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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ALINE TERRA DA SILVA REIS

A NEUROPSICOPEDAGOGIA COMO FACILITADORA NO CONTEXTO


ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

São Gonçalo
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ALINE TERRA DA SILVA REIS

A NEUROPSICOPEDAGOGIA COMO FACILITADORA NO CONTEXTO


ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à obtenção
do título especialista em
NEUROPSICOPEDAGOGIA
.

SÃO GONÇALO
2021
A NEUROPSICOPEDAGOGIA COMO FACILITADORA NO CONTEXTO
ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

1
Aline Terra da Silva Reis

Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO

A neuropsicopedagogia formou - se a partir da junção de três propostas que a psicologia,


pedagogia e a neurociências já nos é ofertada com objetivo de compreender as funções cerebrais
para auxiliar o processo de aprendizagem, com a intenção de reabilitar e detectar prováveis
problemas nos seres humanos. Portanto, este artigo visa analisar e refletir com olhar crítico e
construtivo o papel do neuropsicopedagogo no processo de ensino aprendizagem na Educação
Básica, disponibilizando uma proposta de inclusão e sucesso escolar em todas as escolas. A partir
de referências bibliográficas, o fracasso escolar muitas vezes está ligado a fatores como: social,
biológico, histórico e econômico, que tem um papel fundamental e influenciam diretamente na
aprendizagem dos indivíduos. Para dar ênfase a pesquisa, Patto (1999), Mantovanini (2001),
Almeida (2012), Beauclair (2014), Tabaquim (2003), Consenza e Guerra(2011), que permitem nos
analisar questões sobre a neurociências, psicologia, pedagogia e sobre o dia a dia neste contexto
onde precisa ter mais compreensão e conhecimento pois a neuropsicopedagogia depende
também de uma relação entre a escola, as políticas públicas, educação, saúde ,sendo esta física e
mentalmente.

Palavra-chave: Contexto Escolar. Educação Básica. Neuropsicopedagogia.

1
E-mail do autor alinedarlangabijoao4familia@gmail.com
1. INTRODUÇÃO

A variante entre a neurociência, a psicologia, a pedagogia vem cada vez mais


ganhando espaço e com grande significado no Brasil. Terapeutas, psicólogos,
neuropsicólogos, pediatras, psiquiatras, fonoaudiólogos, neurolinguistas, pedagogos
começam a entender como o cérebro processa o cognitivo e emocional nos indivíduos.
Desse modo, a neuropsicopedagogia é caracterizada na área de conhecimento
voltada principalmente para os processos de ensino e aprendizagem, que compõe a
avaliação de indivíduos em dificuldades, portanto, esse artigo visa analisar e discutir o
papel do neuropsicopedagogo no processo do ensino e aprendizagem na Educação
Básica, sobre o contexto escolar, auxiliando o sucesso desses indivíduos. Visto que a
neuropsicopedagogia é uma área do conhecimento que pode auxiliar e muito no
desenvolvimento cognitivo e sensório motor dos alunos de diversas séries da educação
escolar.
É notório que a neuropsicopedagogia, tem se apresentado no contexto
educacional como promissora ao relacionar saberes, que vão desde os mais diversos
comportamentos, pensamentos, emoções, movimentos e principalmente a efetividade,
ao fornecer melhorias na qualidade de vida do indivíduo. Assim, a função geradora do
profissional em neuropsicopedagogia é buscar tratamentos efetivos para variados
distúrbios, transtornos ou doenças, que prejudicam principalmente sonhos de alunos,
pais e professores na Educação Básica. Contudo, para Herculano-Houzel (2004), cabe
ao neuropsicopedagogo avaliar as necessidades cognitivas do aluno, para que haja
uma intervenção estimuladora e a possibilidade de entender como se processa o
desenvolvimento de aprendizagem, com atividades diferenciadas, respeitando o ritmo
de desenvolvimento de cada aluno no cotidiano escolar
No dia a dia escolar é comum surgirem diversas situações conflituosas que,
muitas das vezes, por não se saber como lidar com elas geram frustação e apatia na
equipe pedagógica. Partindo das primícias que cada um possui um papel fundamental
no fazer pedagógico torna-se necessário que cada envolvido neste processo esteja
ciente da sua responsabilidade e empenhado em sanar toda e qualquer dificuldade que
surja no ambiente escolar. Frente a isso é preciso admitir que os conflitos existam e
então elaborar estratégias para que as mudanças aconteçam e a solução seja possível.
Stainback (1999), define a educação inclusiva como “a prática da inclusão de
todos independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou
cultural em escolas e salas de aula provedoras onde as necessidades desses alunos
sejam satisfeitas”. Desta forma fica claro que o termo inclusão não está apenas
relacionado a pessoas com deficiência, mas a toda relação que exija respeito às
diferenças e a diversidade, sejam estas de ordem social, cultural, econômica,
emocional, física ou neurológica.
Justifica-se a realização deste trabalho cientifico por permitir aprofundar os
conhecimentos sobre o tema em questão, tendo em vista a sua relevância no meio
educacional e a urgência em se capacitar profissionais que saibam lidar com todas as
demandas do dia a dia escolar, por isso torna-se imprescindível dominar e aprofundar
este conhecimento sobre a Neuropsicopedagogia.
Na busca pelo entendimento sobre o assunto, busca-se compreender qual é o
papel do pedagogo no processo de inclusão escolar. O objetivo geral desde trabalho é
apresentar a importância da neuropsicopedagogia como facilitadora no contexto escolar
da educação básica, tendo como objetivos específicos os seguintes pontos:
• Entender o surgimento da neuropsicopedagogia;
• Entender a neuropsicopedagogia no contexto da Educação Básica.
Para o desenvolvimento deste estudo foi adotado o método descritivo, com
abordagem qualitativa, utilizando a técnica de pesquisa da revisão bibliográfica sobre o
conhecimento que renomados autores e técnicos têm sobre o assunto. Em um primeiro
momento busca-se de forma clara e objetiva, entender o papel do Neuropsicopedagogo
no dia a dia da escola, em seguida, é feita uma abordagem sobre a importância da
inclusão escolar e o por último é apresentado uma análise sobre a relação entre o papel
do Neuropsicopedagogo e a inclusão escolar. Na conclusão é realizada uma síntese de
tudo o que foi analisado e compreendido durante os estudos e pesquisas realizadas
para a realização deste trabalho.
2. O SURGIMENTO DA NEUROPSICOPEDAGOGIA

Muitas transformações ocorreram no campo da neurologia, psicologia,


pedagogia, estabelecendo conexão com a neurociência e que tem buscado se basear
em pesquisas em favor das funções desse profissional de neuropsicopedagogia e de
indivíduos que sofrem com distúrbios mentais.
As áreas do conhecimento que antes agiam independentes uma das outras,
começaram a fazer relações, denominado neuroeducação, promovendo a identificação,
o diagnóstico, reabilitação e prevenção frente às dificuldades e distúrbios das
aprendizagens dos estudantes da Educação Básica.
Representação de entretenimentos e jogos que promovam a motivação e
interesse da criança a participar de forma ativa; conter elementos de diferenciação que
possam prender a atenção da criança durante o processo; possibilitar a estimulação
das áreas mais comprometidas da criança, utilizando-se das mais desenvolvidas a fim
de tornar a intervenção mais completa possível; eliminação de fatores inibitórios que
possam bloquear a estimulação programada (PERUZZOLO; COSTA, 2015, p.7).
Diante de tudo que foi descrito até o momento é fundamental ligar todas as
possibilidades de avanços de pesquisas sobre a aprendizagem, para que a educação
nos dias atuais se torne cada vez mais de refletir na sociedade. No que abrange a
educação inclusiva, contudo, precisa ser melhorado dia após dia.
Ações precisam ser tomadas em relação ao ensino e aprendizagem, políticas
públicas, formação dos profissionais e apoio mental, econômico, social aos familiares
em favor dos alunos. Conforme Cosenza e Guerra (1996):

As neurociências não propõem uma nova pedagogia e nem prometem solução


para as dificuldades da aprendizagem, mas ajudam a fundamentar a prática
pedagógica que já se realiza com sucesso e orientam ideias para intervenções,
demonstrando que estratégias de ensino que respeitam a forma como o cérebro
funciona tendem a ser mais eficientes. (Cosenza e Guerra, 1996, p.340)

É preciso garantir e focar na base de formação dos educadores, nos cursos de


licenciatura e manter a formação continuada, onde nos unimos a teoria e prática e
deverá ser trabalhado a capacidade de investigar e interagir com a individualidade dos
alunos, suas fragilidades, seus pontos positivos e negativos, saber agir sobre elas. Para
Cosenza (2011), é de fundamental importância os avanços das neurociências
possibilitam uma abordagem mais científica do processo ensino-aprendizagem,
fundamentada na compreensão dos processos cognitivos envolvidos. Devemos ser
cautelosos, ainda que otimistas em relação às contribuições recíprocas entre
neurociências e educação [...] Descobertas em neurociências não autorizam sua
aplicação direta e imediata no contexto escolar, pois é preciso lembrar que o
conhecimento neurocientífico contribui com apenas parte do contexto em que ocorre a
aprendizagem. Embora ele seja muito importante, é mais um fator em uma conjuntura
cultural bem mais ampla.
A maior parte das transformações no cérebro ocorre logo nos primeiros anos de
vida e é neste período que a criança aprende os sons, coordenação motora, cores,
sentimentos, etc. Mas, sabemos que o convívio familiar, questões fisiológicas e
biológicas são de extrema importância em consideração a esta faixa etária e por isso,
cabe a todos, professores e pais, estimular as crianças nos primeiros anos de vida a
pensar, estudar, se comunicar, movimentar, memorizar, e resolver situações problemas
do dia a dia.
Percebe - se que muitos jovens e adultos não foram estimulados pelos pais e
professores e que quando se deparam com situações problemas, não conseguem
resolver, avançar, se tornam frustrados com a vida e principalmente com a escola. Isso
mostra mais uma vez o quão importante é um ser que está aprendendo, ele precisa
aprender a ser, conviver, fazer, conhecer (DELORS, 2012), visando sempre o
desenvolvimento dos indivíduos ao longo de sua história, precisamos colocar em
prática.
A empatia é uma emoção colaborativa que depende do outro, porém não parte
de outro, apresenta-se a partir de quem a sente e dos estímulos que cercam as
pessoas. Para o profissional da educação esse é um sentimento primordial, pois
durante a sua vida profissional ele deverá lidar com situações que o farão agir
emocionalmente e não apenas movido pela razão.
Segundo Lima (2017), ao longo da Educação Básica, os processos cognitivos
precisam ser analisados em todas as concepções, não apenas com os fracassos, ao
qual ficam impregnados em alguns indivíduos. Mas, como oportunidade dos envolvidos
no processo de ensino e aprendizagem ao encontrar um víeis, na busca de um ensino
de qualidade e a realização dos projetos de vida dos alunos.
A partir disso, o neuropsicopedagogo estuda a relação entre o sistema nervoso e
a aprendizagem humana. Quem pode atuar nesse âmbito? Pesquisa e prática
pedagógica; alfabetização; psicologia da educação; políticas educacionais, são áreas
do conhecimento que a maioria dos neuropsicopedagogos consegue dominar e
estabelecer uma relação harmoniosa.
Eis a razão de a escola necessitar de uma intervenção Neuropsicopedagogica,
pois a mesma pode se dar por intermédio de um Neuropsicopedagogo podemos
entender como tal intervenção, uma interferência no processo com o objetivo de corrigi-
lo, pois o que mais presenciamos atualmente é uma grande parcela de alunos com
dificuldades de aprendizagem sem referencia e estrutura familiar. Tal situação, nos leva
a buscar novas estratégias perspectivas e objetivos como pratica de intervenção com a
possiblidade de obtermos sucesso na educação buscando restaurar a integração da
escola e família tendo ciência que o processo educacional exige pesquisa, fazendo jus
as palavras de Paulo Freire que deixa claro: ensino sem pesquisa não é ensino,
pesquisa e ensino estão intrinsicamente relacionados. Ensinar exige respeito aos
saberes do educando, o facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os
alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma
familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada
um dos aprendizes. Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e
inquietação indagadora e discernida.

2.1. A neuropsicopedagogia no contexto da Educação Básica.

O trabalho do neuropsicopedagogo na escola ou externamente deve oferecer


exercícios e estímulos aos pacientes - alunos que os ajude nas atividades cerebrais. O
cérebro possui as funções de receber, selecionar, memorizar, e processar os elementos
captados auxiliando o trabalho desse profissional. Sendo assim, ele avalia e interage no
processo didático - metodológico e institucional para um processo de ensino e
aprendizagem, dando a direção e um olhar mais apurado para aquelas pessoas com
transtornos de diferentes níveis não importando a sua limitação.
Vejamos agora algumas funções desta parte tão importante que é o cérebro humano:

Foto acima retirada do site de pesquisa toda a matéria.com

O neuropsicopedagogo pode atuar como clinico e institucional, porém a base


forte que direcionam essa pesquisa se volta as questões escolares e suas contribuições
no cotidiano desses indivíduos. Segundo o código de Normas técnicas 01 - 2016, da
Sociedade Brasileira de Neoropsicopedagogia, no artigo 29, suas funções se resumem
em;
a) Observação, identificação e analise do ambiente escolar nas questões relacionadas
ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e
comportamentais, considerando os preceitos das neurociências aplicada a Educação,
em interface com a Pedagogia e Psicologia Cognitiva;
b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino e
aprendizagem dos que são atendidos nos espaços coletivos;
c) Encaminhamento de pessoas atendidas a outros profissionais quando o caso for de
outra área de atuação/ especialização contribuir com aspectos específicos que
influenciam na aprendizagem e no desenvolvimento humano. (SBNPp, 2016, p. 4)
O neuropsicopedagogo necessita ter conhecimentos nos processos de ensino e
aprendizagem, nas metodologias utilizadas pelos professores em sala de aula do
ensino regular, currículo e atividades didáticas que podem sugerir a aquisição do
aprendizado, complementando e desenvolvendo um papel significativo neste mesmo
processo.
Sabendo que os indivíduos aprendem e reagem de maneiras diferentes, são
necessárias várias metodologias e estratégias que possam auxiliar os educandos no
âmbito escolar e fora dele também.
Educandos assimilam a aprendizagem de forma distinta, inicialmente com diferentes
estratégias metodológicas propostas pelos educadores. Segundo pela capacidade
neuronal de cada indivíduo ao que se refere a questão de tempo e espaço. Desse
modo, alunos necessitam de acompanhamento e atividades diferenciadas no cotidiano
escolar. Uma estratégia para a aprendizagem dos alunos com limitações diversas, é na
formação das duplas produtivas nas atividades propostas, pois assim um aluno auxilia o
colega nos exercícios.
A Educação Básica, possui poucos programas educacionais que permitem
trabalhar atividades diferenciadas e projetos voltados para a intervenção
pedagógica.Com isso se faz importante o auxílio do neuropsicopedagogo e em sua
disposição e interesse, quanto mais cedo se diagnostica um indivíduo com as naturezas
físicas, sensoriais, intelectuais, cognitivas e emocionais, melhor será as intervenções ou
encaminhamento ao especialista, ao desenvolvimento de todos os fatores mencionados
acima.
No contexto da neuropsicopedagogia vemos a importância do acolhimento, e
respeito à cada indivíduo no âmbito escolar e de seus processos, mesmo com uma
dinâmica de funcionamento considerando os aspectos fisiológicos, sociais, cognitivos e
emocionais, pois, cabe ao especialista mostrar o caminho que deve ser percorrido pelos
alunos que são seres únicos. A função prioritária de um neuropsicopedagogo é
diagnosticar previamente um transtorno de dificuldade de aprendizagem e desenvolver
métodos de ensino a serem desenvolvidos nas crianças, no ato de aprender.
O ambiente escolar é algo desafiador, pois está cercado de situações
conflituosas que podem levar à extremos perigosos, se não forem encaradas de forma
serena e sensata. Querer ser o senhor da razão dentro de um ambiente como esse é
no mínimo arriscado, por isso o neuropsicopedagogo precisa ser aquele que estará
pronto para conciliar essas situações.
O neuropsicopedagogo pode atuar como clinico e institucional, contudo o víeis
dessa pesquisa esteve volto para as questões escolares, e suas contribuições
direcionou-se para os problemas encontrados nesse espaço/tempo cotidianamente.
Raramente, as escolas do país, possuem esse profissional que auxiliem pais,
professores e alunos em suas labutas. Exceto, as salas de recursos, que possuem um
especialista em Educação Especial, ou que corresponde a área de maior necessidade
pela demanda de alunos “laudados”, ou seja, apontados por um especialista em
educação especial quando a escola possui, normalmente trabalhando com um pequeno
grupo de alunos.
O neuropsicopedagogo pode aperfeiçoar técnicas usadas com as crianças, a fim
de realizar testes, montar estratégias para melhor lidar com esse tipo de problema, o
mesmo deve auxiliar pais, professores para realizar trabalhos, brincadeiras, mais
lúdicas, para tentar prender e chamar a atenção das crianças com TDAH
Ao defender uma educação escolar inclusiva, o Estado garante à todos os
cidadãos o direito ao desenvolvimento integral. Quando a educação não é segregada à
um determinado grupo, existe ganhos na formação individual de todos os envolvidos,
tanto os que possuem alguma deficiência, quanto os que não possuem saem
ganhando. Os autores Monteiro e Castro defendem que os que têm deficiência, por
identificação com seus colegas sem deficiência, podem se desenvolver mais, dada a
diversidade de modelos, do que quando estão só entre os que têm deficiência. O
desenvolvimento desses alunos se torna muito mais produtivo, a partir do contato que
eles possuem com o que é diferente. (Monteiro e Castro, 1997, P.41)
Com isso, na medida em que o neuropsicopedagogo se demonstra mais aplicado
em suas atribuições, melhor se ratifica suas funções em âmbito escolar. A ambiente
escolar é, sem dúvida, um dos principais espaços para que ocorra o desenvolvimento
pessoal, pois é onde as crianças constroem laços extrafamiliares. Nesse ambiente elas
se relacionam e lidam com diversos tipos de sentimentos e experimentam diversas
sensações, são esses relacionamentos que promovem o desenvolvimento integral dos
pequenos. Dessa forma, a inclusão é vantajosa não somente para os alunos com
necessidades especiais, mas também para os demais, que aprendem na prática a
conviver com essas diferenças. Afinal, saber lidar com a diversidade é muito importante
para o convívio em sociedade.
Com pouco mais de dez anos de abordagem da neuropsicopedagogia no Brasil,
observou-se que especialistas estiveram preocupados em redigir pesquisas científicas.
Porém, ao examinar revistas especializadas, percebeu-se que as produções de estado
da arte ou do conhecimento, ainda permaneceram em “passos lentos”, o que marca
uma lacuna entre a teoria e a prática sobre a temática da neuropsicopedagogia. Pois,
diante do exposto encontrar e analisar as pesquisas no cotidiano escolar da Educação
Básica não é uma tarefa muito fácil, justamente porque esse especialista vem buscando
espaços em um viés, clínico e institucional paralelamente.
A partir do exame do referencial teórico, analisou-se que o fracasso escolar está
agregado a inúmeros fatores, como: biológico, social, histórico e econômico, a qual
influenciam diretamente na aprendizagem dos alunos, principalmente daqueles
reincidentes com históricos de insucesso escolar. Para dar luz a essa pesquisa
bibliográfica, recorreu-se ao arcabouço teórico de Almeida (2012),
Beauclair (2014), Consenza e Guerra (2011), Tambaquim (2003), Mantovanini
(2001) e Patto (1999), que por sua vez permeiam as questões da neurociência,
psicologia, pedagogia e cotidiano escolar. Portanto, este artigo, objetiva analisar e
discutir o papel da neuropsicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem na
Educação Básica, com uma proposta de implementação desse profissional em todas as
escolas do país devido à importância nesse processo educacional, ratificado pelas
pesquisas. Como método, recorreu-se a revisão bibliográfica a partir de autores que
examinam e compreendem a neuropsicopedagogia como ferramenta no processo de
desenvolturas no/do/sobre o cotidiano escolar, em prol do sucesso escolar.
Cabe pontuar que a Neurociências surgiu para inovar pensamentos e conceitos
relacionado a questões que antes não haviam sido desvendadas. “A Neurociência tem
apresentado diariamente novas descobertas que não era possível saber antes. Hoje,
talvez, a melhor e a mais importante descoberta da ciência que estuda o cérebro seja a
questão da plasticidade cerebral, ou seja, no passado, acreditava-se que quem não
aprendia e ponto final. Seu cérebro não dava conta e nunca poderia dar conta da
aprendizagem, e, dessa forma, cabia ao indivíduo desaparecer dos meios acadêmicos
e sociais. Era uma exclusão fundamentada até mesmo pela ciência.” ( ALMEIDA, 2012,
p. 44). Sendo assim é perceptível constatar que as neurociências surgiu trazendo
inovações quebrando tabus diante das concepções do passado e, com isso, através de
pesquisas e estudos sobre o cérebro, passou a ser notório que o cérebro possui
inúmeras potencialidades, na qual o neuropsicopedagogo pode despertar o grande
potencial de sua clientela, seja no campo acadêmico como social.

3. CONCLUSÃO

Em resumo, todas as escolas do país necessitam dispor de uma equipe


multidisciplinar que acompanhe o cotidiano em diversos tipos de limitações de
aprendizagem que mostrem os fracassos escolares. Assim, poderão ser intervindos por
esses profissionais ou serão encaminhados ao especialista.
A intervenção neuropsipedagógica tem uma importante função de estar atrelada
à instituição escolar com uma função investigativa, uma prática crítico-reflexiva devendo
buscando atuar em todos os setores fazendo interferência tanto no setor docente
quanto na relação família escola ou escola família, pontuando erros e acertos e um dos
itens de intervenção primordial além do atendimento neuropsicopedagógico, pois a
educação básica referente aos princípios morais e éticos cujas funções da família para
o educador é um ponto de conflito entre as duas instituições, escola e família, e pode
ser apontado como uma dos fatores responsáveis, pela rejeição até certo ponto, da
participação familiar no ambiente escolar.
Entende - se que a situação da saúde está precária e com a pandemia muito se
tem esquecido dos indivíduos com quaisquer outros tipos de dificuldades mas, políticas
públicas precisam se revistas, projetos e programas precisam ser pensados, elaborados
e colocados em prática pois, somente esses profissionais como: Psicopedagogos,
psicólogos, pediatras, psiquiatras, fonoaudiólogos, neuropsicólogos, neurolinguistas,
terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e neurocientistas, acabam se frustrando na
tentativa de resolver problemas que independem de suas especialidades.
Assim, a mudança do estado de fracasso para sucesso escolar possibilita uma
realidade a ser alcançada somente através da conscientização de todos os envolvidos
através de uma parceria estabelecida pela escola, família e o Neuropsicopedagogo cujo
se torna indispensável ao enfrentamento do fracasso escolar, sendo primordial ressaltar
que a escola da atualidade não deve ser apenas ser transmissora de saberes e sim,
produtora de conhecimentos, promovendo “a neuroaprendência, que é a capacidade de
sentir, pensar e agir ( RELVAS, 2014, p.116)”. É importante enfatizar que o sucesso
escolar se torna uma realidade atingível quando acreditamos que o neuroaprendiz pode
superar dificuldades e obstáculos que se encontram em seu aprendizado desafiando
novos saberes, vivências e conquistas.
Desse modo, no cotidiano escolar, muitos alunos com perfis que requerem
atenção na aprendizagem, sempre foram rotulados como indisciplinados, com
defasagens, ou que não tiveram pais presentes na educação dos filhos. Porém, com o
avanço das pesquisas, esses por sua vez, encontram dificuldades em abstrair
informações e processá-las conforme as habilidades e competências almejadas pelos
sistemas de ensino contemporâneo.
Haja visto que a inclusão está inserida em leis nacionais e internacionais, e deve
permear todos os setores da sociedade para que seus direitos sejam garantidos e
efetivados. A família e a escola, por sua vez tem, obrigações de iniciar esses direitos,
previsto no Art.227, da Magna Carta. “[...] É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, [...]”.
Casemiro,Fonseca e Secco(2014), indicam os maiores desafios para
implantação de profissionais de saúde no âmbito escolar no planejamento escolar; no
conhecimento e realização dos projetos e parcerias, seriam envovidos todos no Projeto
Político Pedagógico, Governo Federal, Estados e Municípios colocando metas a serem
realizadas ao longo de todo ano letivo.
Portanto, faz-se necessário que todos os envolvidos no processo de ensino e
aprendizagem na Educação Básica, estejam aptos a atingir a qualidade social, a
apropriação do conhecimento, as habilidades e competências prevista na Base
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), solucionar problemas individuais ou
coletivos e participar da sociedade de forma consciente, crítica, criativa e humanitária.
Mas, para que isso ocorra, é de suma importância, a valorização de profissionais
especialistas em todas as escolas de Educação Básica do país, sejam elas públicas ou
privadas.
Sendo assim, segundo a neurociência, a aprendizagem acontece quando o
estudante consegue resgatar uma memória e aplicá-la de forma inovadora e criativa na
resolução de problemas. Ainda neste processo, o aluno alinha os estudos à vivência, à
imaginação e à necessidade de fazer diferença na sociedade e no mundo.
Por fim, para que haja sucesso escolar na Educação Básica, tudo o que foi
mencionado precisa sair do papel, e o profissional de neuropsicopedagogia se faz mais
do que necessário para todos os alunos, sua presença no âmbito escolar facilitaria
muito mais o rumo das intervenções porém, precisa de investimentos de politicas
públicas que acreditem e deem espaço aos alunos com dificuldades de ensino e
aprendizagem e na capacitação e formação continuada para possibilitar esse
profissional a auxiliá-los e encaminhá-los para um futuro promissor.

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