6 apresen-
ta a rotina de cálculo das áreas externas totais e elevação de temperatura por meio da estima-
tiva proposta por (MCLYMAN, 1994) pela equação (3.167).

Quadro 5 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do tipo Core.
%% Cálculo das resistências térmicas do barramento magnético tipo core
%Dimensões utilizadas na validação
Portas = 2;
FA_E = [1 1];

B = 9.65*1e-3;
C = 22.00*1e-3;
D = 79.80*1e-3;
E = 31.75*1e-3;
F = 32.20*1e-3;
X = 12.45*1e-3;
Y = 10.20*1e-3;
Z = 9.65*1e-3;

e_carretelH = 2*1e-3;
e_carretelV = 1.1*1e-3;
e_isolacao = 1*1e-3;
PC = 2.5;
PW = [1.5 2];
Ta = 20;
kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 7; %valor típico

hW = 2*C - 2*e_carretelH;
lW = X - e_carretelV;

FA_E = FA_E(1:Portas) / sum(FA_E(1:Portas));


lWk = (lW-Portas*e_isolacao).*FA_E;
raio_interno = zeros(1,Portas);
raio_externo = zeros(1,Portas);

raio_interno = [1 1]*e_carretelH;
raio_externo = [1 1]*(lWk(1)+e_carretelH);

perimetro_interno = 2*(D + B) + 2*pi*raio_interno;


perimetro_externo = 2*(D + B) + 2*pi*raio_externo;
area_w = 2*(D*lWk +B*lWk) + (raio_externo.^2-raio_interno.^2)*pi;
Volume_w = area_w * hW;
AreaS_w = (perimetro_interno + perimetro_externo)*hW + 2*area_w;

ASfe = (2*F.*E - 2*C*X + 2*F.*D + E.*D + X*D + D*2*C) * 2;

%resistências térmicas
ASfei = 2*(D+B)*2*C + 0,5*X*2*C; % No tipo core este valor é igual p/ todos os enrolamentos
ASfee = ASfe-2*ASfei;
%aproximar a espessura do núcleo por um raio
rfe = (2*B+2*D)/(2*pi);

%Área superficial dos isoladores


ASic = 2*(D+B)*2*C+2*(D+B+2*e_carretelH)*2*C + 2*((D+e_carretelH)*(B+e_carretelH)-B*D);

%separar a área do enrolamento 2 que troca calor com o meio


ASWi1 = 2*(D*2*C+lWk(1)*D);
ASWi2 = 2*(D*2*C+lWk(2)*D);
ASW1 = AreaS_w(1) - ASWi1;
ASW2 = AreaS_w(2) - ASWi2;
248

%Calculo das resistências térmicas


RC = rfe./(kferrite*ASfei); %é o mesmo valor para as duas pernas
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASWi1);
R1i = lWk(1)./(kcobre*ASWi1);
R1 = lWk(1)./(kcobre*ASW1);
R2i = lWk(2)./(kcobre*ASWi2);
R2 = lWk(2)./(kcobre*ASW2);
R1A = 1./(h*ASW1);
R2A = 1./(h*ASW2);
RcA = 1./(h*ASfee);

%baseado no circuito do capítulo 4


ZC = RC+Ric;
Z1 = R1 + R1A;
Z2 = R2 + R2A;
Z12 = R1i + R2i;
ZCA = RcA;
const = [PC; PW(1); PW(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [2/ZC+1/ZCA -1/ZC -1/ZC];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/Z12+1/ZC -1/Z12];
coef(3,:) = [-1/ZC -1/Z12 1/Z2+1/Z12+1/ZC];

DT = linsolve(coef, const);
Tf = DT+Ta
Fonte: produção do próprio autor.

Quadro 6 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético tipo Core.
%Calculo da área superficial total
p1 = D+2*B+2*pi*X/2;
p4 = 2*(D+E);
A1 = p1*2*C;
A2 = pi*X^2/4+B*X+D*X/2;
A3 = D*E;
A4 = p4*Y;
At = 2*A1+4*A2+2*A3+2*A4;
Vt = 2*F*A3+2*C*2*A2;
VM = 2*F*(A3+2*A2);

DTAprox= 450*((PC+sum(PW))/(At*1e4))^0.826;
Fonte: produção do próprio autor.

A.3 TIPO MATRIX

O Quadro 7 apresenta o código fonte para o cálculo das resistências térmicas apre-
sentados na Figura 70 referentes ao barramento magnético do tipo Matrix. O Quadro 8 apre-
senta a rotina de cálculo das áreas externas totais e elevação de temperatura por meio da esti-
mativa proposta por (MCLYMAN, 1994) pela equação (3.167).

Quadro 7 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético do tipo Matrix.
%% Cálculo das resistências térmicas do barramento magnético tipo Matrix
%Dimensões utilizadas na validação
Portas = 2;
FA_E = [1 1];
249

B = 9.65*1e-3;
C = 22.00*1e-3;
D = 13.30*1e-3;
E = 31.75*1e-3;
F = 32.20*1e-3;
X = 12.45*1e-3;
Y = 10.20*1e-3;
Z = 9.65*1e-3;
N = 6;
e_carretelH = 2*1e-3;
e_carretelV = 2*1e-3;
e_isolacao = 1*1e-3;
PC = 2.5;
PW = [1.5 2];
Ta = 20;
kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 7; %valor típico

hW = 2*C - 2*e_carretelH;
lW = X - e_carretelV;

FA_E = FA_E(1:Portas)/sum(FA_E(1:Portas));
lWk = (lW-Portas*e_isolacao).*FA_E;

N_Carretel = 2*N;
alpha = 360/N;
%(X-hW+hW/2) ponto médio do carretel
l_Nucleo = D;
l_SemNucleo = sqrt(2*B^2*(1-cos(alpha*pi/180)));
Volume = N*(2*E.*D.*F - 2*X.*C.*D); %volume em m3
AreaS = N*((2*F.*E - 2*C.*X + 2*F.*D + E.*D + X*D + D*2*C) * 2);

raio_interno = zeros(1,Portas);
raio_externo = zeros(1,Portas);

espaco_carretel = X-lW;
raio_interno(1) = espaco_carretel;
raio_externo(1) = lWk(1)+espaco_carretel;
for cont = 2:Portas
raio_interno(cont) = raio_interno(cont-1)+lWk(cont-1)+e_isolacao;
raio_externo(cont) = raio_interno(cont) + lWk(cont);
end

perimetro_interno = N*(l_Nucleo+l_SemNucleo) + 2*pi*raio_interno;


perimetro_externo = N*(l_Nucleo+l_SemNucleo) + 2*pi*raio_externo;

area_w = N*(l_Nucleo+l_SemNucleo)*lWk + (raio_externo.^2-raio_interno.^2)*pi;


Volume_w = area_w * hW;
AreaS_w = (perimetro_interno + perimetro_externo)*hW + 2*area_w;
%volume do barramento conseidera as dimensões máximas de forma
%retangular. A largura é do maior enrolamento
Corda = 2*E*cos(alpha/2*pi/180);
H_externo = E*sin(alpha/2*pi/180);
A_triangulo_externo = Corda * H_externo / 2;
H_interno = D/2/tan(alpha/2*pi/180);
A_triangulo_interno = H_interno*D/2;

%resistências térmicas

%modelo termico simplificado


%separar a área de dentro do núcleo com a área de fora
ASfei = N*2*(X*D+2*C*D);
ASfee = AreaS - ASfei;
%Vou considerar o proprio B
rfe = B;

%separar a área do enrolamentos que trocam calor com o meio


%troca calor com enrolamento 1 e ferro
ASWW = [perimetro_externo(1) perimetro_interno(2)]*hW;
ASWfe = N*2*(lWk.*D + D*hW)+ASWW;
ASWA = AreaS_w-ASWfe;
250

%Área superficial dos isoladores


ASic = N*2*(D*e_carretelH+D*hW);
%como aproximar por um raio porque a área de cima é muito pequena e não
%justifica o trabalho pra calcular.
raio_externo = perimetro_externo/(2*pi);
raio_interno = perimetro_interno/(2*pi);

ASi1 = hW*(perimetro_externo(1)+perimetro_interno(2))+pi*(raio_interno(2)^2-
raio_externo(1)^2);
ASi2 = N*2*(D*e_isolacao+D*hW);

%Cálculo das resistências térmicas


RC = rfe./(kferrite*ASfei);
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
R1 = lWk(1)./(kcobre*ASWfe(1));
R1e = lWk(1)./(kcobre*ASWA(1));
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASi1);
R2 = lWk(2)./(kcobre*ASWfe(2));
R2e = lWk(2)./(kcobre*ASWA(2));
Ri2 = e_isolacao./(kepoxi*ASi2);

R1A = 1./(h*ASWA(1));
R2A = 1./(h*ASWA(2));
RcA = 1./(h*ASfee);

%cáculo do circuito equivalente


ZC = RC+Ric;
Z1 = R1 + Ri1;
Z1A = R1e + R1A;
Z2 = R2 + Ri2;
Z2A = R2e + R2A;
ZCA = RcA;
const = [PC; PW(1); PW(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [1/ZC+1/Z2+1/ZCA -1/ZC -1/Z2];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/ZC+1/Z1A -1/Z1];
coef(3,:) = [-1/Z2 -1/Z1 1/Z2+1/Z1+1/Z2A];

DT = linsolve(coef, const);
Tf = DT+Ta
Fonte: produção do próprio autor.

Quadro 8 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais do barramento magnético tipo Matrix.
%Cálculo da área superficial total:
p2 = 2*(E+2*F);
p5 = N*B*2*C+2*pi*X;
A1 = 2*F*E-2*C*X;
A2 = p2*D;
A3 = pi*X^2+N*B*X;
A4 = N*B*2*C;
A5 = N*B*2*C+2*pi*X;
At = 2*N*A1 + N*A2 + 2*A3+ A4+A5;

Vt = 2*C*A3+N*D*E;
thetat = (N-2)*pi/(2*N);
A6 = N*D^2*tan(thetat)/4;
A7 = N*B^2*tan(thetat)/4;
VM = 2*F*(A3+A6+A7+N*D*E);

DTAprox= 450*((PC+sum(PW))/(At*1e4))^0.826;
Fonte: produção do próprio autor.
251

A.4 TIPO POTE E XS

O Quadro 9 apresenta o código fonte para o cálculo das resistências térmicas apre-
sentados na Figura 70 referentes ao barramentos magnéticos dos tipos Pote e XS. O Quadro
10 apresenta a rotina de cálculo das áreas externas totais e elevação de temperatura por meio
da estimativa proposta por (MCLYMAN, 1994) pela equação (3.167).

Quadro 9 - Rotina para o cálculo das resistências térmicas do barramento magnético dos tipos Pote e XS.
%% Cálculo das resistências térmicas do barramento magnético tipo Pote
%Dimensões utilizadas na validação
Portas = 2;
FA_E = [1 1];
%Tipo Pote
A = 56.90*1e-3;
B = 32.00*1e-3;
Bi = 6.40*1e-3;
C = 22.00*1e-3;
D = 83.78*1e-3;
E = 66.40*1e-3;
F = 31.20*1e-3;
X = 12.45*1e-3;
Y = 9.20*1e-3;
Z = 4.75*1e-3;
theta = 30;

%tipo XS
A = 56.90*1e-3;
B = 32.00*1e-3;
Bi = 6.40*1e-3;
C = 22.00*1e-3;
D = 50.27*1e-3;
E = 72.10*1e-3;
F = 37.40*1e-3;
X = 12.45*1e-3;
Y = 15.40*1e-3;
Z = 7.60*1e-3;
theta = 90.0;

e_carretelH = 2*1e-3;
e_carretelV = 2*1e-3;
e_isolacao = 1*1e-3;
PC = 2.5;
PW = [1.5 2];
Ta = 20;
kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 7; %valor típico

hW = 2*C - 2*e_carretelH;
lW = X - e_carretelV;

espaco_carretel = X - lW;

area_inferior1 = (360-2*theta)/2*pi/180*(E/2)^2 + 2*theta/2*pi/180*(B/2)^2 - pi*(Bi/2)^2;


area_coluna2 = pi/4*(B^2-Bi^2) + (180-theta)*pi/180*((E/2)^2-(A/2)^2);
area_inferior2 = (180-theta)*pi/180*((A/2)^2-(B/2)^2);

A_Lat1 = (2*pi-2*theta*pi/180)*E/2*F; %área da curvatura lateral externa


A_Lat2 = (E - B)*2*Y + (E - A)*2*C; %Área interna do X de apenas um núcleo
A_Lat3 = 2*theta*pi/180*(B/2)*Y + 2*pi*(B/2)*C;
A_Lat4 = (2*pi-2*theta*pi/180)*A/2*C;
A_Lat5 = 2*pi*Bi/2*F;

Volume = 2*(area_inferior1 * Y + area_coluna2 * C); %volume em m3


AreaS = 2*(area_inferior1 + area_inferior2 + A_Lat1 + A_Lat2 + A_Lat3 + A_Lat4 + A_Lat5);
252

FA_E_Normalizado = FA_E(1:Portas)/sum(FA_E(1:Portas));
Xw = (lW-e_isolacao*(Portas))*FA_E_Normalizado; %área que cada enrolamento pode ocupar
C2w = hW;

raio_interno = zeros(1,Portas);
raio_externo = zeros(1,Portas);

raio_interno(1) = espaco_carretel + B/2;


raio_externo(1) = Xw(1) + raio_interno(1);
for cont1 = 2:Portas
raio_interno(cont1) = raio_interno(cont1-1)+Xw(cont1-1)+e_isolacao;
raio_externo(cont1) = raio_interno(cont1) + Xw(cont1);
end

perimetro_interno = 2*pi*raio_interno;
perimetro_externo = 2*pi*raio_externo;
area_base = pi*(raio_externo.^2 - raio_interno.^2);

Volume_w = area_base*C2w;
AreaS_w = 2*area_base+(perimetro_externo+perimetro_interno)*C2w;
Volume_buss = pi*(E/2)^2*2*F;

%calculo das resistências térmicas


ASfei = 2*(area_inferior2+A_Lat4+2*pi*(B/2)*C);
ASfee = AreaS-ASfei;

%Área superficial dos isoladores


r_isol1 = B/2;
r_isol2 = r_isol1+e_carretelH;
ASic = 2*(2*pi*(r_isol1+r_isol1)*C + pi*(r_isol2^2-r_isol1^2));

r_isol1 = r_isol2 + Xw(1);


r_isol2 = r_isol1 + e_isolacao;
ASi1 = 2*(2*pi*(r_isol1+r_isol1)*hW + pi*(r_isol2^2-r_isol1^2));
r_isol1 = r_isol2 + Xw(1);
r_isol2 = r_isol1 + e_isolacao;
ASi2 = 2*(180-theta)*pi/180*(r_isol1+r_isol1)*hW + (180-theta)*pi/90*(r_isol2^2-r_isol1^2);

%separar a área do enrolamento 2 que troca calor com o meio


ASWfi = (2*pi-2*theta*pi/180)*r_isol2*hW;
ASWfe = AreaS_w(2)-ASWfi;
ASfe = AreaS;

rfe = (B-Bi)/2;
lWk = Xw;
ASWk = AreaS_w;
%Calculo das resistências térmicas
RC = rfe./(kferrite*ASfei);
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
R1 = lWk(:,1)./(kcobre*ASWk(:,1));
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASi1);
R2i = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfi);
Ri2 = e_isolacao./(kar*ASi2);
R2e = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfe); %troca de calor direto com o ar

R2A = 1./(h*ASWfe);
RcA = 1./(h*ASfee);

%calculo do circuito equivalente


ZC = RC+Ric;
Z1 = R1 + Ri1;
Z2 = R2i + Ri2;
Z2A = R2e + R2A;
ZCA = RcA;
const = [PC; PW(1); PW(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [1/ZC+1/Z2+1/ZCA -1/ZC -1/Z2];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/ZC -1/Z1];
coef(3,:) = [-1/Z2 -1/Z1 1/Z2+1/Z1+1/Z2A];

DT = linsolve(coef, const);
Tf = DT+Ta
Fonte: produção do próprio autor.
253

Quadro 10 - Rotina para cálculo das áreas superficiais totais dos barramentos magnéticos tipo Pote e XS.
%Cálculo da área superficial total:
r1 = E/2;
r2 = Bi/2;
r3 = B/2;
r4 = A/2;
tr = theta*pi/180;
A1 = 2*F*r1*(2*pi-2*tr);
A2 = 2*F*2*pi*r2;
A3 = Y*2*tr*r3;
A4 = 2*C*2*tr*r4;
A5 = pi*(r1^2-r2^2)-2*tr*(r1^2-r3^3)/2;
A6 = 2*tr*(r4^2-r3^2)/2;
A7 = 2*F*(X+Z)-2*C*X;
At = A1+A2+A3+A4+2*A5+2*A6*4*A7;

DTAprox= 450*((PC+sum(PW))/(At*1e4))^0.826;
Fonte: produção do próprio autor.
254

APÊNDICE B - Rotina para dimensionamento otimizado do núcleo

Este apêndice apresenta as rotinas utilizadas no software MATLAB para o cálculo de


perdas otimizadas. Inicialmente, o Quadro 11 apresenta os dados das especificações necessá-
rias a serem carregadas pela rotina de otimização. Neste quadro há os dados utilizados nas
simulações apresentadas no capítulo 3. A Tabela 40, Tabela 41 e Tabela 42 apresentam os
dados dos núcleos que são carregados pelo arquivo “Núcleos.csv”. Os campos que apresen-
tam o valor -1 não são carregados.

Quadro 11 - Arquivo de texto com o nome do projeto a ser carregado pela rotina de cálculos.
%Especificações do conversor:
Portas = 2
fs = 50000
I1RMS = 3.043
I2RMS = 6.086
I3RMS = 0
I4RMS = 0
I5RMS = 0

V1RMS = 400
V2RMS = 200
V3RMS = 00
V4RMS = 00
V5RMS = 00

%Especificações de projeto
dT = 45:Elevação de temperatura
Ta = 20:Temperatura ambiente de projeto
row20 = 1.72e-8:Resistividade do condutor a 20°C
alphaw = 0.00393: Coeficiente de elevação de temperatura do material
ku = 0.35:Fator de ocupação.
Bsat = 0.4: Densidade de fluxo magnético de saturação

%Constantes dimensionais referentes à elevação de temperatura


kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 7;

e_carretelV = 2.5/1000: folga em cada lado na vertical janela


e_carretelH = 1.1/1000; folga lateral apenas do lado da perna central
e_isolacao = 1/1000; isolação entre os enrolamentos

%Perdas aceitáveis
pPtol = 2: porcentagem das perdas totais toleráveis
pdPcu = 50: porcentagem das perdas no cobre (velor de 1 a 99).
pdPfe = 100-pdPcu: porcentagem das pedas no ferro.

Fator_Area_Enrolamento = [1 1 1 1 1]: Fator de área que cada enrolamento ocupa caso queira
colocar algum enrolamento com maior isolação...
Fonte: produção do próprio autor.
255

Tabela 40 - Parte 1: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de dimensionamento.


Densidade,
Posição Nome Tipo Material Kc α B
[g/dm³]
1 NEE-25/10/6 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
2 NEE-28/10/11 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
3 NEE-30/11/11 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
4 NEE-30/15/7 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
5 NEE-30/15/11 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
6 NEE-30/15/14 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
7 NEE-40/17/12 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
8 NEE-42/21/15 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
9 NEE-42/21/20 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
10 NEE-55/28/21 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
11 NEE-55/28/25 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
12 NEE-65/33/13 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
13 NEE-65/33/26 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
14 NEE-65/33/39 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
15 NEE-65/33/52 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
16 NEE-76/50/25 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
17 NEE-76/50/76 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
18 NEE-80/38/20 EE IP12 23.764 1.305 2.62 4800
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 41 - Parte 2: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de dimensionamento.


Posição A B C D E F Ac Caminho magnético
1 19.2 6.25 6.6 6.25 25.4 9.8 39.29 49.26
2 18.6 7.5 6.3 11 28 10.35 85.97 49.29
3 19.5 7.5 6.3 11 30 11.35 93.86 -1
4 19.5 7.2 9.7 7.3 30 15 60 -1
5 19.5 7.2 9.7 11 30 15 -1 -1
6 19.5 7.2 9.7 14.6 30 15 -1 -1
7 27.5 12.05 10 12.05 40.5 17 -1 -1
8 29.5 12.2 14.8 15.5 42 21.2 -1 -1
9 29.5 12.2 14.8 20 42 21.2 -1 -1
10 37.5 17.2 18.5 21 55 27.8 -1 -1
11 37.5 17.2 18.5 25 55 27.8 -1 -1
12 44.2 19.3 22 13.7 66.5 32.2 -1 -1
13 44.2 19.3 22 27 66.5 32.2 532 147
14 44.2 19.3 22 39.9 66.5 32.2 798 147
15 44.2 19.3 22 52.4 66.5 32.2 -1 -1
16 50.8 25.4 38.1 25.4 76.2 50.8 -1 -1
17 50.8 25.4 38.1 76.2 76.2 50.8 -1 -1
18 58.9 20.2 27.9 20.2 80 38.5 -1 -1
As dimensões são em milímetros e milímetros quadrados [mm] e [mm²].
Os campos com valores -1 não são carregados e o algoritmo calcula automaticamente.
Fonte: produção do próprio autor.
256

Tabela 42 - Parte 2: Arquivo “Nucleos.csv” a serem carregados para a rotina de dimensionamento.


Área da
Posição Volume Wa MLT lW (carretel) hW µr
superfície
1 1935.4 -1 -1 -1 -1 -1 4500
2 4238.23 -1 -1 -1 -1 -1 4500
3 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
4 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
5 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
6 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
7 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
8 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
9 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
10 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
11 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
12 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
13 78200 -1 370 148 9.9 37.2 4500
14 117300 -1 -1 -1 -1 -1 4500
15 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
16 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
17 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
18 -1 -1 -1 -1 -1 -1 4500
As dimensões são em milímetros e milímetros quadrados [mm] e [mm²].
Os campos com valores -1 não são carregados e o algoritmo calcula automaticamente.
Fonte: produção do próprio autor.

A rotina completa do programa é apresentada no Quadro 12.


Quadro 12 - Rotina do MATLAB para o dimensionamento do barramento magnético com otimização das perdas.
clc
clear variables
%%
%variaveis de controle e de entrada
lista_nucleos = 1;
plotagraficos = 1;
plota = 0;
calcular_carretel = 1; %Calcular parâmetros do carretel:1 | usar valores definidos em Nu-
cleos.csv: 0
calcular_Ap_Ac = 1; %Calcular valores de Ap Ac e MPL: 1 | usar valores definidos: 0
AWG = 1; %usar AWG
FP = 0.9; %Fator de potencia
%Carretel

nucleotxt = 'Núcleo';
%%
%método iterativo

B0Passo = 0.001;

caminho = 'OutputFile\';

arquivo = 'P1-DAB_50kHz_1kW';
extensao = 'txt';
arquivoopen = [arquivo '.' extensao];
fileID = fopen(arquivoopen);
txt_import = textscan(fileID,'%s %s %s','Delimiter',{'=',':', ';'},'CommentStyle','%');
fclose(fileID);

%importar formas de onda de tensão


%usar esta parte para definir forma de onda.
q = importdata('Forma_tensao.txt','\t');
%Atribuição da forma de onda da tensão, usada para calculos de fator de
%forma e perdas
v_t = q.data(1,:); %forma de onda obtida de fonte externa (arquivo importado)
phi_t = q.data(2,:);
257

%v_t = 200*sin(2*pi*fs*phi_t); %senoidal

diary on
arquivolog = [caminho arquivo '_log.txt'];
id = fopen(arquivolog,'w+');
fclose(id);
diary(arquivolog)

fprintf('----------------------------------------------------------------\n');
fprintf('- Dados de entrada do arquivo -\n');
fprintf('----------------------------------------------------------------\n');

%assume variáveis do arquivo de texto


fprintf('\nParâmetros carregados do arquivo %s\nUnidades no SI\n', arquivoopen);
for i=1:length(txt_import{1,1})
%limpando espaço em branco
texto = txt_import{1,1}{i};
texto2 = texto(:) ~= ' ';
texto = texto(texto2);
valor = evalin('base',texto,txt_import{1,2}{i});
assignin('base',texto,valor);
fprintf('%s = %f; %s\n',texto, valor, txt_import{1,3}{i});

end
Portas = round(Portas); %portas precisa ser inteiro só para garantir
elemento = 1:Portas;
IRMS = [I1RMS I2RMS I3RMS I4RMS I5RMS];
VRMS = [V1RMS V2RMS V3RMS V4RMS V5RMS];
IRMS = IRMS(elemento);
VRMS = VRMS(elemento);
%a(1,:) = txt_import{1,2}(13:12+Portas);% txt_import{1,2}(14) txt_import{1,2}(15)
txt_import{1,2}(16) txt_import{1,2}(17)];
a=VRMS/VRMS(1);

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Variáveis tratadas -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');

%Calculo de Kv, 4 para onda quadrada ou 4,444 para onda senoidal, aqui eu
%calulo, mas pode ser definida pelo usuário.
b_t = intnum(v_t,phi_t);
Tfs = 1/fs;

if plota == 1
figure(1)
plot(phi_t,v_t,phi_t,100000*b_t)
end
%definindo um período do sinal
x = 0;
cont = 1;
while phi_t(cont) <= Tfs
x(cont) = cont;
cont = cont +1;
end
vper = v_t(1:length(x));
bper = b_t(1:length(x));

[bmin, xmin] = min(bper);


[bmax, xmax] = max(bper);
if xmin < xmax
vint = v_t(xmin:xmax);
phiint = phi_t(xmin:xmax);
bint=b_t(xmin:xmax);
vrms = sqrt(mean(v_t.^2));
vmed = mean(vint);
else
vint = v_t(xmax:xmin);
phiint = phi_t(xmax:xmin);
bint=b_t(xmax:xmin);
vrms = sqrt(mean(v_t.^2));
vmed = abs(mean(vint));
end
Kv = 4*vrms/vmed;
258

normaliza = VRMS(1)/vrms;
vper = vper*normaliza; %garantindo que a amplitude esteja certa, pois a forma de onda foi
carregada apenas para dar o formato e não a amplitude
bper = bper*normaliza;
if plota == 1
figure(2)
plot(x,vper,x,100000*bper)
figure(3)
x = 1:length(vint);
plot(x,vint,x,100000*bint)
end

%calculo do ro (resistividade do condutor) corrigido


row = row20*(1+alphaw*(Ta + dT - 20));
%Calculo do somatório do VA
VA = IRMS.*VRMS;
SVA = sum(VA);

Pref = max(VA)*FP; %potência ativa de referência


Ptol = Pref*pPtol/100; %perdas máximas no barramento
dPcu = Ptol*pdPcu/100; %perdas máximas para o cobre
dPfe = Ptol*pdPfe/100; %perdas máximas para o ferro

%%
fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Tratamento dos núcleos -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');
%feito com dimensões de dados de núcleos em um arquivo
%Iterações entre os núcleos próximos para verificar a melhor opção
%Arquivo dos Nucleos.csv -> CSV para ficar mais fácil de editar no Excel
q = importdata('Nucleos.csv',';');
vars=fieldnames(q);
A1=q.(vars{1});
A2=q.(vars{2});
A2(1,:)='';
cab = A2(1,:);
A2(1,:)='';
nome = A2(:,1);
tipo = A2(:,2);
material = A2(:,2);
clear A2;
Kc = A1(:,1);
alpha = A1(:,2);
beta = A1(:,3);
densidade = A1(:,4);
%dimensões em mm: passando dimensões para m

A = A1(:,5) / 1000;
B = A1(:,6) / 1000;
Z = B / 2; %só pra testes
C = A1(:,7) / 1000;
D = A1(:,8) / 1000;
E = A1(:,9) / 1000;
E = A + 2*Z; %só pra testes
F = A1(:,10) / 1000;
Y = F - C;
X = (A - B) / 2;
Z = (E - A) / 2;

Ac_calc = B.*D;
MPL_calc = 2*(2*C+X)+2*pi*0.25*B;
Volume_calc = (E.*D.*(2*F) - (A - B).*(2*C).*D); %volume em m3
AreaS_calc = ((2*F.*E - 2*2*C.*X + 2*F.*D + E.*D + 2*X.*D + 2*2*C.*D) * 2);

%variaveis que podem ser calculadas ou definidas no arquivo (valores em mm na tabela).


Ac_def = A1(:,11) / 1000^2; %passando para m2
MPL_def = A1(:,12) / 1000;
Volume_def = A1(:,13) / 10^9; %passando de mm3 pra m3 %aqui trabalharei com m3
AreaS_def = A1(:,14) / 1000;

%Para usar os parâmtros Ac Volume e MPL, a variável calcular_Ap_Ac deve


%ser 1. Além disso, deve ter um valor na tabela Nucleos.csv diferente de 0
%alocamento dos vetores... o matlab recomenda fazer isso
Ac = zeros(length(AreaS_calc),1);
259

MPL = zeros(length(AreaS_calc),1);
Volume = zeros(length(AreaS_calc),1);
AreaS = zeros(length(AreaS_calc),1);

if calcular_Ap_Ac == 1
Ac = Ac_calc;
MPL = MPL_calc;
Volume = Volume_calc;
AreaS = AreaS_calc;
else
for cont = 1:length(AreaS_def)
if Ac_def(cont) <= 0
Ac(cont) = Ac_calc(cont);
else
Ac(cont) = Ac_def(cont);
end

if MPL_def(cont) <= 0
MPL(cont) = MPL_calc(cont);
else
MPL(cont) = MPL_def(cont);
end

if Volume_def(cont) <= 0
Volume(cont) = Volume_calc(cont);
else
Volume(cont) = Volume_def(cont);
end

if AreaS_def(cont) <= 0
AreaS(cont) = AreaS_calc(cont);
else
AreaS(cont) = AreaS_def(cont);
end
end
end

%estimativa de calculos dos parâmetros do carretel

lW_calc = X - e_carretelH;
hW_calc = 2 * (C - e_carretelV);
MLT_calc = 2*(B + D)+2*pi*(0.5*lW_calc+e_carretelH);% aproximação considerando o carretel
%pi*X + 2*B + 2*D;
Wa_calc = lW_calc.*hW_calc;
%dados de carretel inseridos no documento Nucleos.csv caso tenha.
Wa_def = A1(:,15) / 1000^2;
MLT_def = A1(:,16) / 1000;
lW_def = A1(:,17) / 1000;
hW_def = A1(:,18) / 1000;
Perm_relativa = A1(:,19);

Wa = zeros(length(Wa_calc),1);
MLT = zeros(length(Wa_calc),1);
lW = zeros(length(Wa_calc),1);
hW = zeros(length(Wa_calc),1);

if calcular_carretel == 0
for cont = 1: length(Wa_calc)
if Wa_def(cont) <= 0
Wa(cont) = Wa_calc(cont);
else
Wa(cont) = Wa_def(cont);
end

if MLT_def(cont) <= 0
MLT(cont) = MLT_calc(cont);
else
MLT(cont) = MLT_def(cont);
end

if lW_def(cont) <= 0
lW(cont) = lW_calc(cont);
else
lW(cont) = lW_def(cont);
end
260

if hW_def(cont) <= 0
hW(cont) = hW_calc(cont);
else
hW(cont) = hW_def(cont);
end
end
else
Wa = Wa_calc;
MLT = MLT_calc;
lW = lW_calc;
hW = hW_calc;
end

Peso = densidade.*Volume; %o volume é em m3


Ap = Wa.*Ac;

%obs, as variaveis de dimensão estão todas em m.


% apenas a de volume que está em L
%aqui é obrigado a usar o laço for porque o printf não funciona com cell nem struct

Numero = transpose(1:length(Ac));
tabelaNucleos = table(Numero, nome,Ac, Wa, Ap, Volume,AreaS, lW, hW, MLT, Peso, densidade,
MPL);

%%Calculo iterativo dos núcleos

B0contmax = Bsat/B0Passo;
for escolhido = 1:length(Numero)

for B0cont = 1:B0contmax


B0 = B0Passo*B0cont;
n1 = ceil(VRMS(1)/(Kv*B0*Ac(escolhido)*fs)); %truxe pra cima para ficar na ordem
Núcleo: enrolamentos
Bo = VRMS(1)/(Kv*fs*n1*Ac(escolhido)); %apenas corrigindo para o número efetivo de
espiras
n = ceil(n1*a/a(1));
%usando steinmetz normal
%o volume mostrado está em L, porém Kc (Steinmetz) está em W/m^3 então
%preciso multiplicar por 10^-3

PfePorVolume = Kc(escolhido)*fs^alpha(escolhido)*Bo^beta(escolhido);
Pfe = Volume(escolhido)*PfePorVolume;
%Aplicando iGSE usando equações no tempo da tensão e fluxo:
%v = NA dB/dt

x = (1:length(vper))/length(vper)*2*pi;
bperiGSE = bper / (n1 * Ac(escolhido));
dBdt = vper/(n1*Ac(escolhido));
% plot(x,dBdt/100000,x,bper);

termo_ki = mean(abs(cos(x)).^alpha(escolhido)*2*pi);
ki = Kc(escolhido)/(2^(beta(escolhido)-1)*pi^(alpha(escolhido)-1)*termo_ki);

PfeSqrPorVolume = ki*(2*Bo)^(beta(escolhido)-
alpha(escolhido))*mean(abs(dBdt).^alpha(escolhido));
PfeSqr = Volume(escolhido)*PfeSqrPorVolume;
LMag = 4*pi*(10^-7)*(n1^2)*Perm_relativa(escolhido)*Ac(escolhido)/MPL(escolhido);
%obs. faz sentido as perdas para onda quadrada serem levemente menores
%quando se usa a iGSE, isto pode ser visto nos resultados do artigo da
%iGSE : Venkatachalam, 2002

%definindo perdas nos enrolamentos


A_condutor = Wa(escolhido)/Portas*ku./n;
W_comprimento = MLT(escolhido)*n;
Rcc = (W_comprimento*row)./A_condutor;
PcuCC = Rcc.*(IRMS.^2);
PcuCCt = sum(PcuCC);

%número de camadas
Fator_Area_Enrolamento_Normalizado = Fa-
tor_Area_Enrolamento(1:Portas)/sum(Fator_Area_Enrolamento(1:Portas));
Xw_disp = (lW(escolhido)-e_isolacao*(Portas))*Fator_Area_Enrolamento_Normalizado;
%área que cada enrolamento pode ocupar
C2w = hW(escolhido);
261

A_total_condutor = C2w*Xw_disp./n;
l_espira = sqrt(A_total_condutor);

mi0 = 4*pi*10^-7;
delta = sqrt(2*row/(2*pi*mi0*fs));
dmin = 2*delta;

nparalelo = ceil(A_total_condutor./dmin^2);
Caxparalelo = sqrt(nparalelo);
l_espiramin = sqrt(A_total_condutor./nparalelo);
DELTA = l_espiramin/dmin;
Cay = ceil(C2w./l_espira);
Cax = ceil(Caxparalelo.*Xw_disp./l_espira);

%correção da resistência pela equação de Dowell fazendo uma


%aproximação retangular.

FR = DELTA.*((sinh(2*DELTA)+sin(2*DELTA))./(cosh(2*DELTA)-cos(2*DELTA))+2/3*(Cax.^2-
1).*(sinh(DELTA)-sin(DELTA))./(cosh(DELTA)+cos(DELTA)));
Rca = Rcc.*FR;
PcuCA = Rca.*IRMS.^2;
PcuCAt = sum(PcuCA);

PtotalCC = PcuCCt+PfeSqr;
PtotalCA = PcuCAt+PfeSqr;
BoG(B0cont,escolhido) = Bo;
n1G(B0cont,escolhido) = n1;
PfeG(B0cont,escolhido) = Pfe;
PfeSqrG(B0cont,escolhido) = PfeSqr;
PcuCCG(B0cont,:,escolhido) = PcuCC;
PcuCAG(B0cont,:,escolhido) = PcuCA;
PcuCAtG(B0cont,escolhido) = PcuCAt;
PcuCCtG(B0cont,escolhido) = PcuCCt;
PtotalCAG(B0cont,escolhido) = PtotalCA;

end
end
RazaoPcu = PcuCAtG./PtotalCAG;
RazaoPfe = PfeSqrG./PtotalCAG;
VolumeFisico = E.*D.*2.*F; %Usarei o volume físico para critério de menor volume e não o
volume de ferrite.
VolumeFisicoMin = VolumeFisico;
VolumeFisicoOpt = VolumeFisico;
for cont = 1:length(Numero)
[PtotalCAMin(cont), posicaoMin(cont)] = min(PtotalCAG(:,cont));
BoMin(cont) = BoG(posicaoMin(cont),cont);
PcuCAtMin(cont) = PcuCAtG(posicaoMin(cont),cont);
PcuCCtMin(cont) = PcuCCtG(posicaoMin(cont),cont);
PfeSqrMin(cont) = PfeSqrG(posicaoMin(cont),cont);
n1Min(cont) = n1G(posicaoMin(cont),cont);

PcuCCMin(cont,:) = PcuCAG(posicaoMin(cont),:,cont);
PC = PfeSqrMin(cont);
PW = PcuCCMin(cont,:);

Vc = 2*F.*E.*D-4*C.*X.*D;
%Vc(escolhido)*1e6
Ae = 0.5*D*0.5.*E+0.5*D.*F+Z.*C+0.5*E.*Y;
Aci=0.5*D*e_carretelH;
Ace=0.5*B*e_carretelH;
ADv=0.5*D.*C;
ABv=0.5*B.*C;
Fator_Area_Enrolamento = Fa-
tor_Area_Enrolamento(1:Portas)/sum(Fator_Area_Enrolamento(1:Portas));
lWk = (lW-Portas*e_isolacao).*Fator_Area_Enrolamento;
%lWk(escolhido)*1000
AWv = 0.5*D.*0.5.*hW;
Akih=0.5*D.*lWk;
Aii = 0.5*D.*e_isolacao;
rki = e_carretelH*ones(length(Numero),1);
rke = e_carretelH + lWk(:,1);
for cont2 = 2:Portas
262

rki(:,cont2) = rki(:,cont2-1)+lWk(:,cont2-1)+e_isolacao;
rke(:,cont2) = rki(:,cont2)+lWk(:,cont2);
end
Aike=0.5*B*e_carretelH+0.25*pi*(rki(:,2:Portas).^2-rke(:,1:Portas-1).^2);
Akeh=0.5*B.*lWk+0.25*pi*(rke.^2-rki.^2);

Akiv = (0.5*pi*rki+0.5*B).*0.5.*hW;
Akev = (0.5*pi*rke+0.5*B).*0.5.*hW;
ASfe = 8*(2*ADv+ABv+Ae+0.5*D.*X);
ASWk = 8*(Akiv + Akev + 2*AWv + Akih + Akeh);

ASfei = 8*(2*ADv+ABv+0.5*D.*X);
ASfee = 8*Ae;
rfe = (2*B+2*D)/(2*pi);
ASWfi = 2*D.*hW;
ASWfe = ASWk(:,2)-ASWfi;
ASic = 8*(ABv+ADv+AWv+Akiv(:,1)+Ace+Aci);
ASi1 = 8*(2*AWv+Akev(:,1)+Akiv(:,2)+Aii+Aike(:,1));
ASi2 = 8*(2*AWv+Aii);

RC = rfe./(kferrite*ASfei);
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
R1 = lWk(:,1)./(kcobre*ASWk(:,1));
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASi1);
R2i = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfi);
Ri2 = e_isolacao./(kar*ASi2);
R2e = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfe);
R2c = Z./(kferrite*ASfee);

R2A = 1./(h*ASWfe);
RcA = 1./(h*ASfee);

%calculo do circuito equivalente


ZC = RC(escolhido)+Ric(escolhido);
Z1 = R1(escolhido) + Ri1(escolhido);
Z2 = R2i(escolhido) + Ri2(escolhido);
Z2A = R2e(escolhido) + R2A(escolhido);
ZCA = RcA(escolhido);
const = [PC; PW(1); PW(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [1/ZC+1/Z2+1/ZCA -1/ZC -1/Z2];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/ZC -1/Z1];
coef(3,:) = [-1/Z2 -1/Z1 1/Z2+1/Z1+1/Z2A];

DTmin(cont) = max(linsolve(coef, const));

end
RazaoPcuMin = PcuCCtMin./PtotalCAMin;
RazaoPfeMin = PfeSqrMin./PtotalCAMin;

%% escolha do núcleo
%por ser processo de otimização, vai escolher automaticamente o núcleo com
%as perdas mais próximas do limite tolerável. Se quiser outro, escolhe
%outro depois.

Pprox = Ptol - PtotalCAMin;


Pproxindice = Pprox > 0;
%elimina as perdas maiores que as toleráveis
Pprox = Pprox(Pproxindice);
NumeroMin = Numero(Pproxindice);
[~, indice] = min(Pprox);
escolhido = NumeroMin(indice);
escolhido_original = escolhido;
encerra = 0;
nAWGaltera = 0;
n_paraleloaltera = 0;
n1altera = 0;
escolhido = 14;

while encerra == 0

%escolhido = 14;
%Dados do núcleo ótimo escolhido:
fprintf('\nDados do núcleo ótimo escolhido:\n')
263

fprintf('Posição: %i\n',escolhido);
fprintf('Nome: %s\n', nome{escolhido});
fprintf('Volume: %.2f L - %.2f cm^3\n', Volume(escolhido)*10^3, Volu-
me(escolhido)*10^6);
fprintf('PCuCA%i: %.2f W\n', [elemento; PcuCAOpt(escolhido,:)]);
fprintf('PCuCAt: %.2f W\n', PcuCAtOpt(escolhido));
fprintf('PfeSqr: %.2f W\n', PfeSqrOpt(escolhido));
fprintf('Ptotal: %.2f W\n', PtotalCAOpt(escolhido));

Cont_Ap = 1;

loop = 1;

%com o Ap próximo em mãos, calcula o resto


fprintf('\nDados do núcleo escolhido:\n')
%fprintf('Ap min: %.2f cm^4 (Valor calculado)\n',Ap_min * 10^8);
fprintf('Posição: %i\n',escolhido);
fprintf('Nome: %s\n', nome{escolhido});
fprintf('Ap: %.2f cm^4\n', Ap(escolhido)*10^8);
fprintf('Ac: %.2f cm^2\n', Ac(escolhido)*10^4);
fprintf('Wa: %.2f cm^2\n', Wa(escolhido)*10^4);
fprintf('MPL: %.2f cm (Caminho magnético - Magnetic path length)\n',
MPL(escolhido)*10^2);
fprintf('MLT: %.2f cm (Comprimento médio da espira - Mean length turn)\n',
MLT(escolhido)*10^2);
fprintf('Volume: %.2f L - %.2f cm^3\n', Volume(escolhido)*10^3, Volu-
me(escolhido)*10^6);
fprintf('Peso: %.2f g\n', Peso(escolhido));
fprintf('A. sup.: %.2f cm^2\n', AreaS(escolhido)*10^4);

if n1altera == 0
n1 = n1Min(escolhido); %truxe pra cima para ficar na ordem Núcleo: enrolamentos
Bo = BoMin(escolhido); %apenas corrigindo para o número efetivo de espiras
else
Bo = VRMS(1)/(Kv*fs*n1*Ac(escolhido));
end
n = ceil(n1*a/a(1));
%usando steinmetz normal
%o volume mostrado está em L, porém Kc (Steinmetz) está em W/m^3 então
%preciso multiplicar por 10^-3

PfePorVolume = Kc(escolhido)*fs^alpha(escolhido)*Bo^beta(escolhido);
Pfe = Volume(escolhido)*PfePorVolume;
%Aplicando iGSE usando equações no tempo da tensão e fluxo:
%v = NA dB/dt

x = (1:length(vper))/length(vper)*2*pi;
bperiGSE = bper / (n1 * Ac(escolhido));
dBdt = vper/(n1*Ac(escolhido));
% plot(x,dBdt/100000,x,bper);

termo_ki = mean(abs(cos(x)).^alpha(escolhido)*2*pi);
ki = Kc(escolhido)/(2^(beta(escolhido)-1)*pi^(alpha(escolhido)-1)*termo_ki);

PfeSqrPorVolume = ki*(2*Bo)^(beta(escolhido)-
alpha(escolhido))*mean(abs(dBdt).^alpha(escolhido));
PfeSqr = Volume(escolhido)*PfeSqrPorVolume;
LMag = 4*pi*(10^-7)*(n1^2)*Perm_relativa(escolhido)*Ac(escolhido)/MPL(escolhido);
%obs. faz sentido as perdas para onda quadrada serem levemente menores
%quando se usa a iGSE, isto pode ser visto nos resultados do artigo da
%iGSE : Venkatachalam, 2002

fprintf('\nPerdas no núcleo para DeltaB = %.3f T:\n', 2*Bo);


fprintf('Pfe = %.3f W (GSE)\n', Pfe);
fprintf('PfeSqr = %.3f W (iGSE)\n', PfeSqr);

fprintf('\nIndutância magnetizante teórica: %.3f mH\n', LMag*10^3);


fprintf('Pfe = %.3f W (GSE)\n', Pfe);
fprintf('PfeSqr = %.3f W (iGSE)\n', PfeSqr);

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Dimensionamento dos enrolamentos -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');
264

A_condutor_calc = Wa(escolhido)/Portas*ku./n;
d_condutor_calc = sqrt(4*A_condutor_calc/pi); %considerando condutor redondo
%considerações sobre o efeito skin
mi0 = 4*pi*10^-7;
delta = sqrt(2*row/(2*pi*mi0*fs));
dmin = 2*delta;
Amin = pi*dmin^2/4;
nAWGSkin = ceil(36-39*log(dmin*1000/0.127)/log(92));
%definindo condutor

%caso nenhuma das opções seja alterada depois, calcula a opção com
%menor quantidade de fios
if n_paraleloaltera == 0
n_paralelo = ceil(A_condutor_calc./Amin);
end
A_condutor = A_condutor_calc./n_paralelo;
d_condutor = sqrt(4*A_condutor/pi);
if nAWGaltera == 0
nAWG = floor(36-39*log(d_condutor*1000/0.127)/log(92)); %arredondei pra baixo para
não reduzir a resistência
end
%recorrigindo devido ao arredondamento
dAWG_i = 0.127*92.^((36-nAWG)/39)*10^-3;
aAWG_i = pi*dAWG_i.^2/4;

W_comprimento = MLT(escolhido)*n;
A_cabo = n_paralelo.*aAWG_i;
Rcc = (W_comprimento*row)./A_cabo;
PcuCC = Rcc.*(IRMS.^2);
PcuCCt = sum(PcuCC);

ku_aprox = sum(A_cabo.*n)/Wa(escolhido);
%por hora vou ignorar completamente o fator de ocupação teórico, não
%estou com tempo para isso, vou me basear apenas no ku

J0 = IRMS./A_cabo; %Densidade de corrente do cabo

%número de camadas estimado conforme feito no algoritmo de otimização.


%Fica mais simples e apresenta uma boa estimação
Fator_Area_Enrolamento_Normalizado = Fa-
tor_Area_Enrolamento(1:Portas)/sum(Fator_Area_Enrolamento(1:Portas));
Xw = (lW(escolhido)-e_isolacao*(Portas))*Fator_Area_Enrolamento_Normalizado; %área que
cada enrolamento pode ocupar
C2w = hW(escolhido);
A_ocupada = C2w*Xw;
A_total_condutor = C2w*Xw./n;
l_espira = sqrt(A_total_condutor);
Cay = ceil(C2w./l_espira);
Cax = ceil(Xw./l_espira);
Xw_isolacao = e_isolacao*ones(1,Portas);
% ncb = sqrt(n_paralelo);
% ycb = (ncb + 1/2).*dAWG_o;
% xcb = ((ncb-1)*sqrt(1-1/4)+1).*dAWG_o;
%
% Cay = floor(hW(escolhido)./ycb);
% Cax = round(n./Cay);

DELTA = dAWG_i/dmin;
FR = DELTA.*((sinh(2*DELTA)+sin(2*DELTA))./(cosh(2*DELTA)-cos(2*DELTA))+2/3*(Cax.^2-
1).*(sinh(DELTA)-sin(DELTA))./(cosh(DELTA)+cos(DELTA)));
Rca = Rcc.*FR;
PcuCA = Rca.*IRMS.^2;
PcuCAt = sum(PcuCA);

fprintf('Número de espiras:\n');
fprintf('n%i = %i \t\ta%i = %.2f\n',[elemento; n; elemento; a]);
fprintf('\nÁrea transversal dos condutores:\n');
fprintf('A_cabo enrolamento %i = \t%.3f A/mm^2 (Densidade de corren-
te)\n',[elemento;A_cabo*10^6]);
fprintf('J0 enrolamento %i = \t%.3f A/cm^2 (Densidade de corren-
te)\n',[elemento;J0/10^4]);
fprintf('\nConsiderações sobre efeito pelicular:\n');

%considerações para enrolamento distribuído verticalmente


265

XwS = lW(escolhido);
C2wS = (hW(escolhido)-e_isolacao*(Portas-1))*Fator_Area_Enrolamento_Normalizado;
A_ocupada_wS = XwS.*C2wS;

fprintf('\nResistência CC dos enrolamentos:\n');


fprintf('RCC%i = %.3f ohm\n',[elemento; Rcc]);
fprintf('\nPerdas no cobre em baixa frequência:\n');
fprintf('PcuCC%i = %.3f W\n',[elemento; PcuCC]);
fprintf('PcuCCt = %.3f W (Perdas totais no cobre)\n',PcuCCt);

fprintf('\nConsiderando uma excitação senoidal:');


fprintf('\nResistência CA dos enrolamentos:\n');
fprintf('RCA%i = %.3f ohm\n',[elemento; Rca]);

fprintf('\nPerdas no cobre em baixa frequência:\n');


fprintf('PcuCA%i = %.3f W\n',[elemento; PcuCA]);
fprintf('PcuCAt = %.3f W (Perdas totais no cobre considerando efeito de proximidade)\n',
PcuCAt);

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Distribuição das perdas -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');

PtotalCC = PcuCCt+Pfe;
PtotalCA = PcuCAt+PfeSqr;

%elevação de temperatura
%modelo simplificado McLyman pg 217 ou Marian pg 374
%calculo do AT
%vou fazer essa parte simplificada, pois a equação já é uma
%simplificação
clear A1
%para o núcleo EE
p = 2*(D(escolhido)+2*Z(escolhido)+pi*X(escolhido)+B(escolhido));
pD = 2*(D(escolhido)+E(escolhido));
A1 = p*2*C(escolhido);
A2 = pi*X(escolhido)^2/4+B(escolhido)*X(escolhido);
A3 = D(escolhido)*E(escolhido);
A4 = pD*Y(escolhido);

At(1) = A1+4*A2+2*A3+2*A4;
DTCC(1) = 450*(PtotalCC/(At(1)*1e4))^0.826;
DTCA(1) = 450*(PtotalCA/(At(1)*1e4))^0.826;

fprintf('Perdas no cobre CC: \t%.3f W (%.1f%%)\n',sum(PcuCC),sum(PcuCC)/PtotalCC*100);


fprintf('Perdas no núcleo GSE: \t%.3f W (%.1f%%)\n',Pfe,Pfe/PtotalCC*100);
fprintf('Perdas totais: \t\t\t%.3f W\n', PtotalCC);
fprintf('Rendimento aprox: \t\t%.2f %%\n', (1-PtotalCC/(SVA*.9/Portas))*100);
fprintf('\nPerdas no cobre CA: \t%.3f W (%.1f%%)\n',sum(PcuCA),sum(PcuCA)/PtotalCA*100);
fprintf('Perdas no núcleo iGSE: \t%.3f W (%.1f%%)\n',PfeSqr,PfeSqr/PtotalCA*100);
fprintf('Perdas totais: \t\t\t%.3f W\n', PtotalCA);
fprintf('Rendimento aprox: \t\t%.2f %%\n', (1-PtotalCA/(SVA*.9/Portas))*100);
fprintf('Obs. Como não existe a informação da potência ativa processada,\n')
fprintf(' este valor é apenas uma estimativa, considerando a média da\n')
fprintf(' soma das potências aparentes em todas as portas, considerando \n')
fprintf(' um fator de potência de 0,9, típico para aplicação em 45°');

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Dados geométricos dos enrolamentos e núcleo -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');
raio_interno = zeros(1,Portas);
raio_externo = zeros(1,Portas);

espaco_carretel = X(escolhido)-lW(escolhido);
raio_interno(1) = espaco_carretel;
raio_externo(1) = Xw(1)+espaco_carretel;
for cont = 2:Portas
raio_interno(cont) = raio_interno(cont-1)+Xw(cont-1)+Xw_isolacao(cont-1);
raio_externo(cont) = raio_interno(cont) + Xw(cont);
end
perimetro_interno = 2*(B(escolhido) + D(escolhido))+2*pi*raio_interno;
266

perimetro_externo = 2*(B(escolhido) + D(escolhido))+2*pi*raio_externo;


area_w_interna = (B(escolhido)+2*raio_interno).*(D(escolhido)+2*raio_interno)-(4-
pi)*raio_interno.^2;
area_w_externa = (B(escolhido)+2*raio_externo).*(D(escolhido)+2*raio_externo)-(4-
pi)*raio_externo.^2;
area_w = area_w_externa - area_w_interna;
Volume_w = area_w * C2w;
AreaS_w = (perimetro_interno + perimetro_externo)*C2w + 2*area_w;
%volume do barramento conseidera as dimensões máximas de forma
%retangular. A largura é do maior enrolamento
Volume_buss = E(escolhido)*2*F(escolhido)*(D(escolhido)+2*raio_externo(Portas));

fprintf('\nGeometria do núcleo Shell\n');


fprintf('MLT: %.2f mm\n', MLT(escolhido)*100);
fprintf('MPL: %.2f mm\n', MPL(escolhido)*100);
fprintf('\n');
fprintf('A = %.2f mm\n', A(escolhido)*10^3);
fprintf('B = %.2f mm\n', B(escolhido)*10^3);
fprintf('C = %.2f mm *\n', C(escolhido)*10^3);
fprintf('D = %.2f mm\n', D(escolhido)*10^3);
fprintf('E = %.2f mm\n', E(escolhido)*10^3);
fprintf('F = %.2f mm *\n', F(escolhido)*10^3);
fprintf('X = %.2f mm\n', X(escolhido)*10^3);
fprintf('Y = %.2f mm\n', Y(escolhido)*10^3);
fprintf('Z = %.2f mm\n', Z(escolhido)*10^3);
fprintf('hW = %.2f mm\n', hW(escolhido)*10^3);
fprintf('lW = %.2f mm\n', lW(escolhido)*10^3);
fprintf('* Núcleo C, multiplicar por 2 para CC\n');
fprintf('\n');
fprintf('Volume do núcleo: %.2f cm³\n',Volume(escolhido)*10^6);
fprintf('Área superficial do núcleo: %.2f cm²\n',AreaS(escolhido)*10^4);
fprintf('Volume do enrolamento %i: %.2f cm³\n',[elemento; Volume_w*10^6]);
fprintf('Área superficial do enrolamento %i: %.2f cm²\n',[elemento; AreaS_w*10^4]);
fprintf('Xw%i: %.2f mm\n',[elemento; Xw*10^3]);
fprintf('Volume do barramento (LxPxA): %.2f cm³ (Dimensões máximas externas forman-
do um paralelepípedo, padrão usado para densidade de potência)\n',Volume_buss*10^6);

Vc = 2*F.*E.*D-4*C.*X.*D;
%Vc(escolhido)*1e6
Ae = 0.5*D*0.5.*E+0.5*D.*F+Z.*C+0.5*E.*Y;
Aci=0.5*D*e_carretelH;
Ace=0.5*B*e_carretelH;
ADv=0.5*D.*C;
ABv=0.5*B.*C;
Fator_Area_Enrolamento = Fa-
tor_Area_Enrolamento(1:Portas)/sum(Fator_Area_Enrolamento(1:Portas));
lWk = (lW-Portas*e_isolacao).*Fator_Area_Enrolamento;
%lWk(escolhido)*1000
AWv = 0.5*D.*0.5.*hW;
Akih=0.5*D.*lWk;
Aii = 0.5*D.*e_isolacao;
rki = e_carretelH*ones(length(Numero),1);
rke = e_carretelH + lWk(:,1);
for cont = 2:Portas
rki(:,cont) = rki(:,cont-1)+lWk(:,cont-1)+e_isolacao;
rke(:,cont) = rki(:,cont)+lWk(:,cont);
end
Aike=0.5*B*e_carretelH+0.25*pi*(rki(:,2:Portas).^2-rke(:,1:Portas-1).^2);
Akeh=0.5*B.*lWk+0.25*pi*(rke.^2-rki.^2);

Akiv = (0.5*pi*rki+0.5*B).*0.5.*hW;
Akev = (0.5*pi*rke+0.5*B).*0.5.*hW;
ASfe = 8*(2*ADv+ABv+Ae+0.5*D.*X);
ASWk = 8*(Akiv + Akev + 2*AWv + Akih + Akeh);

%determinar valores de resistências térmicas e potências

%modelo térmico simplificado


%separar a área de dentro do núcleo com a área de fora
ASfei = 8*(2*ADv+ABv+0.5*D.*X);
ASfee = 8*Ae;
%aproximar a espessura por um raio
rfe = (2*B+2*D)/(2*pi);

%separar a área do enrolamento 2 que troca calor com o meio


267

ASWfi = 2*D.*hW;
ASWfe = ASWk(:,2)-ASWfi;

%Área superficial dos isoladores


ASic = 8*(ABv+ADv+AWv+Akiv(:,1)+Ace+Aci);
ASi1 = 8*(2*AWv+Akev(:,1)+Akiv(:,2)+Aii+Aike(:,1));
ASi2 = 8*(2*AWv+Aii);

kcobre = 400;
kepoxi = 0.5;
kferrite = 4;
kar = 0.0261;
h = 7; %valor típico

%Calculo das resistências térmicas


RC = rfe./(kferrite*ASfei);
Ric = e_carretelH./(kepoxi*ASic);
R1 = lWk(:,1)./(kcobre*ASWk(:,1));
Ri1 = e_isolacao./(kepoxi*ASi1);
R2i = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfi);
Ri2 = e_isolacao./(kar*ASi2);
R2e = lWk(:,2)./(kcobre*ASWfe); %troca de calor direto com o ar
R2c = Z./(kferrite*ASfee);

R2A = 1./(h*ASWfe);
RcA = 1./(h*ASfee);
Pc = PfeSqr;

%calculo do circuito equivalente


ZC = RC(escolhido)+Ric(escolhido);
Z1 = R1(escolhido) + Ri1(escolhido);
Z2 = R2i(escolhido) + Ri2(escolhido);
Z2A = R2e(escolhido) + R2A(escolhido);
ZCA = RcA(escolhido);
const = [Pc; PcuCA(1); PcuCA(2)];
%coef [TC Tw1 Tw2]
coef(1,:) = [1/ZC+1/Z2+1/ZCA -1/ZC -1/Z2];
coef(2,:) = [-1/ZC 1/Z1+1/ZC -1/Z1];
coef(3,:) = [-1/Z2 -1/Z1 1/Z2+1/Z1+1/Z2A];

DTmodelo(:,1) = linsolve(coef, const);

id10 = fopen('variaveis.txt','w+');
fprintf(id10,'RC=%f \n',RC(escolhido));
fprintf(id10,'Ric=%f \n',Ric(escolhido));
fprintf(id10,'R1=%f \n',R1(escolhido));
fprintf(id10,'Ri1=%f \n',Ri1(escolhido));
fprintf(id10,'R2i=%f \n',R2i(escolhido));
fprintf(id10,'Ri2=%f \n',Ri2(escolhido));
fprintf(id10,'R2e=%f \n',R2e(escolhido));
fprintf(id10,'R2A=%f \n',R2A(escolhido));
fprintf(id10,'RcA=%f \n',RcA(escolhido));
fprintf(id10,'R2c=%f \n',R2c(escolhido));
fprintf(id10,'Pc=%f \n',Pc);
fprintf(id10,'Pw1=%f \n',PcuCA(1));
fprintf(id10,'Pw2=%f \n',PcuCA(2));
fclose(id10);

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Possibilidade de execução -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');

fprintf('Área da janela disponível: \t%.3fcm²\n',Wa(escolhido)*10^4);


fprintf('Área ocupada por cobre: \t%.3fcm²\n',sum(A_ocupada)*10^4);
fprintf('Fator de utilização definido: \t%.3f\n',ku);
fprintf('Fator de utilização teórico calculado: \t%.3f\n',ku_aprox);
diary off

%dados de saída para fabricação e testes


fprintf('\n\n\n');
arquivoout = [caminho arquivo '_out.txt'];
id = fopen(arquivoout,'w+');
fclose(id);
diary on
%diary arquivoout
268

diary(arquivoout)

%arquivoprojeto = ['Projeto_' arquivo];


%id = fopen(arquivoprojeto,'w');
fprintf('***********************************************************');
fprintf('\n* *');
fprintf('\n* Dados para fabricação *');
fprintf('\n* *');
fprintf('\n***********************************************************\n');

fprintf('\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Parâmetros de projeto -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');
fprintf('Número de portas: %i\n', Portas);
fprintf('fs = %i Hz\n', fs);
fprintf('\n');
fprintf('I%iRMS = %.3f A\n', [elemento; IRMS]);
fprintf('\n');
fprintf('V%iRMS = %.1f V\n', [elemento; VRMS]);
fprintf('\n');
fprintf('VA%i = %.1f V\n', [elemento; VA]);
fprintf('------------\nSVA = %.1f V\n', SVA);
fprintf('\n');
fprintf('a%i = %.3f\n', [elemento;a]);
fprintf('\n');

fprintf('dT = %.1f °C\n', dT);


fprintf('Ta = %.1f °C\n', Ta);
fprintf('Tf = %.1f °C\n', Ta+dT);
fprintf('row = %.3e ohm*m\n', row);
fprintf('\n');

fprintf('\n\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Dados do núcleo -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');

fprintf('Posição: %i\n', escolhido);


fprintf('Kc: %.3f W/m³\n', Kc(escolhido));
fprintf('alpha: %.3f\n', alpha(escolhido));
fprintf('beta: %.3f\n', beta(escolhido));
fprintf('Bsat: %.3f T\n', Bsat);
fprintf('Núcleo: %s\n', nome{escolhido});
fprintf('Peso: %.3f g\n', Peso(escolhido)*1000);
fprintf('Volume: %.3f L ou %.2f cm³\n', Volume(escolhido)*10^3,Volume(escolhido)*10^6);
fprintf('ÁreaS: %.3f cm²\n', AreaS(escolhido)*10^4);
fprintf('Ac: %.3f cm²\n', Ac(escolhido)*10^4);
fprintf('Wa %.3f cm²\n', Wa(escolhido)*10^4);
fprintf('Ap_calc: %.3f cm^4\n', Wa(escolhido)*10^4);
fprintf('LMag: %.3f mH\n', LMag*1000);

fprintf('\nGeometria do núcleo EE:\n');


fprintf('A = %.2f mm\n', A(escolhido)*10^3);
fprintf('B = %.2f mm\n', B(escolhido)*10^3);
fprintf('C = %.2f mm *\n', C(escolhido)*10^3);
fprintf('D = %.2f mm\n', D(escolhido)*10^3);
fprintf('E = %.2f mm\n', E(escolhido)*10^3);
fprintf('F = %.2f mm *\n', F(escolhido)*10^3);
fprintf('X = %.2f mm\n', X(escolhido)*10^3);
fprintf('Y = %.2f mm\n', Y(escolhido)*10^3);
fprintf('Z = %.2f mm\n', Z(escolhido)*10^3);
fprintf('hW = %.2f mm\n', hW(escolhido)*10^3);
fprintf('lW = %.2f mm\n', lW(escolhido)*10^3);
fprintf('* Núcleo E, multiplicar por 2 para EE\n');

fprintf('\n\n--------------------------------------------------------------');
fprintf('\n- Dados dos enrolamentos -');
fprintf('\n--------------------------------------------------------------\n');

fprintf('Altura da janela disponível hW = %.2f mm\n', hW(escolhido)*10^3);


fprintf('Largura da janela disponível lW = %.2f mm\n', lW(escolhido)*10^3);
fprintf('Área da janela disponível Wa = %.2f mm²\n',
Wa(escolhido)*10^6);
fprintf('Área total de cobre ocupada Wa_nt = %.2f mm²\n',
269

sum(A_ocupada)*10^6);
fprintf('Fator de utilização teórico ku_aprox = %.3f\n', ku_aprox);
fprintf('Comprimento médio da espira MLT = %.2f cm\n', MLT(escolhido)*100);
fprintf('\n');
fprintf('Condutor escolhido nAWG = %iAWG\n', nAWG);
fprintf('Área do condutor aAWG_i = %.2f mm²\n', aAWG_i*10^6);
%fprintf('Área do condutor com isolação aAWG_o = %.2f mm²\n', aAWG_o*10^6);
fprintf('Diâmetro do condutor dAWG_i = %.2f mm\n', dAWG_i*10^3);
%fprintf('Diâmetro do condutor com isolação dAWG_o = %.2f mm\n', dAWG_o*10^3);
fprintf('Densidade de corrente mínima J0 = %.2f A/cm²\n', J0*10^-4);
fprintf('\n');
fprintf('Número de enrolamentos: %i\n', Portas);

%início da tabela
fprintf('|-------------------------|');
for cont = 1:length(elemento)+1
fprintf('-----------------|');
end
fprintf('\n| Grandeza |');
fprintf(' Enrolamento %i |',elemento);
fprintf(' Total |');
fprintf('\n');
fprintf('|-------------------------|');
for cont = 1:length(elemento)+1
fprintf('-----------------|');
end
fprintf('\n');
fprintf('| Corrente Eficaz |');
fprintf(' %9.3f A |',IRMS);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Número de Espiras |');
fprintf(' %9i |',n);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Corrente fluxo (IRMS*n) |');
fprintf(' %9.2f A |',IRMS.*n);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| AWG paralelo |');
fprintf(' %9i |',n_paralelo);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Comprimento cabo |');
fprintf(' %9.3f m |',W_comprimento);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Densidade de corrente |');
fprintf(' %9.3f A/cm² |',IRMS./(A_cabo*10^4));
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Área cabo |');
fprintf(' %9.2f mm² |',A_cabo*10^6);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Área de cobre |');
fprintf(' %9.2f mm² |',A_ocupada*10^6);
fprintf(' %9.2f mm² |',sum(A_ocupada)*10^6);
fprintf('\n');
fprintf('| RCC |');
fprintf(' %9.3f ohm |',Rcc);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| RCA |');
fprintf(' %9.3f ohm |',Rca);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('| Perdas cobre CC |');
fprintf(' %9.3f W |',PcuCC);
fprintf(' %9.3f W |',PcuCCt);
fprintf('\n');
fprintf('| Perdas cobre CA |');
fprintf(' %9.3f W |',PcuCA);
fprintf(' %9.3f W |',PcuCAt);
fprintf('\n');
fprintf('| Potência aparente |');
270

fprintf(' %9.2f VA |',VA);


fprintf(' %9.2f VA |',SVA);
fprintf('\n');
fprintf('| Volume |');
fprintf(' %9.2f cm³ |',Volume_w*10^6);
fprintf(' %9.2f cm³ |',sum(Volume_w)*10^6);
fprintf('\n');
fprintf('| Área superficial |');
fprintf(' %9.2f cm² |',AreaS_w*10^4);
fprintf(' - |');
fprintf('\n');
fprintf('|-------------------------|');
for cont = 1:length(elemento)+1
fprintf('-----------------|');
end
fprintf('\n');

diary off
encerra = 1;
end
271

APÊNDICE C - Resultados de saída do algoritmo de otimização

O arquivo de saída do algoritmo de otimização é apresentado no Quadro 13 e Quadro


14 dividido em duas partes.

Quadro 13 - Parte 1 do arquivo de saída do algoritmo de otimização para os resultados de simulação do capítulo
4.
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Grandeza | Shell (EE) | Core | Matrix | Pote | XS
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Ac | 770.07 mm² | 770.07 mm² | 770.07 mm² | 770.07 mm² | 770.07 mm²
Wa | 418.00 mm² | 418.00 mm² | 418.00 mm² | 418.00 mm² | 418.00 mm²
Ap | 321889.26 mm^4 | 321889.26 mm^4 | 321889.26 mm^4 | 321889.26 mm^4 | 321889.26 mm^4
Wa sem carretel | 547.80 mm² | 547.80 mm² | 547.80 mm² | 547.80 mm² | 547.80 mm²
MLT | 163.80 mm | 224.30 mm | 183.10 mm | 145.93 mm | 145.93 mm
MPL | 152.60 mm | 152.60 mm | 152.60 mm | 148.85 mm | 164.10 mm
Volume do núcleo | 119452.62 mm³ | 119452.62 mm³ | 119452.62 mm³ | 122674.41 mm³ | 142121.65 mm³
Área superf. do núcleo | 25203.44 mm² | 27348.76 mm² | 42317.76 mm² | 34362.57 mm² | 30248.61 mm²
Volume enrolamento 1 | 21449.95 mm³ | 30531.00 mm³ | 24346.88 mm³ | 18767.81 mm³ | 18767.81 mm³
Volume enrolamento 2 | 25976.86 mm³ | 35057.91 mm³ | 28873.79 mm³ | 23294.72 mm³ | 23294.72 mm³
AreaS enrolamento 1 | 12375.52 mm² | 17614.82 mm² | 14046.90 mm² | 10828.06 mm² | 10828.06 mm²
AreaS enrolamento 2 | 14987.32 mm² | 20226.62 mm² | 16658.70 mm² | 13439.86 mm² | 13439.86 mm²
Volume do barramento | 249862.34 mm³ | 184840.88 mm³ | 361428.70 mm³ | 216078.04 mm³ | 305395.06 mm³
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
VRMS1 | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V
VRMS2 | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V
IRMS1 | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A
IRMS2 | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A
a1 | 1.000 | 1.000 | 1.000 | 1.000 | 1.000
a2 | 0.500 | 0.500 | 0.500 | 0.500 | 0.500
Bmax | 53.00 mT | 53.00 mT | 53.00 mT | 53.00 mT | 53.00 mT
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
LMag | 68.516 mH | 68.516 mH | 68.516 mH | 70.242 mH | 63.714 mH
Rcc1 | 88.732 mOhm | 121.506 mOhm | 99.187 mOhm | 79.052 mOhm | 79.052 mOhm
Rcc2 | 22.636 mOhm | 30.996 mOhm | 25.303 mOhm | 20.166 mOhm | 20.166 mOhm
Rca1 | 163.862 mOhm | 224.387 mOhm | 183.170 mOhm | 145.986 mOhm | 145.986 mOhm
Rca2 | 30.914 mOhm | 42.332 mOhm | 34.557 mOhm | 27.541 mOhm | 27.541 mOhm
PcuCC total | 1.660 W | 2.273 W | 1.856 W | 1.479 W | 1.479 W
PcuCC1 | 0.822 W | 1.125 W | 0.918 W | 0.732 W | 0.732 W
PcuCC2 | 0.838 W | 1.148 W | 0.937 W | 0.747 W | 0.747 W
PcuCA total | 2.662 W | 3.646 W | 2.976 W | 2.372 W | 2.372 W
Pfe | 1.750 W | 1.750 W | 1.750 W | 1.797 W | 2.082 W
PfeSqr | 1.662 W | 1.662 W | 1.662 W | 1.707 W | 1.977 W
PtotalCC | 3.410 W | 4.023 W | 3.605 W | 3.276 W | 3.561 W
PtotalCA | 4.324 W | 5.307 W | 4.638 W | 4.078 W | 4.349 W
Rendimento CC, FP = 0.900 | 99.69 % | 99.63 % | 99.67 % | 99.70 % | 99.67 %
Rendimento CA, FP = 0.900 | 99.61 % | 99.52 % | 99.58 % | 99.63 % | 99.60 %
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Espiras enrolamento 1 | 49 | 49 | 49 | 49 | 49
Espiras enrolamento 2 | 25 | 25 | 25 | 25 | 25
Condutor utilizado w1 | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG
Condutor utilizado w2 | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG
Condutores em paralelo 1 | 06 | 06 | 06 | 06 | 06
Condutores em paralelo 2 | 12 | 12 | 12 | 12 | 12
Diâmetro int. AWG (cobre)w1 | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm
Diâmetro int. AWG (cobre)w2 | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm
Área int. AWG (cobre) w1 | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm²
Área int. AWG (cobre) w2 | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm²
Área chicote (cobre) w1 | 1.95 mm² | 1.95 mm² | 1.95 mm² | 1.95 mm² | 1.95 mm²
Área chicote (cobre) w2 | 3.91 mm² | 3.91 mm² | 3.91 mm² | 3.91 mm² | 3.91 mm²
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Tamanho enrolamento 1 | 8.03 m | 10.99 m | 8.97 m | 7.15 m | 7.15 m
Tamanho enrolamento 2 | 4.09 m | 5.61 m | 4.58 m | 3.65 m | 3.65 m
Comprimento Xw 1 | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm
Comprimento Xw 2 | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm | 3.80 mm
Comprimento C2w | 39.50 mm | 39.50 mm | 39.50 mm | 39.50 mm | 39.50 mm
Área ocupada Xw 1 | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm²
Área ocupada Xw 2 | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm²
Camadas y enrolamento 1 | 19 | 19 | 19 | 19 | 19
Camadas y enrolamento 2 | 14 | 14 | 14 | 14 | 14
Camadas x enrolamento 1 | 3 | 3 | 3 | 3 | 3
Camadas x enrolamento 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
A | 44.200 mm | 0.000 mm | 0.000 mm | 56.900 mm | 56.900 mm
B | 19.300 mm | 9.650 mm | 9.650 mm | 32.000 mm | 32.000 mm
Bi | 0.00 mm | 0.00 mm | 0.00 mm | 6.40 mm | 6.40 mm
C* | 22.000 mm | 22.000 mm | 22.000 mm | 22.000 mm | 22.000 mm
D | 39.900 mm | 79.800 mm | 13.300 mm | 83.776 mm | 50.265 mm
E | 63.500 mm | 31.750 mm | 31.750 mm | 66.400 mm | 72.100 mm
F* | 32.200 mm | 32.200 mm | 32.200 mm | 31.200 mm | 37.400 mm
X | 12.450 mm | 12.450 mm | 12.450 mm | 12.450 mm | 12.450 mm
Y | 10.200 mm | 10.200 mm | 10.200 mm | 9.200 mm | 15.400 mm
Z | 9.650 mm | 9.650 mm | 9.650 mm | 4.750 mm | 7.600 mm
Altura do carretel hW | 40.000 mm | 40.000 mm | 40.000 mm | 40.000 mm | 40.000 mm
Largura do carretel lW | 10.450 mm | 10.450 mm | 10.450 mm | 10.450 mm | 10.450 mm
Qtd. Núcleos C (Matrix) | 0 | 1 | 6 | 0 | 0
Âng. Núcleos C (Matrix) | 0.0 ° | 0.0 ° | 60.0 ° | 0.0 ° | 0.0 °
Ângulo de abertura (Pote) | 0.0 ° | 0.0 ° | 0.0 ° | 30.0 ° | 90.0 °
272

---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------


Área ocupada Sequencial 2 | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm² | 150.10 mm²
ku calculado | 0.4626 | 0.4626 | 0.4626 | 0.4626 | 0.4626
Elevação de temperatura w1 | 39.926 °C | 30.877 °C | 36.873 °C | 35.711 °C | 35.472 °C
Elevação de temperatura w2 | 39.784 °C | 30.875 °C | 36.758 °C | 35.678 °C | 35.419 °C
Elev. de temp. núcleo | 39.47 °C | 31.00 °C | 36.26 °C | 35.06 °C | 34.92 °C
Elev. temp. simplificada CC | 14.44 °C | 13.54 °C | 3.61 °C | 15.08 °C | 16.60 °C
Elev. temp. simplificada CA | 17.97 °C | 17.48 °C | 4.56 °C | 18.45 °C | 19.94 °C
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
* Apenas um núcleo C ou E pote, para composição do núcleo completo, esta medida é multiplicada por 2.
Núcleo EE escolhido: NEE-65/33/39

Parâmtros predefinidos:
Folga vertical no carretel: 2.00 mm
Folga lateral no carretel: 2.00 mm
Isolação entre enrolamentos: 1.00 mm

Fonte: produção do próprio autor.

Quadro 14 - Parte 2 do arquivo de saída do algoritmo de otimização para os resultados de simulação do capítulo
4.
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Grandeza | Pote estendido | XS estendido | Pote estendido 2 | Xs estendido 2
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Ac | 385.03 mm² | 385.03 mm² | 770.07 mm² | 770.07 mm²
Wa | 877.80 mm² | 877.80 mm² | 354.90 mm² | 354.90 mm²
Ap | 337983.72 mm^4 | 337983.72 mm^4 | 273297.84 mm^4 | 273297.84 mm^4
Wa sem carretel | 1095.60 mm² | 1095.60 mm² | 547.80 mm² | 547.80 mm²
MLT | 116.40 mm | 116.40 mm | 126.37 mm | 126.37 mm
MPL | 226.05 mm | 236.45 mm | 225.47 mm | 241.17 mm
Volume do núcleo | 92790.58 mm³ | 99557.47 mm³ | 175186.64 mm³ | 194463.70 mm³
Área superf. do núcleo | 40836.19 mm² | 32386.77 mm² | 45668.39 mm² | 40306.53 mm²
Volume enrolamento 1 | 24985.16 mm³ | 24985.16 mm³ | 19912.67 mm³ | 19912.67 mm³
Volume enrolamento 2 | 32027.96 mm³ | 32027.96 mm³ | 23056.78 mm³ | 23056.78 mm³
AreaS enrolamento 1 | 16214.89 mm² | 16214.89 mm² | 20390.19 mm² | 20390.19 mm²
AreaS enrolamento 2 | 20785.53 mm² | 20785.53 mm² | 23609.70 mm² | 23609.70 mm²
Volume do barramento | 225800.45 mm³ | 279200.86 mm³ | 263000.90 mm³ | 366810.20 mm³
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
VRMS1 | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V
VRMS2 | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V
IRMS1 | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A
IRMS2 | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A
a1 | 1.000 | 1.000 | 1.000 | 1.000
a2 | 0.500 | 0.500 | 0.500 | 0.500
Bmax | 53.55 mT | 53.55 mT | 53.00 mT | 53.00 mT
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
LMag | 23.127 mH | 22.109 mH | 46.371 mH | 43.352 mH
Rcc1 | 124.822 mOhm | 124.822 mOhm | 68.458 mOhm | 68.458 mOhm
Rcc2 | 31.527 mOhm | 31.527 mOhm | 17.464 mOhm | 17.464 mOhm
Rca1 | 170.471 mOhm | 170.471 mOhm | 73.737 mOhm | 73.737 mOhm
Rca2 | 43.057 mOhm | 43.057 mOhm | 18.811 mOhm | 18.811 mOhm
PcuCC total | 2.324 W | 2.324 W | 1.281 W | 1.281 W
PcuCC1 | 1.156 W | 1.156 W | 0.634 W | 0.634 W
PcuCC2 | 1.168 W | 1.168 W | 0.647 W | 0.647 W
PcuCA total | 3.173 W | 3.173 W | 1.380 W | 1.380 W
Pfe | 1.359 W | 1.458 W | 2.566 W | 2.848 W
PfeSqr | 1.291 W | 1.385 W | 2.437 W | 2.705 W
PtotalCC | 3.683 W | 3.782 W | 3.847 W | 4.129 W
PtotalCA | 4.464 W | 4.558 W | 3.817 W | 4.085 W
Rendimento CC, FP = 0.900 | 99.66 % | 99.65 % | 99.65 % | 99.62 %
Rendimento CA, FP = 0.900 | 99.59 % | 99.58 % | 99.65 % | 99.63 %
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Espiras enrolamento 1 | 98 | 98 | 49 | 49
Espiras enrolamento 2 | 49 | 49 | 25 | 25
Condutor utilizado w1 | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG
Condutor utilizado w2 | 22AWG | 22AWG | 22AWG | 22AWG
Condutores em paralelo 1 | 06 | 06 | 06 | 06
Condutores em paralelo 2 | 12 | 12 | 12 | 12
Diâmetro int. AWG (cobre)w1 | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm
Diâmetro int. AWG (cobre)w2 | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm | 0.64 mm
Área int. AWG (cobre) w1 | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm²
Área int. AWG (cobre) w2 | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm² | 0.33 mm²
Área chicote (cobre) w1 | 1.95 mm² | 1.95 mm² | 1.95 mm² | 1.95 mm²
Área chicote (cobre) w2 | 3.91 mm² | 3.91 mm² | 3.91 mm² | 3.91 mm²
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
Tamanho enrolamento 1 | 11.29 m | 11.29 m | 6.19 m | 6.19 m
Tamanho enrolamento 2 | 5.70 m | 5.70 m | 3.16 m | 3.16 m
Comprimento Xw 1 | 3.20 mm | 3.20 mm | 2.00 mm | 2.00 mm
Comprimento Xw 2 | 3.20 mm | 3.20 mm | 2.00 mm | 2.00 mm
Comprimento C2w | 83.40 mm | 83.40 mm | 83.40 mm | 83.40 mm
Área ocupada Xw 1 | 266.88 mm² | 266.88 mm² | 166.80 mm² | 166.80 mm²
Área ocupada Xw 2 | 266.88 mm² | 266.88 mm² | 166.80 mm² | 166.80 mm²
Camadas y enrolamento 1 | 40 | 40 | 40 | 40
Camadas y enrolamento 2 | 30 | 30 | 30 | 30
Camadas x enrolamento 1 | 2 | 2 | 1 | 1
Camadas x enrolamento 2 | 2 | 2 | 1 | 1
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
A | 47.500 mm | 47.500 mm | 44.450 mm | 44.450 mm
B | 22.600 mm | 22.600 mm | 32.000 mm | 32.000 mm
Bi | 4.50 mm | 4.50 mm | 6.40 mm | 6.40 mm
273

C* | 44.000 mm | 44.000 mm | 44.000 mm | 44.000 mm


D | 59.167 mm | 35.500 mm | 83.776 mm | 50.265 mm
E | 53.300 mm | 56.900 mm | 56.100 mm | 62.700 mm
F* | 50.600 mm | 54.900 mm | 53.200 mm | 59.400 mm
X | 12.450 mm | 12.450 mm | 6.225 mm | 6.225 mm
Y | 6.600 mm | 10.900 mm | 9.200 mm | 15.400 mm
Z | 2.900 mm | 4.700 mm | 5.825 mm | 9.125 mm
Altura do carretel hW | 84.000 mm | 84.000 mm | 84.000 mm | 84.000 mm
Largura do carretel lW | 10.450 mm | 10.450 mm | 4.225 mm | 4.225 mm
Qtd. Núcleos C (Matrix) | 0 | 0 | 0 | 0
Âng. Núcleos C (Matrix) | 0.0 ° | 0.0 ° | 0.0 ° | 0.0 °
Ângulo de abertura (Pote) | 30.0 ° | 90.0 ° | 30.0 ° | 90.0 °
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------
ku calculado | 0.4361 | 0.4361 | 0.5448 | 0.5448
Elevação de temperatura w1 | 37.189 °C | 36.665 °C | 24.744 °C | 24.410 °C
Elevação de temperatura w2 | 37.155 °C | 36.609 °C | 24.716 °C | 24.366 °C
Elev. de temp. núcleo | 36.54 °C | 36.15 °C | 24.72 °C | 24.52 °C
Elev. temp. simplificada CC | 15.03 °C | 15.79 °C | 14.47 °C | 15.36 °C
Elev. temp. simplificada CA | 20.03 °C | 20.88 °C | 14.40 °C | 15.24 °C
---------------------------- |----------------- |----------------- |----------------- |-----------------

Fonte: produção do próprio autor.

Quadro 15 - Dados de saída para os projetos usados nos testes experimentais.


--------------------------------------------------------------
- Comparativo das Geometrias -
--------------------------------------------------------------| | P02 | P02
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| Grandeza | Shell (EE) | Pote estendido | Xs estendido | Shell (EE) | Pote
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| Ac | 361.20 mm² | 361.20 mm² | 361.20 mm² | 244.00 mm² | 209.45 mm²
| Wa | 268.95 mm² | 350.00 mm² | 350.00 mm² | 185.73 mm² | 157.32 mm²
| Ap | 97144.74 mm^4 | 126420.00 mm^4 | 126420.00 mm^4 | 45318.12 mm^4 | 32951.72 mm^4
| Wa sem carretel | 375.55 mm² | 518.00 mm² | 518.00 mm² | 256.04 mm² | 230.62 mm²
| MLT | 114.57 mm | 97.08 mm | 97.08 mm | 95.03 mm | 91.26 mm
| MPL | 121.32 mm | 186.85 mm | 197.30 mm | 95.66 mm | 81.75 mm
| Volume do núcleo | 48094.62 mm³ | 69241.79 mm³ | 75342.75 mm³ | 25120.00 mm³ | 20561.56 mm³
| Área superf. do núcleo | 13173.64 mm² | 28242.68 mm² | 23727.21 mm² | 8936.00 mm² | 11772.38 mm²
| Volume enrolamento 1 | 10008.15 mm³ | 9038.36 mm³ | 9038.36 mm³ | 5463.21 mm³ | 4558.95 mm³
| Volume enrolamento 2 | 12606.32 mm³ | 10687.70 mm³ | 10687.70 mm³ | 7082.39 mm³ | 6573.02 mm³
| AreaS enrolamento 1 | 7115.92 mm² | 12309.39 mm² | 12309.39 mm² | 4381.61 mm² | 2825.77 mm²
| AreaS enrolamento 2 | 8963.25 mm² | 14555.63 mm² | 14555.63 mm² | 5680.23 mm² | 4074.15 mm²
| Volume do barramento | 119523.88 mm³ | 125176.37 mm³ | 164819.73 mm³ | 62413.22 mm³ | 43914.80 mm³
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| VRMS1 | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V
| VRMS2 | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V | 400.00 V | 400.00 V
| IRMS1 | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A | 1.500 A | 1.500 A
| IRMS2 | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A | 1.500 A | 1.500 A
| a1 | 1.000 | 1.000 | 1.000 | 1.000 | 1.000
| a2 | 0.500 | 0.500 | 0.500 | 1.000 | 1.000
| Bmax | 98.88 mT | 98.88 mT | 98.88 mT | 126.10 mT | 132.62 mT
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| LMag | 52.799 mH | 34.281 mH | 32.465 mH | 60.938 mH | 75.107 mH
| Rcc1 | 207.919 mOhm | 99.290 mOhm | 99.290 mOhm | 204.356 mOhm | 217.390 mOhm
| Rcc2 | 51.980 mOhm | 66.550 mOhm | 66.550 mOhm | 204.356 mOhm | 217.390 mOhm
| Rca1 | 462.233 mOhm | 102.874 mOhm | 102.874 mOhm | 833.911 mOhm | 2103.812 mOhm
| Rca2 | 108.441 mOhm | 68.952 mOhm | 68.952 mOhm | 833.911 mOhm | 2103.812 mOhm
| PcuCC total | 3.851 W | 3.384 W | 3.384 W | 0.920 W | 0.978 W
| PcuCC1 | 1.925 W | 0.919 W | 0.919 W | 0.460 W | 0.489 W
| PcuCC2 | 1.925 W | 2.465 W | 2.465 W | 0.460 W | 0.489 W
| PcuCA total | 8.297 W | 3.507 W | 3.507 W | 3.753 W | 9.467 W
| PcuCA1 | 4.280 W | 0.953 W | 0.953 W | 1.876 W | 4.734 W
| PcuCA2 | 4.017 W | 2.554 W | 2.554 W | 1.876 W | 4.734 W
| Pfe | 3.608 W | 5.195 W | 5.653 W | 3.565 W | 3.330 W
| PfeSqr | 3.427 W | 4.934 W | 5.369 W | 3.385 W | 3.162 W
| PtotalCC | 7.459 W | 8.579 W | 9.037 W | 4.484 W | 4.308 W
| PtotalCA | 11.724 W | 8.440 W | 8.875 W | 7.138 W | 12.629 W
| Rendimento CC, FP = 0.900 | 99.32 % | 99.22 % | 99.18 % | 99.17 % | 99.20 %
| Rendimento CA, FP = 0.900 | 98.93 % | 99.23 % | 99.19 % | 98.68 % | 97.66 %
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| Espiras enrolamento 1 | 56 | 56 | 56 | 65 | 72
| Espiras enrolamento 2 | 28 | 28 | 28 | 65 | 72
| Condutor utilizado w1 | 24AWG | 24AWG | 24AWG | 19AWG | 19AWG
| Condutor utilizado w2 | 24AWG | 24AWG | 24AWG | 19AWG | 19AWG
| Condutores em paralelo 1 | 3 | 3 | 3 | 1 | 1
| Condutores em paralelo 2 | 6 | 6 | 6 | 1 | 1
| Diâmetro int. AWG (cobre)w1| 0.51 mm | 0.51 mm | 0.51 mm | 0.91 mm | 0.91 mm
| Diâmetro int. AWG (cobre)w2| 0.51 mm | 0.51 mm | 0.51 mm | 0.91 mm | 0.91 mm
| Área int. AWG (cobre) w1 | 0.20 mm² | 0.20 mm² | 0.20 mm² | 0.65 mm² | 0.65 mm²
| Área int. AWG (cobre) w2 | 0.20 mm² | 0.20 mm² | 0.20 mm² | 0.65 mm² | 0.65 mm²
| Área chicote (cobre) w1 | 0.61 mm² | 0.61 mm² | 0.61 mm² | 0.65 mm² | 0.65 mm²
| Área chicote (cobre) w2 | 1.23 mm² | 1.23 mm² | 1.23 mm² | 0.65 mm² | 0.65 mm²
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| Tamanho enrolamento 1 | 6.42 m | 5.44 m | 5.44 m | 6.18 m | 6.57 m
| Tamanho enrolamento 2 | 3.21 m | 2.72 m | 2.72 m | 6.18 m | 6.57 m
| Comprimento Xw 1 | 3.07 mm | 1.50 mm | 1.50 mm | 2.77 mm | 4.07 mm
| Comprimento Xw 2 | 3.07 mm | 1.50 mm | 1.50 mm | 2.77 mm | 4.07 mm
| Comprimento C2w | 33.00 mm | 70.00 mm | 70.00 mm | 24.60 mm | 15.50 mm
| Área ocupada Xw 1 | 101.47 mm² | 105.00 mm² | 105.00 mm² | 68.27 mm² | 63.16 mm²
| Área ocupada Xw 2 | 101.47 mm² | 105.00 mm² | 105.00 mm² | 68.27 mm² | 63.16 mm²
| Camadas y enrolamento 1 | 25 | 52 | 52 | 25 | 17
274

| Camadas y enrolamento 2 | 18 | 37 | 37 | 25 | 17
| Camadas x enrolamento 1 | 3.000 | 1.000 | 1.000 | 3.000 | 5.000
| Camadas x enrolamento 2 | 2.000 | 1.000 | 1.000 | 3.000 | 5.000
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| A | 37.500 mm | 35.900 mm | 35.900 mm | 29.500 mm | 39.200 mm
| B | 17.200 mm | 21.900 mm | 21.900 mm | 12.200 mm | 16.700 mm
| Bi | 0.00 mm | 4.40 mm | 4.40 mm | 0.00 mm | 3.30 mm
| C* | 18.500 mm | 37.000 mm | 37.000 mm | 14.800 mm | 10.250 mm
| D | 21.000 mm | 57.334 mm | 34.400 mm | 20.000 mm | 43.720 mm
| E | 54.700 mm | 42.900 mm | 47.000 mm | 41.700 mm | 43.100 mm
| F* | 27.800 mm | 43.300 mm | 47.500 mm | 21.200 mm | 15.050 mm
| X | 10.150 mm | 7.000 mm | 7.000 mm | 8.650 mm | 11.250 mm
| Y | 9.300 mm | 6.300 mm | 10.500 mm | 6.400 mm | 4.800 mm
| Z | 8.600 mm | 3.500 mm | 5.550 mm | 6.100 mm | 1.950 mm
| Altura do carretel hW | 33.000 mm | 70.000 mm | 70.000 mm | 24.600 mm | 15.500 mm
| Largura do carretel lW | 8.150 mm | 5.000 mm | 5.000 mm | 7.550 mm | 10.150 mm
| Ângulo de abertura (Pote) | 0.0 ° | 30.0 ° | 90.0 ° | 0.0 ° | 30.0 °
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
| ku calculado | 0.2558 | 0.1965 | 0.1965 | 0.4569 | 0.5974
| Elevação de temperatura w1 | 77.272 °C | 36.710 °C | 36.268 °C | 73.016 °C | 139.086 °C
| Elevação de temperatura w2 | 76.754 °C | 36.675 °C | 36.172 °C | 72.371 °C | 139.331 °C
| Elev. de temp. núcleo | 74.41 °C | 36.43 °C | 36.44 °C | 72.56 °C | 132.00 °C
| Elev. temp. simplificada CC| 43.58 °C | 42.90 °C | 45.27 °C | 41.04 °C | 47.30 °C
| Elev. temp. simplificada CA| 63.32 °C | 42.32 °C | 44.60 °C | 60.26 °C | 115.01 °C
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------|-----------------
Parâmetros predefinidos:
Folga vertical no carretel: 2.00 mm
Folga lateral no carretel: 2.00 mm
Isolação entre enrolamentos: 1.00 mm
ku definido = 0.5000

Fonte: produção do próprio autor.

O Quadro 16 apresenta os resultados de saída do algoritmo de otimização utilizados


na simulação final com as devidas correções dos coeficientes de Steinmetz e resistências CC e
CA.

Quadro 16 - Resultados do arquivo de saída para a simulação final dos barramentos estendidos.
--------------------------------------------------------------
- Comparativo das Geometrias -
--------------------------------------------------------------
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| Grandeza | Shell (EE) | Pote estendido 2| Xs estendido 2 |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| Ac | 345.69 mm² | 345.69 mm² | 345.69 mm² |
| Wa | 268.95 mm² | 350.00 mm² | 350.00 mm² |
| Ap | 97144.74 mm^4 | 120991.50 mm^4 | 120991.50 mm^4 |
| Wa sem carretel | 375.55 mm² | 518.00 mm² | 518.00 mm² |
| MLT | 114.57 mm | 95.82 mm | 95.82 mm |
| MPL | 121.32 mm | 186.40 mm | 196.60 mm |
| Volume do núcleo | 42500.00 mm³ | 66505.74 mm³ | 72245.48 mm³ |
| Área superf. do núcleo | 13173.64 mm² | 27751.50 mm² | 23243.02 mm² |
| Volume enrolamento 1 | 10008.15 mm³ | 8906.42 mm³ | 8906.42 mm³ |
| Volume enrolamento 2 | 12606.32 mm³ | 10555.75 mm³ | 10555.75 mm³ |
| AreaS enrolamento 1 | 7115.92 mm² | 12129.69 mm² | 12129.69 mm² |
| AreaS enrolamento 2 | 8963.25 mm² | 14375.93 mm² | 14375.93 mm² |
| Volume do barramento | 119523.88 mm³ | 121418.36 mm³ | 159273.31 mm³ |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| VRMS1 | 400.00 V | 400.00 V | 400.00 V |
| VRMS2 | 200.00 V | 200.00 V | 200.00 V |
| IRMS1 | 3.043 A | 3.043 A | 3.043 A |
| IRMS2 | 6.086 A | 6.086 A | 6.086 A |
| a1 | 1.000 | 1.000 | 1.000 |
| a2 | 0.500 | 0.500 | 0.500 |
| Bmax | 98.88 mT | 98.06 mT | 98.06 mT |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| LMag | 50.531 mH | 32.888 mH | 31.182 mH |
| Rcc1 | 99.000 mOhm | 99.290 mOhm | 99.290 mOhm |
| Rcc2 | 67.000 mOhm | 66.550 mOhm | 66.550 mOhm |
| Rca1 | 149.000 mOhm | 113.697 mOhm | 113.697 mOhm |
| Rca2 | 101.000 mOhm | 68.952 mOhm | 68.952 mOhm |
| PcuCC total | 3.398 W | 3.384 W | 3.384 W |
| PcuCC1 | 0.917 W | 0.919 W | 0.919 W |
| PcuCC2 | 2.482 W | 2.465 W | 2.465 W |
| PcuCA total | 5.121 W | 3.607 W | 3.607 W |
275

| PcuCA1 | 1.380 W | 1.053 W | 1.053 W |


| PcuCA2 | 3.741 W | 2.554 W | 2.554 W |
| Pfe | 7.289 W | 11.172 W | 12.136 W |
| PfeSqr | 7.330 W | 10.610 W | 11.526 W |
| PtotalCC | 10.687 W | 14.556 W | 15.520 W |
| PtotalCA | 12.451 W | 14.217 W | 15.132 W |
| Rendimento CC, FP = 0.900 | 99.02 % | 98.67 % | 98.58 % |
| Rendimento CA, FP = 0.900 | 98.86 % | 98.70 % | 98.62 % |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| Espiras enrolamento 1 | 56 | 59 | 59 |
| Espiras enrolamento 2 | 28 | 30 | 30 |
| Condutor utilizado w1 | 32AWG | 32AWG | 32AWG |
| Condutor utilizado w2 | 32AWG | 32AWG | 32AWG |
| Condutores em paralelo 1 | 32 | 32 | 32 |
| Condutores em paralelo 2 | 32 | 32 | 32 |
| Diâmetro int. AWG (cobre)w1| 0.20 mm | 0.20 mm | 0.20 mm |
| Diâmetro int. AWG (cobre)w2| 0.20 mm | 0.20 mm | 0.20 mm |
| Área int. AWG (cobre) w1 | 0.03 mm² | 0.03 mm² | 0.03 mm² |
| Área int. AWG (cobre) w2 | 0.03 mm² | 0.03 mm² | 0.03 mm² |
| Área chicote (cobre) w1 | 1.02 mm² | 1.02 mm² | 1.02 mm² |
| Área chicote (cobre) w2 | 1.02 mm² | 1.02 mm² | 1.02 mm² |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| Tamanho enrolamento 1 | 6.42 m | 5.65 m | 5.65 m |
| Tamanho enrolamento 2 | 3.21 m | 2.87 m | 2.87 m |
| Comprimento Xw 1 | 3.07 mm | 1.50 mm | 1.50 mm |
| Comprimento Xw 2 | 3.07 mm | 1.50 mm | 1.50 mm |
| Comprimento C2w | 33.00 mm | 70.00 mm | 70.00 mm |
| Área ocupada Xw 1 | 101.47 mm² | 105.00 mm² | 105.00 mm² |
| Área ocupada Xw 2 | 101.47 mm² | 105.00 mm² | 105.00 mm² |
| Camadas y enrolamento 1 | 25 | 53 | 53 |
| Camadas y enrolamento 2 | 18 | 38 | 38 |
| Camadas x enrolamento 1 | 3.000 | 2.000 | 2.000 |
| Camadas x enrolamento 2 | 2.000 | 1.000 | 1.000 |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| A | 37.500 mm | 35.500 mm | 35.500 mm |
| B | 17.200 mm | 21.500 mm | 21.500 mm |
| Bi | 0.00 mm | 4.30 mm | 4.30 mm |
| C* | 18.500 mm | 37.000 mm | 37.000 mm |
| D | 21.000 mm | 56.287 mm | 33.772 mm |
| E | 54.700 mm | 42.300 mm | 46.300 mm |
| F* | 27.800 mm | 43.200 mm | 47.300 mm |
| X | 10.150 mm | 7.000 mm | 7.000 mm |
| Y | 9.300 mm | 6.200 mm | 10.300 mm |
| Z | 8.600 mm | 3.400 mm | 5.400 mm |
| Altura do carretel hW | 33.000 mm | 70.000 mm | 70.000 mm |
| Largura do carretel lW | 8.150 mm | 5.000 mm | 5.000 mm |
| Qtd. Núcleos C (Matrix) | 0 | 0 | 0 |
| Âng. Núcleos C (Matrix) | 0.0 ° | 0.0 ° | 0.0 ° |
| Ângulo de abertura (Pote) | 0.0 ° | 30.0 ° | 90.0 ° |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
| Comprimento Xw Sequencial | 8.15 mm | 0.00 mm | 0.00 mm |
| Comprimento C2w Seq. 1 | 16.00 mm | 0.00 mm | 0.00 mm |
| Comprimento C2w Seq. 2 | 16.00 mm | 0.00 mm | 0.00 mm |
| Área ocupada Sequencial 1 | 130.40 mm² | 0.00 mm² | 0.00 mm² |
| Área ocupada Sequencial 2 | 130.40 mm² | 0.00 mm² | 0.00 mm² |
| ku calculado | 0.3201 | 0.2606 | 0.2606 |
| Elevação de temperatura w1 | 94.178 °C | 94.894 °C | 100.306 °C |
| Elevação de temperatura w2 | 93.607 °C | 94.726 °C | 100.018 °C |
| Elev. de temp. núcleo | 95.16 °C | 95.48 °C | 101.88 °C |
| Elev. temp. simplificada CC| 58.65 °C | 67.41 °C | 71.91 °C |
| Elev. temp. simplificada CA| 66.54 °C | 66.11 °C | 70.42 °C |
|----------------------------|-----------------|-----------------|-----------------|
* Apenas um núcleo C ou E pote, para composição do núcleo completo, esta medida é multipli-
cada por 2.
Núcleo EE escolhido: NEE-55/28/21 na posição 10

Parâmetros predefinidos:
Folga vertical no carretel: 2.00 mm
Folga lateral no carretel: 2.00 mm
Isolação entre enrolamentos: 1.00 mm
ku definido = 0.5000
Fonte: produção do próprio autor.
277

APÊNDICE D - Diagramas esquemáticos e códigos fonte dos módulos utilizados

Este apêndice é destinado a apresentar os diagramas esquemáticos e principais espe-


cificações do conversor DAB que não são relevantes em relação ao objetivo da tese, mas in-
dispensáveis para sua execução.

D.1 CONVERSOR DAB

O conversor DAB foi projetado e montado por (MAMEDE, 2016). O diagrama es-
quemático deste conversor é apresentado na Figura 142.

Figura 142 - Diagrama esquemático do conversor DAB.


VCC VCC 1: + Iin 1: Iin
PWM2H 10 5 2: -
Iout 2: Iout
Molex
PWM2L 9 4
R1 GND
VCC 3: VCC
C3 C4
Ref PWM 8 3 100nF 22uF
GND 4: GND
PWM1H 7 2 Referencia medição
Medição Corrente 5: Vout
L1
PWM1L 6 1 Medição Corrente
GND Referencia medição 6: Vref
Cabo fita
CASR

PWM1H 1: PWM PWM1L 1: PWM PWM1L 1: PWM PWM1H 1: PWM PWM2H 1: PWM PWM2L 1: PWM PWM2L 1: PWM PWM2H 1: PWM

Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref Ref PWM 2: Ref

GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND GND 3: GND

VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC VCC 4: VCC

S S1 5: Source S S2 5: Source S S3 5: Source S S4 5: Source S S5 5: Source S S6 5: Source S S7 5: Source S S8 5: Source

G S1 6: Gate G S2 6: Gate G S3 6: Gate G S4 6: Gate G S5 6: Gate G S6 6: Gate G S7 6: Gate G S8 6: Gate


Driver1 Driver2 Driver3 Driver4 Driver5 Driver6 Driver7 Driver8

Iin Iout

S1 S3 S5 S7
G S1 G S3 G S5 G S7
S S1 S S3 S S5 S S7

P1 L P2
Cb
+ +
- -
C1 C2
Rebite Rebite

S2 S4 S6 S8
G S2 G S4 G S6 G S8
S S2 S S4 S S6 S S8

Fonte: produção do próprio autor.

O conversor foi projetado para trabalhar com tensão de 400 V e potência de 1 kW,
sendo assim, o indutor foi aproveitado do protótipo, descartando apenas o transformador ori-
ginal. As especificações do conversor DAB são descritas no Quadro 17.
278

Quadro 17 - Componentes e especificações do conversor DAB.

Componente Fabricante Modelo Características


Interruptores S1 a S8 International Rectifier IRGP50B60PD VCE = 600 V
IC =33 A
Capacitores C1, C2 e Cb Vishay MKP1848620704P4 20 µF
Indutor (MAMEDE, 2016) - 180 µH
Conversor DAB (MAMEDE, 2016) - Pmax = 1 kW
Vmax = 400 V
Fonte: produção do próprio autor.

D.2 UNIDADE DE COMANDO

A geração de pulsos para os conversores MAB é realizada por um DSP F28377S da


Texas Instrumens apresentado na Figura 143.

Figura 143 - Kit de desenvolvimento LAUNCHXL-F28377S da Texas Instrumens.

Fonte: Texas Instrumens.

O módulo de comando foi desenvolvido para esta tese com possibilidade de aplica-
ções em trabalhos futuros. O diagrama esquemático é apresentado na Figura 144. Esta placa
de comando é composta por um display LCD de 16x2, 4 encoders digitais para alterar indivi-
dualmente cada porta do conversor MAB e um circuito de buffer para criar um caminho de
alta impedância entre o comando e a placa de potência do conversor DAB, gerando uma pro-
teção adicional ao DSP. O kit de desenvolvimento LAUNCHXL-F28377S é conectado nos
terminais DSPA, DSPB, DSPC e DSPD.
279

Figura 144 - Diagrama esquemático da unidade de comando dos conversores.


3V3

R1 4K7 - 0.1W - 0805 R7 1K - 0.1W - 0805 5V 5V 5V CLK2 1 ePWM2Ao 10 5 GND


R2 1K - 0.1W - 0805 R8 1K - 0.1W - 0805 C32 DT2
C1 100nF 2
R3 1K - 0.1W - 0805 R9 1K - 0.1W - 0805 P1 Bot2 3 ePWM2Bo 9 4 GND
R4 1K - 0.1W - 0805 R10 1K - 0.1W - 0805 1K - 0.1W - 0805 Cap C12 C13
GND 1 3V3 4
R5 1K - 0.1W - 0805 R12 1K - 0.1W - 0805 R11 100pF Cap Cap
5V 2 100pF 100pF 5 GND 8 3 GND
R6 1K - 0.1W - 0805 GND 3 GND
R Phi1 ePWM6Ao
4 GND GND GND GND 7 2
GND E GND 5 3V3 ePWM6Bo
6 6 1
DB0 CLK3
DB1 7 5V 3V3 DT3 1 DAB1
DB2 8 C33 Bot3 2
9 3
DB3 C30 5V C31 100nF ePWM7Ao
10 3V3 4 10 5 GND
DB4 Cap Pol3 Cap Pol3
DB5 11 5 ePWM7Bo
DB6 12 VCC GND Phi2 9 4 GND
DB7 13 GND
R13 14 GND 8 3 GND
5V 15 GND GND 3V3
3R3 - 1/4W ePWM8Ao
16 3V3A 5V DT4 7 2
C34 1
Display CLK4 2 ePWM8Bo 6 1
GND 100nF Bot4
R14 R25 3
DAB2
GND GND GND GND GND GND GND GND GND GND 1K - 0.1W - 0805 1K - 0.1W - 0805 3V3 4
5
C2 22pF - 0805 C5 22pF - 0805 C8 22pF - 0805 C11 22pF - 0805 GND
C3 22pF - 0805 C6 22pF - 0805 C9 22pF - 0805 Phi3 ePWM9Ao 10 5 GND

1
C4 22pF - 0805 C7 22pF - 0805 C10 22pF - 0805 GND
Led_1 Led_2 ePWM9Bo 9 4 GND
JPa1 3V3

2
Jumper CLK5 1 GND 8 3 GND
DT5
C35 2
1
2

JPa2 Bot5
GND GND 100nF 3 7 2
Jumper 5V VR1 3V3A
3V3 4
3 2
Vin Vout 3V3 5 6 1
1
2

C14
P2 C15 GND C16 GND Phi4 DAB3
C17 Cap Pol3
100nF Cap Pol3 100nF GND
5V 1
1

LM3940 3V3
2
5V GND
GND GND GND C36 C25 22pF - 0805
100nF C26 22pF - 0805
DSPA DSPB C27 22pF - 0805 DSPC DSPD
3V3 J1 J3 J4 J2 C28 22pF - 0805 J5 J7 J8 J6
1 21 ePWM7A 40 20 GND C29 22pF - 0805 41 61 ePWM2A 80 60
Bot5 ePWM7B DB7 ePWM2B DB0
C18 22pF - 0805 GND DT5 2 22 ePWM8A 39 19 DB6 Bot3 42 62 ePWM6A 79 59
GND 3 23 38 18 GND 43 63 78 58
C19 22pF - 0805 GND CLK5 4 24 ePWM8B 37 17 GND GND DT3 44 64 ePWM6B 77 57 GND
C20 22pF - 0805 5 25 GND ePWM9A 36 16 45 65 GND 76 56
C21 22pF - 0805 6 26 ePWM9B 35 15 DB5 46 66 75 55
C22 22pF - 0805 CLK3 E DB4 Bot2
GND 7 27 34 14 GND 47 67 74 54
C23 22pF - 0805 GND Bot4 8 28 R 33 13 DB3 48 68 73 53
C24 22pF - 0805 GND CLK4 9 29 32 12 DB2 GND DT2 49 69 72 52
GND DT4 10 30 31 11 DB1 GND CLK2 50 70 71 51
DSP DSP DSP DSP
5V 5V

U1E
R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 R22 R23 R24
820R - 0.1W - 0805 820R - 0.1W - 0805 11 10

ePWM2Bo ePWM8Ao
ePWM7Bo GND SN7407N
ePWM2Ao ePWM8Bo U1D
ePWM6Bo ePWM7Ao ePWM9Bo 9 8

ePWM6Ao ePWM9Ao
GND SN7407N
12

12

10
4

U1B U1C U1F U1A U2C U2B U2A U2D U2F U2E
SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N SN7407N
3

13

13

11

ePWM2B ePWM8A

ePWM2A ePWM8B
ePWM7B
ePWM6B ePWM9B

ePWM6A ePWM7A ePWM9A

R26 R27 R28 R29 R30 R31 R32 R33 R34 R35

GND GND

Fonte: produção do próprio autor.


280

APÊNDICE E - Ensaio de curto circuito

Este apêndice é destinado a apresentar o detalhamento das medições e resultados ob-


tidos para os ensaios de curto circuito. As medições feitas no analisador de potências WT1800
para os ensaios de curto circuito são apresentados na Figura 145, Figura 146, Figura 147, Fi-
gura 148 e Figura 149.

Figura 145 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T01: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 146 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T02: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.
281

Figura 147 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T03: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 148 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P01 – T04: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 149 - Dados o ensaio de curto circuito no barramento magnético P02 – T05: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.
282

Os resultados amostrados pelo osciloscópio e tratados no MATLAB são apresenta-


dos na Figura 153, Figura 151, Figura 152, Figura 153 e Figura 154.

Figura 150 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T01. (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 151 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T02: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
283

Figura 152 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T03: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 153 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P01 – T04: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
284

Figura 154 - Formas de onda de tensão e corrente para o barramento magnético P02 – T05: (a) tensão e corrente
com valores originais, reconstruídos com frequência de corte de 1,5 MHz por meio do algoritmo de
FFT e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico de tensão e corrente.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

As formas de onda para medição de potência ativa são apresentadas na Figura 155,
Figura 156, Figura 157, Figura 158 e Figura 159.

Figura 155 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T01. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
285

Figura 156 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T02. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 157 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T03. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
286

Figura 158 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T04. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 159 - Potência instantânea para o ensaio de curto circuito no T05. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Os resultados obtidos nas medições e em cada passo de cálculo são apresentados na


Tabela 43, Tabela 44, Tabela 45, Tabela 46 e Tabela 47.
287

Tabela 43 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento magnético T01.
Medição/ Analisador de Analisador de
Osciloscópio
Resultado potência impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 37,46 18,03 36,26 17,47
Irms [A] 3,06 6,10 3,17 6,17
Irms no enrolamento oposto [A] 6,19 3,01
Potência ativa [W] 14,47 15,80 17,06 16,40
THDv [%] 0,504 0,575 0,504 0,575
THDi [%] 0,149 0,152 0,149 0,152
Vrms1 [V] 33,46 15,63 32,39 15,15
Irms1 [A] 3,03 6,03 3,13 6,10
Rs [Ω] 1,547 0,425 1,714 0,456 1,702 0,431
P1 [W] 14,16 15,44 16,69 16,02
S1 [VA] 101,22 94,26 101,44 92,40
Q1 [Var] 100,23 92,99 100,05 91,00
X1 [Ω] 10,95 2,56 10,20 2,45
Ls [µH] 34,86 8,14 32,67 8,46 32,47 7,78
Req [Ω] ¹ 1,643 0,401 1,790 0,437 1,733 0,423
R [Ω] ¹ 0,727 0,224 0,793 0,244 0,763 0,237
Rcc [mΩ] ¹ 129,34 39,75 129,34 39,75 124,34 38,60
Fr ¹ 5,623 5,623 6,129 6,129 6,136 6,136
Leq [µH] ¹ 34,09 8,33 33,64 8,22 32,17 7,86
Llk [µH] ¹ 15,09 4,64 14,90 4,58 14,17 4,40
¹ grandezas calculadas para cada enrolamento a partir dos dados disponibilizados no ensaio.
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 44 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento magnético T02.
Analisador de
Medição/Resultado Analisador de potência Osciloscópio
impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 27,08 12,90 26,75 12,62
Irms [A] 3,03 6,03 3,18 6,09
Irms no enrolamento oposto [A] 6,16 2,98
Potência ativa [W] 13,64 14,10 15,31 13,64
THDv [%] 0,531 0,629 0,531 0,629
THDi [%] 0,154 0,172 0,154 0,172
Vrms1 [V] 23,92 10,92 23,63 10,69
Irms1 [A] 3,00 5,94 3,15 6,01
Rs [Ω] 1,482 0,388 1,517 0,428 1,511 0,367
P1 [W] 13,32 13,70 14,95 13,25
S1 [VA] 71,73 64,91 74,32 64,18
Q1 [Var] 70,48 63,45 72,80 62,80
X1 [Ω] 7,84 1,80 7,36 1,74
Ls [µH] 24,95 5,72 22,73 5,90 23,42 5,54
Req [Ω] ¹ 1,539 0,374 1,640 0,398 1,512 0,367
R [Ω] ¹ 0,645 0,217 0,688 0,231 0,691 0,199
Rcc [mΩ] ¹ 118,46 39,86 118,46 39,86 114,48 32,98
Fr ¹ 5,446 5,446 5,804 5,804 6,040 6,040
Leq [µH] ¹ 24,25 5,89 23,52 5,71 23,12 5,61
Llk [µH] ¹ 10,16 3,42 9,86 3,32 10,57 3,05
¹ grandezas calculadas para cada enrolamento a partir dos dados disponibilizados no ensaio.
Fonte: produção do próprio autor.
288

Tabela 45 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento magnético T03.
Medição/ Analisador de
Analisador de potência Osciloscópio
Resultado impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 46,10 22,32 44,50 21,55
Irms [A] 3,03 6,02 3,11 6,06
Irms no enrolamento oposto [A] 6,12 2,97 - -
Potência ativa [W] 4,08 6,00 7,15 7,69
THDv [%] 0,500 0,565 0,500 0,565
THDi [%] 0,129 0,131 0,129 0,131
Vrms1 [V] 41,23 19,43 39,80 18,76
Irms1 [A] 3,00 5,97 3,09 6,01
Rs [Ω] 0,445 0,165 0,598 0,177 0,737 0,209
P1 [W] 4,01 5,90 7,03 7,56
S1 [VA] 123,88 116,01 122,94 112,72
Q1 [Var] 123,81 115,86 122,74 112,47
X1 [Ω] 13,71 3,25 12,86 3,12
Ls [µH] 43,65 10,35 41,23 10,55 40,95 9,92
Req [Ω] ¹ 0,560 0,137 0,661 0,162 0,796 0,195
R [Ω] ¹ 0,149 0,101 0,176 0,119 0,211 0,143
Rcc [mΩ] ¹ 99,00 67,00 99,00 67,00 95,52 65,05
Fr ¹ 1,503 1,503 1,774 1,774 2,204 2,204
Leq [µH] ¹ 42,96 10,51 42,17 10,32 40,74 9,97
Llk [µH] ¹ 11,41 7,72 11,20 7,58 10,77 7,33
¹ grandezas calculadas para cada enrolamento a partir dos dados disponibilizados no ensaio.
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 46 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento magnético T04.
Medição/ Analisador de
Analisador de potência Osciloscópio
Resultado impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 401,80 202,69 422,99 194,34
Irms [A] 2,95 6,04 3,05 6,04
Irms no enrolamento oposto [A] 5,97 2,96 - -
Potência ativa [W] 52,22 70,50 42,77 88,58
THDv [%] 0,487 0,495 0,487 0,495
THDi [%] 0,137 0,155 0,137 0,155
Vrms1 [V] 361,20 181,67 380,25 174,19
Irms1 [A] 2,93 5,97 3,02 5,97
Rs [Ω] 5,983 1,934 9,432 2,378 4,606 2,428
P1 [W] 51,26 68,84 41,99 86,50
S1 [VA] 1057,28 1083,99 1148,16 1039,69
Q1 [Var] 1056,04 1081,80 1147,39 1036,09
X1 [Ω] 123,25 30,39 125,85 29,08
Ls [µH] 392,32 96,72 365,12 91,61 400,58 92,58
Req [Ω] ¹ 6,936 1,700 9,566 2,345 7,255 1,779
R [Ω] ¹ 3,434 0,858 4,736 1,184 3,201 0,994
Rcc [mΩ] ¹ 135,32 33,83 135,32 33,83 124,34 38,60
Fr ¹ 25,376 25,376 34,998 34,998 25,747 25,747
Leq [µH] ¹ 393,45 96,45 369,41 90,55 389,12 95,39
Llk [µH] ¹ 194,79 48,70 182,89 45,72 171,70 53,30
¹ grandezas calculadas para cada enrolamento a partir dos dados disponibilizados no ensaio.
Fonte: produção do próprio autor.
289

Tabela 47 - Parâmetros calculados para o ensaio de curto circuito para o barramento magnético T05.
Medição/ Analisador de
Analisador de potência Osciloscópio
Resultado impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 22,19 22,59 21,31 21,92
Irms [A] 1,54 1,57 1,58 1,61
Irms no enrolamento oposto [A] 1,54 1,56 - -
Potência ativa [W] 10,39 11,00 10,88 11,54
THDv [%] 0,521 0,531 0,521 0,531
THDi [%] 0,180 0,181 0,180 0,181
Vrms1 [V] 19,68 19,96 18,89 19,36
Irms1 [A] 1,51 1,54 1,55 1,59
Rs [Ω] 4,389 4,463 4,332 4,334 4,378 4,444
P1 [W] 10,07 10,65 10,54 11,17
S1 [VA] 29,80 30,83 29,31 30,71
Q1 [Var] 28,05 28,93 27,35 28,60
X1 [Ω] 12,23 12,12 11,36 11,37
Ls [µH] 38,93 38,59 37,22 37,25 36,17 36,20
Req [Ω] ¹ 4,443 4,409 4,349 4,317 4,428 4,395
R [Ω] ¹ 1,980 2,444 1,939 2,392 2,442 1,971
Rcc [mΩ] ¹ 158,60 195,72 158,60 195,72 184,79 149,17
Fr ¹ 12,487 12,487 12,224 12,224 13,214 13,214
Leq [µH] ¹ 38,90 38,61 37,38 37,10 36,33 36,05
Llk [µH] ¹ 17,34 21,40 16,66 20,56 20,03 16,17
¹ grandezas calculadas para cada enrolamento a partir dos dados disponibilizados no ensaio.
Fonte: produção do próprio autor.
290

APÊNDICE F - Ensaio de circuito aberto

Este apêndice é destinado a apresentar o detalhamento das medições e resultados ob-


tidos para os ensaios de circuito aberto. As medições feitas no analisador de potências
WT1800 para os ensaios de curto circuito são apresentados na Figura 160, Figura 161, Figura
162, Figura 163 e Figura 164.

Figura 160 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T01: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 161 - Dados o ensaio circuito aberto no barramento magnético P01 – T02: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.
291

Figura 162 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T03: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 163 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P01 – T04: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.

Figura 164 - Dados o ensaio de circuito aberto no barramento magnético P02 – T05: (a) E01 e (b) E02.

(a) (b)
Fonte: gerada pelo analisador de potências WT1800.
292

Os resultados amostrados pelo osciloscópio e tratados no MATLAB são apresenta-


dos na Figura 165, Figura 166, Figura 167, Figura 168 e Figura 169.

Figura 165 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T01: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
293

Figura 166 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T02: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
294

Figura 167 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T03: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 168 - Formas de onda o barramento magnético P01 – T04: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
295

Figura 169 - Formas de onda o barramento magnético P02 – T05: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 170 - Formas de onda o barramento magnético P02 – T06: (a) tensão e corrente com valores originais,
reconstruídos e na frequência fundamental de 50 kHz. (b) Espectro harmônico.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
296

As formas de onda da potência medida nos ensaios de circuito aberto são apresenta-
das na Figura 171, Figura 172, Figura 173, Figura 174 e Figura 175.

Figura 171 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T01. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 172 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T02. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
297

Figura 173 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T03. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

Figura 174 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T04. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.
298

Figura 175 - Potência instantânea para o ensaio de circuito aberto no T05. (a) E01 e (b) E02.

(a)

(b)
Fonte: produção do próprio autor.

O resumo dos resultados lidos nos equipamentos de medição são apresentados na


Tabela 48, Tabela 49, Tabela 50, Tabela 51 e Tabela 52.

Tabela 48 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento magnético T01.
Analisador de
Medição/Resultado Analisador de potência Osciloscópio
impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 401,1 200,2 423,7 207,1
Vrms no enrolamento oposto [V] 201,8 405,7 210,6 438,5
Irms [mA] 138,90 292,80 154,36 342,23
Potência ativa [W] 7,38 8,41 4,86 6,67
THDv [%] 0,475 0,498 0,475 0,498
THDi [%] 0,471 1,304 0,471 1,304
Vrms1 [V] 362,28 179,19 379,10 185,38
Irms1 [A] 125,66 178,15 29,26 46,88
Rp [Ω] 21,802 4,764 36,946 6,426
P1 [W] 6,02 6,74 3,89 5,35
S1 [VA] 45,53 31,92 11,09 8,69
Q1 [VAr] 45,13 31,20 10,39 6,85
X1 [Ω] 2908,47 1029,00 13836,6 5017,1
LC [µH] 9,258 3,275 20,95 5,25 44,043 15,970
CC [pF] 59,97 239,16
a (n2/n1) 0,503 - 0,501 - 0,497 -
RC [kΩ] 21,802 4,764 - - 36,946 6,426
Lmag [mH] 11,099 2,809 20,95 5,25 54,334 13,427
Cp [pF] - - 59,97 239,15 - -
Fonte: produção do próprio autor.
299

Tabela 49 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento magnético T02.
Analisador de Analisador de
Medição/Resultado Osciloscópio
potência impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 403,5 201,1 422,0 205,9
Vrms no enrolamento oposto [V] 205,5 414,1 213,9 435,3
Irms [mA] 206,60 512,00 146,32 347,57
Potência ativa [W] 10,70 16,65 1,00 0,49
THDv [%] 0,476 0,473 0,476 0,473
THDi [%] 0,633 1,417 0,633 1,417
Vrms1 [V] 364,36 181,78 377,23 183,73
Irms1 [A] 174,61 295,19 28,70 38,52
Rp [Ω] 15,216 2,428 178,124 86,769
P1 [W] 8,72 13,61 0,80 0,39
S1 [VA] 63,62 53,66 10,83 7,08
Q1 [VAr] 63,02 51,90 10,80 7,07
X1 [Ω] 2106,66 636,64 13178,6 4777,4
LC [µH] 6,706 2,026 18,64 4,69 41,949 15,207
CC [pF] 108,3 430,7
a (n2/n1) 0,509 - 0,502 - 0,507 -
RC [kΩ] 15,216 2,428 - - 178,124 86,769
Lmag [mH] 7,258 1,883 18,64 4,69 50,564 12,993
Cp [pF] - - 108,34 430,69 - -
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 50 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento magnético T03.
Analisador de Analisador de
Medição/Resultado Osciloscópio
potência impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 402,3 198,9 420,6 206,3
Vrms no enrolamento oposto [V] 201,6 406,3 211,6 424,0
Irms [mA] 122,80 308,40 163,18 180,23
Potência ativa [W] 7,80 8,36 4,87 6,36
THDv [%] 0,473 0,460 0,473 0,460
THDi [%] 0,296 0,578 0,296 0,578
Vrms1 [V] 363,63 180,64 376,91 186,36
Irms1 [A] 117,75 266,96 51,10 87,29
Rp [Ω] 20,749 4,730 36,366 6,688
P1 [W] 6,37 6,90 3,91 5,19
S1 [VA] 42,82 48,22 19,26 16,27
Q1 [VAr] 42,34 47,73 18,86 15,42
X1 [Ω] 3122,83 683,68 7533,2 2252,8
LC [µH] 9,940 2,176 10,12 2,53 23,979 7,171
CC [pF] 59,5 242,7
a (n2/n1) 0,501 - 0,500 - 0,503 -
RC [kΩ] 20,749 4,730 - - 36,366 6,688
Lmag [mH] 9,303 2,336 10,12 2,53 26,163 6,618
Cp [pF] - - 60,16 240,26 - -
Fonte: produção do próprio autor.
300

Tabela 51 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento magnético T04.
Analisador de
Medição/Resultado Analisador de potência Osciloscópio
impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 403,9 200,2 425,9 205,3
Vrms no enrolamento oposto [V] 210,2 433,3 218,5 457,3
Irms [mA] 114,00 190,60 109,69 197,28
Potência ativa [W] 5,90 5,32 4,47 5,09
THDv [%] 0,476 0,469 0,476 0,469
THDi [%] 0,329 3,289 0,329 3,289
Vrms1 [V] 364,67 181,21 381,02 184,29
Irms1 [A] 108,28 55,44 32,77 47,83
Rp [Ω] 27,647 7,532 40,532 8,288
P1 [W] 4,81 4,36 3,58 4,10
S1 [VA] 39,49 10,05 12,49 8,81
Q1 [VAr] 39,19 9,05 11,96 7,80
X1 [Ω] 3393,15 3628,10 12136,9 4351,4
LC [µH] 10,801 11,549 19,41 4,88 38,633 13,851
CC [pF] 24,6 99,9
a (n2/n1) 0,520 - 0,501 - 0,513 -
RC [kΩ] 27,647 7,532 - - 40,532 8,288
Lmag [mH] 26,718 7,237 19,41 4,88 45,622 12,011
Cp [pF] - - 24,87 98,90 - -
Fonte: produção do próprio autor.

Tabela 52 - Parâmetros calculados para o ensaio de circuito aberto para o barramento magnético T05.
Analisador de
Medição/Resultado Analisador de potência Osciloscópio
impedância
Enrolamento de leitura E01 E02 E01 E02 E01 E02
Vrms [V] 397,6 404,6 423,6 416,3
Vrms no enrolamento oposto [V] 410,4 397,0 443,1 441,7
Irms [mA] 314,10 237,80 186,63 185,62
Potência ativa [W] 9,40 8,02 5,62 5,28
THDv [%] 0,477 0,725 0,477 0,725
THDi [%] 0,476 0,618 0,476 0,618
Vrms1 [V] 358,92 327,51 378,10 372,06
Irms1 [A] 283,64 202,31 22,81 25,04
Rp [Ω] 16,820 20,412 31,914 32,843
P1 [W] 7,66 5,25 4,48 4,21
S1 [VA] 101,80 66,26 8,62 9,31
Q1 [VAr] 101,52 66,05 7,37 8,31
X1 [Ω] 1268,99 1623,98 19403,7 16664,4
LC [µH] 4,039 5,169 22,29 22,31 61,764 53,045
CC [pF] 177,8 175,1
a (n2/n1) 1,032 - 1,000 - 1,046 -
RC [kΩ] 16,820 20,412 - - 31,914 32,843
Lmag [mH] 4,446 4,736 22,29 22,31 55,120 60,314
Cp [pF] - - 176,55 176,38 - -
Fonte: produção do próprio autor.
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ANEXO A - ORÇAMENTOS DOS NÚCLEOS DE FERRITE


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