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EXENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA

(ÚNICA/ESPECIALIZADA/CÍVEL/FAZENDA PUBLÍCA) DA COMARCA DO


MUNICÍPIO ALFA DO ESTADO “X”

Partido Político XYZ, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço, endereço
eletrônico, vem por meio de seu advogado, procuração em anexo com qualificações e
endereço profissional, para os fins dos arts. 77, V e 105, § 2°, ambos do CPC/15,
respeitosamente, perante V. EXª, com fulcro nos arts. 319 e 320 do CPC/15, bem como
dos arts .167, parágrafo único, 165, I e 168, I, todos do CTN, interpor a presente

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO

em face do município Alfa, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, endereço,
endereço eletrônico, e sua respectiva Fazenda Pública Municipal, para expor o que se
segue.

I. DOS FATOS
Trata-se o autor da presente ação de partido político, com sede no Município Alfa, ora
réu, sendo, ademais, proprietário de quatro imóveis, todos localizados na mencionada
municipalidade ré. Um dos ditos imóveis abriga a sede do partido político XYZ,
enquanto outro é utilizado como local de funcionamento de uma de suas fundações. Os
demais, são alugados a terceiros, sendo a renda obtida com referidos alugueis totalmente
revertida para o custeio das atividades essenciais do autor. Ocorre que o Município
Alfa, no qual se localizam referidos imóveis, lançou contra o autor desta ação IPTU,
imposto de caráter patrimonial e incidente sobre a propriedade de ditos imóveis. Por
precaução, o administrador do Partido Político ZYX realizou o pagamento do suposto
débito de IPTU referente aos quatro imóveis, vindo a descobrir, posteriormente, que
incorreu em erro ao fazê-lo. Entretanto, na certeza de serem indevidos os valores pagos
ao fisco municipal, ajuíza a presente ação, pelos fundamentos que se segue.

II. DO PAGAMENTO INDEVIDO


O autor realizou pagamento referente a suposta dívida de IPTU, no valor de R$ …, na
data …, tudo consoante documentos de nº…, em anexo. Todavia, veio a descobrir,
posteriormente, que tal cobrança era indevida, razão pela qual ajuíza a presente ação,
pleiteando a restituição de tais valores.

III. DA TEPESTIVIDADE E DO CABIMENTO


A presente ação é a adequada para pleitear a restituição dos valores indevidamente
pagos a título de suposta dívida de IPTU, com fulcro no art. 165, I, do CTN. Ainda, seu
ajuizamento se faz tempestivo, vez que dentro do prazo legal de cinco anos a contar da
data da extinção do crédito tributário, vide art. 168, I, do CTN. Relembra que o
pagamento indevido foi realizado na data …, consoante documento nº…, de modo que
não está prescrita a pretensão.

IV. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA


Requer o autor sejam os valores, pagos indevidamente, restituídos com juros e correção
monetária, incidindo a mencionada correção monetária a partir do pagamento indevido,
e os juros a contar do trânsito em julgado da sentença condenatória, tudo nos termos do
art. 167, parágrafo único do CTN, bem como das súmulas 162 e 188, ambas do STJ.

V. DO DIREITO
No caso em tela, o autor realizou pagamento relativo a suposta dívida de IPTU,
importância cobrada pelo fisco municipal por se tratar de imposto patrimonial incidente
sobre a propriedade de bens imóveis, compreendido na competência municipal,
consoante dispõe art. 32, caput, do CTN. Entrementes, entende que tal importância é
indevida, vez que o autor goza de imunidade tributária subjetiva. Isso porque, consoante
preleciona o art. 150, VI, c, da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos
partidos políticos, inclusive suas fundações. É exatamente o que ocorre na presente
situação. Na espécie, o autor trata-se de partido político, consoante comprova
documento de nº…, em anexo, sendo proprietário de quatro imóveis (documentos nº…).
Um dos mencionados imóveis é utilizado como sede do partido e outro abriga uma de
suas fundações, de modo que ambos gozam da imunidade prevista no art. 150, VI, c, da
CRFB/88, que abrange tanto o local de sua sede quanto o local em que se situam suas
fundações. Quanto aos outros dois imóveis, também pertencentes ao autor, apesar de
estarem alugados a terceiros, o valor obtido com o aluguel de ambos é inteiramente
revertido para o custeio de suas atividades essenciais, consoante comprovam
documentos nº..., em anexo, obedecendo o que dispõe a própria Constituição da
República, em seu art. 150, §4º. Ademais, sobre o tema, a jurisprudência do Supremo é
pacífica no sentido de que, ainda que alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
Constituição Federal (dentre as quais se incluem os partidos políticos), desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas, consoante súmula nº 724 do STF, posteriormente transformada na súmula
vinculante nº 52. Nesse sentido, é indevida a cobrança de IPTU sobre todos os imóveis
do autor, por se tratar de hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada,
gozando este de imunidade tributária, razão pela qual devem os valores indevidamente
pagos serem restituídos, com a incidência, sobre eles, de juros e correção monetária.

IV. DOS PEDIDOS


Ante todo o exposto, formula os seguintes pedidos:
A) seja o Município Alfa, réu, citado na pessoa de seu representante legal para oferecer
resposta no prazo legal;
B) requer sejam recebidas as provas documentais trazidas em anexo, protestando,
ademais, provar todo alegado por meio de todas as provas lícitas admissíveis,
destacando, em especial, prova documental, testemunhal (vide rol de testemunha em
anexo) e pericial, nos termos do art. 319, do CPC/15;
C) seja o réu condenado ao pagamento das verbas de sucumbência, destacando-se aí os
honorários advocatícios e as custas processuais, consoante art. 85, §§ 2° e 3°, do
CPC/15;
D) requer julgue procedente a presente demanda, para fins de condenar o réu à
restituição dos valores indevidamente pagos, com juros e correção monetária, nos
termos do art. 167, parágrafo único do CTN e das súmulas 162 e 188, ambas do STJ,
reconhecendo ser indevida a cobrança realizada pelo município Alfa, por gozar o autor
de imunidade tributária, nos termos do art. 150, VI, c, e § 4° da CF/88, bem como a
súmula 724 do STF e súmula vinculante 52.

Dá-se à causa o valor de R$... (valor pago indevidamente, consoante arts. 291 a 293 do
CPC/15).

Termos em que pede deferimento.

MUNICÍPIO ALFA, 21 de OUTUBRO de 2021


ADVOGADO (a)
OAB n°

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