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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

EWERTON RODRIGUES DA COSTA

O PAPEL DO GESTOR HOSPITALAR FRENTE AOS DESAFIOS DA


HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

ITABORAÍ
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

EWERTON RODRIGUES DA COSTA

O PAPEL DO GESTOR HOSPITALAR FRENTE AOS DESAFIOS DA


HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à obtenção
do título especialista em
GESTÃO HOSPITALAR.

ITABORAÍ
2021
O PAPEL DO GESTOR HOSPITALAR FRENTE AOS DESAFIOS DA
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

1
Ewerton Rodrigues da Costa

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO

O presente trabalho destina-se a apresentar a importância do Gestor Hospitalar frente aos


desafios da humanização da assistência à saúde. Um atendimento hospitalar não humanizado
afeta de forma direta o tratamento e a recuperação dos pacientes. O papel do Gestor Hospitalar é
fundamental na busca de melhorias no atendimento, planejamento e articulação entre todos os
envolvidos nas atividades de assistência à saúde. A assistência hospitalar humanizada traz
satisfação, segurança e certeza de um serviço de qualidade para aqueles que são atendidos e,
também para os que estão prestando o serviço. Uma Gestão Hospitalar que se preocupe com o
processo de humanização é um diferencial dentro das instituições hospitalares, pois pacientes que
recebem cuidados especiais, tendem a melhorar o seu bem estar. A humanização hospitalar
requer uma mudança de paradigmas e a valorização dos diferentes atores do processo de
produção de saúde. É por meio desta mudança, que o modo como ocorre à relação entre a equipe
que presta o serviço e os usuários será alterada de forma positiva. Diante disso, é fundamental a
elaboração de estratégias que tornem o serviço mais dinâmico com o propósito de minimizar as
dificuldades que podem interferir na qualidade do atendimento prestado. É importante validar o
dever de um bom acolhimento no ambiente hospitalar, dado que ambientação e atendimento são
fatores que geram bem estar ao cliente. É preciso criar formas de agir em saúde que favoreçam a
um atendimento eficaz e humanizado. Para a realização deste trabalho foi utilizado o método de
pesquisa bibliográfica.

Palavras-chave: Gestor Hospitalar. Humanização. Assistência à saúde.

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E-mail do autor ewertonrcosta@gmail.com
1. INTRODUÇÃO

O Papel do Gestor é de fundamental relevância para o sucesso de uma


Empresa. Na atualidade a pessoa que desempenha o papel de gestor deve está
apta a interpretar os objetivos levantados pela empresa, atuando sempre com base
no planejamento, organização, liderança e controle, que levaram ao cumprimento
das metas estabelecidas pela empresa. Sendo assim, fica claro que esse
personagem é indispensável dentro de todas as empresas. Para Lima (2006),
gestão é a capacidade de fazer o que precisa ser feito. E se tratando de Gestão
Hospitalar, o profissional que exerce esta função sempre deve manter-se atento ao
seu planejamento para que projetos tenham sucesso. O próprio nome gerir indica o
caminho, pois significa coordenar para que tudo funcione bem e conforme o
planejado. Portanto, o inicio de tudo é o planejamento, a organização dos recursos
necessários, a avaliação, o acompanhamento dos indicadores e a atuação em
melhoria contínua, pois, quando tudo está organizado e monitorado, todos os
esforços se voltam para o principal: atender, apoiar e salvar vidas.
Atrelado à importância do papel do Gestor Hospitalar está o conceito de
Humanização no Atendimento à Saúde. O conceito de humanização de acordo com
a Política Humaniza SUS, é que seja uma troca de conhecimentos entre os usuários
da rede, os profissionais e principalmente a forma de trabalhar em equipe (BRASIL,
2005). Ela pode ser entendida como uma construção de atitudes que se encontram
alinhadas com a responsabilidade entre os profissionais em si, e entre os usuários e
os profissionais na produção da saúde. De acordo com Freire (2003), essa
construção de atitudes se dá numa perspectiva ético-estético-políticas, que em
sintonia com um projeto bem estruturado tende a assegurar o sucesso do
atendimento hospitalar e da promoção á saúde.
O tema desta pesquisa trata-se do papel do gestor hospitalar frente aos
desafios da humanização da assistência à Atualmente consegue-se encontrar uma
grande falha no atendimento humanizado nos locais de saúde, muitos dos
profissionais desta área estão se encontrando desgastados, desmotivados e não
sabendo tratar seus pacientes da forma como deveriam para que todo o processo
aconteça de forma eficiente e eficaz. Sabendo destes fatores, gerou-se a escolha
deste tema e com ele pesquisas bibliográficas, para que fosse estudado o porquê

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destes comportamentos e atitudes negativas estarem acontecendo e propor uma
solução prática para este problema.
Justifica-se a realização deste trabalho cientifico por permitir aprofundar os
conhecimentos sobre o tema em questão, tendo em vista a sua relevância no meio
hospitalar e a urgência em se capacitar profissionais que saibam lidar com todas as
demandas do dia a dia de um hospital, por isso torna-se imprescindível dominar e
aprofundar este conhecimento. Atrelada a sua importância no campo cientifico,
pode-se destacar a necessidade de ampliar esses conceitos no campo acadêmico,
visto que a demanda por conhecimentos nesta área é vasta devido ao seu campo de
atuação que muitas vezes não se limita a sala de aula.
Na busca pelo entendimento sobre o assunto, busca-se compreender qual é o
papel do gestor hospitalar frente aos desafios da humanização na assistência à
saúde. O objetivo geral desde trabalho é apresentar a importância papel do gestor
hospitalar frente aos desafios da humanização na assistência à saúde, tendo como
objetivos específicos os seguintes pontos:
• Identificar o papel do Gestor hospitalar;
• Analisar a importância da humanização na assistência à saúde;
• Avaliar a relação entre o papel do Gestor hospitalar e a humanização na
assistência à saúde.
Para o desenvolvimento deste estudo foi adotado o método descritivo, com
abordagem qualitativa, utilizando a técnica de pesquisa da revisão bibliográfica
sobre o conhecimento que renomados autores e técnicos têm sobre o assunto. Em
um primeiro momento busca-se de forma clara e objetiva, entender o papel do
Gestor hospitalar no dia a dia do hospital, apresentando uma linha do tempo desde o
surgimento do profissional que atua na administração hospitalar até o surgimento do
gestor hospitalar, em seguida, é feita uma abordagem sobre a importância da
humanização na assistência á saúde, seus benefícios e os desafios na prática, bem
como a relevância da sua aplicabilidade para a recuperação dos pacientes e por
último é apresentado uma análise sobre a relação entre o papel do Gestor hospitalar
e a humanização na assistência à saúde, despertando o entendimento sobre a
importância desta relação e o papel indispensável do gestor.

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2. DESENVOLVIMENTO

Pensar em humanização em um processo laboral facilita a aproximação entre


todos os inseridos neste ambiente. Em relação ao conceito de Humanização,
Oliveira (2006), considera que essa: caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração
na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber
ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o
contato direto crescem quando existe um trabalho humanizado, os atos desumanos
são discutidos e a dignidade é resgatada, podendo todos os indivíduos se
reconhecer e identificar como ser humano. Segundo Giordani (2008) alguns
fundamentos propostos para a nova organização e a cooperação, devem inspirar
mecanismos e instrumentos que conduzem a transformação da sociedade no rumo
de sua humanização.
O diálogo, a comunicação não verbal, a cooperação são elementos que
fazem parte de um processo humanizado. A humanização é o ato de tornar o
indivíduo mais humano, oferecer condições sociáveis, valorizando e respeitando
seus princípios éticos e morais. É o emprego da sabedoria e dos sentimentos nos
cuidados que são prestados, é agir com lealdade, ouvir com sinceridade os pedidos
de ajuda. Devido a importância deste tema, o Ministério da Saúde criou o Programa
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. A proposta de humanização da
assistência à saúde é um valor para a conquista de uma melhor qualidade de
atendimento à saúde do usuário e de melhores condições de trabalho para os
profissionais. E para o sucesso do Programa é fundamental o preparo dos
profissionais que estão na gestão hospitalar, pois a humanização da assistência à
saúde depende da vontade política dos dirigentes em participar de ações efetivas e
permanentes de transformação da realidade hospitalar, reconhecendo-se o caráter
processual destas transformações.
Um gestor em saúde enfrenta diversos desafios, e precisa ter em mente que
os eu trabalho exige muita ética, pois está tralhando com vidas. Ele deve levar em
conta todas as peculiaridades que a sua função exige, sem prejudicar a qualidade
do seu trabalho. A busca de competência dos gestores na área da saúde é cada vez
maior, e este profissional deve estar em constante capacitação.

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2.1 – O Papel do Gestor Hospitalar

A função administrativa em um hospital, assim como na maioria das


empresas, é de fundamental importância para o planejamento, organização, controle
e definição das ações que viabilizem o desenvolvimento da organização. O hospital
é um negócio e devido a sua função social exige uma gestão ética, desafiadora e
competente. Um gestor hospitalar deve preocupar-se com questões como custos,
despesas, receitas, processos, recursos humanos, tecnologia, adaptar-se ao
mercado competitivo e, ainda, oferecer serviços médicos com excelência.
Independente do porte de um hospital é preciso conhecer cada detalhe da
instituição, conhecer as normas, os pontos fortes e fracos, saber as rotinas de
serviços prestados por ela, para que a gestão seja eficiente. As características
individuais de cada gestor devem ser desenvolvidas, para que seus talentos e
aptidões se alinhem a proposta da empresa, auxiliando na gestão estratégica da
instituição. Não basta possuir uma vasta experiência técnica, é imprescindível que o
gestor esteja em constante atualização, pois o fluxo de informação é muito rápido no
mundo globalizado. De acordo com Seixas & Melo:
O administrador precisa conhecer os aspectos éticos e legais que envolvem
essa instituição, que deriva do direito à “saúde para todos”, em que a
dignidade da pessoa deve ser respeitada e o atendimento deve ser
garantido, ter conhecimento de todas as funções que envolvem o hospital e
compreender a visão do conjunto por completo, que são: manutenção da
saúde, prevenção da doença, educação profissional e pesquisa. (SEIXAS e
MELO, 2004, p. 20)

Cabe ao gestor dominar todas as normas e ter acesso às leis que regem o
trabalho hospitalar. Por isso, é de extrema importância que esteja atualizado em
questões normativas e da lei, pois lida diretamente com questões da saúde de seus
clientes. O papel primordial do gestor é organizar os objetivos da empresa,
oferecendo soluções claras e estratégicas. Ele deve ter autocontrole, para que sias
decisões sejam tomadas e forma equilibrada, mesmo em momentos de crise. O
gestor hospitalar, acima de tudo, deve ter uma visão geral do seu ambiente de
trabalho, vislumbrando o sistema como um todo, e não como partes isoladas.
A atenção de todo gestor deve está nos resultados, focando nos serviços que
são oferecidos e sabendo eliminar as tarefas e as pessoas que não somam valor
para a empresa. Os custos hospitalares são imensos, por isso não se deve perder
tempo com questões que não apontam para o crescimento e desenvolvimento da

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empresa. O administrador precisa ter uma visão empreendedora, que ultrapasse as
técnicas defasadas e teorias vazias, proporcionando aos seus colaboradores
condições de aperfeiçoamento e crescimento profissional, formando com isso uma
equipe eficiente e comprometida.
Não existe um modelo pronto de gestão para conduzir o trabalho do gestor
hospitalar, o que se sabe é que a função do administrador dentro das unidades
hospitalares é fundamental e o gerente com formação especifica em gestão
hospitalar tende a ter muito mais sucesso nas suas ações. Ninguém melhor para
conduzir um planejamento estratégico ou implantar projetos dentro de hospitais ou
clínicas que esses profissionais. Portanto, gerir uma empresa requer preparo e isso
não se adquiriu de uma hora para outra, exige dedicação e muito estudo, pois o
gerente hospitalar precisa lidar com questões complexas, que exigirá dele muito
preparo.
O administrador é aquele profissional que deve saber um pouco sobre tudo,
buscando se especializar em certos assuntos. De acordo com o Conselho Regional
de Administração:
A carreira de Administração apresenta uma peculiaridade em relação às
demais profissões: assim como as relações econômicas, ela é dinâmica.
Constantemente agrega novos campos de atuação ao seu escopo, o que dá
maior flexibilidade ao currículo. Assim, todo profissional em Administração
recebe uma formação básica e uma complementação específica,
garantindo-lhe uma visão global e uma ênfase em um campo particular:
planejamento, finanças, comércio exterior, marketing, recursos humanos,
informática, logística e administração pública. (CONSELHO REGIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO, 2005, p.1)

No Brasil, principalmente em hospitais públicos, muitos médicos ou


enfermeiros acabam por assumir Administração das Unidades hospitalares, não
sendo administradores de formação, eles fazem especializações e encaram o
desafio de gerir um hospital. Segundo Motta (1995) ser dirigente é como reger uma
orquestra, onde as partituras mudam a cada instante e os músicos têm liberdade
para marcar seu próprio compasso. A função de gerenciar uma organização
hospitalar, não é igual à de nenhuma outra atividade, o que faz com que esse cargo
tenha uma particularidade singular.
Os médicos e enfermeiras são preparados para a realização de tarefas
técnicas, prestando o serviço direto ao paciente. Comentam que a maioria
dos hospitais são dirigidos por médicos que frequentaram cursos de
especialização, o que significa uma carência para as técnicas
administrativas, portanto é requerido um profissional com conhecimento em
administração e habilidade para acompanhar o avanço da ciência médica e
a conexão com outras profissões (SEIXAS; MELO, 2004).

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É evidente que existe uma necessidade por diretores mais qualificados,
preparados para assumirem essa responsabilidade, que possuam conhecimento
nessa área especifica da gestão hospitalar, que possam desempenhar suas funções
com eficiência. Assim ficarão cada vez mais raros os casos em que somente o bom
senso e experiências passadas sejam a maneira mais adequada para se conseguir
um bom diretor.
Mediante ao exposto, fica claro que o gestor hospitalar precisa antes de
qualquer coisa ser habilitado para tal função, pois assim não exercerá suas
atribuições centralizando apenas em uma área específica. Pois, como já foi
mencionado o gestor deve ter uma visão corporativista, avaliando sempre o todo e
não as partes. O médico somente com sua formação, ainda não está
suficientemente preparado para assumir um cargo de Administrador Hospitalar. No
caso, esse profissional precisa expandir seus conhecimentos para outras áreas, se
envolver cada vez mais em questões sociais e politica do setor que ele atua como
também adquirir noções sobre a área administrativa.
Desta forma, é indispensável à presença de um gestor especializado a frente
da administração hospitalar, com seu conhecimento técnico e visão de
desenvolvimento, pois caberá a ele planejar, organizar e traçar as melhores
estratégias, e buscar a melhora no atendimento dos pacientes. Sendo assim, a
presença do profissional administrador com conhecimento técnico administrativo é
fundamental para o sucesso da organização, pois ele saberá comandar com
eficiência e destreza a gestão e seus pontos específicos, como a gestão de
pessoas, custos, processos, finanças, compras e tecnologias. Assim, a unidade
hospitalar estará sempre em ascensão, sendo reconhecida pelo comprometimento e
pela qualidade nos serviços prestados, pois um bom gestor está sempre atendo ás
demandas que implicam no sucesso da empresa que ele administra, fazendo o
possível para superar todos os desafios.
O responsável pela administração hospitalar, de forma bem equilibrada
precisa estar pronto para intervir em momentos de crise, sendo sempre proativo e
elaborando estratégias para minimizar os problemas que possam surgir no dia a dia
da Unidade Hospitalar. Fazendo assim, a missão da sua empresa será alcançada
com sucesso e o trabalho com a sua equipe será sempre bem sucedido.

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2.2. A importância da Humanização na Assistência à Saúde

Constantemente tem sido empregado o termo humanização no âmbito da


saúde. É possível definir este termo, como um conjunto de ações que valorizam e
qualificam a prestação de serviços em saúde. É a base de um amplo conjunto de
iniciativas, desde a qualidade na assistência do ponto de vista técnico, associado ao
respeito às especificidades dos pacientes e atrelado ao reconhecimento profissional.
Sem dúvidas, é um tema indispensável na atualidade, partindo do pressuposto de
que a humanização na assistência á saúde favorece de forma significativa a
recuperação dos pacientes nas unidades hospitalares.
Essa prática transforma a situação difícil que muitos pacientes vivenciam,
aproximando os profissionais da saúde com os usuários. Segundo Andrade (2009),
profissionais da saúde praticam um atendimento humanizado desde o momento que
atende o paciente ao ouvir suas queixas e procurar amenizar seu sofrimento. Os
profissionais que assim fazem, estão trazendo para um patamar onde o “cuidar”
deixa de ser automático e passa a ser uma ação espontânea, respeitando o paciente
diante da vulnerabilidade vivenciada.
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar - PNHAH foi
criado em 2000, para padronizar o atendimento humanizado na rede do Sistema
Único de Saúde - SUS, na tentativa de amenizar o sofrimento dos pacientes e dos
profissionais, reduzindo as dificuldades encontradas durante o tratamento e
favorecer a recuperação da comunicação entre equipe de profissionais e usuários,
incluindo a família (BRASIL, 2001).
Sempre que um paciente busca uma unidade hospitalar, ele está em busca
de um atendimento de qualidade, visando sempre o conforto e bem estar. Para
Mezomo:
A definição de “qualidade” na área da saúde (e do ensino) implica também a
explicitação e incorporação dos direitos fundamentais da pessoa humana
que devem ser garantidos e preservados em sua integridade. Assim, por
exemplo, é necessário que a organização reconheça a dignidade das
pessoas, bem como o valor da vida e da saúde e que se comprometa a
respeitá-lo de forma absoluta. (MEZOMO, 1995, p. 93)

Os pacientes não sabem avaliar se ao fazer o curativo ou outro procedimento


estão sendo aplicadas as técnicas corretas, mas qualquer pessoa é capaz de
identificar a maneira que estão sendo tratadas. A humanização desenvolvida na
unidade hospitalar garante as pessoas garante conforto e segurança.

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De acordo com Sá (2001) para cuidar satisfatoriamente do outro, é preciso
perceber o imperceptível, ou seja, olhar e ouvir as necessidades não verbalizadas
pelo cliente, mas por ele expressadas em gestos, palavras balbuciadas, olhares e
outras mensagens corporais que podem ser decodificadas pelo profissional que o
está atendendo. Fica assim claro, que os cuidados bem aplicados à um enfermo
favorece e muito o seu processo de cura e recuperação, a atenção dispensada a
pessoa que está hospitalizada pode fazer com que este se sinta especial, dando a
ele a possibilidade de se sentir amparado e fortalecido física e psicologicamente.
É um direito de todos receberem um atendimento hospitalar digno, mas é
possível perceber que muitos hospitais apresentam deficiência nessa área, não
preparando a equipe e muito menos priorizando os pacientes, que deveriam ser
atendidos de forma prioritária e com total atenção e dedicação, pois são esses que
tornam a existência dessas organizações necessárias. Para o paciente ser atendido
com tratamento digno, solidário por parte dos que o atendem não é apenas um
dever, mas um direito, que passa a ser fundamental para o seu restabelecimento.
Portanto, falar de humanização na assistência á saúde não apenas uma utopia, mas
uma responsabilidade de ordem pública que torna cada cidadão responsável de
forma direta, principalmente os que estão diretamente envolvidos na área da saúde.
Para Mezomo (1995), um hospital Humanizado é aquele que em sua estrutura
física, tecnológica, humana e administrativa valoriza e respeita a pessoa, colocando-
se a serviço da mesma, garantindo-lhe um atendimento de elevada qualidade.
Tratando com prioridade o direito do ser humano e estando mais comprometido com
a profissão. Frente a isso, todos os profissionais inseridos dentro da unidade
hospitalar devem ser treinados e capacitados para exercerem suas funções sempre
de forma humanizada, seja em qualquer setor. Os funcionário de um hospital
enfrentam no dia a dia diversos desafios e, portanto, precisam estar amparados
emocionalmente para superarem os conflitos que surgem no ambiente hospitalar,
seja pelas pressões administrativas, seja pelos pacientes que são atendidos ou
mesmo pelos atritos que possam surgir nos relacionamentos com os colegas de
profissão.

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2.3. A relação entre o papel do Gestor hospitalar e a humanização na assistência à
saúde

O Gestor hospitalar é o pilar e o principal responsável pela organização de


uma Unidade hospitalar, considerando o hospital como uma empresa de alta função
social e característica cientifica, técnica, administrativa e econômica. É o gestor que
fará com que todos os setores funcionem de maneira ordenada e que seus
profissionais estejam em harmonia, assim como maestro ele deve conduzir com
excelência todos os instrumentos que estão diretamente relacionados ao
atendimento hospitalar. Diante do exposto, o Gestor é o agente indispensável para
que a humanização na assistência á saúde aconteça.
Laverde (2009) afirma que o diretor/gestor em grande parte dos casos é o
representante legal da entidade, responsável pela gestão atual e pelo
desenvolvimento futuro da instituição, sendo assim o gestor precisa ser eficiente no
planejamento e organização das atividades e dos serviços prestados. Em se
tratando de atendimento hospitalar não pode ocorrer improvisos, por isso o
planejamento é fundamental para qualquer ação, inclusive no preparo e na
capacitação da equipe frente aos desafios da humanização hospitalar. O gestor
deve apresentar propostas completas que solucionem possíveis problemas ou
mudanças, melhorando o bem estar dos pacientes, funcionários, fornecedores,
dentre outros.
O atendimento humanizado é responsabilidade do Gestor, sendo este o
responsável pelo cumprimento das normas e das leis dentro da unidade hospitalar.
Sendo assim, ele deve difundir por todos os setores do hospital o que é a
humanização hospitalar. Entendo o seu conceito e levando seus profissionais a
entenderem também, gerir está empresa dentro de uma proposta humanizada não
será tão desafiador. Como afirmar Fontes:
Humanizar significa reconhecer as pessoas que buscam nos serviços de
saúde a resolução de suas necessidades de saúde, como sujeitos de
direitos, observando todas as pessoas em sua individualidade, em suas
necessidades específicas, ampliando as possibilidades para que possa
exercer sua autonomia. (FONTES, 2000, p. 81)

Entendendo o conceito de humanização, o gestor conseguirá contagiar toda a


sua equipe e fará com que o atendimento à saúde alcance a excelência que tanto se
busca. Afinal, todos os envolvidos desejam que seu dia seja mais leve, logo buscam

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por alternativas que minimizem os problemas que possam surgir no decorrer das
atividades diárias. Pensando em relacionamentos humanizados o eu fica sempre em
segunda instância, pois as atitudes individuais serão tomadas analisando o efeito no
coletivo.
Este processo de sensibilização para a humanização na assistência à saúde,
só será possível se antes de tudo o responsável por gerir toda está organização
assuma uma posição diferenciada, onde as suas atitudes serão voltadas para a
necessidade do outro. Pode ser necessário haver uma mudança na organização do
ambiente de trabalho. Segundo Siedler (2004), é preciso, também, que cada
profissional tenha consciência de sua função e saiba o quanto é importante o
compartilhamento de informações no espaço coletivo, para que os resultados sejam
atingidos de forma integrada. Quando a equipe compartilha o mesmo ideal, supera o
individualismo e os desafios da competitividade, tonando mais fácil o alcance das
metas estabelecidas e o cumprimento da missão institucional de forma excelente.
O sucesso de uma unidade hospitalar depende em grande parte da
capacidade desta instituição oferecer um atendimento humanizado ao usuário. Por
isso, cuidas dos próprios profissionais é imprescindível, pois é fundamental construir
uma equipe capaz de promover a humanização. Portanto, cuidar dos que cuidam é
condição indispensável para a elaboração de projetos e o desenvolvimento de ações
que promovam a humanização hospitalar. E nesse ponto, entra o papel do gestor
hospitalar, como a ponte entre a proposta de um atendimento humanizado e a
aplicação deste conceito na prática junto à sua equipe. Cada usuário atendido é
responsabilidade do hospital, diante disso o gestor deve preparar seus
colaboradores para agirem de forma padronizada, oferecendo este padrão de
atendimento em todas as alas. Dessa forma, quem executa suas funções se torna
parte da organização e certamente, terá como comprometimento o bom atendimento
e a boa relação com o paciente. Desta forma, a humanização na assistência á saúde
está diretamente relacionada com o a eficiência do gestor em administrar sua equipe
e suas funções.

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3. CONCLUSÃO

Considera-se então que a humanização em saúde requer especial atenção


para cada situação, principalmente em hospitais. Após a elaboração deste trabalho,
fica claro que para um hospital oferecer um atendimento humanizado aos pacientes
é necessário que todos os colaboradores/profissionais estejam em inseridos em um
ambiente onde se sintam confortáveis e seguros para atuar. E para que isso seja
possível o gestor tem um papel fundamental, pois será ele o responsável por
atender as demandas para que todos tenham ás suas necessidades atendidas.
O objetivo da humanização hospitalar é levar os profissionais da saúde a
priorizarem os cuidados com os pacientes tanto de maneira técnica como de
maneira socializável. Entendendo isso, os profissionais exercerão com
funcionalidade aquilo que lhe é proposto nas leis de humanização no âmbito
hospitalar. O cuidado com o paciente está na prática em que os profissionais
aplicam seus conhecimentos científicos.
Os pacientes estão em busca de respeito, valorização e comprometimento
daqueles que os acolhem. Sendo assim é possível concluir que é indispensável
oferecer aos pacientes e profissionais um ambiente seguro e adequado ao bem
estar físico e emocional. Segundo a Política Humaniza SUS, a humanização supõe
troca de saberes, incluindo os dos usuários e sua rede social, diálogo entre os
profissionais e modos de trabalhar em equipe. A partir, do que foi apresentado,
entende-se humanização como uma estratégia de interferência no processo de
produção de saúde, na qual o gestor hospitalar incumbido de suas atribuições
desenvolverá estratégias de capacitação de toda a sua equipe.
Pode-se concluir que para a implantação e implementação da humanização
nas equipes dos hospitais, os profissionais precisam desenvolver uma consciência
de aprimoramento profissional para que posam acompanhar as mudanças ocorridas
ao longo dos anos, dentre elas as ações relacionadas a solidariedade durante o
processo de cuidado. A humanização precisa ser sentida e percebida pelos
usuários, seus familiares e toda a equipe de saúde. Portanto, não há condições de
manter aa humanização na assistência á saúde, sem que cada profissional perceba
a sua importância dentro deste processo.

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4. REFERÊNCIAS

ANDRADE, L.M; Atendimento humanizado nos serviços de emergência


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MEZOMO, J. C. Gestão da qualidade na Saúde: Princípios básicos. São Paulo:
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para o processo de Humanização. Boletim da Saúde. Secretaria de Saúde do Rio
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